Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 1 APG 2 – CABEÇA CHEIA 1) COMPREENDER A EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO (FORMAÇÃO DO PLEXO COROIDE, MENINGES E CAVIDADES) EMBRIOLOGIA A partir da segunda semana de vida embrionária, o ectoderma vai começar se diferenciar em células de tecido nervoso chamada PLACA NEURAL (primeiro estágio), sendo assim, ela é o primeiro estágio de desenvolvimento do sistema nervoso. A placa neural é induzida pela notocorda subjacente e pelo mesênquima paraxial. A placa neural começa a se aprofundar (invaginação) formando uma estrutura chamada SULCO NEURAL (segundo estágio). Depois desse sulco terá a formação de uma estrutura semelhante a uma gota, chamada de GOTEIRA NEURAL (terceiro estágio), nesse estágio de goteira neural há um aprofundamento ainda maior do sulco e a formação das cristas neurais, e a dobra que é o limite entre a goteira e a crista é chamada de PREGA NEURAL. O ectoderma permanece na parte superior para a formação da pele. O último estágio de formação do sistema nervoso é o TUBO NEURAL, que é formado pela fusão das pregas neurais, sendo assim, as cristas neurais se separaram da goteira. O TUBO NEURAL vai dar origem à todos os elementos do SISTEMA NERVOSO CENTRAL= encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula espinal. O fechamento do tubo neural dar-se entre a 3ª e 4ª semana de vida embrionária. As CRISTAS NEURAIS que se separaram vão dar origem aos elementos do SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO = nervos espinais e cranianos e gânglios. DIVISÕES EMBRIOLÓGICAS Tudo começa pelo TUBO NEURAL já fechado na parte central, depois fecha na parte superior (neuróporo rostral), e por fim na inferior (neuróporo caudal)! O fechamento do neuróporo rostral ocorre no 25° dia, e do neuropóro caudal fecha 2 dias depois. Antes do fechamento do neuroporos, a cavidade do tubo neural é preenchida por líquido amniótico. Com o fechamento dos neuroporos, a cavidade passa então a ser preenchida por líquido ependimário. O termo líquido cerebroespinhal só é usado quando surgem os plexos coróides. O neuróporo caudal dará origem à MEDULA ESPINAL, que irá crescer somente em comprimento e espessura. O neuróporo rostral dará origem ao ENCÉFALO, que irá sofrer dilatações: Para ter o formato arredondado, após o tubo neural, terá a formação de 3 vesículas (dilatações): ENCÉFALO PRIMITIVO Prosencéfalo: “cérebro anterior” = forma os elementos anteriores do cérebro; Mesencéfalo: apenas ele continua na vida adulta. “Cérebro médio”. Forma os elementos que estão no meio do cérebro. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 2 Rombencéfalo: “cérebro posterior”. Forma os elementos posteriores do cérebro. Esse cérebro primitivo vai evoluir e formar outras 5 dilatações a partir do arquencéfalo (encéfalo primitivo): Prosencéfalo: forma duas dilatações: telencéfalo (cérebro propriamente dito, dividido em direito e esquerdo, daí os hemisférios) e diencéfalo (tálamo e hipotálamo). Mesencéfalo: continua o mesmo! Rombencéfalo: forma duas dilatações: metencéfalo (cerebelo e ponte) e mielencéfalo (bulbo). FORMAÇÃO DAS MENINGES As meninges são formadas pela dura-máter, pia-máter e aracnóide. A dura-máter é proveniente do MESÊNQUIMA que circunda o tubo neural. E a pia-máter e a aracnóide são derivadas das células da CRISTA NEURAL. Entre o 20º e o 35º dia. A origem da pia-máter e aracnóidea partir de uma camada única é indicada no adulto pelas trabéculas aracnoides, as quais são delicadas e numerosas fibras de tecido conjuntivo que passam entre a pia e a aracnoide. O líquido cerebrospinal (LCE) começa a se formar durante a quinta semana. A, Na 8ª semana. B, Na 24ª semana. C, Neonato. D, Adulto. No crânio, a foice do cérebro, que é uma lâmina vertical da dura-máter entre os hemisférios cerebrais, e o tentório do cerebelo, uma lâmina horizontal que se projeta para frente entre o cérebro e o cerebelo, servem para limitar os movimentos excessivos do encéfalo dentro do crânio. A aracnoide-máter é uma membrana impermeável bem mais fina que recobre o encéfalo frouxamente. O intervalo entre a aracnoide e a pia-máter, o espaço subaracnóideo, é preenchido com líquido cerebrospinal. O líquido cerebrospinal confere flutuabilidade ao encéfalo e protege o sistema nervoso das forças mecânicas aplicadas ao crânio. A pia-máter é uma membrana vascular que reveste estreitamente e sustenta o encéfalo e a medula espinhal. VENTRÍCULOS Os ventrículos cerebrais são cavidades que possuem os plexos coróides. Essas cavidades estão interligadas. São 4 ventrículos: 2 ventrículos laterais, o 3º ventrículo e o 4º ventrículo. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 3 Os ventrículos laterais são cavidades presentes nos hemisférios cerebrais, sendo um do lado direito e outro do lado esquerdo. Dentre os quatro, os ventrículos laterais são os maiores. Anatomicamente cada ventrículo é composto por corpo, e 3 cornos: um corno anterior, um corno inferior e um corno posterior. O 3º ventrículo é uma cavidade presente no diencéfalo, situado entre os tálamos, direito e esquerdo. Nele também há produção de LCR. A comunicação com o 4º ventrículo, se dá pelo aqueduto de cerebral ou aqueduto de Sylvius. O 4º ventrículo também é uma cavidade. Consiste em uma dilatação do canal ependimário conhecido também como canal central da medula. Portanto, é contínuo, com o aqueduto cerebral superiormente, e com o canal central da medula inferiormente. Está localizado posteriormente à ponte e ao bulbo, e anteriormente ao cerebelo. O quarto ventrículo se comunica também com o espaço subaracnóideo, um dos locais onde o líquor pode ser encontrado. Essa comunicação se dá medialmente pelo forame de Magendie e nas laterais pelos forames de Luschka. PLEXO CORIÓIDEO E LÍQUIDO CEREBROSPINAL Os plexos coroides são compostos por pregas da pia-máter ricas em capilares fenestrados e dilatados, situados no interior dos ventrículos cerebrais. Formam o teto do terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos ventrículos laterais. São constituídos pelo tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar baixo, cujas células são transportadoras de íons. A principal função dos plexos coroides é SECRETAR o LCR, que contém apenas pequena quantidade de sólidos e ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da medula, o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares. Ele é importante para o metabolismo do SNC e o protege contra traumatismos. É produzido de modo contínuo, o que explica a saída constante de líquido nas lesões cranianas que alcançam a aracnoide. O LCR é absorvido pelas vilosidades aracnoides, passando para os seios venosos cerebrais (no SNC não existem vasos linfáticos). 2) ENTENDER A FISIOLOGIA DO LÍQUOR E SEU ACÚMULO A principal do líquor é proteção! O SNC flua no líquor, ficando mais leve: PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES = um corpo imerso em líquido torna-se mais leve. Princípio de Pascal = qualquer pressão ou choque no coxim líquido é distribuído igualmente em todos os pontos. Ou seja, mesmo que a pancada seja muito forte, o líquor vai expandir (dissipar as foças geradas) evitando lesões sistema nervoso. Toda a cavidade que contém o encéfalo e a medula espinal tem volume cerca de 1.600 ml, e cerca de 150 ml desse volume são ocupados pelo liquido cefalorraquidiano. Esse líquido é encontrado nos ventrículos cerebrais, nas cisternas em torno do encéfalo e no espaço subaracnóideo (entre a aracnóidee pia-máter). FLUXO LIQUÓRICO O líquido, secretado nos ventrículos laterais direito e esquerdo, passa primeiro para o terceiro ventrículo por meio do FORAME DE MONRO OU FORAME INTERVENTRICULAR, assim que chega no terceiro ventrículo ele precisa ser escoado através do AQUEDUTO CEREBRAL OU APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 4 FORAME DE SYLVIUS para o QUARTO VENTRÍCULO. Finalmente, o líquido sai do quarto ventrículo por três pequenas aberturas, os dois forames laterais de LUSCHKA (para seguir para o encéfalo) e o forame medial de MAGENDIE (para seguir para a medula espinal), adentrando a cisterna magna, o espaço liquórico que fica por trás do bulbo e embaixo do cerebelo. A cisterna magna é contínua com o espaço subaracnoide que circunda todo o encéfalo e a medula espinal. Quase todo o líquido cefalorraquidiano então flui da cisterna magna para cima pelo espaço subaracnoide que fica ao redor do cérebro. A partir daí, o líquido entra e passa por múltiplas vilosidades aracnoides que se projetam para o grande seio venoso sagital e outros seios venosos do prosencéfalo. Dessa forma, qualquer líquido em excesso é drenado para o sangue venoso pelos poros dessas vilosidades. As setas mostram as vias do líquido cefalorraquidiano dos plexos coroides nos ventrículos laterais para as vilosidades aracnoides que se projetam para os seios venosos da dura. ABSORÇÃO DO LÍQUOR A eliminação do líquor no SNC se dá em regiões chamadas de VILOSIDADES ARACNÓIDEAS, que vão servir como válvulas e são unidirecionais (sempre para fora do SN). No SEIO SAGITAL (superior no crânio) é onde há uma maior concentração dessas vilosidades, ou seja, maior absorção do líquor. O líquor é renovado a cada 8 horas, em média. A formação e a absorção do líquor sempre devem estar equilibradas para manter a pressão em 10mmHg. A obstrução do fluxo de LCR, qualquer que seja a causa, resulta no distúrbio denominado hidrocefalia. Essa condição patológica é caracterizada pela dilatação dos ventrículos do encéfalo produzida pelo acúmulo do líquido. A hidrocefalia pode também ser decorrente de: Diminuição na absorção (excesso de formação = acúmulo) de LCR pelas vilosidades aracnóideas (HIDROCEFALIA COMUNICANTE = aumento da pressão intracraniana e dilatação dos ventrículos). A hidrocefalia iniciada antes do nascimento ou em crianças muito pequenas causa afastamento das suturas dos ossos cranianos e aumento progressivo do tamanho da cabeça, podendo ocorrer convulsões, retardo mental e fraqueza muscular. Quando há um bloqueio no sistema ventricular que impede a circulação do líquido cefalorraquidiano pelo encéfalo e medula espinhal (HIDROCEFALIA NÃO-COMUNICANTE). Também aumenta a pressão intracraniana e deformação do crânio. REFERÊNCIAS: MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional, 3a ed., 2014. MOORE, Keith L. et al. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. JUNQUEIRA, LC, CARNEIRO, J. Histologia Básica. 13ªed. Editora Guanabara Koogan, 2018 GUYTON, Arthur Clifton; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017.
Compartilhar