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Farmacocinética: Absorção de Medicamentos

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Med Brasil
FARMACOLOGIA
FARMACOCINÉTICA
1. INTRODUÇÃO
Para uma droga alcançar o local de ação, na maioria das vezes, é obrigada a atravessar barreiras biológicas como o epitélio gastrointestinal, endotélio vascular e membranas plasmáticas. Quando essa travessia leva a droga até o sangue, dá-se a absorção. Esse processo tem por finalidade transferir uma substância para fluidos circulantes, representados especialmente pelo sangue. 
2. Locais de Absorção 
1. Trato gastrointestinal (TGI) 
• Mucosa bucal: a circulação venosa drena até a veia jugular, o que faz com que as drogas absorvidas por esse local fujam do efeito de primeira passagem no fígado, que poderia inativá-las. Além disso, a absorção pela mucosa bucal evita a passagem pelo TGI, que é um meio hostil para alguns medicamentos. Por fim, é um meio de absorção muito rápido, o que é importante para o efeito de alguns medicamentos. 
• Mucosa gástrica: a absorção nesse local é muito influenciada pelo esvaziamento gástrico. Quanto menor a velocidade de esvaziamento, maior a absorção estomacal do medicamento. Esse esvaziamento pode ser influenciado pelo volume do conteúdo gástrico, atividade física, posição do corpo e pelas próprias características da droga. 
• Mucosa do intestino delgado: constitui a principal e mais extensa superfície de absorção do TGI. A maior parte das drogas tem sua absorção nesse local. 
• Mucosa retal: pode tornar-se superfície de absorção de drogas através dos supositórios. A droga absorvida por essa via foge à ação metabólica do fígado já que metade do sangue advindo dessa região não atravessa a veia porta. 
2. Trato respiratório 
• Mucosa nasal: usada, na maioria das vezes, para absorção de drogas de ação local. 
• Alvéolos pulmonares: a barreira entre o ar alveolar e os inúmeros capilares pulmonares é muito delgada, o que facilita a absorção de fármacos por essa via. Além disso, a grande quantidade de alvéolos torna a superfície de absorção muito extensa. A junção da membrana biológica de fácil travessia com uma grande superfície de absorção e grande número de capilares fazem da região alveolar um local de rica absorção de fármacos. 
3. Pele: não é uma superfície habitual de absorção. É geralmente usada para medicamentos com efeito local. 
4. Regiões subcutânea e intramuscular: a absorção das drogas é realizada pelos capilares sanguíneos e linfáticos. A velocidade de absorção por essa via é influenciada principalmente pelo tamanho molecular e riqueza do fluxo sanguíneo/capilar. 
5. Mucosa geniturinária: mais utilizada para medicamentos de ação local. Exemplos são os epitélios vaginais, uretral e vesical. 
6. Mucosa conjuntival 
7. Peritônio 
8. Medula óssea 
3. Modalidades de Absorção 
As forças responsáveis pelo fluxo de drogas através das membranas são chamadas de gradientes. Um fármaco pode ser absorvido pelo corpo contra ou a favor do seu gradiente de concentração, e é isso que vai definir o seu tipo de absorção. 
PROCESSOS PASSIVOS: não há interferência ativa das membranas nesses processos e não há gasto energético.
1. Difusão simples ou passiva 
A força motora desse tipo de absorção é apenas o gradiente de concentração do fármaco através da membrana que separa dois compartimentos corporais. Este move-se da região de maior concentração para a de menor concentração, sem gasto de energia. Esse tipo de difusão não envolve transportador, não é saturável e apresenta baixa especificidade, sendo este o mecanismo mais comum. Os medicamentos hidrossolúveis atravessam as membranas através de canais ou poros aquosos, enquanto os lipossolúveis atravessam facilmente a maioria das membranas biológicas sem precisarem de um canal, devido a sua solubilidade na bicamada lipídica. 
2. Filtração 
Tanto o solvente quanto o soluto movem-se através das membranas. O solvente -em geral, a água- transporta consigo moléculas hidrossolúveis pequenas, polares e algumas apolares. As forças responsáveis por essa modalidade são a hidrostática e osmótica. Pode ocorrer através de poros nas membranas ou espaços intercelulares. 
PROCESSOS ATIVOS: há interferência ativa das membranas e/ou gasto energético. 
1. Difusão facilitada 
É considerada um processo ativo pois a membrana participa da seleção de partículas, moléculas ou íons que irão atravessá-la. Nessa modalidade de absorção, os fármacos entram na célula por meio de proteínas transportadoras transmembranas especializadas, que facilitam a passagem de moléculas grandes, que são movidas a favor do gradiente de concentração. É um processo que não requer energia e pode ser saturado e inibido.
2. Transporte ativo 
Processo que envolve transportadores proteicos específicos que atravessam a membrana. Depende de energia e é movido pela hidrólise do ATP, sendo capaz de mover fármacos contra o gradiente de concentração. Esse processo é saturável, seletivo e pode ser inibido competitivamente por outras substâncias cotransportadoras. O transporte ativo é importante, por exemplo, na absorção intestinal de algumas drogas que, estruturalmente, se assemelham a produtos normalmente usados como alimentos, na remoção de algumas drogas no sistema nervoso central e na excreção hepatobiliar e renal de muitas drogas e seus metabólitos. 
3. Pinocitose e fagocitose (endocitose) 
Estes tipos de absorção são usados para transportar fármacos excepcionalmente grandes através da membrana celular. A endocitose envolve o englobamento de moléculas do fármaco pela membrana e seu transporte para o interior da célula. Esse processo exige energia celular para a sua execução e, diferentemente do transporte ativo, não necessita de transportadores específicos nas membranas celulares. 
4. Fatores que Influenciam na Absorção das Drogas 
Propriedades do local de absorção: 
- pH: um fármaco atravessa a membrana mais facilmente se não estiver ionizado. A relação entre a forma ionizada e não ionizada de cada fármaco é determinada pelo pH do local da absorção e pela força do ácido ou base fracos. O equilíbrio de distribuição é alcançado quando a forma permeável alcança uma concentração igual em todos os espaços aquosos do organismo.
- Fluxo de sangue no local da absorção: os intestinos recebem um fluxo muito maior de sangue do que o estômago, de modo que a absorção intestinal é favorecida por esse fator. Quanto maior o fluxo sanguíneo de um órgão, maior a velocidade de absorção do medicamento. 
- Área ou superfície disponível para absorção: quanto maior a superfície de contato de um órgão, maior a absorção de um fármaco através dele. 
- Tempo de contato com a superfície de absorção: se um fármaco se desloca muito rapidamente ao longo do TGI ele não é bem absorvido pois não tem tempo o suficiente para ser absorvido pelos órgãos devidos. 
- Expressão da glicoproteína P: a glicoproteína P é uma proteína transportadora transmembrana responsável pelo transporte de várias moléculas através da membrana celular. Ela é expressa em tecidos por todo o organismo, e atua bombeando fármacos dos tecidos para o sangue. Dessa forma, as áreas de expressão elevada dessa proteína têm baixa absorção de substâncias. 
Propriedades das drogas: 
- Lipossolubilidade: é a solubilidade da droga na bicamada lipídica das membranas biológicas, permitindo fácil travessia dessas por difusão simples. 
- Hidrossolubilidade: a droga não é solúvel na bicamada lipídica, sendo necessários sistemas transportadores específicos ou canais/poros hidrofílicos para absorção. 
- Estabilidade química: moléculas instáveis, ou seja, facilmente ionizáveis tem mais dificuldade em serem absorvidas. 
-Peso molecular: representa o tamanho e volume da droga, que quanto maiores tornam mais difícil a absorção da droga. 
-Carga elétrica: moléculas com carga tem mais dificuldade de serem absorvidas. 
- Forma farmacêutica: comprimidos, cápsulas, soluções. 
-Velocidade de dissolução: quanto maior a dissolução da droga, maior a sua absorção. 
-Concentração da droga no local de absorção: quanto maior a concentração da droga, maior a absorção.
Referências Bibliográficas:1. Whalen K, Finkel R, Panavelil TA. Farmacologia Ilustrada. 
2. Silva P. FARMACOLOGIA/ Penildon Silva. - 8.ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2010. il. 
3. GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006;

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