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Livro Texto Unidade II

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Unidade II
Unidade II
Embora o corpo humano seja o resultado da interpretação de todos os sistemas, existem 
alguns deles que, devido a relações mais íntimas no desenvolvimento (embriologia), na situação 
(topografia), na função (fisiologia), e também a fatores didáticos, podem ser considerados ou 
concentrados, caso no qual recebem o nome de aparelho. Podemos listar vários sistemas do 
ponto de vista da anatomia sistêmica, como o aparelho osteoarticular, formado pelos sistemas 
esquelético e articular, e o aparelho locomotor, composto por três sistemas: o esquelético, o 
articular e o muscular. 
No aparelho locomotor, o sistema esquelético inclui os ossos, os quais dão fixação aos músculos, 
delimitam cavidades para a proteção dos órgãos nelas contidas, formam alavancas, servem como órgãos 
passivos de movimento e como hematocitopoeiticos. 
 
3 GENERALIDADES DO ESQUELETO E DOS OSSOS
Durante o Renascimento, Leonardo da Vinci despontou como um dos maiores artistas de todos 
os tempos, muito conhecido ainda hoje por suas descrições artísticas do corpo humano. Ele dissecou 
centenas de corpos para que pudesse adquirir uma compreensão da musculatura e da forma do 
corpo humano. Podem‑se notar o conhecimento e a valorização expressos em seu trabalho artístico. 
A figura a seguir mostra que desde os tempos antigos até os dias hoje a apreciação da beleza da 
forma humana em movimento sempre seduziu a atenção de artistas, cientistas, profissionais da saúde 
e atletas.
Essa investigação sobre o movimento humano evoluiu de pura arte para um conjunto de arte e 
ciência que combinava teorias e princípios procedentes da anatomia, fisiologia, antropologia, física, 
mecânica e biomecânica.
No estudo da anatomia do aparelho locomotor o foco central está nos músculos e nos ossos aos 
quais eles se prendem. Os ossos também se conectam uns aos outros, formando as articulações. Assim, 
as três principais estruturas nas quais devemos nos ater à anatomia do aparelho locomotor são os 
ossos, as articulações e os músculos.
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
Figura 65 – A plástica na ginástica artística
O esqueleto é o arcabouço resistente no qual o organismo humano está construído, conforme ilustram 
as figuras a seguir, respectivamente. Muito similar à armação de um edifício, o esqueleto deve ser forte 
o suficiente para sustentar e proteger todas as estruturas anatômicas do corpo humano. A estrutura 
esquelética ordena a forma e tamanho do corpo e também pode ser influenciada pela nutrição, nível de 
exercícios físicos e hábitos posturais.
Figura 66 – Esqueleto humano, em vistas anterior e posterior, respectivamente
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Unidade II
No esqueleto imaturo em desenvolvimento, conforme ilustra a figura a seguir, a interferência do 
apoio de peso e forças musculares tem uma ação mais considerável na constituição do tamanho e no 
formato dos ossos do que as mesmas forças aplicadas sobre um esqueleto maduro. Por esse motivo, é 
relevante dar valor extremo aos tipos de exercícios físicos e hábitos posturais de um pré‑adolescente.
Figura 67 – Esqueleto imaturo
 Observação
Um exemplo clássico de alteração no esqueleto imaturo é a presença 
de escoliose idiopática, uma curvatura lateral da coluna vertebral, existente 
em aproximadamente 15 a 20% das meninas entre 10 e 12 anos de idade. 
Há indícios de que essa modificação se dá porque as mulheres mais novas 
passam muito tempo mantendo a massa corporal sobre os saltos finos ou 
por conta da postura que compreende joelhos hiperestendidos e lordose. 
É simples supor sobre prováveis causas, porém, ainda não há temas 
científicos cruciais. É sabido que o sistema esquelético é flexível, podendo 
ser modelado e formado por meio da atividade.
O esqueleto humano representa 20% da massa corpórea, ou seja, 14 quilos em um indivíduo de 70 quilos. 
O sistema esquelético desempenha um papel principal e vários papéis secundários para cooperar com 
outros sistemas em papéis substanciais.
Os ossos são formados por diversos tecidos que agem em conjunto, como, por exemplo, o tecido 
ósseo, a cartilagem, o tecido conjuntivo denso, o epitélio, o tecido adiposo e o tecido nervoso. Por 
essa razão, cada osso do corpo é considerado um órgão. Portanto, o tecido ósseo é um tecido vivo, 
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
complexo e dinâmico, participando, assim, de forma contínua em um processo chamado remodelação, 
ou seja, a formação de novo tecido ósseo e a degeneração do tecido ósseo antigo. Toda a estrutura dos 
ossos e suas cartilagens, juntamente com os ligamentos e os tendões, compõem o sistema esquelético. 
A seguir serão examinados os vários elementos dos ossos a fim de auxiliá‑lo a compreender como eles 
se constituem e envelhecem, além disso será estudado como o exercício físico afeta a densidade e a 
resistência óssea.
 Observação
O estudo da estrutura óssea e o tratamento dos distúrbios ósseos é 
chamado osteologia.
3.1 Os principais papéis do esqueleto e dos ossos
Como visto anteriormente, o esqueleto fornece as alavancas e os eixos de rotação sobre os quais o 
sistema muscular realiza os movimentos. Assim, uma alavanca consiste em uma máquina simples que 
eleva a força ou a velocidade de movimento. Pode‑se dizer que as alavancas são inicialmente os ossos 
longos do corpo humano e os eixos são as articulações nas quais os ossos se deparam, conforme ilustra 
a figura a seguir.
Figura 68 – Sistema de alavancas
Um segundo papel relevante do esqueleto é servir de arcabouço e suporte para as partes moles 
do corpo humano. Os ossos dos membros inferiores, da pelve e da coluna vertebral suportam o corpo 
humano, utilizados para a manutenção da postura ereta. Quase todos os ossos provêm suporte para os 
músculos e apoio para os dentes.
Existem ainda outros papéis adicionais não associados exclusivamente com o movimento humano. 
Tecidos e órgãos vulneráveis são comumente protegidos por elementos do esqueleto. As costelas, por 
exemplo, protegem o coração e os pulmões, conforme ilustram as figuras a seguir; o crânio aloja o 
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encéfalo, as vértebras fornecem abrigo para a medula espinal e a pelve óssea acomoda órgãos digestórios 
e genitais.
Figura 69 – As costelas protegem o coração e os pulmões. Vistas anterior e posterior
O osso é um depósito para minerais, especialmente, de cálcio e fósforo. O cálcio é o mineral mais 
farto no corpo humano. Um indivíduo apresenta aproximadamente de 1 a 2 quilos de cálcio, dos quais 
mais de 98% estão armazenados nos ossos e nos dentes. Os minerais armazenados são liberados na 
circulação sanguínea quando há necessidade de distribuição a todas as partes do corpo humano. Ele é 
essencial para a contração muscular, para a coagulação do sangue e para a movimentação de íons por 
meio da membrana celular.
Já o fósforo é essencial para as funções dos ácidos nucleicos DNA e RNA. Na hipótese dos minerais 
não se encontrarem na alimentação em quantidades satisfatórias, eles podem ser retirados dos ossos 
até serem compensados pela própria alimentação. Na realidade, depósitos e retiradas de minerais para 
os ossos e a partir deles acontecem quase incessantemente.
 Lembrete
DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo 
das células de quase todos os seres vivos e que carrega toda a informação 
genética de um organismo.
RNA (ácido ribonucleico) é o responsável por sintetizar as proteínas.
Se todo o mineral fosse extraído de um osso longo, o colágeno se tornaria o principal constituinte 
e o osso ficaria excessivamente flexível. Contudo, se o colágeno éretirado do osso, os componentes 
minerais se tornariam o constituinte principal e o osso ficaria muito quebradiço, conforme ilustra a 
figura a seguir. O colágeno é uma proteína de relevância essencial na composição da matriz extracelular 
do tecido conjuntivo, sendo responsável por grande parte de suas propriedades físicas.
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(a)
(b) sem minerais (c) sem colágeno
Figura 70 – (a) Osso normal. (b) Osso desmineralizado, no qual o colágeno é o principal componente, 
pode ser dobrado sem quebrar. (c) Quando o colágeno é extraído, os minerais são o principal 
componente restante, tornando o osso tão quebradiço que é facilmente destruído
Podemos descrever os ossos como órgãos hematocitopoietico, ou seja, eles realizam a produção de células 
sanguíneas por meio da medula óssea vermelha, conforme ilustram as figuras a seguir, respectivamente.
Estima‑se que uma média de 2 milhões e meio de células sanguíneas vermelhas é produzida a cada 
segundo pela medula óssea vermelha para suprir aquelas que são excluídas e degradadas pelo fígado. 
Em uma criança, o baço e o fígado também produzem células sanguíneas. Com o passar do tempo, a 
maior parte da medula óssea vermelha transforma‑se em medula óssea amarela, de maneira que no 
adulto encontra‑se medula óssea vermelha apenas em alguns ossos, como, por exemplo, no esterno. 
Já a medula óssea amarela é formada basicamente de células adiposas, que armazenam triglicerídeos. 
Os triglicerídeos armazenados são reservas potenciais de energia química.
Pontos ósseos palpados facilmente através da pele
Distribuição da medula óssea vermelha
Figura 71 – Vista anterior
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Pontos ósseos palpados facilmente através da pele
Distribuição da medula óssea vermelha
Figura 72 – Vista posterior
Por fim, existem os osteoblastos, as células responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos 
da matriz óssea, como, por exemplo, o colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. Essas células ósseas 
também estão envolvidas no metabolismo, pois secretam osteocalcina, um hormônio que influencia na 
regulação de glicemia.
3.2 Arquitetura óssea
Como descrito anteriormente, os ossos são peças duras e calcificadas, em número, coloração e 
formas variáveis. Apresentam matéria orgânica (um terço) e matéria inorgânica (dois terços). A matéria 
orgânica atribui elasticidade aos ossos, enquanto a matéria inorgânica atribui rigidez e força.
 Observação
Calcula‑se que se for empregada vagarosamente uma carga sobre um 
crânio humano, ele é capaz de suportar 3 toneladas antes dele se quebrar. 
As extremidades de um osso longo são chamadas de epífises, enquanto a 
parte média é chamada de diáfise. Durante o crescimento ósseo, as epífises 
são compostas por um material cartilagíneo chamado placa de crescimento.
Macroscopicamente, os ossos têm dois tipos diferentes de substâncias ósseas, a esponjosa e a 
compacta. Os dois podem aparecer de maneira simultânea, porém, em quantidades variadas em um 
mesmo osso, conforme ilustram as figuras a seguir.
 
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Substância 
esponjosa 
Substância 
compacta 
Figura 73 – Corte longitudinal da extremidade proximal de uma tíbia, 
mostrando as substâncias ósseas e a cavidade medular
Cavidade 
medular 
Figura 74 – Corte longitudinal da diáfise de um fêmur, 
mostrando as substâncias ósseas e a cavidade medular
Como visto na figura anterior, a substância óssea esponjosa é mais leve, o que diminui a massa total 
de um osso, de modo que o osso se mova com maior simplicidade quando tracionado pelo músculo 
esquelético. Ela é porosa e se situa na parte interna dos ossos, constituindo as trabéculas ósseas (do latim, 
“pequenos feixes”). As trabéculas ósseas suportam e protegem a medula óssea vermelha. Além disso, a 
presença da substância óssea esponjosa diminui a massa do esqueleto e colabora com a mobilidade dos 
ossos pelos músculos esqueléticos. A substância óssea esponjosa é encontrada em grandes quantidades 
nas epífises dos ossos longos e nos ossos curtos, sendo recobertas por uma fina camada de substância 
óssea compacta.
A substância óssea compacta se caracteriza por ter um revestimento externo denso e rígido. Ela sempre 
reveste completamente todo osso e tende a variar de espessura. Assim, a substância óssea compacta 
predomina na diáfise dos ossos longos. Além disso, ela envolve uma cavidade chamada de cavidade 
medular, que contém a medula óssea, vermelha ou rubra e amarela ou flava, conforme ilustra a figura 
a seguir.
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Medula óssea vermelha
Medula óssea amarela
Medula óssea vermelha
Figura 75 – Medula óssea
O osso esponjoso localiza‑se profundamente no periósteo, compondo uma fina substância compacta, 
o córtex, que continua para o interior do osso como substância esponjosa, composta de trabéculas ósseas.
 Saiba mais
Para saber mais sobre como funciona um transplante de medula:
UMA PROVA de amor. Dir. Nick Cassavetes. EUA: Curmudgeon Films, 
2009. 109 minutos.
Para saber mais sobre a estrutura dos ossos nos níveis macroscópicos 
e microscópicos e a importância da formação óssea durante as diferentes 
fases da vida de uma pessoa.
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de 
anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, p. 117‑125.
3.3 Periósteo e endósteo
A superfície externa de um osso é comumente revestida pelo periósteo, conforme ilustra a figura 
a seguir, exceto as superfícies articulares que são recobertas por cartilagem do tipo hialina. Ele isola e 
protege o osso dos tecidos vizinhos; provê uma via e um local de união para o suprimento cardiovascular 
e nervoso; e participa ativamente no crescimento ósseo em diâmetro e na reparação de fraturas. No 
entanto, o periósteo não reveste os ossos sesamoides.
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No interior do osso, o endósteo celular reveste a cavidade medular, conforme ilustra a figura a seguir. 
O endósteo está em atividade durante o crescimento e sempre que a reparação e o remodelamento da 
arquitetura óssea estiverem acontecendo.
Epífise proximal
Osso esponjoso
Osso compacto
Forame nutrício
Vasos nutrientes
Cavidade medular
Fibras perfurantes
Periósteo
Endósteo
Linha epifisial
Epífise distal
Cartilagem articular
Diáfise
Figura 76 – Osso longo com periósteo rebatido
Junto com o periósteo e a medula óssea, o endósteo é uma estrutura anatômica muito importante 
para os ossos.
3.4 Vascularização óssea
Os ossos são muito vascularizados, pois recebem amplo suprimento de sangue. Os vasos metafisários 
e os vasos epifisários são também muito importantes. As artérias adentram os ossos a partir do periósteo. 
As artérias periosteais acompanhadas por nervos adentram a diáfise e irrigam o periósteo e a parte externa 
da substância compacta. Próximo ao centro da diáfise, uma grande artéria nutrícia adentra o osso compacto 
por meio do forame nutrício, conforme ilustra a figura anterior. Ao adentrar a cavidade medular, a artéria 
nutrícia se ramifica em ramos proximal e distal, que irrigam a parte interna da substância óssea compacta 
da diáfise, substância óssea esponjosa, e a medula óssea. Na tíbia há uma artéria nutrícia, enquanto no 
fêmur existem diversas artérias nutrícias. As extremidades dos ossos são irrigadas pelas artérias metafisárias 
e epifisárias. Tanto as metafisárias como as nutrícias irrigam a medula óssea vermelha e as substâncias 
ósseas da metáfise. As artérias epifisárias irrigam a medula óssea e as substâncias ósseas das epífises.
Há uma ou duas veias nutrícias que seguema artéria nutrícia na diáfise. Há também abundantes 
veias epifisárias e metafisárias que saem das epífises com suas relativas artérias. As veias periosteais 
saem do periósteo com suas relativas artérias. Os vasos linfáticos dos ossos estão no periósteo, porém, 
alguns podem adentrar o tecido ósseo.
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3.5 Inervação óssea
Os nervos seguem as artérias que irrigam os ossos. O periósteo, conforme ilustra a figura anterior, 
é rico em nervos sensitivos, responsáveis pela sensação de dor. Portanto, as dores são consequentes de 
uma fratura, tumores ósseos ou de uma biópsia da medula óssea vermelha por meio de uma agulha. 
Microscopicamente a medula óssea vermelha é avaliada em situações como leucemias, linfomas e 
anemias aplásicas. As dores apresentam‑se à medida que a agulha adentra o periósteo. No entanto, 
conforme ela ultrapassa o periósteo as dores vão diminuindo.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto, leia as notas clínicas que aparecem 
neste capítulo do livro e o conteúdo que versa sobre os fatores de regulação 
do crescimento ósseo:
MARTINI, F. H. O sistema esquelético: tecido ósseo e estrutura do 
esqueleto. In:___. Anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009.
 Lembrete
Na maior parte dos casos os ossos são abundantemente vascularizados. 
Cada tipo de osso recebe suprimento de sangue e nervoso de forma 
característica.
3.6 Morfologia óssea
Os ossos podem apresentar diversos tamanhos e formatos. Por exemplo, o osso pisiforme da 
mão possui o tamanho e a forma de uma ervilha, enquanto o fêmur pode ter até 60 centímetros de 
comprimento em alguns indivíduos e com uma cabeça arredondada em formato de bola. Desse modo, o 
fêmur suporta grande massa corporal e pressão, sendo que sua arquitetura de cilindro oco provê força 
máxima com peso mínimo.
Na maioria dos casos, os ossos são classificados conforme sua forma geométrica aproximada em: longos, 
alongados, curtos, planos e irregulares. Existem, ainda, os ossos pneumáticos, sesamoides e acessórios.
Os ossos longos são formados por uma diáfise e duas epífises. Apresentam o comprimento maior 
em relação à largura e à espessura, que são equivalentes. Os ossos longos são encontrados apenas no 
esqueleto apendicular, como, por exemplo, o osso úmero, conforme ilustram as figuras a seguir, em vista 
anterior e posterior, respectivamente. Eles proporcionam suporte ao organismo e oferecem uma série de 
alavancas e elos que nos possibilitam criar movimentos.
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Figura 77 – Úmero, em vista anterior e posterior
Os ossos alongados são achatados, sendo eles um subgrupo dos ossos longos. Eles não apresentam 
epífises bem definidas e não têm cavidade medular. A clavícula e as costelas são exemplos típicos de 
ossos alongados.
Figura 78 – Vista anterior da clavícula direita e vista interna da costela
Os ossos curtos apresentam as três dimensões, comprimento, largura e espessura equivalentes, as 
quais lhes conferem uma forma cúbica. Exemplos clássicos desse grupo são os ossos do carpo e os ossos 
do tarso, exceto o pisiforme, que é um osso sesamoide, e o osso calcâneo, que é um osso irregular, 
conforme ilustram as figuras a seguir. Esses ossos têm um papel relevante na absorção de choque e 
transmissão de forças.
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Osso pisiformeOssos do 
carpo
Figura 79 – Ossos do carpo e calcâneo
Nos ossos planos a largura e o comprimento predominam sobre a espessura. Alguns exemplos de 
ossos planos são os que formam a calvária. Eles possuem duas lâminas compactas, onde localiza‑se um 
tecido ósseo mais denso e, entre essas camadas, uma camada esponjosa composta de osso menos denso, 
chamada díploe, conforme ilustram as figuras a seguir. Os ossos planos proporcionam proteção para o 
conteúdo interno e ampla superfície para a fixação muscular.
Parietal
Frontal
Díploe
Lâmina externa
Lâmina interna
Figura 80 – Parietal (vista interna) e díploe
Os ossos irregulares não possuem formas geométricas bem definidas. As vértebras, os ossos da base 
do crânio, conforme ilustram as figuras a seguir, e os ossos da face são exemplos deste grupo. Eles 
oferecem suporte de massa corporal, dissipação de cargas, proteção da medula espinal e contribuem 
com os movimentos e locais de inserção muscular.
Figura 81 – Vértebra lombar (vista superior) e temporal (vista lateral)
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Os tipos morfológicos podem ainda apresentar características adicionais que nos possibilitam 
classificá‑los. Os ossos pneumáticos apresentam uma ou mais cavidades de volumes variáveis, chamadas 
seios, que se apresentam revestidas de mucosa e preenchidas por ar. Os ossos pneumáticos estão 
localizados no crânio, sendo eles: o frontal, a maxila, o etmoide e o esfenoide.
Seio 
frontal
Seio 
maxilar
Células 
etmoidais
Figura 82 – Cavidades do crânio
 Observação
O osso temporal é considerado pneumatizado, pois apresenta 
cavidades que se comunicam com a cavidade da orelha, enquanto os ossos 
pneumáticos se comunicam a cavidade nasal.
Os ossos sesamoides se assemelham a sementes de gergelim e são localizados em regiões que alguns 
tendões cruzam epífises de ossos longos. Eles se desenvolvem dentro dos tendões e os protegem de 
desgaste exorbitante junto ao osso. Também alteram o ângulo de inserção de um tendão. Os ossos 
sesamoides estão presentes no desenvolvimento fetal, mas não são considerados partes do esqueleto 
axial ou apendicular, exceto pelas patelas, que são os maiores ossos sesamoides.
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Figura 83 – Patela (vista anterior)
Os outros ossos sesamoides mais frequentes estão situados nas plantas dos pés e na base do 
primeiro metatarso. Nos membros superiores os ossos sesamoides são frequentemente encontrados 
nos tendões próximos à superfície palmar e na base dos metacarpos. Outro exemplo clássico de osso 
sesamoide é o hioide.
Figura 84 – Hioide (vista anterior)
 Observação
Embora apresentem o comprimento maior que a largura, as costelas e a 
clavícula não têm canal medular, muito menos metáfises; por esse motivo, 
são classificadas como ossos alongados.
Os ossos acessórios são raros e sua sede, dimensões e número podem ser muito variáveis. Ocorrem 
mais comumente na superfície externa do que na interna. Do ponto de vista da anatomia comparativa, 
alguns desses ossos correspondem aos que se encontram normalmente em outros vertebrados, ao 
passo que em outros não apresenta essa correspondência. A esses ossos acidentais dá‑se o nome 
de ossos suturais ou wormianos, os quais acontecem muitas vezes na sutura lambdoide, em crânios 
hidrocefálicos. Como exemplos de ossos acessórios podemos mencionar os ossos bregmático, o osso 
ptérico e o osso astérico.
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 Observação
As lâminas das epífises dos ossos longos específicos ossificam em prazos 
previstos. Os médicos radiologistas comumente podem especificar a idade 
de um indivíduo jovem analisando as lâminas das epífises para observar se 
elas ossificaram. Uma diferença entre a idade dos ossos e cronológica pode 
sugerir alguma disfunção metabólica.
3.7 Características anatômicas de superfície dos ossos
Os ossos apresentam acidentes ósseos ou detalhes ósseos, como: as proeminências, as fossas, 
as depressões, os tubérculos, as eminências, os orifícios, os canais, as cavidades e os seios. Essas são 
apenas as características mais frequentes, que compõem pontos de referência em anatomia, radiologia, 
ortopedia e antropologia física. As seguir algunsexemplos de características anatômicas da superfície 
dos ossos:
• Forame: do latim, foramine, orifício, é uma abertura por meio da qual passam artérias ou nervos, 
como o forame magno do osso occipital.
Forame 
magno
Figura 85 – Forame magno
• Fossa: do latim, fossa, fenda, trincheira, é uma depressão rasa sobre um osso, como a fossa 
cerebelar do osso occipital.
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Unidade II
Fossa 
cerebelar
Figura 86 – Fossa cerebelar
• Côndilo: do grego, Kondylo, elevação arredondada, é uma proeminência grande e arredondada 
que constitui uma união, como os côndilos medial e lateral do fêmur.
Côndilo
Figura 87 – Côndilo do fêmur
• Cabeça: do latim, caput, cabeça, é uma projeção arredondada que compõe uma união e é 
sustentada na constrição (colo) do osso, como a cabeça do úmero.
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Cabeça
Figura 88 – Cabeça do úmero
• Tuberosidade: do latim, tuberositas, excrescência, é uma projeção grande e arredondada, 
frequentemente com uma superfície áspera, como a tuberosidade da tíbia.
Tuberosidade
Figura 89 – Tuberosidade da tíbia
• Espinha: projeção aguda e delgada, oriunda da face de um osso, como a espinha da escápula.
Espinha
Figura 90 – Espinha da escápula
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Unidade II
• Crista: do latim, crista, aresta linear mais saliente que uma linha, é uma margem ou borda 
proeminente, comumente rugosa, como a crista ilíaca do quadril.
Crista
Figura 91 – Crista
• Incisura: chanfradura ou entalhe em uma margem óssea, como a incisura da mandíbula.
Incisura
Figura 92 – Incisura da mandíbula
 Saiba mais
Para saber mais sobre detalhes ósseos, como os que formam as cinturas 
escapular e pélvica e os ossos dos esqueletos apendicular e axial, além de 
poder elaborar pranchas de anatomia utilizando‑se de papel vegetal, lápis 
HB2, lápis para colorir e caneta Stabilo.
NILTON, A.; CÂNDIDO, P. L. Anatomia para o curso de odontologia geral 
e específica. 4. ed. Rio de Janeiro: Santos, 2019.
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
 Observação
Em cerca de 400 a.C. a filosofia confucionista dizia que: “O que ouvi foi 
o que esqueci, o que vejo, lembro, o que faço, compreendo”. Durante esse 
período, a maior parte dos processos de ensino e aprendizagem dependiam 
apenas de formas visuais e auditivas. Como resultado, muitos dados não 
permaneciam na memória, assim como as conquistas da compreensão 
material se tornavam menos profundas. Ao estudarmos a anatomia, o 
desenho é uma das metodologias mais eficientes e relevantes, uma vez 
que há uma integração de ideias associada à observação, elevando, assim, 
a compreensão e motivação de aprendizagem de estudantes universitários.
3.8 Fatores de variação anatômica no número de ossos
Existem 206 ossos no indivíduo adulto médio e normal, excluindo‑se os ossos sesamoides e os 
ossículos da audição, na orelha média. Funcionalmente, os ossículos da audição que vibram em resposta 
às ondas sonoras, atingindo o tímpano, não integram o esqueleto axial nem o apendicular, porém são 
agrupados com o esqueleto axial por conveniência.
Figura 93 – Ossículos da audição: martelo, bigorna e estribo
O martelo, do latim, malleus, na Idade Média tinha forma semelhante ao utilizado em Roma 
Antiga pelos açougueiros ou sacerdortes para atordoar os animais antes da matança ou sacrifício. 
Esse instrumento era construído com madeira pesada e possuía forma geral arredondada. O primeiro 
a descrever a bigorna e o martelo foi Andreas Vesalius, que notou a semelhança de forma com os 
instrumentos do ferreiro e assim os denominou. 
Já o estribo, do latim, stapes, não era conhecido pelos romanos e gregos porque eles não tinham selas 
de couro para os seus cavalos. Para cavalgar era utilizado um cobertor que era colocado diretamente no 
dorso dos animais, chamado de epihippion, do grego, epi, em cima e hippos, cavalo. As selas de couro 
e os estribos foram apenas introduzidos no século IV pelos otomanos, que eram chamados de scalae. 
O primeiro anatomista a dar o nome ao ossículo da orelha foi Giovanni Ingrassias, em 1546, embora se 
afirme que Bartolomeu Eustachio tenha sido o primeiro a descrevê‑lo em 1564.
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Unidade II
O número de peças ósseas varia com a idade, havendo maior número no recém‑nascido do que 
um uma pessoa com idade avançada. Por exemplo, no crânio de uma criança permanecem duas peças 
ósseas para medianas ou hemifrontais que, com a sinostose da sutura metópica, comporão o osso 
frontal. Já a idade avançada, com as sinostose de todas as suturas, torna o crânio uma esfera óssea.
Figura 94 – Norma anterior do osso frontal: sutura metópica e parte anterior da fontanela anterior
 Saiba mais
Para saber mais sobre o crescimento ósseo em comprimento e largura e 
a cartilagem articular e os fatores que afetam o crescimento ósseo, como, 
por exemplo, a nutrição e os hormônios:
VANPUTTE, C. L. et al. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2016, p. 176‑178.
Para saber mais sobre como o exercício e o estresse mecânico afetam o 
tecido ósseo:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 
14. ed. São Paulo: Guanabara‑Koogan, 2016, p. 191.
4 ESTUDO DO ESQUELETO
Como visto anteriormente, o esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, a maioria deles pares, 
com um membro de cada par nos lados direito e esquerdo do corpo. Vimos que há fatores de variação 
no número de ossos. Assim, os esqueletos de recém‑nascidos, lactentes e crianças apresentam mais de 
206 ossos porque alguns deles se unem mais tarde. Como exemplos, podemos citar os ossos do quadril 
e alguns ossos da parte final da coluna vertebral, o sacro e o cóccix.
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
Os ossos do esqueleto adulto estão agrupados em três divisões principais: o esqueleto axial, o 
esqueleto apendicular e as cinturas escapular e pélvica. O esqueleto axial apresenta 80 ossos e o esqueleto 
apendicular é composto por 126 ossos. A figura a seguir mostra como as duas divisões se unem para 
compor o esqueleto completo. O esqueleto axial consiste em ossos em torno do eixo longitudinal do 
corpo humano, descrevendo uma linha vertical imaginária que atravessa o centro de gravidade do 
corpo, indo da cabeça até o espaço entre os pés.
Portanto, o esqueleto axial é composto pelos ossos do crânio, o hioide, as costelas, o esterno e os 
ossos da coluna vertebral. Já o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e 
inferiores. Os ossos que compõem as cinturas unem os membros ao esqueleto axial. Portanto, a cintura 
escapular une os membros superiores ao esqueleto axial, enquanto a cintura pélvica liga os membros 
inferiores ao esqueleto axial.
Figura 95 – Visão geral do esqueleto humano
 Observação
Funcionalmente, os ossículos da audição na orelha média, que vibram 
em resposta às ondas sonoras atingindo o tímpano, não integram o 
esqueleto axial nem o apendicular, porém, são agrupados com o esqueleto 
axial por conveniência.
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Unidade II
Como já observado, o esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, podendo ser dividido em 
esqueletos axial e apendicular, além das cinturas escapular e pélvica. A seguir está uma relação que 
abrange as patelas, porém, não os sesamoides.
Tabela 1
Esqueleto axial
Coluna vertebral: 26
Crânio: 80
Hioide: 1
Costelas e esterno: 25
Esqueleto apendicular
Membro superior: 64
Membro inferior: 62
Ossículos da orelha: 6
Total: 206
4.1 Esqueletoda cabeça
O esqueleto da cabeça ou esqueleto cefálico abrange os ossos do crânio e os ossos da face ou 
viscerocrânio. Consiste, portanto, em uma sequência de ossos que em sua maioria estão unidos entre 
si por articulações imóveis, com exceção realizada apenas para a mandíbula, que se articula com o 
osso temporal pela articulação sinovial, a articulação temporomandibular. Ele é composto por 22 ossos 
divididos em duas partes: o neurocrânio e os ossos da face.
O neurocrânio envolve os ossos relacionados à proteção dos órgãos do sistema nervoso central. Ele é 
formado pelos seguintes ossos: frontal, temporal, etmoide, esfenoide, parietal e occipital.
Os ossos da face estão relacionados aos órgãos dos sentidos: o paladar, a visão e o olfato. Além disso, 
ancoram os músculos da expressão facial. Eles são formados pelos seguintes ossos: maxilas, mandíbula, 
palatinos, vômer, nasais, zigomáticos, lacrimais e conchas nasais inferiores. Exceto a mandíbula, os 
demais ossos da face se articulam com as maxilas, que servem de implantação dos dentes superiores.
É importante examinar a geografia básica do esqueleto da cabeça antes de descrever seus ossos 
individualmente. Com a mandíbula retirada, o esqueleto da cabeça equipara‑se a uma esfera óssea 
desigual e vazia. Portanto, os ossos da face compõem sua norma anterior e o neurocrânio constitui o 
resto do esqueleto da cabeça.
O neurocrânio pode ser dividido em calota craniana e base do crânio. A calota craniana, também 
chamada de calvária, compõe as normas superior, lateral e posterior do esqueleto da cabeça, do mesmo 
modo a região da fronte. A base do crânio, ou assoalho, constitui a norma inferior do esqueleto da 
cabeça. Internamente, detalhes ósseos proeminentes dividem a base do crânio em 3 “andares” ou fossas, 
as fossas: anterior, média e posterior do esqueleto da cabeça. O encéfalo aloja‑se plenamente nessas 
fossas, sendo envolvido pela calota craniana. Desta maneira, o encéfalo preenche a cavidade craniana.
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Além da grande cavidade craniana, o esqueleto da cabeça apresenta diversas pequenas cavidades. 
Entre elas estão as da orelha média e da orelha interna, entalhadas na norma lateral da base do crânio 
e, anteriormente, a cavidade nasal e as órbitas. As órbitas abrigam os globos oculares.
Figura 96 – Esqueleto da cabeça: norma anterior
Figura 97 – Esqueleto da cabeça: norma lateral
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Figura 98 – Esqueleto da cabeça: norma posterior
Figura 99 – Esqueleto da cabeça: norma inferior
Figura 100 – Esqueleto da cabeça: norma superior da base do crânio
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Figura 101 – Esqueleto da cabeça: norma superior da calvária
 Observação
Hidrocefalia é o acúmulo do líquor nas cavidades encefálicas, causando 
aumento na pressão intracraniana sobre o cérebro, o que pode causar 
lesões no tecido cerebral, bem como o aumento do crânio.
4.2 Ossos do neurocrânio
O osso frontal do neurocrânio é um osso plano, anterior, ímpar e mediano da calvária. O osso 
occipital é um osso plano, inferior, posterior, mediano, pertencente à base do crânio, perfurado por uma 
abertura ampla e oval – o forame magno – por meio do qual a cavidade craniana comunica‑se com o 
canal vertebral.
O osso esfenoide é um osso irregular, ímpar, mediano e situa‑se na base do crânio, anteriormente 
aos temporais e à parte basilar do osso occipital. O osso etmoide é um osso leve, esponjoso, irregular, 
ímpar, inferior e situa‑se na base do crânio. O osso parietal é um osso plano, par e compõe o teto do 
crânio. O osso temporal é um osso irregular, par e muito complexo. Ele possui três partes: escamosa, 
petrosa e timpânica. A parte petrosa abrange o órgão vestibulococlear e a cavidade timpânica que 
contém os três ossículos da audição.
O termo occipital, do latim, occipitium, occipúcio, corresponde à parte posterior da cabeça. Já esfenoide 
advém do grego, sphen, cunha, arado e eidos, semelhante, forma, é provável que Galeno tenha sido o 
primeiro a descrever esse osso que parece estar encravado como uma cunha, entre o crânio e a maxila. 
No entanto, a etimologia mais contestada é de que o termo vem do grego sphein, mariposa, vespa, por 
sua forma geral ter semelhança com um inseto alado. 
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Por sua vez, etmoide deriva do grego, ethmos, peneira, eidos, semelhante. Parietal advém do latim, 
pariet [em], parede, ou seja, parede de uma cavidade. Os ossos do crânio que formam as paredes do 
mesmo. Por fim, temporal é derivado do latim, temporalis, relativo ao tempo, termo utilizado porque 
no homem adulto as marcas da idade (do tempo) manifestam‑se primeiro nessa região, branqueando 
os cabelos. 
4.3 Ossos da face
O osso zigomático frequentemente referido como “maçãs do rosto” forma parte da parede lateral 
e assoalho da órbita, é par e irregular. O osso nasal é um pequeno osso retangular, que forma, com o 
nasal do lado oposto, o dorso do nariz. A maxila é um osso plano, anterior e irregular e forma quatro 
cavidades: o teto da cavidade oral, o assoalho e a parede lateral do nariz, o assoalho da órbita e o seio 
maxilar. Ela possui os alvéolos dentários para abrigar os dentes superiores.
O osso lacrimal é um pequeno osso retangular situado na parte medial da órbita, sendo o menor e 
mais frágil osso da face. O osso palatino é um osso irregular, localizado posteriormente à maxila. Forma 
a parte posterior do palato duro, parte do assoalho e parede lateral da cavidade nasal e o assoalho da 
órbita. O vômer é um osso ímpar, plano, de formato trapezoidal. Forma as partes posteriores e inferiores 
do septo nasal.
A concha nasal inferior é um pequeno osso com o formato de uma placa delgada e alongada e com 
margens curvas. Situa‑se ao longo da parede lateral da cavidade nasal, separando os meatos nasais 
médio e inferior. É a única concha nasal independente, pois as outras, superior e média, pertencem ao 
etmoide. A mandíbula, conforme ilustra a figura a seguir, é um osso ímpar, móvel da cabeça, o maior e 
mais forte da face, onde tem situação anteroinferior. Apresenta o formato de uma ferradura e contêm 
os alvéolos dentários para abrigar os dentes inferiores.
Figura 102 – Mandíbula
O osso zigomático, do grego, zygomatikos, unido, ligado e zygon, par, foi assim chamado por Galeno. 
Similarmente, maxila deriva do grego, maxilla/maxilarae, parte superior da face, bochechas. Já lacrimal 
advém do latim, lacrima, lágrima, por conta de um erro de grafia da transição da palavra grega dacrion, 
lágrima, para lacrion, daí lacrima. 
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Por sua vez, palato deriva do latim, pallatum, céu da boca, e para alguns estudiosos estaria associado 
a pascere, alimentar, ao passo que para outros de palare, cercar, murar. Os antigos anatomistas 
gregos não distinguiam entre palato duro e palato mole, ambos eram nomeados em conjunto como 
diafragma oris. Vesálio foi um dos primeiros a distinguir o platô duro e mole e denominava os ossos 
do palato como os palati. 
Já vômer advém do latim, vomer, vomitar, pois na Roma Antiga a lâmina do arado (relha) era 
chamada vômer, sendo que o nome do osso pode estar associado à sua forma ou porque o movimento 
da terra sulcada pelo instrumento lembrava o ato de vomitar. Inicialmente parte do etmoide, foi 
nomeada separadamente por Gabrielle Falópio e Realdo Colombo, que o chamaram arati vomer imitatur 
(imitando a lâmina do arada). 
4.4 Ossos do esqueleto da cabeça em conjunto
Por meio da cefalometria, ou mensuração da cabeça, podemos reconhecer crânios microcéfalos, 
mesocéfalose macrocéfalos, ou seja, pequenos, médios e grandes. Quando as dimensões são 
extrapoladas, esses tipos são ditos patológicos, como, por exemplo, o crânio hidrocéfalo, que possui 
descomunal hidrocefalia.
 Lembrete
Os ossos do neurocrânio são: o frontal, o etmoide, o esfenoide, os 
parietais, os temporais e o occipital. Os ossos da face são: as maxilas, a 
mandíbula, os palatinos, os nasais, os lacrimais, as conchas nasais inferiores, 
os zigomáticos e o vômer.
4.4.1 O esqueleto da cabeça do recém‑nascido
As principais variações do esqueleto da cabeça do recém‑nascido (RN) em relação ao adulto 
residem na falta dos seios paranasais, como o osso esfenoide e osso frontal. As margens dos ossos da 
calvária no feto de termo estão espaçadas, mas unidas por suturas membranáceas, que possibilitam 
a diminuição de volume da cabeça fetal, muito relevante para a passagem pela vagina e vulva 
durante o parto normal.
Ao nível dos ângulos dos ossos, sem ainda ter ocorrido a ossificação, estão as fontanelas do 
esqueleto da cabeça: as fontanelas medianas, anterior e posterior; e as fontanelas laterais, anterolateral 
ou esfenoidal e posterolateral ou mastoide. À medida que a ossificação toma as áreas membranáceas, as 
fontanelas reduzem de dimensões até sumir. A última fontanela a realizá‑la é a anterior, que desaparece 
entre o segundo e o terceiro ano de vida, conforme ilustram as figuras a seguir.
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Figura 103 – Diferentes vistas das fontanelas em crânio desarticulado e reconstruído
Figura 104 – Norma superior: fontanela anterior
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Figura 105 – Norma lateral: fontanela anterolateral e posterolateral
Figura 106 – Norma posterior: fontanela posterior
4.4.2 O esqueleto da cabeça dos indivíduos senis
Nos indivíduos senis a elasticidade do esqueleto da cabeça reduz e as suturas somem por sinostoses, 
conforme ilustra a figura a seguir, após os 40 anos de idade. Por volta dos 22 anos, é a vez da sutura 
sagital e a sutura esfenofrontal; aos 24 anos, a sutura coronal; aos 26 anos, a sutura lambdoide e a 
sutura occipitomastoide; aos 30 anos, a sutura parietomastoide; aos 37 anos, a sutura temporoparietal. 
O fechamento começa a acontecer vagarosamente e sofre um surto na idade avançada, ao passo que 
tende a completar‑se após os 80 anos.
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Unidade II
Figura 107 – Sinostose da sutura coronal (vista lateral do crânio)
4.4.3 O esqueleto da cabeça e o dimorfismo sexual
Os caracteres mais dimórficos e usuais do crânio são: tamanho geral do crânio (maior nos homens 
do que nas mulheres); processos mastoides (maiores e mais desenvolvidas nos homens do que nas 
mulheres); arcos superciliares (muito marcados nos homens e pouco nas mulheres); túber frontal (bem 
marcados nas mulheres e pouco nos homens); protuberância occipital externa (relevo muito marcado 
nos homens e pouco nas mulheres); e mandíbula (maior e mais quadrangular nos homens do que nas 
mulheres). Até a puberdade há pequena diferença entre o crânio da menina e do menino.
Arco superciliar
A)
B)
Protuberância 
occipital externa
Crista supramastoide
Túber frontal
Margem supraorbital
Forma arredondadaForma quadrangular
Arco 
superciliar
Protuberância 
occipital 
externa
Processo 
mastoide
Figura 108 – (A) Comparação genérica de algumas características anatômicas cranianas entre 
indivíduos do sexo masculino e feminino, norma anterior; (B) Comparação genérica de algumas 
características anatômicas cranianas entre indivíduos do sexo masculino e feminino, norma lateral
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
 Saiba mais
O processo de identificação do segmento cefálico ou de partes dele a 
partir de exames periciais tem sido bastante relevante para o esclarecimento 
de fatos de interesse jurídico‑social. Uma tentativa de observar o dimorfismo 
sexual e estimar a idade, consiste em examinar os crânios secos. Para saber 
mais sobre o assunto:
ALMEIDA JUNIOR, E. et al. Sex and age estimation by cranial 
measurements. Journal of Dentistry & Public Health, Salvador, v. 9, 2018. 
Disponível em: <https://www5.bahiana.edu.br/index.php/odontologia>. 
Acesso em: 30 maio 2019.
Para saber mais sobre os ossos do crânio:
LAROSA, P. R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara‑ 
Koogan, 2016.
4.4.4 Esqueleto do pescoço
Os ossos do esqueleto do pescoço são as vértebras cervicais e, do ponto de vista topográfico, o hioide. 
O hioide é um osso ímpar, mediano, sesamoide e faz parte de um conjunto de estruturas anatômicas 
que une a base do crânio ao esqueleto do pescoço. Está localizado na parte anterossuperior do pescoço, 
superior à laringe e posterior à mandíbula. Apresenta como papel oferecer suporte à língua, fornecendo 
locais de fixação para os músculos dela, do pescoço e da faringe, fazendo dele um elemento relevante 
nas ações de mastigação e no ato de engolir. O hioide é móvel e não se articula com mais nenhum osso.
O termo hioide vem do grego, yoides/hyo, letra U e oides, forma. O osso foi descrito por Herófilo e, 
inicialmente, chamou‑se ipsiloides, forma da letra Y.
4.4.5 Esqueleto do tronco
O esqueleto do tronco abrange o tórax, as vértebras lombares, as vértebras sacrais, as vértebras 
coccígeas e a pelve óssea. O tórax é a parte do organismo localizada no tronco, entre o pescoço e o 
abdome, exatamente entre a abertura superior do tórax e o diafragma. O formato abobadado do tórax 
possibilita grande rigidez, tendo em vista o pouco peso de seus constituintes e, dentre suas funções:
• Protege os órgãos internos torácicos e abdominais, sendo que a maioria deles está cheia de ar ou 
líquido contra as forças externas.
• Resiste às pressões internas negativas produzidas pela retração elástica dos pulmões e pelos 
movimentos inspiratórios.
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Unidade II
• Oferece fixação para os membros superiores e sustentar a sua massa.
• Proporciona a fixação de diversos músculos que movem e sustentam a posição dos membros 
superiores em relação ao tronco, além de possibilitar fixação para os músculos do abdome, do 
pescoço, do dorso e da respiração.
Crânio
Costelas
Esterno
Vértebras
lombares
Sacro
Cóccix
Figura 109 – Esqueleto do tórax
O formato do tórax depende da idade, do sexo e do biótipo da pessoa. O tórax do feto é mais 
desenvolvido sagitalmente do que transversalmente, em virtude do maior desenvolvimento do 
coração, do timo e dos órgãos abdominais do que dos pulmões. Aos 18 anos de idade, o tórax assume 
seu formato definitivo e continua crescendo até os 35 anos nos homens e 25 anos nas mulheres. No 
indivíduo senil, as costelas e as cartilagens costais perdem a flexibilidade e as articulações sofrem 
anquilose, conduzindo o tórax à perda da elasticidade e da mobilidade. Com a ampliação da coluna 
vertebral, as costelas ficam mais próximas umas das outras. O tórax masculino é mais largo do que 
o feminino, com a máxima largura ao nível da VIII costela, com pequeno aperto inferior. O tórax 
feminino é mais curto e arredondado, com maior aperto inferior do que o masculino. No indivíduo 
longilíneo, cujo crescimento é mais dinâmico e o que leva a um maior desenvolvimento em altura, o 
tórax é longo e estreito, enquanto no indivíduo brevilíneo, cujo desenvolvimento transversal prevalece 
sobre o vertical, o tórax é mais curto e largo.
O termo tórax advém do grego, thorax, couraça, parte frontal da armadura. Na Grécia Antiga 
chamava‑se de thorax a parte da armadura ou couraça que protegia o conjunto peito e abdome. 
Hipócrates e Aristóteles usaram o termo para ambas as partes do tronco, simultaneamente; já Platão 
restringiua palavra à parte superior (peito). Galeno adotou essa denominação e a difundiu.
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4.4.6 Esterno
O esterno é um osso plano com aproximadamente 15 centímetros de extensão, mediano, ímpar, 
localizado medianamente na parede anterior do tórax e um osso hematocitopoietico. O esterno 
articula‑se com as clavículas e as cartilagens das sete primeiras costelas. Possui três partes: o manúbrio 
do esterno, o corpo do esterno e o processo xifoide.
Figura 110 – O esterno
O termo advém do grego, sternon, peito masculino. Hipócrates usou a palavra para o peito masculino 
e o chamou de osso do peito. Os romanos chamavam‑no de pectoris e a palavra sternum apareceu 
apenas no latim medieval, por meio da tradução de textos gregos. Por ser superficial e de fácil palpação, 
alguns etimologistas acreditam que seja derivada do grego, stereos, em relevo, evidente.
4.4.7 Costelas
Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; 
e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; e da costela 
que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe‑a a 
Adão (Gn 2: 21‑22).
[...]
A mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, ela não foi tirada 
da cabeça, pois não é sua função dominá‑la; nem de seus pés, pois não foi 
criada para ser pisada por ele (Gn 2: 21‑22).
[...]
Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada 
mulher, porquanto do homem foi tomada (Gn 2: 23).
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Unidade II
A Bíblia relata o momento em que Deus criou a primeira mulher: Eva. No entanto, essa passagem 
bíblica é apenas uma metáfora, pois tanto os homens como as mulheres possuem 12 pares de costelas 
que protegem o coração, os pulmões, o fígado e o baço.
Na medicina são diversas as indicações cirúrgicas que retiram costelas com objetivos terapêuticos 
e reparadores. Em cirurgia torácica, deformidades relevantes do tórax, como, por exemplo, o pectus 
excavatum e o pectus carinatum, são reparados com a retirada parcial das cartilagens costais e o 
reposicionamento do esterno. Também não é incomum a necessidade de retirada de costelas após 
traumatismos torácicos ou em toracotomias muito extensas.
De natureza igual, a retirada de costelas tem sido uma indicação frequente em cirurgia plástica para 
usá‑las como enxerto em processos reparadores de orelhas, nariz e outras cirurgias craniomaxilofaciais. 
Parece existir uma bruma em torno desse processo, pois diversas celebridades sujeitam‑se a essa cirurgia, 
sem, no entanto, assumirem tal fato. Isso já é considerável para que exista uma agitação nos meios de 
difusão de informação e a existência de diversas candidatas à sua realização, procurando conquistar um 
corpo visto como perfeito pela sociedade, colocando em risco sua plenitude física e emocional.
As costelas têm formato de semiarcos, unindo as vértebras torácicas ao esterno. As costelas são 
classificadas em: costelas verdadeiras, I‑VII (articulam‑se diretamente ao esterno por intermédio 
das cartilagens costais); costelas falsas, VIII‑X (articulam‑se indiretamente com o esterno, unindo‑se suas 
cartilagens costais umas às outras); e costelas flutuantes, XI e XII (curtas e livres, que protegem o fígado 
e o estômago).
Figura 111 – As costelas
Logo abaixo do arco costal direito é possível apalpar o fígado durante a inspiração. Abaixo do arco 
costal esquerdo situa‑se o estômago, não palpável; e o baço que pode ser palpado no lado esquerdo, 
especialmente quando possui um aumento patológico.
Uma costela típica apresenta a cabeça, o colo e o corpo. Com exceção das costelas I, XI e XII, as 
outras podem ser consideradas costelas típicas, embora a VIII, IX e X sejam mais curtas e cooperem para 
constituir a margem costal. A primeira é a costela mais curta entre as costelas verdadeiras. Além disso, 
ela é mais larga e plana do que as outras, localizando‑se sob a clavícula anteriormente, o que dificulta 
sua palpação. A artéria subclávia e a veia subclávia sulcam na face posterior.
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
 Observação
Excepcionalmente, pode existir uma costela cervical e uma costela 
lombar, as quais são consideradas costelas supranumerárias, geralmente, 
conectadas com a C7 e a L1, concomitantemente.
A contagem das costelas inicia‑se no ângulo do esterno, onde se articula a II costela. Seu número 
se altera com frequência, por exemplo, 1,6% dos indivíduos apresenta uma XIII costela (costela lombar); 
3,6% possuem apenas 11 pares de costelas; 10% possuem oito pares de costelas verdadeiras; e 0,6% 
apenas seis pares de costelas verdadeiras.
As extremidades das costelas, em sua extremidade esternal, algumas vezes apresentam uma bifurcação 
(costela bífida). Em 5% dos indivíduos o brotamento costal fusionado com o processo transverso de C7 
forma uma costela cervical.
4.4.8 Coluna vertebral
A coluna vertebral oferece um suporte axial para o tronco e estende‑se desde o crânio até a pelve, 
onde o peso do tronco é transmitido aos membros inferiores. Outra função dela consiste em proteger 
a medula espinal, provendo ainda pontos de fixação para as costelas e para os músculos do dorso 
e do pescoço. No feto e na criança, a coluna vertebral consiste de 33 ossos separados ou vértebras. 
Inferiormente, 9 vértebras se fundem para compor 2 ossos, o sacro e o cóccix. Os 24 ossos restantes 
permanecem como vértebras individuais separadas por discos intervertebrais.
O termo sacro advém do latim, sacrum, sagrado, intocável, não profano. Os gregos e Galeno 
chamavam esse osso de ieron osteon (osso grande), mas a palavra ieron tinha também o significado de 
ilustre, importante, poderoso, glorioso.
Figura 112 – Arranjo anatômico geral da coluna vertebral (vistas anterior, lateral e posterior)
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Unidade II
 Observação
Herófilo, e depois Vesalius, chamaram assim o cóccix por sua semelhança, em 
conjunto, com o formato do bico do pássaro cuco. Por outro lado, Jean Riolan 
dá outra explicação, declara que na emissão de gases pelo ânus o som “ecoa” no 
cóccix, o osso do apito. Curiosamente, devido ao costume do cuco fêmea em se 
apoderar dos ovos de outros pássaros e chocá‑los como seus, os gregos antigos 
utilizavam a palavra Kókkys como termo grosseiro às mulheres adúlteras.
Regiões e curvaturas
O comprimento médio da coluna vertebral no sexo masculino é de cerca de 71 centímetros, enquanto 
na do sexo feminino de 61 centímetros, sendo responsável por dois quintos da massa corporal total. 
Ela possui cinco regiões principais e vértebras distribuídas por diferentes regiões: 7 vértebras cervicais; 
12 vértebras torácicas; 5 vértebras lombares; 5 vértebras sacrais; e de 3 a 5 vértebras coccígeas.
Nas três regiões mais craniais da coluna as vértebras permanecem distintas durante toda a vida e 
são conhecidas como vértebras verdadeiras ou móveis; as da região sacral e coccígea, por outro lado, são 
chamadas vértebras falsas ou fixas, pelo fato de estarem unidas entre si no adulto para compor dois 
ossos, o sacro e o cóccix.
Desse comprimento da coluna vertebral, a parte cervical mede 12,5 centímetros; a torácica, cerca de 
28 centímetros; a lombar, 18 centímetros, e o sacro e o cóccix, 12,5 centímetros.
Quando vista lateralmente, observam‑se as quatro curvaturas, conforme ilustra a figura a seguir, 
responsáveis por seu formato sinuoso. As curvaturas cervical e lombar são côncavas posteriormente; as 
curvaturas torácica e sacral são convexas posteriormente. As curvaturas aumentam a elasticidade e a flexibilidade 
da coluna, possibilitando que ela trabalhe de maneira mais semelhante a uma mola do que a uma haste rija.
Normal NormalHipercifose HiperlordoseEscoliose
Figura 113 – Curvaturas da coluna vertebral
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A cifose é uma curvatura normal da coluna vertebral, localizada na região torácica, presente em todos 
os indivíduos. A hipercifose é uma modificação nessa região, que leva a um aumento da cifose normal, 
deixando os ombros projetados para frente e o dorso arredondado. A curvatura normal da região lombar 
é uma curvatura anterior, chamada de lordose. Em caso de uma curvatura excessiva dessa região, dizemos 
que se trata de uma hiperlordose. A escoliose é uma condição em que a coluna vertebral do indivíduo 
apresenta uma deformação lateral em forma de curva. A curva, em geral, tem um formato de S ou C.
 Lembrete
As curvaturas convexas na vista posterior são chamadas cifoses; na vista 
anterior, lordoses; onde existir um L na região cervical ou região lombar há 
uma lordose.
Elementos das vértebras
As estruturas anatômicas encontradas em quase todas as vértebras, exceto em C1 e C2, servem como 
meio de diferenciação dessas em relação aos demais ossos do esqueleto. Todas as vértebras têm sete 
elementos fundamentais: o corpo vertebral; o processo espinhoso; o processo transverso; os processos 
articulares; as lâminas; os pedículos e o forame vertebral. A C7 contém um processo espinhoso longo e 
proeminente, conforme ilustra a figura a seguir.
Processo articular superior
Processo transverso
Processo espinhoso
Processo articular inferior
Lâmina
Pedículo
Arco vertebral
Corpo vertebral
Figura 114 – Vista posterossuperior esquerda. Com exceção de C1 e do C2, 
todas as vértebras são formadas pelos mesmos elementos estruturais
 Observação
No indivíduo em idade avançada, principalmente em mulheres, ocorre 
uma redução de massa óssea, chamada de osteoporose. A desmineralização 
e a diminuição do número de trabéculas ósseas reduzem a resistência dos 
corpos vertebrais, que podem de tal modo sofrer fraturas, mesmo na falta 
de traumas. A causa da osteoporose é, dentre muitas, a falta de estrógenos, 
fator idade e alimentação pobre em vitamina D e cálcio.
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Unidade II
As características regionais possibilitam a diferenciação das vértebras de acordo com cada região. 
As vértebras cervicais apresentam um corpo pequeno e o processo espinhoso bífido e horizontalizado; 
seus processos transversos têm os forames transversários que permitem a passagem da artéria vertebral.
Já nas vértebras torácicas o processo espinhoso não é bifurcado, se apresenta descendente e 
pontiagudo. Elas se articulam com as costelas, sendo que as superfícies articulares dessas vértebras são 
chamadas de fóveas e hemi‑fóveas. As fóveas podem estar situadas no corpo vertebral, no pedículo ou 
nos processos transversos. O forame vertebral tem o formato circular.
Nas vértebras lombares os corpos vertebrais são maiores, pois suportam a massa corporal. O processo 
espinhoso é quadrilátero, além de estar disposto em posição horizontal. Apresenta o forame vertebral em formato 
triangular e os processos mamilares. Possui o processo transverso bem desenvolvido, chamado de apêndice 
costiforme. Pode ser distinguido também por não possuir forame no processo transverso e nem a fóvea costal.
As vértebras consideradas atípicas são C1, ou atlas, e C2, ou áxis e epistrofeu.
C1 C2 Cervical Torácica
Lombar
Figura 115 – Características regionais das vértebras
O termo axis advém do latim, axis, eixo, pivô e do grego, axon, eixo. Hipócrates chamava a vértebra de 
odonta, por conta de seu processo e Galeno a denominava dentiformis. Celso parece ter sido o primeiro 
a designar a C2 por esse nome, pelo fato de a C1 girar sobre ela como um eixo. Até a época de Vesailus, 
apenas o processo odontoide dessa vértebra era chamado de áxis, por sua semelhança a um pivô.
Conforme ilustra a figura a seguir, Atlas, gigante mitológico de força cavalar, filho de Iápeto e Clímene, 
após a derrota dos Titãs para os deuses foi condenado por Júpiter a amparar o mundo nos ombros. Essa 
é a imagem do Titã reproduzida por vários escultores, chama‑se C1 que, por analogia, sustenta a cabeça.
Figura 116 – Atlas, Viena, Áustria
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
A C1 não possui corpo vertebral nem processo espinhoso e apresenta como a principal distinção 
em relação às outras o fato de não ter um corpo vertebral. Além disso, ela possui outras estruturas: 
o arco anterior do atlas, que constitui, aproximadamente, um quinto do anel; o tubérculo anterior; 
a fóvea do dente, que se articula com o processo odontoide; o arco posterior do atlas, que constitui 
aproximadamente dois quintos do anel; e o tubérculo posterior. A C2 apresenta um processo ósseo forte 
chamado de processo odontoide.
O sacro tem o formato de uma pirâmide quadrangular com a base voltada para cima e o ápice 
para baixo. Articula‑se superiormente com L5 e inferiormente com o cóccix. Ele varia conforme o sexo, 
sendo que nas mulheres é mais largo e curto do que nos homens e tem uma curva mais pronunciada, 
possivelmente relacionada com a forma do restante da pelve óssea feminina, adequada para a gestação.
Discos intervertebrais
Os 23 discos intervertebrais conectam os corpos vertebrais vizinhos. A defasagem entre o número 
de vértebras e o número de discos intervertebrais deriva do fato de que os ossos das regiões sacral 
e coccígea não possuem disco intervertebral entre si e que C1 e C2 são conectadas por meio de 
articulações sinoviais.
Os discos intervertebrais consistem de um anel fibroso externo que envolve um núcleo pulposo 
interno. A pressão sobre o disco intervertebral gera uma expansão do núcleo pulposo em todas as 
direções, uma vez que é abundante a presença de água e o disco não pode ser comprimido. Essa expansão 
determina uma força de tração no anel fibroso. Portanto, o disco desempenha um papel de almofada 
aquosa. Eles representam um tecido com redução do metabolismo e mínima aptidão regenerativa.
O esforço de compressão diário motiva uma diminuição reversível de água do núcleo pulposo, que 
implica na redução da altura dos discos intervertebrais e na estatura do corpo. Com a descompressão 
acontece uma reidratação, induzindo nutrientes ao disco intervertebral. No entanto, os vasos de sangue 
estão presentes tão só nas camadas mais externas do anel fibroso.
 Lembrete
As articulações da cabeça não apresentam discos intervertebrais. A falta 
dos discos entre o osso occipital C1 e C2 possibilita a grande movimentação 
dessa região.
A figura a seguir mostra que diversas atividades esportivas, como, por exemplo, pular corda, saltos 
de trampolim ou jogging, levam a um aumento considerável da carga que age sobre a coluna vertebral. 
Saltos leves sobre um trampolim provocam uma pressão máxima de 240%; saltos altos, uma carga de 
380%; pular corda sem grande esforço, uma carga de 240%; jogging realizado com sapatos apropriados, 
eleva a carga para valores de 170%, um dos motivos pelos quais indivíduos com artrose avançada de 
joelho devem evitar esse tipo de carga.
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Unidade II
Valores consideravelmente mais altos com cargas dinâmicas estão presentes também. Por esse 
motivo, durante cargas esportivas, como, por exemplo, no levantamento de peso, deve‑se prestar 
atenção para que a realização do movimento seja realizada com a técnica apropriada, uma vez que ela 
leva a uma melhor distribuição de cargas na região dos discos intervertebrais.
Em pé
Deslizando sobre 
bolas suíças
Praticando jogging
Salntando do trampolim
Pulando corda
Apoiando sobre quatro 
apoios
Com as costas arqueadas
Com acentuação da 
lordose lombar
0% 50% 100% 150% 200% 250%
Momento de curvatura
Pressão intradiscal
Figura 117 – Pressão intradiscale momentos de curvatura nos fixadores 
vertebrais para diferentes atividades esportivas relacionadas aos valores na posição em pé
A herniação do núcleo pulposo para dentro do anel fibroso ou através dele é uma causa comum de 
lombalgia, muitas vezes chamada de ruptura ou deslizamento do disco intervertebral. Atividades físicas, 
como, por exemplo, os alongamentos, descomprimem os discos e aumentam a circulação do sangue 
geral, o que acelera a captação de O2 e de nutrientes pelos discos e a retirada de metabólitos.
 Observação
Uma musculatura abdominal e lombar forte protege a coluna vertebral 
e é capaz de fazer com que o disco intervertebral seja predominantemente 
submetido à pressão.
Variações no número das vértebras
A maioria dos indivíduos apresenta 33 vértebras, porém, alguns podem ter 32 ou 34 em razão de 
falhas no desenvolvimento. As estimativas da frequência de números anormais das vértebras acima do 
sacro alteram entre 5% e 12%. As variações das vértebras são afetadas por diversos fatores de variação 
anatômica, como, por exemplo, raça, sexo e ambiente. O aumento do número de vértebras é mais 
comum em homens e a diminuição em mulheres. Além disso, algumas raças têm maior variação do 
número de vértebras. Tais diferenças podem ser clinicamente relevantes.
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Ligamentos da coluna vertebral
A coluna vertebral é estabilizada por diversos ligamentos, que se arranjam entre vértebras vizinhas 
ou ao longo de segmentos maiores. A figura e o quadro a seguir demonstram as características 
anátomo‑funcionais dos ligamentos da coluna vertebral.
Ligamento 
intertransversário
Ligamento 
longitudinal 
posterior
Ligamento 
longitudinal 
anterior
Ligamento 
interespinal
Ligamento 
interespinal
Ligamento 
amarelo
Ligamento 
amarelo
Ligamento 
nucal
Artéria 
vertebral
Figura 118 – Ligamentos da coluna vertebral
Quadro 2 – Ligamentos da coluna vertebral
Ligamento Estrutura e trajeto Função
Ligamento 
longitudinal 
anterior
‑ Na face ventral dos corpos vertebrais.
‑ Mais largo de cranial para caudal.
‑ Feixes profundos de fibras firmemente ligados na 
substância compacta do corpo vertebral.
‑ Quase nenhuma conexão com o anel fibroso.
‑ Limite de extensão da coluna 
vertebral. 
Ligamento 
longitudinal 
posterior
‑ Na face dorsal dos corpos vertebrais.
‑ Mais estreito do que o ligamento longitudinal 
anterior.
‑ Feixes de fibras se estendem para os anéis fibrosos 
dos discos intervertebrais.
‑ Conexão fraca com o anel fibroso dos discos. 
‑ Limita a flexão da coluna vertebral.
Ligamento 
supraespinal
‑ Conecta as extremidades dos processos espinhosos.
‑ Composto de feixes ligamentares longos.
‑ Na região cervical, transição para o ligamento 
nucal.
‑ Limita a flexão da coluna vertebral.
Ligamento nucal
‑ Disposto no plano sagital entre a protuberância 
occipital externa e a C7.
‑ Na região da nuca, associada com a fáscia geral do 
corpo.
‑ Limita a flexão da coluna vertebral.
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Unidade II
Ligamentos 
amarelos
‑ Consistem em tiras mais curtas e elásticas em sua 
maioria.
‑ Entre as lâminas dos arcos vertebrais vizinhos.
‑ Estendem‑se dorsalmente até as artérias vertebrais.
‑ Suporte para os músculos do dorso 
durante a manutenção da posição 
ereta e da extensão;
‑ Fechamento dorsal e lateral do 
canal vertebral, em conjunto com 
as cápsulas articulares.
Ligamentos 
interespinais
‑ Entre os processos espinhosos das vértebras vizinhas 
(a partir de um processo espinhoso até alcançar o 
processo espinhoso imediatamente superior).
‑ Extremidade dos processos espinhosos, transição 
para o ligamento supraespinal. 
‑ Limite da flexão, impede, 
em conjunto com os discos 
intervertebrais, o deslizamento da 
vértebra superior.
Ligamentos 
intertransversários
‑ Entre as extremidades dos processos transversos de 
vértebras vizinhas. 
‑ Limita a inclinação lateral e a 
rotação.
Adaptado de: Aumüller et al. (2009, p. 1317).
4.4.9 Cintura escapular
A cintura escapular é composta pela escápula e clavícula, conforme ilustram as figuras. A clavícula 
é um osso par que compõe parte da cintura escapular e é alongado, ou seja, embora comprido nem 
sempre apresenta cavidade medular, conforme visto na classificação morfologia óssea. Portanto, não 
é um osso longo típico por não possuir todos os atributos indispensáveis para assim ser contemplado. 
A clavícula tem o formato curvado como um S (em itálico), localizada quase que horizontalmente logo 
acima da I costela. A escápula é um osso par, plano e triangular. A escápula articula‑se com dois ossos: 
o úmero e a clavícula.
Figura 119 – A escápula
Figura 120 – A clavícula
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
 Observação
O termo escápula advém do latim, scapulae, espáduas, ombros, e do 
grego, skaptein, escavar, pá, pois em algumas culturas antigas as escápulas 
de animais eram usadas como pás. Aristóteles e Galeno chamavam‑na de 
omoplata, do grego omos, ombro e platôs, chato. 
4.4.10 Membro superior
Os membros superiores dos seres humanos, ao passarem da posição quadrúpede para a bípede, 
tiveram a função de locomoção reduzida, porém, ganharam mobilidade e preensão. Os ossos dos 
membros superiores podem ser divididos em três segmentos: o braço, o antebraço e as mãos.
O úmero é o maior e mais longo osso do membro superior, localizado no braço. Os dois ossos longos 
paralelos, o rádio e a ulna compõem o esqueleto do antebraço. Na posição anatômica, o rádio situa‑se 
lateralmente e a ulna medialmente.
Figura 121 – Úmero
Figura 122 – Rádio
Figura 123 – Ulna
O termo úmero deriva do latim, humerus/umerum, ombros, espáduas, e do grego, omos, ombros. 
Por sua vez, rádio advém do latim, radius, raio de uma roda, cuja forma foi comparada aos raios de 
uma roda, sendo o termo introduzido por Celso. Já ulna, do latim, ulna, antebraço, e do grego, olene, 
cotovelo, tem diversos significados, que na anatomia moderna são distintos. Assim, para uns era o 
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Unidade II
antebraço enquanto para outros, o braço, e para muitos a união dos dois, o cotovelo. Passou a designar 
o osso do antebraço no século XX, em substituição ao cúbito.
 Observação
Algumas vezes é pertinente utilizar algum recurso que auxilie a lembrar 
de um novo dado. Tal ajuda é chamada de dispositivo mnemônico ou 
ativador da memória. Para auxiliar a lembrança da localização da ulna em 
relação à mão, um mnemônico pode ser m.u. (o mindinho está no lado da 
ulna), ou, ainda, o polegar é a antena do rádio.
A mão preênsil representa, em companhia ao encéfalo e a laringe, o seu comprometimento com 
a capacidade da fala, um órgão cultural imprescindível para a evolução dos homens. É consenso que 
a evolução da mão, até atingir a aptidão de produção de ferramentas, aconteceu anteriormente ao 
avanço da fala. De qualquer forma, a mão apresenta um papel relevante na comunicação não verbal, ou 
guiando a palavra proferida ou, ainda, como parte da linguagem corporal.
As funções preênsil e tátil da mão são fundamentais e carecem das articulações dos dedos, com 
o polegar exibindo uma movimentação extraordinária e podendo ostentar uma posição de oposição 
em relação aos quatro outros dedos. Os papéis das articulações das mãos são inerentes no uso e no 
posicionamento adequado das mãos em relação ao antebraço. Para que os dedos façam ações mais 
concisas, manuseando artefatos pequenos, na escala de milímetros, os dedos têm que ser finos. Eles 
não apresentam músculos e são movidos por longos tendões dos músculos do antebraço e, ainda, dos 
músculos intrínsecos da mão.
Coligado à visão, os humanos podem utilizar o sentido tátil da mão para o reconhecimento de umespaço tridimensional e de seus artefatos. A relevância da mão procedeu no uso da expressão “palpar” 
também para o entendimento de processos abstratos.
A mão se divide em: carpo, metacarpo e os ossos dos dedos. O carpo é formado por oito ossos 
dispostos em duas fileiras: proximal e distal. A fileira proximal de lateral para medial inclui: o escafoide, 
semilunar, piramidal e pisiforme. A fileira distal de lateral para medial inclui: o trapézio, trapezoide, 
capitato e hamato.
O metacarpo é composto por cinco ossos que são numerados de lateral para medial em I, II, III, IV e 
V metacarpos e obedecem aos dedos da mão. Eles são classificados como ossos longos. Entre os ossos 
do metacarpo existem os espaços interósseos.
Os cinco dedos da mão de lateral para medial são: o polegar (I), o dedo indicador (II), o dedo médio 
(III), o dedo anular (IV) e o dedo mínimo (V). Eles apresentam 14 falanges, cada uma na qual há uma 
base, um corpo e uma cabeça. São classificadas como ossos longos. Do II ao V dedos apresentam 
3 falanges: a falange proximal, a falange média e a falange distal. O dedo I possui 2 falanges: a falange 
proximal e a falange distal.
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
Ulna
Processo estiloide da ulna
Semilunar
Piramidal
Pisiforme
Hamato
Hâmulo do osso hamato
Capitato
Trapezoide
Tubérculo do trapezoide
Trapézio
Tubérculo do escafoide
Escafoide
Processo estiloide do rádio
Rádio
Ossos do metacarpo
Figura 124 – A mão
O termo mão deriva do latim, manus, mão. Por sua vez, carpo advém do grego, karpos, punho. Os ossos 
do carpo não tinham nomes individuais, eram distinguidos por números nas obras de Vesalius. Foram Monro 
e Albinus que publicaram tratados de osteologia denominando‑os como “osso do carpo”. Similarmente, 
metacarpo deriva do grego, meta, depois de, além, após, e karpos, punho. Aristóteles afirmava que o metacarpo 
possuía cinco ossos, já Galeno apenas quatro, pois considerava o osso metacarpiano do polegar uma falange. 
A palavra escafoide provém do grego, skaphoeides, scaphe, canoa e oides, forma de. O termo 
nomeava indistintamente qualquer osso ovoide escavado, em forma de canoa, em cuja concavidade 
encaixava‑se outro osso. 
Já semilunar advém do latim, luna, lua, e semi, metade e piramidal do latim, pyramidalis/pyramis, 
relativo à pirâmide. A real origem da palavra é provavelmente egípcia, quando, no Egito Antigo, os pães 
eram denominados pyramis e apresentavam o formato de uma pirâmide. Alguns etimologistas alegam 
que pyramis deriva do grego pyr, fogo, porque a forma da pirâmide lembra a de uma pira; ou do grego 
pyros, trigo, pela forma adotada pelo acúmulo de grãos desse cereal. 
O termo pisiforme é derivado do latim pisum, ervilha, e formis, forma de. Já capitato do latim, capitatum/
caput, provido de cabeça, cabeçudo; e uncinado, do latim, uncinatus, forma de gancho, recurvado. Por sua 
vez, o termo falange, do grego, phalangx, fileira de soldados, foi utilizado por Aristóteles para se referir aos 
ossos dos dedos, por conta de seu arranjo em fileiras, um atrás do outro.
 Lembrete
Para fixar os nomes dos ossos do carpo (de proximal para distal; de 
lateral para medial): “Um barco (escafoide) viajou à luz do luar (semilunar) 
em torno da pirâmide (piramidal) e pela plantação de ervilhas (pisiforme). 
O grande trapézio (trapézio), o trapézio pequeno (trapezoide) e a grande 
cabeça (capitato) devem permanecer juntos ao gancho (hamato)”.
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Unidade II
4.4.10.1 Ligamentos
A mobilidade do membro superior abrange as articulações esternoclavicular, acromioclavicular e 
do ombro (glenoumeral), que comumente se movem ao mesmo tempo. A resistência da articulação 
esternoclavicular depende de seus ligamentos e de seu disco articular. Os ligamentos esternoclaviculares 
anteriores e posteriores reforçam a cápsula articular nas partes anterior e posterior. O ligamento 
interclavicular fortifica a cápsula superiormente. Estende‑se da extremidade esternal de uma clavícula 
até a extremidade esternal da outra clavícula. No espaço, também está fixado à margem superior do 
manúbrio. O ligamento costoclavicular estabiliza a face inferior da extremidade esternal da clavícula à 
primeira costela e sua cartilagem costal, restringindo a elevação da cintura do membro superior.
O ligamento acromioclavicular consiste em uma faixa fibrosa que se estende do acrômio até 
a clavícula e fortifica a articulação acromioclavicular superiormente. No entanto, a totalidade da 
articulação é protegida por ligamentos extrínsecos, distantes da articulação propriamente dita.
O ligamento coracoclavicular constitui‑se em um forte par de faixas que conectam o processo 
coracoide da escápula à clavícula, fixando a clavícula ao processo coracoide. O ligamento coracoclavicular 
é formado por dois ligamentos, o conoide e o trapezoide, que não raramente são separados por uma 
bolsa em relação à extremidade lateral do músculo subclávio.
O ligamento conoide mais verticalizado e em posição medial consiste em um triângulo invertido, 
em formato de cone, cujo ápice posiciona‑se inferiormente, onde está fixado à raiz do processo 
coracoide. A inserção larga, que corresponde à base do triângulo, localiza‑se no tubérculo conoide 
na face inferior da clavícula. O ligamento trapezoide, quase horizontal, está fixado à face superior 
do processo coracoide e estende‑se lateralmente até a linha trapezoide na face inferior da clavícula. 
Além de completar a articulação acromioclavicular, o ligamento coracoclavicular é o meio pelo qual a 
escápula e o membro livre são passivamente elevados pela sustentação da clavícula.
Articulação 
glenoumeral
Articulação 
acromioclavicular
Esferoidal
Plana
Articulação 
esternoclavicular 
selar
Figura 125 – Articulações do ombro
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ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR
Os ligamentos glenoumerais, que fortalecem a face anterior da cápsula articular, e o ligamento 
coracoumeral, que fortalece a cápsula articular superiormente, são ligamentos intrínsecos, ou seja, parte 
da membrana fibrosa da cápsula articular. Eles consistem em três faixas fibrosas, presentes apenas na 
face interna da cápsula, que reforçam a parte anterior da cápsula articular. Então, esses ligamentos 
irradiam‑se lateral e inferiormente a partir do lábio glenoidal no tubérculo supraglenoidal da escápula e 
fundem‑se distalmente à membrana fibrosa da cápsula quando ela se fixa ao colo anatômico do úmero.
O ligamento coracoumeral consiste em uma faixa larga e forte que se estende da base do 
processo coracoide até a face anterior do tubérculo maior do úmero. O ligamento transverso do úmero 
consiste em uma faixa fibrosa larga que segue mais ou menos obliquamente do tubérculo maior até 
o tubérculo menor do úmero, transpondo o sulco intertubercular. Ele converte o sulco em um canal, 
que mantém a bainha sinovial e o tendão do músculo bíceps braquial no lugar durante movimentos 
da articulação do ombro.
Esse tipo de ligamento consiste em uma estrutura osteoligamentar composta por um arco protetor 
localizado sobre a cabeça do úmero, impossibilitando seu deslocamento superior da cavidade glenoidal. 
O arco coracoacromial é tão resistente que um forte impulso superior do úmero não gera sua fratura, já 
que o corpo do úmero ou a clavícula sofrem a fratura primeiro.
Acrômio
Articulação acromioclavicular
Clavícula
Cartilagem articular
Escápula
Cavidade articular
Lábio da cavidade glenoide
Cápsula fibrosa
Membrana sinovial
Úmero
Cápsula fibrosa
Bolsa subacromial
Cavidade articular
Tendão da cabeça longa do 
músculo bíceps braquial
Figura 126 – Articulações do ombro
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Unidade II
Clavícula (cortada e elevada)
Ligamento trapezoide

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