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Depósito de Pigmentos - Patologia

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Definição 
Pigmentação é o processo de formação e/ou 
acúmulo de pigmentos no organismo, que pode ser 
fisiológico ou patológico. Pigmentação patológica 
pode ser sinal de alterações bioquímicas pronunciadas, 
podendo ser acúmulo ou redução de determinados 
pigmentos a depender da doença. Uma parte dos 
pigmentos depositados origina-se de substâncias 
produzidas pelo próprio organismo (endógena), 
enquanto outros são formados no exterior e, por via 
respiratória, digestiva ou parenteral, penetram e 
depositam-se em diversos órgãos (exógenos). 
Os distúrbios da pigmentação decorrem de: 
 Alterações na formação do pigmento (hiper ou 
hipoprodução); 
 Alterações na distribuição (localização 
anormal); 
As pigmentações patológicas ocorrem em 
numero considerável de doenças, mas o pigmento em 
si raramente ocasiona alterações histofisiológicas 
significativas (i.e. raramente é causa de problema, é 
mais um sinal deste!). Exceção: Hemocromatose. 
Pigmentação Endógena 
Dentre as pigmentações endógenas, podemos 
pontuar: (1) derivadas da hemoglobina (pigmentos 
biliares, hematoidina, hemossiderina, pigmento 
malárico, pigmento esquistossomótico), (2) melanina, 
(3) ácido homogentísico, (4) pigmentos lipídicos 
(lipofuscina, ceroide). 
Albinismo 
 Sinônimo: acrimia, acromatose. 
Despigmentação generalizada congênita 
(geralmente condicionada por gene autossômico 
recessivo) decorrente da incapacidade dos melanócitos 
de sintetizar a tirosinase (ou tirosina oxidase), 
importante na síntese da melanina. 
Vitiligo 
 Acromia localizada adquirida 
Acromia localizada adquirida, idiopática, 
geralmente simétrica, irregular e delimitada (com 
hipercromia periférica). Provavelmente decorrem da 
perda de atividade enzimática local dos melanócitos. 
Teorias: autoimunidade, presisposição genética 
e influência de fatores externos. 
Acromia Cicatricial 
Caracterizado pela exaustão dos melanócitos 
ou destruição no local da cicatriz, tendo como 
resultado uma hipopigmentação pós-inflamatória. 
Como exemplo pode-se citar uma inflamação cutânea 
que pode induzir perda ou diminuição da coloração da 
pele. 
Acromotriquia 
Mais comum na senilidade. Admite-se que 
cabelos brancos decorram de apoptose de melanócitos, 
provavelmente mediada por lesão do DNA 
mitocondrial pelo estresse oxidativo, com redução 
acentuada do número dessas células no folículo piloso 
= Exaustão dos melanócitos. A formação de cabelos 
grisalhos parece resultar da mistura de cabelos 
pigmentados e brancos, além da diminuição do 
tamanho e do número de grânulos de pigmento 
melânico e de melanossomos em folículos pilosos 
isolados. Pode ser causado por deficiências 
nutricionais ou por radiações ionizantes intensas, que 
após altos períodos de hiperprodução/ 
hiperpigmentação , entram em exaustão. 
Hiperpigmentação 
Muitas substâncias podem causar 
hiperpigmentação melânica, como medicamentos 
(sulfonamidas, hidantoína, cloroquina, levodopa), 
anticoncepcionais orais, metais pesados (arsênio, prata, 
ouro, bismuto) e agentes quimioterápicos 
(ciclofosfamida, 5-fluorouracil, doxorrubicina, 
bleomicina). 
 Melasma 
Geralmente acomete a face, mas pode localizar 
em outras regiões como braços, pescoço e colo. Não 
possui uma causa definida, mas muitas vezes esta 
condição está relacionado ao uso de anticoncepcionais 
femininos, à gravidez, predisposição genética e, 
principalmente, à exposição solar. 
 Inflamação Crônica 
São manchas pós-inflamatórias, decorrentes de 
dano permanente no DNA celular, que regridem 
quando tratado a causa de base (a intensidade da 
coloração se dá por aumento citocínico). As manchas 
podem variar sua cor de rosa a vermelho, marrom ou 
preto, dependendo do tom de pele e da profundidade 
da coloração. 
 Melanoma 
Neoplasia de alto grau de malignidade, que 
decorre da multiplicação autônoma e desordenada de 
melanoblastos e melanócitos. 
*** Qualquer lesão pigmentada que comece a 
crescer, que tenha alterações na pigmentação ou que 
venha a sangrar deve ser estudada microscopicamente 
- procurando-se alterações juncionais, invasividade, e 
mitoses frequentes e anormais, com anaplasia. 
 
Lipofucsina 
Grupo homogêneo de pigmentos pardacentos, 
derivados da oxidação de lipídeos ou de lipoproteínas, 
geralmente insaturadas. Ocorrem em condições de 
senilidade (indicador evidente da idade da célula) ou 
caquexia (caracterizando a "Atrofia Parda") numa 
grande variedade de tecidos. O desgaste celular, ou a 
senilidade, podem provocar atrofia parda (senil), que 
cursa muitas vezes com atrofia. 
Suas características, no entanto, podem variar 
de tecido para tecido, e em um mesmo tecido, de 
tempo para tempo (acumula-se de um modo 
dependente do tempo). A formação e o acúmulo ao 
longo do tempo decorre da autofagia e produção de 
moléculas reativas de oxigênio ao longo da vida. 
Pode acometer células pós-mitóticas 
(neurônios, miócitos cardíacos e miócitos da 
musculatura esquelética) e células com divisão lenta 
(hepatócitos e células da glia). 
É o resultado final da autofagocitose dos 
constituintes celulares (organelas) de células 
parenquimatosas. Resíduo final não degradável fica 
acumulado em lisossomos  lixo biológico. 
 
 
Admite-se que a lipofuscina tenha efeito 
citotóxico mediado por vários mecanismos, como 
formação de espécies reativas derivadas do oxigênio, 
inibição da degradação proteica em proteassomos e 
formação de substâncias derivadas de glicação e 
peroxidação capazes de promover ligações cruzadas 
entre macromoléculas. 
Ceroide 
Derivado de lipídeos do interior de 
macrófagos. Comum em áreas degeneradas, necróticas 
ou hemorrágicas em que lipídeos são liberados nos 
tecidos e fagocitados e degradados pelos macrófagos. 
Presente em casos de desnutrição severa 
(caquexia advinda do câncer), deficiência de vitamina 
e radiação. 
Haverá acúmulo principalmente nas células de 
kupffer. Apresentando efeito deletério sobre a célula. 
Menor extensão nos hepatócitos, miócitos da 
musculatura esquelética e lisa. 
 
Pigmentos Hematógenos 
 
Bilirrubina: pigmento amarelo, produto final 
do catabolismo da fração heme da hemoglobina e de 
outras hemoproteínas. 
 
Aumento na produção de bilirrubina ou defeito 
hepático na remoção do pigmento da circulação 
resultam na elevação de seu nível no sangue 
(hiperbilirrubinemia) e em icterícia, um sinal clínico 
importante, que se caracteriza por deposição do 
pigmento na pele, esclera e mucosas. 
Elevados níveis de bilirrubina não-conjugado, 
particularmente em recém-nascidos  lesão cerebral 
irreversível ou morte. Nos casos de sobrevida  
sequelas neurológicas permanentes. 
A produção e a excreção da Bb podem ser 
divididas em: (1) formação da Bb; (2) transporte no 
sangue; (3) captação e transporte nos hepatócitos; (4) 
conjugação com o ácido glicurônico; (5) excreção nas 
vias biliares. 
 
 
Hiperbilirrubinemia e icterícia podem ser 
provocadas, portanto, por inúmeras causas e 
mecanismos. De forma resumida, isso acontece em: (1) 
aumento da produção de Bb, como ocorre em anemias 
hemolíticas; (2) redução na captação e no transporte de 
Bb nos hepatócitos, que se dá por defeitos genéticos; 
(3) diminuição na conjugação da Bb, por carência de 
enzimas envolvidas no processo, como ocorre em 
algumas doenças genéticas; (4) baixa excreção celular 
de Bb, por doenças genética; (5) obstrução biliar, intra 
ou extra-hepática, sobretudo por cálculos ou tumores; 
(6) combinação de lesões, como acontece em hepatites 
e na cirrose hepática. 
 
 
Icterícia pré-hepática: predomina bilirrubina 
não-conjugada (indireta). Decorrente de superprodução 
de Bb e na destruição excessiva de hemácias  
hemólise  icterícia hemolítica. A quantidade de Bb 
não-conjugada excede a capacidade do fígado de 
removê-la. As principais etiologias são: anticorpos 
produzidos nas incompatibilidades sanguíneas, 
doençasautoimunes e depósitos de imuno complexos. 
Icterícia hepática: composta de Bb conjugada e 
não-conjugada. Decorrente da redução na captação e 
transporte, diminuição da conjugação e/ou até mesmo 
do comprometimento dos hepatócitos. Ex: hepatite. 
 
Icterícia pós-hepática: predomina Bb 
conjugada (direta). Decorrente de obstáculos ao 
funcionamento biliar/diminuição da excreção. Pode 
estar localizado nas próprias vias biliares, como 
cálculos e bile anormalmente espessa, podendo 
modificar o trânsito e retardar a passagem; ou ser 
exterior, como por compressão do ducto colédoco ou 
da vesícula biliar, como corpos estranhos que podem 
impedir a secreção biliar, neoplasias de órgão 
próximos como pâncreas, tumores hepáticos e 
digestivos. 
Bilirrubina NÃO-conjugada 
Bilirrubina Conjugada 
Hematina 
Pigmento derivado do heme contendo ferro, 
resultante da ação de um ácido forte sobre a 
hemoglobina. Originado de hemólise sendo encontrado 
ao redor dos vasos e em áreas hemorrágicas. 
 Pigmento da Úlcera 
Ação do ácido clorídrico sobre a hemoglobina, 
sendo observada nas proximidades de úlceras 
gástricas. 
 Hematina Malárica ou Esquistossomótica 
Digestão enzimática da hemoglobina por 
parasitos. Assim, a ruptura das hemácias libera 
grânulos castanho escuro no interstício para os 
macrófagos do baço, fígado e outros órgãos. 
 Pigmento do Formol 
Comum em tecidos hemorrágicos quando 
fixados em formol ácido, sendo também indício de 
autólise post mortem. Apresenta-se como grânulos 
bronzeados ou preto esverdeados, não reagindo com o 
Azul da Prússia. Não tem significado patológico, mas 
pode ser confundido com outros pigmentos 
importantes. O uso de formol tamponado e neutro 
previne sua ocorrência. Pode ser removido dos cortes, 
lavando-se em soluções saturadas alcóolicas de ácido 
pícrico ou de amoníaco. Às vezes forma-se em cortes 
de tecidos fixados com formol com pH<5. 
Hemossiderina 
Produto do catabolismo do Fe da hemoglobina. 
Pigmento brilhante, amarelo ouro ou castanho escuro. 
Ferritina  Hemossiderina 
Ferritina é a associação da apoferritina com o 
ferro. Mantém o ferro sequestrado em forma oxidada, 
controlando sua atividade pró-oxidante formadora de 
radicais livres de oxigênio. 
Se a oferta de ferro ao Sistema Retículo 
Endotelial for muito grande  micelas de ferritina se 
agregam e formam a hemossiderina, passando a ser 
visível ao microscópio óptico os grânulos de 
hemossiderina. 
*** A porcentagem de ferro em relação à 
proteína é maior na hemossiderina que na ferritina, e a 
mobilização do ferro é mais difícil. 
 
A etiologia do acúmulo de hemossiderina nos 
tecidos pode ser decorrente da destruição excessiva de 
hemácias (anemias hemolíticas, anemias autoimunes, 
transfusões múltiplas) ou ingesta excessiva de ferro 
(supera a capacidade de absorção a nível do intestino). 
Outras causas: 
 
 Microscopia: grânulos de cor marrom escura, 
tamanho variável e aspecto refringente por 
Fe3+. 
 Diagnóstico diferencial: reação do azul da 
Prússia (ou de Perls) – Fe reage com 
ferrocianeto de potássio  ferrocianeto férrico 
que é azul intenso e insolúvel. 
Pigmentos Exógenos 
Varia de acordo com a via de administração, 
por ingestão (oral), inalatória ou cutânea (tatuagem). 
Argirismo 
Intoxicação com sais de prata ("Argentum"); 
mais comumente associada à administração excessiva 
e prolongada durante o já ultrapassado tratamento de 
cistites, coccidioses e oftalmias; com deposição nos 
glomérulos renais, glândulas sudoríparas e sebáceas e 
derme superficial de complexos prata - proteína, 
produzindo uma pigmentação cinzenta azulada 
permanente na pele e mucosa oral. É uma condição 
muito rara. 
Carotenose ou lipocromatose exógena 
A ingestão excessiva de pigmentos vegetais/ 
orgânicos (caroteno, xantofila, etc...) lipossolúveis 
(cromolipídeos ou lipocromos exógenos) determina 
coloração amarelo - pálido na pele e vísceras, sem 
efeitos deletérios conhecidos. As células que mais 
captam tais pigmentos são as células epiteliais da 
adrenal, dos testículos e da vesícula seminal, as 
luteínicas do corpo lúteo, as células de Kupffer do 
fígado, as células ganglionares e os adipócitos. A 
quantidade de carotenóide nos tecidos variam 
conforme a espécie e está na dependência da eficiência 
relativa na conversão de caroteno para vitamina A. 
Pneumoconioses 
Alterações pulmonares e de linfonodos 
regionais decorrentes da inalação de partículas 
provindas do ambiente (poeiras/poluição do ar). 
Não são verdadeiramente distúrbios 
pigmentares. Alguns pigmentos exógenos são 
frequentemente inalados. 
A gravidade depende: do tipo de partícula 
inalada (qualidade); do tempo de exposição à poeira 
(quantidade); e da presença ou não de infecção 
associada. 
Principais tipos: 
 
 Antracose 
Deposição de carvão nos pulmões, linfonodos 
regionais e em outros órgãos (via migração de 
macrófagos com carvão fagocitado). O carvão é o mais 
inócuo e mais frequente dentre as substancias inaladas 
– partículas de carbono inaladas da poluição 
atmosférica que chegam aos alvéolos. 
Grupos de risco; mineiros, populações de 
centros urbanos, áreas poluídas, fumantes. 
 Macroscopicamente verifica-se um pontilhado 
preto acinzentado, mais intenso nas porções 
mais ventrais. Linfonodos regionais também 
escurecidos. 
 Microscopicamente observa-se grânulos 
enegrecidos histoquimicamente resistentes a 
todos solventes, nos alvéolos e nos septos 
interalveolares, as vezes dentro de macrófagos. 
 Silicose 
Silicose é a inalação de sílica ("terra") sendo 
altamente irritante, determinando por isso mesmo 
reações violentas (nódulos altamente fibróticos - de 
natureza granulomatosa), alem de predispor à 
infecções pulmonares. 
Exposição ocupacional, mineiros, concreto e 
pintores.

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