Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
i UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA MARCELO DOURADO DA SILVA AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA DE UMA PEDREIRA NO MUNICÍPIO DE SIMÕES FILHO, BAHIA Salvador 2013 MARCELO DOURADO DA SILVA AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA DE UMA PEDREIRA NO MUNICÍPIO DE SIMÕES FILHO, BAHIA Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Prof. Dr. Paulo Gustavo Cavalcante Lins Co-orientador: Prof. Pedro Maciel de Paula Garcia Salvador 2013 marcelo.dourado Texto digitado i ii TERMO DE APROVAÇÃO MARCELO DOURADO DA SILVA Salvador, 27 de março de 2013 AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA DE UMA PEDREIRA NO MUNICÍPIO DE SIMÕES FILHO, BAHIA Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: _____________________________________________________ Profº. Drº. Paulo Gustavo Cavalcante Lins - Orientador Escola Politécnica - Universidade Federal da Bahia _____________________________________________________ Profº. Drº. Luiz Cesar Corrêa-Gomes Instituto de Geociências – Universidade Federal da Bahia _____________________________________________________ Profº. Drº. Carlson de Matos Maia Leite Petrobras\Instituto de Geociências – Universidade Federal da Bahia marcelo.dourado Texto digitado ii AGRADECIMENTOS O autor agradece a todos aqueles que contribuíram, de forma direta ou indireta, para a elaboração deste trabalho, e em particular: Ao Professor Paulo Lins, pela orientação e por ter apresentado uma perspectiva nova sobre geologia aplicada; Ao Professor Pedro Garcia, pela co-orientação que enriqueceu a organização deste trabalho; À Natali Passos pelo auxílio com as descrições litológicas; Aos professores Manoel Jerônimo e Ernande Melo pelo acesso aos equipamentos do laboratório de mineralogia; Aos servidores da CBPM – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, pela qualidade da confecção das laminas; Aos funcionários das Pedreiras Bahia, pelo apoio durante a coleta de dados de campo. marcelo.dourado Texto digitado iii RESUMO O presente trabalho versa sobre a avaliação geológico-geotécnica dos taludes de uma pedreira, localizado na APA do rio Joanes-Ipitanga, no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. O maciço rochoso situa-se no Alto de Salvador (BARBOSA et al, 2005), um horst de rochas metamórficas de alto grau, de idade arqueana-paleoproterozóica, que limita-se a oeste com a bacia sedimentar cretácea do Recôncavo, e a leste com sedimentos costeiros cenozóicos. As principais estruturas geológicas que desarticulam o maciço são duas famílias de falhas, com cinemática normal-dextral, e superfícies estriadas F1 (N184/65NW) e F2 (N138/60SW), sendo a última geralmente nucleada sobre a foliação metamórfica SE-NW de ocorrência local, e cinco famílias de juntas fechadas com suave rugosidade completam o sistema de descontinuidades, com valores médios, J1 (N223/72NW); J2 (N260/71NW); J3 (N070/60SE); J4 (N359/85NE); J5 (N045/18SE). O estado de tensão necessário para desenvolver as estrias em F1 e F2, de acordo com a anisotropia pré-existente, é compatível com a extensão geral L-O, seguida de SE-NO relacionado com a abertura do Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá, como último e mais representativo evento deformacional que afetou estas rochas (MAGNAVITA et al., 2005). Foram aplicados os sistemas de classificação RMR (Rock Mass Rating) de BIENIAWSKI (1989) e SMR (Slope Mass Rating) de Romana (1985). Em laboratório foi analisado os parâmetros necessários para realizar a retroanálise das condições de ruptura ocorrida num dos taludes, este resultado permitiu o cálculo do fator de segurança de todas as possibilidades de ruptura planar e em cunha nos taludes rochosos. Na área da pedreira, os taludes são verticalizados, com desnível de 45 metros e individualizados de acordo com sua posição: Talude Norte, Talude Leste, Talude Sul e Talude Oeste. Os resultados da analise SMR e do cálculo do fator de segurança é coerente com a situação estável dos taludes leste, sul e oeste. O talude norte apresenta situações potenciais de ruptura, acusados pela classificação SMR, enquanto o cálculo do fator de segurança produz valores acima de 1,6 para as mesmas estruturas. Este conflito se deve a diferença da natureza dos parâmetros de entrada para cada um dos métodos. Palavras-chave: TALUDE; RUPTURA; RETROANÁLISE. marcelo.dourado Texto digitado iv ABSTRACT This work corresponds to a geological and geotechnical assessment of slope of a stone mine, located in the area of environmental protection of Joanes-Ipitanga River, municipality of Simoes Filho, in the Metropolitan Region of Salvador. The rock mass is located in the Alto de Salvador (BARBOSA, 2005), a horst of high-grade metamorphic rocks of Archean-Paleoproterozoic, which is limited to the west Recôncavo Cretaceous sedimentary basin, and east with coastal sediments cenozoic. The main geological structures that dismantle the massive failures are two families with normal-dextral kinematics, and striated surfaces F1 (N184/65NW) and F2 (N138/60SW), the latter usually nucleated on the metamorphic foliation of NW-SE local occurrence and five families of closed joints with smooth roughness complete the system of discontinuities, with mean values, J1 (N223/72NW) J2 (N260/71NW), J3 (N070/60SE) J4 (N359/85NE) J5 (N045/18SE). The state of tension needed to develop the grooves in F1 and F2 in accordance with the pre-existing anisotropy is compatible with overall stretching EW, followed by SE-NW associated with the opening of the rift Recôncavo-Tucano-Jatobá as the last and more representative deformation event that affected these rocks (MAGNAVITA et al., 2005). We applied the classification systems RMR (Rock Mass Rating) of BIENIAWSKI (1989) and SMR (Slope Mass Rating) of Roman (1985). Was analyzed in the laboratory parameters necessary to perform the retro-analysis of the conditions of rupture occurred in one of the slopes, this result allowed the calculation of the safety factor of all possible planar and wedge failure in rock slopes. In the mine area, the slopes are upright, with a drop of 45 meters and individualized according to their position: North Slope, East Slope, South Slope and West Slope. The results of the SMR analysis and calculation of safety factor is consistent with the stable situation of the slopes east, south and west. The north slope has potential situations of rupture, accused by the SMR classification, while the safety factor calculation produces values above 1.6 for the same structures. This conflict occurs because of the difference of types of input parameters for each of the methods. Keywords: SLOPE; RUPTURE; RETRO-ANALYSIS. marcelo.dourado Texto digitado v ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. 1- Situação e localização da área de trabalho. TN - Talude Norte; TL - Talude Leste; TS – Talude Sul; e TO – Talude Oeste. .............................................. 16 Figura 1. 2 - Imagem obtida do Google Earth (2011). ............................................... 16 Figura 3. 1- Distribuição de vetores de força. (a) afloramento rochoso; (b) resultantes no plano considerado (MIOTO; COELHO, 1998). ..................................................... 23 Figura 3. 2– Elipsóide de tensão triaxial. ................................................................... 24 Figura 3. 3- Valores de tensões verticais determinados em projetos de mineração (Hoek e Brown, 1980)................................................................................................ 27 Figura 3. 4 – Modelos teóricos para o desenvolvimento de tensões máximas de cisalhamento emvales com maciços rochosos homogêneos (a) e heterogêneos (b) (Goodman, 1989) ...................................................................................................... 28 Figura 3. 5- Esquemas de deformação. (a) Dúctil ; (b) Dúctil-Rúptil; (c) Rúptil-Dúctil; e (d) Rúptil (HASUI; MIOTO, 1992) ........................................................................... 30 Figura 3. 6 - Passagem do domínio rúptil para o dúctil. Ilustrado por falha F e zona de cisalhamento ZC (SIBSON, 1977), modificado por (HASUI; MIOTO, 1992). ....... 31 Figura 3. 7 – Descontinuidades na deformação coaxial. (a) Identificação dos tipos; (b) Esquema do caso de desenvolvimento de C e C´. O circulo indica o estado indeformado no interior do bloco (HASUI; MIOTO, 1992). ....................................... 32 Figura 3. 8- Descontinuidades formadas em faixas afetadas por cisalhamento não- coaxial. R - Fratura de cisalhamento de Riedel; R´ - Fratura de cisalhamento conjugada de Riedel; T - Fratura de partição; P, Y e X são fraturas de cisalhamento. X//σ3 e Z//σ1 são os eixos cinemáticos e dinâmicos no instante da deformação (HASUI; MIOTO, 1992). ............................................................................................ 33 Figura 3. 9 - Critério de Ruptura de Mohr-Coulomb. Extraido de Fiori e Carmignani (2009). ....................................................................................................................... 41 Figura 3. 10 - Componentes normais e de cisalhamento do esforço e deslocamento ao longo do plano de acamamento da amostra. Extraido de Fiori e Carmignani (2009). ....................................................................................................................... 42 Figura 3. 11 - (a) Pico de resistência cisalhante e resistência residual. (b) Retas representativas dos esforços de pico e residual. Extraido de Fiori e Carmignani (2009). ....................................................................................................................... 43 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660257 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660257 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660258 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660263 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660263 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660264 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660265 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660265 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660266 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660266 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660266 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660267 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660267 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660268 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660268 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660269 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660269 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660269 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660270 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660270 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660270 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660270 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660270 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660274 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660274 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660275 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660275 marcelo.dourado Texto digitado vi Figura 3. 12- Principais tipos de deslizamento em taludes e estereogramas de estruturas que podem dar origem a esses deslizamentos (Hoek & Bray, 1981), modificado por Fiori e Carmignani (2009). ................................................................ 45 Figura 3. 13- Conceito de cone de atrito e escorregamento de um bloco ao longo de um plano, sob a ação de seu próprio peso. A movimentação ocorre quando i > ɸ ou quando o vetor peso (P) cair fora do cone de atrito. A) Condição de equilíbrio-limite, na qual ɸ = i, b) Cone de atrito em um bloco inclinado, c) Projeção do cone de atrito em diagrama de Wulff e d) Projeção do cone de atrito em diagrama de Schmidt- lambert. Extraido de Fiori e Carmignani (2009). ........................................................ 49 Figura 4. 1 - Cráton do São Francisco e detalhe da geologia regional da área de trabalho (SOUZA, 2010) ............................................................................................ 56 Figura 4. 2 – Mapa geológico simplificado da porção setentrional do Cráton do São Francisco, destacando blocos Arqueanos-Paleoproterózoicos. (ALKMIM, 2004) Modificado por Santos (2010). .................................................................................. 57 Figura 4. 3 - Corresponde aos blocos crustais arqueanos durante o processo de colisão obliqua (Barbosa & Sabaté, 2002), modificado por Santos (2010)................ 59 Figura 4. 4 - Abertura E-W e posteriormente NO-SE do Rifte Recôncavo-Tucano- Jatobá (MAGNAVITA et al., 2005). ........................................................................... 61 Figura 4. 5 – Mapa geológico regional do Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá e a diversidade de substratos da bacia. (MILANI, 1987) Modificado por (WIEDERKEHR, 2008) ......................................................................................................................... 62 Figura 4. 6 - Arcabouço Estrutural da Bacia do Recôncavo. Adaptado de (ABRAHÃO FILHO, 2009) ............................................................................................................. 63 Figura 4. 7 – Mapa das classes de densidade relativa produzido com ArcGIS 3D analyst. ...................................................................................................................... 65 Figura 4. 8- Diagrama estereográfico sinóptico da distribuição das Juntas no maciço rochoso. N=251. ........................................................................................................79 Figura 4. 9- Diagrama de Rosetas da direção das Juntas. N = 251. ......................... 80 Figura 4. 10 – Visada para oeste, Talude Oeste, face livre para o Leste. (a) Fotografia do Talude Oeste, bancada superior com 50 metros de altura. (B) Esboço das Juntas aflorantes, família 3m (076/60SE) destacado em vermelho. ................... 80 Figura 4. 11 - Diagrama estereográfico sinóptico da distribuição das Falhas no maciço rochoso. N=126. ............................................................................................ 81 Figura 4. 12 - Diagrama de Rosetas da direção das falhas. N = 126. ....................... 82 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660611 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660611 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660612 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660612 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660612 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660613 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660613 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660615 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660615 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660615 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660616 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660616 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660617 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660617 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660618 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660618 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660619 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660620 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660620 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660620 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660621 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660621 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660622 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660623 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660623 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660623 marcelo.dourado Texto digitado vii Figura 4. 13 - Diagrama estereográfico sinóptico das estrias das Falhas no maciço rochoso. Sobre F1 o máximo 35º para N344 e sobre F2 o máximo 30º para N297, N=40. ......................................................................................................................... 82 Figura 5. 1 - Diagrama estereográfico de densidade das descontinuidades no talude norte. ......................................................................................................................... 85 Figura 5. 2 - Diagrama estereográfico das descontinuidades no talude norte. Destaca-se as falhas estriadas em vermelho, juntas rugosas em azul. Face do talude em verde. .................................................................................................................. 86 Figura 5. 3 - Diagrama estereográfico de densidade das descontinuidades no talude leste. .......................................................................................................................... 87 Figura 5. 4 - Diagrama estereográfico das descontinuidades no talude leste. Destaca-se as falhas estriadas em vermelho, juntas rugosas em azul. Face do talude em verde. .................................................................................................................. 88 Figura 5. 5 - Diagrama estereográfico de densidade das descontinuidades no talude sul. ............................................................................................................................. 89 Figura 5. 6 - Diagrama estereográfico das descontinuidades no talude sul, trecho leste. Destaca-se as falhas estriadas em vermelho, juntas rugosas em azul. Face do talude em verde. ........................................................................................................ 89 Figura 5. 7 - Diagrama estereográfico das descontinuidades no talude sul, trecho leste. Destaca-se as falhas estriadas em vermelho, juntas rugosas em azul. Face do talude em verde. ........................................................................................................ 90 Figura 5. 8 - Diagrama estereográfico de densidade das descontinuidades no talude oeste.......................................................................................................................... 91 Figura 5. 9- Diagrama estereográfico das descontinuidades no talude oeste, trecho leste. Destaca-se as falhas estriadas em vermelho, juntas rugosas em azul. Face do talude em verde. ........................................................................................................ 91 Figura 5. 10 – Histograma do Ângulo de atrito, 68 medições. ................................... 92 Figura 5. 11 - Análise de ruptura planar no talude norte segundo a junta J3 ............ 93 Figura 5. 12 - Análise de ruptura planar no talude oeste, segundo J5 e J4............... 94 Figura 5. 13 - Análise de ruptura em cunha no talude norte...................................... 95 Figura 5. 14 - Análise de ruptura em cunha no talude leste. ..................................... 95 Figura 5. 15 - Análise de ruptura em cunha no talude sul. ........................................ 96 Figura 5. 16 - Análise de ruptura em cunha no talude oeste. .................................... 96 Figura 5. 17 - Análise de tombamento de bloco segundo J2 no talude norte. ........... 97 marcelo.dourado Texto digitado viii Figura 5. 18 - Análise de tombamento de bloco segundo J3 no talude sul. A) trecho leste. B) Trecho oeste ............................................................................................... 98 Figura 5. 19 - Análise de tombamento de bloco segundo F1 no talude oeste. .......... 98 Figura 5. 20 - Parâmetros do talude leste oriundos da reconstituição da configuração do talude obtidos no RocPlane. ............................................................................... 108 Figura 5. 21 – Ilustração da ruptura planar gerada por J3 no talude norte elaborado do DIPS. ..................................................................................................................109 Figura 5. 22 – Ilustração da ruptura planar gerada por J4 no talude oeste elaborado do DIPS. .................................................................................................................. 110 Figura 5. 23 – Ilustração da ruptura planar gerada por J5 no talude oeste elaborado do DIPS. .................................................................................................................. 111 Figura 5. 24 - Ilustração da ruptura da cunha i(F2b,J3). J1 representa a falha F2b (N125/68SO) e J2 representa a junta J3 (N071/56SE). .......................................... 112 Figura 5. 25 - Ilustração da ruptura da cunha i(F2b,J4). J1 representa a falha F2b (N125/68SO) e J2 representa a junta J4 (N004/85SE). .......................................... 113 Figura 5. 26 - Ilustração da ruptura da cunha i(F2a,J3). J1 representa a falha F2a (N147/47SO) e J2 representa a junta J3 (N071/56SE). .......................................... 113 Figura 5. 27 - Ilustração da ruptura da cunha i(J4,J3). J1 representa a junta J4 (N004/85SE) e J2 representa a junta J3 (N071/56SE). ........................................... 114 Figura 5. 28 - Ilustração da ruptura da cunha i(J4,F2a). J1 representa a junta J4 (N004/85SE) e J2 representa a falhaF2a (N147/47SE). ......................................... 114 Figura 5. 29 - Ilustração da ruptura da cunha i(J2,F2). J1 representa a junta J2 (N267/63NO) e J2 representa a falhaF2 (N155/54SO). .......................................... 115 Figura 5. 30 - Ilustração da ruptura da cunha i(J1,J4c) no trecho leste. J1 representa a junta J1 (N222/73NO) e J2 representa a junta J4c (N013/53SE). ........................... 116 Figura 5. 31 - Ilustração da ruptura da cunha i(J1,J4c) no trecho leste. J1 representa a junta J1 (N222/73NO) e J2 representa a junta J4c (N013/53SE). ........................... 116 Figura 5. 32 - Ilustração da ruptura da cunha i(J1,J4c) no trecho leste. J1 representa a junta J1 (N222/73NO) e J2 representa a junta J4a (N002/80NE). .......................... 117 Figura 5. 33 - Ilustração da ruptura da cunha i(J1,J4a) no trecho leste. J1 representa a junta J1 (N222/73NO) e J2 representa a junta J4a (N002/80NE). .......................... 117 Figura 5. 34 - Ilustração da ruptura da cunha i(F1,J4a) no trecho leste. J1 representa a falha F1 (N185/71NO) e J2 representa a junta J4a (N002/80NE). ....................... 118 marcelo.dourado Texto digitado ix ÍNDICE DE FOTOGRAFIAS Microfotografia 4. 1 – Microfotografia superior em luz plana e inferior com nicóis cruzados do Charnoenderbito na lamina 05. Biotita (Bt), minerais opacos (Mo), plagioclásio (Pl), diopsídio (Di), quartzo (Qz), microclina (Mi) e Hiperstênio (Hi). Área onde é possível identificar fraturas no Quartzo sinalizado com borda vermelha na fotografia em luz plana. ............................................................................................. 66 Microfotografia 4. 2 – Microfotografia superior em luz plana e inferior com nicóis cruzados. Biotita (Bt), minerais opacos (Mo), plagioclásio (Pl), diopsídio (Di), quartzo (Qz), microclima (Mi) e Hiperstênio (Hi). Embaiamento do quartzo com o plagioclásio no canto esquerdo superior ....................................................................................... 68 Fotografia 4. 3 – Visada para sul, talude sul, trecho leste. Monzogranito Gnaisse truncado pelo Quartzo Diorito. Circulo vermelho indica local onde foi retirada a amostra para a confecção da lamina 02.................................................................... 69 Microfotografia 4. 4 – Microfotografia superior em luz plana e inferior com nicóis cruzados. No Monzogranito Gnaisse na parte superior, quartzo (Qz),plagioclásio (Pl), microclina (Mi), Biotita (Bt) e minerais opacos (Mo). No Quatzo Diorito na parte inferior, plagioclásio (Pl),Biotita (Bt),quartzo (Qz), minerais opacos (Mo), e microclima (Mi). Linha tracejada em vermelho indica sigmoides no Quartzo Diorito. 70 Fotografia 4. 5 –Visada para norte, talude norte, 45 metros de altura. Zona de cisalhamento rúptil nucleada sobre a foliação, onde foi retirada a amostra de Quartzo Monzodiorito Anfibolitizado da lamina 12. ................................................................. 71 Microfotografia 4. 6 – Microfotografia superior em luz plana e inferior com nicóis cruzados. No , Quartzo Monzodiorito Anfibolitizado, quartzo (Qz), plagioclásio (Pl), microclina (Mi), Biotita (Bt). (Hb) hornblenda e minerais opacos (Mo). ..................... 72 Microfotografia 4. 7 – Microfotografia superior em luz plana e inferior com nicóis cruzados. No Hornblenda Quartzo Monzonito, quartzo (Qz), plagioclásio (Pl), microclina (Mi), hornblenda (Hb), Biotita (Bt) e minerais opacos (Mo). ..................... 74 Fotografia 4. 8 – Visada para sul, talude sul, próximo da intereseção do talude leste. Hornblenda Granodiorito em afloramento. ................................................................ 75 Microfotografia 4. 9 – Microfotografia superior em luz plana e inferior com nicóis cruzados. No Hornblenda Quartzo Monzonito, quartzo (Qz), plagioclásio (Pl), microclina (Mi), hornblenda (Hb), Biotita (Bt) e minerais opacos (Mo). ..................... 76 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660493 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660493 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660493 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660493 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660493 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660494 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660494 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660494 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660494 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660495 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660495 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660495 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660496 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660496 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660496 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660496 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660496 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660497 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660497 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660497 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660498 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660498file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660498 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660499 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660499 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660499 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660500 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660500 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660501 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660501 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660501 marcelo.dourado Texto digitado x Fotografia 4. 10 - Setor leste do Talude Norte, visada da fotografia para o Norte. Intrusão grosseira, notar núcleo de piroxênio próximo à caneta. Saturação exagerada para destacar a intrusão. ......................................................................... 77 Fotografia 4. 11 – Setor leste do Talude Norte, visada da fotografia para o Norte. Granulito foliado, cortado por intrusão mais antiga N330/75NE (vermelho) com 100 cm de espessura, por sua vez truncado por intrusão granítica mais nova, sub- horizontal (amarelo) com 30 cm de espessura. ......................................................... 78 Fotografia 4. 12 - Superfície de falha N130/63SW, representante da família F2, os slickenside no Talude Norte. ..................................................................................... 81 Fotografia 5. 1- Talude Norte, Visada para norte. Bancada inferior 14 m, Banca Superior 45 m parte oeste. ........................................................................................ 85 Fotografia 5. 2 - Exemplar de ruptura em cunha no talude norte, nucleada entre F2a (amarelo) e J4 (verde). .............................................................................................. 86 Fotografia 5. 3 - Talude Leste, Visada para Leste. .................................................... 87 Fotografia 5. 4 - Talude sul, Visada para sul. ............................................................ 88 Fotografia 5. 5- Talude oeste, visada para oeste. ..................................................... 90 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660502 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660502 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660502 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660503 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660503 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660503 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660503 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660504 file:///C:/Users/marcelo.dourado/Desktop/monografia%20marcelo/monografia%20marcelo/MONOGRAFIA%20COMPLETO.docx%23_Toc335660504 marcelo.dourado Texto digitado xi ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Ensaios expeditos para estimar a resistência de materiais geológicos .... 19 Tabela 2- RMR (Rock Mass Rating) .......................................................................... 52 Tabela 3- Valores dos fatores de ajuste para classes de orientação ........................ 54 Tabela 4 - Fator de ajuste para o método de escavação .......................................... 55 Tabela 5- Classes de Estabilidade ............................................................................ 55 Tabela 6 - Classificação da condição das descontinuidades do talude norte............ 99 Tabela 7- Quadro resumo de parâmetros de entrada para a classificação de Bieniawski (1989) do talude norte ........................................................................... 100 Tabela 8 - Classificação da condição das descontinuidades do talude leste .......... 100 Tabela 9- Quadro resumo de parâmetros de entrada para a classificação de Bieniawski (1989) do talude leste ............................................................................ 101 Tabela 10- Classificação da condição das descontinuidades do talude sul ............ 101 Tabela 11- Quadro resumo de parâmetros de entrada para a classificação de Bieniawski (1989) do talude sul ............................................................................... 102 Tabela 12- Classificação da condição das descontinuidades do talude oeste ........ 102 Tabela 13 - Quadro resumo de parâmetros de entrada para a classificação de Bieniawski (1989) do talude oeste ........................................................................... 102 Tabela 14- Classificação SMR das estruturas do talude norte ................................ 103 Tabela 15- Classificação SMR das estruturas do talude leste ................................ 104 Tabela 16- Classificação SMR das estruturas do talude sul, trecho leste ............... 105 Tabela 17- Classificação SMR das estruturas do talude sul, trecho oeste .............. 105 Tabela 18- Classificação SMR das estruturas do talude oeste ............................... 106 marcelo.dourado Texto digitado xii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................15 1.1 Apresentação ..............................................................................................................................15 1.2 Localização ..................................................................................................................................15 1.3 Objetivos .....................................................................................................................................17 2 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................................18 2.1 Levantamento de Campo ............................................................................................................18 2.2 Tratamento de Amostras .............................................................................................................18 2.3 Programas Computacionais .........................................................................................................20 2.3.1 Dips ..........................................................................................................................................20 2.3.2 Rocplane ..................................................................................................................................20 2.3.4 Swedge ....................................................................................................................................21 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..........................................................................................................22 3.1 Estado de Tensões.......................................................................................................................22 3.1.1 Tensão e Campo de Tensões....................................................................................................23 3.1.2 Origem das Tensões Naturais ...................................................................................................25 3.1.3 Tensões Induzidas em Engenharia ............................................................................................28 3.2 Estrutura e Deformação ..............................................................................................................29 3.2.1 Comportamento das Rochas.....................................................................................................30 3.2.1.1 Deformação Coaxial ..............................................................................................................31 3.2.1.2 Deformação Não-Coaxial .......................................................................................................32 3.3 Estruturas Fundamentais.............................................................................................................33 3.3.1 Juntas .......................................................................................................................................33 3.3.2 Falhas .......................................................................................................................................34 3.4 Caracterização de Maciços Rochosos ...........................................................................................37 3.5 Resistência e Critério de Ruptura.................................................................................................40 3.6 Análise Cinemática de Taludes em Rocha ....................................................................................44 3.6.1 Tratamento de Dados Estruturais .............................................................................................45 3.6.2 Escorregamento Segundo Estruturas Planares ..........................................................................46 3.6.3 Deslizamento em Cunha ...........................................................................................................47 3.6.4 Tombamento de Blocos ............................................................................................................48 3.7 Condições para Movimentações de Blocos ..................................................................................48 3.7.1 Representação do Cone de Atrito em Projeção Estereográfica ..................................................49 3.7.2 Condições para a movimentação de blocos ..............................................................................49 marcelo.dourado Texto digitado xiii 3.8 Retroanálise ................................................................................................................................51 3.9 Sistemas de Classificação de Maciços Rochosos...........................................................................51 3.9.1 RMR (ROCK MASS RATING).......................................................................................................52 3.9.2 SMR (SLOPE MASS RATING) ......................................................................................................53 4 GEOLOGIA ......................................................................................................................................56 4.1 Geologia Regional .......................................................................................................................56 4.1.1 Unidades Tectônicas da Porção Norte do Cráton do São Francisco ...........................................57 4.1.2 O Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá ............................................................................................60 4.1.3 Grupo Barreiras ........................................................................................................................64 4.2 Geologia Local .............................................................................................................................64 4.2.1 Litologias ..................................................................................................................................65 4.2.1.1 Região Sudoeste ....................................................................................................................65 4.2.1.2 Região Central .......................................................................................................................69 4.2.1.3 Região Nordeste ....................................................................................................................73 4.2.2 Intrusões ..................................................................................................................................76 4.2.4 Evolução das estruturas ...........................................................................................................83 5 ESTABILIDADE DOS TALUDES ..........................................................................................................84 5.1 Situação dos Taludes ...................................................................................................................84 5.2 Análise Cinemática dos Taludes em Rocha...................................................................................92 5.2.1 Determinação do Ângulo de Atrito ...........................................................................................92 5.2.2 Análise de escorregamentos segundo estruturas planares ........................................................93 5.2.3 Análises de Deslizamentos em Cunha .......................................................................................94 5.2.4 Tombamento de blocos ............................................................................................................97 5.3 Classificação do Maciço Rochoso .................................................................................................99 5.3.1 RMR (Rock Mass Rating) ...........................................................................................................99 5.3.2 SMR (Slope Mass Rating) ........................................................................................................103 5.4 Retroanálise ..............................................................................................................................106 5.5 Cálculo do Fator de Segurança ..................................................................................................108 5.5.1 Calculo do Fator de Segurança Segundo Estruturas Planares ..................................................108 5.5.2 Calculo do Fator de Segurança Segundo as Cunhas .................................................................111 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...............................................................................................120 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................123 marcelo.dourado Texto digitado xiv 15 1 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação Em atividades de mineração, onde intervenções em forma de túneis ou taludes podem criar condições de instabilidade no maciço rochoso, é necessária uma avaliação do contexto geológico para este fim. A possibilidade de ruptura do maciço envolve muitos aspectos relevantes como a segurança dos operários e equipamentos, a operacionalidade, economicidade do processo de lavra e o legado para a sociedade. No caso deste trabalho, se trata da avaliação dos taludes de uma pedreira no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. Esta avaliação visa à natureza do maciço, sua constituição e histórico de tensões e suas características geométricas, como forma, inclinação, altura dos taludes, distribuição espacial das descontinuidadese percolação de fluidos, entre outros. Além do mapeamento e da analise de amostras em laboratório, o uso de programas de computador permite a quantificação da segurança dos taludes. Os dados levantados nesse projeto servirão para contribuir com o nível de conhecimento geotécnico na Região Metropolitana de Salvador, onde diversas obras de engenharia estão envolvidas com escavação em rocha no mesmo contexto geológico que a pedreira. 1.2 Localização A área escolhida como objeto de estudo foi a cava atual das Pedreiras Bahia, situada no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, dentro da APA do rio Joanes-Ipitanga. Tem coordenada central de referência a UTM 564584 m E, 8578304 m N e o acesso a pedreira é feito pelo km 14 da BR-324. O mapa de situação e localização da mina é apresentado na Figura 1.1. 16 A área escavada tem aproximadamente 10 hectares e foi setorizada em quatro taludes principais de acordo com a posição dentro da cava: Talude Norte; Talude Leste; Talude Sul (Trecho leste e oeste); e Talude Oeste. A imagem da área escavada do Google Earth, obtida pelo satélite GeoEye em julho de 2011, mostra a situação atual da área escavada e a distribuição dos taludes, ver Figura 1.2. Figura 1.2 - Imagem obtida do Google Earth (2011). Figura 1. 1- Situação e localização da área de trabalho. TN - Talude Norte; TL - Talude Leste; TS – Talude Sul; e TO – Talude Oeste. Figura 1. 2 - Imagem obtida do Google Earth (2011). 250 m 17 1.3 Objetivos A avaliação geológico-geotécnica em pedreiras envolve dois aspectos fundamentais: A segurança dos taludes deixados na região para a posteridade; a busca por tornar mais eficiente a produção de materiais para construção civil. Desta forma, este trabalho visa à caracterização geológica-geomecânica da área de mineração das Pedreiras Bahia. Para tanto, foram realizados: 1) Levantamento de dados a partir de mapeamento geológico; 2) Tratamento dos dados levantados, a fim de identificar as famílias de descontinuidades e do padrão de ruptura que podem gerar em cada face de talude; 3) Classificação do maciço rochoso com base nos seguintes sistemas de classificação geomecânica: a. RMR (Rock Mass Rating) – de Bieniawski (1989), utilizado para a identificação de classes de maciço, é principalmente aplicado na escavação de túneis, e serve de subsidio para o calculo do SMR. b. SMR (Slope Mass Rating – de Romana, (1985), utilizado para avaliar a estabilidade dos taludes rochosos; 4) Retroanálise e quantificação da segurança dos taludes através de programas de computador. 18 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Levantamento de Campo A avaliação geológico-geotécnica de taludes rochosos só é possível com a descrição das características do maciço rochoso e de suas descontinuidades físicas. As informações de campo pertinentes a este estudo ocorreu entre janeiro e março de 2012. Como não há um cadastro topográfico da cava atual da mina, foi levantada mais de uma centena de pontos com GPS Garmin etrex20 na base dos taludes, que possibilitou a criação de uma base cartográfica para o mapeamento. Também foi utilizada a imagem do local exibida no Google Earth, obtida em 27 de julho de 2011, que apresenta o estagio atual da cava da mina. Nem toda a extensão da base dos taludes pode ser mapeada, devido à existência de trechos alagadiços no talude oeste ou de pilhas de matacões no talude norte e sul. Os trechos onde o mapeamento poderia ser feito com segurança, foi executado como recomendado pela ISMR no item 3.4. e registrado em planilha personalizada para a execução do trabalho. 2.2 Tratamento de Amostras Blocos limitados por um dos tipos de descontinuidades identificadas foram utilizados para a determinação do ângulo de atrito. Este teste consiste em inclinar duas amostras sobrepostas com a descontinuidade avaliada em contato, até ocorrer o movimento, o ângulo em relação a horizontal é o ângulo de atrito determinado. Um histograma da distribuição da frequência do ângulo de atrito é apresentado no capitulo 5, qual apresenta os resultados deste trabalho. Outras amostras do tamanho de seixos, devidamente identificadas em relação à posição espacial, tiveram determinado o peso especifico com o método de imersão-baseado na variação do liquido no Laboratório de Mineralogia do Instituto de geociências. Este método baseia-se no principio de Arquimedes, onde a perda aparente de peso de um corpo imerso em um liquido é igual ao peso do liquido 19 deslocado. Verifica-se que o empuxo sofrido pela amostra de rocha é igual ao produto de seu volume pela densidade do liquido. Admitindo-se para a agua a massa especifica de 1,000 g/cm³, conclui-se que a diferença de peso indicada na balança corresponde ao volume da amostra. Neste método, o volume foi obtido pela variação de peso ocasionada pela imersão da amostra na agua. Dentre as amostras coletadas para a determinação da massa especifica, foram escolhidas seis de forma que representa a diversidade litológica do maciço. Estas foram preparadas para a confecção de lamina petrográfica, com corte na direção que represente as anisotropias da rocha intacta. Para a determinação da resistência a compressão das amostras, foi utilizado o ensaio de campo determinado pela ISMR (1978) de acordo com a tabela 5. Tabela 1 - Ensaios expeditos para estimar a resistência de materiais geológicos Grau Descrição Identificação de campo Resistência à compressão simples aproximada (MPa) S1 Argila muito mole Facilmente penetrada várias polegadas com o pulso. < 0,025 S2 Argila mole Facilmente penetrada várias polegadas com o dedo polegar. 0,025 - 0,05 S3 Argila firme Pode ser penetrada várias polegadas com o dedo polegar com moderado esforço. 0,05 - 0,10 S4 Argila rígida Prontamente amolgado pelo dedo polegar mas penetrada somente com grande esforço. 0,10 - 0,25 S5 Argila muito rija Prontamente recortada pela unha. 0,25 - 0,50 S6 Argila dura Recortada com dificuldade pela unha. > 0,50 R0 Rocha extremamente fraca Marcada pela unha 0,25 - 1,0 R1 Rocha muito fraca Esmigalha-se sob impacto da ponta do martelo de geólogo, pode ser raspada pelo canivete 1,0 - 5,0 R2 Rocha fraca Raspada com dificuldade pelo canivete, marcada com firme pancada do martelo de geólogo 5,0 - 25 R3 Rocha medianamente resistente Não pode ser marcada pelo canivete. Pode ser fraturada por um único golpe de martelo 25 - 50 http://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o 20 Grau Descrição Identificação de campo Resistência à compressão simples aproximada (MPa) R4 Rocha resistente Requer mais de um golpe para fraturar-se 50 - 100 R5 Rocha muito resistente Requer muitos golpes para fraturar-se 100 - 250 R6 Rocha extremamente resistente Podem ser apenas lascadas pelo martelo > 250 FONTE: ISRM (1978) 2.3 Programas Computacionais A identificação das famílias de descontinuidades e suas distribuições no interior do maciço e posteriormente, a identificação dos possíveis modos de ruptura na face livre de cada talude e o fator de segurança de cada bloco foram calculadas em três programas computacionais desenvolvidos pela Rocscience Inc.: Dips, Rocplane e Swedge. 2.3.1 Dips O Dips é um programa para análise da orientação de descontinuidades em maciços rochosos, permite ao usuário visualizar e analisar dados de estruturas geológicas em diagrama estereográfico. Os diagramas de contorno de densidade de concentração dos polos e as medias das famílias de descontinuidades foram calculadas automaticamente. Para identificar os possíveis tipos de instabilidades, o programa permite introduzir a o plano que representa a face livre do talude e o valor médio do ângulo de atrito das descontinuidades, possibilitando a aplicação da analise de estabilidade.2.3.2 Rocplane O RocPlane permite avaliar a estabilidade de taludes rochosos sujeitos a deslizamento segundo um plano. O programa permitiu a reconstituição da coesão da superfície de descontinuidade através da retroanálise, utilizando o critério de ruptura de Mohr-Coulomb, onde as variáveis conhecidas foram ajustadas para alcançar o 21 fator de segurança igual a 1. Também permitiu a analise determinística de estabilidade de todas as famílias identificadas no Dips, que poderiam gerar um ruptura planar em relação a cada face livre. 2.3.4 Swedge Swedge é um programa semelhante ao RocPlane. É utilizado para avaliação de estabilidade de taludes rochosos com superfície de deslizamento formada pela interseção de dois planos de descontinuidades, formando um bloco em forma de cunha. Os procedimentos de avaliação do programa é semelhante ao RocPlane, calculando o fator de segurança das cunhas com orientação conhecida através de um método determinístico. 22 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Estado de Tensões O conhecimento da distribuição e intensidade de diversas forças em um meio rochoso continuo é empregado na avaliação da integridade e segurança de obras de engenharia e de empreendimentos de mineração. Além destes usos, é aplicado na indústria petrolífera e nas analises de risco sísmico. Estas duas ultimas aplicações tratam das informações de tensão em grandes áreas e a grandes profundidades, relacionadas a sismos e movimento relativo de placas litosféricas. O estado de tensão que interessa as obras de engenharia é mais localizado, restringindo-se em área e em profundidade. Nas zonas de bordas de placas envolvidas em colisão continental, as direções das tensões determinadas in situ geralmente coincidem com aquelas do movimento relativo das placas vizinhas. No seu interior, as variações reológicas das rochas da crosta terrestre, anisotropias geológicas, energia termal, processos físico- químicos, processos tectônicos, cargas litostáticas e irregularidades topográficas podem influenciar no quadro de tensão natural. Desses fatores, são importantes para as obras de engenharia, aqueles associados a anisotropias geológicas e a irregularidades topográficas (MIOTO; COELHO, 1998). O estado de tensão natural das rochas (tensões preexistentes) é perturbado quando se executa escavações para túneis, fundações de barragens, taludes, poços de acesso a galeria de mineração. O desenvolvimento de qualquer um desses projetos induz uma redistribuição de tensões nas rochas (tensões induzidas) nas vizinhanças do espaço ocupado pela obra. Esta redistribuição se traduz em deformações de varias magnitudes que podem levar as rochas a se romper gradativamente num processo de “embarrigamento” da superfície escavada, desplacamento de paredes e teto de túneis e galerias, desmoronamentos de paredes de poços ou de modo brusco como a “explosão” de rochas em cavidades (MIOTO; COELHO, 1998). 23 O estado de tensão nas rochas pode ser avaliado mediante a aplicação de métodos quantitativos e qualitativos, diretos e indiretos. 3.1.1 Tensão e Campo de Tensões Tensão é o termo genérico para o esforço resistente no interior de um corpo quando submetido a uma carga denominada esforço solicitante, é análogo ao fenômeno elementar Pressão que ocorre nos fluidos, utilizando inclusive a mesma unidade, considerando não apenas forças perpendiculares ao plano ou seção considerada, mas também forças oblíquas e tangenciais a esse plano ou seção, que o sólido é capaz de suportar. Todo corpo solicitado por uma força ou pela resultante de um conjunto de forças quaisquer se deforma gerando tensões internas. As principais forças que induzem o estado de tensão em maciços rochosos superficiais são produzidas pelo campo gravitacional terrestre, desconsiderando forças menores produzidas por campos magnéticos (MIOTO; COELHO, 1998). Na avaliação do estado de tensão das rochas, considera-se apenas a força produzida pela aceleração devido a ação da gravidade terrestre. O termo tensão envolve dois conceitos: tensão em um plano e tensão em um ponto. O primeiro define a tensão como a força por unidade de área para um dado elemento de um plano considerado. Figura 3. 1- Distribuição de vetores de força. (a) afloramento rochoso; (b) resultantes no plano considerado (MIOTO; COELHO, 1998). 24 As forças de superfície, que atuam na face livre de um corpo rochoso (por exemplo, a superfície de um afloramento), correspondem à força da pressão atmosférica. Em profundidade, as forças de massas (gravitacional) passam a atuar em todas as partículas das rochas até um plano considerado. Este plano não se sujeita a esforços uniformemente distribuídos em toda a sua extensão (variando de ponto a ponto), refletindo irregularidades da superfície terrestre e características das rochas até o plano. As forças de superfícies atuantes neste plano não são perpendiculares ou paralelas ao mesmo, mas oblíquas, podendo entretanto ser decompostas em forças normais e de cisalhamento, a ver na Figura 2.1 (MIOTO; COELHO, 1998). A distribuição espacial das tensões principais que atuam em um ponto pode ser obtida com o auxilio do elipsoide de tensão, na Figura 2.2. O estado triaxial, mais comum na natureza, é aquele no qual as três tensões principais são diferentes entre si e não são nulas; o biaxial se caracteriza por uma delas nula; o estado uniaxial de tensão pressupõe duas delas nulas, excluindo-se σ1 e σ3, nulas ao mesmo tempo. A referencia ao estado de tensão hidrostático (fluidos, rochas dúcteis) implica σ1 = σ2 = σ3, acarretando elipsoide esferoidal. Na natureza, a tensão varia de ponto a ponto, ou seja, cada ponto sujeita-se a um estado de tensão. A distribuição destes estados de tensão, em um determinado instante, é denominada campo de tensões. Campos de tensões homogêneos não ocorrem, por duas razões: pela influencia de forças de massa que provocam variações nas tensões ponto a ponto e por causa das propriedades intrínsecas dos constituintes dos maciços rochosos (densidade dos minerais, foliação, acamamento e estruturas rúpteis) que respondem de modo diferente as solicitações. Figura 3. 2– Elipsóide de tensão triaxial. 25 Define-se como tensão natural a que ocorre nas rochas, na ausência de qualquer perturbação causada pelo homem (HAYETT et al., 1986), resultando de uma complexa interação entre as ações de esforços gravitacionais, esforços tectônicos, variação de energia térmica e processos físicos-quimicos. Portanto, o estado de tensão natural resulta de sucessivos eventos da historia geológica do maciço rochoso, correspondendo ao produto de vários estados de tensão anteriores. Tensão induzida é o estado da tensão consequente da redistribuição das tensões preexistente devido á intervenção física no maciço rochoso, como a escavação de um túnel ou de uma cava de mineração. A tensão residual é o estado de tensão remanescente no maciço rochoso ao termino do mecanismo que lhe deu origem. Tensão tectônica é o estado de tensão devido ao deslocamento relativo entre placas litosféricas ou outro processo geológico da dinâmica interna terrestre. O termo paleotensão é usado para caracterizar um estado de tensão natural que não é mais ativo, podendo ser considerado como antigo e não mais atuante, difere de tensão residual, um estado de tensão antigo ainda atuante. 3.1.2 Origem das Tensões Naturais Heim (1912) apud (HASUI; MIOTO, 1992) postulou que a componente da tensão vertical estava relacionada ao peso das camadas sobrejacentes e que as componentes das tensões horizontais eram de igual magnitude, isto levou a se considerar que o estado de tensão no interior do maciço tende a ser hidrostático. Esta tendência, considerando-se um período de tempo geológicoe o comportamento deformacional de alguns maciços rochosos, também foi sugerida por Talobre (1967) apud (HASUI; MIOTO, 1992). Está afirmativa é verdadeira quando se trata de depósitos de sal. Na década de 50, Terzaghi e Richart (1952) apud (HASUI; MIOTO, 1992) propuseram que maciços de comportamento rúptil, deformações na direção vertical devido ao próprio peso, também apresentavam deformação lateral. A relação entre a deformação lateral e a deformação axial de uma rocha é denominada coeficiente de Poisson. Quando não há deformação lateral, significa que são desenvolvidas 26 tensões horizontais associadas à presença de rochas, nas vizinhanças, inibindo a deformação. A formulação deste conceito é dada por relações entre σh (as duas tensões horizontais são iguais), σv (tensão vertical devido ao próprio peso) e 𝑣 (coeficiente de Poisson), sendo expressa pela seguinte relação: Eq. 1 𝜎ℎ = 𝑣𝜎𝑣 (1−𝑣) Para as rochas, n varia entre 0,15 e 0,35. São comuns os valores 0,25 refletindo a magnitude da componente horizontal da tensão igual a 1/3 da componente vertical de tensão. Este valor está abaixo do valor previsto pelo critério de Heim (σv = σn), e também se afasta de valores “medidos” nas rochas. Assim, ambas as sugestões anteriores não se aplicam a situações reais, caindo em desuso a partir da década de 80 do século XX. A componente da tensão devido a força da gravidade (σv) resulta do peso da coluna de rocha sobrejacente por área unitária de um segmento da crosta terrestre (tensão associada à força de massa). Em profundidade (h), as forças de massa, que dependem da densidade (massa especifica) das rochas (𝑑), aumentam progressivamente (ação da gravidade, g) e atuam em todas as partículas do segmento de rocha considerando: Eq. 2 𝜎𝑉 = 𝑑𝑔ℎ A Figura 2.3 apresenta esta variação σv e, rochas com massa especifica de 2,7 g/cm3 em segmento de 1 m2. Os pontos que próximos da reta são indicações de valores estimados de tensões verticais em obras de engenharia e mineração, mostrando um caráter dispersivo das determinações in situ. 27 O estado de tensão de origem tectônica está associado aos diversos ambientes e fenômenos que ocorrem com o movimento relativo das placas litosféricas. Em zonas de convergência, as direções das componentes compressivas sub-horizontais coincidem geralmente, com as direções compressivas das componentes de tensões “medidas” nos maciços. Nestas zonas, ocorrem os fenômenos atuais mais intensos de deformação das rochas de atividade magmática e de liberação de energia sísmica. Na zona de afastamento de massas continentais, os sentidos das componentes distensivas sub-horizontais são os mesmos deduzidos pela analise de mecanismo focal de sismos e inserção de rochas magmáticas. Em zona de soerguimento, no interior de placa litosferica, o alivio das tensões verticais favorece o desenvolvimento das tensões sub-horizontais que tendem a distensão nas suas vizinhanças. O estado de tensão tende a um rearranjo, buscando o equilíbrio entre as massas lateralmente opostas. Estes fenômenos são expressivos na região dos grandes lagos africanos e na região andina, por exemplo. Estes esforços, redistribuídos no interior da placa, também são responsáveis pela reativação de diversas fraturas e falhas originadas em processos tectônicos mais antigos. Para obras de engenharia, interessa o reconhecimento das tensões envolvidas nesta reativação e a pequena profundidades, no sentido de qualificar as direções das tensões principais, normalmente muito próximas daquelas obtidas pelos métodos de determinação in situ. Figura 3. 3- Valores de tensões verticais determinados em projetos de mineração (Hoek e Brown, 1980) 28 3.1.3 Tensões Induzidas em Engenharia Antes de qualquer escavação, o maciço rochoso acha-se em equilíbrio sob ação das tensões naturais uniformemente distribuídas. Quando se escava a rocha, ocorre uma modificação do campo de tensões naturais, surgindo um campo induzido. Junto a superfície da escavação, a tensão menor sofre relaxamento, podendo gerar, ou mesmo ficar negativa (tração) enquanto que a tensão maior pode sofrer uma grande concentração, aumentando substancialmente o seu valor e, em alguns casos, ultrapassando a própria resistência da rocha. A obtenção de uma situação de equilíbrio depende da capacidade do maciço de acomodarem-se as novas tensões geradas. Em obras de escavação de maciços rochosos para execução de taludes, o reequilíbrio e a concentração das tensões se verificam aos pés das encostas ou em suas proximidades. A Figura 3.4 mostra esta redistribuição para as condições de maciços rochosos homogêneos e heterogêneos. No primeiro caso, verifica-se o máximo de tensões de cisalhamento no fundo do vale, associadas a concentração das tensões horizontais responsáveis pelo desenvolvimento de juntas sub- horizontais (MIOTO; COELHO, 1998), no segundo caso, a distribuição das tensões é anômala, atingindo valores máximos na base do talude do lado direito. Figura 3. 4 – Modelos teóricos para o desenvolvimento de tensões máximas de cisalhamento em vales com maciços rochosos homogêneos (a) e heterogêneos (b) (Goodman, 1989) 29 3.2 Estrutura e Deformação O termo estrutura é utilizado para se referir ao arranjo espacial dos constituintes de um todo. Na geologia, o todo é a Terra e os constituintes podem ser os átomos/íons, os minerais, as rochas, um conjunto de rochas ou camadas da Terra, de modo que podem ser reconhecidas estruturas da escala atômica até a global. Toda estrutura está sujeita a mudanças, passando de um estado inicial para um final. Esta passagem constitui o que se chama deformação. O estado inicial pode ser aquela primário de uma rocha magmática ou sedimentar, ou aquele resultante de modificações impostas por um evento deformacional anterior ao considerado. O estado final é aquele configurado pelas modificações impostas por eventos de deformação e é chamado deformação finita. Do ponto de vista teórico, a deformação envolve, isolada ou combinadamente: mudança de posição ou translação; mudança de atitude ou rotação; mudança de forma ou distorção; e mudança de volume ou dilatação, que pode ser positiva ou negativa (HASUI; MIOTO, 1992). Na mecânica, translação e rotação são dois tipos de movimentos nos quais há apenas migração de massa, sem modificações nas distancias entre os seus pontos, enquanto nos dois outros tipos há transformações qualitativas, com os pontos não preservados as distancias entre si. Sucede que a deformação das massas rochosas envolve, sempre, alguma distorção, translação e rotação, e é comum a dilatação; por isso, em geologia, a noção de deformação engloba todas estas transformações, ainda que a abordagem seja feita isoladamente e quase sempre limitando-se à rotação e à distorção. As mudanças na crosta terrestre e consequentemente nos maciços rochosos onde é necessária a intervenção, tem em seu registro estrutural as deformações impostas de movimentos e esforços tectônicos anteriores. 30 3.2.1 Comportamento das Rochas Genericamente, o comportamento pode ser classificado como: Rúptil, clástico, friável ou quebradiço, quando prevalecem processos de fragmentação; Dúctil ou plástico, quando prevalece o fluxo plástico; e elástico. O limite entre os comportamentos dúctil e rúptil é transicional, existindo uma faixa onde ambos incidem. Dai as menções aos comportamentos intermediários rúptil-dúctil, quando se observam rupturas e algum fluxo plástico, e dúctil-ruptil, quando se dá fluxo plástico e ocorre algum faturamento. O esquema da Figura 3.5 ilustra os quatro tipos de comportamento mecânico das rochas (HASUI;MIOTO, 1992). O campo de comportamento rúptil situa-se, genericamente, entre a superfície terrestre até 10-15 km de profundidade, sendo a fragmentação incoesa nos primeiros 4 quilômetros e coesa dai para baixo. Essa porção crustal é referida como crosta rúptil. A maioria dos sismos tem hipocentros nesta zona, razão pela qual se fala também em crosta sísmica. As rochas que se forma ao longo das zonas de atrito de blocos cataclásticas. A 10-15 km de profundidade, passa-se, transicionalmente, para o comportamento dúctil. Esta zona de transição é marcada por temperaturas de 150-250°C. Abaixo desta zona, vem o domínio de comportamento dúctil, a crosta dúctil ou assísmica. As rochas afetadas por fluxos plásticos na Figura 3.6. Figura 3. 5- Esquemas de deformação. (a) Dúctil ; (b) Dúctil- Rúptil; (c) Rúptil-Dúctil; e (d) Rúptil (HASUI; MIOTO, 1992) 31 Como esta monografia trata da avaliação geotécnica de uma pedreira, as estruturas geológicas que afetam a estabilidade dos taludes são as que consistem numa descontinuidade mecânica, portanto, o texto contemplará somente o comportamento rúptil. 3.2.1.1 Deformação Coaxial Numa situação de comportamento rúptil, a deformação origina descontinuidades. Estas são denominadas: • Fraturas de partição (T e T´ na Figura 3.7; também chamadas fraturas de extensão ou de distensão ou, inadequadamente, de tração ou de tensão (HASUI; MIOTO, 1992). T´ nem sempre é desenvolvida. • Fraturas de cisalhamento, que normalmente aparecem como par conjugado (C e C´ na Figura 3.7). Este par é simétrico em relação a T, formando ângulo ϴ da ordem de 30º, se a rocha for isotrópica e homogênea; as anisotropias e heterogeneidades existentes influirão neste ângulo. Também, se a deformação prosseguir após a formação destas fraturas, o ângulo se modificará, até se paralelizar ao plano de fluxo. Os eixos X, Y, Z e os correspondentes σ1, σ2, σ3 dispõem-se como mostrado na Figura 3.7. As descontinuidades referidas podem aparecer nas rochas formando juntas, falhas e fraturas. O conjunto de tais feições geológicas tende a ser simétrico se o maciço for isotrópico e homogêneo; as fraturas de cisalhamento tendem a ter igual Figura 3. 6 - Passagem do domínio rúptil para o dúctil. Ilustrado por falha F e zona de cisalhamento ZC (SIBSON, 1977), modificado por (HASUI; MIOTO, 1992). 32 desenvolvimento. As anisotropias e heterogeneidades influirão na geometria do conjunto. 3.2.1.2 Deformação Não-Coaxial No caso de comportamento rúptil, as descontinuidades que se desenvolveram são: • Fraturas de partição (T; também chamadas fraturas de extensão ou de distensão ou, inadequadamente, de tração ou de tensão); • Fratura de cisalhamendo de Riedel (Sintetica ou R), fazendo ângulo de ϴ/2 com a direção do binário; • Fratura de cisalhamento conjugada de Riedel (Antitética ou R´), fazendo ângulo de 90º-(ϴ/2) com a direção do binário; • Fratura de cisalhamento P (sintética secundária), fazendo ângulo de ϴ/2 com o binário; • Fratura de cisalhamento X (antitética secundária), com ângulo de 90º-(ϴ/2) com o binário; e • Fratura de cisalhamento Y ou D, que se formam paralelamente ao binário, em casos extremos. As descontinuidades referidas expressam-se nas rochas em forma de juntas e falhas e os conjuntos de tais feições geológicas tende a ser assimétrico. R, P, X e Y envolvem movimentos coerentes com o binário; R´ se movimenta contrariamente. Se o maciço afetado for isotrópico e homogêneo, tais fraturas podem-se formar com as citadas relações angulares. Se a deformação progride, elas tendem a ser rotacionadas, no sentido de ficarem paralelizadas ao binário; R´ se movimenta Figura 3. 7 – Descontinuidades na deformação coaxial. (a) Identificação dos tipos; (b) Esquema do caso de desenvolvimento de C e C´. O circulo indica o estado indeformado no interior do bloco (HASUI; MIOTO, 1992). 33 contrariamente. Se o maciço for anisotrópico, as anisotropias existentes influem na orientação das fraturas e as relações serão diversas das referidas, representação na Figura 3.8. 3.3 Estruturas Fundamentais O tipo fundamental de estruturas para a estabilidade de maciços rochosos, são as rúpteis, representadas por descontinuidades classificadas como juntas, falhas, fraturas e clivagem de fratura, descritas a seguir. 3.3.1 Juntas As juntas ou diaclases são descontinuidades que se apresentam em superfícies paralelas ou subparalelas, compondo famílias de juntas; estas, em geral, comparecem em duas ou mais, entrecruzando-se e compondo sistemas de juntas, que isolam blocos poliédricos, cujas formas e dimensões dependem das orientações e espaçamento das juntas. Elas podem se formar por ação das tensões regionais, aparecendo em grandes áreas, em famílias que, normalmente, não tem igual expressão de ponto a ponto podem se formar por rápida exumação (HASUI; MIOTO, 1992). Para fins descritivos, as juntas podem ser classificadas segundo diversos critérios, como: Figura 3. 8- Descontinuidades formadas em faixas afetadas por cisalhamento não-coaxial. R - Fratura de cisalhamento de Riedel; R´ - Fratura de cisalhamento conjugada de Riedel; T - Fratura de partição; P, Y e X são fraturas de cisalhamento. X//σ3 e Z//σ1 são os eixos cinemáticos e dinâmicos no instante da deformação (HASUI; MIOTO, 1992). 34 a. Relação com outras estruturas planares. Podem ser reconhecidas: Juntas direcionais; Juntas transversais; e Juntas oblíquas. b. Relação com dobra. Podem ser distinguidas: Juntas longitudinais, que são paralelas ao eixo da dobra; Juntas transversais, que são perpendiculares ao eixo da dobra. c. Tipo de arranjo. Podem ser referidas: juntas concêntricas; juntas radiais; juntas escalonadas. d. Origem. Podem ser: juntas de partição, distensão ou extensão (que alguns chamam inadequadamente de juntas de tensão ou tração), e juntas de cisalhamento. Alguns aspectos podem permitir a qualificação do tipo de junta, quanto a sua origem. Por exemplo, uma família de juntas preenchidas durante o seu desenvolvimento pode ser qualificada como do tipo de partição; uma família, em que alguns de seus planos permitiram atrito de blocos, durante a sua formação, pode ser qualificada como de cisalhamento. Considerando apenas as famílias de juntas, não é possível avançar em interpretações genéticas. As relações angulares, que tem sido utilizadas com frequência, raramente são adequadas para esta finalidade. Isto é compreensível, umas vez que: a. Os maciços, na maioria dos casos, possuem anisotropias; b. As juntas não se formaram todas ao mesmo tempo, mas tiveram desenvolvimento diácrono no maciço; assim, no desenvolvimento de uma junta, as anteriores poderiam ter influenciado como anisotropias; c. Se a deformação prossegue, a atitude das juntas formadas será modificadas; d. As relações angulares não são tão regulares quanto previstas teoricamente e os desvios inibem a aplicação dos modelos. Aliás, são estas restrições que tem limitado o estudo de juntas em seus aspectos geométricos. 3.3.2 Falhas As falhas, paráclases ou zonas de cisalhamento rúptil são descontinuidades ao longo das quais os blocos separados sofrem deslocamentos, atritando-se um 35 contra o outro e impondo fragmentação das rochas. A espessura das rochas cataclásticas pode-se limitar a de uma película escura nas duas faces que se atritaram, mas pode alcançar espessura de centenas de metros, falando-se, então, nesse caso de zona de falha. As falhas e zonas de falhas são marcadas pelo plano de falha, espelho de falha, estria de falha e pelos produtos de cominuição que constituem a série de rochas cataclásticas. Na impossibilidade de observar tais elementos comprovadores da presença delas, utilizam-se critérios indiretos
Compartilhar