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A secreção dos hormônios está principalmente sob o controle de três tipos de estímulos para as células endócrinas: • alterações nas concentrações plasmáticas de íons minerais ou nutrientes orgânicos, • neurotransmissores liberados dos neurônios que terminam na célula endócrina • outro hormônio (ou, em alguns casos, uma substância parácrina), que atua sobre a célula endócrina. É preciso ressaltar que mais de um estímulo pode influenciar a secreção hormonal. Por conseguinte, o controle das células endócrinas ilustra o princípio geral de fisiologia segundo o qual as funções fisiológicas são, em sua maioria, controladas por múltiplos sistemas reguladores, os quais frequentemente atuam em oposição. A resposta resultante – a taxa de secreção hormonal – depende das quantidades relativas de fatores estimulantes e inibidores. O termo secreção aplicado a um hormônio refere-se à sua liberação por exocitose da célula. Em alguns casos, os hormônios, como os esteroides, não são secretados em si, porém se difundem através da membrana plasmática da célula para o espaço extracelular. A secreção ou liberação por difusão é algumas vezes acompanhada de aumento na síntese do hormônio. A secreção de vários hormônios é diretamente controlada – pelo menos em parte – pelas concentrações plasmáticas de íons minerais ou nutrientes orgânicos específicos. Em cada caso, uma importante função do hormônio consiste em regular, por meio de retroalimentação negativa, a concentração plasmática do íon ou do nutriente que controla a sua secreção. Por exemplo, a secreção de insulina é estimulada por um aumento na concentração plasmática de glicose. Por sua vez, a insulina atua sobre o músculo esquelético e o tecido adiposo, promovendo a difusão facilitada da glicose através das membranas plasmáticas para dentro do citosol. Por conseguinte, o efeito da insulina consiste em restaurar a normalidade das concentrações plasmáticas de glicose. Outro exemplo é a regulação da homeostasia dos íons cálcio pelo paratormônio (PTH. Esse hormônio é produzido por células das glândulas paratireoides que, como o próprio nome sugere, estão localizadas em estreita proximidade da glândula tireóide). A secreção de PTH é diretamente estimulada por uma diminuição na concentração de Ca2+. Em seguida, o PTH exerce várias ações sobre o osso e outros tecidos, que aumentam a liberação de cálcio no sangue, normalizando, assim, a concentração plasmática de Ca2+. O sistema nervoso autônomo influencia glândulas endócrinas. Podem ocorrer impulsos tanto parassimpáticos quanto simpáticos para essas outras glândulas, alguns inibitórios e outros estimuladores. Exemplos são as secreções de insulina e dos hormônios gastrintestinais, que Secreção hormonal CONTROLE PELAS CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS DE ÍONS MINERAIS OU NUTRIENTES ORGÂNICOS CONTROLE POR NEURÔNIOS Fisiologia/m3/p1 são estimuladas por neurônios do sistema nervoso parassimpático e inibidas por neurônios simpáticos. Em muitos casos, a secreção de determinado hormônio é diretamente controlada pela concentração sanguínea de outro hormônio. Com frequência, a única função do primeiro hormônio em uma sequência consiste em estimular a secreção do hormônio seguinte. Um hormônio que estimula a secreção de outro hormônio é frequentemente designado como hormônio trópico. Em geral, os hormônios trópicos estimulam não apenas a secreção, mas também o crescimento da glândula estimulada. Entretanto, além das ações estimuladoras, alguns hormônios, como aqueles em uma sequência de múltiplos hormônios, inibem a secreção de outros hormônios. CONTROLE POR OUTROS HORMÔNIOS Referência bibliográfica: WIDMAIER, E.P.; RAFF, H. STRANG, K.T. Vander, Sherman & Luciano Fisiologia Humana Os Mecanismos Das Funções Corporais. 12. ed. Rio de Janeiro: GEN/Guanabara Koogan, 2013.