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Ciência Aberta - Guia da Disciplina


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CIÊNCIA ABERTA 
Me. Daianny Seoni de Oliveira 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2022 
 
 
1 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. O QUE É CIÊNCIA ABERTA 
 
Objetivo: 
Apresentar os fundamentos e o panorama histórico da Ciência Aberta. 
 
Introdução: 
 
No final do século XX, a proteção dos direitos de propriedade intelectual (DPI) trouxe 
uma dinâmica capitalista no processo de circulação da ciência e que beneficiou 
principalmente os editores privados. O acesso ao conhecimento científico era para poucas 
pessoas, pois o valor das assinaturas de periódicos eram altos e havia licenças restritivas 
de acesso e uso do material publicado. Em paralelo, a “sociedade de rede” disseminava a 
cultura livre digital, inspirada na cultura hacker, potencializada pelo desenvolvimento de 
sistemas eletrônicos e das plataformas digitais” (ALBAGLI, 2015). 
 
Essa dinâmica entre a “abundância/circulação ampliada/apropriação social versus 
escassez/concentração/apropriação privada da informação e do conhecimento [...]”, 
desafiou os modelos vigentes de regulação. Questões sobre a relação entre saber e o 
poder, bem como, conhecimento proprietário e aberto foram trazidas para o debate, dando 
início ao movimento da Ciência Aberta (ALBAGLI, 2015). 
 
1.1 Direito fundamental à informação 
 
 O movimento de Ciência Aberta tem alcance internacional e representa novos modos 
de pensar e de exercer a ciência, bem como, na sua relação com a sociedade. Em tempos 
de urgências de questões sociais e ambientais, além do combate às fake news, “o 
compartilhamento de dados, informações e descobertas” são fundamentais para 
empoderar uma sociedade democrática (ALBAGLI, 2015; PACKER, SANTOS, 2019). 
 
A iniciativa desse movimento veio com alguns marcos, como a Declaração de 
Budapest em 2002, a Declaração de Bethesda e a Declaração de Berlim em 2003. Na 
Declaração de Budapest, é colocada a necessidade de se remover barreiras de acesso à 
informação científica a fim de tornar essa literatura mais útil possível a todas as pessoas. A 
principal barreira que é colocada é a de valor, pois os periódicos em sua forma tradicional 
(impressa) geram custos que são evitáveis com a versão online. É uma questão de 
 
 
2 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
mudança de modelo de negócio, pois com a visibilidade advinda do Acesso Aberto há 
possibilidades de financiamentos e investimentos (BUDAPEST…, 2002, tradução nossa). 
 
A Declaração de Bethesda, endossa os princípios da Ciência Aberta e traz como 
objetivo a discussão com a comunidade científica, agências de financiamento, editores, 
bibliotecários, instituições de pesquisa e cientistas individuais, o documento está dividido 
em 4 seções, que são: Definição de Publicação de Acesso Aberto, Declaração do Grupo 
de Trabalho de Instituições e Agências de Financiamento, Declaração do Grupo de 
Trabalho de Bibliotecas e Editores, e Declaração de Cientistas e Grupo de Trabalho de 
Sociedades Científicas (DECLARAÇÃO DE BETHESDA…, 2003, tradução nossa). 
 
Na Declaração de Berlin sobre o Acesso Aberto ao Conhecimento nas Ciências e 
Humanidades, ela promove a internet como um instrumento funcional e apoia as discussões 
anteriores1. 
 
 Em 2015, sob liderança das Nações Unidas foi lançada a Agenda 2030, que consta 
17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os objetivos dessa agenda é 
erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, protegendo o meio ambiente e o clima. 
Abaixo estão os objetivos que abordam os principais desafios do Brasil e do mundo. 
 
 
Figura 1. Agenda 2030 – 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações 
Unidas. Fonte: Nações Unidas Brasil, disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs 
 
1 Disponível em: https://openaccess.mpg.de/Berlin-Declaration 
 
 
3 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Packer e Santos (2019), colocam que os Objetivos para o Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) e a Ciência Aberta são políticas contemporâneas e globais que 
convergem na busca de melhores condições de vida e proteção do meio ambiente [...], 
[portanto] são fatores chave na governança global”. 
 
1.2 Ciência Aberta 
 Santos et al (2017), colocam que o movimento da Ciência Aberta reforça a 
responsabilidade social científica pois amplia os impactos sociais e econômicos que a 
ciência possibilita por meio do acesso às publicações e dados de pesquisas oriunda do 
financiamento público. Colocam ainda que: 
 
Os principais benefícios de uma ciência aberta, que constituem a base de suas 
motivações, são: reprodutibilidade, transparência científica, velocidade de 
circulação da informação e reúso de dados, resultando numa ciência de maior 
qualidade e progressos mais rápidos (SANTOS, et al, 2017). 
 
De acordo com Packer e Santos (2019), o conceito de Ciência Aberta consiste em: 
“abertura de dados, infraestrutura, periódicos, entre outras ferramentas, para que sejam 
compartilhados, reutilizados e melhor aproveitados por todos os agentes que produzem a 
ciência e também pela sociedade que se beneficia dela”. 
 
Desse modo, a Ciência Aberta passa a constituir um termo guarda-chuva, que vai 
além do acesso livre a publicações científicas e inclui outras frentes, como é representada 
na figura a seguir: 
 
Figura 2. Um guarda-chuva abarcando as práticas independentes do conceito de Ciência Aberta. 
Fonte: FIOCRUZ, 2019, O que é Ciência Aberta?, disponível em: https://bit.ly/2G8OwXc 
https://bit.ly/2G8OwXc
 
 
4 Ciência Aberta 
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Dessa forma, entende-se a Ciência Aberta como um conceito amplo e que abrange 
outros fundamentos, mas permanecendo o objetivo principal que é a: 
 
[...] capacidade de reprodutibilidade da pesquisa, maior transparência do 
financiamento público, aumento da velocidade de circulação da informação como 
insumo para o progresso da ciência e reúso de dados em novas pesquisas, resultando 
numa ciência de maior qualidade, com progressos mais rápidos e alinhados às 
necessidades das sociedades (WOELFLE, OLLIARO & TODD, 2011 apud SANTOS 
et al, 2017). 
 
Segue abaixo algumas definições prévias dos principais conceitos que utilizaremos 
nessa disciplina: 
 
★ Acesso Aberto ou Open Access (OA): os usuários têm acesso gratuito para 
copiar, usar, distribuir, transmitir e exibir a obra publicamente e para fazer e 
distribuir obras derivadas, em qualquer meio digital para qualquer fim 
responsável, sujeito à devida atribuição de autoria (DECLARAÇÃO DE 
BETHESDA…, 2003, tradução nossa). 
★ Dados Abertos: são dados, não necessariamente textos, publicados sem 
restrição de licenças, patentes ou mecanismos de controle, de modo a estarem 
livremente disponíveis para serem utilizados e redistribuídos à vontade 
(SANTOS et al, 2017). 
★ Ciência Cidadã: pode ser definida como “pesquisa científica conduzida, no todo 
ou em parte, por cientistas amadores ou não-profissionais” (ALBAGLI; CLINIO; 
RAYCHTOCK, 2014). 
★ Revisão por pares aberta: inclui a abertura das identidades dos autores e 
pareceristas, a publicação dos informes dos pareceristas, e uma maior 
participação do público no processo de revisão dos artigos submetidos em uma 
revista científica2. 
★ Código Aberto: a Open Source Initiative (OSI) - Iniciativa pelo código aberto - é 
a organização dedicada a promover o software de código aberto ou software 
livre3. 
★ Caderno Aberto de laboratório: são os registros individuais de um pesquisador 
ou de um conjunto de cientistas de um laboratório, em tempo real e com licenças 
 
2 Disponível em: https://blog.scielo.org/blog/2018/02/28/sobre-as-vinte-e-duas-definicoes-de-revisao-por-pares-
aberta-e-mais/#.YbpFBGiZPrc 
3 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Open_Source_Initiative 
 
 
5 Ciência Aberta 
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livres, quepermitem a redistribuição e a reutilização do seu conteúdo por 
qualquer pessoa (ALBAGLI; CLINIO; RAYCHTOCK, 2014). 
★ Recursos Educacionais Abertos (REA): é a elaboração e disponibilização de 
materiais educativos (planos de aulas, livros, jogos, software e outros materiais 
de apoio ao ensino e aprendizagem) por meio de licenças livres, especialmente 
em ambientes de ensino a distância (ALBAGLI; CLINIO; RAYCHTOCK, 2014). 
★ Redes Sociais Científicas: redes sociais de colaboração para promover maior 
interação e colaboração entre cientistas (ALBAGLI; CLINIO; RAYCHTOCK, 
2014). 
 
Quanto ao papel das Bibliotecas e do Bibliotecário, de acordo com a DECLARAÇÃO 
DE BETHESDA (2003, tradução nossa), as: 
 
Bibliotecas se propõem a: 
 
Desenvolver e apoiar mecanismos para fazer a transição para a publicação de 
acesso aberto e fornece exemplos desses mecanismos para a comunidade. 
Em nossas atividades de educação e divulgação, dê alta prioridade ao ensino de 
nossos usuários sobre os benefícios da publicação em acesso aberto e periódicos 
em acesso aberto. 
Listar e destacar periódicos de acesso aberto em nossos catálogos e outras bases 
de dados relevantes (DECLARAÇÃO DE BETHESDA…, 2003, tradução nossa). 
 
A esse respeito, ler o post que trata de uma nova especialidade para a área da 
Biblioteconomia que é o bibliotecário de dados (data librarian): 
 
SPINAK, E. A especialidade dos Bibliotecários de Dados na Ciência Aberta [online]. 
SciELO em Perspectiva, 2019. Disponível em: https://blog.scielo.org/blog/2019/11/01/a-
especialidade-bibliotecarios-de-dados-na-ciencia-aberta/ 
 
1.3 Políticas científicas 
Santos (et al, 2017) coloca que a Ciência Aberta é um movimento mundial e que 
essa tendência “é verificada não apenas quanto aos dados abertos governamentais, mas 
também ao acesso aberto a publicações científicas, aos dados abertos científicos e à 
ciência cidadã, num movimento de implantação da Ciência Aberta no país”. 
 
 
6 Ciência Aberta 
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No Brasil, o governo brasileiro fez em 2011 uma parceria com o Governo Aberto4 
(Open Government Partnership, OGP) que visa à implantação de práticas de 
compartilhamento de dados produzidos pela administração pública. Em 2011 também foi 
criada a Lei de acesso à informação - 12.527/2011, um importante marco regulatório quanto 
ao acesso às informações públicas. Essa lei se destina a assegurar o direito fundamental 
de acesso à informação na administração pública, bem como, regular as questões de 
acesso, divulgação, procedimentos, restrições de acesso à informação e 
responsabilidades. 
 
Em 2018, no 4° Plano de Ação Nacional em Governo Aberto, foi lançado 11 
compromissos sendo o terceiro voltado para a Inovação e Governo Aberto na Ciência, sob 
a coordenação da Embrapa, e com a participação de organismos federais de Ciência e 
tecnologia (Capes, CNEN, CNPq, Embrapa, Fiocruz e IBICT) e atores da sociedade civil, 
com destaque para a Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) e o Programa 
SciELO/FAPESP no campo da comunicação científica (PACKER, SANTOS, 2019). Esse 
compromisso conta com nove marcos de execução, que são: 
 
1. Implantação de uma rede interinstitucional pela Ciência Aberta 
2. Realização de diagnóstico nacional e internacional da Ciência Aberta 
3. Definição de diretrizes e princípios para políticas institucionais de apoio à Ciência 
Aberta 
4. Promoção de ações de sensibilização, participação e capacitação em Ciência 
Aberta 
5. Articulação com agências de fomento para a implantação de ações de apoio à 
Ciência Aberta 
6. Articulação com editores científicos para a implantação de ações em apoio à 
Ciência Aberta 
7. Implantação de infraestrutura federada piloto de repositórios de dados de 
pesquisa 
8. Proposição de padrões de interoperabilidade para repositórios de dados de 
pesquisa 
 
4 Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/governo-aberto e https://dados.gov.br/pagina/dados-
abertos 
https://www.gov.br/cgu/pt-br/governo-aberto
 
 
7 Ciência Aberta 
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9. Proposição de conjunto de indicadores para aferição da maturidade em Ciência 
Aberta 
(PACKER, SANTOS, 2019) 
 
A participação dos organismos federais de Ciência e tecnologia, como a CAPES 
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científica e Tecnológico) tem o objetivo de avançar a Ciência 
Aberta no Brasil, a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) já 
exige um Plano de Gestão de Dados Científicos na submissão de projetos para obtenção 
de financiamento, assim como a disponibilização pública dos dados gerados. 
 
[...] é uma tendência mundial dos órgãos de fomento e mostra que o futuro da 
ciência caminha para o compartilhamento e acesso público de informações e dados 
que possam ser melhor utilizados e, assim, aumentar o impacto positivo da ciência 
para a sociedade que a financia. (Santos, et al, 2017). 
 
 
Santos (et al, 2017) também reitera a importância dos Repositórios Institucionais e 
coloca: “assim como os dados, as Instituições também devem disponibilizar um repositório 
de sua produção científica, garantindo que seus artigos publicados fiquem à disposição de 
qualquer usuário interessado”. 
 
A esse respeito, ler o livro: 
 
SANTOS, Paula Xavier, et al (Coord.). Livro Verde - Ciência aberta e dados abertos: 
mapeamento e análise de políticas, infraestruturas e estratégias em perspectiva nacional e 
internacional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 141 p. Disponível em: 
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117 
 
 
 
 
NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL. Agenda 2030 – 17 Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-
br/sdgs 
SILVA, F.C.C.; SILVEIRA, L. O ecossistema da Ciência Aberta. Transinformação, 
v.31, e190001, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2318-
0889201931e190001 
http://dx.doi.org/10.1590/2318-0889201931e190001
http://dx.doi.org/10.1590/2318-0889201931e190001
 
 
8 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
SPAMLab IEE-USP. Tudo sobre Acesso Aberto [vídeo]. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=Gx5JYjxyg5Y 
 
 
 
ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S., MACIEL, M.L. and 
ABDO, A.H. (org.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de 
Janeiro: Unirio, 2015. Disponível em: https://bit.ly/2o2b6c4 
 
ALBAGLI, S.; CLINIO, A.; RAYCHTOCK, S. Ciência Aberta: correntes 
interpretativas e tipos de ação │ Open Science: interpretive trends and types 
of action. Liinc em Revista, [S. l.], v. 10, n. 2, 2014. DOI: 
10.18617/liinc.v10i2.749. Disponível em: 
http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3593. Acesso em: 15 dez. 2021. 
 
BUDAPEST OPEN ACCESS INITIATIVE. 2002. Disponível em: 
https://www.budapestopenaccessinitiative.org/read/ 
 
BRASIL. Lei n.º 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a 
informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o , no inciso II do § 3o do art. 37 
e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e 
dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, p. 1, 18 nov. 
2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/lei/l12527.htm 
 
DECLARAÇÃO BETHESDA sobre Publicação com Acesso Aberto. 2003. 
Disponível em: http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/bethesda.htm 
 
PACKER, A.L.; SANTOS, S. Ciência aberta e o novo modus operandi de 
comunicar pesquisa – Parte I. SciELO em Perspectiva. 2019. Disponível em: 
https://blog.scielo.org/blog/2019/08/01/ciencia-aberta-e-o-novo-modus-
operandi-de-comunicar-pesquisa-parte-i/ 
 
SANTOS, Paula Xavier, et al (Coord.). Livro Verde- Ciência aberta e dados 
abertos: mapeamento e análise de políticas, infraestruturas e estratégias em 
perspectiva nacional e internacional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 141 p. 
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Gx5JYjxyg5Y
https://bit.ly/2o2b6c4
https://www.budapestopenaccessinitiative.org/read/
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117
 
 
9 Ciência Aberta 
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2. ACESSO ABERTO (OPEN ACCESS - OA) 
 
Objetivo: 
Estudar o conceito de acesso aberto ou open access (OA) como forma de 
compartilhamento e socialização do conhecimento. 
 
Introdução: 
 
A Ciência Aberta se inicia com o movimento de acesso livre às publicações 
científicas, sobre esse assunto a Rede Cariniana (2014) coloca: 
 
[...] surgiu por iniciativa da comunidade científica na década de noventa. Torna-se 
radical no início dos anos 2000 quando o movimento do acesso aberto se intensifica 
e se redefine com ampla configuração, abrangendo não somente o acesso livre às 
publicações científicas, mas também incluindo os dados da pesquisa em que se 
baseiam tais publicações. Em 2013 a Comissão Europeia definiu acesso aberto 
como a prática de fornecer acesso online gratuito às informações científicas que 
podem ser reutilizadas pelo usuário final. No contexto da pesquisa e inovação, 
"informação científica" pode referir-se à: (i) artigos revisados por pares (publicados 
em periódicos acadêmicos) ou (ii) dados de pesquisa (dados da pesquisa científica 
subjacentes às publicações, ou dados brutos em processo de curadoria). 
(EUROPEAN COMMISSION, 2013 apud CARINIANA, 2014) 
 
Desse modo, por acesso aberto, entendemos: a disponibilidade gratuita na Internet, 
permitindo que qualquer usuário leia, faça download, copie, distribua, imprima, pesquise ou 
crie links para os textos completos desses artigos, rastreá-los para indexação, transmiti-los 
como dados ao software ou usá-los para qualquer outra finalidade lícita, sem barreiras 
financeiras, jurídicas ou técnicas, a não ser aquelas inseparáveis de obter acesso à própria 
Internet. O acesso aberto à literatura de periódicos revisados por pares é o objetivo. O 
autoarquivamento (I.) e uma nova geração de periódicos de acesso aberto (II.) 
(BUDAPEST…, 2002, tradução nossa). 
 
Com esse movimento vem o conceito de Ciência 2.0, que sugere um novo uso da 
informação na ciência. Conforme o estudo de Machado (2015), essa nova ciência inclui o 
uso de: “ferramentas como wikis, blogs, vídeo para compartilhar achados, dados brutos e 
novas teorias”. Abaixo o quadro que ilustra as principais diferenças entre a Ciência 
tradicional e a “Ciência 2.0”. 
 
 
 
10 Ciência Aberta 
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Fonte: Machado (2015) 
 
2.1 Vias de Acesso Aberto 
Existem duas vias principais para se publicar artigos em Acesso aberto, que são: 
 
Via Dourada: que é o caminho escolhido para publicações de artigos em periódicos 
com Acesso Aberto (AA). Os artigos em AA Dourado podem ser publicados em periódicos 
de AA total (onde todo o conteúdo é publicado em AA) ou periódicos híbridos (um periódico 
de assinatura que oferece a opção de publicar artigos em AA) (SPRINGER, 2021). 
 
 
11 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Um panorama dos periódicos de AA total pode ser encontrado no Diretório de 
Jornais de Acesso Aberto (Directory of Open Access Journals - DOAJ5). 
 
Via Verde: Acesso Aberto por meio do depósito/autoarquivamento de artigos 
publicados em periódicos, anais e apresentações de conferências, revisados por pares, 
além de teses e dissertações, em um repositório de Acesso Aberto (SANTOS, ALMEIDA E 
HENNING, 2017). 
 
As publicações dos artigos científicos em um repositório podem ser nas versões Pré-
print e Post-print. 
 
● Pre-print – versão não revisada por pares ou não-editada do artigo. 
● Post-print – versão revisada por pares do artigo, mas não formatado para 
publicação. 
 
Existem políticas de autoarquivamento individuais por periódico ou editora que 
determinam os termos e condições, por exemplo, qual a versão do artigo que pode ser 
usada e quando é que o artigo pode se tornar acessível sem restrições no repositório 
(também chamado de período de embargo). 
 
Uma lista de políticas de autoarquivamento das editoras pode ser encontrada na 
base de dados SHERPA/RoMEO6 (SPRINGER, 2021). 
 
Os benefícios do Acesso Aberto, são vários e dentre eles se destacam7: 
 
● Aumento da visibilidade dos resultados de pesquisa, proporcionando acesso a 
um público mais amplo que, de outra forma, não teria acesso. 
● Maximiza o potencial de colaboração internacional das atividades de pesquisa. 
● Aumenta o potencial de citação, pois expande o acesso a descobertas de 
pesquisas revisadas por pares. 
 
5 Disponível em: https://doaj.org/ 
6 Disponível em: https://v2.sherpa.ac.uk/romeo/ 
 
7 Disponível em: https://www.aguia.usp.br/apoio-pesquisador/acesso-aberto-usp/entenda-o-que-e-
acesso-aberto/ 
 
 
12 Ciência Aberta 
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2.2 Direitos Autorais e Licença 
Os direitos autorais devem ser verificados pelos autores nas políticas de publicação 
das revistas, geralmente esse direito fica com o editor ou com a sociedade que publica o 
periódico. Mas, após um período de embargo, o autor pode depositar sua versão em um 
repositório. 
 
As Licenças Creative Commons8, são licenças gratuitas que dão o direito de utilizar 
a obra de um autor. Dependendo do tipo de atribuição, pode-se compartilhar e adaptar o 
material, sempre dando o crédito apropriado ao autor. Essas licenças são aplicáveis no 
mundo todo e duram o mesmo prazo do direito do autor, pois é baseado nele e os 
licenciantes podem adicionar ou não autorizações especiais. 
 
A esse respeito, ler o artigo: Sobre as licenças: a função das nossas licenças. 
Disponível em: https://br.creativecommons.net/licencas/ 
 
2.3 Políticas de Acesso Aberto e financiamento 
Instituições, financiadores, sociedades e organizações em todo o mundo adotaram 
políticas de Acesso Aberto, encorajando ou mesmo obrigando seus autores afiliados a 
disponibilizar gratuitamente suas pesquisas e dados (SPRINGER, 2021). 
 
Como é o caso da FAPESP e o Acesso Aberto às publicações resultantes de seu 
apoio. No início de 2019, a FAPESP oficializou sua Política de Acesso Aberto às 
Publicações9 Resultantes de seu Apoio, que torna obrigatória a publicação em repositórios 
institucionais de acesso aberto de todos os artigos publicados em periódicos, obedecendo-
se às normas de cada revista científica e sem que a FAPESP interfira sobre a decisão do 
pesquisador sobre em que revista científica pretende publicar. 
 
 
 
 
 
 
8 Disponível em: https://br.creativecommons.net/ 
9 Disponível em: https://fapesp.br/12632/portaria-cta-no-012019 
 
 
13 Ciência Aberta 
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CARINIANA. Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital. Ciência Aberta. 
2014. Disponível em: https://cariniana.ibict.br/index.php/fontes-de-
informacao/ciencia-aberta 
INFOGRÁFICO Interativo: Graus de liberdade em publicações de acesso aberto 
[Infográfico]. 2016. Galoá Journal. Disponível em: 
https://galoa.com.br/blog/infografico-interativo-graus-de-liberdade-em-
publicacoes-de-acesso-aberto. Acesso em: 26 out. 2020. 
INFOGRÁFICO com os principais marcos e iniciativas de acesso aberto no 
mundo. Disponível em: 
https://periodicos.fiocruz.br/sites/default/files/LINHA%20DO%20TEMPO%20
AA%20FINAL_0.pdf 
OPEN Science @ FAPESP. Disponível em: 
https://www.fapesp.br/openscience/ 
 
 
 
 
CARINIANA. Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital. Ciência Aberta. 
2014. Disponível em: https://cariniana.ibict.br/index.php/fontes-de-
informacao/ciencia-aberta 
 
MACHADO, Jorge. Dados Abertose Ciência Aberta. In: ALBAGLI, S., MACIEL, 
M.L. and ABDO, A.H. (org.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio 
de Janeiro: Unirio, 2015. Disponível em: https://bit.ly/2o2b6c4 
 
SANTOS, Paula Xavier, et al (Coord.). Livro Verde - Ciência aberta e dados 
abertos: mapeamento e análise de políticas, infraestruturas e estratégias em 
perspectiva nacional e internacional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 141 p. 
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117 
 
SPRINGER. O que é acesso aberto. 2021. Disponível em: 
https://www.springer.com/br/authors-
editors/authorandreviewertutorials/open-access/what-is-open-
access/12011752. 
 
 
https://periodicos.fiocruz.br/sites/default/files/LINHA%20DO%20TEMPO%20AA%20FINAL_0.pdf
https://periodicos.fiocruz.br/sites/default/files/LINHA%20DO%20TEMPO%20AA%20FINAL_0.pdf
https://cariniana.ibict.br/index.php/fontes-de-informacao/ciencia-aberta
https://cariniana.ibict.br/index.php/fontes-de-informacao/ciencia-aberta
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117
 
 
14 Ciência Aberta 
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3. DADOS ABERTOS 
 
Objetivo: 
Compreender o conceito de dados abertos de pesquisa e seus impactos nos 
sistemas de informação. 
 
Introdução: 
 
Os dados científicos abertos fazem parte do plano político de direito de acesso à 
informação e representam um grande benefício para a sociedade. Um dos marcos iniciais 
da discussão sobre dados abertos é o documento publicado em 2007 pela Organização 
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)10, que teve por objetivo 
fomentar a cooperação internacional voltada ao acesso e compartilhamento de dados de 
pesquisas financiadas com recursos públicos. 
 
Mas, o que são Dados Abertos? Machado (2015) coloca em sua pesquisa 8 
princípios para que Dados sejam considerados Abertos, que são: 
 
 
10 Disponível em: https://www.oecd.org/sti/inno/38500813.pdf 
 
 
15 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Fonte: Machado (2015) 
 
A noção de dados varia entre as áreas do conhecimento, pois os dados são gerados 
para diferentes finalidades de pesquisa e processos. Tipos de dados podem incluir, por 
exemplo, números, imagens, textos, vídeos, áudio, software, algoritmos, equações, 
animações, modelos, simulações (SAYÃO, SALES, 2015). 
 
 
 
 
16 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
17 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Fonte: Sayão, Sales (2015) 
 
Santos et al (2017) coloca que há muitos os desafios a serem enfrentados no 
processo de abertura e compartilhamento de dados de pesquisas: 
 
Neste leque de questões, destacam-se as disputas por prioridade da descoberta; 
preservação de dados para futuras pesquisas; proteção da propriedade intelectual; 
proteção de dados sensíveis ou confidenciais, tais como a proteção da privacidade 
de dados pessoais de participantes dos estudos, cláusulas contratuais e regulações 
específicas dos países (SANTOS et al, 2017). 
 
3.1 Plano de Gestão de dados (PGD) 
Sayão e Sales (2015), descrevem em sua pesquisa o ciclo de vida do plano gestão 
de dados para todos os dados que serão coletados, processados ou gerados por um projeto 
de pesquisa. De modo geral, um plano de gestão de dados (PGD) deve ter as metodologias 
e padrões que serão utilizados; as condições que esses dados serão compartilhados e/ou 
tornados abertos para a comunidade de pesquisa; e como eles serão curados e 
preservados. 
 
Abaixo, um resumo das informações recomendadas para compor o Plano de Gestão 
de Dados: 
 
 
 
18 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Fonte: Sayão, Sales (2015) 
 
Segue um exemplo de metadados das Coleções de dados: 
 
I 
Fonte: Sayão, Sales (2015) 
 
 
 
19 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
*O DOI (Digital Object Identifier)11 É um Identificador de Objeto Digital amplamente 
usado para artigos de periódicos científicos e se aplica também a coleções de dados, mas 
ele pode ser aplicado a qualquer objeto digital (livros, capítulos de livros, periódicos, etc.). 
 
As principais razões para a criação de um PGD são as seguintes: 
 
● Ajustar o seu projeto de pesquisa às políticas mandatórias da sua instituição 
e/ou 
dos órgãos de fomento à pesquisa; 
● Assegurar a integridade da pesquisa e o seu potencial de replicação; 
● Assegurar que os dados e demais registros de pesquisa sejam acurados, 
completos, autênticos e confiáveis; 
● Aumentar a sua eficiência como pesquisador – um plano que organize os dados 
e 
seu armazenamento permite que você foque na sua pesquisa. Você estará mais 
capacitado a localizar e usar os seus dados e compartilhá-los com os seus 
colaboradores; 
● Permitir que os seus dados sejam compreensíveis agora e no futuro – se os 
dados 
são bem documentados antes e durante a formação da coleção de dados, eles serão 
mais facilmente entendidos e reutilizados; 
● Economizar tempo e recursos a longo prazo; 
● Aumentar a segurança dos dados e minimizar os riscos de perda; 
● Evitar a duplicação de esforços na recoleta ou regeneração dos dados, 
possibilitando que outros pesquisadores se beneficiem dos seus dados e os 
interpretem em outros contextos e com novas visões; 
● Aumentar a visibilidade da pesquisa – se os seus dados foram planejados para 
estarem organizados e corretamente arquivados, eles poderão ser identificados, 
recuperados e citados, aumentando a visibilidade da sua pesquisa e o seu 
prestígio como pesquisador; 
● Tornar mais fácil a preservação e o arquivamento – ajustando antecipadamente 
a geração de dados tomando como referência as práticas, formatos e demais 
padrões mais adequados ao arquivamento e à preservação de longo prazo, torna 
 
11 Para mais informações, acesse: https://revistas.ufpr.br/atoz/article/view/42369/26039 
 
 
20 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a gestão de dados mais fácil e menos custosa; além do mais, tornam os dados 
mais aderentes aos requisitos dos repositórios e centros de dados (SAYÃO, 
SALES, 2015). 
 
Em 2017, a FAPESP lançou as bases para a abertura de dados com a exigência de 
Planos de Gestão de Dados12 quando da submissão de projetos. Tais planos descrevem 
os dados que serão gerados pela pesquisa, como serão tornados públicos, de que forma e 
por quanto tempo serão preservados. A obrigatoriedade de Planos de Gestão de Dados se 
aplica a todas as modalidades de financiamento. 
 
A esse respeito, ler os Planos de Gestão de Dados (PGD), da Fiocruz: Disponível 
em: https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/ciencia-aberta/serie3/curso2/aula5.html 
 
3.2 FAIR: dos princípios à prática 
O FAIR são princípios orientadores para publicação de dados e devem constar em 
um plano de gestão de dados. Os dados publicados tem o objetivo de serem localizáveis, 
acessíveis, interoperáveis e reutilizáveis13. 
 
 
 
Para ser localizável, qualquer dado deve ser único e persistentemente identificável. 
O mesmo dado deve ser reencontrado a qualquer momento, portanto, os dados devem ser 
persistentes, com ênfase em seus metadados (metadados são dados sobre outros dados). 
 
Os dados estão acessíveis na medida em que podem ser sempre obtidos por 
máquinas e os seres humanos. Após a autorização apropriada e através de um protocolo 
 
12 Disponível em: https://fapesp.br/gestaodedados 
13 Disponível em: https://www.force11.org/fairprinciples 
https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/ciencia-aberta/serie3/curso2/aula5.html
 
 
21 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
bem definido. Assim, as máquinas e os seres humanos serão capazes de avaliar a 
acessibilidade real de cada dados. 
 
Dados podem ser interoperáveis somente se: são acionáveis por máquina. Os 
formatos de (meta)dados utilizam vocabulários e / ou ontologias compartilhados. 
 
Para os dados serem reutilizáveis os critérios são: devem ser suficientemente bem 
descritos e que podem ser automaticamente (ou com o esforço humano mínimo) vinculados 
ou integrados, semelhante com outras fontes de dados, para permitir a citação adequada. 
 
3.4 Boas Práticas14 
Algumas iniciativas internacionais 
 
❖ Open Aire15 - Open Research Data Pilot in Horizon 2020 - União Europeia 
❖ La referencia16 - América Latina e Espanha - produção científica das instituições 
de educação superior e pesquisa. 
 
Algumas Iniciativas nacionais 
 
❖ Fiocruz17 - Plano de dados abertos; Livro Verde da Ciência aberta e dados 
abertos; curso “do acesso à Ciência Aberta''; Publicação “Marcos legais 
nacionais em face da abertura de dados para pesquisa em saúde”; Política de 
dados abertos. 
❖ CNPQ e IBICT - Lattes Data18 - A iniciativa é uma expansão da Plataforma Lattes 
com o objetivo de armazenar e permitir acesso aos dados oriundos dos projetos 
fomentados pelo CNPq, permitindo compartilhamento e reuso pela comunidade 
 
14 Ver mais iniciativas na página 112: SANTOS, Paula Xavier, et al (Coord.). Livro Verde - Ciência 
aberta e dados abertos: mapeamento e análise de políticas, infraestruturas e estratégias em perspectiva 
nacional e internacional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 141 p. Disponível em: 
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117 
15 Disponível em: https://www.openaire.eu/ 
16 Disponível em: https://www.lareferencia.info/pt/ 
17 Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/ 
18 Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/governo-aberto/noticias/2020/2/cnpq-e-ibict-lancam-
lattes-data 
 
 
22 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
científica e acompanhamento pela sociedade, além de múltiplas oportunidades 
de inovação. 
❖ Fapesp - Open Science @ FAPESP19 
❖ OASISbr20 - IBICT - Brasil - O portal brasileiro de publicações científicas em 
acesso aberto destinado a fornecer acesso gratuito à produção científica de 
autores vinculados a universidades e institutos de pesquisa brasileiros . 
❖ Unicamp, Unesp, Usp, Unifesp, UFABC, entre outras. 
 
 
 
ROSA, Samuel Santos da; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da; PAVãO, Caterina 
Marta Groposo. Iniciativas de acesso aberto no combate à pandemia : dados 
abertos e propriedade intelectual na disseminação da informação e 
conhecimento. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação, 
v. 19, 2021. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/164894 
 
SILVEIRA, E. O desafio do acesso aberto à publicação científica. Disponível em: 
https://revistaquestaodeciencia.com.br/questao-de-fato/2021/05/21/o-
desafio-do-acesso-aberto-publicacao-cientifica 
 
SAYÃO, Luis Fernando; SALES, Luana Faria. Guia de Gestão de Dados de 
Pesquisa para Bibliotecários e Pesquisadores. Rio de Janeiro: CNEN/IEN, 
2015. 90 p. Disponível em: 
http://carpedien.ien.gov.br/bitstream/ien/1624/1/GUIA_DE_DADOS_DE_PES
QUISA.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 Disponível em: https://www.fapesp.br/openscience/ 
20 Disponível em: https://oasisbr.ibict.br/vufind/ 
https://brapci.inf.br/index.php/res/v/164894
https://revistaquestaodeciencia.com.br/questao-de-fato/2021/05/21/o-desafio-do-acesso-aberto-publicacao-cientifica
https://revistaquestaodeciencia.com.br/questao-de-fato/2021/05/21/o-desafio-do-acesso-aberto-publicacao-cientifica
 
 
23 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
MACHADO, Jorge. Dados Abertos e Ciência Aberta. In: ALBAGLI, S., MACIEL, 
M.L. and ABDO, A.H. (org.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio 
de Janeiro: Unirio, 2015. Disponível em: https://bit.ly/2o2b6c4 
 
SANTOS, Paula Xavier, et al (Coord.). Livro Verde - Ciência aberta e dados 
abertos: mapeamento e análise de políticas, infraestruturas e estratégias em 
perspectiva nacional e internacional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 141 p. 
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117 
 
SAYÃO, Luis Fernando; SALES, Luana Faria. Guia de Gestão de Dados de 
Pesquisa para Bibliotecários e Pesquisadores. Rio de Janeiro: CNEN/IEN, 2015. 
90 p. Disponível em: 
http://carpedien.ien.gov.br/bitstream/ien/1624/1/GUIA_DE_DADOS_DE_PES
QUISA.pdf 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/2o2b6c4
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24117
 
 
24 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. CIÊNCIA CIDADÃ 
 
Objetivo: 
Aprender como a Ciência Aberta pode aproximar a sociedade da pesquisa científica. 
 
Introdução21: 
 
Esse termo surge quase que simultaneamente no início dos anos 90, para designar 
a forma de envolvimento do público com a ciência. Alan Irwin usou o termo para falar de 
uma ciência democrática e ativista e Rick Bonney para descrever projetos em que o público 
se envolve ativamente na investigação científica, uma ciência participativa. Os princípios 
éticos e a forma de participação do público, passam a ser os limites estabelecidos a fim de 
se adotar o conceito de ciência cidadã. 
 
Ficam de fora desse conceito projetos ou iniciativas: em que o cidadão é apenas o 
objeto da pesquisa; em que o cidadão é contratado para coletar dados para os cientistas; 
e quando usam dados de cidadãos por meio de amostras ou mão de obra sem indicar para 
que serão usados. 
 
Os projetos de ciência cidadã podem ser classificados quanto aos seus propósitos, 
como: mapear espécies; informar as ações de conservação; ações comunitárias, ativismos, 
aprendizagem e desenvolvimento de habilidades; projetos de investigação; orientação de 
políticas e gestão de recursos naturais e monitoramento em larga escala paisagens e 
ecossistemas, entre outros. 
 
Os projetos mais comuns de ciência cidadã são os contributivos em que os 
voluntários participam, principalmente, da coleta de dados. Nos sites Zooniverse e 
INaturalist você pode encontrar diversos projetos com esse perfil. 
 
Uma outra forma de participação são os projetos colaborativos, que são projetos 
desenhados por cientistas onde os participantes coletam dados, mas também ajudam em 
 
21 Texto baseado na palestra: Ciência Cidadã: Indo além da coleta de dados proferida pela Profa. 
Dra. Blandina Felipe Viana (UFBA). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zMosE3m6lb4 
 
 
25 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
outras etapas do processo científico. No Brasil temos o exemplo do SiBBr e o programa 
internacional do The Globe Program. 
 
Existem também os Projetos Co-criados, em que voluntários e pesquisadores que 
participam de todas as etapas da pesquisa que irão direcionar o projeto. Exemplos de 
projetos co-criados é o Garden Roots. 
 
E por fim os Projetos colegiais22, onde não cientistas trabalham por conta própria e 
produzem conhecimentos científicos de forma independente (ex. astrônomos, arqueólogos 
e taxonomistas amadores). 
 
Na ciência cidadã a qualidade da participação pública é a chave e dependerá da 
atenção dada ao estágio inicial de interação para identificação das questões de interesse, 
visando o impacto social. Para alcançar os objetivos propostos tem que se definir o tipo e 
quantidade de dados/informação; público alvo e interesses/motivações e definir os recursos 
humanos multidisciplinares e financeiros. 
 
No geral os autores recomendam o uso da abordagem da ciência cidadã em 
programas de monitoramento regionais, pois além de gerar informações valiosas, também 
contribui para o engajamento público em ações de conservação e tomada de decisão. 
 
Alguns países já estão adotando a ciência cidadã como ferramenta para ampliar o 
conhecimento sobre status dos polinizadores. Como o The Great Sunflower Project nos 
EUA e Vigie nature na França. No Brasil temos o Guardiões, projeto colaborativo de 
voluntários no monitoramento de plantas e visitantes florais. 
 
As contribuições da ciência cidadãvão além das coletas de dados, as informações 
geradas e as oportunidades de engajamento público, permitem apoiar transições 
sustentáveis em áreas complexas como energia renovável, saúde pública ou conservação 
ambiental. 
 
22 Dica: o filme The Dig (no Brasil, A Escavação disponível na Netflix) é um exemplo de projeto 
colegial. É um filme de drama de 2021 dirigido por Simon Stone, baseado no romance homônimo de John 
Preston de 2007, que reinventa os eventos da escavação de Sutton Hoo em 1939. É estrelado por Carey 
Mulligan, Ralph Fiennes, Lily James, Johnny Flynn, Ben Chaplin, Ken Stott, Archie Barnes e Monica Dolan. 
Para mais informações, acesse: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Dig_(filme) 
 
 
26 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
As participações do cidadão nos projetos ajudam a identificar problemas e encontrar 
soluções; facilitar o aprendizado e as mudanças comportamentais, além de contribuir para 
uma participação mais ativa da sociedade nas mudanças sócio-políticas. 
 
Portanto, a ciência cidadã é uma ferramenta valiosa na educação científica e 
ambiental, pois facilita o aprendizado, levando a uma melhor compreensão da ciência e dos 
processos científicos. 
 
Abaixo, listamos os Dez princípios da ciência cidadã23 elaborados pela European 
Citizen Science Association, onde se coloca que a aproximação da sociedade na pesquisa 
científica, melhora a compreensão e o conhecimento em ciência da sociedade de um modo 
geral. 
 
4.1 Dez princípios da ciência cidade] 
1. Os projetos de ciência cidadã envolvem ativamente os cidadãos nas atividades 
científicas o que gera novo conhecimento e compreensão. Os cidadãos podem atuar como 
contribuidores, colaboradores ou como líderes de projetos e assumir um papel significativo 
no projeto. 
 
2. Os projetos de ciência cidadã produzem genuínos resultados científicos. Por 
exemplo, respondendo a uma pergunta de investigação ou colocando em prática ações de 
conservação, decisões de gestão ou políticas ambientais. 
 
3. Tanto os cientistas como os cidadãos cientistas beneficiam da sua participação 
nos projetos de ciência cidadã. Os benefícios podem incluir a publicação de resultados da 
investigação, oportunidades de aprendizagem, prazer pessoal, benefícios sociais, 
satisfação através do contributo em evidências científicas para, por exemplo, encontrar 
respostas para questões com relevância local, nacional ou internacional e, desta forma, 
influenciar políticas nesta área. 
 
 
23 Disponível em: https://ecsa.citizen-science.net/wp-
content/uploads/2020/02/ecsa_ten_principles_of_cs_portuguese.pdf 
 
 
27 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. Os cidadãos cientistas podem, caso queiram, participar em várias etapas do 
processo científico. O que pode incluir o desenvolvimento de uma questão científica, o 
delinear dos métodos a utilizar, a recolha e análise dos dados e a comunicação dos 
resultados. 
5. Os cidadãos cientistas recebem feedback do projeto. Sobre, por exemplo, como 
os dados recolhidos estão a ser usados e quais os resultados no campo da investigação, 
política e sociedade. 
 
6. A ciência cidadã é considerada como abordagem de investigação como qualquer 
outra, com limitações e enviesamentos que devem ser considerados e controlados. 
Contudo, ao contrário das abordagens científicas tradicionais, a ciência cidadã providencia 
oportunidades para um maior envolvimento do público e uma democratização da ciência. 
 
7. Dados e metadados resultantes de projetos de ciência cidadã são tornados 
públicos e sempre que possível publicados num formato de acesso livre. A partilha de dados 
pode acontecer durante ou depois do projeto, a menos que existam motivos de segurança 
e privacidade que o impeçam. 
 
8. O contributo dos cidadãos cientistas é reconhecido publicamente nos resultados 
dos projetos e nas publicações. 
 
9. Os programas de ciência cidadã são avaliados pelos seus resultados científicos, 
qualidade dos dados, experiência para os participantes e abrangência dos impactos sociais 
e políticos. 
 
10. Os responsáveis de projetos de ciência cidadã têm em consideração questões 
legais e éticas relativas ao copyright, propriedade intelectual, acordos sobre partilha de 
dados, confidencialidade, atribuição e impacto ambiental de qualquer atividade. 
 
Esse é o conceito de Ciência Cidadã que tem se desenvolvido bastante no mundo 
todo e trazido importante ampliação do conhecimento científico para a sociedade. 
 
 Boas práticas e Ferramentas de Ciência Aberta 
 
 
 
28 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Parceria Global para a Ciência do Cidadão. Uma rede de redes que busca promover 
e avançar a ciência cidadã para um mundo sustentável. Disponível em: 
http://citizenscienceglobal.org/ 
 
 
 
JURANDIR, Junior. Guardiões da Chapada. Vimeo, 2017. Disponível em: 
https://vimeo.com/218991252. 
GHILARDI-LOPES, Natália Pirani. Parceria com o público: pesquisas científicas 
realizadas com a participação de leigos ganham espaço [podcast]. Disponível 
em: https://revistapesquisa.fapesp.br/parceria-com-o-publico/ 
ROCHA, Luana M. P. Os cientistas e a ciência cidadã: um estudo exploratório 
sobre a visão dos pesquisadores profissionais na experiência brasileira. 
Dissertação de Mestrado em Ciência da Informação. IBICT: UFRJ, 2019. 
Disponível em: 
https://ridi.ibict.br/bitstream/123456789/1053/1/dissertacao-final-
LuanaRocha-Ciencia%20cidada%20e%20cientistas%20profissionais.pdf 
SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE A BIODIVERSIDADE BRASILEIRA (SiBBr). 
Ciência Cidadã. Disponível em: https://www.sibbr.gov.br/. 
 
 
 
 
Ciência Cidadã: Indo além da coleta de dados. [palestra] Profa. Dra. Blandina 
Felipe Viana (UFBA). Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=zMosE3m6lb4 
 
 
EUROPEAN Citizen Science Association.Dez princípios da ciência cidadã. 
Disponível em: https://ecsa.citizen-science.net/wp-
content/uploads/2020/02/ecsa_ten_principles_of_cs_portuguese.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://citizenscienceglobal.org/
https://vimeo.com/218991252
https://www.sibbr.gov.br/
https://www.youtube.com/watch?v=zMosE3m6lb4
 
 
29 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5. REVISÃO POR PARES ABERTA 
 
Objetivo: 
Conhecer a Revisão por Pares Aberta e seu uso por periódicos acadêmicos. 
 
Introdução: 
 
Para estudar sobre revisão de pares aberta, se faz necessário conhecer sobre como 
funciona o processo para publicação de um artigo científico em uma revista. Se você é 
estudante de graduação para publicar um artigo, deve fazer coautoria com um professor, 
pois a titulação mínima exigida pela revista é de mestre. Assim, o desenvolvimento do artigo 
se inicia, não esqueça que o assunto deve ser relevante para área de pesquisa. 
 
Revisando o que vimos na disciplina de Normalização Documentária, o processo 
para se escrever um artigo é o mesmo da redação de Trabalho de Conclusão de Curso ou 
Dissertação e Tese. Tem uma metodologia própria e regras de formatação de devem ser 
seguidas. Abaixo coloco a sequência dessa redação: 
 
 
Fonte: Raymundo (2020) 
 
Após a redação, deve-se escolher a revista que deseja publicar. Uma das fontes 
escolhidas para esse processo é a Qualis Periódicos, Plataforma Sucupira da Capes 
(Coordenação de Aperfeiçoamento do Ensino Superior). Nesta plataforma são encontradas 
revistas que foram avaliadas por área de conhecimento e receberam notas de acordo com 
 
 
30 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
os critérios estabelecidos pela Capes. Esse é um meio de se encontrar revistas de 
qualidade e não predatórias. Sobre as revistas científicas predatórias24, elas são 
conhecidas assim pois o interesse delas é puramente comercial/financeiro e não há critérios 
científicos ou éticos que as validam. Essas revistasnão tem um corpo editorial, qualificação 
acadêmica, avaliação por pares entre outros requisitos que estabelecem a qualidade de um 
periódico. 
 
Após a escolha da revista, é enviado o artigo geralmente em formato word (não 
esqueça de verificar os requisitos que a revista solicita ao autor, como: formatação, se há 
necessidade de uso de template (modelo de artigo), escopo de conteúdo/tipos de pesquisa 
que essa revista tem interesse, entre outras regras). Depois, é feita a avaliação por pares 
(é aqui que entra a temática deste capítulo e vou explicar mais adiante), após é dado um 
parecer dos avaliadores aceitando ou não seu artigo, e também indicando algumas 
correções. Depois das correções e aceite, é editado esse material pela revista, colocado o 
DOI25 do autor e publicado no site. Vejam abaixo o resumo dessa sequência: 
 
 
Fonte: Núcleo do conhecimento26. 
 
 
24 Para saber mais, acesse: https://www.periodicosdeminas.ufmg.br/o-que-sao-revistas-cientificas-
predatorias/ 
25 Digital Object Identifier (DOI), é o registro de autoridade para o padrão ISO (ISO 26324). Disponível 
em: https://www.doi.org/ 
26 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/enviar-artigo-cientifico-para-submissao 
 
 
31 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Voltando para a etapa de avaliação por pares (também conhecido como peer review 
ou referee system), existem três modelos que são utilizados nesse processo, que são: 
 
a) simples cego, apenas o avaliador sabe quem é o autor 
b) o duplo cego, nem o autor, nem o revisor são identificados 
c) a revisão aberta em que avaliadores e autores são identificados 
(OLIVEIRA, 2018 apud OLIVEIRA, 2020) 
 
Ford (2013 apud Mendes da Silva, 2019) trata essa modalidade de revisão como um 
conjunto de termos que remetem a modelos, adaptáveis de modo a atenderem requisitos 
de Ciência Aberta, tais como: Identidades abertas, Opiniões e pareceres abertos, 
Participação aberta, Interação aberta, Manuscritos abertos antes da revisão pelos pares, 
Comentários abertos à versão final, e Plataformas abertas. 
 
Uma das vantagens de se adotar a revisão por pares aberta é o reconhecimento dos 
revisores. Com os relatórios abertos, a responsabilização e qualidade aumentam, bem 
como, a transparência no processo editorial (MENDES DA SILVA, 2019). 
 
A revisão por pares aberto tende a ser padrão, um novo documento de entrada e 
permanência da SciELO27, atualizado em maio de 2020, apresenta essa tendência ao 
sugerir a transparência e abertura progressiva da revisão por pares (OLIVEIRA, 2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 Disponível em: https://wp.scielo.org/wp-content/uploads/20200500-Criterios-SciELO-Brasil.pdf 
 
 
32 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
OLIVEIRA, E. C. P. de. Revisão por pares aberta: análise das revistas open 
access. In: ABEC MEETING, 2, 2018, São Paulo. Anais… São Paulo: Associação 
Brasileira de Editores Científicos, 2018. p. 1-5. 
http://dx.doi.org/10.21452/abecmeeting.2018.180. 
Revisão por pares: desafios frente à Ciência Aberta [VIDEO]. Fórum de editores 
científicos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Kl_wuH2lO_s 
 
 
 
 
RAYMUNDO, R. T. Como publicar seu primeiro artigo científico? 2020. 
Disponível em: https://viacarreira.com/como-publicar-seu-primeiro-artigo-
cientifico/ 
 
OLIVEIRA, E. C. P. de. Revisão por pares aberta: análise das revistas open 
access. In: ABEC MEETING, 2, 2018, São Paulo. Anais… São Paulo: Associação 
Brasileira de Editores Científicos, 2018. p. 1-5. 
http://dx.doi.org/10.21452/abecmeeting.2018.180. 
 
OLIVEIRA, C. O processo de revisão por pares aberta. 2020. Periódicos UFMG, 
notícias. Disponível em: https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-
revisao-por-pares-aberta/ 
 
MENDES DA SILVA, Wesley. Revisão pelos pares e ciência aberta na 
comunidade de pesquisa em negócios. Revista de Administração 
Contemporânea, Maringá, v.23, n.4, jul./ago. 2019. 
 
http://dx.doi.org/10.21452/abecmeeting.2018.180
https://viacarreira.com/como-publicar-seu-primeiro-artigo-cientifico/
https://viacarreira.com/como-publicar-seu-primeiro-artigo-cientifico/
http://dx.doi.org/10.21452/abecmeeting.2018.180
https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-revisao-por-pares-aberta/
https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-revisao-por-pares-aberta/
 
 
33 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. CÓDIGO ABERTO (Open Source) 
 
Objetivo: 
 
Estudar o código aberto e seu apoio na promoção de softwares livres. 
 
Introdução: 
 
O código aberto também conhecido como open source foi popularizado no final da 
década de 90, com o movimento chamado Open Source Iniciative (OSI)28, que promove o 
licenciamento livre para o design, esquematização ou modificação de um produto, com a 
possibilidade de redistribuição e de livre consulta, sem a necessidade de pagar uma licença 
comercial, promovendo um modelo colaborativo de produção intelectual (CÓDIGO …, 
2021). 
 
No contexto de transformação digital da época, essa iniciativa foi um importante 
movimento para a promoção da colaboração, padronização e otimização das tecnologias, 
principalmente para a gestão pública. Dentre as primeiras empresas que se registraram 
como membros da (OSI) estão: Joomla, Linux, Mozilla, Creative Commons, entre outras. 
 
Neste mesmo período, outro movimento surgiu que é do software livre, da Free 
Software Foundation. Os conceitos de código aberto e software livre se diferenciam na 
questão filosófica, mas nesse contexto são usados como sinônimos pois pregam um 
modelo cooperativo de produção intelectual. 
 
De acordo com a OSI, código aberto não significa apenas acesso ao código-fonte. 
Os termos de distribuição do software de código aberto devem obedecer aos seguintes 
critérios (OPEN SOURCE, 2021): 
 
1. Redistribuição gratuita: a licença não deve exigir royalties ou outra taxa para tal 
venda. 
 
 
28 Saiba mais em: https://opensource.org/osd 
 
 
34 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. Código Fonte: o programa deve incluir o código-fonte e deve permitir a 
distribuição no código-fonte, bem como na forma compilada. 
 
3. Obras Derivadas: a licença deve permitir modificações e trabalhos derivados, e 
deve permitir que eles sejam distribuídos sob os mesmos termos da licença do software 
original. 
 
4. Integridade do código-fonte do autor: a licença deve permitir explicitamente a 
distribuição de software desenvolvido a partir do código-fonte modificado. A licença pode 
exigir que trabalhos derivados tenham um nome ou número de versão diferente do software 
original. 
 
5. Sem discriminação contra pessoas ou grupos: a licença não deve discriminar 
nenhuma pessoa ou grupo de pessoas. 
 
6. Sem discriminação contra campos de atuação: a licença não deve restringir 
ninguém de fazer uso do programa em um campo específico de atuação. Por exemplo, não 
pode restringir o programa de ser usado em um negócio, ou de ser usado para pesquisa 
genética. 
 
7. Distribuição de licença: os direitos associados ao programa devem se aplicar a 
todos a quem o programa é redistribuído, sem a necessidade de execução de uma licença 
adicional por essas partes. 
 
8. A licença não deve ser específica para um produto: os direitos associados ao 
programa não devem depender do programa ser parte de uma distribuição de software 
específica. 
 
9. A licença não deve restringir outro software: a licença não deve impor 
restrições a outro software distribuído junto com o software licenciado. Por exemplo, a 
licença não deve exigir que todos os outros programas distribuídos no mesmo meio sejam 
software de código aberto. 
 
10. A licença deve ser neutra em termos de tecnologia: nenhuma disposição da 
licença pode ser baseada em qualquer tecnologia individual ou estilo de interface.35 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6.1 Softwares de Código Aberto para Informatização de bibliotecas 
 Os softwares de código aberto são essenciais para a gestão de bibliotecas 
integradas. Segue alguns conceitos de software livre e proprietário: 
 
 
Fonte: Freitas, L. [s.d.] 
 
Segue abaixo os principais softwares de código aberto utilizados por unidades de 
informação. 
 
● O DSpace29 é um software livre de código aberto desenvolvido originalmente 
pela Hewlett Packard (HP) para a Biblioteca do Massachusetts Institute of 
Technology (MIT). Atualmente, o Dspace é o software mais utilizado no mundo 
para criação de repositórios acadêmicos e, no Brasil, muitos órgãos de governo 
utilizam-no para a criação de bibliotecas digitais, pois ela atende à disseminação 
organizada de documentos em formato digital (SILVEIRA, et. al., 2020). 
● Evergreen30 - é um Sistema Integrado de Bibliotecas desenvolvido inicialmente 
para o catálogo PINES do Georgia Public Library Service para apoiar 252 
bibliotecas. Em Inglês. 
 
29 Disponível em: http://sitehistorico.ibict.br/pesquisa-desenvolvimento-tecnologico-e-
inovacao/Sistema-para-Construcao-de-Repositorios-Institucionais-Digitais/download 
30 Disponível em: https://evergreen-ils.org/ 
 
 
 
36 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
● Gnuteca31 - é um Sistema para automação de todos os processos de uma 
biblioteca, independente do tamanho de seu acervo ou da quantidade de 
usuários. 
● Koha32 - Gerenciamento de biblioteca baseado em SQL, usado em todo o mundo 
por bibliotecas públicas, escolares e especiais. 
● OpenBiblio33 - é um Sistema Integrado de Bibliotecas de código aberto. O 
software é popular entre bibliotecas pequenas e rurais em todo o mundo devido 
à sua simplicidade, amplo suporte a idiomas e boa documentação. 
● PHL - Personal Home Library34. Utiliza interface de uso intuitivo, não requerendo 
de seus usuários nenhum tipo especial de treinamento. 
● PMB35 - é um sistema integrado de biblioteca de código aberto com todos os 
recursos. Ele é continuamente desenvolvido e mantido pela empresa francesa 
PMB Services. Em Francês e Espanhol. 
● Biblivre36 - Software para catalogação e a difusão de acervos de bibliotecas 
públicas e privadas, de variados portes. 
 
 
 
31 Disponível em: http://www.solis.com.br/gnuteca 
 
32 Disponível em: https://koha-community.org/ 
 
33 Disponível em: https://sourceforge.net/projects/obiblio/ 
 
34 Disponível em: https://www.elysio.com.br/ 
 
35 Disponível em: http://www.sigb.net/ 
 
36 Disponível em: http://www.biblivre.org.br/index.php 
 
 
37 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Fonte: Freitas, L. [s.d.] 
 
 Segue os principais softwares para automação de bibliotecas. 
 
 
 
Fonte: Freitas, L. [s.d.] 
 
Existem alguns critérios para a seleção de softwares para bibliotecas, como 
responder às questões básicas de: custo e benefício, requisitos imprescindíveis e 
desejáveis e a realidade da instituição. A esse respeito, ler o artigo de Lígia Café et al. 
Proposta de um método para a escolha de software de automação de bibliotecas. Ci. Inf., 
Brasília, v. 30, n. 2, p. 70-79, 2001. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/ci/a/7njkfXkCbBRH5xL3TpfrpZF/?lang=pt&format=pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Damasio, Edilson; Ribeiro, Carlos. Software livre para bibliotecas, sua 
importância e utilização: o caso GNUTECA. Revista Digital de Biblioteconomia 
e Ciência da Informação, 2006, vol. 4, n. 1. Disponível em: 
http://eprints.rclis.org/8489/ 
CUNHA, Susana Sofia; FREITAS, Maria Cristina Vieira de. O software livre e a 
descrição arquivística no meio digital: o uso do ATOM em Portugal e no Brasil. 
ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO NO HORIZONTE 2030. Disponível em: 
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/75285869/Organizacao_do_Conheci
mento_no_Horizonte_2030-with-cover-page-
v2.pdf?Expires=1640012962&Signature=bAUu71NPNMVvgUMdv5j91cw~7TP
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jvFyvcdZA__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA#page=344 
 
 
 
 
CÓDIGO ABERTO, 2021. Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_aberto 
 
FREITAS, L. Software livre. [s.d.] Disponível em: 
https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/EdbertoFerneda/
automacaobiblio-07-softwarelivre.pptx. 
 
OPEN SOURCE, 2021. Disponível em: https://opensource.org/osd 
 
SILVEIRA, L. A. et. al. Guia de acessibilidade em bibliotecas digitais com o 
DSpace. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, 2020. 
Disponível em: https://ridi.ibict.br/handle/123456789/1119 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_aberto
https://opensource.org/osd
 
 
39 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7. CADERNOS ABERTOS DE LABORATÓRIO 
 
Objetivo: 
 
Apresentar os conceitos e práticas de caderno aberto de laboratório. 
 
Introdução: 
 
 Os cadernos de laboratório são usados para registrar rigorosamente todos os 
procedimentos experimentais do laboratório. São importantes registros do processo e 
pensamento científico do pesquisador e sua análise envolve um estudo da construção do 
saber científico. 
 
 O suporte para esses cadernos sempre foi discutido, de modo a manter a perenidade 
desse material, tanto para historiadores como para cientistas e o uso das ferramentas 
digitais são vistas como meios para se preservar e compartilhar esses documentos. Hoje, 
as tecnologias digitais já são usadas, como em imagens científicas (de patologia, por 
exemplo). 
 
Os cadernos abertos de pesquisas são considerados formas de compartilhamento 
do saber científico, onde a transparência e a rastreabilidade são importantes. A ciência já 
funciona de uma nova forma, mais colaborativa, transparente e sustentável. Nesse 
contexto, deve-se compreender a Ciência Aberta, seu impacto social e econômico que por 
meio da partilha de dados e da própria interação entre os pesquisadores e a sociedade. 
 
7.1 Origens 
Jean-Claude Bradley criou o conceito em 2006, professor e cientista de química 
orgânica em uma universidade dos Estados Unidos, definiu o caderno aberto de laboratório, 
como “uma maneira de fazer ciência na qual – da melhor maneira possível – você torna 
toda a sua pesquisa livre e acessível ao público em tempo real” (CLINIO, ALBAGLI, 2017). 
 
Conforme afirma Clinio e Albagli (2017), esta proposta altera a forma tradicional de 
comunicação entre os cientistas, e pela abertura de informações e resultados de pesquisa, 
ela pode ser “aprimorada e acelerada”. O uso de plataformas on-line e a adoção de licenças 
 
 
40 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
livres são necessárias para regulamentar “o acesso, a reutilização e a redistribuição de 
conteúdo por qualquer pessoa ou sistema automatizado”. 
 
 O caderno de laboratório se tornou eletrônico (Eletronic Laboratory Notebook - ELN), 
transferindo os dados levantados do suporte papel para softwares que oferecem 
facilidades, como ferramentas de busca, possibilidade de transferência de dados, criação 
de cópias de segurança (backups), incorporação direta de dados oriundos (CLINIO, 2015) 
 
Sobre a origem da proposta de cadernos abertos, Clinio e Albagli (2017) pontuam: 
 
[...] por um lado, em um conjunto de críticas sobre os modos de produção e 
comunicação do conhecimento científico, incluindo a rejeição da própria noção de 
fato científico, e, por outro lado, na identificação de oportunidades pela confluência 
de novas formas de colaboraçãoem ambientes digitais e o surgimento de uma 
cultura digital livre. 
 
Bradley (apud CLINIO, ALBAGLI, 2017) ressalta também a insatisfação quanto aos 
artigos científicos de sua área oferecerem descrições sobre os procedimentos de 
experimentos de modo condensada, genérica e insuficiente para sua reprodução. Vale 
destacar sua reivindicação pela abertura do conhecimento científico, não somente aos 
dados brutos e informações sobre experimentos “bem-sucedidos”. 
 
O autor demanda o compartilhamento de todas as informações e dados associados 
a um experimento, seja qual for o seu status (em andamento, finalizado, 
abandonado) ou resultado (favorável, desfavorável, contraditório ou ambíguo). Isto 
porque, no seu entendimento, compartilhar, nos estágios intermediários, incertezas 
e dificuldades da pesquisa científica é a melhor estratégia para atrair colaboradores 
e recursos, segundo o mote de que “ciência mais rápida, ciência melhor” (CLINIO, 
ALBAGLI, 2017). 
 
Em suma, o caderno aberto de laboratório documenta de forma aberta, on-line e em 
tempo real as atividades de pesquisa com o objetivo de fomentar a colaboração aberta 
entre pesquisadores. Vale destacar que também se trata de uma plataforma de revisão por 
pares aberta (a todos e todas), transparente (a vista de todos), continua (sem data de 
expiração), interativa (admite réplicas e tréplicas), dinâmica (com novos comentários e 
retificações ao longo do tempo) e “deseditorializada” (sem controle prévio de um comitê 
editorial) (CLINIO, ALBAGLI, 2017). 
 
 
 
41 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Clinio e Albagli (2017), articularam o conceito de caderno de laboratório de Bradley 
com novas tecnologias materiais e sociais para engendrar uma nova cultura epistêmica. 
Abaixo descrevo essas três tecnologias, conforme a pesquisa das autoras: 
A tecnologia material: se refere aos instrumentos científicos, computadores, 
substâncias químicas, e insumos necessários para a realização de experimentos. O acesso 
ao espaço físico do laboratório era controlado, porém acessível a não integrantes da 
equipe. Na prática, seu laboratório aberto conectava uma comunidade científica pequena e 
descentralizada que reunia especialistas profissionais, amadores, estudantes, técnicos, 
organizações sem fins lucrativos, empresas comerciais e boots e agregava expertises 
complementares. 
 
A tecnologia literária: O projeto UsefulChem passou então à configuração “bliki” (blog 
mais wiki), na qual o blog registra o status da pesquisa para um público mais amplo 
enquanto a wiki documenta a execução de experimentos. 
 
 
 
42 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Fonte: Clinio e Albagli (2017) 
 
A tecnologia social: o significado de “ser cientista” ou, em outros termos, de ser um 
especialista, é ressignificado em vários sentidos. Em primeiro lugar, a diminuição de 
barreiras de entrada pela não exigência de certificações formais confere a qualquer pessoa 
(ou sistema automatizado), capaz de realizar contribuições relevantes, a condição de par. 
 
Nessa nova perspectiva, qualquer experimento bem documentado em um caderno 
aberto de laboratório deve ser considerado uma contribuição à ciência. 
 
 
 
CLINIO, Anne. Por que open notebook science? uma aproximação às ideias de 
Jean-Claude Bradley. p. 253 In: ALBAGLI, S., MACIEL, M.L. and ABDO, A.H. 
(org.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 
2015. Disponível em: https://bit.ly/2o2b6c4 
 
 
 
 
CLINIO, Anne. Por que open notebook science? uma aproximação às ideias de 
Jean-Claude Bradley. p. 253 In: ALBAGLI, S., MACIEL, M.L. and ABDO, A.H. 
(org.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 
2015. Disponível em: https://bit.ly/2o2b6c4 
 
Clinio, A., & Albagli, S. Cadernos abertos de laboratório e publicações líquidas: 
novas tecnologias literárias para uma Ciência Aberta. Revista Eletrônica de 
Comunicação, Informação e Inovação em Saúde. 2017. 11. 
doi:https://doi.org/10.29397/reciis.v11i0.1427 Disponível em: 
https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/1427 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/1427
 
 
43 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
8. RECURSO EDUCACIONAL ABERTO (REA) 
 
Objetivo: 
Aprender sobre o REA e seu uso como um bem público. 
 
Introdução: 
 
A internet nos possibilita acessar diversos conteúdos, como imagens, vídeos, textos, 
visitar museus, bibliotecas e arquivos. Assim, as atividades de estudo e pesquisa se 
tornaram muito mais fáceis. 
 
Neste universo de pesquisa também temos a possibilidade de sermos autores do 
nosso próprio conteúdo. Mas, nem tudo que está na internet pode ser usado, mesmo que 
citando a fonte, a não ser que você tenha a autorização do autor. Se você quiser usar, 
compartilhar e modificar o conteúdo deve verificar se o material está em acesso aberto. 
Infelizmente, a maior parte do conteúdo da Internet está em licença de copyright, ou seja, 
licença fechada e com todos os direitos reservados. Mas, existe o creative commons (CC), 
uma solução criativa, que o próprio autor seleciona como deseja abrir o seu conteúdo. As 
opções variam de acesso totalmente aberto, parcialmente ou restrito, veremos mais adiante 
como funciona o CC. 
 
Desse modo, podemos utilizar o REA para desenvolver, criar e compartilhar 
conteúdos educacionais abertos. Em sites como Flickr, Google e You Tube, você pode 
pesquisar (em busca avançada/filtro) os conteúdos que estão com acesso aberto. 
 
Para um conteúdo ser considerado um REA, ele deve atender aos 5Rs abaixo: 
 
● Reter (Retain) – direito de fazer e possuir cópias dos recursos. 
● Reutilizar (Reuse) – direito de usar o conteúdo de formas variadas. 
● Rever (Revise) – direito de adaptar (adequar), ajustar, modificar ou alterar o 
conteúdo de um recurso. 
● Remix (Remix) – direito de combinar o conteúdo original ou adaptado com outro 
conteúdo aberto para criar um novo recurso. 
● Redistribuir (Redistribute) - direito de compartilhar cópias do conteúdo original, 
revisados e/ou remixados (MALLMANN; MAZZARDO, 2020). 
 
 
44 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Portanto, o REA pode ser os materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em 
qualquer meio disponível no domínio público, que foram disponibilizados com licenças 
abertas, permitindo acesso, uso, redestinação, reutilização e redistribuição por terceiros, 
com poucas ou sem nenhuma restrição (Atkins, Brown e Hammond, 2007 apud 
DIRETRIZES…, 2015). 
 
O REA pode incluir cursos/programas completos (mas não é sinônimo de e-learning, 
ensino online, a distância, entre outros), materiais de curso, módulos, guias do aluno, 
anotações de aula, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, ferramentas e instrumentos 
de avaliação, materiais interativos (por exemplo, simulações), dramatizações, softwares, 
aplicativos (incluindo para celulares) e quaisquer outros materiais úteis à educação 
(DIRETRIZES…, 2015). 
 
8.1. Principais marcos históricos 
Segue os principais marcos históricos que deram origem ao REA37. 
 
 
 
 
37 Para mais informações, acesse: https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/ciencia-
aberta/serie4/curso2/aula1.html 
 
 
45 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Fonte: Campus Virtual Fiocruz [s.d.] 
 
● Em 2002, o termo Recursos Educacionais Abertos (REA) foi cunhado num 
evento da Unesco intitulado “The Forum on the Impact of Open Courseware of 
Higher Education Institutions in Developing Countries”, onde discutiu-se sobre o 
impacto de iniciativas que potencializariam uma educação mais inclusiva, 
equitativa e de qualidade. 
● Em 2012, como resultado da realização do I Congresso Mundial de REA, 
promovido pela Unesco, a DeclaraçãoREA de Paris foi promulgada, reforçando 
a importância dos REA como marco importante para a educação aberta. 
 
8.2. Como identificar um REA 
 Para identificar um REA, deve-se ver qual símbolo do Creative Commons está no 
documento. Segue o significado de cada um dos símbolos: 
 
Fonte: Mallmann e Mazzardo (2020) 
 
Também são feitas combinações entre os símbolos de CC, com significados e tipos 
de aberturas diferentes. Segue abaixo alguns exemplos. 
 
 
46 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Fonte: Mallmann e Mazzardo (2020) 
 
Também são utilizados símbolos para obras de domínio público, Copyleft e 
Copyright, conforme vemos abaixo: 
 
Fonte: Mallmann e Mazzardo (2020) 
 
8.3 Boas Práticas e Iniciativas 
● REliA38 – Recursos Educacionais com licenças Abertas 
● Curso Educação Aberta e Recursos Educacionais Abertos para professores da 
UAB39. 
 
38 Disponível em: http://relia.org.br/ 
39 Disponível em: http://www.educadigital.org.br/site/curso-rea-para-uab-capes/ 
 
 
47 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
● Plataforma Integrada MEC de Recursos Educacionais Digitais (MEC RED)40 
● EduCapes41 
● Iniciativa Educação Aberta (IEA)42 - Promoção de uma educação inclusiva, 
equitativa e de qualidade para todos, com ênfase em práticas e recursos abertos, 
software e tecnologias livres e direitos digitais 
 
 
 
Conheça a Licença Creative Commons. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=izSOrOmxRgE&t=387s 
 
EDUCAÇÃO ABERTA. Recursos Educacionais Abertos (REA): Um caderno para 
professores. Campinas, 2013. Disponível em: 
http://educacaoaberta.org/cadernorea 
 
Santos, Andreia Inamorato dos. Recursos educacionais abertos no Brasil: o 
estado da arte, desafios e perspectivas para o desenvolvimento e inovação. 
2013. 88 p., illus. Disponível em: 
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000227970 
 
 
 
 
MALLMANN, E. M., MAZZARDO, M. D. Fluência tecnológico-pedagógica (FTP) 
e recursos educacionais abertos (REA) [recurso eletrônico]. UFSM, 2020. 
Disponível em: https://gepeter.proj.ufsm.br/pressbook/livrorea/front-
matter/ficha-catalografica/ 
 
 
DIRETRIZES para recursos educacionais abertos (REA): no ensino superior. 
Unesco, 2015. 22p. Disponível em: 
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000232852 
 
 
 
40 Disponível em: https://plataformaintegrada.mec.gov.br/home 
41 Disponível em: www.educapes.capes.gov.br 
42 Disponível em: https://aberta.org.br/ 
https://www.youtube.com/watch?v=izSOrOmxRgE&t=387s
http://educacaoaberta.org/cadernorea
 
 
48 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
9. REDES SOCIAIS CIENTÍFICAS 
 
Objetivo: 
Conhecer a importância das redes sociais científicas para o compartilhamento de 
informações. 
 
Introdução: 
 
Fechere Friesike (2013 apud ALBAGLI; CLINIO; RAYCHTOCK, 2014) apresenta 
cinco perspectivas diferentes, por vezes complementares, sobre ciência aberta. Aqui 
abordamos sobre uma delas, a de infraestrutura, pois focaremos no tema deste capítulo. 
 
A escola de infraestrutura atua nas possibilidades e nos desafios tecnológicos, 
especialmente os necessários às práticas emergentes da ciência aberta, com destaque 
para duas tendências: 
 
A computação distribuída através da conexão de diversos computadores para 
formar uma rede de alto desempenho no processamento de pesquisas com uso 
intensivo de dados; e a constituição de redes sociais de colaboração para promover 
maior interação e colaboração entre cientistas. 
 
As redes sociais acadêmicas são plataformas de colaboração e comunicação online, 
onde os autores interagem e divulgam os seus trabalhos de investigação entre a 
comunidade académica. São uma importante ferramenta de comunicação e suas principais 
características são: (REDE…, 2021) 
 
- Criação de um perfil de utilizador. 
- Partilha de lista de publicações científicas (não necessariamente 
disponibilização do PDF). 
- Comunicação e colaboração entre investigadores. 
 
Os artigos nas versões preprint ou publicadas em revistas em Acesso Aberto são 
permitidas a fim de compartilhar as publicações e obter citações. Mas, conteúdos que 
estejam protegidos por direitos de autor, não são permitidos, deve-se verificar antes com 
os editores sobre esses direitos. 
 
 
 
49 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 As redes sociais científicas mais usadas pelos acadêmicos são a Academia.edu e a 
ResearchGate. 
 
Sobre o Academia.edu43, é uma plataforma no qual se pode compartilhar 
documentos com milhões de pessoas, e com isso há um aumento considerável de citações. 
Seu objetivo é acelerar a pesquisa em todas as áreas do conhecimento, por meio do acesso 
livre, da rede de compartilhamento (fazendo com que interesses e artigos se alinhem), 
avaliação por pares (para aumentar a confiabilidade de seus documentos) e formatos (com 
a disponibilização conjunto de dados, códigos, vídeo, entre outros). 
 
 O ResearchGate44, tem a proposta de rede e conexão com pesquisadores do mundo 
todo, além de compartilhar sua pesquisa e colaborar com colegas. É possível também medir 
o impacto de sua pesquisa, por meio de estatísticas detalhadas sobre quem está lendo 
seus trabalhos e fazendo citações. 
 
Segue as principais diferenças entre essas redes sociais científicas: 
 
 
Fonte: Redes… (2021) 
 
 Ambas as plataformas ajudam a divulgar as publicações internacionalmente e formar 
redes de colaboração, e são meios válidos para o aumento de citação, principalmente para 
acadêmicos iniciantes. 
 
 
43 Disponível em: https://www.academia.edu/ 
44 Disponível em: https://www.researchgate.net/ 
 
 
50 Ciência Aberta 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
O potencial das mídias sociais para a divulgação científica. Fiocruz. Disponível 
em: https://periodicos.fiocruz.br/pt-br/content/o-potencial-das-
m%C3%ADdias-sociais-para-divulga%C3%A7%C3%A3o-cient%C3%ADfica 
Tutorial sobre como utilizar o site Academia.edu. Disponível em: 
https://www.ufpb.br/gcet/contents/videos/tutorial-academia.edu 
Meu ResearchGate. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=VLXdDxjcMK8 
 
 
 
 
ALBAGLI, S.; CLINIO, A.; RAYCHTOCK, S. Ciência Aberta: correntes 
interpretativas e tipos de ação │ Open Science: interpretive trends and types 
of action. Liinc em Revista, [S. l.], v. 10, n. 2, 2014. DOI: 
10.18617/liinc.v10i2.749. Disponível em: 
http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3593. Acesso em: 15 dez. 2021. 
 
REDES Sociais Acadêmicas. SDI - Serviço de Documentação e Informação. 
Faculdade de Engenharia FEUP. Universidade do Porto. 2021. Disponível em: 
https://feup.libguides.com/publicacao-cientifica/redessociaisacademicas 
 
 
 
O termo Ciência Aberta (Open Science) denota o conjunto de políticas e ações 
de disseminação do conhecimento, em geral por meios digitais, para que todos 
os resultados de uma pesquisa sejam acessíveis a todos, passíveis de 
reutilização e de reprodução. Tais resultados incluem, dentre outros, 
publicações, dados, metodologias e processos computacionais usados no 
desenvolvimento da pesquisa. O objetivo da Ciência Aberta é promover a 
inovação e o avanço do conhecimento por meio de colaboração entre 
cientistas e reuso dos resultados, com consequente aceleração do progresso 
científico, tecnológico, econômico, social e cultural. 
 
Parte-se do princípio de que "resultados de pesquisa financiada por verbas 
públicas são um bem público e como tal devem ser disseminados em larga 
escala, resguardados os aspectos éticos, de privacidade, segurança e relativos 
à proteção de propriedade intelectual" [1]. 
 
Esta disseminação é viabilizada pela disponibilização, em repositórios digitais 
públicos, de conjuntos de arquivos que contêm os três elementos básicos da 
https://periodicos.fiocruz.br/pt-br/content/o-potencial-das-m%C3%ADdias-sociais-para-divulga%C3%A7%C3%A3o-cient%C3%ADfica