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Tutoria aleitamento materno, alojamento conjunto

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Relatório individual de Tutoria - TURMA A 
 Camila Arimatéa Anunciação Dias 
MÓDULO 1 - PROBLEMA 2 
 
 
OBJETIVOS: 
 
O1: Debater os determinantes socioculturais e a prática do alojamento 
conjunto; 
O2: Compreender a importância e os tipos de aleitamento materno (inclusive 
características do leite, fisiologia da lactação) ; 
O3: Identificar a importância da alimentação complementar para crianças 
menores de 2 anos destacando os 10 passos para uma alimentação saudável 
e os problemas nutricionais mais prevalentes na infância; 
O4: Conhecer as etapas do crescimento e desenvolvimento. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DOS OBJETIVOS 
 
DO1: Debater os determinantes socioculturais e a prática do alojamento 
conjunto. 
(link) ​ALOJAMENTO CONJUNTO 
Sempre que as condições a mãe e do recém-nascido permitirem, o primeiro 
contato pele-a-pele deve ser feito na sala de parto. Após os procedimentos de sala 
de parto, estando o bebê em condições, deverão mãe e filho seguir para um local 
que permita a eles ficarem ​juntos 24 horas por dia até a alta hospitalar. Este é o 
sistema de alojamento conjunto. 
Vantagens do alojamento conjunto: 
● Convivência contínua 
● Maior envolvimento dos pais 
● Promoção do vínculo afetivo e do aleitamento materno 
● Oportunidade para as mães aprenderem noções básicas dos cuidados 
com o RN (orientação da equipe de saúde) 
● Tranquilidade para as mães por estarem sempre com o filho 
● Troca de experiências com outras mães 
● Diminuição de risco de infecção hospitalar 
Indicação do alojamento conjunto: 
● Rn com boa vitalidade, capacidade de sucção e controle térmico 
● Em geral, com peso acima de 2000g, mais de 35 semanas de 
gestação e Apgar maior que 6 no quinto minuto 
● É recomendável que o binômio mãe-bebê permaneça no alojamento 
conjunto por, no mínimo, 36 horas 
http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/neonatologia/alojamento_conjunto_atu.pdf
● O atendimento do alojamento conjunto deve ser feito na presença da 
mãe. 
● As boas práticas no alojamento conjunto incluem: acolhimento, 
aconselhamento e orientações. 
 Orientações de Alta hospitalar: 
● Orientar a amamentação exclusiva sob​ livre demanda. 
● Manutenção da ​limpeza do coto umbilical com álcool 70%, após banho 
e troca de fraldas, até sua queda. 
● Recomendações sobre ​cuidados gerais​: posição supina para o RN 
dormir, cuidados no banho, exposição ao sol. 
● Comprovante de vacinação contra hepatite B na ​caderneta de vacinas 
do bebê. 
● Encaminhar a uma unidade mais próxima da residência materna para 
a administração da vacina BCG, coleta da triagem matabólica neonatal 
(“teste do pezinho”), a partir do terceiro dia de vida, e 
acompanhamento de puericultura. 
● Entrega da ​declaração de nascido vivo​ (DNV) à família 
● Resumo de alta, caso o recém-nascido tenha apresentado algum 
problema durante a permanência na maternidade. Encaminhamento 
para atendimentos especializados, se necessário. 
 
DO2: Compreender a importância e os tipos de aleitamento materno (inclusive 
características do leite, fisiologia da lactação). 
 
Para compreender a importância do aleitamento materno, é preciso primeiro 
conhecer a fisiologia da lactação, que inclui o estudo sobre composição, função e 
produção do leite materno. 
 
A ​fisiologia da lactação se relaciona intimamente com a esfera 
neuroendócrina e pode ser dividida, fundamentalmente, em três processos: 
1. Mamogênese, o desenvolvimento da glândula mamária 
2. Lactogênese, o início da lactação 
3. Lactopoese, a manutenção da lactação. 
Desenvolvendo esses tópicos, temos: 
1. Mamogênese, o desenvolvimento da glândula mamária 
 
▶ ​Anatomia. A unidade morfofuncional das mamas é o ácino mamário, forrado por 
camada única de células epiteliais secretoras de leite (figura a seguir). Cada ácino 
está envolvido por células mioepiteliais e rede capilar encorpada. Células contráteis 
musculares abraçam os canais intralobulares que se relacionam com o lúmen dos 
ácinos e alcançam o mamilo pelos canais galactóforos. ​O desenvolvimento da 
glândula mamária inicia-se com a puberdade e termina com o climatério ou com a 
castração​. Na gravidez, o crescimento é acelerado. Na ​Figura ​abaixo são 
apresentados os efeitos dos diversos hormônios sobre a mamogênese. 
 
▶ ​Esteroides sexuais. As mamas começam a se desenvolver na puberdade com o 
estímulo do estrogênio dos ciclos sexuais mensais da mulher adulta (menacma). A 
mamogênese é possível a partir de uma constelação hormonal em que participam: 
os estrogênios, progesterona, prolactina, hormona lactogénica placentar (HLP), 
hormonio de crescimento, hormônios da tiroide, insulina e cortisol. ​São esses 
hormônios que tornam possível o crescimento do estroma e a diferenciação do 
sistema de ductos, assim como a deposição de gordura. 
O estrogênio estimula o crescimento da glândula mamária ​e a deposição de gordura 
para dar massa às mamas. ​Durante a gravidez as mamas têm um crescimento 
ainda maior em função dos altos níveis de estrogênio. 
▶ ​Complexo lactogênico. A diferenciação completa do tecido funcional da mama 
requer, além dos esteroides sexuais, a participação de diversos outros hormônios 
que constituem o complexo lactogênico: prolactina (PRL), hormônio do crescimento 
humano, cortisol e, secundariamente, tireoxina e insulina​. 
 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527732802/epub/OEBPS/Text/chapter16.html#fig16-2
▶ ​Gestação. ​A mastogénese compreende o desenvolvimento da mama durante o 
período da gravidez. Nesta etapa há um aumento evidente da glândula mamária, 
devido a ​produção acentuada de estrogênios e progesterona (liberação estimulada 
pela placenta) apesar de só a partir do segundo trimestre da gravidez estar 
completamente desenvolvida e preparada para produzir leite. 
O estrogénio estimula o crescimento do sistema canalicular, o aumento do estroma 
e do tecido adiposo. Por sua vez, a progesterona estimula a diferenciação das 
estruturas alveolares e desenvolve as suas capacidades secretoras. 
A velocidade do crescimento mamário é promovida pelas hormonas: HLP, prolactina 
e a gonadotrofina coriónica. 
2. Lactogênese, o início da lactação 
Ao quinto mês de gestação a mama está completamente desenvolvida​, no 
entanto, a lactoejecção só começará após o parto sob efeito das hormonas 
prolactina e HLP responsáveis pela produção e secreção do leite. 
Durante os ​primeiros 2 dias do pós-parto​, há poucas transformações nas 
mamas. É possível observar apenas ​secreção de colostro​, substância amarelada já 
existente na gravidez, com ​grande concentração de proteínas, anticorpos e células 
tímicas, que ajudam a imunizar o bebê contra infecções, particularmente 
gastrintestinais. 
Por volta do 3​o dia de pós-parto​, todavia, ocorre ​aumento na consistência 
das mamas, que se tornam pesadas, congestas e dolorosas​, levando algumas 
pacientes a relatarem a sensação de ​parestesia (formigamento)​. Ocorre o processo 
de um afluxo volumoso de leite às mamas da mulher que amamenta, denominado 
apojadura. Este fenômeno indica a mudança na ​regulação hormonal da lactação​, 
que deixa de ser endócrina e torna-se autócrina -> que atua de acordo com o 
número de mamadas, de uma boa pega, ou da correcta extracção de leite retirado 
manualmente. Este importante mecanismo é regulado pelo estímulo da sucção, que 
setransmite, pelas terminações sensitivas do mamilo e da aréola, desencadeando o 
reflexo neuroendócrino essencial à manutenção da lactação 
Constituição​: O leite materno é constituído por proteínas, carboidratos, 
lipídios, sais minerais e vitaminas (ver ​Tabela​ abaixo). 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527732802/epub/OEBPS/Text/chapter16.html#tab16-1
 
 
A lactogênese é considerada o início da produção láctea, que não ocorre na 
gravidez em função do efeito inibitório da progesterona, que impede a atuação da 
PRL nos seus receptores nas células mamárias. Após o parto, com o declínio 
acentuado dos esteroides ovarianos placentários, desaparecem os efeitos inibidores 
sobre os receptores de PRL, que se constitui como o principal hormônio da 
lactogênese. A produção láctea adequada pressupõe que a glândula mamária 
esteja plenamente desenvolvida, sendo relevante a contribuição de outros 
hormônios, como insulina, corticoide, tireoxina. 
Os mecanismos neuroendócrinos envolvidos na lactação são complexos. 
Progesterona, estrogênio e hormônio lactogênio placentário humano (hPL), assim 
como PRL, cortisol, tireoxina e insulina, agem em conjunto para estimular o 
crescimento e o desenvolvimento do sistema lácteo-secretor da glândula mamária. 
Após o parto, há queda abrupta e profunda dos níveis de progesterona e de 
estrogênio, o que remove a influência inibitória da progesterona na produção da 
α-lactalbumina pelo retículo endoplasmático, promovendo a ação da PRL. O 
aumento da α-lactalbumina estimula a secreção da lactose láctea. 
3. Lactopoese, a manutenção da lactação 
Depois de iniciada, a lactação (lactogênese) é mantida (lactopoese) pela 
existência do reflexo neuroendócrino da sucção (ver ​Figura 16.2​) do mamilo pelo 
lactente, que age no eixo hipotalâmico-hipofisário e culmina por determinar a 
liberação de PRL (aumento dos níveis de 6 a 9 vezes) e de ocitocina. 
A sucção por via medular inibe a dopamina hipotalâmica, aqui chamada PIF, 
promovendo, em última análise, a liberação da PRL. 
A PRL mantém a secreção láctea (proteínas, caseína, ácidos graxos, 
lactose), e a ocitocina age nas células mioepiteliais e musculares situadas, 
respectivamente, ao redor dos ácinos e ao redor dos canais intralobulares, 
determinando a contração deles com a consequente ejeção láctea. A solicitação 
repetida do mamilo, com o esvaziamento continuado dos ácinos, resulta em 
produção intensificada de leite. 
A intensidade e a duração da lactação são controladas, em parte, pelo 
estímulo repetitivo da amamentação. ​A PRL é essencial para a lactação​. Embora, 
após o parto, a PRL plasmática caia a níveis inferiores aos da gravidez, cada ato de 
sucção do mamilo estimula a sua produção. Provavelmente o estímulo do mamilo 
refreia o PIF hipotalâmico, possibilitando o aumento da secreção de PRL. 
A neuro-hipófise também secreta ocitocina em pulsos. Isso estimula a ejeção 
do leite ao contrair as células mioepiteliais do alvéolo mamário. 
O leite é produzido no intervalo das mamadas e fica armazenado na glândula 
mamária. A síntese do leite é um processo lento e não poderia completar-se no 
decurso da amamentação, episódio fisiológico relativamente rápido. 
Na 1​a semana pós-parto forma-se colostro, segue-se um leite de transição, 
por 2 a 3 semanas, para, finalmente, surgir o leite maduro, definitivo. Metade do 
conteúdo proteico elevado do colostro é composto de globulinas, que parecem 
idênticas às gamaglobulinas do plasma. Por esse meio, ​há proteção imunológica 
pós-natal, posto que anticorpos maternos assim veiculados são absorvidos no 
intestino sem digestão (presença de inibidor da tripsina)​. Os corpúsculos de Donné, 
compostos de leucócitos, histiócitos, linfócitos e células epiteliais descamados, são 
típicos do colostro. 
 
Lactopoese. A sucção do mamilo determina 
a inibição (​setas vermelhas​) da dopamina 
hipotalâmica, liberando a secreção da 
prolactina. ​PIF​, fator inibidor da prolactina. 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527732802/epub/OEBPS/Text/chapter16.html#fig16-2
 
Mais características e funções do leite materno: 
A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. 
Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia 
(calorias) e sacia melhor a criança, daí a importância de a criança esvaziar bem a 
mama. 
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a 
criança contra infecções. ​A IgA secretória é o principal anticorpo, atuando contra 
microrganismos presentes nas superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no leite 
humano são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela 
produz ​anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, 
proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes 
no meio em que a mãe vive​. A concentração de IgA no leite materno diminui ao 
longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. 
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como 
anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima 
e fator bífido -> favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não 
patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam 
diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. 
Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou parcialmente 
destruídos pelo calor, razão pela qual o leite humano pasteurizado (submetido a 
uma temperatura de 62,5o C por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que 
o leite cru. 
 
Visto isso, é possível desenvolver melhor sobre a ​importância do 
aleitamento materno. 
OMS: A amamentação é importante à saúde do lactente sob o aspecto 
nutricional, imunológico, gastrintestinal, psicológico, do desenvolvimento e da 
interação entre mãe e filho. Recomendação: aleitamento materno exclusivo (AME) 
até o 6º mês de vida e a sua complementação até os 2 anos de idade ou mais, com 
a finalidade de​ prevenir a desnutrição precoce e reduzir a morbimortalidade infantil. 
Benefícios da amamentação: minimização de risco para desenvolver doenças 
cardiovasculares, diabetes melito, câncer antes dos 15 anos de idade e 
sobrepeso/obesidade. O efeito protetor do leite materno contra o 
sobrepeso/obesidade é de crescente importância em virtude do problema da 
obesidade infantil em todas as regiões do mundo, em particular nos países 
desenvolvidos. 
Atenção: A lactação faz solicitações fisiológicas nutricionais expressivas à 
mãe. A quantidade adicional de nutrientes requeridos foi tratada no ​Capítulo 11​. 
Nessa fase é importante considerar a possibilidade de diversos medicamentos, 
nicotina, álcool e outras substâncias a serem eliminados pela secreção láctea, o que 
pode prejudicar o recém-nascido. Doenças virais também podem ser transmitidas 
pelo leite materno, como síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e infecções 
causadas pelo vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1). 
A amamentação na primeira meia hora de vida intensifica a formação de 
laços afetivos entre mãe e filho, promove a colonização da pele do recém-nascido 
pelamicrobiota da mãe e promove o início do ato de amamentar, momento 
extremamente profícuo para a mãe e o recém-nascido. 
São inúmeras as ​vantagens da amamentação natural ​para a mãe e para o 
filho: 
● O leite materno é altamente nutritivo e pode suprir todas as necessidades 
alimentares do recém-nascido durante os 4 a 6 primeiros meses de vida. De 
6 a 12 meses, fornece 3/4 das proteínas necessárias para a criança e daí em 
diante permanece como valioso suplemento proteico à dieta infantil. Além 
desses elementos, o leite materno contém açúcar, gorduras, sais minerais e 
vitaminas. Com exceção das gorduras e das vitaminas, sua composição é 
relativamente independente da nutrição materna 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527732802/epub/OEBPS/Text/chapter11.html
● Devido à sua composição e, principalmente, ao seu conteúdo rico em 
substâncias imunológicas, o leite materno protege o recém-nascido contra 
infecções bacterianas do sistema digestório e infecções respiratórias 
● O leite materno não é perecível e está isento de bactérias​, eventos triviais na 
amamentação artificial em áreas tropicais, onde a esterilização e a 
refrigeração dos alimentos são deficientes ou inexistentes 
● O ato de amamentar estimula o ​crescimento adequado da boca e mandíbula 
do recém-nascido​, o que promove uma adequação anatômica do sistema 
estomatognático e diminui em mais de 50% cada um dos indicadores de 
maloclusões dentárias (apinhamento, mordida cruzada posterior, mordida 
aberta, rotações dentárias, entre outros), que afetariam mais tarde a função 
dentofacial da criança 
● A amamentação cria uma ligação especial entre a mãe e o recém-nascido, o 
que repercute positivamente na vida da criança em termos de estimulação, 
fala, sensação de bem-estar e segurança e no seu modo de se relacionar 
com outras pessoas 
● A amamentação diminui o risco de asma e leucemia na infância​, além de 
diminuir os riscos de doenças crônicas na vida adulta, como obesidade, 
dislipidemia, hipertensão e diabetes 
● A amamentação natural é ​econômica e conveniente​, desde que a mãe possa 
alimentar o filho quando queira, sem necessidade de preparo 
● Ajuda a ​reduzir o risco de hemorragia pós-parto​, é relativamente efetiva como 
método anticoncepcional (uma vez que as lactantes, enquanto amenorreicas, 
tendem a não conceber, em sua grande maioria) e, ​a longo prazo, reduz o 
risco de diabetes tipo 2 e câncer de mama, útero e ovários. 
 
Além disso, é muito importante conhecer e utilizar as ​definições de 
aleitamento materno adotadas pela OMS ​e reconhecidas no mundo inteiro 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007a). Assim, o aleitamento materno 
costuma ser classificado em: 
● Aleitamento materno exclusivo (AME): a criança recebe somente leite 
materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte​, sem 
outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo 
vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. 
● Aleitamento materno predominante: ​a criança recebe, além do leite 
materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), 
sucos de frutas e fluidos rituais. 
● Aleitamento materno: ​a criança recebe leite materno (direto da mama ou 
ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. 
● Aleitamento materno complementado: ​a criança recebe, além do leite 
materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de 
complementá-lo, ​e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode 
receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é 
considerado alimento complementar. 
● Aleitamento materno misto ou parcial: a criança recebe leite materno e 
outros tipos de leite. 
 
É importante conhecer as ​restrições do aleitamento materno: 
São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a 
substituição parcial ou total do leite materno. Nas seguintes situações o aleitamento 
materno não deve ser recomendado: 
● Mães infectadas pelo ​HIV​; 
● Mães infectadas pelo​ HTLV1 e HTLV2; 
● Uso de ​medicamentos incompatíveis com a amamentação​. Alguns fármacos 
são considerados contra-indicados absolutos ou relativos ao aleitamento 
materno, como por exemplo, os antineoplásicos e radiofármacos. Como 
essas informações sofrem frequentes atualizações, recomenda-se que 
previamente à prescrição de medicações a nutrizes o profissional de saúde 
consulte o manual “Amamentação e uso de medicamentos e outras 
substâncias” (BRASIL, 2010b); 
● Criança portadora de galactosemia​, doença rara em que ela não pode ingerir 
leite humano ou qualquer outro que contenha lactose. Já nas seguintes 
situações maternas, recomenda-se a interrupção temporária da 
amamentação: 
● Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A 
amamentação deve ser mantida na mama sadia; 
● Varicela​: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou 
até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as 
lesões adquiram a forma de crosta. A criança deve receber Imunoglobulina 
Humana Antivaricela Zoster (Ighavz), disponível nos Centros de Referência 
de Imunobiológicos Especiais (CRIES) (BRASIL, 2006), que deve ser 
administrada em até 96 horas do nascimento, aplicada o mais precocemente 
possível; 
● Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver 
sangramento mamilar evidente; 
● Consumo de drogas e abuso de álcool 
Nas seguintes condições maternas, o aleitamento materno não deve ser 
contraindicado: 
● Tuberculose: recomenda-se que as mães não tratadas ou ainda bacilíferas 
(duas primeiras semanas após início do tratamento) amamentem com o uso 
de máscaras e restrinjam o contato próximo com a criança por causa da 
transmissão potencial por meio das gotículas do trato respiratório. Nesse 
caso, o recém-nascido deve receber isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia por 
três meses. Após esse período, deve-se fazer teste tuberculínico (PPD): se 
reator, a doença deve ser pesquisada, especialmente em relação ao 
acometimento pulmonar; se a criança tiver contraído a doença, a terapêutica 
deve ser reavaliada; em caso contrário, deve-se manter isoniazida por mais 
três meses; e, se o teste tuberculínico for não reator, pode-se suspender a 
medicação, e a criança deve receber a vacina BCG; 
● Hanseníase: por se tratar de doença cuja transmissão depende de contato 
prolongado da criança com a mãe sem tratamento, e considerando que a 
primeira dose de rifampicina é suficiente para que a mãe não seja mais 
bacilífera, deve-se manter a amamentação e iniciar tratamento da mãe; 
● Hepatite B: a vacina e a administração de imunoglobulina específica (HBIG) 
após o nascimento praticamente eliminam qualquer risco teórico de 
transmissão da doença via leite materno; 
● Hepatite C: a prevenção de fissuras mamilares em lactantes HCV positivas é 
importante, uma vez que não se sabe se o contato da criança com sangue 
materno favorece a transmissão da doença; 
● Dengue: não há contraindicação da amamentação em mães que contraem 
dengue, pois há no leite materno um fator antidengue que protege a criança; 
● Consumo de cigarros: acredita-se que os benefícios do leite materno para acriança superem os possíveis malefícios da exposição à nicotina via leite 
materno. Por isso, o cigarro não é uma contraindicação à amamentação. O 
profissional de saúde deve realizar abordagem cognitiva comportamental 
básica, que dura em média de três a cinco minutos e que consiste em 
perguntar, avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar a mãe fumante 
(BRASIL, 2010b). No aconselhamento, o profissional deve alertar sobre os 
possíveis efeitos deletérios do cigarro para o desenvolvimento da criança, e a 
eventual diminuição da produção e da ejeção do leite. Para minimizar os 
efeitos do cigarro para a criança, as mulheres que não conseguirem parar de 
fumar devem ser orientadas a reduzirem o máximo possível o número de 
cigarros (se não possível a cessação do tabagismo, procurar fumar após as 
mamadas) e a não fumarem no ambiente em que a criança se encontra; 
● Consumo de álcool: assim como para o fumo, deve-se desestimular as 
mulheres que estão amamentando a ingerirem álcool. A ingestão de doses 
iguais ou maiores que 0,3g/kg de peso pode reduzir a produção láctea. O 
álcool pode modificar o odor e o sabor do leite materno levando a recusa do 
mesmo pelo lactente. 
 
Quanto às​ ​técnicas de amamentação​: 
Apesar de a sucção do 
recém-nascido ser um ato reflexo, ele 
precisa aprender a retirar o leite do 
peito de forma eficiente. Quando o 
bebê pega a mama adequadamente 
– o que requer uma ​abertura ampla 
da boca, abocanhando não apenas o 
mamilo, mas também parte da aréola 
–, forma-se um lacre perfeito entre a 
boca e a mama, garantindo a 
formação do vácuo, indispensável 
para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê. 
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha 
(​canolamento​) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ​ativando o reflexo 
de deglutição. A retirada do leite (ordenha) é feita pela língua, graças a um 
movimento peristáltico rítmico da ponta da língua para trás, que comprime 
suavemente o mamilo. ​Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, 
estabelecendo o padrão normal de respiração nasal. 
O ciclo de movimentos mandibulares (para baixo, para a frente, para cima e 
para trás) promove o​ crescimento harmônico da face do bebê. 
A técnica de amamentação, ou seja, a maneira como a dupla mãe/bebê se 
posiciona para amamentar/mamar e a pega/sucção do bebê são muito importantes 
para que o bebê consiga retirar, de maneira eficiente, o leite da mama e também 
para não machucar os mamilos. 
Uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê na amamentação dificulta o 
posicionamento correto da boca do bebê em relação ao mamilo e à aréola, 
resultando no que se denomina de “má pega”. A má pega dificulta o esvaziamento 
da mama, podendo levar a uma diminuição da produção do leite. Muitas vezes, o 
bebê com pega inadequada não ganha o peso esperado apesar de permanecer 
longo tempo no peito. ​Isso ocorre porque, nessa situação, ele é capaz de obter o 
leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o leite posterior, mais calórico. 
 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chave que 
caracterizam o posicionamento e pega adequados: 
 
● Pontos-chave do ​posicionamento adequado 
1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do 
mamilo; 
2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; 
3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); 
4. Bebê bem apoiado. 
 
● Pontos-chave da​ pega adequada 
1. Mais aréola visível acima da boca do bebê; 
2. Boca bem aberta; 
3. Lábio inferior virado para fora; 
4. Queixo tocando a mama. 
 
Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de amamentação: 
- Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; 
- Ruídos da língua; 
- Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; 
 
 
 
DO3: Identificar a importância da alimentação complementar para crianças 
menores de 2 anos destacando os 10 passos para uma alimentação saudável 
e os problemas nutricionais mais prevalentes na infância. 
 
A definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve 
levar em consideração a ​maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e as 
necessidades nutricionais: 
● Até os quartos meses de idade, a criança ainda não atingiu o 
desenvolvimento fisiológico necessário para que possa receber 
alimentos sólidos. Apesar de o reflexo de protrusão estar 
desaparecendo, a criança ainda não senta sem apoio e não obtém o 
controle neuromuscular da cabeça e do pescoço para mostrar 
desinteresse ou saciedade​, afastando a cabeça ou jogando-a para 
trás. Portanto, em função dessas limitações funcionais, nessa fase ela 
está preparada para receber basicamente refeição líquida, 
preferencialmente pastosa melhoram sensivelmente não só em função 
do desaparecimento do reflexo de protrusão da língua, como também 
pela maturação as funções gastrointestinal e renal e também do 
desenvolvimento neuromuscular. 
● Por volta dos seis meses de vida, o grau de tolerância gastrointestinal 
e a capacidade de absorção de nutrientes atingem um nível 
satisfatório e, por sua vez, a criança vai se adaptando física e 
fisiologicamente para uma alimentação variada quanto a consistência 
e textura. 
● Na idade de 6 a 12 meses o leite materno pode contribuir com 
aproximadamente metade da energia requerida nessa faixa de 1/3 da 
energia necessária no período de 12 a 24 meses. Assim, o leite 
materno continua sendo uma importante fonte de nutrientes após os 6 
meses de idade, além dos fatores de proteção que fazem parte de sua 
composição. O leite materno é uma importante fonte de energia e 
nutrientes para crianças doentes e reduz o risco de mortalidade em 
crianças mal nutridas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças 
menores de dois anos é um Manuel técnico para subsidiar os profissionais de saúde 
a promover praticas alimentares saudáveis para a criança pequena. 
 
 
 
 
 
 
Problemas nutricionais mais prevalêntes na infância: 
Em todo o mundo cerca de 30% das crianças menores de cinco anos 
apresentam baixo peso, como consequência da má alimentação e repetidas 
infecções. 
As situações mais comuns relacionadas à alimentação complementar 
oferecida de forma inadequada são: 
● anemia​. A anemia por deficiência de ferro, em termos de magnitude, é 
na atualidade um dos principais problemas de saúde pública do 
mundo. 
● deficiência de vitamina A. A vitamina A desempenha papel 
fundamental na visão, no crescimento e desenvolvimento ósseo, no 
processo imunológico e sua fortificação ou suplementação está dentro 
do rol de intervenções, juntamente com o apoio ao aleitamento 
materno, com o maior potencial para reduzir a carga de morbidade e 
mortalidade infantil. 
● outras deficiências de micronutrientes, 
● excesso de peso. A obesidade infantil pode gerar consequências no 
curto e longo prazo e é importante preditivo da obesidade na vida 
adulta. 
● desnutrição​. A desnutrição pode ocorrer precocemente na vida 
intra-uterina (baixo peso ao nascer) e frequentemente cedo na 
infância, em decorrência da interrupção precoce do aleitamentomaterno exclusivo e alimentação complementar inadequada nos 
primeiros dois anos de vida, associada, muitas vezes, à privação 
alimentar ao longo da vida e à ocorrência de repetidos episódios de 
doenças infecciosas diarreicas e respiratórias (BRASIL, 2005). A 
desnutrição possui múltiplos determinantes e as condições sociais da 
família são determinantes importantes dessa condição. 
O déficit estatural é melhor que o ponderal como indicador de 
influências ambientais negativas sobre a saúde da criança, sendo o 
indicador mais sensível de má nutrição nos países. A baixa estatura é 
mais frequente nas áreas de piores condições socioeconômicas. 
 
DO4: Conhecer as etapas do crescimento e desenvolvimento. 
 
É válido primeiro destacar o porquê do monitoramento do crescimento da 
criança, qual sua importância. 
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento 
do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança. 
A vigilância nutricional e o monitoramento do crescimento objetivam 
promover e proteger a saúde da criança e, quando necessário, por meio de 
diagnóstico e ​tratamento precoce para sub ou sobrealimentação (ARAUJO et al., 
2008), evitar que desvios do crescimento possam comprometer sua saúde atual e 
sua qualidade de vida futura (AERTS; GIUGLIANI, 2004) [D]. 
 
O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro 
periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da 
Criança 
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do 
crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: 
 
● perímetro cefálico (de zero a 2 anos), 
 
● peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), 
 
 
● comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 
10 anos), 
 
 
● índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos 
e de 5 a 10 anos). 
 
 
 
 
 
O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção básica 
objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de 
modificação que possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre principalmente 
por meio de ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança. 
 
Aspectos do desenvolvimento das crianças menores de 10 anos: 
 
 
 
 
 
 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvi
mento.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_c
ab23.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf

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