Buscar

TEORIA PSICANALITICA UNIP MODULO I EXERCICIO 6

Prévia do material em texto

Leia atentamente o excerto abaixo, parte da Introdução de Freud em seus textos metapsicológicos.
Não é raro ouvirmos a exigência de que a ciência deve ser edi�cada sobre conceitos fundamentais claros e bem de�nidos. Na realidade, nenhuma ciência começa com tais de�nições, nem as mais
exatas. O verdadeiro início da atividade cientí�ca está na descrição de fenômenos, que depois são agrupados, ordenados e relacionados entre si. Já na descrição é inevitável que apliquemos ao
material certas ideias abstratas, tomadas daqui e dali, certamente não só da nova experiência. Ainda mais indispensáveis são essas ideias – os futuros conceitos fundamentais da ciência – na
elaboração posterior da matéria. Primeiro elas têm de comportar certo grau de indeterminação; é impossível falar de uma clara delimitação de seu conteúdo. Enquanto se acham neste estado,
entramos em acordo quanto ao seu signi�cado, remetendo continuamente ao material de que parecem extraídas, mas que na verdade lhes é subordinado. Portanto, a rigor, elas possuem o caráter
de convenções, embora a questão seja que de fato não são escolhidas arbitrariamente, mas determinadas por meio de signi�cativas relações com o material empírico – relações que acreditamos
adivinhar, ainda antes que possamos reconhecer e demonstrar. Apenas depois de uma exploração mais radical desse âmbito de fenômenos podemos apreender seus conceitos cientí�cos
fundamentais de maneira mais nítida e modi�cá-los progressivamente, tornando-os utilizáveis em larga medida e ao mesmo tempo livres de contradição. Então pode ser o momento de encerrá-
los em de�nições. Mas o progresso do conhecimento também não tolera de�nições rígidas ... Um conceito básico convencional, provisoriamente ainda um tanto obscuro, mas que não podemos
dispensar na psicologia, é o instinto [Trieb]. (FREUD, 1915; p. 163) 
FREUD, S. Os instintos e seus destinos.  In FREUD, S. Introdução ao narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916). Tradução Paulo César de Souza, São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Tendo em vista a citação acima, pode-se dizer que para Freud
A a ciência não tem qualquer valor, o que con�rma a vertente romântica e anticientí�ca de sua obra.
B
a teoria é uma generalização do conhecimento adquirido pela observação do material empírico, comprovado em uma experimentação. Freud tem a mesma concepção de ciência que têm os
positivistas.
C
a fundamentação teórica de uma ciência nunca está ausente durante a observação do material empírico. Mas não deve ser rígida, para poder permanecer sempre próxima do material
empírico e poder assinalar as signi�cativas relações estabelecidas no objeto observado.
D na medida em que a teoria antecipa o material empírico, ela opera como um dogma que determina a leitura do cientista. Assim, a ciência está baseada na crença irracional e dogmática.
E a teoria é uma convenção, uma interpretação, que cria fatos e material empírico. Freud concorda com Nietzsche quando este pensador diz que não existem fatos, mas apenas interpretações.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: B.

Mais conteúdos dessa disciplina