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Sinapses e sistema sensorial

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FISIOLOGIA 
APLICADA A 
FISIOTERAPIA 
Isadora Rebolho Sisto
Sinapses e sistema sensorial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as estruturas relacionadas às sinapses neurais e ao sistema 
sensorial.
 � Reconhecer os eventos relacionados à sinapse com estímulos inibi-
tórios e excitatórios.
 � Discutir o funcionamento do sistema sensorial e a sua relação diante 
de estímulos do meio ambiente.
Introdução
O sistema nervoso (SN) humano tem várias funções para que haja o per-
feito funcionamento do organismo. Além de executar tarefas específicas, 
ele atua em conjunto com outros órgãos do corpo humano, auxiliando-os 
em seu funcionamento. A unidade básica do SN é o neurônio, o qual 
tem células neurais que conduzem e transmitem mensagens, em um 
único sentido, de uma região a outra. A comunicação entre eles é feita 
pela sinapse, que é a articulação de um neurônio com o outro, o que 
possibilita a passagem do impulso de uma célula a outra. 
Estímulos e diversos tipos de informações são captados por receptores 
sensitivos (também conhecidos como neurônios receptores ou aferentes) 
do nosso corpo. Um ferimento na pele, uma inflamação, o aumento e a 
diminuição de temperatura externa e até mesmo um simples arranhão 
são captados por esses receptores. Os neurônios sensitivos levam quase 
que instantaneamente essas informações e esses estímulos para o encé-
falo e/ou medula espinal.
Dessa forma, o SN recebe o estímulo e analisa e processa a informa-
ção, enviando-a ao cérebro, logo em seguida, ele executa uma ação em 
prol do organismo. O interessante é que todo esse processo ocorre em 
milésimos de segundo. Um exemplo da rapidez desse processo é quando 
tocamos em uma panela quente, sentimos a dor e tiramos a mão dela 
imediatamente. 
Neste capítulo, você irá relacionar como nosso organismo capta as 
diversas informações vindas dos ambientes externo e interno, envia e 
processa as informações no SN e como age a partir disso.
Estruturas relacionadas às sinapses 
neurais e ao sistema sensorial 
O impulso nervoso que percorre a célula nervosa se dá por modificações quími-
cas e elétricas que ocorrem em seu meio interno. A célula nervosa em repouso 
é eletricamente polarizada, sendo o interior negativo e o exterior positivo. 
Quando um estímulo é aplicado a uma célula, a membrana é despolarizada no 
local da estimulação. Essa região se repolariza e a região seguinte despolariza. 
Ao ocorrer uma onda de despolarização e repolarização da membrana celular, 
essa atividade elétrica é transmitida a outras células por meio de sinapses — 
fenômeno conhecido como potencial de ação (BARRETT et al., 2014).
A sinapse é a região localizada entre neurônios, na qual agem os neuro-
transmissores, ou seja, é por intermédio dela que a informação é transmi-
tida de uma célula a outra. Os neurônios têm diferentes tamanhos e formas. 
A maioria dos neurônios apresenta as mesmas partes, conforme ilustrado na 
Figura 1, com o neurônio motor típico (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2017).
Figura 1. Estrutura do neurônio. 
Fonte: Barret et al. (2014).
Corpo celular
(soma)
Segmento inicial
do axônio Nodo de Ranvier Célula de Schwann
Botões terminais
Dendritos
Núcleo
Cone axonal
O neurônio motor típico é composto por corpo celular (soma) com um 
núcleo, várias terminações, denominadas dendritos, e um axônio longo e 
fibroso que tem origem no cone axonal. A primeira porção do axônio é chamada 
Sinapses e sistema sensorial2
de segmento inicial. A partir das células de Schwann, forma-se uma bainha 
de mielina que circunda o axônio, exceto em suas terminações e nos nodos 
de Ranvier. Os botões terminais estão localizados nas terminações axonais 
(BARRETT et al., 2014).
O corpo celular, ou soma, contém o núcleo e é o centro metabólico do 
neurônio. Os neurônios apresentam várias terminações (dendritos) que se 
estendem para fora, a partir do corpo celular, e se ramificam extensamente. 
O neurônio também apresenta um axônio fibroso longo que se origina em uma 
região um tanto espessa no corpo celular — um cone axonal. 
O axônio se divide nos terminais pré-sinápticos, e cada um destes termina 
em diversos botões sinápticos ou botões terminais. A bainha de mielina é 
uma capa de tecido adiposo que protege suas células nervosas, envolvendo 
o axônio. Vários processos emanam do corpo do axônio, por isso, eles são 
classificados em: unipolares, bipolares ou multipolares (COSTANZO, 2011; 
LANDOWNE, 2011) (Figura 2).
Figura 2. Tipos básicos de neurônio. 
Fonte: Shilverthorn et al. (2017, p. 230).
Categorias funcionais
Neurônios sensoriais Interneurônios do SNC Neurônios eferentes
Sentidos somáticos
Dendritos
Neurônios da
olfação ou da visão
Células de
Schwann
Axônio
Axônio
Dendritos
Axônio
Axônio
Dendritos
Colaterais
Terminal
axonal
Categorias estruturais
Pseudounipolar Bipolar Anaxônico Multipolar
(a) Os neurônios
pseudounipolares têm
um único processo,
chamado de axônio.
Durante o
desenvolvimento, o
dendrito fundiu-se
com axônio.
(b) Os neurônios
bipolares têm
duas �bras
relativamente
iguais se
estendendo a 
partir do corpo
celular central.
(c) Os interneurônios
anaxônicos do SNC
não têm nenhum
axônio aparente.
(d) Os interneurônios
multipolares do SNC são
muito rami�cados, mas não 
têm extensões longas. 
(e) Um neurônio eferente
multipolar típico tem de 
5 a 7 dendritos, cada um se
rami�cando de 4 a 6 vezes.
Um único axônio longo pode
rami�car-se diversas vezes e
terminar nos terminais axonais 
alargados.
3Sinapses e sistema sensorial
Em geral, os neurônios apresentam quatro zonas principais: o receptor ou 
zona dendrítica, na qual são integradas as múltiplas mudanças no potencial 
local geradas pelas conexões sinápticas; um sítio em que os potenciais de ação 
propagados são gerados (o segmento inicial nos neurônios motores espinais, 
o nodo de Ranvier inicial nos neurônios sensitivos cutâneos); um processo 
axonal que transmite que os impulsos sejam propagados às terminações ner-
vosas; as terminações nervosas nas quais os potenciais de ação produzem a 
liberação dos transmissores sinápticos (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2017; 
LANDOWNE, 2011; PRESTON; WILSON, 2014). 
Alguns axônios dos neurônios são mielinizados, ou seja, eles têm uma 
bainha de mielina que envolve o axônio, porém, alguns são amielínicos, ou 
seja, são apenas circundados pelas células de Schwann (Figura 3). No sistema 
nervoso central dos mamíferos, os neurônios, em sua maioria, são mielinizados, 
no entanto, as células que produzem a mielina são os oligodendrócitos e não 
as células de Schwann. 
Em algumas doenças, há a destruição da bainha de mielina, que é o caso da 
Esclerose Múltipla. Essa perda da mielina está associada ao retardo ou bloqueio 
na condução da transmissão do impulso nervoso nos axônios desmielinizados 
(BARRETT et al., 2014).
Segundo Costanzo (2011), a informação pode ser transmitida eletricamente 
(sinapse elétrica) ou por meio de um transmissor químico (sinapse química). 
As sinapses elétricas possibilitam o fluxo de corrente de uma célula excitável 
a outra pelas vias de baixa resistência entre as células, as quais são chamadas 
de junções comunicantes. A membrana dos neurônios pré e pós-sinápticos 
entra em contato, e as junções comunicantes se formam entre as células. Essas 
junções são observadas no músculo cardíaco e em alguns tipos de músculos 
lisos, sendo responsáveis pela condução extremamente rápida verificada nesses 
tecidos. A rápida condução célula a célula que ocorre no músculo cardíaco 
ventricular, no útero e na bexiga, por exemplo, permite que as células desses 
tecidos sejam ativadas de forma simultânea, o que garante que a contração 
seja feita de modo coordenado.
Sinapses e sistema sensorial4
Figura 3. Tipos básicos de neurônio.
Fonte: Shilverthorn et al. (2017, p. 311).
(a) Os receptores simples são neurônios
com terminações nervosas livres.
Eles podem possuir axônios
mielinizados ou não mielinizados.
(b) Osreceptores neurais complexos têm terminações
nervosas envoltas por cápsulas de tecido conectivo.
Esta ilustração mostra um corpúsculo de Pacini,
envolvido com o sentido do tato.
(c) A maioria dos receptores dos sentidos expeciais são
células que liberam neurotransmissores em neurônios
sensoriais, iniciando um potencial de ação. A célula
ilustrada é uma célula ciliada (pilosa) encontrada na
orelha interna.
EstímuloEstímuloEstímulo
Célula receptora especializada
(célula pilosa/ciliada)
Vesículas sinápticas
Sinapse
Axônio mielinizadoAxônio mielinizado
Corpo celular do
neurônio sensorial
Corpo celular
Camadas de tecida
conectivo
Terminação nervosaTerminações
nervosas livres
Axônio não 
mielinizado
Corpo 
celular
Nas sinapses químicas, existe espaço entre a membrana da célula pré-si-
náptica e a membrana da célula pós-sináptica, conhecida como fenda sináptica. 
A informação é transmitida pela fenda sináptica, por meio de neurotransmissor, 
substância liberada do terminal pré-sináptico que se liga aos receptores loca-
lizados no terminal pós-sináptico. Nas sinapses químicas, ocorre a seguinte 
sequência de eventos: o potencial de ação na célula pré-sináptica faz com que 
os canais de Ca+ se abram; um influxo de Ca+, no terminal pré-sináptico, faz 
com que o neurotransmissor, armazenado nas vesículas sinápticas, seja liberado 
por exocitose; o neurotransmissor se difunde pela fenda sináptica, ligando-se 
a receptores na membrana pós-sináptica e alterando o potencial da membrana 
(BARRETT et al., 2014; CURI; ARAÚJO FILHO, 2009). 
A alteração do potencial de membrana na célula pós-sináptica pode ser exci-
tatória ou inibitória, isso vai depender do neurotransmissor liberado no terminal 
nervoso pré-sináptico, que depende do estímulo interno ou externo que desen-
cadeou o potencial de ação. O sistema sensorial é o responsável pela recepção, 
transdução e transmissão e também pelo processamento dessas informações 
(BARRETT et al., 2014; SILVERTHORN, 2017; CURI; ARAÚJO FILHO, 2009). 
5Sinapses e sistema sensorial
Há muitos receptores sensoriais que transmitem informações sobre os 
ambientes interno e externo para o SNC, o que pode ocorrer pela via aferente 
(periferia até SNC, ou seja, a informação é ascendente) (BEAR; CONNORS; 
PARADISO, 2002). 
Os receptores sensoriais podem ser concebidos como transdutores que 
convertem várias formas de energia ao ambiente em potenciais de ação nos 
neurônios sensoriais. Os receptores cutâneos para tato e pressão são os me-
canorreceptores. Os proprioceptores estão localizados nos músculos, nos 
tendões e nas articulações e transmitem informações sobre o comprimento 
da tensão muscular. Os termorreceptores detectam as sensações de calor e 
frio. Estímulos potencialmente nocivos, como dor, calor e frio extremos, são 
mediados pelos nociceptores. O termo quimiorreceptor se refere a receptores 
estimulados por uma alteração na composição química do ambiente, o que 
inclui receptores para olfato e receptores viscerais (detectam mudanças do 
nível plasmático de O2, pH e osmolaridade). Por fim, os fotorreceptores são 
os bastonetes e os cones da retina que respondem à luz (BARRETT et al., 
2014; PRESTON; WILSON, 2014).
Mecanorreceptores
Os receptores sensoriais podem ser terminações dendríticas especializadas 
de fibras nervosas aferentes, sendo frequentemente associados às células não 
neurais que os envolvem, formando um órgão sensorial. 
O tato e a pressão são detectados por quatro tipos de mecanorreceptores: 
corpúsculos de Meissner (dendritos encapsulados por tecido conectivo que 
respondem às mudanças na textura e às vibrações lentas), células de Merkel 
(terminações dendríticas expandidas que respondem à pressão sustentada 
e ao toque), corpúsculos de Ruffini (grandes terminações dendríticas com 
cápsulas alongadas, as quais respondem à pressão sustentada) e corpúsculos 
de Pacini (terminações dendríticas amielínica de uma fibra nervosa sensorial 
que respondem à pressão profunda e à vibração rápida) (Figura 3). Os nervos 
sensoriais desses mecanorreceptores são grandes fibras mielinizadas Aα e 
Aβ (CURI; ARAÚJO FILHO, 2009).
Sinapses e sistema sensorial6
Nociceptores
Entre os receptores sensoriais cutâneos, alguns podem ser terminações livres 
localizadas na pele. As sensações de dor e temperatura se originam de den-
tritos não amielinizados localizados por toda pele. Os nociceptores podem 
ser separados em vários tipos: nociceptores mecânicos (respondem à pressão 
forte), nociceptores térmicos (ativados por temperaturas da pele acima de 
42ºC ou por frio intenso), nociceptores quimicamente sensíveis (respondem 
a substâncias químicas) e nociceptores polimodais (respondem à combinação 
desses estímulos). Os impulsos desses nociceptores são transmitidos por dois 
tipos de fibras: fibras Aδ pouco mielinizadas e fibras C mielínicas (BARRETT 
et al., 2014; CURI; ARAÚJO FILHO, 2009; TORTORA; DERRICKSON, 2016)
Termorreceptores
Os receptores do frio estão localizados nas terminações dendríticas de fibras Aδ 
e fibras C, enquanto os receptores de calor inócuo estão nas fibras C. O limiar 
para a ativação dos receptores de calor é de 30ºC, sendo que eles aumentam a 
sua taxa de disparo à medida que a temperatura da pele atinge 46ºC. 
Os receptores de frio são inativos em temperaturas de 40ºC, mas aumentam 
a sua taxa de disparo quando a temperatura da pele cai para cerca de 24ºC. À 
medida que a temperatura da pele diminui, a taxa de disparo dos receptores 
de frio reduz até que a temperatura atinja 10ºC. Abaixo dos 10ºC, eles são 
inativados e o frio se torna um anestésico local. A Figura 4 ilustrada os re-
ceptores sensoriais da pele (BARRETT et al., 2014; SILVERTHORN, 2017).
Quimiorreceptores
O termo quimiorreceptor se refere a receptores estimulados por uma alteração 
na composição química do ambiente em que estão localizados. Os quimiorre-
ceptores incluem receptores para o paladar e o olfato, bem como receptores 
viscerais, como aqueles sensíveis às mudanças em nível plasmático de 02, pH 
e osmolaridade (CURI; ARAÚJO FILHO, 2009). 
7Sinapses e sistema sensorial
Figura 4. Receptores sensoriais da pele.
Fonte: Shilverthorn et al. (2017, p. 321).
Terminações nervosas
livres
Corpúsculos de
Meissner
Corpúsculos de Pacini
Corpúsculos de Ru�ni
Receptores de Merkel
Temperatura, estímulo
nocivo, movimento do
pelo
Vibração (baixa
frequência), toque leve
Vibração
(alta frequência)
Estiramento da pele
Pressão contínua,
textura
Ao redor da raiz dos
pelos e sob a superfície
da pele
Camadas super�ciais
da pele
Camadas profundas
da pele
Camadas profundas
da pele
Camadas super�ciais
da pele
Terminações
nervosas não
mielinizadas
Encapsulados em
tecido conectivo
Encapsulados em
tecido conectivo
Terminações
nervosas alargadas
Célula epidérmica
em contato
sináptico com
terminal nervoso
alargado
Rápida
Variável
Rápida
Lenta
Lenta
Os receptores de Merkel
detectam pressão
sustentada e textura.
Pelo
O corpúsculo de Meissner
responde a movimentos de vibração
(baixa frequência) e toque leve.
Terminação
nervosa livre.
A terminação nervosa livre
dos nociceptores responde
a estímulos nocivos.
Os nervos sensoriais
transmitem os sinais
para a medula espinal.
O corpúsculo de Ru�ni
responde ao estiramento da pele.
O corpúsculo de Pacini
detecta vibração.
Raiz do pelo
As terminações nervosas
libres da raiz dos pelos
detectam o movimento
deles.
Receptor Estímulo Localização Estrutura Adaptação
A divisão sensorial, ou aferente, ou ascendente, leva a informação para o SN, geralmente 
a partir de eventos ocorridos nos receptores sensoriais da periferia. Essa informação 
resulta na contração da musculatura esquelética, lisa e cardíaca, ou na secreção de 
glândulas endócrinas ou exócrinas. 
Sinapses e sistema sensorial8
Eventos relacionados à sinapse 
com estímulos inibitórios e excitatórios
A alteração do potencial de membrana na célula pós-sináptica pode ser exci-
tatória ou inibitória, dependendo da natureza do neurotransmissor liberadono terminal nervoso pré-sináptico. Quando o neurotransmissor é excitatório, 
despolariza-se a célula pós-sináptica, no entanto, quando o neurotransmissor 
é inibitório, há a hiperpolarização da célula pós-sináptica. Diferentemente 
das sinapses elétricas, a neurotransmissão por meio das sinapses químicas é 
unidirecional (da célula pré-sináptica para a célula pós-sináptica). O retardo 
sináptico é o tempo requerido para ocorrências de diversos passos da neuro-
transmissão química (COSTANZO, 2011; PRESTON; WILSON, 2014).
Potenciais pós-sinápticos excitatórios 
Os potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPSEs) são impulsos sinápticos que 
despolarizam a célula pós-sináptica, aproximando o potencial de membrana 
do limiar e do disparo de um potencial de ação. Os PPSEs são produzidos pela 
abertura de canais de Na+ e K+, como o receptor nicotínico de acetilcolina. 
O potencial de membrana é levado ao valor aproximadamente intermediário 
entre os potenciais de equilíbrio desses dois íons, ou 0mV, que corresponde 
ao estado despolarizado. Entre os neurotransmissores excitatórios, incluem-
-se a acetilcolina, a norepinefrina, a epinefrina, a dopamina, o glutamato e a 
serotonina (CURI; ARAÚJO FILHO, 2009).
Potenciais pós-sinápticos inibitórios
Os potenciais pós-sinápticos inibitórios (PPSIs) são impulsos sinápticos que 
hiperpolarizam a célula pós-sináptica, afastando o potencial de membrana 
do limiar e do disparo do potencial de ação. Os PPSIs são produzidos pela 
abertura de canais de Cl-. O potencial de membrana é levado ao potencial de 
equilíbrio desse ânion (aproximadamente -90mV), que corresponde ao estado 
hiperpolarizado. Os neurotransmissores inibitórios são o ácido y-Aminobutírico 
(GABA) e a glicina (CURI; ARAÚJO FILHO, 2009).
9Sinapses e sistema sensorial
 � Os principais neurotransmissores excitatórios são: a acetilcolina, a norepinefrina, a 
epinefrina, a dopamina, o glutamato e a serotonina.
 � Os principais neurotransmissores inibitórios são: GABA e a glicina.
Funcionamento do sistema sensorial e sua 
relação diante de estímulos do meio ambiente
A ocupação dos diversos nichos ecológicos pelas espécies animais com-
preendeu a formação de um SN muito desenvolvido, o que permite que os 
indivíduos de cada espécie mantenham trocas contínuas de informações com 
o meio ambiente. Dessa maneira, por intermédio dos mecanismos neurais, as 
informações que revelam as características do meio à sua volta são obtidas 
(CURI; ARAÚJO FILHO, 2009). 
De um modo geral, os sistemas sensoriais recebem informações do ambiente 
pelos receptores especializados presentes na periferia e as transmitem por 
meio de uma série de neurônios e relés sinápticos até o SNC. Sendo assim, 
os mecanismos neurais que permitem a interação do indivíduo com o meio 
ambiente são divididos em processos sensoriais (sensitivos/receptivos pela via 
aferente) e motores (via eferente) (RAFF; LEVITZKY, 2011).
Complementarmente ao sistema sensorial, o SN recebe informações 
provenientes do nosso próprio organismo (meio interno), como parâmetros 
físico-químicos, que são essenciais para a manutenção dos órgãos saudáveis 
(p.ex., variações de pressão arterial e concentração de O2). Enfatizamos aqui 
que o sistema sensorial pode ser classificado de diversas maneiras, mas apre-
sentaremos as duas maneiras mais simples de entender o seu funcionamento 
e a sua divisão. Na Tabela 1, essa classificação é demonstrada (BARRETT et 
al., 2014; COSTANZO, 2011; CURI; ARAÚJO FILHO, 2009).
Sinapses e sistema sensorial10
Fonte: Adaptado de Curi e Araújo filho (2009).
Sistema sensorial Classificação Receptores (localização)
Olfação Quimiorreceptivo Células olfativas 
(epitélio olfativo)
Visão Fotorreceptivo Cones e bastonetes (retina)
Equilíbrio Mecanorreceptivo Células ciliadas (máculas 
do sáculo e utrículo, 
cristas ampolares dos 
canais semicirculares)
Audição Mecanorreceptivo Células ciliadas internas 
e externas (órgão espiral 
de Corti da cóclea)
Gustação Quimiorreceptivo Células gustativas 
(bulbos olfativos)
Somestasia Mecanorreceptivo Células de Merkel, corpúsculos 
de Meissner, Krause, Paccini e 
Ruffini, terminações associadas 
aos pelos (lanceoladas, 
pilo-Ruffini), terminações 
nervosas livres (pele)
Somestasia Quimiorreceptivo Terminações nervosas 
livres (pele)
Somestasia Termorreceptivo Terminações nervosas livres 
para frio ou calor (pele)
Somestasia Nocirreceptivo Terminações nervosas 
livres (pele)
Somestasia Mecanorreceptivo Corpúsculos de Golgi e 
Ruffini (articulações)
Somestasia Mecanorreceptivo Órgão Tendinoso de 
Golgi (tendões)
Somestasia Mecanorreceptivo Terminações primárias 
e secundárias dos fusos 
musculares (músculos 
esqueléticos)
Quadro 1. Divisão biofísica do sistema sensorial humano de acordo com o tipo de trans-
dução sensorial
11Sinapses e sistema sensorial
De acordo com Curi e Araújo Filho (2009), os receptores sensoriais são, 
portanto, os locais nos quais os estímulos do meio ambiente ou interno atuam 
sobre o SN. Nesses receptores, ocorre a transformação da energia do estímulo 
em variações do potencial da membrana plasmática, e então se inicia o processo 
de codificação da informação sobre o que está ocorrendo naqueles meios. Essa 
informação que foi levada até o SN será usada na elaboração de uma resposta 
apropriada de acordo com a necessidade do organismo.
Saiba mais sobre os neurotransmissores nos links a seguir.
https://goo.gl/WTgDwZ
https://goo.gl/gyg984
Como vimos anteriormente, as sinapses são regiões de comunicação, transmissão dos 
impulsos nervosos entre os neurônios e liberação de neurotransmissores. Já os neurô-
nios são plásticos, isto é, por meio dessas conexões sinápticas, essas células são capazes 
de se adaptar a diferentes situações. Múltiplos sistemas neurotransmissores são afetados 
em um padrão que se relaciona com patologias celulares. A Doença de Alzheimer, 
por exemplo, está associada a um complexo arranjo do déficit de neurotransmissores. 
A primeira alteração nos neurotransmissores a ser definida foi um notável declínio na 
atividade de colina acetil transferase e acetilcolinesterase, indicando disfunção e perda 
dos neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal e suas projeções corticais. O mais 
interessante desses mecanismos de plasticidade é que eles são afetados na Doença de 
Alzheimer. Nos momentos anteriores à morte neuronal (característica das patologias 
neurodegenerativas), os neurônios perdem essa plasticidade, ficando mais rígidos, 
além de não ser possível modificar as suas conexões.
Sinapses e sistema sensorial12
BARRETT, K. E. et al. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 
(Lange).
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema 
nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
COSTANZO, L. S. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
CURI, R.; ARAÚJO FILHO, J. P. Fisiologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
LANDOWNE, D. Fisiologia celular. Porto Alegre: AMGH, 2011. (Lange; Série Psicologia).
PRESTON, R. R.; WILSON, T. E. Fisiologia ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
RAFF, H.; LEVITZKY, M. G. Fisiologia médica: uma abordagem integrada. Porto Alegre: 
AMGH, 2011. (Lange).SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 
7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2017.
Leituras recomendadas
APPLEGATE, E. Anatomia e fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
CARR, J.; SHEPHERD, R. Reabilitação neurológica: otimizando o desempenho motor. 
Barueri, SP: Manole, 2008.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier 
Brasil, 2017.
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