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Pigmentações e Calcificações Patológicas

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Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 
Pigmentações e Calcificações Patológicas 
Acúmulos Intracelulares 
→ Em algumas situações, as células podem 
acumular quantidades anormais de várias 
substâncias que podem ser inofensivas ou 
associadas com vários graus de lesão; 
→ A substância pode ser localizada no citoplasma, 
no interior das organelas – tipicamente nos 
lisossomos – ou no núcleo, e pode ser sintetizada 
pelas células afetadas ou produzida em 
qualquer outro lugar: 
- Substância endógena normal com metabolismo 
alterado; 
- Substância endógena anormal; 
- Ausência de enzimas que degradam substâncias 
endógenas normais; 
- Substância exógena anormal. 
Pigmentações Patológicas 
→ Pigmentos, do latim "pigmentum", são 
substâncias de composição química e cores 
próprias, amplamente espalhadas na natureza, 
também encontradas nas células e tecidos, 
sob a forma de grânulos, alguns com 
importantes funções, mas que em determinadas 
circunstancias podem constituir causa ou efeito de 
alterações funcionais; 
→ As pigmentações podem ser fisiológicas ou 
patológicas. Pigmentação patológica pode ser 
sinal de alterações bioquímicas pronunciadas, 
sendo o acúmulo ou a redução de 
determinados pigmentos um dos aspectos mais 
marcantes em várias doenças. Uma pigmentação 
anormal é mais um sinal de perda da 
homeostase e da morfostase celular, portanto, 
é patológica; 
→ Grande número de pigmentos origina-se de 
substâncias sintetizadas pelo próprio organismo – 
pigmentos endógenos – enquanto outros são 
formados no exterior e, por via respiratória, 
digestiva ou parenteral, penetram e depositam-se 
em diversos órgãos – pigmentos exógenos. 
Pigmentos Endógenos 
→ Pigmentações Hemoglobínicas 
- Pigmentos biliares, hematoidina, hemossiderina, 
hematina, pigmento malário e pigmento 
esquistossomótico 
→ Melanina 
→ Ácido Homogentísico 
→ Lipofucsina 
Pigmentações Hemoglobínicas 
• Pigmentos Biliares 
→ O principal pigmento biliar é a bilirrubina, um 
pigmento amarelo, produto final do 
catabolismo da fração heme da hemoglobina e 
de outras hemoproteínas; 
→ O conhecimento do metabolismo da bilirrubina 
é essencial para o diagnóstico de grande número 
de doenças do fígado e do sangue: 
- Fagocitose das Hemácias: Cumprido seu 
período de vida de aproximadamente 130 dias, as 
hemácias são fagocitadas pelos macrófagos – 
localizados principalmente no baço, fígado e 
medula óssea – do sistema monocítico fagocitário 
num processo normal – hemocaterese; 
- Nesses macrófagos, a hemácia é lisada 
liberando a Hemoglobina (Hb), que é quebrada 
em globina e em grupos heme; 
- O grupo Heme da Hb sofre a ação da Heme-
oxidase e do citocromo P450, que quebra as 
pontes alfa meteno do anel pirrólico, liberando o 
grupo férrico e o grupo corado; 
- O grupo corado é transformado em 
biliverdina que posteriormente é reduzida pela 
biliverdina redutase para bilirrubina (Bb); 
- A bilirrubina – insolúvel em água – é liberada no 
plasma e combina-se com a albumina 
solubilizando-se, sendo então denominada Bb I, 
HemoBb ou Bb não conjugada; 
- No fígado, os hepatócitos liberam a albumina 
plasmática da Bb I e a conjugam com o ácido 
glicurônico – ação da UDP Glicoronil Transferase 
– à nível do RE, formando assim a Bb II, 
colebilirrubina, Diglucoronato de Bb ou 
bilirrubina conjugada hidrossolúvel; 
- A BB II, juntamente com os sais biliares, é levada 
ao duodeno pelas vias biliares, onde sofre a 
ação de redutases bacterianas se convertendo 
em urobilinóides – urobilinogênio, 
mesobilinogênio, estercobilinogênio; 
- Destino dos Urobilinóides: 
- Parte são absorvidos pelo intestino e alcançam a 
circulação sistêmica. Os urobilinóides absorvidos 
que passarem a circulação porta hepática são 
removidos pelos hepatócitos e reconvertidos 
em ColeBb. Já os que alcançam a circulação 
sistêmica são retidos pelos rins, sendo 
excretados pela urina – a urobilina é responsável 
pela coloração amarelada da urina; 
- Os urobilinóides não absorvidos no intestino 
serão eliminados pelas fezes na forma de 
urobilina e estercobilina – responsáveis pela 
coloração amarronzada característica; 
 
→ Um aumento na produção da bilirrubina ou 
um defeito hepático na remoção do pigmento 
da circulação resultam na elevação do seu nível 
no sangue – hiperbilirrubinemia – e em um sinal 
clínico muito importante, a icterícia; 
→ Icterícia: Caracteriza-se pela coloração 
amarelada do plasma, pele e mucosas, pelo 
acúmulo dos pigmentos biliares, quando as 
bilirrubinas séricas ultrapassam 2,0 mg/dL a 
3,0 mg/dL; 
- Classificação: Pode ser discreta, moderada e 
acentuada (acima de 15,0mg/dL) de acordo com 
os valores séricos de Bilirrubina total. Podem 
também ser classificadas em pré-hepática, 
hepática ou pós-hepática; 
OBS.: Independente da classificação proposta, os 
mecanismos indutores da icterícia podem se 
associar. 
OBS.: Nos recém-nascidos, como a barreira 
hematoencefálica ainda não está totalmente 
formada, a bilirrubina pode atravessar e impregnar 
o tecido nervoso – kernicterus – provocando 
danos diretos aos neurônios, podendo levar a 
danos neuronais permanentes e até mesmo 
levando a morte do recém-nascido. Esse quadro é 
tratado com banhos de radiação UV que 
estimulam a maturação do fígado, a função 
hepática – produção de vitamina D – assim a 
excreção dessa bilirrubina torna-se possível. 
→ A hiperbilirrubinemia e icterícia podem ser 
provocadas, por inúmeras causas e mecanismos, 
dentre eles: 
- Aumento na produção de bilirrubina – anemia 
hemolítica; 
- Redução na captação e no transporte de 
bilirrubina nos hepatócitos – defeitos genéticos; 
- Diminuição na conjugação da bilirrubina – 
carência de enzimas por desordens genéticas; 
- Baixa excreção celular de Bb; 
- Obstrução biliar intra ou extra-hepática – 
cálculos, tumores; 
- Combinação de lesões – hepatites e cirrose; 
→ Existem funções normais relacionadas a 
bilirrubina no organismo. Ela possui função 
antioxidante, e segundo alguns estudos, ela 
modula o sistema imune – inibe proliferação de 
linfócitos, IL-2 e citotoxicidade mediada por 
células; 
• Hematoidina 
→ Pigmento derivado da metabolização do 
grupo corado – protoporfirina III – de estrutura 
química semelhante à bilirrubina (Bb), ocorrendo 
nas proximidades de hemorragias antigas. 
Constituída por uma mistura de lipídeos; 
→ Aparece no final da segunda ou terceira 
semana após sangramento na forma de grânulos 
amarelo-ouro, vermelho alaranjados ou 
marrom dourado ou então sob forma de cristais, 
constituídos de agulhas dispostas radialmente 
– às vezes lembrando um "ouriço"; 
→ Resulta da ação hemocaterética – remoção de 
hemácias em degeneração – de macrófagos 
locais sobre as hemácias extravasadas, 
traduzindo um processo localizado, diferente da 
Bb nas icterícias, não tem repercussões para o 
organismo; 
• Hemossiderina 
→ Hemossiderina e ferritina são as duas principais 
formas de armazenamento intracelular de ferro. A 
quantidade de ferro no corpo do homem adulto 
é de aproximadamente 4 a 5 g, dos quais 65 a 
70% estão presentes na hemoglobina,10% estão 
contidos em mioglobinas, citocromos e enzimas 
que contêm ferro e os 20 a 25% restantes são 
armazenados como ferritina e hemossiderina 
nos hepatócitos e macrófagos do fígado, baço, 
medula óssea e linfonodos; 
→ O ferro é vital para todos os seres vivos, pois 
participa de diversos processos metabólicos, 
como transporte de oxigênio e de elétrons e 
síntese de DNA, no entanto, é potencialmente 
tóxico; 
→ Ferritina: Distribuída amplamente no 
citoplasma sob a forma de micelas. Formada pela 
associação da apoferritina (proteína) com o 
ferro. É responsável pelo armazenamento do ferro 
e por manter esse metal sequestrado em forma 
oxidada, controlando sua atividade pró-oxidante 
formadora de radicais livres de oxigênio; 
→ Hemossiderina: A degradação da ferritina no 
citosol libera ferro, quando há excesso de ferro, 
as micelas de ferritina se agregam e formam a 
hemossiderina – forma pigmentadade 
armazenamento de ferro. A hemossiderina 
aparece como grânulos intracitoplasmáticos 
grosseiros, castanho-escuros ou amarelo 
dourados, pela coloração de Perls; 
 
→ A deposição excessiva de hemossiderina nos 
tecidos – hemossiderose – pode ser localizada 
ou sistêmica: 
- Localizada: É encontrada em hemorragias, em 
que a hemossiderina é vista no interior dos 
macrófagos 24 a 48 horas após o sangramento; 
- Sistêmica: Ocorre por aumento da absorção 
intestinal de ferro, em anemias hemolíticas e após 
transfusões de sangue repetidas; 
OBS.: Na maioria dos pacientes, mesmo a 
deposição intraparenquimatosa não gera lesão 
celular suficiente para provocar distúrbio funcional 
dos órgãos afetados. 
• Pigmento Malárico 
- Os parasitos da malária crescem no interior das 
hemácias, consomem e alteram a hemoglobina e 
provocam ruptura da célula vermelha. Logo após, 
o parasito secreta um pigmento negro 
insolúvel que contém ferro, a hemozoína; 
- A hemozoína aparece fagocitada no 
citoplasma de macrófagos do baço e a sua 
quantidade, por vezes, pode ser considerável. A 
presença dela no interior do citoplasma dos 
macrófagos aparentemente não provoca maior 
alteração, porém pode contribuir para diminuição 
da resposta imunitária, além de poder persistir 
por muito tempo; 
• Pigmento Esquistossomótico 
- Indistinguível do pigmento malárico nas 
preparações histológicas comuns, o pigmento 
esquistossomótico é considerado de natureza 
hematínica; 
- Origina-se no tubo digestivo do Schistossoma a 
partir do sangue do hospedeiro; 
- O sangue é ingerido, alterado e regurgitado pelos 
vermes adultos levando à formação de grânulos 
castanho escuros, semelhantes à hemozoína, que 
se acumulam nas células de Kupfer; 
- De modo similar, outros trematódeos, como 
Fascioloides magna, e mesmo ácaros, como o 
Pneumonyssus simicola também determinam o 
aparecimento de hematinas. 
Melanina 
→ Do grego melas = negro. A melanina é um 
pigmento acastanhado que aparece em negro 
quando mais concentrado; 
→ A diversidade da cor observada na pele, 
cabelos e olhos dos seres humanos e da 
plumagem das aves resulta em grande parte da 
distribuição de melanina nesses locais; 
→ Funções: 
- Proteção contra a radiação ultravioleta B – 
fotoproteção. A melanina consegue absorver e 
dispersar fótons, convertendo rapidamente sua 
energia em calor; 
- Ação antioxidante; 
- Absorção de calor; 
- Estética; 
→ Tipos de Melanina: 
- Eumelanina: Insolúvel, de cor castanha a negra, 
com ação fotoprotetora e antioxidante; 
- Feomelanina: Solúvel em solução alcalina, de 
cor amarela a vermelha, também apresenta efeito 
antioxidante; 
OBS.: A cor do cabelo depende da proporção 
entre esses dois tipos de melanina. 
→ Melanogênese: 
- Os dois tipos de melanina são produzidos pelos 
melanócitos, em equilíbrio que é determinado 
pela expressão de enzimas do pigmento, 
disponibilidade de tirosina e agentes redutores 
contendo sulfidril presentes nas células; 
OBS.: Altos níveis de tirosinase nos melanócitos 
produzem eumelanina, ao passo que baixos níveis 
resultam na síntese de feomelanina. 
- Uma vez sintetizada, a melanina é empacotada 
nos melanossomos e transferida aos 
queratinócitos através do receptor ativado de 
protease (PAR2); 
→ Os distúrbios da pigmentação melânica 
podem ocorrer em consequência da formação 
excessiva ou falha na formação do pigmento, 
podendo ser um processo focal ou generalizado; 
→ Hipomelanoses: 
- Albinismo Oculocutâneo: Defeito da 
melanização dos melanossomos por atividade da 
tirosinase; 
- Piebaldismo: Migração aberrante de 
melanoblastos normais da crista neural que não 
podem sobreviver em ambiente anormal; 
- Vitiligo: Diminuição adquirida e progressiva do 
número de melanócitos; 
- Fenilcetonúria: Inibição competitiva da 
tirosinase por elevados níveis de fenilalanina ou 
seus metabólitos; 
→ Hipomelanoses: 
- Lentigo Simples: Hiperplasia de melanócitos 
que pode estar presente nas manchas de 
neurofibromatose, síndrome de Peutz-Jergrs, 
doença de Albright; 
- Efélides/Sardas: Aumento da pigmentação 
melânica por produção excessiva de melanina; 
- Melanoma: Aumento da pigmentação devido à 
proliferação neoplásica de melanócitos malignos; 
- Nevo Melanocítico/“Sinais”: Aumento da 
pigmentação melânica devido à proliferação 
neoplásica benigna de melanócitos. 
 
Lipofucsina 
→ Do latim fuscus = marrom. A lipofucsina é um 
pigmento insolúvel, também conhecido como 
lipocromo ou pigmento do desgaste; 
→ Marcador biológico do envelhecimento 
celular, muito comum em células cardíacas; 
→ É um pigmento composto de polímeros de 
lipídeos e fosfolipideos formando complexos 
com proteínas, sugerindo que é derivada da 
peroxidação de lipídeos poli-insaturados de 
membranas subcelulares; 
→ A lipofuscina não é nociva a células ou as 
suas funções, pelo contrário, ela apresenta 
importância pelo fato de ser um sinal de alarme 
de lesão por radicais livres e peroxidação 
lipídica; 
→ Em secções teciduais aparece como um 
pigmento citoplasmático, frequentemente 
perinuclear – em volta do núcleo – finamente 
granular e castanho-amarelado. 
 
Pigmentos Exógenos 
- São aqueles exteriores, que adentram o 
organismo de alguma forma; 
→ Antracose 
→ Argiria: Pigmentação por sais de prata 
→ Crisíase: Pigmentação por partículas de ouro 
→ Tatuagem 
OBS.: Antigamente, as medicações utilizavam 
metais pesados, como atualmente esse tipo de 
medicamento não existe mais, ambas não são 
mais comuns. No caso da Argiria ainda é possível 
observar casos atuais na odontologia. 
Antracose 
→ Dos pigmentos exógenos inalados, o mais 
frequente é o carvão; 
→ Presente como poluidor do ar atmosférico, 
principalmente nas grandes cidades, o carvão é 
aspirado sob forma de pequenas partículas e 
atinge os alvéolos pulmonares; 
→ A maior parte do carvão é inspirada e retida 
ao longo da árvore respiratória pelo muco e 
expelido pelos movimentos ciliares e tosse; 
→ As partículas suficientemente pequenas para 
chegar aos alvéolos são fagocitadas por 
macrófagos que podem retornar com sua carga 
de carvão para o interstício pulmonar, onde o 
pigmento pode atingir vasos linfáticos e ser 
depositado tanto ao longo deles ou 
preferencialmente, nos linfonodos hilares e 
mediastínicos; 
→ Escurecimento dos pulmões e linfonodos 
envolvidos em quase todos os indivíduos adultos. 
Quando vista sob a pleura, essa pigmentação 
dispõe-se em linhas, desenhando a periferia dos 
lóbulos. Nas áreas cicatriciais, principalmente 
nas vizinhanças de antigas lesões tuberculosas, a 
pigmentação se acentua, pois a fibrose dificulta 
a drenagem linfática; 
→ Esse processo é conhecido como antracnose, 
ela não causa qualquer alteração funcional, 
não sendo responsável por fibrose – mas se for 
muito pronunciada pode estar acompanhada de 
fibrose. Se estiver associado ao tabagismo 
pode agravar os efeitos nocivos do fumo sobre 
os pulmões. 
 
Argiria 
→ Deposição de sais de prata em tecidos; 
→ Tipos: Localizada e generalizada 
- Localizada: Impregnação mecânica por 
minúsculas partículas de prata. Ex.: Tatuagem de 
amálgama; 
OBS.: Na prática odontológica, tatuagem 
acidental na mucosa por pequenas partículas de 
amálgama – prata e mercúrio – das restaurações 
é comum, deixando áreas com coloração cinza-
enegrecida próximas aos dentes restaurados. 
Microscopicamente observa-se uma coloração 
acastanhada que impregna fibras colágenas e 
fibras reticulares. 
 
- Generalizada: Ingestão ou inalação crônica de 
compostos de prata solúveis. Não é mais comum 
atualmente. 
 
Tatuagem 
→ A tatuagem é uma forma de pigmentação 
exógena limitada à pele que resulta da 
introdução de pigmentos insolúveis na derme 
acidental ou propositalmente; 
→ Elas podem ser permanentes ou transitórias, 
conforme a introdução do pigmento, se na derme 
ou no estrato córneo da epiderme; 
→ Os pigmentos são compostos tanto de sais 
e metais inorgânicos – como o mercúrio 
(vermelho), o cromo (verde), o manganês (lilás), ocobalto (azul), o cádmio (amarelo), o hidrato de 
ferro (ocre) – quanto de preparações orgânicas 
– como o sândalo (vermelho) e o pau-brasil 
(vermelho); 
→ O pigmento inoculado na pele é fagocitado 
pelos macrófagos da derme, e em menor 
escala, pelas células endoteliais e por 
fibroblastos, e é encontrado também no 
interstício. Quando fagocitado pelos macrófagos, 
esses pigmentos podem ser transferidos para 
os linfonodos regionais ou ficarem retidos nos 
tecidos conjuntivos fibrosos, a cor varia 
conforme o tipo de pigmento presente; 
→ A reação cutânea à lesão mecânica produzida 
pela agulha, por grânulos do pigmento e pelo 
solvente é discreta e passageira. 
Calcificações 
→ Calcificação patológica consiste na deposição 
de sais de cálcio em locais normalmente não 
calcificados – em tecidos frouxos não osteóides, 
em órgãos parenquimatosos, na parede dos vasos 
e em pleuras ou meninges – enrijecendo-os; 
→ Calcificação é lesão muito frequente, embora 
geralmente não traga consequências graves. 
No organismo, os níveis plasmáticos de cálcio 
estão em um balanço delicado – regulado por 
proteínas, BMPs, osteopontinas, osteoprotegerina 
e mediadores inflamatórios – no sentido de que 
pequenos desequilíbrios podem ocasionar 
precipitação de sais de cálcio; 
→ Tanto no tecido ósseo quanto em focos de 
calcificação patológica, forma-se hidroxiapatita – 
Ca10(PO4)6(OH)2. A diferença básica é que, no 
tecido ósseo mineralizado, a calcificação se dá 
sobre o colágeno, formando a matriz osteóide. 
Em calcificações patológicas, os depósitos 
minerais ocorrem sobre outros substratos 
celulares (viáveis ou necróticos) e extracelulares 
(tecido conjuntivo ou secreções). 
→ Existem três tipos de calcificações patológicas: 
- Distrófica; 
- Metastática; 
- Idiopática. 
Calcificação Distrófica 
→ Resulta de modificação nos tecidos 
previamente lesionados – necrose, ateromas, 
neoplasmas. Ocorre na ausência de perturbações 
metabólicas do cálcio – níveis séricos normais de 
cálcio; 
→ A calcificação distrófica é mais frequente que 
a metastática e ocorre de maneira mais 
localizada em: 
- Tecidos conjuntivos fibrosos hialinizados em 
lenta e prolongada degeneração, como na parede 
de vasos esclerosados – placas ateromatosas 
antigas e esclerose medial de Monckeberg nas 
artérias uterinas de mulheres idosas; 
- Tendões; 
- Válvulas cardíacas; 
- Em alguns tumores – leiomiomas uterinos, 
meningiomas, carcinomas mamários e papilares 
da tireóide e do ovário; 
→ Formação dos depósitos de Ca2+: 
- Esse tipo de calcificação é, normalmente, 
encontrada em tecidos necróticos. A morte 
celular expõe grupos ácidos que conjugam 
fosfatos e agem como núcleos para os 
depósitos de cálcio; 
→ Ocorre nas áreas de necroses antigas e não 
reabsorvidas, como por exemplo na linfadenite 
caseosa da tuberculose, nos infartos antigos, ao 
redor de parasitas e larvas mortas, na necrose 
enzimática das gorduras da pancreatite, nos 
abscessos crônicos de difícil resolução e em 
trombos venosos crônicos – flebólitos. 
 
Calcificação Metastática 
→ A calcificação metastática é mais disseminada 
no organismo que a distrófica, podendo 
acontecer em qualquer parte do corpo, sendo 
caracterizada pelo depósito de cálcio em tecidos 
normais e que quase sempre reflete algum 
distúrbio no metabolismo do cálcio – 
hipercalcemia; 
→ Causas: 
- Absorção abundante de cálcio no tubo 
gastrointestinal por intoxicação com vitamina D; 
- Mobilização excessiva de cálcio dos ossos, 
consequência de imobilização prolongada, de 
osteólise – causada por mielomas ou metástases 
ósseas – e do hiperparatireoidismo primário ou 
secundário – renal, nutricional ou por síndrome 
para-neoplásica; 
→ A Insuficiência renal crônica provoca 
retenção de fosfatos – hiperfosfatemia por 
hipofosfatúria – o que determinará maior 
secreção de paratormônio no sentido de se 
equilibrar a relação cálcio-fósforo no sangue. 
Assim, a hiperfosfatemia induz a elevação da 
calcemia por excessiva mobilização óssea, às 
vezes ultrapassando o limiar de solubilidade do 
cálcio e fósforo no plasma, permitindo a sua 
precipitação nos tecidos. 
 
Calcificação Idiopática 
→ Consiste em depósitos de calcificação 
geralmente cutâneos e frequentemente múltiplos, 
sem lesão prévia e com níveis séricos normais 
de cálcio e fosfato; 
→ A calcificação idiopática é um tipo de 
calcificação sem causa aparente. 
Cálculos 
→ Dá-se o nome de cálculos, concreções 
endógenas, ou litíase às massas esferoidais, 
ovoides ou facetadas, sólidas, concretas e 
compactas, de consistência argilosa a pétrea, 
que se formam no interior de órgãos ocos – 
bexiga, vesícula biliar – cavidades naturais do 
organismo – peritoneal, vaginal do testículo – 
condutos naturais – ureter, colédoco, ducto 
pancreático ou salivar – e mesmo no interior de 
vasos; 
→ Este material se deposita por precipitações 
sucessivas de sais inorgânicos ao redor de um 
núcleo orgânico – formado por agregados de 
células descamadas, grumos bacterianos, massas 
de fibrina ou de mucina, corpos estranhos, etc. – 
com estrutura radiada ou mesmo em 
estratificações sucessivas formando camadas 
concêntricas. 
→ Nomenclatura dos Cálculos: 
Termo designativo do local de formação ou 
origem + sufixo "litíase" (ocorrência do 
problema) + sufixo “lito" (para denominar o 
cálculo) 
- Exemplos: Cálculos biliares – colelitíase e 
colélitos – urinários – urolitíase e urólitos – 
bronquiais – bronquiolitíase e bronquiólitos – 
salivares – sialolitíase e sialólitos – e os 
vasculares, formados a partir de trombos – 
flebólitos e arteriólitos; 
 
 
- Cálculos menos frequentes: Os cálculos 
prepuciais, devido à mineralização do esmegma 
no sulco balanoprepucial nos casos de fimose 
severa, os corpos psamomatosos dos plexos 
coróides, os rinolitos da cavidade nasal e os 
cálculos amigdalianos.

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