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Elim. Intestinais (procedimentos)

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453
C A P Í T U L O
19
Eliminação Intestinal e Intubação Gástrica
Instrução para o Procedimento 19.1 Posicionando uma 
Comadre, 454
Habilidade 19.1 Removendo a Impactação Fecal, 457
Habilidade 19.2 Administrando um Enema, 459
Habilidade 19.3 Inserção, Manutenção e Remoção de Sonda 
Nasogástrica para Descompressão Gástrica, 464
A eliminação regular de resíduos intestinais é essencial para o 
funcionamento normal do organismo. Como a função intes-
tinal depende do equilíbrio de fatores físicos e psicológicos, os 
padrões e hábitos de eliminação variam entre os indivíduos. 
Quando o estado funcional dos pacientes sofre alterações ou 
quando eles adoecem, pode ser necessária assistência para man-
ter ou retomar os hábitos normais de eliminação. Isso inclui o 
uso de comadres ou administração de enema. Para manejar 
os problemas de eliminação intestinal dos pacientes, é preciso 
compreender a eliminação normal e os fatores que promovem, 
impedem ou alteram a eliminação, como constipação, diarreia 
e incontinência fecal.
Entre as desordens intestinais que exigem intervenção direta de 
enfermagem estão a diarreia, constipação e incontinência intes-
tinal. Se for ignorada, a constipação progride para a impactação 
fecal, quando as fezes bloqueiam o lúmen intestinal. A estase do 
conteúdo intestinal causa distensão abdominal e dor. Em alguns 
casos, as fezes líquidas passam ao redor da impactação, o que é 
frequentemente mal interpretado como diarreia. Se um paciente 
estiver constipado, provavelmente será necessária a adminis-
tração de enemas ou a remoção manual das fezes impactadas 
(Kyle, 2009).
Quando os pacientes são submetidos a cirurgias ou sofrem 
alterações nos movimentos peristálticos gastrintestinais (GI), é 
necessária a inserção de uma sonda nasogástrica (NG) para a 
descompressão gástrica. A descompressão gástrica reduz náuseas 
e vômito por manter o estômago vazio. Quando um paciente 
apresenta ausência ou redução dos movimentos peristálticos, é 
importante manter o estômago vazio.
CUIDADO CENTRADO NO PACIENTE
A eliminação intestinal é uma atividade muito íntima. É 
importante mostrar respeito pela privacidade do paciente, 
fornecer o conforto necessário e medidas de higiene, além de 
atender às necessidades emocionais do paciente ao realizar 
os procedimentos necessários. Ajudar pacientes imobilizados 
com o processo de eliminação auxiliando-os na colocação e 
remoção de comadres.
Fatores emocionais afetam a eliminação intestinal. Ansiedade, 
medo e raiva podem acelerar os movimentos peristálticos, resultando 
em diarreia e distensão gasosa. Outros fatores emocionais (p. ex., 
depressão) e físicos (p. ex., mobilidade reduzida, mudanças na alimen-
tação) frequentemente causam redução dos movimentos peristálticos, 
resultando em reabsorção crescente de água das fezes e constipação 
subsequente.
Deve-se conhecer as práticas culturais do paciente. É impor-
tante oferecer cuidados adequados ao gênero, mas em algumas 
culturas essa intervenção não é suficiente. Por exemplo, os hin-
dus e muçulmanos têm práticas de higiene diferentes. A mão 
esquerda é reservada para procedimentos impuros, tais como as 
práticas associadas à eliminação de fezes (Galanti, 2008; Giger 
e Davidhizar, 2008). Usar a mão direita para tocar o paciente e 
ajudá-lo em outros aspectos e usar a mão esquerda para ma-
nipular a comadre e fazer a limpeza da região perineal após a 
eliminação de fezes.
SEGURANÇA
Ao auxiliar pacientes na eliminação de fezes ou ao inserir uma 
sonda nasogástrica para descompressão gástrica, são essenciais 
práticas seguras de enfermagem. Técnicas seguras de manipulação 
do paciente, usadas ao se posicionar um paciente para remoção 
de um fecalito (impactação de fezes) ou para administração de 
enemas, são essenciais. É importante que o paciente compreenda 
a necessidade de se manter na mesma posição e tentar relaxar. 
Movimentos repentinos aumentam o risco de lesões causadas 
pela sonda retal. Pacientes com pouco controle do esfincter não 
conseguem reter o enema; posicionar o paciente na comadre 
facilita a administração do enema, armazena o fluido do enema e 
impede que o paciente se mova repentinamente quando o fluido 
do enema vaza.
Ao remover uma impactação fecal, existem outras questões 
de segurança. Se o paciente tiver um histórico de arritmia 
cardíaca, há um risco de bradicardia associada ao procedi-
mento, devido ao estímulo do ramo sacral do nervo vago. O 
procedimento é geralmente contraindicado em pacientes car-
diopatas. Entretanto, se for absolutamente necessário, deve-se 
monitorar a frequência cardíaca do paciente antes e durante 
o procedimento.
A colocação de uma sonda NG para descompressão gástrica tem 
múltiplas implicações para segurança relacionadas à colocação, 
454 CAPÍTULO 19 Eliminação Intestinal e Intubação Gástrica
manutenção e remoção da sonda (Habilidade 19.3); entretanto, 
há outras implicações. Por exemplo, a pressão da sonda contra as 
narinas do paciente aumenta o risco de lesão na pele. Portanto, 
é necessário o cuidado meticuloso da pele ao redor das narinas e 
do nariz. Devido à localização da sonda no nariz, os pacientes res-
piram pela boca, causando o ressecamento da mucosa. A higiene 
oral frequente e meticulosa diminui o desconforto da região e o 
risco de danos à mucosa oral.
TENDÊNCIAS NA PRÁTICA BASEADA 
EM EVIDÊNCIA
Gervitz C: Controlling pain: Managing opioid-induced cons-
tipation, Nursing 2008 (July):55, 2008.
A constipação é um sintoma e não uma doença. Para aliviar a 
constipação, mudanças no estilo de vida – como aumento na 
ingestão de fibras e líquidos, prática moderada de exercícios e 
eliminação do uso de laxantes – são muito úteis. Há cada vez 
mais evidências de que o consumo de alimentos que conte-
nham pouca gordura e bastante fibra alimentar reduz o risco 
de desenvolvimento de câncer colorretal, incontinência fecal e 
outras doenças digestivas. Além disso, o uso de medicamentos 
opioides, comumente usados para combater dores crônicas, 
causa constipação. Esses pacientes frequentemente precisam de 
agentes amolecedores de fezes e, se for tolerada, uma dieta rica 
em fibras para manejar a constipação induzida por opioides 
(Gevirtz, 2008).
A constipação e a incontinência fecal são especialmente proble-
máticas em pacientes mais idosos. Os sinais de constipação normal-
mente incluem movimentos intestinais pouco frequentes (menos do 
que a cada 3 dias), dificuldade ou impossibilidade de evacuar e fezes 
enrijecidas. Ajudar os pacientes e suas famílias a selecionar alimentos 
diferentes pode reduzir a incidência desses problemas. Exceto se 
houver contraindicação, recomendar ao paciente a ingestão de 2 a 
3 litros de líquidos diariamente. Uma dieta rica em fibras (de 25 a 
30 g/dia) reduz a constipação. À medida que as fibras passam pelo 
cólon, elas agem como uma esponja; como resultado, formam-se 
fezes mais macias e mais volumosas. Além disso, o resíduo se move 
mais facilmente pelo corpo, o que resulta em movimentos intestinais 
mais regulares, reduzindo a constipação e a incontinência.
O manejo da incontinência fecal requer um completo enten-
dimento de suas causas. A presença de diarreia é frequentemente 
associada aos episódios de incontinência. Pode também ocorrer 
o vazamento contínuo de diarreia com uma impactação. Um 
exame retal digital verifica a presença da impactação. A diarreia 
normalmente é causada pela dieta ou pelo uso de antibióticos, 
que alteram a flora do trato gastrintestinal. A diarreia é controlada 
com a ingestão complementar de farelos grossos, em vez de fibras 
refinadas, para reduzir o ritmo do trânsito intestinal e aumentar 
o volume do conteúdo fecal.
INSTRUÇÃO PARA O PROCEDIMENTO 19.1
Posicionando uma Comadre
Um paciente restrito ao leito usa a comadre para a eliminação 
das fezes. Existem dois tipos de comadres disponíveis (Fig. 19-1). 
A comadre regular e mais comumente utilizada possui uma ex-
tremidade superior curvada e macia e uma extremidade inferior 
afilada. Uma comadrepara fratura, projetada para pacientes com 
paralisias no corpo ou nas pernas ou para pacientes que não 
podem erguer os quadris (p. ex., após uma substituição total 
de articulação), acomoda-se facilmente embaixo do paciente. 
A extremidade superior (extremidade maior) de uma comadre 
regular se encaixa abaixo das nádegas do paciente até o sacro, 
com a extremidade inferior (extremidade afilada) encaixada na 
parte superior das coxas.
Delegação e Colaboração
A tarefa de posicionar a comadre pode ser delegada para a equi-
pe de auxiliares e técnicos de enfermagem. Instrua-os sobre o 
seguinte:
• Instruções de posicionamento correto para pacientes 
com restrições de mobilidade ou para pacientes que 
estejam usando equipamentos terapêuticos, como 
drenos de feridas, cateteres intravenosos ou traqueos-
tomia.
• Higienizar o períneo e as mãos dos pacientes, conforme 
necessário, após o uso da comadre.
FIG 19-1 Tipos de comadres. Esquerda, comadre regular, Direita, comadre para fraturas.
455INSTRUÇÃO PARA O PROCEDIMENTO 19.1 Posicionando uma Comadre
Equipamentos
• Luvas limpas
• Comadre (regular ou para fraturas) (Fig. 19-1)
• Papel higiênico
• Recipiente coletor (se necessário) ou saco plástico claramente 
etiquetado com data, nome do paciente e número de identi-
ficação
• Lavatório, lenços umedecidos, toalhas e sabonete
• Almofada absorvente à prova d’água (se necessário)
• Rolo de papel para cama limpo (se necessário).
Etapas do Procedimento
1. Veja Protocolo Padrão (ao final do livro).
2. Avaliar os hábitos normais de eliminação do paciente: for-
mato padrão, tipo de fezes, efeito de determinados alimen-
tos/líquidos e de hábitos da alimentação sobre a evacuação, 
efeito do estresse e nível de atividades em padrões normais 
de evacuação, medicamentos utilizados e ingestão normal 
de líquidos.
3. Fazer uma ausculta dos sons abdominais e palpar a parte 
inferior do abdome para verificar se há alguma disten-
são.
4. Avaliar o paciente para determinar o nível de mobilidade, 
incluindo a capacidade de se sentar, erguer quadris ou se 
virar.
5. Avaliar o nível de conforto do paciente. Observar especial-
mente a presença de dor retal ou abdominal, hemorroidas 
ou irritação da pele ao redor do ânus.
6. Determinar se há necessidade de amostras.
7. Para o conforto do paciente, colocar a comadre de metal em 
água morna corrente por alguns segundos e secá-la. Cuidar 
para que a comadre não esteja muito quente.
8. Elevar a grade lateral do lado oposto da cama.
9. Elevar a cama horizontalmente de acordo com a altura do 
enfermeiro.
10. Fazer com que o paciente fique em decúbito dorsal.
ALERTA DE SEGURANÇA Observar a 
presença de drenos, fluidos intravenosos e tração. Esses 
dispositivos podem impedir que o paciente auxilie no 
procedimento e pode ser necessária uma equipe maior para 
ajudar a colocar o paciente na comadre.
11. Posicionar sobre a comadre um paciente que pode ajudar.
a. Erguer a cabeça do paciente em 30 a 60 graus.
b. Remover as roupas de cama da parte de cima, somente o 
suficiente para que não atrapalhem o procedimento, mas não 
expor o paciente. Colocar a comadre em um local acessível.
c. Instruir o paciente sobre como flexionar os joelhos e 
elevar os quadris.
d. Colocar a mão perto da cabeça do paciente e apoiar o 
sacro do paciente para ajudá-lo a se erguer. Pedir ao 
paciente que flexione os joelhos e erguer os quadris. À 
medida que o paciente ergue os quadris, usar a outra 
mão para encaixar a comadre regular sob o paciente 
(ilustração). Certificar-se de que a borda aberta da co-
madre esteja voltada para o pé da cama. Não empurrar 
a comadre para baixo dos quadris do paciente.
e. Opcional: Se estiver usando uma comadre para fraturas, 
posicioná-la embaixo do paciente enquanto os quadris 
são suspensos. Certificar-se de que a parte estreita da 
comadre esteja voltada para o pé da cama.
ALERTA DE SEGURANÇA Usar uma comadre 
para fraturas, caso o paciente tenha sofrido uma substituição 
completa da pélvis. Uma almofada abdutora deve ser 
posicionada entre as pernas ao virar para evitar o 
deslocamento da nova articulação.
12. Posicionar um paciente imobilizado ou que esteja com res-
trições de mobilidade sobre a comadre.
a. Abaixar a cabeceira da cama ou suspender a 
cabeça ligeiramente (se tolerado pelas condições 
clínicas).
ETAPA 11d A, Posicionando uma comadre sob os quadris do paciente. B, Posicionamento correto 
do paciente sobre a comadre.
INSTRUÇÃO PARA O PROCEDIMENTO 19.1
Posicionando uma Comadre (cont.)
(Continua)
456 CAPÍTULO 19 Eliminação Intestinal e Intubação Gástrica
b. Remover as roupas de cama da parte de cima, somente 
o necessário para virar o paciente, evitando a exposição.
c. Ajudar o paciente a se deitar sobre um dos lados, com 
as costas voltadas para o enfermeiro.
d. Posicionar a comadre regular firmemente junto às ná-
degas do paciente e perto do colchão. Certificar-se de 
que a borda aberta da comadre esteja voltada para o pé 
da cama (ilustrações).
e. Mantendo uma das mãos segurando a comadre, colocar 
a outra mão em volta do quadril do paciente. Solicitar 
ao paciente para rolar para a comadre. Não forçar a 
comadre sob o paciente.
f. Suspender a cabeça do paciente em 30 graus ou até a 
inclinação que proporcione maior conforto (exceto se 
houver contraindicação). Manter os joelhos do paciente 
flexionados ou suspender a cama na área do joelho (ex-
ceto se houver contraindicação).
13. Manter o conforto e a segurança do paciente. Cobrir o 
paciente para mantê-lo aquecido.
14. Manter a campainha e o papel higiênico ao alcance do 
paciente e colocar a cama na posição mais baixa, com as 
grades da parte superior suspensas.
15. Remover e descartar as luvas.
16. Permitir que o paciente fique sozinho, mas monitorar seu 
estado e responder imediatamente.
17. Remover a comadre.
a. Posicionar a cadeira de cabeceira do paciente 
perto do lado de trabalho da cama.
b. Manter a privacidade; avaliar se o paciente pode limpar 
a sua própria área perineal. Se o enfermeiro precisar 
limpar a área, usar diversas camadas de papel higiênico 
ou de toalhas descartáveis. Para pacientes mulheres, 
fazer a limpeza do monte púbico em direção à área retal.
c. Depositar o papel contaminado na comadre. Entretanto, 
se for necessário o controle de eliminações ou a coleta 
de amostra, descartar o papel contaminado no banheiro. 
Permitir que o paciente faça a higiene das mãos após 
limpar a área perineal.
d. Para pacientes que podem se mover: Pedir ao paciente 
que flexione os joelhos, posicionando o peso do corpo 
na parte inferior das pernas, pés e parte superior do 
torso; suspender as nádegas do paciente, afastando-as 
da comadre. Ao mesmo tempo, posicionar a mão mais 
longe do paciente ao lado da comadre e posicionar a 
outra mão (mais próxima do paciente) embaixo do sa-
cro para auxiliar a suspensão. Colocar a comadre sobre 
a cadeira ao lado da cabeceira e cobrir.
e. Para pacientes imobilizados: Abaixar a cama na região 
da cabeça. Ajudar o paciente a se deitar de lado e 
longe da comadre. Segurar a comadre na horizontal 
e com firmeza enquanto o paciente estiver se virando; 
caso contrário, ocorrerá vazamento. Depois que o 
paciente estiver completamente afastado da coma-
dre, colocá-la sobre a cadeira ao lado da cabeceira e 
cobri-la.
18. Trocar as roupas de cama sujas, remover as luvas e retornar 
o paciente à posição confortável.
19. Veja Protocolo de Conclusão (ao final do livro).
20. Coletar a amostra, conforme solicitado. Esvaziar 
 a comadre no vazo sanitário ou em um recipien-
te especial em uma sala própria. As torneiras acopladas à 
maioria dos vasos sanitários hospitalares permitem que as 
comadres sejam enxaguadas completamente. Remover as 
luvas e fazer a higiene das mãos.
21. Observar e registrar as características das fezes, incluindo 
cor, odor, consistência, frequência, quantidade, forma e 
elementos constituintes.
22. Observar a integridade da pele na área perineal e perianal.
ETAPA 12d A, Posicionaro paciente sobre um dos lados e posicionar a comadre firmemente perto das nádegas. B, Empurrar 
a comadre para baixo e em direção ao paciente. C, A enfermeira coloca a comadre na posição correta. (A e B, de Sorrentino 
SA: Mosby's textbook for nursing assistants, ed. 7, St. Louis, 2008, Mosby.)
INSTRUÇÃO PARA O PROCEDIMENTO 19.1
Posicionando uma Comadre (cont.)
457HABILIDADE 19.1 Removendo a Impactação Fecal
HABILIDADE 19.1 REMOVENDO A IMPACTAÇÃO FECAL
A impactação fecal, uma incapacidade de evacuar fezes enrije-
cidas, ocorre em qualquer idade. Pessoas física e mentalmente 
incapacitadas e idosos institucionalizados compõem o grupo de 
maior risco. Muitas dessas pessoas recebem laxantes e emolientes 
fecais, o que altera seus padrões de eliminação, contribui para a 
impactação fecal e finalmente para a incontinência fecal (Schnelle 
et al., 2009). A impactação fecal ocorre quando existe um histórico 
de constipação. A constipação é definida como evacuação menos 
frequente. Entretanto, uma definição consensual de constipação 
funcional inclui dois ou mais dos seguintes fatores por, pelo me-
nos, 3 meses: (1) esforço para evacuar em, no mínimo, um quarto 
das vezes, (2) fezes nodulares ou enrijecidas (ou ambas) em, no 
mínimo, um quarto das vezes, (3) sensação de evacuação incom-
pleta em, no mínimo, um quarto das vezes ou (4) dois ou menos 
movimentos intestinais em uma semana (Kyle, 2009). Algumas 
intervenções (p. ex., dieta alimentar e exercícios) normalmente 
aliviam a constipação e reduzem o risco de impactação.
Os sintomas da impactação fecal incluem constipação, des-
conforto retal, anorexia, náusea, vômito, dor abdominal, diarreia 
(vazamento ao redor das fezes impactadas) e aumento da frequên-
cia urinária. A prevenção é a chave para manejar a impactação 
fecal. Entretanto, quando ela ocorre, a remoção digital das fezes é 
a única alternativa. A remoção digital das fezes é desconfortável e 
embaraçosa para o paciente. A manipulação retal excessiva pode 
causar irritação à mucosa, subsequente sangramento e estimulação 
do nervo vago, o que pode produzir uma redução reflexa da fre-
quência cardíaca. O procedimento é realizado quando a adminis-
tração de enemas (p. ex., retenção de óleo) ou de supositórios não 
for bem-sucedida na remoção das fezes impactadas.
AVALIAÇÃO
1. Perguntar ao paciente sobre seu padrão normal de eliminação 
intestinal, incluindo frequência e características das fezes, uso 
de laxantes, enemas e outros medicamentos; nível de exercícios 
regulares; urgência para evacuar, mas incapacidade de fazê-lo; 
presença de hemorroidas; desconforto abdominal, especial-
mente ao tentar evacuar; sensação de evacuação incompleta; e 
sensações de inchaço, cólicas ou excesso de gases. Justificativa: 
Essas informações são importantes para determinar os fatores 
causadores e as medidas preventivas.
2. Inspecionar o abdome do paciente para verificar se há dis-
tensão. Justificativa: A observação identifica inicialmente quais-
quer áreas distendidas ou assimétricas, que devem também ser 
investigadas com ausculta e palpação.
3. Auscultar todos os quatro quadrantes para verificar a presença 
de sons intestinais. Justificativa: Os sons intestinais hipoativos 
podem resultar de uma obstrução parcial do trato gastrintestinal, 
assim como constipação ou massas. Sons intestinais hiperativos 
podem estar presentes como resultado de irritação intestinal, 
assim como no caso da diarreia, obstrução parcial do trato gas-
trintestinal ou antes da evacuação.
4. Fazer palpação do abdome do paciente para verificar a presença 
de distensão, desconforto ou massas. Justificativa: Os sintomas 
estão relacionados ao acúmulo de fezes no trato gastrintestinal. 
Quando ocorre constipação intestinal grave, é possível sentir uma 
massa palpável.
5. Observar a região anal para verificar se há sinais de irritação 
decorrentes da passagem de fezes ou hemorroidas. Justificativa: 
Indica possível esforço ao evacuar.
6. Fazer a aferição dos sinais vitais do paciente e seu nível de 
conforto numa escala de 0 a 10. Justificativa: Estabelece uma 
referência para detectar a redução da frequência cardíaca de-
corrente da estimulação do nervo vago durante a estimulação 
digital.
7. Observar a consistência das fezes, vazamento de fezes 
líquidas ou passagem contínua de pequenas quanti-
dades de fezes duras. Remover as luvas e fazer a higiene das 
mãos. Justificativa: O vazamento de fezes é sintomático de uma 
impactação na região alta do cólon. O paciente pode ser capaz 
de eliminar pequenos pedaços de fezes duras ou ter episódios de 
passagem de pequenas quantidades de fezes líquidas (Leung e 
Rao, 2009).
8. Verificar se o paciente está recebendo terapia anticoagulante. 
Justificativa: O procedimento pode ser contraindicado. A irritação 
e a manipulação do reto frequentemente causam sangramento 
retal, que será mais prolongado com o uso de anticoagulantes.
9. Verificar no registro do paciente se há pedido médico de re-
moção digital de impactação. Justificativa: Um pedido médico 
é necessário devido à possível estimulação do nervo vago.
PLANEJAMENTO
Os Resultados Esperados focam-se na remoção da impactação 
e prevenção de lesões ao paciente.
1. O reto do paciente deve ficar livre de fezes.
2. Os sinais vitais do paciente devem permanecer normais 
durante e depois do procedimento.
3. O paciente deve estar livre de desconforto abdominal ou retal.
4. A área anal deve permanecer livre de danos ao tecido.
Delegação e Colaboração
A tarefa de remoção de uma impactação não pode ser delegada à 
equipe de auxiliares e técnicos de enfermagem. Instruí-los sobre 
o seguinte:
• Auxiliar o enfermeiro no posicionamento do paciente para 
a realização do procedimento
• O que deve ser observado (p. ex., cor e consistência das 
fezes evacuadas, sangramento retal ou muco com presença 
de sangue) e relatado ao enfermeiro
• Oferecer cuidado perineal frequente ao paciente
Equipamentos
• Luvas limpas
• Lubrificante anestésico local solúvel em água (OBSERVAÇÃO: 
Algumas instituições exigem o uso de lubrificante solúvel em 
água sem anestésico quando o enfermeiro realiza o procedi-
mento.)
• Almofada absorvente à prova d’água
• Comadre
• Tampa da comadre (opcional, se disponível)
• Cobertor de banho
• Lavatório, toalhas e sabonete
• Equipamentos de aferição dos sinais vitais
458 CAPÍTULO 19 Eliminação Intestinal e Intubação Gástrica
Resultados Inesperados e Intervenções 
Relacionadas
1. O paciente apresenta bradicardia, redução da pressão san-
guínea e redução do nível de consciência em decorrência da 
estimulação do nervo vago.
a. Interromper o procedimento e aferir os sinais vitais.
b. Comunicar o médico imediatamente.
c. Permanecer junto ao paciente e monitorar os sinais vitais 
e o nível de consciência.
2. O paciente apresenta vazamento de material fecal líquido após 
a remoção da impactação.
IMPLEMENTAÇÃO para REMOÇÃO DE IMPACTAÇÃO FECAL
ETAPAS JUSTIFICATIVA
1. Veja Protocolo Padrão (ao final do livro).
2. Identificar o paciente usando dois identificadores (p. ex., 
nome e data de nascimento, ou nome e registro hospitalar, 
de acordo com as diretrizes do local).
Assegura identificação correta do paciente. Cumpre com as 
normas da Joint Commission e aprimora a segurança do 
paciente (TJC, 2010).
3. Obter auxílio para ajudar o paciente a mudar de posição, se 
necessário.
Promove o manuseio seguro do paciente e boa mecânica corporal.
4. Abaixar a grade lateral do lado direito do paciente. Man-
tendo a grade mais distante elevada, ajudar o paciente a se 
deitar sobre o lado esquerdo com os joelhos flexionados e 
as costas voltadas para o enfermeiro.
Promove a segurança do paciente. Facilita o acesso ao reto.
5. Cobrir o tronco do paciente e as extremidades inferiores 
com toalhas e colocar o suporte à prova d’água embaixo 
das nádegas do paciente.
Mantém a privacidade do paciente e evita a exposição desneces-
sária do corpo.
6. Colocar a comadre perto do paciente.
7. Lubrificar o dedo indicadore o dedo médio da 
mão dominante vestida com luvas com lubrifican-
te anestésico.
Reduz o desconforto e permite a inserção sem atrito do dedo 
no ânus e no reto.
8. Instruir o paciente a respirar fundo e devagar durante o 
procedimento; inserir gradativa e gentilmente o dedo in-
dicador protegido com luva e sentir o relaxamento do ânus 
ao redor do dedo. Depois, inserir o dedo médio.
Respirar profunda e vagarosamente pode ajudar a relaxar o pa-
ciente. A inserção gradual do dedo indicador ajuda a dilatar 
o esfincter anal.
9. Avançar os dedos gradual e vagarosamente ao longo da 
parede retal em direção ao umbigo.
Permite alcançar as fezes impactadas na parte alta do reto.
10. Desprender gentilmente a massa fecal, movendo os dedos 
como uma tesoura para fragmentar a massa fecal. Penetrar 
a massa endurecida com os dedos.
Desprender e penetrar a massa permite que o enfermeiro a re-
mova pequenos pedaços, resultando em menor desconforto 
para o paciente.
11. Conduzir as fezes para baixo em direção ao final do reto. Re-
mover os pequenos pedaços de fezes e descartá-los na comadre.
Evita a necessidade de forçar o dedo contra o reto e minimiza 
o trauma à mucosa.
12. Observar a reação do paciente e avaliar periodicamente a 
frequência cardíaca; estar atento para sinais de fadiga.
A estimulação do nervo vago reduz a frequência cardíaca e pode cau-
sar arritmias. O procedimento pode causar cansaço ao paciente.
ALERTA DE SEGURANÇA Interromper o procedimento se a frequência 
cardíaca diminuir, se o ritmo se alterar ou se ocorrer sangramento retal.
13. Continuar a limpar as fezes do reto e permitir que o paciente 
descanse em intervalos.
O descanso aumenta a tolerância do paciente ao procedimento.
14. Após a remoção da impactação, fazer a higiene da região 
perineal (Cap. 10).
Proporciona conforto e sensação de limpeza ao paciente.
15. Remover a comadre e descartar as fezes. Reduz a transmissão de micro-organismos.
16. Se necessário, ajudar o paciente a ir ao toalete ou limpar a 
comadre. (O procedimento pode ser seguido por enema ou 
laxante.)
A remoção da impactação estimula o reflexo da evacuação.
17. Veja Protocolo de Conclusão (ao final do livro).
AVALIAÇÃO
1. Fazer o exame retal para verificar a presença de fezes e observar 
a área anal e perineal para verificar se há irritação ou lesões na 
pele.
2. Aferir os sinais vitais e comparar com os valores de referência. 
Continuar a monitorar o paciente para verificar a ocorrência 
de bradicardia por 1 hora.
3. Auscultar para verificar os sons intestinais.
4. Palpar o abdome para avaliar se ele está flácido e não sensível.
5. Pedir ao paciente para avaliar seu grau de conforto em uma 
escala de 0 a 10.
459HABILIDADE 19.2 Administrando um Enema
a. Avaliar o paciente para verificar se ainda há impactação.
b. Contatar o médico. Normalmente é necessário um suposi-
tório ou um enema para remover as fezes endurecidas da 
parte mais alta do reto.
c. Aumentar os fluidos (se permitido), fibra na dieta e nível 
de atividade para aumentar a atividade peristáltica.
3. O paciente apresenta trauma na mucosa retal, evidenciado pelo 
sangue na mão protegida pela luva.
a. Interromper o procedimento se o sangramento for excessivo.
b. Se o sangramento continuar, comunicar o médico ou outro 
profissional da área de saúde responsável pelo paciente para 
que sejam realizadas medidas de tratamento adicionais.
Registro e Relato
•	 Registrar	a	tolerância	do	paciente	ao	procedimento,	quantidade	
e consistência das fezes removidas, sinais vitais, nível de dor 
em uma escala de 0 a 10 e reações adversas.
•	 Relatar	quaisquer	alterações	nos	sinais	vitais	ou	reações	adver-
sas para o enfermeiro encarregado ou para outro profissional 
de saúde encarregado.
Amostra de Documentação
16h – Dez pedaços, variando de 1 a 2 cm de cumprimento, de 
fezes duras e marrom-escuras removidas do reto sem sangramento 
retal, dor ou fadiga. Pulso 80-88, forte e regular. Sons intestinais 
normais presentes em todos os quatro quadrantes. Ausência de 
distensão abdominal e queixas de dor.
Considerações Especiais
Pediatria
•	 A	remoção	digital	de	fezes	não	é	recomendada	na	pediatria	
(Hockenberry e Wilson, 2007).
Geriatria
•	 Muitos	adultos	idosos	têm	maior	propensão	a	arritmias	
e outros problemas relacionados à estimulação do nervo 
vago; monitorar a frequência e o ritmo cardíaco cuidado-
samente.
•	 No	mínimo,	28%	dos	adultos	idosos	apresentam	constipação	
como resultado de bolo alimentar insuficiente, ingestão ina-
dequada de fluidos, abuso de laxantes, tonicidade muscular e 
função motora reduzidas, redução do reflexo de evacuação, 
doença mental ou física e presença de tumores (Ebersole et 
al., 2008).
•	 Para	adultos	idosos,	a	instituição	de	uma	dieta	adequada	
em fibras alimentares (de 6 a 10 g/dia) acrescenta massa, 
peso e forma às fezes, melhorando a evacuação (Ebersole et 
al., 2008).
•	 Considerar	o	desenvolvimento	de	uma	rotina	regular	de	
ida ao banheiro que inclua a resposta à urgência de eva-
cuação.
Assistência Domiciliar (Home Care)
•	 Sugerir	que	o	paciente	ou	algum	membro	da	família	mantenha	
um diário semanal da ingestão de fluidos e refeições. Avaliar se 
o padrão alimentar contribui para a constipação. Recomendar 
uma dieta adequada em fibras, que inclua as preferências ali-
mentares do paciente.
•	 Pedir	que	o	paciente	ou	seu	cuidador	familiar	mantenham	um	
diário semanal sobre o funcionamento do intestino.
•	 Programas	intestinais	individualizados	desenvolvidos	após	
um derrame, lesão cerebral ou lesão à medula espinhal aju-
dam a reduzir a ocorrência de constipação e subsequente 
impactação.
HABILIDADE 19.2 ADMINISTRANDO UM ENEMA
Um enema é a instilação de uma solução dentro do reto e do 
cólon sigmoide para promover a evacuação por meio da estimu-
lação dos movimentos peristálticos. Eles são usados para tratar 
a constipação ou esvaziar o intestino antes de procedimentos 
diagnósticos ou cirurgias abdominais. Enemas pré-operatórios 
são frequentes para algumas cirurgias. Ensinar seus pacientes a 
não confiarem em enemas para manter a regularidade intestinal, 
porque eles não tratam a causa da irregularidade ou constipação. 
O uso frequente de enemas interrompe os reflexos normais de 
evacuação, resultando na dependência para a eliminação de 
fezes.
Os enemas de limpeza promovem a completa evacuação de 
fezes do cólon. Eles agem estimulando os movimentos peris-
tálticos por meio da infusão de um grande volume de solução 
ou pela irritação da mucosa do cólon. Cada solução interfere nos 
movimentos de fluidos no cólon. Quando é feito o pedido para 
administrar “enema até limpeza total” na preparação cirúrgica ou 
realização de exames diagnósticos, a água expelida pode conter cor, 
mas não deve conter material fecal sólido. Ao administrar “enemas 
até a limpeza total”, os pacientes normalmente recebem apenas 
três enemas consecutivos para prevenir desequilíbrio de fluidos e 
eletrólitos (verificar as diretrizes da instituição).
Enemas medicamentosos contêm agentes farmacológicos para 
reduzir drasticamente os níveis de potássio sérico (p. ex., enema 
de poliestireno sulfonato de sódio) ou para reduzir as bactérias no 
cólon antes de uma cirurgia intestinal (p. ex., neomicina).
Um enema carminativo como o Harris ou o enema de retorno 
de fluxo alivia os flatos acumulados. Sempre administrar uma 
quantidade pequena (100 a 200 mL) de solução de enema no reto 
e cólon do paciente. À medida que o recipiente for esvaziado, a 
solução flui novamente através do tubo do enema para o reci-
piente. Os flatos também retornam. Pode-se repetir lentamente, 
levantando e abaixando o recipiente várias vezes, para reduzir os 
flatos e aumentar os movimentos peristálticos.
O volume ou tipo de fluido que rompe a massa fecal expande a 
parede retal e inicia o reflexo da evacuação. Entre os tipos comuns 
de enema, estão incluídos:
• O enema de água de torneira (hipotônico) não deve ser 
repetido após a primeira instilação, devido à toxicidade daágua ou à possível sobrecarga circulatória. O soro fisiológico 
é mais seguro. Bebês e crianças podem tolerar somente 
soro fisiológico devido à sua predisposição ao desequilí-
brio de fluidos. Uma solução hipertônica (p. ex., fleet enema 
comercialmente preparado) é útil para pacientes que não 
460 CAPÍTULO 19 Eliminação Intestinal e Intubação Gástrica
podem tolerar um grande volume de fluidos. Apenas 120 a 
180 mL (113,4 a 170,1 g) normalmente são eficientes.
• O enema de Harris é um enema de fluxo de retorno que ajuda 
a expelir os gases intestinais. O fluido percorre alternadamen-
te o intestino grosso para dentro e para fora. Isso estimula a 
peristalse no intestino grosso e auxilia a remoção dos gases.
• O enema de água de sabão consiste numa mistura de sabão 
de Castela com água morna ou soro fisiológico, dependendo 
da condição do paciente e da frequência da administração. 
Usar somente sabão de Castela. A proporção recomendada 
de sabão puro para a solução é de 5 mL (1 colher de chá) 
para 1 litro de água morna ou soro fisiológico. Adicionar 
sabão ao saco do enema depois que a água estiver no local 
para evitar espuma excessiva.
• O enema de retenção de óleo usa uma solução com base em 
óleo. O cólon absorve um pequeno volume, que faz com 
que o óleo amoleça as fezes, facilitando a evacuação.
• A solução carminativa proporciona alívio da distensão cau-
sada por gases. Um exemplo é a solução MGW*, que contém 
30 mL de magnésio, 60 mL de glicerina e 90 mL de água.
AVALIAÇÃO
1. Examinar a prescrição médica que solicitou o enema e es-
clarecer o motivo para a administração do enema. Justificativa: 
A prescrição médica é exigida para pacientes hospitalizados. O 
pedido declara o tipo de enema e quantas aplicações o paciente 
irá receber.
2. Determinar o nível de entendimento do paciente quanto ao 
motivo do enema. Justificativa: Permite que o enfermeiro forneça 
as instruções adequadas.
3. Examinar o abdome para verificar se há distensão e auscultar 
os sons intestinais. Justificativa: Fornece uma linha de referência 
para avaliar a resposta ao enema.
4. Avaliar o registro médico para verificar a presença de pressão 
intracraniana aumentada, doenças cardíacas, glaucoma ou 
cirurgia abdominal, retal ou prostática recente. Justificativa: 
Essas condições contraindicam o uso do enema.
5. Avaliar os últimos movimentos intestinais, os padrões normais 
versus recentes de eliminação, presença de hemorroidas, mobi-
lidade e presença de dores abdominais ou cólicas. Justificativa: 
Determina os fatores que indicam a necessidade do enema e definem 
o tipo de enema a ser usado. Também estabelece a linha de referência 
para a função intestinal. As hemorroidas podem mascarar a aber-
tura retal e causar desconforto ou sangramento com a evacuação.
PLANEJAMENTO
Os Resultados Esperados focam-se em estabelecer um padrão 
de eliminação intestinal e consistência normal das fezes.
1. As fezes devem ser evacuadas.
2. O retorno do enema deve estar limpo.
3. O abdome deve estar flácido e não distendido.
Delegação e Colaboração
A administração do enema pode ser delegada para a equipe de 
auxiliares e técnicos de enfermagem. Instruí-los sobre o seguinte:
FIG 19-2 Saco enema com tubo.
FIG 19-3 Enema pré-embalado com ponta retal e tampa.
• Como posicionar apropriadamente os pacientes com equi-
pamentos terapêuticos, como drenos, cateteres intravenosos 
ou tração
• Como posicionar apropriadamente os pacientes com res-
trições de mobilidade
• Informar ao enfermeiro encarregado imediatamente sobre 
a presença de sangue nas fezes ou em torno da área retal, 
quaisquer alterações nos sinais vitais, dor abdominal, cólica 
abdominal ou distensão
Equipamentos
• Luvas limpas
• Lubrificante solúvel em água
• Almofadas absorventes à prova d’água
• Papel higiênico
• Comadre, mesa de cabeceira hospitalar ou acesso ao banheiro
• Lavatório, toalhas e sabão
• Cobertor de banho
• Suporte para intravenosos
Administração de bolsa enema
• Recipiente do enema (Fig. 19-2)
• Tubo e clamp (se não estiverem acoplados ao recipiente)
• Sonda retal de tamanho apropriado (adultos: 22 a 30 Fr.; crian-
ças: 12 a 18 Fr.)
• Volume correto de solução aquecida (morno) (adultos: 750 
mL a 1 litro; adolescentes: 500 a 700 mL; crianças em idade 
escolar: 300 a 500 mL; crianças de 1 a 3 anos: 250 a 350 mL; 
bebês: 150 a 250 mL).
Enemas pré-embalados
• Recipiente do enema pré-embalado com ponta para inserção 
retal (Fig. 19-3)
*Nota da Revisão Científica: da sigla em inglês: Magnesium, Glycerin 
and Water.
461HABILIDADE 19.2 Administrando um Enema
IMPLEMENTAÇÃO para ADMINISTRAÇÃO DE UM ENEMA
ETAPAS JUSTIFICATIVA
1. Veja Protocolo Padrão (ao final do livro).
2. Verificar a exatidão e a completude de cada registro de 
administração de medicamentos na prescrição, por escrito, 
do médico para a realização do procedimento ou adminis-
tração do medicamento. Verificar o nome do paciente, tipo 
de enema e tempo de administração. Comparar a prescrição 
médica com o rótulo da solução do enema.
A prescrição é a fonte mais confiável e o único registro legal de 
medicamentos ou procedimentos que devem ser adminis-
trados ao paciente.
Essa verificação assegura que o paciente irá receber a medicação 
correta.
3. Identificar o paciente com dois identificadores (p. ex., nome 
e data de nascimento ou nome e registro hospitalar, de 
acordo com as diretrizes da instituição). Se o enema pres-
crito for ser administrado, comparar os identificadores 
com as informações do paciente na prescrição médica ou 
no registro médico.
Assegura identificação correta do paciente. Cumpre com as 
normas da Joint Commission e aprimora a segurança do 
paciente (TJC, 2010).
4. Ajudar o paciente a se deitar sobre seu lado esquerdo (po-
sição de Sims) com o joelho direito flexionado. Pedir ao 
paciente que permaneça na mesma posição até o término 
do procedimento. Crianças podem ser posicionadas na 
posição dorsal flexionada.
Permite que a solução do enema flua para baixo, devido à gra-
vidade, ao longo da curva natural do cólon sigmoide e reto, 
facilitando a retenção da solução.
ALERTA DE SEGURANÇA Pacientes que tenham pouco controle do esfincter 
necessitam da colocação de uma comadre embaixo das nádegas. A administração do 
enema com o paciente sentado no vaso sanitário não é segura, porque a sonda retal 
curvada pode irritar a parede do reto.
5. Colocar o suporte absorvente à prova d’água vira-
do para cima, embaixo dos quadris e das nádegas.
Evita sujar a roupa de cama.
6. Cobrir o paciente com toalhas expondo apenas a área retal 
e permitindo que o ânus seja claramente visualizado.
Proporciona aquecimento, reduz a exposição das partes do corpo 
e deixa o paciente mais relaxado e confortável. Proporciona 
acesso ao ânus.
7. Separar as nádegas e examinar a região perianal para verifi-
car anormalidades, como hemorroidas, fissuras e prolapso 
retal.
Essas descobertas influenciam na abordagem do enfermeiro 
em relação à inserção do enema. O enema é contraindicado 
para pacientes com prolapso retal. As hemorroidas podem 
dificultar a visão da abertura anal.
8. Colocar a comadre ou cadeira hospitalar em uma posição 
facilmente acessível. Se o paciente for expelir o conteúdo 
no banheiro, certificar-se de que este esteja disponível e 
colocar os chinelos e roupão do paciente em local aces-
sível.
A comadre será utilizada se o paciente não puder sair da cama.
9. Administrar o enema
a. Administração do enema pré-embalado descartável.
(1) Remover a tampa de plástico da ponta do recipien-
te. Aplicar mais lubrificante solúvel em água, se for 
necessário.
A lubrificação permite a inserção da ponta do enema sem atrito, 
evitando traumas ou irritação retal.
(2) Separar as nádegas gentilmente e localizar o ânus. 
Instruir o paciente a relaxar, pedindo que ele expire 
lentamente pela boca.
A expiração promove relaxamento do esfincter retal externo. A 
presença de hemorroidas dificulta a visão da área anal.
(3) Expelir qualquer ar do interior do recipienteA entrada de ar do enema pode causar distensão e desconforto.
(4) Inserir gentilmente a ponta lubrificada do recipien-
te no canal anal em direção ao umbigo (ilustração).
Adultos: 7,5 a 10 cm
Adolescentes: 7,5 a 10 cm
Crianças: 5 a 7,5 cm
Bebês: 2,5 a 3,5 cm
A inserção delicada evita traumas à mucosa retal.
(Continua)
462 CAPÍTULO 19 Eliminação Intestinal e Intubação Gástrica
ETAPAS JUSTIFICATIVA
(5) Enrolar a garrafa plástica da base para a ponta 
até que toda a solução tenha penetrado o reto e o 
cólon. Instruir o paciente a reter a solução por 2 a 
5 minutos até que sinta vontade de evacuar.
Soluções hipertônicas requerem pequenos volumes para es-
timular a evacuação. Jatos intermitentes podem resultar no 
retorno da solução para o recipiente.
b. Administração de saco enema.
(1) Adicionar a solução aquecida ao saco: aquecer a 
água corrente à medida que ela flui da torneira; 
colocar o soro fisiológico em uma vasilha de água 
morna antes de adicioná-lo ao saco enema e veri-
ficar a temperatura da solução derramando uma 
pequena quantidade na parte interna do pulso.
A água quente pode queimar a mucosa intestinal. A água fria 
pode causar cólica abdominal e é mais difícil de ser retida.
(2) Se o enema com sabão for solicitado, adicionar 
sabão de Castela após a água.
Evita a formação de espuma no saco do enema.
(3) Levantar o recipiente, liberar o clamp e permitir 
que a solução flua até encher o tubo.
Remove o ar do tubo.
(4) Recolocar o clamp no tubo.
(5) Usar lubrificante na ponta do tubo (de 6 a 8 cm). Facilita a inserção do tubo no ânus.
(6) Separar gentilmente as nádegas e localizar o ânus. 
Instruir o paciente a relaxar, pedindo que ele expire 
lentamente pela boca.
A expiração promove o relaxamento do esfincter anal externo.
(7) Inserir a ponta do tubo retal apontando-a em di-
reção ao umbigo do paciente. A profundidade da 
inserção é variável (Etapa 9a(4)).
A inserção cuidadosa evita traumas à mucosa retal decorrentes 
de atrito acidental contra a parede retal. A inserção forçada 
além da profundidade recomendada pode causar a perfuração 
do intestino.
ALERTA DE SEGURANÇA Se o tubo não passar facilmente, não forçar. 
Permitir que uma pequena quantidade do fluido penetre e tente reinserir o tubo lentamente. 
A instilação do fluido pode relaxar o esfincter e proporcionar lubrificação adicional.
(8) Segurar a sonda no reto constantemente até o final 
da instilação do líquido.
A contração intestinal pode causar a expulsão da sonda retal.
(9) Abrir o clamp regulador, permitindo que a solução 
entre lentamente com o recipiente ao nível dos 
quadris do paciente.
A infusão rápida pode estimular a evacuação do tubo e causar 
cólicas.
(10) Elevar o recipiente do enema vagarosamente até 
o limite apropriado: 30 a 45 cm para enema alto; 
30 cm para enema regular (ilustração); 7,5 cm para 
enema baixo. O tempo de instilação varia de acor-
do com o volume da solução administrada (p. ex., 
1 litro pode levar 10 minutos). Pendurar o recipien-
te no suporte para intravenosos.
Permite a contínua e lenta instilação da solução. Elevar o reci-
piente a um nível muito alto causa a infusão rápida e possível 
distensão dolorosa do cólon. A pressão elevada pode causar 
ruptura intestinal em bebês.
ALERTA DE SEGURANÇA A cessação temporária da infusão minimiza a 
cólica e melhora a capacidade de retenção do líquido. Abaixar o recipiente ou recolocar o 
clamp no tubo se o paciente reclamar de dor ou cólica abdominal ou se o fluido vazar em 
torno da sonda retal.
(11) Instilar toda a solução e recolocar o clamp no tubo. 
Informar ao paciente que o procedimento foi con-
cluído e que a sonda retal será removida.
Evita a entrada de ar dentro do reto. Os pacientes podem inter-
pretar a saída do tubo como perda de controle.
10. Colocar camadas de papel higiênico ao redor da sonda, 
perto do ânus e gentilmente remover a sonda.
Proporciona conforto e limpeza do paciente.
463HABILIDADE 19.2 Administrando um Enema
Resultados Inesperados e Intervenções 
Relacionadas
1. O paciente não consegue reter a solução do enema.
a. Se isso ocorrer durante a instilação, diminuir a velocidade 
da infusão.
b. Posicionar a comadre enquanto administra a solução.
2. O paciente apresenta cólicas intensas, sangramento ou dor ab-
dominal forte e repentina e não sente alívio com a interrupção 
temporária ou redução do fluxo da solução.
a. Interromper a administração do enema.
b. Comunicar ao médico.
3. Se a prescrição for de “enemas até a limpeza total”, após três 
enemas, o líquido tem coloração intensa ou contém material 
fecal sólido.
a. Comunicar ao médico.
Registro e Relato
•	 Registrar	o	tempo,	o	tipo	e	o	volume	de	enema	administrado;	
os sinais e os sintomas do paciente; a resposta ao enema; e os 
resultados, incluindo cor, quantidade e aparência das fezes.
ETAPAS JUSTIFICATIVA
11. Explicar ao paciente que a sensação de distensão é nor-
mal. Pedir ao paciente para reter a solução o máximo de 
tempo possível até que ele sinta vontade de evacuar. Isso 
normalmente leva apenas alguns minutos. Permanecer ao 
lado da cama. Manter o paciente deitado tranquilamente 
na cama, se possível. (No caso de bebês e crianças, segurar 
gentilmente as nádegas unidas por alguns minutos.)
A solução distende o intestino. A duração da retenção varia de 
acordo com o tipo de enema e com a capacidade do paciente 
de contrair o esfincter retal. A retenção mais duradoura pro-
move estimulação mais efetiva da peristalse e da evacuação.
12. Ajudar o paciente a ir ao banheiro ou a usar a cadeira hos-
pitalar, se possível. Se a comadre estiver sendo utilizada, 
ajudar para que o paciente fique na posição mais próxima 
à posição normal de evacuação possível.
A posição de cócoras promove a evacuação.
13. Observar as características das fezes e da solução passada 
(alertar o paciente a não dar a descarga antes da inspeção).
Permite determinar se o enema foi eficaz.
14. Ajudar o paciente, se necessário, a lavar a área anal com 
água morna e sabão.
O conteúdo das fezes pode irritar a pele. A higiene proporciona 
conforto ao paciente.
15. Veja Protocolo de Conclusão (ao final do livro).
ETAPA 9a(4) Com o paciente deitado sobre o lado es-
querdo, na posição de Sims, inserir a ponta do enema 
comercial no reto. (De Sorrentino SA: Mosby's textbook for 
nursing assistants, ed. 6, St. Louis, 2006, Mosby.)
ETAPA 9b(10) O suporte para intravenosos é posicionado 
de modo que o saco enema esteja 30 cm acima do ânus e 
aproximadamente 45 cm acima do colchão (dependendo da 
altura do paciente). (Adaptado de Sorrentino SA: Mosby's 
textbook for nursing assistants, ed. 7, St. Louis, 2008, Mosby.)
AVALIAÇÃO
1. Perguntar ao paciente se o desconforto abdominal foi aliviado.
2. Examinar a cor, a consistência e a quantidade de fezes, o odor 
e as características do fluido passado.
3. Avaliar se há distensão abdominal.

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