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A influência da família no processo saúde-doença

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A influ ncia da fam lia no ê í
processo sa de-doen aú ç
Conceito Fam lia – í
O conceito de família se modifica conforme o tipo de 
sociedade, o tempo e a sua estrutura social, na medida
em que sofre as influências dos acontecimentos 
sociais. 
Na perspectiva psicológica, pode-se entender a família
como um grupo de coesa relação interpessoal, 
ocasionada de forma impositiva ou não e que se 
observa, mesmo que minimamente, alguma relação de 
hierarquia e cuidado entre seus membros. 
OBS.: E assume-se um compromisso de cuidado mútuo
e, se houver, com crianças, adolescentes e adultos e 
idosos.
Já, na visão sociológica, percebe-se que a família 
ganha um caráter de unidade social primária / 
instituição básica da sociedade, de forma que 
apresenta organizações estruturadas para preencher 
as contingências básicas da vida biológica e social. 
OBS.: Se a espécie humana existe hoje, em grande 
parte isso é fato devido ao embrião da reciprocidade 
e do altruísmo mútuo que emergiu ao se organizar 
esses primeiros grupamentos humanos chamados de 
família. 
Alguns conceitos, como os de matrimônio e 
parentesco, estão muito associados à ideia que as 
pessoas têm sobre o âmbito familiar, entretanto não é
um critério para constituição de família.
Tipologia familiar ou 
composi es familiaresçõ
Segundo a Classificação de Kaslow de composição 
familiar, a família pode ser classificada em:
a. Família nuclear, incluindo 2 gerações com filhos 
biológicos
É a mais observada e aceita socialmente na cultura 
ocidental.
Família nuclear é aquela composta de um homem e 
uma mulher que coabitam e mantêm um 
relacionamento sexual socialmente aprovado, tendo 
pelo menos um filho.
Na família nuclear tradicional, a esposa trabalha em 
casa sem ser remunerada, enquanto o marido 
trabalha fora de casa de forma assalariada. Logo, 
homem é visto como provedor primário e autoridade 
máxima.
Há novos arranjos familiares:
b. Famílias extensas, incluindo 3-4 gerações
São compostas pelo núcleo familiar e agregados que 
coabitam a mesma unidade doméstica. 
OBS.: De certo modo, a família extensa foi substituída
pela família nuclear, especialmente, nos grandes 
centros urbanos. 
c. Famílias adotivas, que podem ser birraciais ou 
multirraciais:
Esta é composta por um homem e mulher cujo filho 
não apresenta laços de consanguinidade.
d. Casais
A família dita “casal” é aquela em que o homem e 
mulher se enlaçam via matrimônio, mas não concebem 
nem adotam filhos.
e. Famílias monoparentais, chefiados por pai (masculina)
ou mãe (feminina):
Os lares monoparentais são aqueles que vivem com 
um único progenitor, com os filhos que não são ainda 
adultos.
OBS.: A transformação das formas de vida conjugal 
manifesta-se pelo aumento de um tipo especial de 
família: a monoparental, predominantemente feminina.
Resultante da taxa de divórcio e 
recasamentos, com a consequente recomposição do 
casal, isso permitiu numa desinstitucionalização do 
casamento 
Tem aumentado bastante devido à 
possibilidade de divórcio, à desromantização do 
casamento, e ao cultivo do individualismo. 
f. Casais homoafetivos (homoparentais), com ou sem 
crianças:
Essas famílias são constituídas por pessoas do mesmo 
sexo que têm filhos via três caminhos: 
- reconstituição = um dos parceiros traz para a 
relação homossexual os filhos do casamento anterior; 
- adoção = legalizada ou não; 
- co-parentalidade = em que um dos membros do 
casal gera uma criança com uma pessoa que oferece 
parceria biológica e o filho passa a fazer parte do 
núcleo parental do pai ou mãe homossexual
g. Famílias reconstituídas
O recasamento, fenômeno cada vez mais comum 
atualmente, surgiu como uma possibilidade de 
reconquistar vínculos essenciais de intimidade, 
companheirismo e afeto. 
OBS.: Esse arranjo é permitido pela flexibilidade na 
legislação civil.
h. Várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas 
com forte compromisso mútuo
Import ncia social da fam liaâ í
A importância social da família se dá por esta ser o 
principal agente e, geralmente, o primeiro de – –
socialização e reproduzir padrões culturais no indivíduo.
Hoje, a família não é apenas um elemento-chave para 
a “sobrevivência” dos indivíduos, mas também para a 
proteção e a socialização, transmissão do capital 
cultural, do capital econômico e da propriedade do 
grupo, bem como para ampliar as relações de gênero 
e de solidariedade entre as gerações1 
3 momentos importantes de socialização:
- Identificação do núcleo social inicial
Identificação dos pais como primeiro núcleo 
social da criança, pois esses apresentam uma grande 
influência no seu processo de desenvolvimento 
cognitivo, social e psicológico. 
É a relação com os pais que constitui a base 
referencial de todas as outras, por serem responsáveis
em transmitir as primeiras informações e 
interpretações sobre o mundo 
- Socialização primária
Nessa socialização, a família é o agente mais 
importante no processo de internalização e 
aprendizagem, pois fornece o marco para a definição 
e conservação das diferenças humanas, dando forma 
aos papéis sociais básicos 
OBS.: Ocorre a interiorização do mundo social no qual 
se nasce.
- Socialização secundária
Ocorre quando o sujeito entra em contato com grupos
extrafamiliares. Assim, outras relações sociais 
colaboram para o desenvolvimento de crianças e 
adolescentes, em especial, as relações vividas na escola
e nos grupos de colegas.
#Bônus A falta da família e seus efeitos negativos –
na sociedade
Quando a família deixa de cumprir suas 
funções básicas juntos aos seus membros, acaba 
gerando custos sociais e financeiros adicionais, na 
medida em que iniciativas públicas e privadas 
compensatórias, que nem sempre são eficazes, 
tornam-se necessárias para cobrir as demandas dali 
originadas 
#Bônus A família e as políticas públicas–
A reorganização da Atenção Primária à Saúde
(APS) no Brasil adquiriu uma nova forma de conceber 
o cuidado da população em busca de uma integralidade
do ser humano desde a instituição do Sistema Único 
de Saúde (SUS). 
Uma parte da busca por essa 
integralidade é realizada transferindo-se o foco do 
cuidado do “indivíduo” para a “família” como lócus de 
ação das intervenções, o que reafirma sua 
importância social.
Fam lia e Sa deí ú
Podemos, portanto, dizer que o binômio família-saúde 
é uma via de “mão dupla”. 
Isso acontece por que essas relações são fruto da 
hierarquia (etária) presente25 entre seus indivíduos, 
deste modo, como já vimos, os adultos são 
“referências” emocionais e culturais para as 
crianças/adolescentes e estes últimos se socializam 
reproduzindo o padrão de comportamento de seu 
núcleo social inicial. 
Logo, características da família determina →
a saúde dos indivíduos (crianças/adolescentes). E 
evento ou doença que acomete um membro da família
 constrói um novo processo de funcionamento →
familiar e pode reconfigurar a composição familiar 
As “Fam lias” e seus principais í
desafios no trabalho cotidiano 
na Estrat gia de Sa de da é ú
Fam liaí
As equipes de saúde devem se preparar para 
entender como essas famílias se organizam, o que 
“passam na cabeça” de seus membros, para podermos
melhor ajudá-los a lidarem com seus problemas e não 
geraram doenças desnecessariamente. 
Alguns desafios comuns:
- As monoparentais femininas e a dependência dos 
“outros”;
O trabalho da equipe de saúde, nesses casos, 
deve ser focado no “cuidador” do que propriamente na
mãe. A equipe de saúde deve intensificar o cuidado a 
essas famílias com o objetivo de monitorar a saúde 
dessas crianças que fatalmente tendem a adoecerem 
mais. 
- Emancipação precoce de casais adolescentes:
O trabalho das equipes de saúde com os pais 
adolescentes é fundamental para que se possa evitar 
formas de trabalho que não são socialmente aceitas, 
como prostituição, tráfico de drogas/bebidas, etc..
E se porventura acontecerem, a equipe de 
saúde deve se responsabilizar de forma mais intensiva 
nesses casos pois não apenas as crianças sofremcom
isso como também os pais adolescentes 
A estrutura familiar
Refere-se à quantidade de pessoas que moram na 
casa e suas respectivas funções, o fato dos 
progenitores estarem vivos ou não, divorciados, 
separados ou dividindo moradia com outros parceiros, 
dentre outras características. 
OBS.: A noção de “bom suporte familiar” ou “mais 
adequado”, não está ligada apenas à estrutura 
familiar culturalmente pré-definida como ideal 
A partir da estrutura familiar levantam-se dados 
relevantes para compreender a funcionalidade familiar 
quais os pontos “fortes” e “fracos” da família para o 
cuidado domiciliar, onde a família pode cooperar e 
onde o profissional deverá trabalhar com a família 
para a melhor assistência. 
#Bônus Sistemas familiares:–
Sistema conjugal: casal formado pela união de
duas pessoas com um conjunto de valores e 
expectativas, tanto explícitas quanto inconscientes. 
Para seu funcionamento é necessário
abrir mão de parte de suas ideias e preferências, 
perdendo individualidade, porém ganhando em 
pertinência.
Sistema parental: envolve a educação dos 
filhos e funções de socialização. 
Esse subsistema pode ser ampliado 
para avós ou tios, ou então excluir completamente um
dos pais desse sistema. 
Sistema fraterno (ou filial): é composto por 
similares, sendo o primordial aquele composto entre 
os irmãos, podendo ser constituído também por 
amigos e primos. 
Nesse sistema, desenvolvem-se a 
capacidade de negociação, cooperação, pertinência, 
competição e reconhecimento. 
#Bônus Tópicos a serem observados na visita –
domiciliar:
Limites ou fronteiras: espera-se que estes 
sejam claros e flexíveis, porém pode ocorrer 
disfuncionalidades quando estes são muito rígidos ou 
emaranhados. 
Papéis: cada integrante do sistema familiar 
representa papéis em sua vida, entre eles estão: de 
homem, empregado, empregador, pai, marido, amigo, 
irmão, filho, torcedor …
De acordo com cada subsistema 
familiar é importante que o profissional de saúde 
identifique a função de cada integrante da família 
naquele contexto para poder resgatar funções e 
papeis, tornando o cuidado integral, e muitas vezes 
resgatando a funcionalidade da família, e extraindo a 
doença. 
Comunicação: na prática do trabalhador de 
saúde, a comunicação se apresenta como a principal 
ferramenta de trabalho, é necessário, portanto 
estar atento se a mensagem que estamos passando 
ou recebendo está sendo adequadamente entendida. 
Transgeracionalidade: deve-se observar a 
família nuclear e a trigeracional (avós, pais e filhos), 
avaliando padrões de repetição, segredos e rituais 
que possam estar enraizados entre as gerações. 
Referências bibliográficas:
CARNUT, Leonardo; FAQUIM, Juliana Pereira Silva. 
Conceitos de família e a tipologia familiar: aspectos 
teóricos para o trabalho da equipe de saúde bucal na 
estratégia de saúde da família. JMPHC| Journal of 
Management & Primary Health Care| ISSN 2179-6750, v.
5, n. 1, p. 62-70, 2014.
Caderno de Atenção. Melhor em Casa: A Segurança do 
Hospital no Conforto do seu Lar. Ministério da Saúde. 
Vol. 2. Brasília. 2012.

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