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PORTUGUÊS - OFICIAL PM - POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 2 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. Copyright © 2016 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da Loja do Concurseiro. Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja do Concurseiro. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 3 PROGRAMA: PORTUGUÊS 1. Apreensão dos sentidos de um texto. 2. Coesão e coerências textuais. GRAMÁTICA: 1. Estrutura e organização de textos. 2. Coesão e coerência. 3. O período e sua construção; o período simples e o período composto. 4. Coordenação e subordinação. 5. Discurso direto e discurso indireto. 5. A frase e sua construção. 6. A oração e seus termos. 7. Classe, estrutura e formação de palavras. 8. Concordância verbal e nominal. 9. Regência verbal. 10. A variação gramatical na diversidade da língua. 11. Pontuação. 12. O sistema ortográfico. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos. TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Nesse processo, buscam-se: a) a ideia principal (ou básica); b) as ideias secundárias; c) o reconhecimento de palavras ou expressões que possam dar validade ao entendimento das ideias expressas no texto. ORIENTAÇÃO: Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve responder a questões de compreensão de textos, observe o seguinte: 1) Atenha-se exclusivamente ao texto. 2) Proceda através de eliminação de hipóteses. 3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma palavra decide a melhor alternativa. 4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que melhor sintetiza o texto. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 1. IDENTIFICAR – reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se termos, como os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. COMPARAR – descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. COMENTAR - relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. RESUMIR – concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. PARAFRASEAR – reescrever o texto com outras palavras. LÍNGUA PORTUGUESA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 4 EXEMPLO TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES "O HOMEM UNIDO ” A INTEGRAÇÃO DO MUNDO A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE A UNIÃO DO HOMEM HOMEM + HOMEM = MUNDO A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) Atentem para esta distinção: INTERPRETAR x COMPREENDER INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA - EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR. - TIPOS DE ENUNCIADOS • Através do texto, INFERE-SE que... • É possível DEDUZIR que... • O autor permite CONCLUIR que... • Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que... - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO. - TIPOS DE ENUNCIADOS: • O texto DIZ que... • É SUGERIDO pelo autor que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação... • O narrador AFIRMA... ERROS DE INTERPRETAÇÃO É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. c) Contradição Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. É preciso estar atento para a ideia principal de cada parágrafo, só assim se assegura um caminho que levará à compreensão do texto. Pode-se, tranquilamente, ser bem-sucedido numa interpretação de texto. Para isso, deve-se observar o seguinte: Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente; Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa, às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem; O autor defende ideias e você deve percebê-las; As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si; Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. A interpretação não depende de cada um, mas, sim, do que está escrito. "O que está escrito, escrito está." POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 5 DICA DE INTERPRETAÇÃO: comece pelas questões mais curtas; diante das opções, elimine as improváveis; muitas vezes há alternativas tão absurdas que dispensam a leitura integral do texto. Às vezes, citam dados, informações que sequer são mencionados no texto. PASSOS PARA LEITURA E ENTENDIMENTO DO TEXTO O candidato deve fazer dois tipos de leitura: 1ª leitura informativa: para buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo, que constituem as palavras-chave do texto em torno das quais as outras se organizam para dar significação e produzirem sentidos. 2ª leitura interpretativa: para compreender, analisar e sintetizar as informações do texto. A leitura interpretativa requer: * compreensão: entender a mensagem literal contida no texto. As questões versam sobre a postura ideológica do autor, a ideia central, a tese defendida. * análise: depreender do texto a informação essencial. Para isso é importante buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo, elas constituirão as palavras-chave do texto. Atentar para os modos de articulação das ideias. * síntese: organizar as ideias principais do autor para chegar à expressão que constitui a tese defendida pelo autor durante todo o texto. Nas questões de compreensão / interpretação de texto, o candidato deve, além da compreensão, análise e síntese, destacar, em cada parágrafo, a informação básica, para facilitar a compreensão do texto. Há diferença no objetivo das questões de compreensão e de interpretação de textos 1. Compreensão ou Intelecção de Texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. 2. Interpretação de Texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. Dicas importantes para a análise de textos: 1. Não extrapole ao que está escrito no texto. Muitas vezes, por se tratar de fatos reais, o candidato interpreta o que não está escrito. Deve-se ater somente às informações que estão relatadas. 2. Não valorize apenas uma parte do contexto. O texto deve ser considerado como um todo, não se atenha à parte dele. 3. Sublinhe as palavras-chave do enunciado, para evitar entender justamente o contrário do que está escrito. Leia duas vezes o comando da questão, para saber realmente o que se pede. Tome cuidado com algumas palavras, como: pode, deve, não, sempre, é necessário, é obrigatório, correta, incorreta, exceto, erro etc. 4. Se o comando pede a ideia principal ou tema, normalmente deve situar-se no primeiro ou no último parágrafo - introdução e conclusão. 5. Se o comando busca argumentação, deve localizar-se nos parágrafos intermediários - desenvolvimento. 6. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 7. Tomar cuidado com os vocábulos relatores, os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 6 TIPOLOGIA TEXTUAL A Tipologia Textual define, em linhas gerais, os seguintes tipos (básicos) de texto em prosa: 1. Descritivo 2. Narrativo 3. Dissertativo 1. Descritivo: é o texto do objeto - da impressão física, da imagem, da cor, do aroma, da beleza, da feiura, do relevo, da paisagem, da precisão quanto aos aspectos físicos. Predomina o tempo pretérito imperfeito ou mesmo o presente ( indicativo e subjuntivo). Exemplos: os aspectos físicos e tipos humanos de uma favela carioca, a obra de um sociólogo que descreve o biótipo de um determinado povo, o texto de um “folder” turístico etc. 2. Narrativo: texto utilizado para contar um caso, narrar fato(s), historiar acontecimentos, não importando se fictícios ou verídicos. Predominam neste texto os tempos pretéritos: perfeito ou imperfeito. A ação é um dos principais ingredientes da narração. O tempo é outro dos ingredientes. O autor, muitas vezes, utiliza personagens que dialogam. Exemplos: uma crônica, um caso, um conto, uma notícia de jornal, uma partida de futebol, um romance, uma parábola, uma historinha infantil etc. 3. Dissertativo: é o texto da ideia - da opinião, do ponto de vista. Privilegia o discurso indireto ( 3ª pessoa ), embora possa redigido na 1ª pessoa. Aborda, quase sempre, um tema palpitante do comportamento humano: justiça social, ética (práticas aéticas), ecologia (crimes ambientais), paz (violência urbana), democracia, liberdade, futuro do homem ( seus medos e anseios) etc. Exemplos: um editorial de jornal, um artigo do Diogo Mainardi (Veja), um texto de pensamentos filosóficos etc. Há ainda outros tipos de textos: Texto Injuntivo: qualquer texto que tenha a finalidade de instruir o leitor (interlocutor). Por esse motivo, sua estrutura se caracteriza por verbos no imperativo: ordenando ou sugerindo. a) Injuntivo-instrucional: quando a orientação não é coercitiva, não estabelece claramente uma ordem, mas uma sugestão, um conselho. Exemplos: a) o texto que predomina num livro de autoajuda; b) o manual de instruções de um eletroeletrônico; c) o manual de instruções ( programação ) sobre metas, funções etc.; d) uma ingênua receita de bolo escrita pela avó... b) Injuntivo-prescritivo: a orientação é uma imposição, uma ordem baseada em condições sine qua non. Exemplos: a) a receita de um médico (a um paciente) transmitida à enfermeira responsável; b) os artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal; c) a norma culta da Língua Portuguesa; d) as cláusulas de um contrato; e) o edital de um concurso público... Texto expositivo: apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição, a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto. Um fato importante é a apresentação de bastante informação, caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível. Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de argumentos se faz necessário para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto. O texto expositivo deve ser abrangente, deve permitir que seja compreendido por diferentes tipos de pessoas. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 7 A fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da história. A fábula está presente em nosso meio há muito tempo e, desde então, é utilizada com fins educacionais. Muitos provérbios populares vieram da moral contida nesta narrativa alegórica, como por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em “A lebre e a tartaruga” e “Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade” em “A cigarra e as formigas”. Portanto, sempre que redigir uma fábula lembre-se de ter um ensinamento em mente. Além disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que trata- se de uma narrativa. Por ser exposta também oralmente, a fábula apresenta diversas versões de uma mesma história e, por este motivo, dá-se ênfase em um princípio ou outro, dependendo da intenção do escritor ou interlocutor. É um gênero textual muito versátil, pois permite diversas situações e maneiras de se explorar um assunto. É interessante, principalmente para as crianças, pois permite que elas sejam instruídas dentro de preceitos morais sem que percebam. E outra motivação que o escritorpode ter ao escolher a fábula na aula, no vestibular ou em um concurso que tenha essa modalidade de escrita como opção é que é divertida de se escrever. Pode-se utilizar da ironia, da sátira, da emoção, etc. Lembrando-se sempre de escolher personagens inanimados e/ou animais e uma moral que norteará todo o enredo. A Crônica é uma reflexão sobre o acontecido. A crônica é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa. A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo. A crônica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido. Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se invariavelmente na 1ª pessoa. Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o discurso. A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a ambiguidade, a antítese, a conotação, etc. A sua estrutura assemelha-se à de um conto, apresentando uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 8 Discurso Os personagens que participam da história evidentemente falam. É o que se conhece como discurso, que pode ser: 1) Direto: O narrador apresenta a fala do personagem, integra, palavra por palavra. Geralmente se usam dois pontos e travessão. Ex.: o funcionário disse ao patrão: - Espero voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo: - Posso chegar mais tarde? 2) Indireto: O narrador incorpora à sua fala a fala do personagem. O sentido é o mesmo do discurso direto, porém é utilizada uma conjunção integrante (que ou se) para fazer a ligação. Ex.: O funcionário disse ao patrão que esperava voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais tarde. Obs.: O conhecimento desse assunto é muito importante para as questões que envolvem as paráfrases. Cuidado, pois, com o sentido. Procure ver se está sendo respeitada a correlação entre os tempos verbais e entre determinados pronomes. Abaixo, outro exemplo, bem elucidativo. Minha colega me afirmou: - Estarei aqui, se você precisar de mim. Minha colega me afirmou que estaria lá se eu precisasse dela. O sentido é, rigorosamente, o mesmo. Foi necessário fazer inúmeras adaptações. 3) Indireto livre É praticamente uma fusão dos dois anteriores. Percebe-se a fala do personagem, porém sem os recursos do discurso direto (dois pontos e travessão) nem do discurso indireto (conjunções que ou se). Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida deserta. Será que vai chover, logo hoje, com todos esses compromissos!? Exemplo prático de tipos textuais (fragmentos de Cora Coralina): “Fui criada ( e até hoje moro ) numa casa simples, mas de cômodos bem amplos e confortáveis. Um jardim colorido e aromático. Beija-flores por aqui não faltam. Tenho duas filhas. Ana, uma menina alta, meio desengonçada, mas de um brilho especial nos olhos muito pretos. Virgínia, uma menina muito magra, gestos e rosto delicados, tem uma cabeleira tão ruiva que poderia ser confundida com uma dessas atrizes do cinema americano....” Texto descritivo. “Certo dia, minhas duas filhas e eu fomos passear pelo sítio. Na margem do rio havia uma pequena canoa. O espírito de aventura falou mais alto. Entramos na canoa e, no meio do leito, notamos a água infiltrando-se. Percebi o desespero das meninas, mas tive de aparentar toda a calma e...” Texto narrativo. “A vida de uma mulher não é fácil em parte alguma deste mundo. A sociedade machista impõe-lhe regras e destinos que ela jamais pode escolher. A mulher será sempre uma escrava totalmente submissa ao marido, às tradições, aos costumes e à hipocrisia chauvinista dos...” Texto dissertativo. “Minhas receitas preferidas. Bolo de Banana. Caramelize uma forma com açúcar, corte 10 bananas no sentido do comprimento, coloque-as na forma, bata 4 ovos com uma xícara de leite, duas de farinha de trigo e uma colher de fermento. Despeje a massa na forma, polvilhe (a gosto) com canela e açúcar e leve ao forno pré-aquecido em 180ºC. Deixe...” Texto injuntivo (instrucional). “Como fazer um parto de emergência ( recado para minhas filhas e netas). Mantenha a calma. Prepare uma superfície limpa para ela se deitar. Pegue uma tesoura e três pedaços de linha de 25cm. Ferva tudo por 10 minutos. Dobre um cobertor e coloque-o sobre a futura mamãe. Lave bem as mãos e as unhas com água e sabão. Quando as contrações aumentarem...” Texto injuntivo-prescritivo. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 9 Paráfrase: é a reescritura de um texto sem alteração de sentido. Questões de interpretação com frequência se baseiam nessa técnica. Vários recursos podem ser utilizados para parafrasear um texto. 1) Emprego de sinônimos Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados. Conquanto retomasse cedo, deixava os genitores preocupados. 2) Emprego de antônimos, com palavra negativa. Ex.: Ele era fraco. = Ele não era forte. 3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que remetem a outros já citados no texto. Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema. Paulo e Antônio já saíram. Aquele foi ao colégio; este, ao cinema. Aquele = Paulo este = Antônio 4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa. Ex.: É necessário que todos colaborem. É necessária a colaboração de todos. 5) Omissão de termos facilmente subentendidos. Ex.: Nós desejávamos uma missão 'mais delicada, mais importante. Desejávamos missão mais delicada e importante. 6) Mudança de ordem dos termos no período. Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou quatro meses de investigação. Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro meses de pesquisa, seria esquecido. 7) Mudança de voz verbal Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa) Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim. (voz passiva) Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3a pessoa do plural), haverá duas mudanças possíveis. Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica) Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética) 8) Troca de discurso Ex.: Pedro disse: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto) Pedro disse que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto) 9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no capítulo seguinte) e vice-versa Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano. 10) Troca de locuções por palavras e vice-versa: Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu. O homem urbano não conhece a linguagem celeste. Vamos então fazer um exercício. Leia o trecho abaixo e anote a alternativa em que não ocorre uma paráfrase. O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, pornão reconhecer no seu íntimo a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas. a) Frequentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por não reconhecer no seu íntimo o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam simples ou grandiosas. b) Não reconhecendo em seu âmago a importância de todos os momentos, de todas as coisas, simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado. c) Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos os momentos, de todas as coisas, sejam elas simples ou não, o homem vai pela vida frequentemente desnorteado. d) O ser humano segue, com frequência, vida afora, sem rumo, porquanto não reconhece, em seu interior, a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas. e) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por não reconhecer, em seu mundo íntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples ou grandiosa. Gabarito: Alternativa e) O advérbio “sempre” não significa “muitas vezes”. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 10 EXERCÍCIO DE TIPOLOGIA TEXTUAL 1. identifique o tipo de redação apresentando: (1) descrição (2) narração (3) dissertação ( ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguirá vencer os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muitos conhecidos. Quaisquer medidas econômicas, por si sós, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades que elaboram não contarem com o apoio da opinião pública, em meio a uma comunidade de cidadãos conscientes. ( ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. Ao centro avista-se um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos a dança rodopiante dos pequenos peixes. Em volta deste lago pairam, imponentes, árvores seculares que parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se sucedem pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local, imprimindo à paisagem um clima de tranquilidade e aconchego. ( ) As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento; um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos. ( ) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 12º andar de um edifício da Avenida Paulista. De lá avistava todos os dias a movimentação incessante dos transeuntes, os frequentes congestionamentos dos automóveis e a beleza das arrojadas construções que sucedem do outro lado da avenida. Estes prédios moderníssimos alternavam-se com majestosas mansões antigas. O presente e o passado ali se combinavam e, contemplando aquelas mansões, podia-se, por alto, imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a paisagem desta mesma avenida, hoje tão modificada pela ação do progresso. ( ) Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são incalculáveis os danos que o homem vem causando ao meio ambiente. O desmatamento de grandes extensões de terra, transformando-as em verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da poluição e a matança indiscriminada de muitas espécies são apenas alguns aspectos a serem mencionados. Os que se preocupam com a sobrevivência e o bem-estar das futuras gerações temem que a ambição desmedida do homem acabe por tornar esta terra inabitável. ( ) O candidato à vaga de administrador entrou no escritório onde iria ser entrevistado. Ele se sentia inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre se sentia assim quando estava por ser testado. O dono da firma sentou-se com ar de extrema seriedade e começou a lhe fazer as perguntas mais variadas. Aquele interrogatório parecia interminável. Porém, toda aquela sensação desagradável dissipou-se quando ele foi informado de que o lugar era seu. Gabarito: (3), (1), (2), (1), (3), (2) POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 11 EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Texto I Detector de mentira por e-mail. Cientistas norte-americanos garantem que criaram método para identificar uma mentira contada em mensagens eletrônicas (Revista Língua, nº 18, 2007 – Texto adaptado) Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, anunciaram no fim de fevereiro, início de março, ser capazes de identificar uma mentira contada por e-mail. Analisando cinco características de textos falaciosos, identificaram “pistas” que mentirosos deixam em textos escritos. Segundo os cientistas, a margem de acerto nos testes é de 70%. Os conhecimentos podem ser condensados em um programa de computador disponível já a partir do próximo ano. Textos falsos têm, por exemplo, 28% mais palavras que textos verdadeiros, descobriram os cientistas. Mas a ocorrência de frases casuais, que possam despertar ambigüidade, é bem menor nos verdadeiros que nos mentirosos. Mais detalhadas que as verdades, mentiras são contadas por meio daquilo que os pesquisadores chamam de “expressão de sentido”, como “sentir”, “ver”, e “tocar” – usadas para criar um cenário que nunca existiu. Mentirosos desconfortáveis com a própria lorota tenderiam ainda a usar palavras com sentido negativo, como “triste”, “estressado”, “irritado”. [...] O professor Jeff Hancock, coordenador do estudo, disse que, mais que ajudar as pessoas a identificar mentirinhas privadas contadas por seus parceiros amorosos, a pesquisa pode ter diversos usos públicos. 01. A leitura global do texto nos permite inferir que o autor quer: A) chamar a atenção para uma descoberta revolucionária: a mentira por e-mail pode estar com os seus dias contados. B) mostrar que a mentira é comum nos e-mails: todos mentem porque não serão descobertos. C) enfatizar que há recursos modernos para o homem se esconder atrás de uma cortina, a da mentira eletrônica. D) lembrar de que a mentira faz parte da vida dos homens: tanto faz mentir como dizer a verdade, não há problemas. 02. No texto: “Detector de mentira por e-mail” predominam as marcas de um texto: A) narrativo. C) descritivo. B) dissertativo. D) narrativo-argumentativo. TEXTO II Não existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos sem Senna ... Não há calendário para a saudade. (Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil) 03. Segundo o texto, a saudade: a) aumenta a cada ano. b) é maior no primeiro ano. c) é maior na data do falecimento. d) é constante. e) incomoda muito. 04. A segunda oração do texto tem um claro valor: a) concessivo c) causal b) temporal d) condicional e) proporcional 05. A repetição da palavra não exprime: a) dúvida c) tristeza b) convicção d) confiança e) esperança TEXTO III Passei a vida atrás de eleitores e agora busco os leitores. (José Sarney, na Veja) 06.Deduz-se pelo texto uma mudança na vida: a) esportiva c) profissional b) intelectual d) sentimental e) religiosa 07.O autor do texto sugere estar passando de: a) escritor a político d) senador a escritor b) político a jornalista e) político a escritor c) político a romancista 08.Infere-se do texto que a atividade inicial do autor foi: a) agradável c) simples b) duradoura d) honesta e) coerente 09.O trecho que justifica a resposta ao item anterior é: a) e agora c) passei a vida b) os leitores d) atrás de eleitores e) busco 10.A expressão que não pode substituir o termo agoraé: a) no momento c) presentemente b) ora d) neste instante e) recentemente POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 12 TEXTO IV Os animais que eu treino não são obrigados a fazer o que vai contra a natureza deles. (Gilberto Miranda, na Folha de São Paulo, 23/2/96) 11.O sentimento que melhor define a posição do autor perante os animais é: a) fé c) solidariedade b) respeito d) amor e) tolerância 12.O autor do texto é: a) um treinador atento d) um adestrador consciente b) um adestrador frio e) um adestrador filantropo c) um treinador qualificado 13.Segundo o texto, os animais: a) são obrigados a todo tipo de treinamento. b) fazem o que não lhes permite a natureza. c) não fazem o que lhes permite a natureza. d) não são objeto de qualquer preocupação para o autor. e) são treinados dentro de determinados limites. Texto V 14. O humor provocado pela tirinha se estabelece pela leitura: (A) do primeiro quadrinho, somente. (B) do segundo quadrinho, somente. (C) do terceiro quadrinho, somente. (D) do primeiro e do terceiro quadrinhos. (E) do segundo e do terceiro quadrinhos. TEXTO VI Segunda maior produtora mundial de embalagem longa vida, a SIG Combibloc, principal divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. A empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares de faturamento do grupo, chegou ao país há dois anos disposta a brigar com a líder global, Tetrapak, que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. Os estudos para a implantação da fábrica foram recentemente concluídos e apontam para o Sul do país, pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, com a marca de atomatado Malloa, no Chile, e a italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na Exame, dez./99) 15) Segundo o texto, a SIG Combibloc: a) produz menos embalagem que a Tetrapak. b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul. c) possui oito clientes no Brasil. d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil. e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada no país. 16) Segundo o texto: a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul. b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado. c) a empresa suíça SIG ocupa o 2º lugar mundial na produção de embalagem longa vida. d) a Unilever é empresa chilena. e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo. 17) Os estudos apontam para o Sul porque: a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida. b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul. c) A Cirio já se encontra estabelecida ali. d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc. e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora. 18) " ... que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado." Das alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original é: a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado. b) que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado. c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais mercados. d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado. e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado. 19) " ... e apontam para o Sul do país ... " O trecho destacado só não pode ser entendido, no texto, como: a) e indicam o Sul do pai b) e recomendam o Sul do país c) e incluem o Sul do país d) e aconselham o Sul do país e) e sugerem o Sul do país Gabarito: 1. A, 2. A, 3. D, 4. C, 5. B, 6. C, 7. E, 8. B, 9. C, 10. E, 11. B, 12. D, 13. E, 14. E, 15. E, 16.E, 17.B, 18.C, 19.C. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 13 Prova de Soldado/Fadesp Está chegando perto "Ando cansada de espreitar da janela de meu carro para ver se o carro vizinho me aponta a metralhadora ou se é apenas um conhecido me cumprimentando" Lya Luft Houve um tempo em que o sonho da maioria das pessoas era morar numa casa em rua calma e arborizada. Hoje queremos edifício em rua movimentada e... sorte em relação à violência, que chega cada dia mais perto. Na minha infância (leia-se década de 40), a primeira violência de que tive notícia foi o assassinato de um motorista de táxi. Táxi, chamado então, se não me engano, de carro de praça, era raramente usado. Os motoristas eram pois personagens conhecidos da gente. Aquele foi enforcado por bandidos, depois colocado no porta-malas do seu carro e levado pela cidade enquanto eles iam para a "zona" – lugar obscuro para uma criança de então, que os adultos evitavam explicar criando mais confusão –, bares e outros. Muitas noites insones passei, apavorada, no escuro, imaginando aquele defunto ambulante. Alguém comentou que ele tinha grandes olhos azuis e risada alegre. Aquele morto no seu porta- malas povoou muitas noites insones da criança que fui, ele e eu de olhos arregalados no escuro. Hoje, notícias de violência fazem parte do cotidiano de meus netos e netas, por mais sossegada e protegida que seja a sua vida. Mesmo numa cidade não tão grande nem perigosa como Rio e São Paulo, jornal, noticiosos de TV e rua de bairro são cenário de assalto, medo e morte. E nem nos ocorre deixar que essas crianças façam o que seus pais faziam nesse mesmo bairro: andar de bicicleta na calçada, jogar futebol em terreno baldio, brincar na rua, ir a pé para a escola, pegar ônibus para ir ao centro. Homens bem vestidos, metralhadoras modernas e granadas de mão invadem condomínios aparentemente seguros. Temos de um lado os marginais, de outro os chiques: o terror cada vez mais perto. Onde as autoridades redescobrem seu poder e sua função, essas organizações começam a ser desmanteladas, mas é um trabalho duro e complexo. Se tivesse recursos (escrever livro não dá para tais luxos), eu colocaria segurança na porta de cada uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos. E, se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz quando os tinha em casa: só dormiria quando todos estivessem salvos debaixo do nosso teto. O morto no escuro do porta-malas talvez nem me assustasse se eu fosse criança hoje. Vivemos a banalização da morte absurda. Neste país a cada semana morrem várias dezenas de civis inocentes e policiais corajosos. Aqui se morre mais do que na Guerra do Iraque, tantos jovens são assassinados que em breve seremos um país de velhos. Estou cansada do medo generalizado que vai disseminando uma generalizada tristeza. Cansada de espreitar da janela do meu carro para ver se do carro vizinho me apontam a metralhadora ou se é apenas um conhecido me cumprimentando. Cansada de não saber se o menino pedinte tem na mão uma navalha, se o carro atrás do meu não vai me fechar ali adiante, se... se... se... Não vivo em pânico, apesar do que escrevo aqui. Não sou particularmente covarde. Nem singularmente ousada. Sou uma mulher comum que já viveu bastante, viu bastante, mas nada que de longe se pareça com o que hoje experimentamos, nas cidades grandes e pequenas: a violência cada vez mais perto. A bela ideia de colocar 700 cruzes na Praia de Copacabana simbolizando os mortos por violência no Rio em apenas alguns dias devia ser repetida por todo o país. Em praias, praças, ruas, parques. Lá estariam, vigilantes, as vítimas dessas mortes tão evitáveis, a nos alertar de que, com vontade real de acabar com essa guerra civil, o terror sem remédio terá remédio. Educação, emprego, aconselhamento familiar, controle muito maior das drogas, leis mais severas, polícia mais valorizada, autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório. Ou logo nos crescerão orelhas e rabos: com focinho trêmulo e olhinhos assustados, seremos ratos apavorados disparando pelas ruas, entrando sorrateiramente nos edifícios e casas, espiando omundo através de grades e olhos mágicos, organizando nossos lares como minishoppings dos quais só se sai por obrigação: com comida pré-pronta, diversão cibernética, amizades idem, e lá fora uma trágica paisagem de cruzes. http://veja.abril.com.br/280307/ponto_de_vista.shtml 01. Segundo Lya Luft, a violência (A) faz parte da vida de todos os brasileiros, mesmo daqueles que levam uma vida sossegada e protegida. (B) pode ser mantida longe, se as pessoas puderem se refugiar em condomínios seguros, protegidos por seguranças armados. (C) está cada vez mais perto das cidades onde as autoridades redescobrem seu poder e sua função, combatendo as organizações criminosas. (D) ainda está longe das cidades menores, onde crianças podem andar de bicicleta na calçada, jogar futebol em terreno baldio, brincar na rua, ir a pé para a escola, pegar ônibus para ir ao centro. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 14 02. Embora declare não ser particularmente covarde, Lya Luft tem medo da “guerra civil” instalada no Brasil. Essa ideia só não aparece no enunciado (A) “...se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz quando os tinha em casa: só dormiria quando todos estivessem salvos debaixo do nosso teto”. (B) “Se tivesse recursos (escrever livro não dá para tais luxos), eu colocaria segurança na porta de cada uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos”. (C) “Educação, emprego, aconselhamento familiar, controle muito maior das drogas, leis mais severas, polícia mais valorizada, autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório”. (D) “Estou cansada do medo generalizado que vai disseminando uma generalizada tristeza. Cansada de espreitar da janela do meu carro para ver se do carro vizinho me apontam a metralhadora ou se é apenas um conhecido me cumprimentando”. 03. Apesar da tristeza e do desânimo, a autora (A) acredita que a violência pode ser combatida e aponta soluções para isso. (B) propõe que casas e edifícios reforcem a segurança com grades e seguranças armados. (C) defende a ideia de que o homem, para se afastar do terror, precisa voltar a morar em cidades menores, de ruas calmas e arborizadas. (D) julga possível viver com mais tranquilidade, desde que os cidadãos organizem suas vidas para não precisarem sair de suas casas a não ser por obrigação. 04. Na passagem “entrando sorrateiramente nos edifícios e casas, espiando o mundo através de grades e olhos mágicos, organizando nossos lares como minishoppings dos quais só se sai por obrigação: com comida pré-pronta, diversão cibernética, amizades idem, e lá fora uma trágica paisagem de cruzes”, a autora descreve um tipo de vida caracterizado, principalmente, pelo(a) (A) isolamento e pelo medo. (B) acomodação e pelo conforto. (C) conciliação e pela segregação. (D) sociabilidade e pela comodidade. 05. Em “... autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório”, Lya Luft reconhece que tem havido, em relação às medidas contra a violência, muito(a) (A) oratória e muita eficiência. (B) prolixidade e muita ação concreta. (C) palavreado inútil e pouca ação efetiva. (D) retórica produtiva e providências esparsas. 06. O texto de Lya Luft é uma crônica. Sobre esse gênero textual, só não se pode dizer que (A) contém ironia e humor. (B) é um registro de acontecimentos do cotidiano. (C) o autor escreve como se estivesse dialogando com o leitor. (D) o autor interpreta e analisa dados da realidade por meio de conceitos abstratos. 07.No trecho “E, se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz quando os tinha em casa: só dormiria quando todos estivessem salvos debaixo do nosso teto”, o futuro do pretérito foi utilizado para indicar um(a) (A) fato já consumado. (B) ação anterior a outra já passada. (C) fato incerto, duvidoso ou impossível de se realizar. (D) ação que poderá se realizar, agora ou no futuro, dependendo de certa condição. 08. Quanto às regras de ortografia e acentuação gráfica, é incorreto afirmar que, em (A) “lugar obscuro para uma criança de então”, a palavra “obscuro” tem três sílabas. (B) “com focinho trêmulo e olhinhos assustados”, há um dígrafo na palavra “trêmulo”. (C) “Aquele morto no seu porta-malas povoou muitas noites”, há um hiato na palavra “povoou”. (D) “espiando o mundo através de grades”, a palavra “através” é acentuada por ser oxítona terminada em “e”. 09. No enunciado “Hoje queremos edifício em rua movimentada”, existe um (A) objeto direto. (C) agente da passiva. (B) objeto indireto. (D) predicativo do sujeito. 10. Em “Homens bem vestidos, metralhadoras modernas e granadas de mão invadem condomínios aparentemente seguros”, o sujeito é (A) oculto. (C) composto. (B) simples. (D) indeterminado. 11. Quanto à semântica das palavras, não está correto afirmar que (A) “adivinhar” é sinônimo de “espreitar” em “Cansada de espreitar da janela do meu carro...”. (B) “desocupado” conserva o mesmo sentido de “baldio” em “... jogar futebol em terreno baldio...”. (C) “ignorado” poderia substituir “obscuro” em “... para a ‘zona’ – lugar obscuro para uma criança de então...”. (D) “zelosas” tem o mesmo sentido de “vigilantes” em “Lá estariam, vigilantes, as vítimas dessas mortes tão evitáveis...”. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 15 12. Há uma palavra formada por derivação parassintética no enunciado (A) “Vivemos a banalização da morte absurda”. (B) “... seremos ratos apavorados disparando pelas ruas...”. (C) “Lá estariam, vigilantes, as vítimas dessas mortes tão evitáveis...”. (D) “... autoridade firme e corajosa, determinação de todos e menos palavrório”. 13. No enunciado “enquanto eles iam para a ‘zona’ – lugar obscuro para uma criança de então”, a expressão em destaque poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por (A) “em tal caso”. (C) “daquele tempo”. (B) “desse gênero”. (D) “nessa situação”. 14. Há uma sequência predominantemente descritiva no seguinte fragmento de texto: (A) “Na minha infância (leia-se década de 40), a primeira violência de que tive notícia foi o assassinato de um motorista de táxi”. (B) “Não vivo em pânico, apesar do que escrevo aqui. Não sou particularmente covarde. Nem singularmente ousada. Sou uma mulher comum que já viveu bastante, viu bastante...”. (C) “Se tivesse recursos (escrever livro não dá para tais luxos), eu colocaria segurança na porta de cada uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos”. (D) “Neste país a cada semana morrem várias dezenas de civis inocentes e policiais corajosos. Aqui se morre mais do que na Guerra do Iraque, tantos jovens são assassinados que em breve seremos um país de velhos”. 15. Em relação ao emprego da crase, é incorreto afirmar que, em (A) “por mais sossegada e protegida que seja a sua vida”, não há crase por causa do pronome possessivo. (B) “ir a pé para a escola, pegar ônibus para ir ao centro”, não há crase na locução “a pé” porque “pé” é uma palavra masculina. (C) “...essas organizações começam a ser desmanteladas”, não há crase porque o verbo que segue a preposição está no infinitivo. (D) “edifício em rua movimentada e... sorte em relação à violência”, a crase assinala a fusão da preposição “a”, exigida por “relação”, com o artigo “a” que acompanha “violência”. Gabarito: 1. A, 2. C, 3. A, 4. A, 5. C, 6. D, 7. D, 8. B, 9. A, 10. C, 11. C, 12. B, 13. C, 14. B, 15.a Prova de oficial/ Fadesp Educação e violência televisiva Nos EUA, programas de TV convenientes às crianças já podem ser selecionados automaticamente. Na França, cada programa é aberto com uma tarja verde (livre), laranja (atenção!) ou vermelha (não recomendado). Embora o sistema apareçana tela em menos de cinco segundos, pesquisa comprovou que 80% dos telespectadores sabem o que significam as tarjas. No Brasil, apenas a TV Globo adverte, por áudio, que o programa é recomendável a crianças a partir de determinada idade. Cientistas e educadores constatam que muitas crianças não têm condições de diferençar a ficção da realidade. Afinal, quem de nós não acreditou em Papai Noel ou na existência da Branca de Neve? Certas cenas de filmes suscitam angústia nos telespectadores infantis, levando-os ao estresse precoce (insônia, diarréia, pavor etc.). A UNESCO pretende desenvolver um programa de educação para a imagem, a ter início com os desenhos animados. Fala-se, hoje, em "inteligência televisual" das crianças. Daí a importância de conexões entre escola e TV. No Brasil as crianças passam, em média/dia, 4 horas na escola e 4h30min diante da TV! Há escolas brasileiras que começam a dar os primeiros passos na educação para a imagem. Os alunos gravam em vídeo os anúncios e, depois, repassam na classe e debatem. Esse recurso ajuda a desenvolver um distanciamento crítico frente à publicidade. Minha geração educou-se, nos anos 50 em Belo Horizonte, em cineclubes. Os debates que se seguiam à exibição dos filmes favoreciam a nossa educação artística e política. Porém, falar em consciência crítica nessa onda de globalização que assola o Planeta é quase um palavrão. Prejudica os interesses de quem se empenha em formar, não cidadãos, mas consumidores. Nossa geração tinha referências altruístas: Jesus, Maria, São Francisco e, mais tarde, Gandhi, Luther King, Che Guevara etc. Éramos educados no idealismo, no sonho de mudar o mundo e fazer todas as pessoas felizes. Os paradigmas atuais são quase todos egocêntricos, violentos ou excessivamente erotizados: o exterminador do futuro, Rambo/Schwarzenegger, tartarugas Ninja, moças do Tchan etc. A educação resulta da confluência de ações da família, da religião, da escola e da mídia. Seu papel é interiorizar valores, padrões e normas de comportamento, e a ótica pela qual se encara a realidade, a vida, a história. Ocorre que, hoje, com a mercantilização crescente da mídia, mais interessada em entretenimento que em cultura (vide os programas POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 16 dominicais na TV, que levam ao paroxismo a imbecilização), o interesse em transformar as crianças em consumidoras precoces se sobrepõe ao empenho em incutir-lhes ética, amor ao próximo, cidadania e valores espirituais. O resultado são seres humanos agressivos, inseguros quanto às suas referências, medrosos diante do futuro e dependentes – da família, da droga ou de amizades que são cúmplices em veredas obscuras... É bom relembrar o caso dos rapazes que, há tempos, em Brasília, acenderam a pira de nossos preconceitos e queimaram um índio pataxó. Vale a pergunta: o que ouviam, em casa, seus pais comentarem sobre índios, mendigos, negros e desocupados? Acredito que o modo como a família se refere aos demais segmentos da sociedade influi decisivamente na ótica que os filhos têm de seus semelhantes. Se uma patroa trata sua empregada doméstica como se fosse uma escrava, não deveria ficar surpresa se sua família demonstra nojo frente a pessoas subalternas e tem vergonha de fazer trabalhos domésticos, como lavar, varrer etc. Os pais são sempre modelos para uma criança. É verdade que a TV é, hoje, uma máquina de incentivo à violência. Porém, não descarreguemos sobre ela toda a culpa por nossas omissões. Uma boa educação familiar reduz o impacto que ela pode ter sobre as crianças. Pesquisa recente revela que, por ano, uma criança assiste, na TV, cerca de 18 mil assassinatos (telejornais, filmes e desenhos). Se os pais nunca debatem com os filhos o conteúdo dos programas, é possível que eles se tornem mais vulneráveis. Contudo, quem reage coletivamente a programa de TV? Quem escreve para os patrocinadores dos programas antiéticos? Quem deixa de comprar os seus produtos? Muitas vezes a falta de uma educação melhor dos mais jovens tem como causa principal a omissão dos adultos. Passivos, tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta. Só a consciência de cidadania, a defesa dos direitos humanos e uma efetiva participação na vida social podem nos salvar de um futuro menos bárbaro. *Frei Betto é escritor e teólogo. Artigo divulgado no site Mídia da Paz (http://www.midiadapaz.org) e originalmente publicado em www.hypertexto.com.br. Com base no texto, assinale a única alternativa que completa corretamente as questões de 01 a 15. 01. Da leitura do texto, pode-se concluir que, para Frei Betto, (A) a televisão é a única responsável pela incitação à violência. (B) cabe à família e à escola lutar contra os efeitos nocivos da televisão. (C) é absolutamente desnecessário implementar a censura televisiva no Brasil. (D) os programas televisivos estabelecem paradigmas confiáveis para a educação infantil. 02. Frei Betto considera difícil desenvolver o senso crítico nas novas gerações, porque a (A) TV exibe cerca de 18 mil assassinatos por ano. (B) globalização impõe modelos únicos de comportamento e pensamento. (C) escola se recusa a fornecer valores altruístas, padrões e normas de comportamento. (D) mercantilização crescente da mídia deixa de lado o entretenimento, em favor da erotização. 03. Frei Betto, entre outras coisas, (A) critica um sistema que transforma as crianças em consumidoras precoces. (B) defende a importância da televisão como instrumento de educação artística e política. (C) constata que no Brasil a maioria das crianças segue a contento um programa de educação para a imagem. (D) mostra os resultados de pesquisas que responsabilizam os meios de comunicação pelo alto índice de criminalidade. 04. O que mais surpreende, quanto ao papel da televisão no Brasil, é o fato de (A) os programas dominicais levarem ao paroxismo a imbecilização. (B) as crianças passarem mais tempo diante da TV do que na escola. (C) certas cenas de filmes suscitarem angústia nos telespectadores infantis e adultos. (D) os espectadores serem advertidos quanto aos programas com cenas de violência e sexo. http://www.midiadapaz.org/ POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 17 05. Releia a seguinte passagem do texto: “Se os pais nunca debatem com os filhos o conteúdo dos programas, é possível que eles se tornem mais vulneráveis.” O enunciado implícito que poderia dar continuidade a esse trecho, sem interferir na coerência do texto, é (A) à omissão dos adultos. (B) a telejornais, filmes e desenhos. (C) à efetiva participação na vida social. (D) aos efeitos negativos da violência televisiva. 06. O único enunciado em que não há referência à responsabilidade dos adultos na formação das crianças é: (A) “Porém, não descarreguemos sobre ela toda a culpa por nossas omissões”. (B) “Passivos, tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta”. (C) “Cientistas e educadores constatam que muitas crianças não têm condições de diferençar a ficção da realidade”. (D) “Vale a pergunta: o que ouviam, em casa, seus pais comentarem sobre índios, mendigos, negros e desocupados?”. 07. Com relação à estrutura e à organização textual, pode-se afirmar que, no texto “Educação e violência televisiva”, predomina a intenção de (A) informar o leitor. (B) defender um ponto de vista, uma opinião. (C) referir características de pessoas, objetos e situações. (D) relatar fatos e acontecimentos sequenciados cronologicamente. 08. No que se refere às relações de retomada de sentido, não é correto afirmar que, em (A) “Seu papel é interiorizar valores, padrões e normas de comportamentos...”, o pronome “seu” retoma “educação”. (B) “... dafamília, da droga ou de amizades que são cúmplices em veredas obscuras...”, a palavra “que” retoma “amizades”. (C) “...não deveria ficar surpresa se sua família demonstra nojo frente a pessoas subalternas...”, o pronome “sua” retoma “empregada doméstica”. (D) “Certas cenas de filmes suscitam angústia nos telespectadores infantis, levando-os ao estresse precoce...”, o pronome “os” retoma “telespectadores infantis”. 09. Quanto às regras de ortografia e acentuação gráfica, não é correto afirmar que (A) as palavras “suscitam” e “crianças” apresentam dígrafos. (B) há ocorrência de hiato em “confluência”, “conteúdo” e “reage”. (C) a palavra “recomendável” é acentuada porque é proparoxítona. (D) “artística”, “cúmplices” e “domésticos” são acentuadas em razão da mesma regra. 10. Em relação ao uso dos sinais de pontuação, é correto afirmar que, em (A) “Fala-se, hoje, em ‘inteligência televisual’ das crianças”, as aspas simples indicam citação. (B) “levando-os ao estresse precoce (insônia, diarreia, pavor etc.)”, os parênteses introduzem uma explicação. (C) “... dependentes – da família, da droga ou de amizades que são cúmplices em veredas obscuras...”, o travessão indica mudança de interlocutor. (D) “Minha geração educou-se, nos anos 50 em Belo Horizonte, em cineclubes”, as vírgulas separam o aposto. 11. Há um desvio em relação às recomendações da gramática normativa no enunciado (A) “É verdade que a TV é, hoje, uma máquina de incentivo à violência”. (B) “Há escolas brasileiras que começam a dar os primeiros passos na educação para a imagem”. (C) “Passivos, tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta”. (D) “Pesquisa recente revela que, por ano, uma criança assiste, na TV, cerca de 18 mil assassinatos...”. 12. Para o autor do texto, vivemos em uma cultura “hedonista”. Isso significa dizer que se trata de uma cultura em que as pessoas (A) desrespeitam a ética e os princípios morais. (B) empenham-se na busca da cidadania e de valores espirituais. (C) dedicam-se à busca do prazer e procuram evitar o sofrimento. (D) valorizam a consciência crítica e abominam a mercantilização. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 18 13. Quanto às noções de sintaxe, é correto afirmar que, em (A) “Embora o sistema apareça na tela em menos de cinco segundos...”, o verbo “aparecer” é intransitivo. (B) “Certas cenas de filmes suscitam angústia nos telespectadores infantis...”, o verbo “suscitar” é apenas transitivo direto. (C) “... tornamo-nos cúmplices de tudo o que condenamos nessa cultura hedonista e violenta”, há um desvio de regência verbal. (D) “Acredito que o modo como a família se refere aos demais segmentos da sociedade influi decisivamente na ótica que os filhos têm de seus semelhantes”, há três orações. 14. No enunciado “Embora o sistema apareça na tela em menos de cinco segundos, pesquisa comprovou que 80% dos telespectadores sabem o que significam as tarjas”, o elemento coesivo sublinhado (A) introduz uma explicação. (B) expressa uma concessão. (C) assinala uma relação de adição. (D) estabelece uma relação de conclusão. 15. No que concerne à morfologia, é correto afirmar que (A) as palavras “antiético”, “inseguro”, “preconceito” são formadas por derivação parassintética. (B) a palavra “quem”, no trecho “Quem deixa de comprar os seus produtos?”, é um pronome indefinido. (C) há uma conjunção comparativa no fragmento de texto “Acredito que o modo como a família se refere...”. (D) o verbo “descarregar”, no trecho “Porém, não descarreguemos sobre ela toda a culpa”, está no imperativo negativo. Gabarito: 1. B, 2.B, 3.A, 4.B, 5.D, 6.C, 7.B, 8.C, 9.C, 10.B, 11.D, 12. C, 13. A, 14. B, 15.d POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 19 POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 20 1. Em sua reflexão, Rubem Alves considera (A) urgente pôr ordem em seu escritório. (B) a bagunça necessária à criatividade. (C) a ordem e a imaginação coisas compatíveis. (D) essencial manter cada coisa em um lugar preciso. 2. A pesquisa do neurologista Kurt Goldstein pode levar à conclusão de que (A) a compulsão pela ordem só ocorre após lesões cerebrais. (B) as lesões no cérebro raramente provocam alterações de comportamento. (C) o cérebro sadio, não lesado, tem a capacidade de imprimir ordem na desordem. (D) o ser humano precisa de uma ordem material, concreta, para organizar o mundo a seu redor. 3. No final do texto, o autor recorre à imagem do quebra-cabeças para (A) destacar a importância das atividades lúdicas. (B) demonstrar que todo pensamento implica ordem. (C) ilustrar a ideia de que a ordem cristaliza o pensamento. (D) sugerir que se deve colar o quebra-cabeças uma vez armado. 4. Com base nas ideias desenvolvidas no texto, pode-se inferir que a relação existente entre as orações que compõem o título – “A ordem marcha. A imaginação dança” – é de (A) contraste. (B) proporção. (C) convergência. (D) complementação. 5. Julgue as afirmações abaixo com base nas regras da língua. I As aspas foram utilizadas em “bagunça” (l. 33) e “brinquedo” (l. 34) para destacar uma impropriedade lexical. II Em “não havia ninguém que o movesse” (l. 18), o uso da próclise justifica-se pela presença de um termo atrativo. III A forma verbal “faz” foi utilizada indevidamente em “Faz tempo publiquei dois livros...” (l. 6), pois o correto seria “há”. IV No trecho “Quando o trabalho termina e todas as peças estão colocadas em ordem o ‘brinquedo’ acaba e a inteligência se assenta na poltrona...” (l. 34 e 35), a ausência de pontuação não provoca ambiguidade. Está correto o que se afirma em (A) I e II. (B) II e IV. (C) I, II e III. (D) I, III e IV. Gabarito: 1.B, 2.C, 3.C, 4.A, 5.B POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 21 POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 22 1. As fronteiras reais a que se refere Luis Fernando Verissimo dizem respeito (A) aos limites geográficos e políticos. (B) às divisões sociais e econômicas. (C) às regras e convenções da diplomacia. (D) à crise vivida pelos desiguais no Mediterrâneo. 2. A crise dos refugiados do Terceiro e Quarto Mundo, segundo o autor, (A) poderá ser solucionada se a Europa cultivar bons sentimentos. (B) é fruto da desigualdade, principal fator de perpetuação da miséria. (C) depende da prática de um convívio mais civilizado entre as nações. (D) é uma questão de ordem diplomática relativa ao respeito às fronteiras. 3. Ao citar o economista francês Thomas Piketty, Luis Fernando Verissimo apoia a ideia de que (A) a tese dos neoliberais é plausível. (B) liberdade de mercado não é fonte de igualdade. (C) ainda há esperança no modelo do capitalismo sem rédeas. (D) basta soltar as rédeas do mercado para tudo dar certo. 4. O enunciado em que o autor afirma ser muito difícil, no contexto brasileiro, ultrapassar a linha da pobreza é (A) “No resto do mundo, as fronteiras reais são mais ou menos nítidas” (l. 32). (B) “Com um passo, você atravessa uma fronteiraeconômica, às vezes sem nem se dar conta” (l. 6 a 9). (C) “Poucos conseguem cruzar a fronteira real brasileira. Quando o fazem, é por distração” (l. 30 e 31). (D) “Num país como o Brasil, para usar um triste exemplo, pode-se sair de um mundo e entrar em outro ao dobrar uma esquina” (l. 9 a 12). 5. Em “Até nos Estados Unidos, modelo dos frutos do capitalismo sem rédeas, há desigualdade crescente e bolsões de miséria” (l. 32 a 34), o vocábulo “até” é um operador argumentativo que (A) denota a retificação de uma informação dada como certa. (B) introduz, na argumentação do autor, uma informação pressuposta. (C) estabelece uma hierarquia na argumentação do autor, assinalando o argumento mais forte. (D) marca uma oposição entre os diversos dados que servem de base à conclusão do autor. 6. No final do texto, com o enunciado “E ainda por cima, o Internacional em má fase...” (l. 36), Luis Fernando Veríssimo (A) acusa a política internacional de atravessar uma fase ruim. (B) brinca, por meio de um jogo de palavras, aludindo ao mundo do futebol. (C) refere-se à dificuldade de se encontrar saída diplomática para os problemas sociais. (D) reafirma sua descrença em uma solução para a crise dos refugiados do Terceiro e Quarto Mundo. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 23 7. O pronome “você” (l. 7), utilizado no texto, (A) imprime um tom dialógico no texto. (B) indetermina o sujeito da ação verbal. (C) impõe um distanciamento entre autor e leitor. (D) estabelece uma interlocução formal com o leitor. 8. No enunciado “Botswana aqui, Miami logo ali” (l. 12), há ao mesmo tempo (A) metáfora e antítese. (B) metonímia e catacrese. (C) hipérbole e prosopopeia. (D) comparação e eufemismo. 9. Em “arriscam a vida para melhorar de vida” (l. 17 e 18), a palavra “vida” significa, respectivamente, (A) alma e motivação. (B) existência e modo de viver. (C) tempo de existência e fase. (D) meio de subsistência e biografia. 10. A pronominalização – uso de formas remissivas – como recurso coesivo só não ocorre em (A) “pelo menos o que eles chamam de certo” (l. 24 e 25). (B) “não necessariamente cruzado a fronteira real no país que a receber” (l. 35). (C) “pode-se sair de um mundo e entrar em outro ao dobrar uma esquina” (l. 10 a 12). (D) “A desigualdade como fator principal da perpetuação da miséria não é um foco recente da análise econômica” (l. 21 e 22). Gabarito: 1.B, 2.B, 3.B, 4.C, 5.C, 6.B, 7.B, 8.A, 9.B, 10.D ORTOGRAFIA Escreve-se com S 01) as palavras derivadas de verbos terminados em - nder e –ndir: pretender = pretensão, ascender = ascensão. 02) as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo: gostosa, glamorosa, raivoso. 03) as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize: fase, crase, tese, osmose. 04) palavras femininas terminadas em –isa: poetisa, Marisa. 05) As formas dos verbos pôr, querer e usar:• pus, quis, usei. Escreve-se com Ç ou S? Após ditongo, escreve-se com -ç-, quando houver som de /cê/, e escreve-se com -s-, quando houver som de /zê/. • eleição • traição • Neusa • coisa Escreve-se com S ou Z? 01 a) com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou feminino. • português • norueguesa • marquês • duquesa b) com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos. • embriaguez • limpeza • lucidez • nobreza 02) a) Escreve-se com -s- os verbos terminados em - isar, quando a palavra primitiva já possuir o –IS + VOGAL-. • análise = analisar • pesquisa = pesquisar • paralisia = paralisar b) Escreve-se com -z- os verbos terminados em -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s- nem –IS + VOGAL-. • economia = economizar • terror = aterrorizar • catequese = catequizar • síntese = sintetizar POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 24 03) a) Escreve-se com -s- os diminutivos terminados em -sinho e -sito, se a palavra primitiva já possuir -s- no final. • casinha • asinha • portuguesinho • camponesinha b) Escreve-se com -z- os diminutivos terminados em - zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final. • mulherzinha • arvorezinha • alemãozinho • aviãozinho Verbos terminados em UIR e OER Terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-: tu possuis, ele possui, tu constróis, ele constrói exercícios 1. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente. a) palidez - francezes - pretencioso b) fuzível - beleza - rigoroso c) holandezes - fuzarca - pesquisa d) quisesse - rapides - talentoso e) catequizar - burguês – análise 2. (ES ou EZ – ESA ou EZA) acid___, marqu_____, arid___, campon___, cort___, estupid___, lucid___, mesquinh___, montanh___, milan___, nud___, palid___, pequen___ (pequeno), pequin___ (cão). 3. (S ou Z) agili___ar, ali___ar, ameni___ar, bati___ar, canali___ar, carboni___ar, catali___ar, catequi___ar, capitali___ar, coti___ar, desli___ar, fiscali___ar, fri___ar, humani___ar, parali___ar. Gabarito Ortografia: 1.e, 2. acidEZ, marquÊS, aridEZ, camponÊS, cortÊS, estupidEZ,lucidEZ, mesquinhEZ, montanhÊS, milanÊS, nudEZ, palidEZ, pequenEZ(pequeno), pequinÊS(cão). 3. agiliZar, aliSar, ameniZar, batiZar, canaliZar, carboniZar, cataliSar, catequiZar, capitaliZar, cotiZar, desliZar, fiscaliZar, friSar, humaniZar, paraliSar. Semântica - SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS DENOTAÇÃO: o sentido literal, real das palavras. CONOTAÇÃO: sentido figurado das palavras. Fenômenos Semânticos 1. POLISSEMIA (Polys, do grego, significa “muito”) é a capacidade que uma palavra tem de assumir diferentes significações ou sentido. a) O sol é uma estrela de quinta grandeza. b) Clarissa é a estrela de sua turma. c) Fernanda Montenegro é uma estrela nacional. d) Não desanime, meu filho, confie em sua estrela. 2. SINÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado. triste = melancólico. resgatar = recuperar maciço = compacto ratificar = confirmar 3. ANTÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, sentidos contrários. bom x mau bem x mal condenar x absolver 4. HOMÔNIMOS São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos: 4.1. HOMÔNIMOS HOMÓFONOS Têm o mesmo som e grafias diferentes. sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de ceder); concerto (harmonia) e conserto (remendo). 4.2. HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS Têm a mesma grafia e sons diferentes. almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar); sede (vontade de beber) e sede (residência). 4.3. HOMÔNIMOS PERFEITOS Têm a mesma grafia e o mesmo som. cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder); meio (numeral), meio (adjetivo) e meio (substantivo). 5. PARÔNIMOS São palavras de significação diferente, mas de forma parecida. retificar e ratificar; emergir e imergir. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 25 6. AMBIGUIDADE Ocorre a ambiguidade quando o leitor vacila diante de mais de uma possibilidade de entendimento do que foi expresso. Uma série de causas estruturais pode causar ambiguidade. a) Pedro e Paulo vão desquitar-se. (Mau uso da coordenação) b) O aluno enjoado saiu da sala. (Má colocação de palavra) c) João encontrou Maria e lhe disse que sua prima estava doente. (Mau uso de possessivos) Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos: acender = atear fogo ascender = subir amoral = indiferente à moral imoral = contra a moral, libertino, devasso apreçar = marcar o preço apressar = acelerar arrear = pôr arreios arriar = abaixar bucho = estômago de ruminantes buxo = arbusto ornamental caçar = abatera caça cassar = anular cela = aposento sela = arreio censo = recenseamento senso = juízo cessão = ato de doar seção ou secção = corte, divisão sessão = reunião chá = bebida xá = título de soberano no Oriente chalé = casa campestre xale = cobertura para os ombros cheque = ordem de pagamento xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo comprimento = extensão cumprimento = saudação concertar = harmonizar, combinar consertar = remendar, reparar conjetura = suposição, hipótese conjuntura = situação, circunstância coser = costurar cozer = cozinhar deferir = conceder diferir = adiar descrição = representação discrição = ato de ser discreto descriminar = inocentar discriminar = diferençar, distinguir despensa = compartimento dispensa = desobrigação despercebido = sem atenção, desatento desapercebido = desprevenido discente = relativo a alunos docente = relativo a professores emergir = vir à tona imergir = mergulhar eminente = nobre, alto, excelente iminente = prestes a acontecer esperto = ativo, inteligente, vivo experto = perito, entendido espiar = olhar sorrateiramente expiar = sofrer pena ou castigo estada = permanência de pessoa estadia = permanência de veículo flagrante = evidente fragrante = aromático fuzil = carabina fusível = resistência de fusibilidade calibrada incerto = duvidoso inserto = inserido, incluso incipiente = iniciante insipiente = ignorante indefesso = incansável indefeso = sem defesa infligir = aplicar pena ou castigo infringir = transgredir, violar, desrespeitar intemerato = puro, íntegro, incorrupto intimorato = destemido, valente, corajoso intercessão = súplica, rogo interse(c)ção= ponto de encontro de duas linhas laço = laçada lasso = cansado, frouxo ratificar = confirmar retificar = corrigir soar = produzir som suar = transpirar sortir = abastecer surtir = originar sustar = suspender suster = sustentar tacha = brocha, pequeno prego taxa = tributo tachar = censurar, notar defeito em taxar = estabelecer o preço vultoso = volumoso vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão na face) POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 26 EXERCÍCIOS 1. Ao seguinte trecho: “Festejar ter que pagar pedágio / sem ter estradas para caminhar / Comemorar ter filho e mulher / Sem ter pão para dar de comer / Sem poder ter de levantar cedo / Para o emprego que não há...”, o verbo ter, nas suas várias ocorrências e contextos, A) adquire significados diferentes. Trata-se de um caso de polissemia. B) possui o mesmo significado. Trata-se de um caso de homonímia. C) sugere significados diversos para uma mesma mensagem. Trata-se de um caso de ambiguidade. D) estabelece relação de semelhança nos seus significados. Trata-se de um caso de sinonímia. 2. Nas seguintes passagens do texto: “... dá as pistas que vão envolvendo o leitor.” e “E é um conhecimento vão.”, os vocábulos grifados têm, rigorosamente, a mesma forma fônica, o que aparenta se tratar de uma única palavra. Mas, ao primeiro exame, pode-se observar que,dentro dos seus respectivos contextos, não têm o mesmo sentido e pertencem a classes gramaticais diferentes. É um caso de: (A) sinonímia. (B) homonímia (C) antonímia (D) polissemia 3. “Vai ser uma expectativa nervosa para quem gosta de futebol e, habitualmente, andar de avião.” O sentido do verbo andar, na frase acima , depende do contexto , isto é , da soma da relação entre as palavras, formada dentro desse conjunto. Nessa situação, o verbo andar apresenta a propriedade semântica da: A) sinonímia. B) polissemia C) ambiguidade D) paronímia Gabarito: 1.a, 2.b, 3.b PALAVRAS E EXPRESSÕES CONCORRENTES E DUVIDOSAS ONDE =com verbos que exigem preposição EM; AONDE = com verbos que exigem preposição A; DONDE = com verbos que exigem preposição DE. AO ENCONTRO DE = “a favor de, no mesmo sentido” DE ENCONTRO A = “oposição, contra, colisão” PORQUÊS – quatro são os porquês: porque: conjunção, causa ou explicação. = pois: porquê: substantivo, aceita pluralização. Vem acompanhado de artigo, numeral, pronome. por que: preposição + pronome relativo; pode ser trocado fielmente por pelo qual (e variações): por que: preposição + pronome interrogativo; pode-se pospor a palavra motivo, se vier no final por quê. SE NÃO=conj. condicional + adv. de negação; = caso não: SENÃO = a não ser, = do contrário,= defeito, erro. HÁ = tempo decorrido. = (Faz ...que) A = preposição, ideia de futuro, distância (daqui a) ACERCA DE = “sobre, em referência a, em relação a”: A CERCA DE = preposição “a” + “aproximadamente” HÁ CERCA DE = existe aproximadamente ou faz aproximadamente (tempo decorrido). AFIM = igual, adjetivo que indica semelhança, afinidade. A FIM DE = para, locução prepositiva, indica finalidade. EM VEZ DE = “no lugar de” (diferentes e opostos) AO INVÉS DE = “ao contrário de” (oposição, antíteses) POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS 27 01. Complete com as palavras indicadas nos parênteses: (acerca de / a cerca de / há cerca de / cerca de) ___________ uma hora chegaste. ___________ duas pessoas na sala Falávamos ___________ política ___________ duas pessoas demos os ingressos. ___________ duas pessoas compareceram à reunião. (afim / a fim de ) Nossas ideias são ___________ Estudamos ___________ passar. Estou ___________ ti. (ao encontro de/ de encontro a) Suas ideias sempre vão ___________ minhas, por isso brigamos tanto. Genoveva foi ___________ namorado. O caminhão foi ___________ muro. ( a princípio/ em princípio) ____________, o casamento é para sempre. ____________ , no casamento tudo são flores. (em vez de / ao invés de) ____________ almoçar, jantou. ____________ subir, desceu. (há uma hora / a uma hora) ____________ saíste. Daqui ____________ sairás. (onde/ aonde/ donde) ____________está você agora? ____________ você veio? _____________ você vai? ____________ você foi morar? (por que/ por quê/ porque/ porquê) Não sei ____________ você não veio. Esse é o caminho ____________ sempre passo. Você não veio ____________ estava cansado? Não conheço esse ____________. Ele não veio, não sei ____________. (Se não / Senão) Corra, ____________ perderá condução. Você perderá a condução, ____________ correr. Não fez nada ____________ dormir. Seu único ____________ é o egoísmo. exercícios 1. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente. a) palidez - francezes - pretencioso b) fuzível - beleza - rigoroso c) holandezes - fuzarca - pesquisa d) quisesse - rapides - talentoso e) catequizar - burguês – análise 2. assinale a alternativa com palavras corretamente escritas: a) Espero que vocês viajem bem; b) A poetiza escreveu belos versos; c) A lage daquela casa não é muito resistente; d) Não visitei minha tia que está com cachumba; e) O ladrão passou só três meses no xadrês. 3. assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente escritas: a) Aonde você estava? b) Brigamos porque suas ideias vão ao encontro das minhas. c) Você não veio por que estava dormindo? d) Estudas tanto afim de ter uma vida melhor e) Ele me perguntou, não sei por quê, se você viria. 4. assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente escritas: a) “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (JC) b) Não se sabe porque o Brasil investe pouco em educação. c) Ao invés de estudar, foi pra farra. d) Onde você pensa que vai? e) Distribuí informativos acerca de cem pessoas. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL PORTUGUÊS - LEI 5.810/94 28 5. Preencha as lacunas com há ou a e, a seguir, assinale a sequência obtida: Daqui _____ três anos
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