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Alzheimer 163 -As doenças neurodegenerativas são responsáveis pela destruição irreversível de certos neurônios (colinérgicos, que produzem ACh), no hipocampo e no córtex, resultando na perda progressiva e incapacidade de determinadas funções do sistema nervoso. Diante disso, o Alzheimer representa a forma mais comum de demência em idosos, podendo ser diferenciadas em 2 formas: A DA de início tardio (LOAD late onset alzheimer’s disease): corresponde a forma mais comum, surgindo de forma tadia (após os 60 anos). A DA familiar (FAD familial alzheimer’s disease): surge prematuramente, antes dos 60 anos, com forte influência genética, sendo considerada autossômica dominante, a qual representa de 1 a 6% dos casos. -Apesar de poder ser dividida, suas características patológicas são as mesmas: decréscimo das funções cognitivas, que afeta a memória recente, a linguagem, a capacidade de julgamento, a atenção e as funções executivas. -Mecanismos genéticos: Autossômica dominante (9,9%) e recessiva (0,1%); Herança multifatorial (90%) maioria por mutação nova, relacionada com suscetibilidade genética (polimorfismos que ocorrem em genes). -Sua etiologia é multifatorial e poligênica, possuindo diversas hipóteses: Colinérgica (morte dos neurônios liberam ACh); Metálica (acúmulo de alumínio de alimentos exógenos); Glutaminérgica; Cascata Amiloide; Diabetes tipo 3 (a deficiência de glicose e suas variações oferecida ao neurônio pode despertar o gene e resultar na doença). -Quais são os genes envolvidos? APP: gene da proteína precursora beta-amiloide. PSEN 1: gene da presenilina 1; PSEN 2: gene da presenilina 2; APOE: gene da apolipoproteína E. Genes: -Gene APP: Codifica a proteína APP, a qual possui papel transmembrana e é altamente expressa em neurônios; Mutações nesses genes geram a deposição extracelular de fragmentos beta-amiloides, com a formação de produtos fosforilados que levam a disfunção neuronal. -Gene PSEN 1 e PSEN 2: Clivam a proteína APP; Mutações nesses genes levam a produção de fragmentos mais longos, que se acumulam no meio extracelular. -Gene APOE: Codificam uma Apolipoproteína E, expressa no cérebro e fígado, que realiza a distribuição e transporte do colesterol; Relacionada com a velocidade de degradação e/ou acúmulo de beta- amiloide no espaço extracelular dos neurônios, na fenda sináptica. Cascata Amiloide: -A hipótese da Cascata Amiloide está relacionada com a formação de placas senis (placas beta-amiloides) e de emaranhados neurofibrilares, derivados da proteína TAU. -Os indivíduos possuem um gene defeituoso que codificam proteínas não funcionais, as quais geram morte celular. 164 -O acúmulo da placa beta-amilóide é suficiente para iniciar a patogênese da DA. A beta-amilóide é um fragmento da proteína precursora de beta- amilóide (APP) e, sua clivagem, tem como função neuroproteção (nós precisamos que sua clivagem ocorra corretamente para realizar a função de proteção); Caso a clivagem não ocorra corretamente a beta-amilóide se torna neurotóxica forma agregados neurofibrilares com a proteína TAU hiperfosforilada; -Mas como a clivagem não é feita corretamente? Quando há uma alteração na proteína APP ou nas enzimas de clivagem ela se torna tóxica, em virtude da alteração dos alvos de ação das enzimas; o Em mecanismos normais as gama e alfa-secretases são responsáveis pela clivagem das proteínas APP. No entanto, quando há alterações a quebra se da por proteínas gama e beta-secretases, as quais geram fragmentos beta-amilóides mais longos. A alteração na clivagem realiza a produção de fragmentos beta-amiloide mais rapidamente. -Clivagem da APP: Sua degradação pode ocorrer a partir de vias amiloidogênicas e não amiloidogênicas; Não amiloidogênicas: a APP é quebrada por enzimas, alfa e gama secretases, liberando nas fendas sinápticas os resíduos, os quais são solúveis e não se acumulam, sendo eliminados pelas proteínas ApoE; Amiloidogênicas: erro no cromossomo 21 que expressa um erro de dobramento da proteína APP. Assim sua degradação é por enzimas beta e gama secretases, os quais liberam resíduos não solúveis nas fendas (chamados de beta-amiloides), cuja agregação forma oligômeros (processo de oligomerização), que formam a placa beta-amiloide (placas senis) não permite a ocorrência de sinapses. -Formação de emaranhados neurofibrilares: Em condições normais, há microtúbulos dentro dos neurônios, os quais conduzem nutrientes e neurotransmissores. A parede dos microtúbulos é formada por proteínas, com destaque para a TAU. A hiperfosforilação, realizada por proteínas expressas pelo Alzheimer, desagrega essas proteínas (principalmente a TAU) no citoplasma neuronal, as quais se enovelam a formam filamentos helicoidais (agregados insolúveis), que dão origem aos emaranhados neurofibrilares. Referências: Fridman, C.; Ojopi, E. P. B.; Neto, E. D.; et al. Alterações genéticas na doença de Alzheimer. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 31, p. 19-25, 2004. Falco, A.; Cukierman, D. S.; Rey, N. A.; et al. Doença de alzheimer: hipóteses etiológicas e perspectivas de tratamento. Química Nova, Rio de Janeiro, v. 39, p. 63-80, 2016.
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