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Anatomia Limites da parede antero-lateral do abdome: • Limite superior: cranialmente rebordo das costelas flutuantes e apêndice tifoide; • Inferiormente espinha ilíaca (bilateralmente) acompanhando ligamento inguinal até região do púbis • Lateralmente: duas linhas verticais da região superior, das margens costais até crista ilíaca • Dor em fossa ilíaca direita: inicialmente difusa; cerca de 12 horas migrou para apenas região inguinal direita; principalmente no homem, nessa região encontra-se o apêndice cecal; primeira hipótese é de apendicite aguda; em uma mulher, deve-se descartar patologia de anexos (ovários/ trompas) • Dor em fossa ilíaca direita que irradia para dorso; ardência ao urinar; deve-se descartar cálculo renal • Dor em flanco direito: cólon ascendente; apêndice cecal; • Hipocôndrio direito: ângulo esplênico do cólon ascendente; fígado; vesícula; descartar primeiro (independente da idade/ sexo) colecistite/ cólica biliar; • Incisão subcostal direita/ de koscher – acessa vesícula e faz-se colecistectomia • Dor súbita/lancinante em região epigástrica: Sinal de abdômen em tábua – paciente com dor e músculos do abdômen contraídos, e não consegue-se palpar o abdome; primeira hipótese é de úlcera perfurada; verificar se tem pneumoperitônio no RX; indicação imediata de laparotomia – incisão mediana supraumbilical • Incisão mediana: passa por cima da linha alba – laparotomia exploradora abre nessa linha • Hipocrondrio esquerdo: ângulo esplênico do cólon; tumor do ângulo esplênico; diverticulite aguda; • Divertículos – mais comuns na região lateral de flanco esquerdo/ sigmoide/ região inguinal esquerda; diagnóstico diferencial com tumor, litíase renal (dor irradia para baixo) • Cálculo impactado no ureter pode dar dor referida no testículo/ grandes lábios • Paciente de 50/60 anos com muita dor em região inguinal esquerda – pensar primeiro em acometimento do cólon descendente/ sigmoide; • Lesão em faixa que pega abdome todo, no mesogástrio, que irradia para costas: pancreatite; dosar amilase, PCR, lipase • Região mesogástrica: senhor de 50/60 anos – massa pulsátil – pensar em aneurisma de aorta abdominal • Artérias superficiais: o Superiormente há ramificações da art. epigástrica superior e da art. musculofrênica, originadas da art. torácica interna; o Inferiormente há ramificações das art. epigástrica superficial, circunflexa ilíaca superficial e pudenda externa superficial, todas originárias da artéria femoral o Se esses ramos forem seccionados – cauteriza – na resposta endócrina há neoangiogênese, onde rede de capilares supre aquela região novamente • Veias superficiais: drenam para VCS e VCI o Paciente com cirrose hepática: hipertensão portal – cabeça de medusa – obstrução da drenagem venosa da região periumbilical para VCI o Inguinotomia para corrigir hérnia: ao abrir região inguinal direita, ve-se veia e artéria epigástrica superficial, sendo necessário seccioná-las (ligar/ cauterizar) • Nervos cutâneos: o Inervação superficial anterior: são os últimos 6 nervos torácicos interpostos (T6-T12); dermátomos; o Inervação superficial inferiormente há ramos do íleo hipogástrio (região suprapúbica) e nervo íleo inguinal (região de flanco) • • Linhas de langer ou de clivagem (linhas de força) – sutura em direção dessas linhas – cicatrização melhor/ mais rápida/ diminui seroma/ espaços mortos • Na hora da incisão – verificar sentido do pelo na pele do paciente – pelo segue no sentido da linha de força • Sentido das dobras da pele • Região abdominal: incisão transversa – facilita fechamento, evitando força antagonista ao fechamento da sutura; se for feita incisão vertical, as linhas de força puxam sutura na direção horizontal – mais chance de deiscência de sutura em idosos por ex (fases da cicatrização prejudicadas pela idade/ formação do colágeno) e não fechamento da incisão/ formar mais abscessos/ formar coleção Músculos abdominais • 5 músculos na região do abdome • Reto abdominal • Músculo oblíquo externo – região lateral • Musculo oblíquo interno – posteriormente • Músculo transverso – mais profundamente • Músculo piramidal – região suprapúbica • Formação da aponeurose nos 2 terços superiores • No terço inferior, na região mediana do umbigo ao púbis – deixa de ter aponeurose na região anterior/ posterior do reto abdominal, e passa a ser só anterior; posteriormente há só fáscia transversalis e peritônio • Um pouco abaixo do umbigo há aponeurose anterior/ posterior • Incisão mediana em cima da linha alba – aponeurose como estojo envolvendo reto abdominal • Incisão paramediana/ pararretal interna – acessa aponeurose anterior do reto; afasta reto de lado e visualiza-se aponeurose posterior do reto • Quando a aponeurose do reto abdominal é apenas anterior: isso torna a região mais frágil, porém é menos passível de ter deiscência de anastomose • Linha arqueada de Douglas: transição de aponeurose anterior/ posterior para aponeurose apenas anterior • Inervação profunda vem de 6 dermátomos da região posterior da coluna torácica – perfuram na região lateral dos retos abdominais • Ao fazer incisão paramediana/ pararretal externa, pode seccionar nervos profundos passando - seccionar mais de 2 nervos consecutivos – pode adelgaçar o músculo/ flacidez muscular – pode causar hérnia, pode dificultar marcha (pois reto abdominal levanta quadríceps) – pode deixar parede desnervada Linha alba • O entrecruzamento das fibras aponeuróticas dos músculos largos do abdome (oblíquo externo/ oblíquo interno/ trasnverso, que cobrem reto abdominal), na linha mediana, da formação a uma densa faixa tendínea que se estende do processo xifoide a sínfise púbica, e é conhecida como linha alba • Incisão mediana: passa por aponeurose/ peritônio e depois já esta na cavidade abdominal; mais rápida (VANTAGEM) • Incisão paramediana/ pararreteal interna: acessa aponeurose anterior do reto abdominal, músculo reto abdominal é afastado ou atravessado (transrretal), e tem- se aponeurose posterior, peritônio e depois cavidade • Laparotomia exploradora: para descobrir o que está acontecendo no abdome; acessa região mediana; urgência • Região mediana: intercruzamento das fibras no sentido horizontal/ vertical - linhas de força em 2 sentidos; sutura muito bem feita, pois linhas de força são maiores; mais fácil ter hérnia incisional/ deiscência nessa região/ eventração na região mediana que em qualquer outra região - DESVANTAGEM • Abaixo da linha arqueada de Douglas há só aponeurose anterior, só tendo no sentido horizontal • Incisão infraumbilical: chance menor de hérnia incisional/ deiscência do que acima da linha arqueada de douglas Laparotomia • Láparon “flanco” tome “corte” = secção do flanco • Celiotomia seria o termo mais correto; celio – cavidade; tomia - corte • A partir de 1988 o rápido avanço da tecnologia permitiu o desenvolvimento da vídeo laparoscopia Classificação ❖ Mediana: supra umbilical/ infraumbilical • • Região xifoide até região supra púbica – incisão mediana xifo púbica o Incisão para achar algo no paciente de urgência – paciente chega chocado/ grave/ obnubilado/ instável hemodinamicamente/ sem tempo de fazer lavado peritoneal, TC o Se não achar nada na laparotomia exploradora, faz-se toracotomia o Cirurgia grande, como por ex retirada de todo o cólon descendente por conta de tumor • Acesso ao estomago: incisão mediana supraumbilical ❖ Incisão paramediana • Pararretal interna (lenander): supraumbilical/ infraumbilical/ paraumbilical/xifopúbica o Lenander tradicional é apenas supraumbilical • Transretal o Atravessa pele, subcutâneo, aponeurose anterior do reto abdominal; seccionar/ afastar lateralmente o reto abdominal, passar no meio do reto abdominal e acessaraponeurose posterior do reto abdominal • Pararretal externa: supraumbilical; infraumbilical (Jalaguier) o Infraumbilical: muito usada antigamente como acesso ao apêndice; menos complicações relacionadas a lesão de nervos profundos • • A – incisão mediana • B – paramediana pararretal interna (Lenander) – supraumbilical; superior • C – transretal – entra em cima do reto abdominal • D – paramediana pararretal externa infra (Jalaguier) o Pode acometer nervos profundos – mais risco • E – para pilorotomia o Pode ser feita quando há úlcera/ estenose do piloro (mas normalmente é feita a mediana) • F – mediana infra o A + F – xifo púbica o Acessa órgãos pélvicos da mulher o Pode acessar bexiga, ceco, apêndice complicado, abscesso • G – pararretal interna infra • H – transrretal infra • I – subcostal (Kocher) o Pode ter na direita/ esquerda o Suspeita de colecistite aguda/ abordar vesícula • J – para sigmoidostomia o Só deriva paciente o Ex: paciente com tumor obstruído de sigmoide/ reto; não está evacuando; instável/ sepse; com metástases para vários órgãos; sem chance curativa – se fizer incisão maior, fazendo laparotomia para tentar retirar tumor paciente pode morrer; logo, faz-se incisão pequena (J), atravessando pele/ subcutâneo/ aponeurose, afasta aponeurose do oblíquo externo/ interno, acessa cavidade e puxa só sigmoide para fora (colostomia para derivar transito do paciente) o Ex: paciente idoso com choque séptico, tumor avançado, com carcinomatose, metástase do fígado/ óssea, sem chance de cura; mas não pode ficar obstruído – fazendo a derivação, da maior chance de sobrevida o Feita para conforto do paciente o Se o tumor tem chance de ser ressecado, e sobrevida for maior – faz-se laparotomia mediana; reconstrói o transito intestinal se possível • K – oblíqua baixa ou estrelada ou alternante (McBurney) o Utilizada para apendicectomia o Faz-se linha imaginária do umbigo à crista ilíaca, e a divide em 3 porções, e realiza-se a incisão entre terço distal e terço médio para acessar o apêndice • L – oblíqua alta ❖ Incisões transversais • Supra umbilical: parcial (sprengel)/ total • Infra umbilical: parcial (Pfannenstiel; Cherney)/ total (Gurd) o Pfannenstiel: acessa órgãos pélvicos da mulher – útero, ovário - incisão do obstetra em parto por cesariana (incisão transversa na região do hipogástrio) • Obs.: rockey-davis – incisão transversa para apendicectomia • ❖ Incisões oblíquas • Subcostal (kocher) • Diagonal epigástrica • Estrelada supra umbilical • Estrelada infra umbilical ou alternante (McBurney) • Lombo abdominais • Toraco-laparotomias o Ex: paciente com choque hemorrágico, e após não achar sangramento na laparotomia, abre-se tórax, podendo combinar incisão que vai desde tórax até abdome • Toraco-freno-laparotomias o Abre diafragma do paciente o Ex: lesão diafragmática que perfurou fígado • Incisões combinadas o Ex: incisão que aborde pâncreas – pode fazer incisão mediana, mas pode-se fazer bi kocher (obliqua direita/ esquerda), combinando as duas tem-se amplo acesso ao pâncreas • A incisão abdominal ideal é a que permite o acesso fácil do órgão visado, oferecendo espaço suficiente para que as manobras cirúrgicas sejam executadas com segurança • Proximidade do órgão • Linha mediana: acesso mais rápido e menos hemorrágico; maior incidência de eventrações (no pós operatório, 7/8 dias após a sutura, vê-se abaulamento na sutura, sendo indicativo de deiscência; pele íntegra; alça intestinal por entre aponeurose) e eviscerações (órgão fora da barriga; abriu sutura da aponeurose/ pele) A. Incisão paramediana pararretal interna (lenander) • Incisão na pele/ aponeurose anterior/ afasta músculo reto abdominal, faz incisão na aponeurose posterior; • Vantagem: não sutura só um ponto como na linha mediana; sutura aponeurose posterior do músculo/ reaproxima músculo da linha média/ sutura aponeurose anterior do músculo/ sutura pele/ subcutâneo, dividindo as linhas de força com várias suturas – possibilidade de hérnia/ evisceração/ eventração/ deiscência de anastomose menor • Desvantagem: na pararretal interna – mais demorado dividir cada camada/ sutura • A incisão pararretal externa tem o risco de lesão dos nervos que penetram no músculo pela borda lateral • As incisões transversais tem vantagem em relação a abertura na direção das linhas de tensão, entretanto é mais demorada e apresenta maior sangramento Complicações ➢ Deiscência da parede abdominal • Principal complicação de incisão • Ligado a técnica correta da incisão, de acessar por planos, de suturar plano por plano, linha de sutura com tensão adequada/ espaços adequados, com nó feito corretamente • Afastamento total ou parcial de um ou de todos os planos suturados • Pode ter eventração/ evisceração • Resultado do desequilíbrio entre a resistência sutura e a força a que é submetida; ocorre entre o 6º e 11º- dia pós operatório (mais ligado a falha técnica) • Pós operatório tardio: hérnia incisional – mais ligado a cicatrização do paciente e fatores intrínsecos e nutricionais e não a técnica • Normas básicas para evitar o 1 – paciente em posição adequada ▪ Pedir para anestesista relaxar parede abdominal ▪ Suturar paciente com parede abdominal tensa, saindo do plano anestésico – sutura pode falhar depois o 2 – pele limpa livre de pelos e germes ▪ Tricotomia imediata a incisão o 3 – esvaziamento gástrico e vesical ▪ Passar sonda nasogástrica/ mediana em pacientes em que se fará laparotomia mediana ▪ Paciente não corre risco de vomitar e forçar abdome no pós operatório o 4 – incisão precisa respeitando anatomia o 5 – diérese por planos o 6 – hemostasia adequada o 7 – técnica asséptica o 8 – limpeza da cavidade em casos de contaminação o 9 – evitar usar traumatizantes (dedos) o 10 – reconstituir anatomicamente o 11 -sutura interrompida o 12 – observar normas de suturas o 13 – evitar espaços mortos o 14 – relaxamento abdominal antes do fechamento o 15 – não exteriorizar drenos pela sutura o 16 – coagulopatias ➢ Reparo da deiscência • Órgão exposto, tendo ultrapassado aponeurose se há eventração – abrir com cuidado • Se não há deiscência, mas há hérnia incisional, em que há orifício por qual sai a alça intestinal – ao fazer acesso e abrir pele novamente, normalmente há formação de saco herniário (fascia transversalis + peritônio cobrindo alças intestinais) – faz incisão mediana na região acima/ lateral onde tem hérnia, e disseca subcutâneo onde não tem saco herniário para achar o saco para que bisturi não acometa alça intestinal • Para acessar hérnia incisional pode abrir um pouco acima da cicatriz anterior para acessar região de aponeurose sadia/ sem pontos, sentindo se não tem alça intestinal colada na parede abdominal após abrir a cavidade, para superiormente ir abrindo aponeurose que tinham pontos para que não corra risco de pegar alças intestinais e seja possível tirar pontos anteriores – facilita acesso sem ocorrência de lesão iatrogênica ➢ Reabertura da cavidade abdominal • Paciente estável com eventração – pele íntegra mas aponeurose abriu – refaz sutura com pontos separados reforçando aquela região ao invés de sutura contínua, sem divulsionar muito, pois quanto mais se mexe em local já mexido, menos local sadio se encontra – faz-se pontos totais, do tipo lambot, podendo ser feitos alterando com linha de sutura contínua, ou somente pontos separados (se abrir um ponto, não abre a linha toda) • Paciente instável com eventração – não mexe; vira uma hérnia inciosional – aborda quando paciente estiver melhor • Videolaparoscopia: Permite através de pequenas incisões fazer: colecistectomia com 4 incisões; colectomia; pancreatectomia • Cirurgia robótica:cirurgião fica fora de campo • NOTES: Natural Orifice Transluminal Endoscopic Surgery – acessa cavidade abdominal por orifício natural do corpo; GOFFI - Capitulo 57 e 58 Luana Pimentel – 103C Medicina Vassouras Prof: Fábio Jorge
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