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Intoxicação Aguda

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[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
PROBLEMA 07 – INTOXICAÇÃO – ENFERMIDADES 
 AGROTÓXICOS/PRAGUICIDAS/DEFENSIVOS AGRÍCOLAS/PESTICIDAS 
- Praguicidas/Agrotóxicos – produtos de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento 
e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas e de ambientes urbanos, hídricos e 
industriais, buscando alternar a composição da flora ou da fauna, para preservá-la da ação danosa de seres vivos nocivos – ex.: desfolhantes, 
dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento; 
**denominados defensivos agrícolas pela constituição de 1988, de modo a mascarar os efeitos negativos desses produtos, porém na lei federal 
nº 7802, de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo decreto 4.074 (4 de janeiro de 2002) passaram a ser denominados agrotóxicos** 
- São misturas ou preparações com um ou mais princípios ativos, contendo aditivos, solventes, coadjuvantes, excipientes e impurezas, tão tóxicos 
quanto o princípio ativo principal; 
- Formas de uso: agricultura, ambientes domésticos (controle de insetos e animais), medicina veterinária (tratamento de endoparasitas e 
ectoparasitas), saúde pública (controle de vetores de doenças), tratamento de madeira para construção, armazenamento de grãos e sementes, 
produção de flores e pecuária; 
- Todos apresentam propriedades tóxicas e prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente; 
- O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos; 
1. CLASSIFICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS 
- Devido à variabilidade das substâncias químicas ou biológicas que os compõem, podem ser classificadas conforme o tipo de praga que 
controlam, a estrutura química das substâncias ativas e os efeitos à saúde humana e ao meio ambiente; 
a. FINALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
- Inseticidas – controlam insetos – subdivididos conforme a idade 
alvo, em ovicida, larvicida ou adulticida; 
- Fungicidas – controlam fungos – subdivididos conforme a idade 
alvo, em ovicida, larvicida ou adulticida; 
- Acaricidas – controla ácaros; 
- Herbicidas – controlam ervas daninhas ou invasoras; 
- Rodenticidas/raticidas – controlam roedores; 
- Moluscicidas – controlam moluscos; 
- Fumigantes – controlam a fauna e a flora, sendo usados no solo e 
no armazenamento de grãos; 
- Nematicidas – controlam nematoides; 
- Algicidas – controlam algas; 
b. TOXICIDADE 
- O componente de risco dos praguicidas devem ser identificados para se diferenciar sua toxicidade aguda, conforme o ingrediente ativo e sua 
formulação; 
**não indica os riscos de doenças de evolução prolongada** 
- Classe I – extremamente tóxico – DL50 < 50 mg/kg – identificado por faixa vermelha; 
- Classe II – altamente tóxico - 5 < DL50 < 50 – faixa vermelha; 
- Classe III – moderadamente tóxico – 50 < DL50 < 500 mg/kg – faixa amarela; 
- Classe IV – pouco tóxico – 500 < DL50 < 5000 mg/kg – faixa azul; 
- Classe V – improvável de causar dano agudo – faixa azul; 
- Não Classificado – faixa verde; 
c. MODO DE CONTAMINAÇÃO 
- Dérmica/Cutânea – a pele é a via mais exposta às substâncias, podendo absorvê-las mesmo íntegra, de modo a causar efeitos locais ou absorção 
significativa e comprometimento sistêmico; 
- Inalatória – via eficiente para absorção de gases, vapores e aerossóis, com lesões das vias aéreas e comprometimento respiratório; 
- Ocular – o contato ocular com substâncias químicas pode gerar graves lesões nos olhos, com sequelas permanentes; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Aspiração – substância líquida ou sólida que entra na traqueia diretamente pela via oral ou nasal ou por regurgitação do conteúdo gástrico; 
- Digestiva – relaciona-se com às intoxicações intencionais e de maior gravidade; 
d. PERSISTÊNCIA 
- Relaciona-se à meia vida, ou seja, ao tempo necessário após a aplicação para redução da eficácia; 
- Curta – até 90 dias; 
- Média – 91 a 180 dias; 
- Longa – maior que 180 dias; 
e. DURAÇÃO DO EFEITO 
- Efeito Instantâneo / Knockdown – efeito imediato sobre o organismo, logo que é aplicado; 
- Efeito Residual – o ingrediente ativo aplicado em um determinado local que permanece em dosagens letais para um organismo alvo por 
semanas ou meses; 
f. NATUREZA QUÍMICA 
 
- Inorgânicos – arsênico, enxofre, 
produtos à base de bário, boro, flúor, 
antimônio, tálio, chumbo, cádmio, 
mercúrio – características: (1) possuem 
alta toxicidade; (2) apresentam 
estabilidade e longa permanência no 
ambiente; (3) acumulam-se nos tecidos 
orgânicos; (4) não tem antídotos; 
- Organofosforados – derivados dos 
ácidos que contém fósforo em sua 
molécula (ácido fosfórico, tiofosfórico e 
ditiofosfórico), como inseticidas à base 
de malation, clorpirifós, temefós, 
acetato, fenitrotion, paration e 
metamidofós – características: (1) 
comumente utilizados como inseticidas e 
acaricidas agrícolas; (2) atuam sobre a 
acetilcolina no SNC e periférico; 
- Carbamatos – derivados do ácido 
carbônico – características: (1) uso 
doméstico como inseticidas carbofuram e 
aldicarbe; 
- Piretróides – derivados sintéticos das piretrinas naturais, encontradas em extratos vegetais, como os extraídos das flores de Chrysanthemun 
cinerariaefolium – ex.: deltrametrina, cipermetrina, lambdacialotrina e permetrina; 
- Glicina Substituída – N – (Fosfonometil) Glicina – herbicida não seletivo, sistêmico, com princípio ativo glifosfato, sendo usado na agricultura 
associado ou não a sementes transgênicas e em ambientes domésticos; 
- Bipiridilos – compostos comumente usados como herbicidas, que atuam por meio da formação de radicais livres com o oxigênio – ex.: paraquate 
e diquate; 
- Ditiocarbamatos (DTCS) – grupo de agrotóxicos organossulfurados de ação fungicida – ex.: mancozeb, tiram; 
- Dinitrofenóis – promovem o déficit energético desacoplando as ligações do ATP – ex.: herbicidas, 2,4-D, 2,5T; 
- Organoclorados – hidrocarbonetos que apresentam em sua estrutura um ou mais anéis aromáticos ou cíclicos saturados, com alto poder de 
persistência no ambiente – ex.: DDT, BHC, aldrin e dieldrin; 
- Organomercuriais – agrotóxicos a base de mercúrio, como acetato de fenilmercúrio – características: (1) utilizados como fungicidas; (2) 
proibidos no Brasil; (3) muito utilizados nas culturas de morango e batata; 
2. LEGISLAÇÃO 
a. REGISTRO DOS AGROTÓXICOS 
- Os agrotóxicos são registrados nos Ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Saúde, permitindo o controle governamental sobre a 
importação, exportação, produção, transporte, armazenamento, comercialização e uso desses produtos; 
- Função dos órgãos envolvidos no registro: (1) avaliar as características agronômicas, toxicológicas e ecotoxicológicas de cada substância; (2) 
estabelecer restrições e recomendações de uso necessárias para a maior segurança de uso; 
- Função do Ministério da Agricultura e Abastecimento – avaliar a eficácia agronômica; 
- Função do Ministério da Saúde – avaliar a classificação toxicológica; 
- Função do Ministério do Meio Ambiente – avaliar e classificar o potencial de periculosidade ambiental; 
- São proibidos o registro dos agrotóxicos e componentes- Art 3º § 6º: (1) Brasil não tenha métodos para desativação dos componentes, gerando 
riscos ao ambiente e à saúde pública; (2) no Brasil, não haja antídoto ou tratamento eficaz; (3) apresentem características teratogênicas, 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
carcinogênicas ou mutagênicas; (4) provoque distúrbios hormonais e danos ao aparelho reprodutor; (5) mais perigosos para o homem do que 
os testes laboratoriais com animais; (6) características causem danos ao meio ambiente; 
b. EMBALAGENS E DESCARTE – Art 6º 
 Embalagens 
- Devem ser projetados de modo a impedir vazamento, evaporação, perda ou alteração do seu conteúdo – facilita as operações de lavagem, 
classificação, reutilização, reciclagem e destinação final adequada; 
- Ser imune à ação do agrotóxicoarmazenado e insuscetível de formar com ele combinações nocivas; 
- Ser resistente em todas suas partes; 
- Satisfazer as exigências de conservação; 
- Apresentar lacre ou dispositivo externo que assegure a inviolabilidade da embalagem; 
- Apresentar de forma indelével e irremovível, em local de fácil visualização (exceto na tampa) o nome da empresa titular do registro e a 
advertência quanto ao reaproveitamento da embalagem; 
 Descarte 
- Embalagem de Plástico - após terminar de usar o produto, realiza-se a tríplice lavagem, perfura-se a parte de baixo do recipiente e coloque a 
tampa; 
- Embalagens Flexíveis (sacos plásticos, de papel, metalizados) – armazenados em grandes sacolas de resgate, fechadas e identificadas; 
- Galões – realiza-se a tríplice lavagem; 
**os produtos que não apresentam solubilidade em água, contraindicam a tríplice lavagem** 
- Os usuários de agrotóxicos devem devolver as embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos ou 
em postos ou centros de recolhimentos autorizados e fiscalizados, conforme as instruções das bulas, em até 1 ano da data da compra ou em 
prazo superior, quando autorizado pelo órgão registrante; 
c. ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO 
 Armazenamento 
- Em locais separados de fontes de água, fogo, estufas, lâmpadas, residências e instalações para animais; 
- Local livre de inundações; 
- Em construção de alvenaria, com boa ventilação, iluminação natural, piso cimentado e sem rachaduras; 
- As portas devem ficar trancadas, buscando impedir a entrada de animais, crianças e pessoas não autorizadas; 
- São armazenados e utilizados nas embalagens originais; 
 Manipulação 
- Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) – determina os procedimentos de diluição, manipulações autorizadas, técnica de aplicação, 
utilização e manutenção dos equipamentos, transporte, destinação final dos agrotóxicos e ações em caso de acidente, derrame de produtos 
químicos, saúde, biossegurança e saúde do trabalhador; 
- Deve ser realizada com EPI; 
- Contraindica-se a ingestão de alimentos ou bebidas durante o trabalho com agrotóxicos; 
- Lavar as mãos sempre; 
- Beber bastante água antes de trabalhar com agrotóxicos e após se lavar; 
d. VENDA E TRANSPORTE 
 Venda 
- Devem exibir rótulos próprios e bulas em português; 
- Identificação do Produto: nome, percentagem dos princípios ativos, unidade de peso ou volume da quantidade de agrotóxico, nome e endereço 
do fabricante, nº de registro do produto, nº de lote, resumo dos seus principais usos e classificação toxicológica; 
- Instruções para Uso: data de fabricação e vencimento, informação sobre o modo de uso, informação sobre os equipamentos utilizados, 
descrição dos processos de tríplice lavagem, procedimentos para devolução, destinação, transporte, reciclagem, reutilização e inutilização das 
embalagens vazias e efeitos sobre o meio ambiente associados à destinação inadequada dos recipientes; 
- Informações sobre os perigos potenciais; 
- Recomendações para que o usuário leia o rótulo antes de utilizar o produto; 
- A venda é realizada aos usuários através de receituário próprio, prescrito por profissionais legalmente habilitados; 
 Transporte 
- Os veículos devem apresentar compartimento que os isolem dos ocupantes; 
- Deve atender as exigências legais para transporte de produtos perigosos; 
- É proibido seu transporte dentro das cabines quando também transportar pessoas, animais, alimentos, rações ou medicamentos; 
- As embalagens devem ser posicionadas de forma segura, para não deslocar, entornar ou danificar; 
- Os recipientes devem ser cobertos por lona impermeável, presa na carroceria; 
 INTOXICAÇÃO EXÓGENA 
- Conjunto de efeitos nocivos que se manifestam por alterações clínicas ou laboratoriais, devido ao desequilíbrio orgânico ocasionado pela 
interação do sistema biológico com agentes tóxicos; 
- Agente Tóxico – substâncias ou compostos químicos, de origem natural ou antropogênica, capaz de causar dano a um sistema biológico, a 
partir da alteração de uma ou mais das suas funções – sua ação é determinada pelo tipo de substância ou composto químico, sendo a intensidade 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
proporcional à dose e ao tempo de exposição - ex.: medicamentos, agrotóxicos, raticidas, produtos veterinários, produtos de uso domiciliar, 
cosméticos, produtos químicos de uso industrial, metais, drogas de abuso, plantas tóxicas, alimentos e bebidas; 
- A intoxicação é um problema de saúde pública de importância global – em 2012, 193.460 pessoas morreram devido às intoxicações não 
intencionais, enquanto no Brasil entre 2010 e 2014 foram registrados 376.506 casos suspeitos de intoxicação, sendo que entre 2007 e 2017 
houveram 29.472 casos de intoxicações acidentais por agrotóxicos; 
- Gravidade das Intoxicações / Formas de Manifestação da Intoxicação: leve, moderada ou grave – fatores que a determina: quantidade de 
substância química absorvida, tempo de absorção, toxicidade do produto, suscetibilidade do organismo (idade e competência imunológica), 
tempo entre a exposição e o atendimento com profissional de saúde; 
- População mais suscetível: gestantes, lactentes, crianças e idosos; 
1. FASES DA INTOXICAÇÃO 
- Desdobra-se os eventos envolvidos na intoxicação em 4 fases, buscando operacionalizar a vigilância em saúde, de modo a definir as melhores 
abordagens para cada fase; 
a. FASE DE EXPOSIÇÃO 
- Contato do agente tóxico com o organismo; 
- Fatores importantes: via de incorporação do agente tóxico, dose ou concentração do agente, propriedades físico-químicas, tempo de exposição; 
- Considera-se a suscetibilidade da população exposta; 
b. FASE TOXICOCINÉTICA 
- Período de movimentação do agente tóxico no organismo; 
- Engloba: processo de absorção, distribuição, armazenamento, biotransformação e eliminação do agente tóxico ou dos seus metabólitos pelo 
organismo; 
- A toxicocinética da substância condiciona a biodisponibilidade, uma vez que as propriedades físico-químicas das substâncias determinam o 
grau de acesso aos órgãos-alvo e a velocidade de eliminação do organismo; 
c. FASE TOXICODINÂMICA 
- Interação entre as moléculas das substâncias químicas e os sítios de ação dos órgãos; 
- Podem provocar distúrbios leves ou morte; 
d. FASE CLÍNICA 
- Efeitos nocivos provocados pela interação da substância química com o organismo; 
- Marcada por sinais e sintomas e por alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas; 
- Período Subclínico – inexistência de manifestações clínicas, mas já com histórico de contato direto ou indireto com substâncias químicas – a 
substância e a forma de exposição determinam as ações em saúde; 
- Período Clínico – sinais e sintomas, quadros clínicos e síndromes evidentes, determinando as ações em saúde a serem adotadas; 
2. TIPOS DE INTOXICAÇÃO 
a. AGUDA 
- Causada por uma única exposição ao agente tóxico ou sucessivas exposições dentro de um prazo de 24h, causando efeitos imediatos sobre a 
saúde; 
- A associação causa/efeito é mais evidente, pois se conhece o agente tóxico; 
- Manifesta-se por um conjunto de sinais e sintomas de forma súbita, iniciando minutos ou horas após a exposição excessiva de um indivíduo, 
podendo assumir a forma leve, moderada a grave; 
**pessoas com intoxicação aguda podem apresentar sinais e sintomas de intoxicação crônica, devendo ser conduzidos ambulatorialmente para 
investigação dos efeitos tardios** 
b. CRÔNICA 
- Causada por várias exposições ao agente tóxico, que geram efeitos danosos no decorrer de repetidas exposições, por longos períodos, 
impactando diferentes órgãos e sistemas do corpo humano; 
- Cursa com manifestações neurológicas, imunológicas, respiratórias, endócrinas, hematológicas, dermatológicas, hepáticas, renais, 
malformações congênitas e tumores; 
- Apresenta quadro clínico indefinido, inespecífico, sútil, geral, de longa evolução e irreversível, dificultando o estabelecimentodo diagnóstico e 
da associação causa/efeito; 
**nas intoxicações crônicas, quando há exposição de longo prazo a múltiplas substâncias químicas, é difícil estabelecer sua associação 
causa/efeito** 
3. AVALIAÇÃO INICIAL 
- Toda intoxicação suspeita ou confirmada deve ser tratada como situação clínica potencialmente grave, pois os pacientes podem evoluir mal; 
- A avaliação inicial deve ser realizada de forma rápida e criteriosa; 
- Anamnese – 5w’s, Who? What? When? Where? Why? – (paciente) histórico de doenças, medicações em uso, ocupação, acesso a substâncias, 
uso de drogas e gravidez; (agente tóxico) qual a substância, quantidade utilizada, solicitar a embalagem e a bula do produto, via de exposição 
(oral, dérmica, inalatória e intravenosa); (tempo) horário da exposição, por quanto tempo a substância foi utilizada e lapso temporal entre a 
exposição e o atendimento; (local) onde ocorreu e se foram encontrados frascos, embalagens, seringas ou cartelas de comprimidos próximos 
ao paciente; (motivo / circunstância em que ocorreu) acidental, tentativa de suicídio, agressão, ocupacional, ambiental e intenção do uso do 
produto; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 
- Breve Exame Físico Inicial– sinais vitais, nível e estado de 
consciência, pupilas (diâmetro e reatividade à luz), temperatura e 
umidade da pele, oximetria de pulso, medida da glicose capilar, ECG 
e monitorização eletrocardiográfica, procurar sinais de trauma, 
infecção, marcas de agulhas ou edema de extremidades – busca 
identificar as medidas imediatas necessárias para estabilizar o 
indivíduo e evitar a piora clínica; 
- Exame Físico – (odores característicos) hálito etílico ou odor de 
alho característico dos organofosforados; (achados cutâneos) 
sudorese, secura de mucosas, vermelhidão, palidez, cianose, 
desidratação e edema; (temperatura) hipo ou hipertermia; 
(alterações de pupilas) miose, midríase, anisocoria e alterações de 
reflexo pulmonar; (alterações da consciência) agitação, sedação, 
confusão mental, alucinação, delírio e desorientação; 
(anormalidades neurológicas) convulsão, síncope, alteração de 
reflexos, alteração do tônus muscular, fasciculações e movimentos 
anormais; (alterações cardiovasculares) bradicardia, taquicardia, 
hipertensão, hipotensão e arritmias; (anormalidades respiratórias) 
bradipneia, taquipneia, presença de ruídos adventícios 
pulmonares; (anormalidades do aparelho digestório) sialorreia, 
vômitos, hematêmese, diarreia, rigidez abdominal, aumento ou 
diminuição dos ruídos hidroaéreos; 
4. DIAGNÓSTICO DA INTOXICAÇÃO AGUDA 
 
- Clínico - histórico de exposição à substância ou composto químico a que se relacione às manifestações clínicas presentes; 
- Laboratorial Geral – hemograma, glicemia, função hepática e renal, gasometria, eletrólitos, ECG e CPK – indicados em todos os pacientes 
intoxicados sintomáticos ou com histórico de exposição potencialmente grave, podendo auxiliar no diagnóstico e no seguimento desses 
pacientes; 
- Laboratorial Específico - indicados conforme a substância ou composto químico e conforme a sintomatologia presente; 
- Epidemiológico - avalia o histórico de exposição à substância ou ao composto químico pelo indivíduo; 
5. TRATAMENTO GERAL DA INTOXICAÇÃO AGUDA 
- Considera o agente tóxico envolvido e os sinais e sintomas para a escolha da conduta clínica adequada; 
a. MEDIDAS INICIAIS / MEDIDAS DE SUPORTE 
- Manter as vias aéreas abertas ou realizar a intubação orotraqueal (IOT), se necessário; 
- Obter acesso venoso calibroso – coleta-se amostra para exames toxicológicos; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Administração de tiamina e glicose via intravenosa – indicada em caso de alteração do nível de consciência, após exclusão da intoxicação 
alcoólica e da hipoglicemia; 
- Nalaxona – indicada em pacientes com suspeita de intoxicação por opióides, devido à exposição à substância e aos sinais clínicos característicos, 
como rebaixamento do nível de consciência, depressão respiratória e pupilas mióticas puntiformes; 
a. MEDIDAS DE DESCONTAMINAÇÃO 
- Devem ser realizadas rapidamente; 
- Fatores que as determinam: tempo entre a exposição e o atendimento, via de exposição, substâncias envolvidas, fase de toxicocinética do 
agente tóxico a partir do tempo de exposição, benefícios e efeitos adversos de cada técnica; 
- Descontaminação Cutânea – remove-se as roupas contaminadas, lava-se bem a pele com sabão neutro e quantidades abundantes de água, em 
banho de chuveiro e evitar hipotermia - os atendentes usam luvas e proteção para evitar o contato – a descontaminação cutânea e as medidas 
de reanimação e a aplicação de antídotos devem ocorrer simultaneamente; 
- Descontaminação Respiratória – remove-se a vítima do local de exposição e administra-se o oxigênio umidificado suplementar; 
- Descontaminação Ocular – lavar os olhos com fluxo contínuo de água ou soro fisiológico, com as pálpebras abertas, a partir do canto interno 
do olho, em direção à lateral da face, por no mínimo 20 min; 
 Descontaminação Gástrica 
- Remove o agente tóxico do trato gastrointestinal, buscando evitar ou diminuir sua absorção; 
- Fatores que a determinam: substância ingerida, tempo da ingestão, sintomas apresentados, potencial de gravidade do caso; 
- Situações em que são mais benéficas: não há fatores de risco para complicações (como torpor e sonolência), ingestões recentes (1 a 2h de 
exposição), casos que diminuam o trânsito intestinal ou substâncias de liberação prolongada; 
- Etapas: lavagem gástrica e administração do carvão ativado; 
- Lavagem Gástrica – infusão com posterior aspiração de soro fisiológico a 0,9%, por sonda nasogástrica ou orogástrica, com volume de 10 ml/kg 
até 4 a 5 L em escolares, 2 a 3L em lactentes e 0,5L em recém-nascido, enquanto dos adultos 250 mL por vez, até 6 a 8 L ou até o retorno límpido 
– contraindicação: ingestão de cáusticos ou solventes, risco de perfuração e sangramentos, casos de perda do reflexo de proteção das vias 
aéreas; 
- Carvão Ativado – pó com partículas porosas e alto poder adsorvente do agente tóxico, prevenindo sua absorção – formas de aplicação: (dose 
única) 1 g/kg em crianças, em suspensão com água ou soro fisiológico 0,9%, na proporção 4 a 8 ml/g, ou 50 g em 250 mL de água ou soro para 
adultos; (múltipla) em agentes de ação prolongada ou com circulação êntero-hepática, em intervalos de 4/4 horas, associando catártico salino, 
como sulfato de magnésio, na terceira dose - contraindicação: RN, gestante, paciente muito debilitado, cirurgia abdominal recente, 
administração de antídotos por via oral, ingestão de cáusticos ou solventes, obstrução intestinal, intoxicação com substâncias que não são 
adsorvidas pelo carvão (ácidos, álcalis, álcoois, cianeto e metais); 
- Lavagem Intestinal – administração de solução de polietilenoglicol (PEG) via sonda nasoenteral para induzir a eliminação do agente pelas fezes- 
raramente utilizada, sendo empregada nos casos de ingestão de pacotes com drogas (body-packing) em quantidades potencialmente tóxicas de 
substâncias não adsorvidas no carvão ativado – dose de 500 ml/h em crianças de 9 meses a 6 anos, 1000 ml/h em crianças de 6 a 12 anos e em 
adolescentes e adultos 1500 a 2000 ml/h - contraindicação: íleo paralítico, perfuração gastrointestinal, hemorragia gastrointestinal, instabilidade 
hemodinâmica, intoxicação por agrotóxico; 
b. ANTÍDOTOS 
- Agem no organismo atenuando ou neutralizando ações ou efeitos de outras substâncias químicas; 
- Comumente não são a primeira conduta, já que a maioria das intoxicações podem ser tratadas apenas com medidas de suporte e sintomáticos; 
c. TÉCNICAS DE ELIMINAÇÃO 
- Potencializam a eliminação do agente tóxico; 
- Hiper-Hidratação – administração de soro fisiológico para adultos (1000 ml de 8/8h ou 6/6h), de modo a aumentar a excreção de tóxicos, como 
álcool, brometo, cálcio, flúor, lítio, potássio e isoniazida – deve-se ter cuidadocom a sobrecarga de volume e a congestão pulmonar; 
- Alcalinização Urinária – pH urinário > 7,5 favorece a conversão de ácidos fracos lipossolúveis (fenorbarbital e salicilatos) para a forma de sal, 
de modo a impedir a sua reabsorção pelo túbulo renal; 
- Hemodiálise ou Hemoperfusão – indicação: velocidade de depuração da substância pode ser maior pela remoção extracorpórea do que pelo 
clearence endógeno, que ocorre nos casos de nítida deterioração do quadro clínico do paciente – raramente utilizados; 
6. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
a. OBJETIVOS 
- Identificar os agentes tóxicos aos quais a população pode estar exposta, a partir do reconhecimento das características do território, do 
mapeamento das atividades econômicas e da identificação das áreas potencialmente contaminadas; 
- Identificar e monitorar os casos suspeitos de intoxicação exógena e seus fatores condicionantes e determinantes; 
- Caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de intoxicação exógena em tempo, lugar, pessoa e em relação com o trabalho; 
- Monitorar a morbimortalidade decorrente da exposição a substâncias químicas; 
- Propor e orientar a tomada de decisão, para a adoção de medidas de prevenção e controle da exposição humana a substâncias químicas; 
- Fortalecer o sistema de notificação nos casos de exposição e de intoxicação por substâncias químicas; 
b. DEFINIÇÃO DO CASO 
- Caso Exposto/ Suspeito – indivíduo com história pregressa ou atual de exposição a substâncias químicas, apresentando ou não algum sinal ou 
sintoma clínico ou alterações laboratoriais sugestivas de intoxicação; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Caso Confirmado – (critério laboratorial) intoxicação confirmada por exames diagnósticos; (critério clínico-epidemiológico) intoxicação 
confirmada por história pregressa ou atual com sinais e sintomas de exposição; (critério clínico) confirmação da intoxicação por sinais e sintomas; 
- Condições de Alerta para Intervenção Imediata: (1) intoxicação de gestantes e lactentes; (2) intoxicação de crianças e adolescentes; (3) 
emergência com envolvimento de substâncias químicas, como em acidentes de trabalho, desastres naturais e desastres tecnológicos; (4) 
intoxicação por substâncias químicas proibidas ou de uso ilegal; (5) surtos; 
c. NOTIFICAÇÃO 
- As intoxicações exógenas são agravos de notificação compulsória semanal, que são notificadas pelo preenchimento da Ficha de Investigação 
de Intoxicação Exógena; 
- As intoxicações exógenas envolvendo tentativas de suicídio devem ser notificadas na Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena e na Ficha 
de Investigação de Notificação Individual de Violência Interpessoal/Autoprovocada, em até 24h; 
d. INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
- Categorias de Classificação: (intoxicação confirmada) antecedente comprovado de exposição a substância química, com manifestação clínica 
ou alteração laboratorial que evidenciem a intoxicação; (só exposição) história de exposição, mas sem sinal, sintoma clínico ou alteração 
laboratorial; (reação adversa) resposta nociva e não intencional a um medicamento, relacionada a qualquer dose; (síndrome de abstinência) 
sinais e sintomas que ocorrem depois da diminuição ou da interrupção do uso de uma substância; 
e. MEDIDAS DE PREVENÇÃO 
- Busca identificar e analisar as atividades e as situações que apresentem risco de exposição a substâncias ou compostos químicos; 
- Reconhecimento do território para identificação dos locais em que pode ocorrer provável exposição humana a substâncias ou compostos 
químicos; 
- Capacitar os profissionais de saúde para identificação dos sinais e dos sintomas relacionados às intoxicações exógenas; 
- Realizar ações de vigilância participativa para aprimorar a prevenção, a promoção e a proteção da saúde da população sob o risco de exposição; 
- Realizar inspeção sanitária em saúde do trabalhador para verificação dos fatores de risco ocupacionais das intoxicações exógenas e para o 
estabelecimento da relação de intoxicação exógena com o trabalho – busca a saúde e a segurança nos ambientes e nos processos de trabalho; 
- Adotar medidas de prevenção e de proteção de trabalhadores expostos a substâncias ou compostos químicos; 
- Realizar acompanhamento contínuo e sistemático pela equipe técnica das ações de vigilância dos ambientes e dos processos de trabalho, 
buscando assegurar a adoção das medidas de proteção propostas; 
 INTOXICAÇÃO POR PRAGUICIDAS/AGROTÓXICOS 
- Forma de Exposição – pode ocorrer no ambiente rural e no ambiente urbano, comumente envolvendo crianças quando os agentes são 
encontrados no ambiente doméstico, enquanto os adultos se expõe por tentativa de suicídio, exposição ocupacional ou por uso inadequado do 
produto; 
1. INIBIDORES DA COLINESTERASE 
- Utilizados no controle de insetos e outros parasitas; 
- Podem ser utilizados com finalidade agrícola, doméstica ou veterinária; 
a. MECANISMO DOS EFEITOS TÓXICOS 
- Inibição da Acetilcolinesterase – gera o acúmulo de acetilcolina nas sinapses colinérgicas do sistema nervoso central, periférico somático e 
autônomo, aumentando as respostas nos receptores pós-sinápticos, nicotínicos ou muscarínicos; 
- Carbamato - inibe a acetilcolinesterase de forma reversível, ocorrendo a reativação da enzima de forma espontânea e rápida, em menos de 24 
horas; 
- Organofosforado - inibe a acetilcolinesterase de forma mais estável ou irreversível, de modo que a recuperação da enzima pode levar dias a 
semanas ou só ocorrer quando houver síntese de novas moléculas de acetilcolinesterase; 
b. DOSE TÓXICA 
- Varia conforme o princípio ativo, mas sempre é uma intoxicação potencialmente grave, que necessita de rápido diagnóstico e intervenção 
terapêutica; 
c. FARMACOCINÉTICA 
 Carbamato 
- Absorção – bem absorvidos por ingestão, inalação e através da pele e mucosas – atingem pico plasmático em 30 a 40 min após a ingestão; 
- Distribuição – são lipossolúveis, distribuindo-se em todos os tecidos e atravessando a barreira hematoencefálica, de modo a atingir o SNC; 
- Metabolismo – a maior parte é biotransformada no fígado; 
- Eliminação – 90% é excretado na urina em 3 a 4 dias; 
 Oganofosforado 
- Absorção – bem absorvidos por ingestão, inalação e por exposição cutânea, sendo a absorção aumentada em caso de lesões cutâneas ou altas 
temperaturas – os oxons ou tions atingem pico plasmático em minutos, enquanto os clorpirifós atingem pico plasmático em horas; 
**esses compostos dificilmente são retirados da pele e da roupa, podendo causar intoxicações crônicas por via respiratória e cutânea** 
- Distribuição – em sua maioria são lipofílicos, apresentando um grande volume de distribuição e acumulando-se no tecido adiposo, de modo 
que a mobilização deste pode causar recorrência da crise colinérgica (mais provável com a fentiona, que é um composto altamente liopfílico); 
- Metabolismo – ocorre no fígado, sendo que alguns organofosforados após a biotransformação geram subprodutos mais tóxicos, como a 
parationa que se transforma em paraoxon e a malationa que se transforma em malaoxon; 
- Eliminação – renal; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
d. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Agudas 
- Muscarínicas: salivação, sudorese, lacrimejamento, hipersecreção brônquica, bradicardia, miose, vômitos e diarreia; 
- Nicotínicas: taquicardia, hipertensão, midríase, fasciculações, fraqueza muscular, hiporreflexia, paralisia dos músculos respiratórios; 
- Centrais: agitação, labilidade emocional, cefaleia, tontura, confusão mental, ataxia, convulsões e coma; 
 Tardias 
- Distúrbios ácido-básicos, metabólicos e hidroeletrolíticos; 
- Quadros clínicos neurológicos; 
- Síndrome Intermediária – paralisia das musculaturas proximal e respiratória, que surge 24 a 96h após a exposição a fentiona, melationa, 
diazinona, monocrotofos, metamidofos, parationa metílica, parationa etílica; 
- Polineuropatia Tardia – surge 7 a 21 dias após a exposição a metamidofos, malationa eclorpirifos; 
- Desordens Neuropsiquiátricas – variam de sonolência, ansiedade, alterações da memória e fadiga, até delírio, agressividade e alucinação – 
podem ocorrer em exposições agudas à altos níveis ou em exposições à baixas doses prolongadas; 
e. DIAGNÓSTICO 
 Clínico 
- História de exposição aos agentes inibidores da colinesterase; 
- Intoxicação Aguda - manifestações agudas colinérgicas; 
- Intoxicação Crônica – manifestações tardias e monitorização laboratorial da atividade enzimática da colinesterase eritrocitária; 
 Laboratorial 
- Geral – hemograma, glicemia, funções hepática e renal, gasometria, eletrólitos, ECG e CPK; 
- Específico – Método de Ellman: determina a atividade da enzima colinesterase ao se comparar com os valores de referência plasmática (1,3 a 
7,8 A/min/mL), sangue total (15,5 a 31 A/min/mL) e eritrocitária (32 a 58 A/min/mL), sendo que na intoxicação aguda a colinesterase plasmática 
é mais importante (menor que 1,3), enquanto na intoxicação crônica as colinesterases do sangue total e eritrocitária apresenta maior 
importância; 
**o rebaixamento da colinesterase plasmática nem sempre se correlaciona com a gravidade do quadro clínico, porém o paciente só deve ser 
dispensado após a reativação da colinesterase plasmática** 
**outras condições não relacionadas à intoxicação, como disfunção hepática e gravidez podem alterar a colinesterase plasmática** 
 Diagnóstico Diferencial 
- Intoxicações por medicamentos anticolinesterásicos usados na doença de Alzheimer (cloridrato de donepezil e rivastigmina) e na miastenia 
gravis (Piridostigmina); 
- Edema agudo pulmonar; 
f. TRATAMENTO 
 Medidas de Suporte 
- Quando necessário, desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar; 
- Monitorizar sinais vitais; 
- Manter acesso venoso calibroso; 
- Hidratação adequada; 
- Evitar o uso de succinilcolina em caso de intubação orotraqueal; 
 Descontaminação 
- Exposição Cutânea – lava-se bem a pele com sabão neutro e quantidades abundantes de água, em banho de chuveiro, sendo que os atendentes 
usam luvas e proteção para evitar o contato – a descontaminação cutânea, a retirada das vestimentas contaminadas, as medidas de reanimação 
e a aplicação de antídotos devem ocorrer simultaneamente; 
- Via Oral – lavagem gástrica precoce com soro fisiológico 0,9%, em até 1h após a ingestão + administrar carvão ativado por via sonda 
nasogástrica; 
**contraindicação da lavagem gástrica – episódios de vômitos espontâneos** 
 Antídotos 
 Atropina 
- Medicamento de escolha para as manifestações muscarínicas e do SNC; 
- Mecanismo de Ação: antagonista competitivo da acetilcolina acumulada nas sinapses, bloqueando os receptores muscarínicos; 
**não reativa a enzima inibida, não influi na eliminação dos anticolinesterásicos e não atua nos sintomas causados pela estimulação dos 
receptores nicotínicos** 
- Dose: 1 a 4 mg, in bolus, por via intravenosa, em adultos / 0,05 a 0,1 mg/kg, em crianças – repete-se a cada 2 a 15 minutos, dependendo da 
gravidade do caso – a dose é reduzida gradativamente, conforme a melhora clínica; 
- Atropinização Adequada – desaparecimento dos sintomas muscarínicos, com melhora da hipersecreção pulmonar, do broncoespasmo, da 
oxigenação tecidual e da secura da pele e mucosas, e com elevação da frequência cardíaca; 
**miose – últimos parâmetros a ser revertido, mas não é utilizado para avaliar a melhora da intoxicação aguda** 
- Em caso de persistência ou retorno dos sintomas muscarínicos, torna-se necessário doses adicionais de atropina; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Motivos para evitar a infusão intravenosa contínua - menos eficaz na obtenção da atropinização adequada e maior risco de intoxicação 
atropínica (febre, rubor de pele, agitação, delírio, taquicardia e midríase); 
- Simultaneamente deve-se assegurar a oxigenação tecidual e corrigir a acidose para melhorar a ação da atropina e diminuir o risco de fibrilação 
ventricular; 
 Oximas 
- Mecanismo de Ação: reativa a acetilcolinesterase; 
- Indicação: (organofosforados) intoxicações moderadas a graves por inseticidas organofosforados; (carbamatos) intoxicações graves por 
carbamatos de alta toxicidade aguda, como o aldicarbe - pacientes que apresentam sintomas colinérgicos graves e persistentes, mesmo após 
várias horas de atropinização adequada; 
- Deve ser iniciado o mais precocemente possível, uma vez que é mais efetiva quando mais precocemente utilizada nas primeiras 24 horas após 
a exposição e antes de ocorrer a inativação permanente da acetilcolinesterase; 
- É mantido até 12h após o desaparecimento dos sintomas colinérgicos; 
- Contraindicação: intoxicação pelo inseticida carbamato carbaril; 
 Sintomáticos 
- Diazepam – controla as fasciculações, convulsões e hipertensão; 
- Corrigir hipotensão com volume e utilizar drogas vasoativas em casos refratários; 
- Antibioticoterapia – indicado em caso de broncopneumonia aspirativa; 
2. INSETICIDAS ORGANOCLORADOS 
- Devido às suas propriedades de bioacumulação, biomagnificação e persistência muitos dos inseticidas dessa classe foram proibidos ou tiveram 
seu uso restrito; 
- Podem ser agrupados em categorias conforme a dose tóxica, absorção, acumulação em tecido adiposo, biotransformação e eliminação, apesar 
do quadro clínico similar; 
a. MECANISMOS DOS EFEITOS TÓXICOS 
- Interfere no fluxo normal de sódio e potássio na membrana axonal, causando hiperexcitação do sistema nervoso central, de modo a gerar 
perturbações dos processos mentais e convulsões; 
b. DOSE TÓXICA 
- Toxicidade Baixa: hexaclorobenzeno e metoxicloro – DL50 oral animal > 1 g/kg; 
- Toxicidade Moderada: clordano, DDT, heptacloro, kepone, lindano, mirex e toxafeno – DL50 animal > 50 mg/kg e < 1 g/kg; 
- Toxicidade Alta: aldrina, dieldrina, endossulfan e endrina – DL50 em animal < 50 mg/kg; 
c. FARMACOCINÉTICA 
- Absorção – (via oral) bem absorvidos; (via dérmica) variável, sendo bem absorvidos a aldrina, dieldrina e endrina; (via inalatória) pouco 
absorvidos; 
- Distribuição – rápida redistribuição do SNC para o sangue e desse para o tecido adiposo, acumulando-se, pois, são lipofílicos; 
- Metabolismo – (lento) DDT, DDE, dieldrin, heptaclor, mirex, apresentando maior chance de bioacumulação; (rápido) endossulfan, endrin, 
lindano, sendo pouco persistentes nos tecidos; 
**o lindano apresenta tempo de meia vida de 21 horas em adultos, enquanto os de metabolismo lento podem apresentar tempo de meia-vida 
perdurando por meses a anos** 
- Eliminação – excretado principalmente pela via biliar, mas alguns são encontrados na urina e compostos como o mirex apresentam recirculação 
enterro-hepática ou enterro-entérica – os compostos lipossolúveis são excretados no leite materno; 
d. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- Sinais e sintomas: cefaleia, náuseas, vômitos, parestesias de língua, lábios e face, tremores, confusão mental, convulsões e coma; 
- As manifestações podem perdurar por muito tempo, devido à acumulação no tecido adiposo; 
e. DIAGNÓSTICO 
- Clínico – história de exposição aos agentes e exame físico; 
- Laboratorial Geral – hemograma, glicemia, funções hepática e renal, gasometria, eletrólitos, ECG e CPK; 
- Laboratorial Específico – os níveis sanguíneos não estão imediatamente disponíveis – não são úteis para o tratamento de emergência; 
- Diagnóstico Diferencial – quando o produto não é claramente mencionado, deve-se considerar outras causas de alterações do SNC, digestiva, 
de convulsões e de coma; 
f. TRATAMENTO 
- Não apresenta antídotos; 
 Medidas de Suporte 
- Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar – quando necessário; 
- Monitorizar sinais vitais; 
- Manter acesso venoso calibroso; 
- Hidratação adequada; 
 Descontaminação 
- Semelhante à descontaminação dos inibidores de colinesterase; 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Medidas de Eliminação 
- Doses repetidas de carvão ativado ou resina de colestiramina– buscam evitar a recirculação enterro-hepática; 
 Sintomáticos 
- Benzodiazepínicos – controla convulsões; 
- Arritmias ventriculares – beta-bloqueadores, como propanolol ou esmolol; 
- Antibioticoterapia – indicado em broncopneumonia aspirativa; 
3. INSETICIDA PIRETRÓIDE 
- Grupo de inseticidas sintéticos derivados das piretrinas naturais, extraídas das flores de crisântemo; 
- Tipos: (I) não apresentam grupo ciano, produzindo a síndrome T, com tremores; (II) possuem grupo ciano, produzindo a síndrome CS, que cursa 
com coreatetose e salivação; 
a. MECANISMO DE EFEITOS TÓXICOS 
- Atuam nos axônios prolongando a despolarização do canal de sódio, de modo a gerar uma hiperexcitação do sistema nervoso; 
- Tipo II – em altas concentrações se ligam aos receptores do GABA bloqueando os canais de cloro e a sua ativação, de modo a gerar uma 
hiperexcitabilidade do SNC; 
b. DOSE TÓXICA 
- Varia conforme o princípio ativo; 
- Dose oral tóxica > 100 a 1000 mg/kg; 
- Dose oral aguda, potencialmente letal 10 a 100g; 
**os produtos domésticos e medicamentosos com piretroides apresentam baixa concentração, porém os produtos agrícolas, veterinários e 
clandestinos apresentam maiores concentrações do princípio ativo** 
c. FARMACOCINÉTICA 
- Absorção – (via oral) geram efeitos sistêmicos após exposições maciças; (via inalatória) geram efeitos sistêmicos após exposições maciças, 
porém não são compostos voláteis, atingindo a toxicidade pulmonar devido ao solvente utilizado como veículo; (via cutânea) pouco absorvidos 
pela pele, mas podem atingir as terminações nervosas periféricas; 
- Distribuição – as piretrinas e os piretroides são lipofílicos, sendo rapidamente distribuídos ao SNC; 
- Metabolismo – rapidamente metabolizados pelo sistema enzimático CYP450 a produtos menos tóxicos que as substâncias originais, de modo 
a não de acumularem no organismo; 
- Eliminação – em 12 a 24 horas os compostos originais e seus metabólitos são eliminados na urina, não havendo evidência de recirculação; 
d. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- Sinais e Sintomas: tontura, salivação, cefaleia, vômitos, irritabilidade, sintomas de sensibilização e fenômenos alérgicos semelhantes aos 
quadros de rinite, asma, pneumonite e broncoespasmo; 
- Sintomas Neurológicos – podem ocorrer convulsões e neuropatias complexas – são incomuns e comumente associadas à ingestão de doses 
elevadas; 
- Via cutânea – sensações de formigamento e queimação na área da pele em contato direto com o inseticida; 
e. DIAGNÓSTICO 
- Clínico – história de exposição aos agentes e exame clínico; 
- Exame Laboratorial Geral – hemograma, glicemia, funções hepática e renal, gasometria, eletrólitos, ECG e CPK; 
- Exames Laboratorial Específico – não existe; 
- Diagnóstico Diferencial - (intoxicações) solventes, depressores do SNC, substâncias irritantes de pele e mucosas; (outras condições) causas de 
alterações do SNC, pulmonares e de hipersensibilidade; 
f. TRATAMENTO 
- Não existe antídoto e nem medidas de eliminação; 
 Suporte 
- Semelhante às demais intoxicações; 
 Descontaminação 
- Exposição Cutânea – lava-se bem a pele com sabão neutro e quantidades abundantes de água, em banho de chuveiro, sendo que os atendentes 
usam luvas e proteção para evitar o contato; 
**exposição ocular – lavagem com soro fisiológico 0,9%** 
- Via Oral por Piretroide Tipo 2 – lavagem gástrica precoce com soro fisiológico 0,9% + administrar dose única de carvão ativado por via sonda 
nasogástrica, desde que o diluente não seja um solvente derivado de petróleo; 
4. INSETICIDA RODENTICIDAS/CURARÍNICOS 
- Função: matar ratos e outros roedores; 
- Exemplos proscritos: arsênico, tálio, carbonato de bário, fluoroacetato de sódio e a estricnina – apresentam alta toxicidade e baixa 
especificidade; 
- Exemplos Atuais: coumatetralil/Racumin (antagonistas da vitamina K/anticoagulantes de curto tempo de ação); grupo das idandionas e dos 4-
hidroxicumarínicos (longo tempo de ação, podendo levar a uma maior e prolongada toxicidade); 
- Formas de Apresentação: granulados, iscas, pellets ou blocos parafinados; 
- Exposição: (via oral) via mais comum; (dérmica) pode ocorrer absorção de preparações líquidas, resultando em coagulopatias; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Chumbinho - rodenticida ilegal/clandestino mais comum no Brasil, que é responsável por intoxicações graves e óbitos – contém inseticidas 
inibidores da colinesterase e outros ingredientes ativos como aldicarbe, carbofurano ou inseticidas organofosforados - possui aspecto granulado 
e acinzentado - popular como rodenticida devido à sua ação rápida e alta letalidade; 
a. RODENTICIDAS ANTAGONISTAS DA VITAMINA K 
- Mecanismo de ação: agem como antagonistas competitivos da vitamina K, interferindo na síntese dos fatores vitamina K dependentes (fatores 
II [protrombina], VII, IX e X) e reduzindo a síntese das proteínas C e S; 
 - Grupos: varfarina e coumatetralil (duração curta) - diferem pelo tempo de ação; 
- Varfarina - dose terapêutica para adultos entre 2 a 10 mg/dia, porém doses únicas de 10 a 20 mg geralmente não causam intoxicação grave; 
- Supervarfarinas - mais potentes, com duração da ação mais prolongada, sendo mais efetivas em roedores resistentes às varfarinas; 
b. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- Pacientes assintomáticos na exposição aguda, mesmo na ingestão intencional; 
- Sangramentos e hematomas – ocorrem após exposição em pacientes já com alterações de coagulograma ou em uso crônico de medicamentos 
com ação anticoagulante; 
- Intoxicação Leve: distúrbios de coagulação detectados apenas em exames laboratoriais; 
- Intoxicação Moderada: hematomas, hematúria, sangramento intestinal leve, sangramento em gengivas, dor abdominal e epistaxe; 
- Intoxicação Grave: hemorragias graves e choque hemorrágico; 
- Efeito Teratogênico: síndrome varfarínica fetal (hipoplasia nasal, displasia das epífises ósseas, deformidades de membros e problemas 
respiratórios) e outras malformações do SNC; 
c. DIAGNÓSTICO 
- Clínico - anamnese e exame físico; 
- Laboratorial Específico - não há exame específico; 
- Laboratorial Geral - controle do tempo de protrombina (TP), INR e atividade de protrombina (AP) nos 3 primeiros dias (com 12, 48 e 72 horas 
da exposição - não ocorrem alterações logo após a exposição), controle de hemoglobina/hematócrito em casos de sangramento; 
- Diagnóstico Diferencial - acidente botrópico, insuficiência hepática (intoxicação por paracetamol, cogumelo amanita), hemofilia, deficiência de 
vitamina K, coagulação intravascular disseminada. 
d. TRATAMENTO 
- Nos casos graves com sangramentos pode ser necessária a reposição com hemoderivados: sangue total, concentrado de hemácias e plasma 
fresco; 
- Manter acompanhamento clínico e controle laboratorial até o terceiro dia após a ingestão ou até normalização do TP/AP - controles com 12, 
48 e 72 horas de exposição; 
 Antídoto 
- Vitamina K / fitomenadiona – inicia-se a terapia apenas se houver prolongamento significativo do tempo/atividade da protrombina (TP/AP) ou 
do RNI (INR) – dose: (adultos) 10 a 20 mg/dose IM ou IV lentamente, a cada 8 a 12 horas até normalização do TP; (crianças) 0,3 a 0,6 mg/kg de 
peso/dose IM ou IV lentamente, a cada 8 a 12 horas até normalização do TP/AP; 
**não se deve utilizar vitamina K profilaticamente, pois pode mascarar uma possível intoxicação** 
 ACIDENTES NA INFÂNCIA 
- São as causas de elevados percentuais de morbidade e mortalidade infantil; 
- Podem ser classificados como injúrias não intencionadas/acidentes ou como injúrias intencionais; 
1. FATORES DE RISCO 
- Idade – os riscos associam-se às diferentes faixas etárias, visto que para cada faixa etária prevalecem determinados tipos de acidentes; 
- Sexo – os meninos apresentam maior chance de serem acometidos por traumas físicos, na maioria das faixas etárias; 
- Características sociais e econômicas – elementos como a falta de informação, de infraestrutura adequada,de espaços de lazer, entre outros 
encontram-se diretamente relacionados à exposição aos riscos de acidentes, independentemente da classe social; 
- Local de Ocorrência – idade < 10 anos – principalmente em casa; - adolescentes – em vias públicas e demais espaços extradomiciliares; 
2. TIPOS DE PREVENÇÃO 
a. PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
- Tenta evitar a ocorrência de acidentes, visto que esses em sua maioria são consequências de erros e/ou omissões humanas; 
- Inclui alterações comportamentais e mudanças nos ambientes de risco e em produtos de risco, podendo essas serem pautadas por medidas 
legislativas; 
- Prevenção Ativa – exige da pessoa a ação que evita a ocorrência de acidentes – ex: uso do cinto de segurança; 
- Prevenção Passiva – protege automaticamente, sem depender de mudanças comportamentais – ex: tampa em remédios; 
- Prevenção Mista – exige da pessoa a ação (ativa), mas após essa acaba por proteger automaticamente (passiva) – ex: instalação de grades nas 
janelas; 
b. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
- Sistema de atendimento aos feridos, buscando evitar danos maiores; 
c. PREVENÇÃO TERCIÁRIA 
- Busca possibilitar que as vítimas de acidentes retornem ao potencial existente antes da sua ocorrência, visando diminuir o grau de 
incapacitação; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
3. INTOXICAÇÕES 
- As intoxicações agudas na infância são uma das principais causas de óbitos na faixa etária abaixo de 12 anos; 
- Se desencadeiam de forma mais séria nas crianças, pois estas apresentam menor estrutura corporal e metabolismo rápido; 
- Podem requerer atenção imediata antes de notificar o socorro, devendo entrar em contato com o disque intoxicação; 
- Relação à Idade – (idade < 5 anos) em sua maioria, são não intencionais, ocorrendo em meio à exploração do ambiente com os sentidos; (idade 
< 1 ano) deve-se a imprudência, negligência ou ignorância de um adulto; 
a. CAUSAS 
 - Consumo de medicamentos, de produtos tóxicos de uso domiciliar (soda, água sanitária, entre outros), de raticidas, de plantas ou de 
agrotóxicos; 
- Acidentes com animais peçonhentos; 
**a ingestão de produtos corrosivos (soda cáustica, amônia, ácido muriático, entre outros) representa uma emergência, mesmo na ausência de 
sintomas** 
b. REGRAS GERAIS DE ATENÇÃO IMEDIATA 
- Tóxico Ingerido – líquidos não devem ser oferecidos e não se deve provocar vômitos; 
- Tóxico Inalado – retirar a vítima do ambiente contaminado e suas roupas e verificar as condições respiratórias; 
- Tóxico em Contato com a Pele – retirar as roupas e dar banho em água corrente, lavando os cabelos e a região atrás da orelha; 
- Tóxico em Contato com os Olhos – lavar os olhos abertos com água corrente ou com soro fisiológico; 
 - Tóxico Injetado – não passar nenhuma substância no ferimento, não oferecer bebida alcoólica ou sedativa - quando possível capturar o animal 
para facilitar a identificação ao procurar o serviço de toxicologia; 
c. PREVENÇÃO 
- Armazenamento de substâncias tóxicas de modo que as crianças não tenham acesso; 
- Não guardar produtos químicos e materiais de limpeza dentro de frascos de refrigerantes ou de alimentos; 
- Prefira usar produtos com tampas de segurança; 
- Guarde separadamente os medicamentos de adulto e de crianças; 
- Verifique a validade dos medicamentos e dos alimentos industrializados; 
- Não prepare remédios com a luz apagada durante a noite; 
- Ao usar produtor tóxicos tenha cuidado; 
- Explique a crianças os perigos de mexer com produtos perigosos e de colocar na boca produtos desconhecidos; 
- Descarte adequado de pilhas e baterias; 
- Não usar venenos ou pesticidas para matar piolhos; 
- Evitar a permanência de crianças em locais que agrotóxicos foram recentemente usados; 
- Evite ter em casa plantas tóxicas (comigo-ninguém-pode, saia-branca, chapéu de Napoleão); 
- Usar calças compridas e sapatos fechados ao caminhar em áreas rurais; 
- Evitar o acúmulo de entulho; 
- Balançar roupas e calçados antes de vesti-los; 
- Evitar a proliferação de baratas e moscas, pois atraem escorpiões, aranhas e cobras; 
- Impeça a aproximação de colméias e casas de marimbondo; 
- Ter acesso fácil aos Centros de Informação e Atendimento Toxicológico (Ciat); 
 REFERÊNCIAS 
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância em Saúde. 3 ed. 2021. Cap 10 (pg 1020 – 1037); 
- Leão. E., et. All. Pediatria Ambulatorial. 4ª Edição. Coopmed; 
- SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE/SP. Manual de toxicologia clínica: orientações para assistência e vigilância das intoxicações agudas. 2017;

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