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RELATÓRIO DE IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA 1) TESTE DE AGLUTINAÇÃO Descrição dos procedimentos: Por se tratar da manipulação de material biológico, todas as normas e procedimentos de segurança e permanência no laboratório de nível de Biossegurança 1 foram seguidos, iniciando pela lavagem e higienização das mãos com álcool 70% , uso de equipamento de segurança como jalecos de manga longa, uso de luvas descartáveis , cabelo devidamente preso e por últimos o descarte correto do material biológico utilizado. Após os procedimentos acima descritos, iniciou-se identificação da tipagem sanguínea quanto ao fator ABO e Rh, através do teste de aglutinação, primeiramente com uso de um equipamento específico , perfurou-se o dedo polegar para a coleta de três gotas de sangue, estilo-se a primeira gota de sangue sobre a lâmina , na sequência gotejou-se sobre a mesma uma gota de reagente de coloração azul Anti -A , fez a homogeneização com área média de 2,5 cm, observou-se a presença ou não de aglutinação. Sobre a mesma lâmina estilou-se a segunda gota de sangue , despejando se sobre esta uma gota de reagente amarelo Anti -B , homogeneizou-se e fez-se a observação quanto a ocorrência ou não de reação aglutinante , por último estilou-se a terceira gota de sangue para a tipagem do fator Rh positivo ou negativo , neste caso despejou -se sobre gota de sangue o reagente incolor Anti -Rh, homogeneizou-se e observou a ocorrência de reação de aglutinação .O período de observação e ocorrência das reações de aglutinação foi de 60 segundos para os três reagentes utilizados. Após a realização dos procedimentos acima e feita as devidas anotações, os materiais utilizados foram então devidamente descartados. Conhecimentos Adquiridos: Através da realização da aula prática e da literatura consultada pode-se conhecer um pouco mais sobre os sistemas ABO e Rh, bem como o teste de tipagem. Sabe-se que as hemácias possuem na superfície de suas membranas receptores que irão definir o grupo sanguíneo de um indivíduo . Na verdade, existe uma variedade grande de antígenos com importância clínica , dessa forma os sangues são então divididos em sistemas de grupos e tipos sanguíneos considerando os tipos de antígenos presentes nas células. Os mais importantes por causarem mais reações transfusionais que são herdados geneticamente são o sistema ABO de antígenos e o sistema Rh. O sistema ABO se baseia na presença dos antígenos do tipo A e do Tipo B que se encontram presentes na superfície e nas hemácias de grande parte da população. Estes dois antígenos são chamados de aglutinógenos por que quando entram em contato com aglutininas Anti A ou Anti B , fazem com que as hemácias se aglutinem . Dependendo da ausência ou presença desses dois aglutinógenos o sangue é classificado em quatro tipos, A , B , AB e O, este último ocorre quando o sangue não apresenta nenhum dos dois aglutinógenos (A ou B). A descoberta dos tipos sanguíneos ocorreu por volta de 1900 quando o médico austríaco Karl Landsteiner observou que quando o sangue de diferentes pessoas era misturado , em alguns casos, ocorria a aglomeração das hemácias ou seja, incompatibilidade sanguínea e pesquisas posteriores reafirmaram essa teoria ao identificar e classificar os tipo s sanguíneos em A ,B e O. Hoje existe o teste de tipagem sanguínea para essa identificação do grupo sanguíneo e baseia -se na presença ou não de aglutinação das hemácias. Durante a realização da aula prática pode -se observar este processo, a aglutinação que ocorre quando o sangue contém o aglutinóge nos A ou B e este recebe Aglutininas Anti A ou Anti B ,durante esta reação as aglutininas fixam-se às hemácias, como elas possuem dos sítios de ligação (tipo IgC ) ou dez sítios (tipo IgM ), uma única aglutinina é capaz de se fixar ao mesmo tempo em duas ou mais hemácias diferentes , fazendo com que estas hemácias fiquem aderidas umas às outras , e assim estas vão se aglomerando . O sangue do tipo O não tem aglutinógenos nem A e ne m B porém ele contém Aglutinina A e Aglutinina B , fato este que torna o indivíduo do tipo O conhecido como doador universal , mas em contrapartida este só pode receber sangue do tipo O , se não ocorre reação de aglutinação o transfusional. O sangue do grupo A B contém aglutinógenos A e B e nenhuma aglutinina , sendo então um receptor universal por não apresentar reação de aglutinação. Outro sistema conhecido e muito importante principalmente em casos de transfusões é o sistema Rh, este sistema foi descoberto em 1940 através de um experimento feito com sangue do macaco do gênero Rhesus que ao ser injetado nas cobaias estimulava a produção de anticorpos para combater as hemácias intrusas, dessa forma pode-se concluir na ocasião nas hemácias desse macaco havia um fator antígeno denominado Rh que estimulava a produção de um anticorpo, anti - Rh. Neste sistema as aglutininas não ocorrem espontaneamente e é necessário que o sangue do indivíduo tenha um contato com o antígeno Rh para que haja a produção das aglutininas . Sabe-se que há seis tipos de antígeno Rh, o mais comum é o antígeno tipo D , portanto qualquer pessoa que o possua é considerada como Rh positiva e as que não opossuem são Rh negativas. No teste realizado na aula prática obteve -se uma amostra de sangue do tipo O+ uma vez que só ocorreu aglutinação do sangue para o reagente de detecção do Antígeno D e não para o Anti -A e Anti -B , outros dois resultados observados foram A - e A +, ocorrendo aglutinação na presença do reagente detecção do Antígeno A e respectivamente ausência de aglutinação para a nti -D e presença de aglutinação Anti -D caracterizando o fator Rh como positivo . 2) CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICOS Descrição dos procedimentos : Iniciou -se os procedimentos ligando o microscópio óptico e a fonte luminosa , abaixou-se a platina com auxílio o do parafuso macrométrico, a lâmina pronta foi posta na platina e com auxílio do charriot foi posicionada na região central da mesma , permitindo o foco da objetiva. No intuito de se obter uma ampliação maior, devido ao diâmetro diminuto das células sanguíneas, girou-se o canhão até a objetiva de 100x sobre a lâmina pronta , nesta despejou-se uma gota de óleo de imersão, para que a lente pudesse deslizar sobre a mesma . Ajustou-se o foco girando cuidadosamente o parafuso de focalização do micrômetro . Ao percorrer a lâmina procurou -se identificar os tipos de leucócitos que compõem o sistema imunológico, classificá -los em células do tipo granulócitos polimorfonucleares , fagócitos mononucleares e células do sistema linfóide , considerando as características morfológicas que cada tipo de leucócito apresenta , como presença ou não de grânulos, quantidade de citoplasma, formato do núcleo e tamanho células entre outras . Conhecimentos Adquiridos: Para combater os diferentes agentes tóxicos e infecciosos o organismo possui um sistema imunológico específico composto por leucócitos presentes no sangue e por células teciduais derivadas dos leucócitos , que atuam nas linhasde defesa do organismo destruindo os agentes invasores pelo processo de fagocitose e formando anticorpos e linfócitos , sendo responsáveis pela resposta imunológica específica e inespecífica . No sangue pode -se encontrar diferentes tipos de leucócitos, além de muitas plaquetas , que são na verdade fragmentos de um sétimo tipo de leucócito da medula óssea, o megacariócito. Estes seis tipos podem ser classificados em granulócitos polimorfonucleares que participam de processos inflamatórios agudos , fagócitos mononucleares que atuam em processos de inflamação crônica e células do sistema linfóide . Os granulócitos e monócitos têm por função a fagocitose de invasores e os linfócitos são responsáveis pela defesa, inativação e retirada dos agentes agressores , atuando em conexão com o sistema imune , e na resposta imunitária. Quanto a morfologia destas células pode variar dependendo do gênero e espécie do organismo, mas as funções não se alteram. A observação na aula iniciou-se pelas células que compõem a primeira linha de defesa do organismo, os neutrófilos , estas possuem um núcleo lobulado , de 2 a 5 lobos, parcialmente segmentado com uma cromatina densa, citoplasma é levemente abundante com grânulo específicos pequenos, esta é a morfologia predominante em indivíduo ou animal saudável, quando estes se encontram doentes podem apresentar o neutrófilo tóxico que de acordo com o grau da infecção e/ou doença sofrem alteração morfológica , a hipersegmentação é a principal característica de distinção morfológica. A segunda lâmina preparada observada foi de Eosinófilos, estas células atuam em processos alérgicos e parasitários, embora sejam fracos como fagócitos e tenham pouca quimiotaxia, são produzidos em grande número em caso de infestação parasitária, estes fixam -se ao s parasitas e liberam substância que levam o parasita a morte e tem propensão em se acumulares nos tecidos com quadros de reações alérgicas. Essas células correspondem de 2 a 3% do total de leucócitos presentes no sangue . Quanto a sua morfologia pode -se verificar que tem um núcleo bilobado e seus grânulos têm afinidade por corantes ácidos, sendo assim possuem grânulos róseos. Na sequência analisou-se a lâmina com basófilos, porém não foi possível sua visualização na lâmina de esfregaço sanguíneo , estes têm papel importante em algumas reações alérgicas pois os anticorpos IgE tem a finalidade em se ligar aos basófilos, são responsáveis também pela liberação de mediadores como a histamina , leucotrienos e prostaglandinas . Os neutrófilos , têm duas vezes o tamanho de uma hemácia, correspondem a menos de 1% dos leucócitos do sangue periférico, morfologicamente tem um núcleo irregular sem divisão em lóbulos e ocupam grande parte do citoplasma, possuem grânulos espaçados com afinidade por corantes básicos. Compondo a segunda linha de defesa observa -se os monócitos, menos abundantes porém importantes, estes são classificados como fagócitos mononucleares, se originam na medula óssea e transitam o sangue periférico até chegarem nos tecidos, constituem cerca d e 3 a 8% dos leucócitos circulantes, uma vez nos tecidos, aumentam de tamanho transformando-se e m macrófagos. Estes atuam na fagocitose e apresentam antígenos aos linfócitos T e estocam ferro. Os monócitos apresentam núcleo irregular, com cromatina frouxa e pouco corado, o citoplasma é abundante e sem presença de grânulos. Os macrófagos se diferem por serem maiores e têm núcleo oval e citoplasma abundante. Ambos possuem as mesmas funções. Por último, estudou-se a lâmina com linfócitos, existem doi s tipos de linfócitos T e B e se localizam na maioria dos linfonodos, mas também encontram-se nos tecidos linfóides como o baço, submucosa do tubo gastrointestinal, timo e na medula óssea , ambos são a base da imunidade adquirida que é um produto dos sistema linfocitário e promovem a imunidade mediada por células e a imunidade humoral, ou seja , são responsável pela resposta imunológica específica. Morfologicamente tem tamanho variável e apresentam núcleo grande oval com densa cromatina, preenchendo quase todo espaço celular, o citoplasma é menos abundante se comparado aos monócitos, resumindo -se a uma camada delgada em torno do núcleo. 3) ANÁLISE MORFOLÓGICA DOS HELMINTOS Descrição dos procedimentos : Iniciou -se os procedimentos ligando o microscópio óptico e a fonte luminosa , abaixou-se a platina com auxílio do parafuso macrométrico , a lâmina pronta foi posta na platina e com o auxílio do charriot foi posicionada na região central da mesma, permitindo o foco da objetiva . No intuito de se obter uma melhor visualização das estruturas girou-se o canhão até a objetiva de 40x sobre a s lâmina s prontas, em alguns casos fez -se necessário aumentar a resolução utilizando a objetiva de 100X, neste caso utilizou-se uma gota de óleo de imersão, para que a lente pudesse deslizar sobre a mesma. Ao percorrer as lâminas dos helminthos Ascaris lumbricoides, Schistossoma sp e Tenia saginata procurou-se observar a morfologia dos exemplares de helmintos , identificando as características diagnósticas de cada grupo bem como compreender e diferenciar os diversos estágios de vida que alguns parasitas apresentam como no caso do Schistossoma sp. Conhecimentos Adquiridos: Na lâmina de Schistossoma sp, um endoparasita da classe Trematoda, subclasse Digenea, observa -se seu corpo no formato ovalado , alongado e dorsoventralmente achatado , há ainda uma ventosa oral na região da boca que auxilia na fixação e na alimentação, é dióico , apresenta dimorfismo sexual, sendo a fêmea mais longa e mais delgada que o macho, o macho apresenta um canal ginecóforo. Apresenta distintas formas de acordo com o ciclo de vida que estes parasitas apresentam , os estágios encontrados são a fase adulto, ovo, miracídio , esporocisto e cercária. Nas lâminas pode-se visualizar o estágio de ovo com uma casca dupla e formato oval , o estágio de miracídio é uma forma bem distinta das demais por apresentar formato cilíndrico com superfície recoberta por cílios e na porção anterior apresenta glândula de penetração , que torna possível este se fixar no molusco do gênero Biophalaria (hospedeiro intermediário), os cílios presentes nesta forma possibilita sua movimentação na água onde esta se encontra abundante, uma vez dentro do molusco , transformam-se em esporocistos que quando maduros eliminam pela região anterior as cercárias, esta é forma infectante do ser humano ( hospedeiro definitivo) e tem como característica peculiar a cauda bifurcada com uma ventosa oral e ventral pela qual este se fixa e penetra no hospedeiro. Uma vez no hospedeiro chegará até o fígado e irá se alimentar de sangue. Outro gênero visualizado foi a Tenia sp, representante da classe Cestoda , são monóico com autofecundação, possui como característica de identificação seu corpo longo em forma de fita com secções segmentares chamadas de proglótides, na região anterior observou-se a cabeça (ou escólex) com adaptação de ventosas com ganchos que aderem ao hospedeiro e de onde os nutrientes são retidos,por esse motivo não se observa a presença de trato digestivo. Em outra lâmina foi possível ver uma secção com proglótides maduras contendo ovos embrionados, sabe que estas são eliminadas com as fezes de seu hospedeiro pelo ânus refazendo o ciclo de vida deste parasita A forma adulta T. Saginata e T. Solium causam a patogenia Teníase , com hospedeiro intermediário o boi e o porco respectivamente, enquanto que a patogenia cisticercose é provocada pela forma larvária e se encontra presente em diferentes tecidos no hospedeiro, enquanto a teníase fica alojada no intestino delgado, os hospedeiros definitivos são o homem e o cão . A contaminação se dá pela ingestão de carne crua ou mal cozida de gado e suínos. Outro parasita que se observou foi o Nematoide do gênero Ascaris lumbricoides, agente etiológico da ascaridíase, tem corpo característico cilíndrico e alongado com extremidades afiladas, na lâmina observou-se um corte mostrando a cutícula extracelular espessa recobrindo a epiderme, está epiderme se expande para o interior do corpo formando cristas, a região da pseudocele entre a epiderme e o tudo digestivo e na parte central o intestino . Na lâmina que apresentava a fêmea visualizou a região das gônadas , este gênero possui dimorfismo, o macho tem sua extremidade final curvada . Na lâmina contendo os ovos de Ascaris sp verificou-se que eles possuem morfologia oval, tem uma membrana mamilonada, ou seja, envoltório ondulado que o identifica, esse envoltório torna o ovo resistente às condições ambientais adversas e podem permanecer no solo viáveis por anos . O seu ciclo se origina na ingestão acidental dos ovos que irão eclodir no interior do hospedeiro , a forma larval migram do intestino para a corrente sanguínea, coração até chegarem nos pulmões, quando maduras atingem os bronquíolos, sobem a traqueia e laringe e podem ser deglutidas voltando ao estômago e intestino , neste por último torna-se adultos jovens e ocorre desenvolvimento sexual , os ovos férteis serão eliminados pelas fezes dos hospedeiro iniciando um novo ciclo.