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A TEORIA DO CONHECIMENTO NA REPÚBLICA


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A TEORIA DO CONHECIMENTO NA REPÚBLICA
No Livro VI da República, é possível perceber que há uma conjuntura entre a Teoria do Conhecimento, exposição da separação e diferença entre o sensível e o inteligível, com distribuição hierárquica entre os modos de conhecimento. Não obstante, agora essa concepção mudou, podendo visualizar uma superação entre uns pelos outros, seguindo um caminho ascendente ou ascensional, afastando o relacionamento por atrição entre os modos e graus de conhecimento.
Noutro passo, Platão traz uma apresentação diferenciada sobre os modos e graus de conhecimento, fazendo uma distribuição desigual, ensejando que uma seja maior do que as demais. A parte inferior, isto é, a menor, corresponde ao mundo visível e sensível. Por outro lado, a parte superior é chamada de invisível, pois representa o mundo inteligível. 
Diante dessa distribuição, a primeira parte corresponderia ao mundo físico, ou seja, corresponde aos objetivos do conhecimento, perceptível por meio da aparência sensível das coisas. Paralelamente, a segunda parte representa o pensamento, exclusivamente decorrente das ideias puras. 
Há uma nítida diferenciação por Platão, na Carta Sétima, pois compreende que os aos modos de conhecer e a coisa em si. Na República, o filósofo faz uma correlação entre cada modo ou grau de conhecimento, correspondendo a um objeto ou coisa. Assim, por exemplo, cada ação cognitiva que o corpo realiza ou até mesmo a própria alma nos graus superiores, estará intimamente ligada a um objeto. Ou seja: atividade cognitiva versus objeto.
	OS OBJETOS DO CONHECIMENTO
	OS MODOS DO CONHECIMENTO
	
Mundo
Inteligível
	Forma, ideias (Eîdos)
	Intuição intelectual: epistéme (Nóesis)
	
	Objetos matemáticos (Tá mathéma)
	Raciocínio (Diánoia)
	
Mundo 
Sensível
	Coisas vivas e coisas visíveis (Zóa)
	Crença (Pístis) e opinião (Doxá)
	
	Imagens (Eíkones)
	“Imaginação”, simulacro (Eikasía).
Hierarquicamente, Platão estabelece quatro modos de conhecimento, e cada um deles representa uma extensão. O primeiro grau é o chamado simulacro, ou seja, a simulação. É chamada eikasía, representando uma percepção, sendo um reflexo, espelho ou cópias de imagens de uma coisa sensível própria da memória. É considerado o primeiro nível, pois para muitos decorrem da imaginação, transmitindo conhecimento, inclusive por pinturas, poesias e esculturas. 
No segundo grau destacado por Platão, é a chamada pístis (crença) ou a dóxa (opinião). É considerada como conhecimento necessário, advindo da fé ou confiança. Decorre das sensações, dependentes da condição do corpo e alma, que são adquiridas pela vida cotidiana, costumes, coisas naturais. É um conhecimento que não pode ser demonstrado ou provado, mas ainda assim, podem ser testemunhados e sentidos. 
A diánoia é o terceiro grau. Apesar de compreender o conhecimento, não representa o ponto mais alto deste. Há uma verdadeira racionalização dos argumentos e razões, chegando a uma conclusão justificada. É considerado o conhecimento dos objetos matemáticos, pois deriva de um raciocínio de forma correta e verdadeira, ainda que seja decorrente de definições e de premissas não demonstradas (hipóteses). 
O nível mais alto de todos é representado no quarto modo, chamado epistéme, significando um conhecer, pensar, saber, aquilo que é algo adquirido e possuído. Aquilo que tu sabes é verdadeiramente aquilo que tu conheces. É conjuntamente também nóesis, pois concebe uma inteligência ou intelecto, compreendendo o pensamento. 
A dialética representa um movimento que permite que a alma se hierarquize, por meio de hipóteses, para chegar ao não hipotético, alcançando naturezas essenciais. A nóesis, corresponde a uma visão ou intuição, no qual permite o contato direto e imediato da inteligência com o inteligível. Só é possível alcançar a epistéme, por meio de várias nóesis. 
Platão, estabelece uma correspondência entre o modo de conhecer com a alma e o objeto conhecido, mas trazendo uma distinção entre estes. Quando a alma se conhece por meio do corpo, há uma dedução de uma coisa corpórea, que decorre de outra. Por outro lado, quando a alma conhece por si mesma, o objeto é a pura ideia, que não pode ser decomposta em partes, sem distinção. 
Dessa forma, é possível concluir que a dialética é uma técnica que conduz uma discussão, partindo inicialmente do pressuposto de desenvolver conhecimento, através de indagações. A alma, conseguirá alcançar o intelectual, por meio de um contato direto sobre o objeto.

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