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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - CCE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - UEM QUÍMICA EXPERIMENTAL - 207 - Turma 03 PREPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DO IODO Acadêmicos: Gustavo Junqueira Valias Meira Filho RA: 117480 Milena Neves de Sousa RA: 119313 Pedro Henrique Viana Pichitelli RA: 118919 Docente: Prof. Dr. Marcos Roberto Mauricio Maringá - PR Dezembro de 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 1.1. Propriedades do Grupo 17 1 1.2. Flúor, Cloro, Bromo e Astato 1 1.3. Iodo 2 2. OBJETIVO 3 3. PARTE EXPERIMENTAL 3 3.1. Materiais 3 3.2. Reagentes 3 3.3. Procedimento Experimental 4 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5 5. CONCLUSÃO 7 REFERÊNCIAS 8 1. INTRODUÇÃO 1.1. Propriedades do Grupo 17 O Grupo 17 da tabela periódica (também conhecido como 7A ou halogênios – do grego "formadores de sais") é muito característico pelo fato de reagirem diretamente com metais para a formação de sais, como o próprio nome indica. Todos possuem sete elétrons na camada de valência e, portanto, completam seu octeto a partir da formação de íons X– na ligação iônica com metais ou pelo compartilhamento de elétrons na ligação covalente com não-metais. [1] Os estados de oxidação comuns são o (-I) e o (+I) sendo o flúor um agente oxidante muito forte. Todos os halogênios existem na forma diatômica e possuem uma cor característica listadas na Tabela 1. [1] Tabela 1. Cores dos compostos diatômicos do Grupo 17 Elemento Aparência nas CATP Flúor (F2) Amarelo Claro Cloro (Cl2) Amarelo Esverdeado Bromo (Br2) Castanho Avermelhado Escuro Iodo (I2) Violeta Essa coloração é oriunda da absorção de luz quando um elétron é promovido para um estado de maior energia. Com isso, quanto mais pesado for o elemento, mais próximos estão os níveis de energia, tornando a excitação cada vez menor e interferindo para que o comprimento de onda se amplifique. [1] 1.2. Flúor, Cloro, Bromo e Astato O Flúor (F), o Cloro (Cl), o Bromo (Br) e o Astato (At) são elementos representantes do Grupo 17 e possuem algumas aplicações. O flúor é o elemento mais reativo, não somente do Grupo 17 como de toda a tabela periódica. Sua aplicação histórica foi revolucionária na época das primeiras bombas atômicas em 1940, já que descobriu-se que o UF6 poderia ser usado para o enriquecimento do urânio. Compostos de flúor são importantes como fluidos refrigerantes não-tóxicos, 1 propelentes de aerossóis, isolantes (como o SF6) e até mesmo nos dentes, já que o F– reage com a hidroxiapatita e forma um esmalte mais resistente, a fluorapatita. [1] Já o cloro é um gás tóxico que foi muito usado como gás combatente na primeira guerra mundial. Atualmente, cerca de 70% de sua produção é destinada para a fabricação de compostos organoclorados, 20% para alvejantes e o restante para a fabricação de inúmeros compostos inorgânicos, além de ser muito útil na indústria de plásticos e na purificação de água. [1] Quando trata-se do bromo, 20% é aplicado para a obtenção de compostos orgânicos para serem usados na agricultura, como o MeBr, um pesticida muito comum para controle de insetos e fungos. Outras aplicações são na indústria farmacêutica e na produção de retardantes de chamas, tal que compostos bromados podem ser aplicados em fibras acrílicas e poliéster. [1] Por fim, o astato. Esse elemento só é obtido artificialmente em mais de 20 isótopos diferentes. É bastante radioativo e com meias-vidas de curta duração. [1] 1.3. Iodo O Iodo (I) é o 4º elemento do Grupo 17 que, em sua forma gasosa, como já mencionado, possui a coloração característica violeta. Além disso, o I2 sólido cristaliza na forma de escamas pretas com um brilho ligeiramente metálico que conduz eletricidade em algum grau com o aumento da temperatura. Ele possui diversas aplicações sendo que metade da sua produção é destinada para a confecção de inúmeros compostos orgânicos (como o iodofórmio (CHI3) usado como antisséptico). [1] O iodo é um componente essencial para a vida humana, já que sua deficiência resulta no bócio (aumento da glândula tireóide). Com isso, por mais que a própria glândula garanta uma fonte de iodo para o corpo a partir do hormônio tiroxina, é necessário que o iodo esteja presente na dieta alimentícia em pequenas quantidades. A indústria adiciona cerca de 10 ppm de iodeto de sódio (NaI) no sal de cozinha (NaCl). [1] Por último, iodetos e iodatos são aplicados no laboratório para análises volumétricas e na preparação do reagente de Nessler (K2[HgI4]) que é usado para detectar amônia. [1] 2 2. OBJETIVO ● Estudar as propriedades físicas e químicas gerais dos elementos do Grupo VII-A (halogênios). ● Estudar os compostos hidrogenados dos halogênios e sais dos haletos de hidrogênio. ● Estudar os ácidos e sais dos halogênios que contém oxigênio. ● Preparar e purificar o iodo. Verificar suas propriedades oxidantes e sua solubilidade. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. Materiais Os materiais utilizados no experimento foram: - Almofariz; - Balão de fundo redondo; - Béquer; - Bico de Bunsen; - Cápsula de porcelana; - Frasco âmbar; - Pipeta; - Tubo de ensaio; - Tela de amianto; - Tripé. 3.2. Reagentes Os reagentes utilizados no experimento foram: - Ácido sulfúrico (H2SO4); - Água destilada; - Dióxido de manganês (MnO2); - Iodeto de potássio (KI); - Tetracloreto de carbono (CCl4); - Zinco metálico (Zn(s)). 3 3.3. Procedimento Experimental ● Parte 1: Preparação do iodo Para dar início ao experimento, primeiro alguns cristais de iodeto de potássio foram pulverizados num almofariz com uma pitada de dióxido de manganês. Logo depois, a mistura foi transferida para um tubo de ensaio e foi adicionado 1 mL de ácido sulfúrico concentrado e em seguida o tubo de ensaio foi aquecido suavemente. A reação que ocorreu é representada por: 2KI + MnO2 + 3H2SO4 → 2KHSO4 + MnSO4 + 2H2O + I2 ● Parte 2: Solubilidade do iodo Na sequência, em um tubo de ensaio contendo cerca de 2 ou 3 mL de água destilada foram adicionados alguns cristais de iodo, e o mesmo foi agitado vigorosamente. Logo depois, foi adicionado um cristal de iodeto de potássio ao tubo e o mesmo foi agitado novamente por mais um minuto. Ainda, foi adicionado 1 mL de tetracloreto de carbono à solução, e o tubo foi agitado outra vez. ● Parte 3: Propriedades oxidantes do iodo Logo após isso, em um almofariz foi misturado e pulverizado alguns cristais de iodo com um pouco de zinco metálico em pó. A mistura foi transferida para uma cápsula de porcelana e foi adicionada uma gota de água com o auxílio de uma pipeta. ● Parte 4: Sublimação do iodo Depois disso, alguns cristais de iodo foram adicionados a um béquer seco e o mesmo foi colocado sobre uma tela de amianto apoiada num tripé. Em cima do béquer foi colocado um balão de fundo redondo contendo água, de modo que o fundo do balão tapasse o béquer. Após isso, o béquer foi aquecido cuidadosamente em chama branda. Após um tempo, formaram-se pequenos cristais de iodo sublimado condensados nas paredes do fundo do balão, que ao aglomerar, formaram placas de cristais, e esses cristais foram retirados do fundo do balão e guardados num frasco âmbar limpo e com tampa. 4 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A primeira parte do experimento é dedicada à formação do iodo a partir de KI. Para isso, KI é misturado com MnO2 e H2SO4 em um tubo de ensaio, que, após o aquecimento, tem início a reação. O KI é um sal de características básicas (em relação ao ácido sulfúrico, um ácido muito forte) e reage com o ácido liberando o iodo, o MnO2 garante que o ácido não atrapalha a formação do I2 a partir do I- diluído, dessa forma após a reação, tem-se a formação de água, iodo e dois sais distintos, tal qual descrito na equação da reação: 2KI + MnO2 + 3H2SO4 → 2KHSO4 + MnSO4 + 2H2O + I2 O iodo formado prende-se às laterais do tubo, dando uma característica coloração roxa. Na segunda parte do experimento, foi testada a solubilidade do iodo. Primeiro um cristal de iodo e um cristal de iodeto de potássio (KI),foram misturados em água. I2 tem características apolares e portanto não deve ser muito solúvel em água, no entanto com a adição de KI, em meio aquoso, ocorre a formação do sal KI3, e diferente do ânion I-, o íon I3- é muito solúvel em água, o que explica a solubilidade nesse teste. A seguir, foi adicionado na solução tetracloreto de carbono, um líquido apolar que, como esperado, cria uma nova fase abaixo da fase aquosa. A coloração dessa nova fase rapidamente muda para um forte roxo indicando a presença do iodo, comprovando suas características apolares e consequente maior solubilidade em líquidos também apolares. A terceira fase do experimento explora as propriedades oxidantes do iodo, nela pó de iodo é misturado a pó de zinco em uma cápsula de porcelana, com a adição de gotas de água tem início uma reação violenta e espontânea onde o iodo tende a passar do estado de oxidação 0 para o -1. O íon I- rapidamente oxida o zinco gerando iodeto de zinco (ZnI2) e muito calor. sendo o iodo um elemento que a temperatura ambiente tende a lentamente sublimar, em contato com a reação espontânea zinco iodo, esse processo de sublimação também é acelerado, gerando um pequeno estouro e um vapor roxo, característico do vapor de iodo. 5 No quarto experimento, a sublimação do iodo foi observada transferindo pequenos cristais de iodo para um béquer. A cima do béquer foi colocado um balão com água de modo que o balão fechasse a boca do béquer. Com o sistema pronto iniciou-se o lento aquecimento do béquer por um bico de bunsen, dessa forma o iodo começou a sublimar e um vapor roxo foi observado sobre os cristais dentro do béquer. Pouco tempo depois, o vapor de iodo condensou sob o balão, formando novos cristais, que por sua vez foram armazenados em frascos de âmbar, já que esse material não reage com os cristais e impede que sublime para a atmosfera. 6 5. CONCLUSÃO Dentre todas as características observadas do iodo, destacam-se a coloração roxa violeta e o forte odor do gás, a facilidade da sublimação por conta das forças intermoleculares, e também o fato do mesmo atuar como agente oxidante em certas reações químicas. Portanto, é possível concluir que o iodo no estado sólido possui baixa solubilidade em água, de modo que a substância torna-se mais solúvel apenas em compostos que possuem interações intermoleculares mais fracas, fato esse que pôde ser visto com a adição de um composto apolar. 7 REFERÊNCIAS [1] LEE, J. D. Química Inorgânica Não Tão Concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher, 1999. [2] ALVES, O. L.; GIMENEZ, L. F.; MAZALI, I, O. Vidros. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. Edição Especial, maio 2001. 8
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