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Princípios Metodológicos Para o Exercício Da Inspeção Escolar (PMIE) (PMIE) Sumário UNIDADE I - Gestão Democrática e Participativa ............................... 6 UNIDADE II - Revisão Teórica da Inspeção Escolar ........................ 10 UNIDADE III - O Papel do Inspetor na atualidade ............................. 17 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ................................................................. 34 Introdução Apresentamos aqui um estudo sistematizado sobre a inspeção escolar, nosso objetivo é contribuir com a formação de profissionais que se dedicam a educação e que acreditam, parafraseando Paulo Freire, que através dela, podemos transformar pessoas e pessoas transformarem o mundo. A especialização em inspeção tem como objetivo formar profissionais que sejam capazes de acompanhar e inspecionar processos de criação, execução das diretrizes e procedimentos relacionados às políticas públicas educacionais e legislação da educação, buscando aprimorar mecanismos de gestão escolar juntamente com equipes escolares. Para melhor compreensão do papel desse profissional vamos apresentar de forma resumida a proposta de gestão democrática. Para isto, foram utilizados teóricos que dedicaram seus estudos à gestão escolar, como: Luck (2009, 2008b), Libâneo (2004), Paro (1997, 2002), Saviani (2002), pois todos contribuíram para o aperfeiçoamento das práticas educativas, ressaltando a importância da gestão. Em soma, atualmente o contexto político, pedagógico e científico requer de todos envolvidos com a educação uma reflexão sobre as relações que se entrecruzam entre as políticas públicas educacionais, escola e toda dimensão social. Deste modo, este estudo contempla uma reflexão sobre os princípios de uma gestão escolar democrática, pautada em documentos legais e arcabouço teórico atualizado. Iniciamos apresentando o que a Lei de Diretrizes e Base (LDB) em seus artigos 14 e 15, elucida como determinações no que se refere à gestão democrática: Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público. Na Lei supracitada, nos artigos apresentados acima determina-se que a gestão democrática da escola pública na educação básica seja autônoma e participativa. Nos incisos I e II fica clara a participação de todos os envolvidos no contexto, ou seja, profissionais da educação, toda comunidade escolar e comunidade local. No artigo 15, ressalta-se a extensão dessa autonomia que engloba as relações pedagógicas, administrativas e financeiras. A gestão escolar eficiente garante a participação de todos em sua reformulação. Todos agentes envolvidos no contexto educacional devem acreditar e buscar uma nova educação, pois, a educação se volta para uma realidade dinâmica, sendo preciso acompanhar as mudanças do mundo e formar uma comunidade mais civilizada para participar, expressar, existir, interagir, realizar e sentir. "Cabe aos profissionais da educação fazerem valer o seu papel de educador, dando ênfase a um ensino mais democrático, com diálogos abertos, com informações que provoquem reflexões a respeito dos fatos sociais existentes. É importante que se trabalhe sempre com o concreto, assim o educando se sentirá estimulado a criar situações como todo o processo democrático, que é um caminho que se faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a ação." (PARO 1997, p. 17). Compreendemos que a figura do inspetor escolar também faz parte da gestão. Neste sentido, é requerida uma prática democrática por parte desse profissional que se insere no contexto educacional. Reconhecemos que as práticas da inspeção ainda nos remetem a um posicionamento construído historicamente voltado à fiscalização e controle, pois desde o período colonial as escolas eram sujeitas à fiscalização e essa função era de responsabilidade do inspetor. Neste período, “cabia ao inspetor presidir os exames dos professores e lhes conferir o diploma, autorizar a abertura de escolas particulares e até mesmo rever os livros, corrigi-los ou substituí-los por outros” (SAVIANI, 2002, p. 23). Neste estudo buscamos compreender como se constituiu a função de inspetor e suas relações com os profissionais da educação, o que permitirá aos leitores, aos atuais inspetores e demais profissionais da educação ter entendimento ou uma simples noção da construção histórica dessa profissão. Ainda em tempos atuais o inspetor em alguns casos, é visto com certo distanciamento dos demais profissionais da educação, sendo esse posicionamento um traço historicamente construído na profissão. É provável que a falta de conhecimento do processo histórico sobre a gestão escolar é o que justifica em pleno século XXI o desconhecimento da função ou conhecimento equivocado, reproduzido em ações que foram formuladas ao longo do tempo.1 A própria semântica da palavra é provocativa. Segundo Ferreira (2001) a palavra inspeção significa: revista - fiscalização. Essa carrega um significado negativo que leva os profissionais da educação apresentarem resistência à figura do inspetor. Diante dessa realidade, reconhecemos a necessidade de buscar conhecer as diretrizes da Inspeção Escolar e sua ligação com os profissionais da educação, tendo como intenção dentro do possível, construir concepções inovadoras voltadas para aos profissionais da inspeção. A Unidade I aborda sobre a “Gestão escolar democrática e participativa”. Na unidade II apresentamos uma “Revisão teórica da Inspeção Escolar” e na Unidade III “O papel do inspetor na sociedade atual”. Essa organização permite ao leitor compreender a importância do inspetor escolar junto à direção de escola e comunidade escolar e local. 1 Sugestão de leitura sobre o assunto: “ Termos de inspeção: o papel do inspetor escolar na avaliação didático-pedagógica e material escolar (1934)” “Matrizes históricas da inspeção escolar no Brasil: mecanismo de controle do trabalho docente em Alagoas nos Oitocentos.” Disponível em: file:///C:/Users/not/Downloads/1184-3142-1-PB.pdf Disponível em: file:///C:/Users/not/Downloads/9151-30604-3-PB.pdf https://d.docs.live.net/ba632ad079b67058/Documentos/Produção%20de%20Material%20Didático%20Pós_Graduação/Downloads/1184-3142-1-PB.pdf https://d.docs.live.net/ba632ad079b67058/Documentos/Produção%20de%20Material%20Didático%20Pós_Graduação/Downloads/9151-30604-3-PB.pdf UNIDADE I - Gestão Democrática e Participativa A gestão escolar passou por algumas transformações no início da década de 80. Neste período, os temas participação, autonomia e gestão tornaram-se relevantes diante dos desafios que marcaram essa época na busca da construção de uma sociedade democrática diferente das administrações centralizadas e burocratizadas impostas pelo governo militar. Segundo o autor Luck (2005), em 1980 inicia-se o movimento em favor da democratização da gestão das escolas públicas. Surge nesse período uma nova concepção de gestão escolar que se caracteriza por uma gestão democrática, que exige mudanças institucionais e rupturas de paradigmas que estabelecem fundamentos para propostas educacionais inovadoras que consistem na participação de todos os envolvidos no contexto educacional permanentemente. “Uma mudançade denominação só é significativa quando representa uma mudança de concepção da realidade e de significados de ações mediante uma postura e atuações diferentes (LUCK, 2006, p.47).” Os gestores são responsáveis pela organização administrativa e pedagógica da escola, cabe-lhes propor e promover a construção de uma cultura escolar que se preocupa com a construção do conhecimento e desenvolvimento da cidadania, formando cidadãos conscientes da sua atuação em sociedade. Portanto, devem ter visão de uma escola aberta para troca de saberes e bens culturais da sociedade e comunidade local. Sobretudo, devem garantir a democratização da escola, consolidando uma cultura escolar autônoma e proativa com a capacidade de sugerir mudanças e resolução de problemas do cotidiano institucional, visando sempre a qualidade do ensino- aprendizagem. A participação é o principal meio de se assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação maior entre professores, alunos, pais. (LIBANEO (2004, p.79). É fundamental o envolvimento de todos os agentes da escola nos projetos e decisões relacionadas ao funcionamento da organização escolar para garantir uma gestão participativa que fortaleça a democracia. Essa participação abrange dimensões de trabalho pedagógico, político, financeiro, administrativo e também humano, dispondo de atribuições voltadas para o envolvimento da comunidade escolar. A criação de Conselhos e o Projeto Político Pedagógico são instrumentos que reforçam uma gestão democrática, pois, é necessária a representação de todos os segmentos da escola e comunidade local. A ação coletiva valoriza as contribuições dos sujeitos e torna as decisões transparentes. Dirigentes de escola eficaz são líderes, estimulam os professores e funcionários da escola, pais, alunos e comunidade a utilizarem o seu potencial na promoção de um ambiente escolar educacional positivo e no desenvolvimento de seu próprio potencial orientado para a aprendizagem e construção do conhecimento, a serem criativos e proativos na resolução de problemas e enfretamento de dificuldades (LÜCK, 2000, p.16). É de responsabilidade do diretor escolar todas as questões relacionadas à escola. Suas atribuições ultrapassam as questões burocráticas, não se limitam apenas ao cumprimento de leis e normativas, mas abrange todo contexto, cuidando da infraestrutura, da acessibilidade nos espaços, dos materiais pedagógicos, currículo, formação continuada dos professores, envolvimento da equipe, relações com a comunidade escolar, dentre outras demandas previstas e imprevistas. É preciso desenvoltura para estabelecer integrações de todas as ações direcionando-as para a aprendizagem dos alunos. O funcionamento da escola e, sobretudo, a qualidade da aprendizagem dos alunos dependem de boa direção e de formas democráticas e eficazes de gestão do trabalho escolar. É preciso estar claro que a direção e a administração da escola são meios para garantir os objetivos educacionais. (LIBÂNEO, 2005, p.370) Após essa pequena síntese da gestão escolar democrática, ressaltaremos o perfil do inspetor escolar nesse processo de gestão participativa. Apresentaremos o desempenho do inspetor escolar na democratização do ensino, ressaltando sua importância, origem, sua atuação no passado e na atualidade. Faremos uma reflexão sobre o desempenho de suas funções a partir das determinações em lei de seu perfil profissiográfico. Para analisarmos todo esse processo foi preciso trazer de forma resumida a gestão democrática, compreendendo que na atualidade se faz necessário que o profissional da educação assuma perspectivas de uma gestão democrática e participativa. Uma gestão democrática é pautada na Autonomia, Transparência, Valorização dos Sujeitos e Participação. Sendo assim, é fundamental à ação entrelaçada, ou seja, com a participação de todos os sujeitos. Nesta dinâmica é imprescindível o entendimento do papel que cada um exerce no coletivo; pois O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que significa a capacidade das pessoas e dos grupos de livre determinação de si próprios, isto é, de conduzirem sua própria vida. Com a autonomia opõe-se às formas autoritárias de tomada de decisão, sua realização concreta nas instituições é a participação. (LIBÂNEO, 2004, p. 102.) É necessário que cada profissional da educação, em todos seus segmentos, professores e demais funcionários e toda comunidade local, assumam o compromisso com a qualidade de ensino, que estejam todos em busca do mesmo objetivo, sendo ele a formação de estudantes conscientes da construção da cidadania e atuação na sociedade. Só é possível formar cidadãos autônomos a escola que, realiza uma gestão autônoma na execução de seus projetos pedagógicos e de seus recursos financeiros e administrativos. SAIBA MAIS! Gestão Democrática da educação é a décima nona meta do PNE Portal do MEC Disponível em: Http://centraldemidia.mec.gov.br/index.php?option=com_hwdmediashare&view=mediai tem&id=10087&Itemid=207 Aprofunde seu aprendizado! Assista ao Vídeo: Vídeo: Gestão democrática da educação - Cleuza Repulho - Entrevista - Canal Futura Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_a13nWelrbE UNIDADE II - Revisão Teórica da Inspeção Escolar Para o autor Augusto (2010), com base no parecer 794/83 o inspetor é aquele que tem como função inspecionar, verificar e examinar. As ações do inspetor compreendem assim a verificação das determinações legais estabelecidas, das instituições educacionais e das pessoas que dela participam, assim como, as correções necessárias e as restrições e orientações de ações, visando o funcionamento legal dos serviços. Cumprindo documentos normativos e regulatórios. Com base nas leituras de Augusto (2010), entendemos que a inspeção mesmo com caráter burocrático é também uma prática educativa, que se tem forte cunho político com características pedagógicas. De acordo com o parecer nº 794/83, a inspeção se dedica ao funcionamento e organização das escolas em todos os seus segmentos, sua atuação consiste em corrigir como também prevenir possíveis desvios e disfunções no sistema. Neste sentido, cabe à inspeção também, orientar, avaliar, corrigir, objetivando a melhoria da qualidade do ensino. Em consequência do parecer foi criada a resolução 305/83, que prevê a comunicação entre os órgãos centrais, os municipais e as unidades de ensino. Atualmente, o inspetor é um profissional lotado nas Superintendências e Secretarias Municipais de Ensino e executa suas funções nas instituições de ensino e secretarias. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, Lei nº 9394/96,2 em seu artigo 64 há a definição sobre a formação dos profissionais em administração, planejamento, supervisão, orientação e dentre elas a inspeção educacional. Em seu artigo 61 depois de reformulado pela lei nº 12.014 de 6 de agosto de 2009, considera-se a inspeção em uma das classes de trabalhadores que devem ser considerados como os profissionais da Educação Básica: “Consideram-se profissionais da educação básica os que, nela estando em efetivo exercício, e tendo sido formados em cursos reconhecidos são: Inciso II - trabalhadores em educação, portadores de diploma em pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como 2 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm com títulos de mestrado oudoutorado nas mesmas áreas”. (BRASIL, 1996, LDB) Faz parte das competências da inspeção escolar a organização e o bom funcionamento das unidades de ensino da Educação Básica. O inspetor é, pois, um profissional da Educação Básica. Suas atribuições visam inspecionar as questões legais das escolas e de regularizar possíveis desvios de procedimentos e atos. As ações de uma inspeção devem garantir a transparência e legalidade do sistema educacional. Segundo D Grouwe (2006), a inspeção escolar está estreitamente ligada ao Estado, representando-o diante da sociedade. Deste modo, é percebida pelas comunidades escolares como representantes do governo. Por se tratar de uma ação de controle, suas ações são percebidas algumas vezes relacionadas à vigilância. Pois cabe a inspeção, as ações de verificação dos procedimentos legais e cumprimento das normas. Meuret (2002) reconhece como funções básicas da inspeção escolar o exercício do controle externo das escolas, abrangendo questões pedagógicas, administrativas e financeiras. De acordo com o autor citado, também faz parte das funções do inspetor, orientar e apoiar os estabelecimentos de ensino em suas ações educacionais, estabelecendo uma relação entre as escolas e o sistema gestor, ou seja, promovendo uma mediação no sentido de melhorar a relação do sistema educacional. 2.1 Percurso histórico da Inspeção Escolar no Brasil Autores que dedicaram seus estudos acompanhando a trajetória histórica da educação brasileira apontam que a inspeção teve seu início como forma de controle na Ratío Studiorum, conforme o Plano Geral dos Jesuítas e predominou nos colégios da Companhia de Jesus a partir de 1599. Deste modo, percebe-se que a inspeção escolar faz parte da história da educação e acompanha as transformações da mesma no país. Saviani (2002) relata que o inspetor era nomeado de acordo com sua função observando a hierarquia, sendo renomeado de diferentes modos. No período imperial foi nomeado de Inspetor Geral ou Paroquial e em alguns períodos a inspeção foi denominada de Diretoria de Instrução. Segundo Botelho apud Augusto (2010), o desempenho das funções de inspeção inicia-se em 1799 com o objetivo de fiscalizar as aulas régias. Nessa época, pode se dizer que o inspetor assumia um perfil fiscalizador, pois suas atribuições eram de fiscalizar o funcionamento dos estabelecimentos escolares, as metodologias de ensino, as práticas pedagógicas dos professores e o rendimento dos alunos. Sendo assim, a atuação da inspeção escolar no Brasil vem sendo desenvolvida há muitos anos atrás, exercendo um papel burocrático do estado, buscando manter o controle das escolas. Segundo Augusto (2010), com a reforma de Afonso Pena em 1892, os inspetores passaram a ser nomeados por concurso público, pois até essa época não eram concursados. A eles cabiam a responsabilidade financeira de suspensão ou liberação do dinheiro público, como também recensear o público escolar. Ainda em acordo com esse mesmo autor, ressaltamos que em 1927 é criada a Inspetoria Geral de Instrução pública, em parceria com Conselho Superior de Instrução. Neste período: o antigo primário sujeitava-se à fiscalização dos inspetores municipais e as instituições de ensino médio e superior ficavam aos cuidados da inspeção federal. No que tange à legislação, a inspeção é incorporada na legislação da educação em 1932 pela primeira vez na reforma do Ensino Secundário – Decreto Lei 21.241, e 04 de Maio de 1932. Dois anos depois em 1934 até 1974 com o Decreto nº 11.501, de 14 de Agosto de 1934 surge o profissional Fiscal Permanente responsável pela inspeção das instituições de ensino do estado de Minas Gerais. Com a promulgação do 1º Estatuto do Magistério em 1974 essa função passou a ser extinta. É importante ressaltar que em 1961 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961, ficou estabelecido a qualificação para o profissional responsável pela inspeção. Em seu Art.65 determina o perfil do inspetor. “O Inspetor de Ensino, escolhido por concurso de títulos e provas, deve possuir conhecimentos técnicos e pedagógicos demonstrado de preferência no exercício de função do magistério, de auxiliar de administração escolar ou na direção de estabelecimentos de ensinos”. Após sete anos, com a Lei n.º 5.540/68, com a reforma do ensino superior, a função do Inspetor Escolar passa a ser incorporada a estrutura do ensino de 1º e 2º graus. A partir da reestruturação do Curso de Pedagogia, surge a efetivação do curso de inspeção (Parecer 252/69). Pouco tempo depois em 1971 a Lei Federal nº 5692/71 determina uma lista de categorias de especialistas, elencando os orientadores, administradores, inspetores e supervisores. O Art. 36 estabelece que a formação dos inspetores, supervisores e outros especialistas de educação se façam em curso superior de graduação ou de pós-graduação. Nessa trajetória histórica, percebe-se que antes mesmo do Estado Novo e de sua vigência a educação foi regulada e fiscalizada pela inspeção como a representação dos governantes da época. A inspeção controlava rigorosamente os estabelecimentos de ensino. 2.2 Estado Novo e Inspeção Escolar O Estado novo é um dos períodos da história brasileira em que a educação escolar foi conduzida pelo governo de Getúlio Vargas, que nessa época visava consolidar um perfil nacionalista na sociedade. O posicionamento do governo era de orientar pelos seus próprios ideais. De acordo com Monarcha (1999 apud Werle, 2003) no período do Estado Novo as legislações e todo controle do sistema de ensino ficavam na responsabilidade do estado. Nesse período, os inspetores tinham a responsabilidade de ressignificar as práticas dos estabelecimentos de ensino e inseri-los à ideologia educacional determinada pelo governo. O controle da qualidade do ensino era acompanhado pela inspeção escolar de forma burocrática e com muita rigidez, controlando todas as questões das escolas. Esse domínio atendia os interesses do governo, com padrões de educação a serem introduzidos e rigorosamente controlados. ESTADO NOVO 1937 - 1945 Segundo Ferreira (2002), percebe-se a inserção dos ideais nacionalistas no cotidiano das instituições de ensino no período de 1937-1945. Os inspetores verificavam o cumprimento das orientações legais do Departamento de Educação alcançando à gestão, à docência e práticas pedagógicas. No desenvolvimento de seus trabalhos realizavam relatórios de suas fiscalizações. Segundo Santos (2008), a aprendizagem era avaliada com base no rendimento do aluno, ao inspetor cabia avaliar a desenvoltura para a leitura, o domínio da língua portuguesa, os conhecimentos referentes à educação moral e cívica, história, geografia e aritmética, Durante esse período de 1937 a 1945, as instituições escolares foram marcadas pelo governo pelas determinações inflexíveis de atitudes nacionalistas e conteúdos que reforçavam o patriotismo. Nessa época, era obrigatório o desenvolvimento de trabalhos com datas comemorativas que cultivavam o patriotismo, assim como, a reverência aos símbolos nacionais e algumas posturas que impediam a autonomia dos sujeitos em sua formação enquanto cidadão. Neste sentido, a inspeção escolar atuava como representante do governo para fiscalizar tais ações. Saviani (2006b apud FERREIRA,S.N.), relata que a supervisão esteve presente em “comunidades primitivas” onde a educação era concebida como forma de controle, fiscalização e de coerção. Para Saviani, no Estado Novo ela apresenta-se como uma redefinição dessa forma de controle, a partir do exercício da inspeção escolar. Após esse período marcado pela rigidez e controle, em 1996 surgi uma nova descrição para as funções do inspetor. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96 em seu artigo 64 apresenta oinspetor escolar como um profissional da educação em que suas atribuições estão voltadas para a administração escolar, planejamento, supervisão e orientação educacional. Para o exercício dessa função, de acordo com a LDB o inspetor deve ter graduação em pedagogia ou pós-graduação: Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (BRASIL, LDB, 1996) O percurso histórico da Inspeção Escolar nos direciona ao dinamismo da educação brasileira atualmente. Na sociedade contemporânea é reconhecida a necessidade da promoção de uma gestão democrática e participativa, que contribua na construção da cidadania e da inclusão social. Deste modo, o inspetor é um dos profissionais que precisa comprometer-se com a democracia para que haja uma educação de qualidade para todos. SAIBA MAIS! Aprofunde seu aprendizado! Assista ao Vídeo: Vídeo: EM FOCO - Heloisa Lück – Gestão Educacional Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Ii67fV1Wp74 UNIDADE III - O Papel do Inspetor na atualidade Observamos que na história da educação o controle da qualidade do ensino estabelecido pelo Estado era em caráter de imposição e padrões a serem seguidos. Era da competência do inspetor exercer o controle de forma rigorosa. Atualmente, fazemos menção a uma gestão democrática, autônoma e participativa, onde as ações são exercidas com a participação de toda a comunidade escolar e comunidade local. As abordagens atuais sobre gestão escolar laboram uma concepção fundamentada no controle coletivo da garantia do cumprimento legal e do desenvolvimento da educação, ou seja, todos os atores sociais envolvidos no contexto se integram ao cenário educacional. Esse tipo de prática poderá garantir às escolas, a formação de cidadãos consciente, éticos e críticos. Paradigmas3 foram quebrados e os novos paradigmas da educação foram construídos, com isso exige-se um perfil inovador da inspeção escolar, que deve atuar alinhada a nova realidade que a educação experimenta atualmente. Sendo assim, o profissional da inspeção terá que lidar com as mudanças constantes, quer sejam, culturais, sociais, comportamentais e tecnológicas. Na sociedade contemporânea o inspetor educacional tem a função de mediar uma estreita ligação entre órgãos do sistema da educação (Secretarias 3 O teórico Thomas Samuel Kuhn, físico e filósofo da ciência, designou como paradigma as “realizações científicas que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados.” (“A Estrutura das Revoluções Científicas”- Thomas Kuhn) Deste modo, um paradigma educacional é um modelo usado na área da educação. Municipais e Estaduais, Superintendências e as Unidades Escolares), visando à garantia da aplicação da lei. Esse profissional deve ter como fundamento a qualidade dos serviços das escolas em todos os aspectos (administrativos, financeiros e pedagógicos) deve ainda buscar estratégias para conduzir os trabalhos de forma harmoniosa, o que muitas vezes requer um perfil de agente sócio-político. Segundo Medina (2005), o inspetor deve ser proativo, deve encontrar nos dispositivos legais estratégias possíveis e caminhos mais favoráveis e facilitadores para alcançar seus objetivos, visando sempre a qualidade e equidade do ensino. Também é de sua competência buscar mecanismos para melhorarias das condições de trabalho dos educadores, para que esses profissionais tenham uma atuação satisfatória. Sendo assim, o papel do inspetor é de integração e de articulação das ações no sistema educacional. Esse profissional precisa ter postura de educador, sendo capaz de atuar juntamente com a escola na construção e desenvolvimento de projetos pedagógicos com a participação de todos envolvidos no contexto educacional. Abaixo listamos exemplos das principais legislações pertinentes ao papel do inspetor escolar. Principais Legislações pertinentes ao trabalho do Inspetor Escolar 4 Legislação Nacional: ● Lei nº 9394/96 - Estabelece diretrizes e bases da educação nacional Legislação Estadual: ● Lei 869/1952 - Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais ● Lei 7.109/1977 - Contém o Estatuto do pessoal do magistério público do Estado de Minas Gerais, e dá outras providências ● Lei 15.293/2004 - Institui as carreiras dos Profissionais de Educação Básica do Estado. ● Decreto nº 46.644/2014 - Dispõe sobre o Código de Conduta Ética do Agente Público e da Alta Administração Estadual 4 Disponível em: https://www.mg.gov.br/sites/default/files/transforma_minas/arquivos/Junho_2019/descricao_- _assessor_central_de_inspecao_escolar_v2_1.pdf. Acesso: 10/08/2019. https://www.mg.gov.br/sites/default/files/transforma_minas/arquivos/Junho_2019/descricao_-_assessor_central_de_inspecao_escolar_v2_1.pdf https://www.mg.gov.br/sites/default/files/transforma_minas/arquivos/Junho_2019/descricao_-_assessor_central_de_inspecao_escolar_v2_1.pdf Conselho Estadual de Educação - CEE: ● Parecer CEEMG 1.132/1997 - Dispõe sobre a Educação Básica, nos termos da Lei nº 9394/1996 ● Parecer CEEMG 1.158/1998 - Responde consulta da SEE/MG e da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Minas Gerais, com as orientações ao sistema estadual de ensino para operacionalização do disposto no Parecer no 1.132/1997. ● Resolução CEEMG 449/2002 Fixa normas para credenciamento e recredenciamento de instituições escolares, autorização para funcionamento e reconhecimento de cursos de educação básica e educação profissional e dá outras providências. ● Resolução nº 457/2009 - Dispõe sobre a Inspeção Escolar na Educação Básica no Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais. • Resolução CEE Nº 472/2019 Dispõe sobre a Educação Infantil no Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais. Secretaria de Estado de Educação - SEE: ● Resolução SEE 3.428/2017 - Estabelece normas para organização e atuação do Serviço de Inspeção Escolar nas unidades regionais e escolares da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Com passar dos anos novos paradigmas da educação foram surgindo. Como novo paradigma é possível sinalizar questões de ordem prática em relação às ações do inspetor escolar. Esses profissionais assumem junto à escola seu legitimo papel de representante da administração central ou regional do sistema de ensino. Segundo Finoto (2010) a partir de uma releitura da LBD em seus artigos que abordam a inspeção escolar, é possível citar algumas competências que o inspetor pode e deve exercer em parceria com as escolas, gestores, pedagogos e professores, em conexão com as secretarias municipais, estaduais e com os demais órgãos de educação. Abaixo apresentamos algumas funções citadas pelo autor, FINOTO (2010, p. 6 - 7) • Função Verificadora: deve possuir domínio da legislação, ser pesquisador e observador; • Função Avaliadora: Educador; • Função Orientadora: ter boa comunicação oral e escrita. Conciliador; • Função Corretiva: segurança e postura pedagógica; • Função realimentadora: criatividade. O poder para exercer as competências origina-se das atribuições e natureza do cargo e fundamentam-se da premissa que é necessário o acompanhamento das atividades do cotidiano escolar, bem como do cumprimento da legislação. Dessa forma, cabe a inspeção a responsabilidade por meios legais de verificar a qualidade das ações em todos os contextosde uma gestão, sendo eles: técnicos, pedagógicos, administrativos e financeiros. 3.1 O papel do Inspetor Escolar no processo democrático5 No cenário da Gestão Democrática a inspeção precisa estar pautada em uma conduta ética, aberta ao diálogo promovendo a participação de todos agentes envolvidos no processo educacional, pois este tipo de postura evita a tomada de decisões autoritárias e arbitrárias. Ao assumir práticas inovadoras o perfil do inspetor também é reformulado, se distanciando do perfil controlador e fiscalizador. A Inspeção Escolar está totalmente relacionada a fatores que contribuem para o processo democrático de todo contexto escolar. Deste modo, o Inspetor Escolar desempenha suas funções alinhado à gestão de pessoal, preocupando-se com a autenticidade, organização e atualização de toda escrituração e organização escolar. Neste sentido, se atém a segurança de documentos e arquivos para que fiquem preservadas as informações sobre o histórico escolar dos alunos, documentos para pesquisas ou situação funcional dos servidores para aposentadoria ou outros fins. Como o quadro de servidores e alunos sempre se renova em escolas, é importante a escrituração 5 Sugestão de leitura: Anais do seminário internacional gestão democrática da educação e pedagogias participativas. (MEC-2006). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Procons/anais.pdf GESTÃO DEMOCRÁTICA http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Procons/anais.pdf dos fatos e organização dos arquivos de cada época para situações futuras. ( Diários, Atas, Históricos, Fichas individuais, Pastas de Funcionários, entre outros). Na resolução 305/83 registra-se sobre a atuação do inspetor, deixando claro seu compromisso com o corpo docente e discente da escola. Considerando a responsabilidade desse profissional com o corpo docente e discente, munido de uma prática pedagógica o inspetor se transforma em um importante agente político pedagógico, pois estará em seu alcance as condições de sugerir mudanças, na busca da promoção de uma gestão mais ampla e democrática, contemplando a participação de todos agentes sociais nas Instituições Escolares. É importante ressaltar que os agentes sociais de uma comunidade não apenas devem participar de forma regular das decisões mais importantes, mas é preciso que assumam posturas necessárias para sua efetivação, para que de fato se concretize uma Gestão Democrática. Segundo Lück (2009, p. 71) A participação constitui uma forma significativa de, ao promover maior aproximação entre os membros da escola, reduzir desigualdades entre eles. Portanto, a participação está centrada na busca de formas mais democráticas de promover a gestão de uma unidade social. As oportunidades de participação se justificam e se explicam, em decorrência, como uma íntima interação entre direitos e deveres, marcados pela responsabilidade social e valores compartilhados e o esforço conjunto para a realização de objetivos educacionais (LÜCK, 2009, p. 71). Deste modo, o Inspetor Escolar diante da educação, da sociedade e das práticas educativas, deve ter um posicionamento consciente, aberto ao diálogo, a sugestões e mudanças. Neste sentido, sua atuação vai além das aplicações de normas, cabendo a ele a verificação das ações e mudanças na legislação. Sua função exige criticidade para avaliar o contexto cultural, a realidade social, econômica e política do período atual. Quando o Inspetor Escolar tem a capacidade reflexiva crítica no momento da aplicação da legislação, ele pode colaborar nas reformulações das leis, perfazendo as práticas educativas. Ele tem o poder de transformar conteúdos ideológicos em diretrizes práticas que orientam as ações. Percebe-se, que a função do Inspetor Escolar na consolidação de uma gestão democrática é de suma importância social para o contexto educacional, pois representa o governo nos estabelecimentos de ensino, pela autonomia da execução de normas que podem ser vistas e revistas, adequando-se ao Sistema Educacional. Podemos dizer que sua função se caracteriza como uma função de comunicação, coordenação e reinterpretação das orientações e informações do sistema. A gestão democrática escolar é exercida tanto como condição criadora das qualificações necessárias para o desenvolvimento de competências e habilidades específicas do aluno, como também para a criação de um ambiente participativo de vivência democrática, pela qual os alunos desenvolvem o espírito e experiência de cidadania, caracterizada pela consciência de direitos em associação a deveres. (Lück 2009, p. 71). Nesta direção, sugere-se que o Inspetor Escolar seja acima de tudo um gestor eficiente, comprometido com o bem comum, que elabora estratégias de trabalho fundamentadas nas concepções e nos princípios da gestão participativa. Luck (2008) declara sobre a participação como transformação, sua afirmação vem confirmar a importância dos posicionamentos no coletivo dentro do contexto educacional. “A participação que se fecha em si mesma constitui ativismo. A participação que se espraia por todas as dimensões do processo social, na intenção de enriquecê-las, constitui-se em transformação”. (LUCK, 2008, p.65). 3.2 O papel do Inspetor Escolar no estado de Minas Gerais 6 Como já mencionamos no parecer nº 794/83 do Conselho Estadual da Educação (CEE/MG) foram estabelecidas novas funções para o Inspetor Escolar. Esse profissional deixa de ser apenas um fiscalizador e passa a ser chamado de Inspetor Educador, aproximando-se da vida escolar. Observa-se que ocorreu uma reformulação no papel do inspetor, atuando com visão crítica e democrática, em busca de uma escola mais autônoma. 6A SEEMG cria em 1964, as dez primeiras Delegacias Regionais de Ensino, em cidades - polo. As Delegacias de Ensino - DRE foram transformadas em Superintendências Regionais de Ensino, e exerciam pela inspeção escolar, a fiscalização do ensino primário e médio, em toda a sua jurisdição. A SEEMG definiu, entre as décadas de 60 e 70, várias resoluções e portarias, sobre as atividades de inspeção, inclusive a Resolução SEE nº 43/66, que estabeleceu as normas para a realização da inspeção no Estado. Em 1968, duas resoluções, também instruem a função, as de nº 82 e 87/68. Segundo o Parecer nº 749 de 29/12/1983: “naquele tempo, como ainda hoje, pedia-se tudo ao Inspetor, desde assegurar o cumprimento da legislação vigente, até executar projetos e pesquisas educacionais e participar do processo pedagógico da escola”. (AUGUSTO, 2010, p. 78) Por exemplo, no Estado de Minas Gerais atualmente, um dos papéis do inspetor escolar é de garantir as políticas educacionais e representar o governo. Hoje o inspetor caminha alinhado com a nova proposta de gestão, sendo um profissional atuante e participativo no cotidiano dos estabelecimentos de ensino que estão sob seus cuidados. A formação para ocupantes do cargo de inspeção é a Pedagogia, sendo assim, esse profissional preocupa-se com o processo de ensino-aprendizagem e compreende o desenvolvimento dos alunos e as funções da avaliação escolar. Atualmente, o trabalho da inspeção escolar vem se reestruturando, mas reconhecemos que esse processo é marcado por tensões e conflitos, pois as complexidades do cargo muitas vezes exigem um “perfil fiscalizador”. Nos dias atuais esse profissional tem o compromisso de desenvolver ações voltadas para a prevenção, correção, orientação e de assessoramento, sendo esses traços para uma gestão ética e eficiente. É esperado um profissional com perfil atualizado e bem informado e seguro sobre a legislação educacional para prestar assessoria participativa nas instituições escolares com eficiência e segurança. Em Minas Gerais a presença do inspetor nas escolas é frequente, para que esclareça e auxilie na interpretação e cumprimento daslegislações, garantindo o entendimento básico dos princípios fundamentais da constituição, contribuindo para o bom funcionamento do sistema educacional e desenvolvimento dos alunos. A partir do artigo 206 da Constituição do Estado, na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no Parecer CEE no 794/1983, é sancionada a resolução nº 457, de 30 de setembro de 2009, conforme abaixo: RESOLUÇÃO Nº 457, DE 30 DE SETEMBRO DE 20097 DISPÕE SOBRE A INSPEÇÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA NO SISTEMA ESTADUAL DE ENSINO DE MINAS GERAIS. O Presidente do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto no artigo 206 da Constituição do Estado, na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no Parecer CEE no 794/1983, bem como no Relatório referente aos trabalhos elaborados pela Comissão instituída pela Portaria nº 07, de 26 de março de 2009, 7 Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B6476Rd2kG2xbUdfaDZ5LUo0SFU/view. Acesso: 10/08/2019. https://drive.google.com/file/d/0B6476Rd2kG2xbUdfaDZ5LUo0SFU/view RESOLVE: Art. 1º – A presente Resolução aplica-se à Inspeção Escolar no âmbito da Educação Básica, no Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais. Art. 2º – O exercício da Inspeção Escolar no Sistema Estadual de Ensino constitui direito e dever do Estado. Parágrafo único – É dever de toda a comunidade escolar conhecer e participar do processo de inspeção. Art. 3º – A inspeção é o processo pelo qual a administração do ensino assegura a comunicação entre os órgãos centrais, os regionais e as unidades de ensino, tendo em vista a melhoria da educação, mediante: I – verificação e avaliação das instituições escolares, quanto à observância das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis; II – monitoramento, correção e realimentação das ações dessas instituições; III – registro dos referidos atos em relatórios circunstanciados e conclusivos. – Publicada novamente por ter havido alteração na publicação do “Minas Gerais” de 30.10.2009. Art. 4º – A inspeção escolar estrutura-se em nível central e regional e sua ação desenvolve-se em nível de unidade escolar. Art. 5º – A inspeção far-se-á em caráter regular ou especial, por inspetor ou equipe de inspetores, não vinculados ao estabelecimento, observado o critério de rodízio. Art. 6º – Entende-se por inspeção regular a que se inclui, ordinariamente, no plano de trabalho do inspetor ou equipe de inspetores. Parágrafo único – A inspeção regular deverá compreender, pelo menos, os seguintes aspectos: I – conhecimento da situação do estabelecimento quanto a: a) – cursos em funcionamento, sua organização curricular e atos de autorização, reconhecimento e renovação, quando for o caso; b) – observância das diretrizes e normas curriculares, garantia do padrão de qualidade do ensino, construção e implementação da proposta pedagógica, cumprimento do regimento escolar e resultado das avaliações institucionais e desempenho dos alunos; c) – regularidade no acesso, permanência e demais atos da vida escolar dos alunos; d) – situação legal e funcional do pessoal administrativo, técnico e docente; e) – situação dos prédios, instalações, equipamentos e material didático adequado aos níveis e modalidades de ensino; f) – regularidade da escrituração escolar; g) – cumprimento das normas relativas à obrigatoriedade e gratuidade da educação básica em escolas oficiais; h) – funcionamento da caixa escolar; II – orientação à Escola, especialmente quando demonstrar dificuldades, falhas ou omissões; III – adoção e determinação de medidas destinadas à solução de conflitos ou ao saneamento de irregularidades apuradas na instituição escolar; IV – suspensão “ad referendum” do órgão superior, de atividades escolares que se estejam processando em desacordo com as disposições legais ou normativas; V – indicação ao órgão superior de medidas saneadoras ou corretivas cabíveis; VI – responsabilidade pelo fluxo correto e regular de informações entre as instituições escolares, entre os órgãos regionais e o órgão central da SEE. Art. 7º – Entende-se por inspeção especial a que se ocupa de situações eventuais, extraordinárias ou específicas de interesse do Sistema de Ensino. § 1º– A inspeção especial far-se-á por determinação do órgão competente ou por solicitação do estabelecimento de ensino. § 2º – Caberá à inspeção especial: a) – orientação para organização de processos de autorização de funcionamento e reconhecimento de cursos e sua renovação, credenciamento e recredenciamento da entidade mantenedora, mudança de sede da escola ou da entidade mantenedora; b) – suspensão de atividades escolares que se estejam processando em desacordo com as disposições legais ou regulamentares “ad referendum” do órgão competente; c) – determinação ou execução de medidas necessárias ao encerramento de atividades escolares e recolhimento de arquivo; d) – realização de sindicância e inquérito administrativo, por determinação da autoridade competente; e) – adoção, determinação ou indicação ao órgão superior de medidas saneadoras ou cautelares cabíveis. Art. 8º – A inspeção será exercida de modo a preservar a autoridade dos gestores, do corpo docente e dos especialistas, resguardados o princípio da autonomia e a flexibilidade da organização da instituição escolar. Art. 9º – O exercício da inspeção não exclui a responsabilidade administrativa, civil e penal dos dirigentes da instituição escolar e de danos causados a terceiros. Art. 10 – A instituição escolar deverá apresentar a documentação e facilitar à inspeção, sempre que julgar necessário, o acesso às instalações, à escrituração e ao arquivo escolares. Art. 11 – Cabe à Secretaria de Estado de Educação, com observância do disposto na presente Resolução: I – organizar a inspeção escolar no âmbito do Estado; II – baixar normas complementares para o cumprimento desta Resolução, observadas as peculiaridades de cada nível, etapa, ciclo e modalidade de ensino, bem como a natureza pública ou particular dos estabelecimentos; III – determinar a realização de sindicância e de inquérito administrativo, tomando as medidas cabíveis, no âmbito de sua competência; IV – promover e assegurar o fluxo regular e sistemática de informações sobre o desenvolvimento do trabalho de inspeção; V – estimular e promover a atualização e a formação continuada dos recursos humanos no exercício da inspeção; VI – estimular a pesquisa e a elaboração de projetos experimentais. Art. 12 – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação e revoga as disposições em contrário, especialmente a (*)Resolução CEE no 305/1983. Belo Horizonte, 30 de setembro de 2009. 8Em 2017 é publicada a Resolução SEE nº 3.428, de 13 de Junho de 2017. MG, que estabelece normas para organização e atuação do Serviço de Inspeção Escolar nas unidades regionais e escolares da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Em seu Art 1º a resolução apresenta que: “tem por finalidade estabelecer procedimentos para normatizar o funcionamento do serviço de Inspeção Escolar da Superintendência Regional de Ensino (SRE), bem como a atuação do Inspetor Escolar no exercício de suas atribuições.” Abaixo no Art. 6º são estabelecidas as atribuições do Inspetor Escolar. Art. 6º – O exercício das atribuições do Inspetor Escolar, nos termos do item 6.14 e 6.15 do Anexo II da Lei nº 15.293, de 2004, compreende: I – orientação, assistência e controle do processo administrativo das escolas e, na forma do regulamento, do seu processo pedagógico; II – orientação da organização dos processos de criação, autorização de funcionamento, reconhecimento e registro de escolas, no âmbito de sua área de atuação; III – garantia de regularidade do funcionamento das escolas, em todos os aspectos; IV – responsabilidade pelo fluxo correto e regular de informações entre as escolas, os órgãos regionais e o órgão centralda SEE: a) conferir a autenticidade e a exatidão da documentação da escola, referendando-a antes de seu encaminhamento à SRE; b) homologar as designações, assinando o Q.I., juntamente com o Diretor da Escola. V – exercer outras atividades compatíveis com a natureza do cargo, previstas na regulamentação aplicável e de acordo com a política pública educacional. Até aqui apresentamos algumas Leis e Resoluções referentes à inspeção escolar, na intenção de alcançar melhor conhecimento dessa função a partir de questões legais. Ressaltamos que as secretarias municipais também se fundamentam nas legislações e as mesmas devem ser seguidas observando sua vigência. 3.3 Conselho Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais Art. 1º “Art. 1º - O Conselho Estadual de Educação é órgão autônomo, com composição, finalidade e competência estabelecidas pela legislação federal, pela Constituição Estadual e pelas Leis Delegadas nº 31, de 28 de agosto de 1985, nº 105, de 29 de janeiro de 2003, e 172, de 25 de janeiro de 2004, Lei nº 17.715, de 11 de agosto de 2007, Lei nº 21.428, de 21 de julho de 2014 e Decreto nº 8 Disponível em: www.inspetorconectadosmg.net 44.627, de 28 de setembro de 2007, respeitadas as diretrizes e bases da educação nacional.” (RCEE) É fundamental que a atuação da inspeção escolar esteja em consonância com o Conselho Estadual de Educação do Estado. Este conselho tem como missão “promover a excelência da Educação em Minas Gerais, por meio da aplicação e aprimoramento contínuo dos sistemas normativos e cooperação com os órgãos afins e sociedade.” Os Conselhos Estaduais foram constituídos "com membros nomeados pela autoridade competente, incluindo representantes dos diversos graus de ensino e do magistério oficial e particular, de notório saber e experiência, em matéria de educação" (Art. 10- Lei 4024/61) Compete ao Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, estabelecer normas sobre planejamento, coordenação, controle e fiscalização das atividades educacionais em todas as áreas. Dentre tantas atribuições cabe a esse órgão apuração de denúncia sobre descumprimento da legislação básica educacional, valendo-se dos instrumentos jurídicos da sindicância, inquérito e processo administrativo. (CEE) Fica explícito no CEE – MG seus atributos: Atributos Competências Legais: Ao Conselho Estadual de Educação cabe, especificamente: I – no ensino fundamental e médio: a) baixar normas complementares sobre: 1. credenciamento e recredenciamento de entidade mantenedora; 2. autorização de funcionamento, reconhecimento e caracterização de estabelecimento de ensino; 3. renovação de reconhecimento do ensino fundamental, ensino médio e educação profissional; 4. entrosamento e intercomplementaridade dos estabelecimentos de ensino entre si e com outras instituições; 5. ingresso e educação de menor de 7 (sete) anos em escola de ensino fundamental; 6. tratamento especial a ser dispensado a aluno portador de necessidade especial, ou que se encontre em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula; 7. autorização de exercício a título precário de Professor, de Diretor e de Secretário de Escola; 8. autorizar experiência pedagógica com regime diverso do prescrito em lei, assegurando a validade dos estudos realizados; 9. declarar equivalência de estudos em grau de recurso; 10. julgar recurso contra decisão adotada por instituição de ensino sob estrita arguição de ilegalidade; II – no ensino superior: a) credenciar e recredenciar universidades públicas; b) manifestar-se sobre autorização de funcionamento de universidade e estabelecimento de ensino agrupados ou isolados; c) autorizar, reconhecer e renovar o reconhecimento de cursos ministrados fora da sede das universidades públicas e instituições públicas isoladas; d) baixar normas sobre redistribuição e aumento do número de vagas nos cursos de graduação; e) opinar sobre transferência de ensino de uma para outra entidade mantenedora; f) julgar recursos contra decisão final, esgotadas as instâncias administrativas, adotada por instituição de ensino, sob estrita arguição de ilegalidade. III – na EJA: a) baixar normas complementares sobre: 1 – estrutura e funcionamento de ensino; b) indicar, anualmente, os estabelecimentos de ensino que podem realizar exames supletivos. IV – baixar normas complementares sobre educação infantil. V – baixar normas complementares sobre educação especial. VI – em caráter geral: a) impor ou propor a aplicação de pena a estabelecimento de ensino ou a seu pessoal; b) responder a consultas e emitir parecer em matéria de ensino e educação; c) manter o intercâmbio com órgãos e entidades em matéria de interesse da educação; d) promover a apuração de denúncia sobre descumprimento de normas e decisões do Sistema de Ensino; e) delegar competência a Conselho Municipal de Educação; f) elaborar seu Regimento Interno. Ao reconhecer as competências legais deste órgão, bem como, seus objetivos em direção à promoção da excelência da Educação em Minas Gerais, pode-se afirmar a importância do alinhamento da atuação do inspetor junto ao CEE-MG. 3.4 As contribuições do Inspetor Escolar na democratização do ensino A gestão escolar democrática está prevista na LDB no artigo 3º inciso VIII. Na sociedade atual essa prática tem se tornado evidente nas unidades escolares, podendo ser reconhecida pela participação da comunidade escolar e comunidade local na construção do projeto político pedagógico, na participação das atividades da instituição e nos conselhos escolares. Observando a trajetória histórica da educação é possível perceber as transformações ocorridas com o passar dos anos. As concepções que tínhamos de escola, criança, conhecimento e aprendizagem, foram passando por mudanças, transformando-se em novas ideias. Na sociedade contemporânea, a educação reconhece a importância da formação de cidadãos críticos e participativos, indo em busca de uma democratização social. Para que esse processo seja efetivamente consolidado é preciso a participação de todos os evolvidos. A partir de novos paradigmas da educação, espera-se que o inspetor tenha consciência do seu papel, se voltando para além dos anseios políticos para a competência, compromisso, dinamismo e equilíbrio para assumir juntamente com o novo perfil de gestão o seu novo perfil de inspetor, abandonando o autoritarismo e domínio do passado, assumindo uma prática respeitosa pautada na participação democrática para que se tenham resultados exitosos. É importante ainda ressaltar o desempenho das ações do inspetor no cotidiano escolar. Juntamente com a direção da escola devem-se acompanhar os resultados e participar do processo. É preciso identificar alunos com resultados insatisfatórios e buscar estratégias para melhorias, identificar se existe evasão escolar e buscar meios para resolução. Dentre outras atribuições, este profissional precisa ter consciência que ele participa da escola, assim sendo, juntamente com a escola traçam metas se dirigindo ao objetivo central que é promover uma educação de qualidade aos alunos e a democratização do ensino. Segundo Libâneo (2004, p.217): Muitos dirigentes escolares foram alvos de críticas por práticas excessivamente burocráticas, conservadoras, autoritárias e centralizadoras. Embora aqui e ali continuem existindo profissionais com este perfil, hoje estão disseminadas práticas de gestão participativa, liderança participativa, atitudes flexíveis e compromissos com as necessárias mudanças na educação (LIBÂNEO, 2004, p. 217). Cabe ao inspetor, buscar estratégias para a implementação de uma política de democratização da educação, pois ele tem aproximação com as comunidades escolares e locais, e é o profissional que estabelece comunicação direta entre os órgãos da administração superior do sistema educacionale os estabelecimentos de ensino. Percebe-se que ainda nos dias atuais o processo de implantação da democratização no interior das escolas passa por muitos obstáculos. Para se falar em democracia é preciso que gestores e inspetores tornem-se conscientes do exercício desta prática, promovendo uma gestão descentralizada, flexível, respeitosa, aberta a transformação e participação de todos agentes educacionais. É imprescindível um objetivo comum, quer seja, uma educação de qualidade para todos e uma sociedade justa e igualitária, onde o exercício da cidadania se faz presente. Práticas inovadoras surgem através de mudanças coletivas. Considerações Finais Este estudo apresentou o processo histórico da inspeção escolar, apontando suas transformações. Destaca-se sua origem e sua importância no desempenho de suas funções para a qualidade da educação. Foi evidenciado a atuação do inspetor na atualidade, nos convidando a uma reflexão sobre o perfil necessário desse profissional para uma sociedade que privilegia cada dia mais a democratização do ensino. Para melhor compreensão sinalizamos a proposta de uma gestão democrática e participativa. O aporte teórico bibliográfico que privilegiou a história da inspeção escolar apresentou o perfil do inspetor em diferentes contextos e períodos, permitindo perceber que as mudanças no perfil desse profissional acompanharam as mudanças da educação. Compreendemos ainda que se teve uma quebra de paradigmas para que chegássemos ao contexto atual, consolidando novas práticas. Durante um período a inspeção escolar foi marcada por um governo autoritário que visava o controle da educação, tendo os inspetores como fiscalizadores. Atualmente, no Sistema Educacional Brasileiro, o inspetor tem assumido práticas inovadoras, pautadas nas leis que prescreve suas atribuições. Além de cuidar das questões administrativas dos estabelecimentos de ensino, ele participa com olhar e postura de educador, observando, corrigindo e orientando, pois o contexto atual exige uma atuação flexível e democrática. No Brasil, a inspeção escolar faz parte do quadro de servidores na área da educação, os inspetores são lotados nos órgão regionais de ensino, no entanto, parte de sua jornada é exercida em funções nas escolas. Existem algumas diferenças de atribuições em alguns estados, mas a sua atuação é garantida em vários estados do país, e em muitos outros países como: França, Portugal, Chile, Inglaterra, dentre outros. Ainda nos dias atuais são previstas visitas rotineiras com elaboração de relatórios que são repassados aos órgãos centrais, informando as decisões tomadas e ações desenvolvidas no contexto educacional. A inspeção escolar tem grande importância para o sistema de ensino, pois atualmente o inspetor é visto como um agente político com perfil de educador. Tendo condições de propor mudanças aos órgãos do sistema educacional, observando as necessidades dos estabelecimentos de ensino, podendo sugerir desenvolvimento de projetos que atendam às demandas da comunidade. Sua atuação deve estar pautada num dinamismo democrático, participativo e transformador, tendo em vista a formação de cidadãos críticos e participativos, que buscam uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Atualmente, no Brasil observamos poucas pesquisas específicas sobre a inspeção escolar, normalmente as teses e dissertações são de cunho histórico ou abrangem a gestão escolar de um modo geral. Deste modo, para melhoria dos serviços prestados à educação, é preciso investir nas pesquisas sobre as atribuições desse profissional, sendo de fundamental importância estudos e investigações atualizadas que tenham aproximação com o contexto atual da sociedade em âmbito nacional. SAIBA MAIS! Aprofunde seu aprendizado! Assista também ao vídeo: Vídeo: Gestão Escolar - Prof. Vitor Henrique Paro Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WhvyRmJatRs BIBLIOGRAFIA UTILIZADA AUGUSTO, Maria Helena O. Gonçalves. A regulação das políticas educacionais em Minas Gerais e a obrigação de resultados: o desafio da inspeção escolar. Tese de Doutorado. Belo Horizonte: FAE – UFMG, 2010. BRASIL. Lei nº 12.014, de 6 de agosto de 2009. Altera o art. 61 da Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, com a finalidade de discriminar as categorias de trabalhadores que se devem considerar profissionais da educação. Diário Oficial da União, Brasília, 7 jun. 2009. BRASIL. 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