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Saúde do Adulto III Doença pulmonar obstrutiva crônica Doença caracterizada pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo (resistência à passagem do ar, que é medida pela espirometria), parcialmente reversível. Geralmente progressiva. Associada a uma resposta anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, sendo causada primariamente pelo tabagismo. Além disso, é uma mistura variável de doença das pequenas vias aéreas (bronquite obstrutiva) e destruição parenquimatosa (enfisema pulmonar). A limitação ao fluxo aéreo na DPOC é a responsável pelo desenvolvimento do principal sintoma da doença, que é a dispneia. Enfisema É definido anatomicamente como um alargamento anormal, permanente dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhado de destruição de suas paredes, sem fibrose óbvia; Em termos fisiopatológicos a inflamação existente na DPOC, juntamente com participação do estresse oxidativo e do desequilíbrio entre proteases e antiproteases levam à destruição da parede alveolar e consequente perda dos poucos de fixação das vias aéreas terminais aos alvéolos, com colapso expiratório dos mesmos, limitação do fluxo aéreo e hiperinsuflação pulmonar. Bronquite crônica É definida clinicamente pela presença de expectoração por tempo prolongado (pelo menos três meses ao ano, em dois anos sucessivos, estando afastadas outras causas capazes de produzir expectoração crônica); Do ponto de vista anátomo-patológico a bronquite crônica está associada a uma hipertrofia das glândulas mucosas e das células caliciformes, em vias aéreas centrais. Etiologia Fatores de risco externos: tabagismo; fumaça de lenha; condição socioeconômica; poeira ocupacional; infecções respiratórias graves na infância; irritantes químicos. Fatores de risco individuais: hiper-responsividade brônquica; desnutrição; prematuridade; deficiência de alfa-1 antitripsina; deficiência de glutationa transferase (enzima antioxidante). Fisiopatologia A inflamação na DPOC leva à: Inflamação e remodelamento das vias aéreas; Destruição do parênquima, ruptura das ligações alveolares e redução do recolhimento elástico (tem como consequência a limitação ao fluxo aéreo) Resposta inflamatória anormal dos pulmões inaladas e gases; Resolução deficiente da inflamação; A falha na reparação de células anormais; Apoptose precoce; Destruição da matriz extracelular pelo desequilíbrio protease/antiprotease e oxidante/antioxidante. Essas respostas inflamatórias crônicas subsequentes levam a hipersecreção de muco, remodelação das vias aéreas e destruição alveolar. DPOC x Asma Inflamação que atinge vvaa menores que 2mm, de forma tênue e contínua Ruptura das estruturas epiteliais de sustentação alveolar Células inflamatórias recrutadas na DPOC liberam substâncias como a elastase, as colagenases e os produtos oxidantes Essas substâncias superpostas aos oxidantes da fumaça do cigarro, atuam modificando os componente s da matriz extracelular O epitélio torna-se desnudo, com úlceras na sua mucosa, transformaçã o metaplástica em células escamosas e células caliciformes. A reparação não é conseguida plenamente, apesar da cessação do tabagismo e do uso de medicament os anti- inflamatórios Hipertensão pulmonar na DPOC A hipertensão pulmonar é uma complicação freqüente das pneumopatias crônicas, tais como doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose pulmonar idiopática e apnéia do sono. Parece claro que a vasoconstrição hipóxica crônica não é o único mecanismo associado à patogênese da hipertensão pulmonar em pacientes com pneumopatias crônicas. Indivíduos vivendo em altitude desenvolvem hipertensão pulmonar e hipertrofia da camada média da artéria pulmonar, que são reversíveis com o retorno ao nível do mar. Além disso, o uso crônico de oxigênio não reverte a hipertensão pulmonar em pacientes com DPOC ou fibrose pulmonar, o que sugere que existe um remodelamento da circulação arterial pulmonar. Em contraste com indivíduos vivendo em altitude, em pacientes com DPOC ou fibrose pulmonar idiopática e hipertensão pulmonar, todas as camadas da parede da arterial pulmonar são afetadas. Estas mudanças são mais proeminentes na camada íntima, que se espessa pela presença de miócitos e pelo depósito de colágeno e elastina no espaço extracelular. Quadro clínico Idade > 40 anos Tabagismo longa data; mais de 1 maço por dia por + de 20 anos; Tosse, dispneia e sibilância. Objetivos do tratamento da DPOC Seguindo as diretrizes da GOLD 2011, baseada na Estratégia Global para Diagnóstico: Reduzir sintomas: alívio dos sintomas, melhora da tolerância a exercícios e melhora do estado de saúde. Reduzir risco: prevenção da progressão da doença, prevenção e tratamento das exacerbações e redução da mortalidade. Classificação Índice BODE na DPOC: caracterização multissistêmica da doença. Indicador de sobrevida na DPOC B: body (IMC) O: airway obstrution (VEF1) D: dispneia (índice MRC) E: exercise capacity (TC6) Diagnóstico Espirametria Rx de tórax (dd) Gasometria (satO2 < 90%) Exarcebações da DPOC Fatores pulmonares: infecção respiratória; tromboembolismo pulmonar; pneumotórax; deterioração da própria doença de base. Ciclo sedentarismo-dispneia-sedentarismo Disfunção esquelética na DPOC Diminuição do condicionamento físico por limitação ventilatória; Perda força muscular principalmente MMII; Diminuição capacidade oxidativa, capacidade glicolitica normal ou aumentada e metabolismo anaeróbico aláctico diminuído; Inflamação sistêmica e estresse oxidativo; Uso de corticoides esteroides. Reabilitaçõa pulmonar Programa multiprofissional de cuidados a portadores de pneumopatias crônicas, formulado indivudualmente para otimizar o desempenho físico e social e a autonomia de cada doença Objetivos: diminuir dispneia; melhora da capacidade de exercício e atividade física; melhora da higiene brônquica; melhora conhecimento, autocuidado e auto eficácia. Indicações: DPOC, asma, bronquiectasias, fibrose quística Contraindicações: pré e pós-operatório de transplante e de pneumoplastia, obesidade mórbida, apneia de sono, neoplasia de pulmão Características do programa Educação do paciente e autocuidado; Treinamento aeróbico para melhora do condicionamento cardiorrespiratório ou treinamento intervalado (indicado para pacientes que não conseguem realizar o treinamento contínuo) Treinamento de força MMII e MMSS Eletroestimulação neuromuscular; Recursos higiene brônquica Estratégias adicionais: exercícios respiratórios, TMI, posicionamentos corporais (crises), exercícios de relaxamento, suplementação O2 (saturação < 90%), respiração com gás hélio-O2, VNI (ventilação não invasiva para aumentar a oferta de ar) e técnicas de conservação de energia. Atividades dinâmicas Maior demanda ventilatória Sedentarismo Perda de força e massa muscular Redução da captação aeróbica Mais dispnéia para realizar uma mesma atividade Avaliação Anamneses; Exame físico; Avaliação função pulmonar: PImáx, PEmáx, espirometria. Capacidade funcional: TC6 e Glittre Qualidade de vida: questionários específicos Limitações nas AVDs Aplicação escala dispneia Análise de exames complementares: RX, hemograma, gasometria e ECG.
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