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www.cursosemestetica.com.br Bioestimuladores Ácido Polilático – Hidroxiapatita de Cálcio - PRP Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 2 www.cursosemestetica.com.br Sumário 1 - Introdução ..................................................................................................................................... 3 2 - Sistema Tegumentar ..................................................................................................................... 5 2.2 – Camadas da pele .................................................................................................................. 6 2.2.1 – Epiderme ......................................................................................................................... 6 2.2.2 – Derme .............................................................................................................................. 7 2.2.3 – Hipoderme ...................................................................................................................... 9 2.3 – Vasos, Nervos e Terminações Nervosas ......................................................................... 9 2.4 – Glândulas ............................................................................................................................ 10 2.4.1 – Glândulas Sebáceas ...................................................................................................... 11 2.4.2 – Glândulas Sudoríparas ................................................................................................. 11 3 – Principais Disfunções Estéticas ................................................................................................. 11 3.1 – Fibro Edema Gilóide (FEG ou celulite) ......................................................................... 11 3.2 – Estrias.................................................................................................................................. 16 3.3 – Flacidez ............................................................................................................................... 20 3.4 – Envelhecimento Facial ..................................................................................................... 21 4 – O que são Bioestimuladores ...................................................................................................... 22 5 – Ácido Polilático ........................................................................................................................... 23 6 – Hidroxiapatita de Cálcio ............................................................................................................. 24 7. Plasma Rico em Plaquetas ........................................................................................................... 25 8 – Venopunção e Coleta .................................................................................................................. 26 9 – Obtenção do Plasma Rico em Plaquetas ................................................................................... 27 10 – Métodos de Aplicação e Contraindicações do PRP ................................................................ 28 11 – Avaliação Clínica ....................................................................................................................... 29 12 – Complicações e Recomendações ............................................................................................. 30 13 – Métodos de Anestesia .............................................................................................................. 30 14 – Associação da Técnica de Microagulhamento com Plasma Rico em Plaquetas .................. 33 14.1 – A Técnica de Microagulhamento .......................................................................................... 33 14.2 – Métodos de Aplicação e Biossegurança ............................................................................... 33 14.3 – Recomendações e Reações ................................................................................................... 34 14.4 – Contraindicações ................................................................................................................... 35 15 – Referências Biblioráficas ......................................................................................................... 35 Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 3 www.cursosemestetica.com.br 1 - Introdução O envelhecimento cutâneo é um processo contínuo que afeta a função da pele e aparência. Neste processo, ocorre a modificação do material genético e a proliferação celular diminui, resultando em perda da elasticidade, diminuição do metabolismo e da replicação dos tecidos. Uma das principais razões apontadas pelos pesquisadores como, responsável pelo processo de envelhecimento é o desequilíbrio do mecanismo de defesa antioxidante do organismo humano. O processo de envelhecimento cutâneo compreende a uma série de modificações que atuam em conjunto, resultando em várias alterações na arquitetura facial diminuindo progressivamente a capacidade de homeostase do organismo, resultantes de fatores intrínsecos e extrínsecos. O envelhecimento intrínseco pode também ser chamado de verdadeiro ou cronológico, sendo aquele já esperado e inevitável. As alterações desse envelhecimento estão diretamente ligadas ao tempo de vida do ser humano. Ocorre por fatores genéticos e mudanças hormonais (menopausa), gerando atrofia da pele, ressecamento, flacidez, alterações vasculares, rugas e diminuição da espessura da pele. Já o extrínseco pode ser denominado também de fotoenvelhecimento, no qual as alterações surgem em longo prazo e se sobrepõe ao envelhecimento intrínseco. Esse processo ocorre tanto em decorrência à exposição solar e a ação dos raios ultravioleta, quanto por hábitos alimentares e vícios (fumo, álcool e/ou drogas ilícitas). O processo de fotoenvelhecimento é decorrência da radiação UV, a qual propicia a formação de radicais livres no organismo, causando um estresse oxidativo, alterando o metabolismo, que por consequência favorece a degradação das fibras de colágeno e elastina, gerando um envelhecimento precoce, aumentando também as chances de lesões malignas ou não. O envelhecimento não pode ser avaliado por rugas exclusivamente, porém, estas, com certeza demonstram o início do processo. Além deste fator podemos observar também a perda do viço e alteração da tonalidade da pele, diminuição da elasticidade devido à redução do número de fibras elásticas e de outros componentes do tecido conjuntivo. Esteticamente, o processo de envelhecimento cutâneo é bastante significativo. As agressões externas danificam o manto hidrolipídico e o fator natural de hidratação da pele, deixando por consequência a Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 4 www.cursosemestetica.com.br pele desprotegida, acelerando o processo de envelhecimento, causando perda e reposicionamento da gordura facial, gerando o aparecimento de rugas. Podemos observar também algumas outras alterações morfológicas no processo de senescência: − Diminuição da substância fundamental (proteínas); − Engrossamento das fibras colágenas e uma alteração nas fibras elásticas; − Atrofia do tecido adiposo cutâneo; − Atrofia muscular; − Diminuição das glândulas sebáceas em número e função; − Camada córnea fica mais permeável; − Atrofia dos melanócitos; - Perda óssea. O rejuvenescimento facial mudou do simples apagamento de rugas e estiramento cirúrgico para umenfoque em que se faz o relaxamento muscular e volumização com restauração do contorno facial. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 5 www.cursosemestetica.com.br 2 - Sistema Tegumentar A pele é o maior órgão do corpo humano, tanto no tamanho quanto no peso. Também é o órgão mais exposto. Sob o ponto de vista anatômico, o tegumento comum é formado por dois planos, o mais superficial denominado cútis ou pele e o mais profundo, tecido celular subcutâneo. A pele e seus derivados constituem o sistema tegumentar formando a cobertura externa do corpo. É constituída por duas camadas principais: a epiderme, constituída por epitélio pavimentoso estratificado e a derme, constituída por tecidos conjuntivos. Abaixo da derme há outra camada de tecido conjuntivo, mais frouxo que a derme, chamado hipoderme. O sistema tegumentar desempenha funções relacionadas com sua localização na superfície do corpo. Protege contra lesões físicas, químicas e biológicas, impede a perda de água, serve como um grande receptor para as sensações gerais, protegendo também contra a radiação ultravioleta, converte moléculas precursoras em vitamina D, funciona na regulação térmica e excreta certas substâncias, através das glândulas sudoríparas. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 6 www.cursosemestetica.com.br A característica da pele difere na maior parte da superfície do corpo. Existindo dois locais em que a pele é diferente tanto a olho nu quanto em nível histológico, sendo nas palmas das mãos e as plantas dos pés, onde, não há pêlos e a epiderme é muito mais espessa do que em outros locais; consequentemente, essa pele também é chamada de pele espessa. Já em outros locais, a epiderme é mais fina, sendo chamada pele delgada; contém pêlos, exceto em certos locais. 2.2 – Camadas da pele 2.2.1 – Epiderme A epiderme é uma camada mais externa e delgada, está em contato direto com o ambiente externo, é composta por várias camadas de células epiteliais começando da mais profunda em direção à superfície. Podem ser distinguidas cinco camadas na epiderme: o estrato basal, o estrato espinhoso, o estrato granuloso, o estrato lúcido e o estrato córneo. O estrato basal é chamado também de estrato germinativo por conter células em divisão. As células recém-produzidas movem-se para a superfície, para substituir a parte que foi descamada. O estrato espinhoso tem essa designação porque as células parecem estar ligadas por espinhos ou filamentos, são células sem pigmento, que não coram, com função ainda em discussão tem como responsabilidade nos processos imunitários perante substâncias estranhas que por alguma razão tenham penetrado na pele. O estrato granuloso é composto por uma a três seriações de células muito escuras. São células achatadas, quase aderentes umas às outras, sem pontes intercelulares evidenciando sua desorganização na superfície da célula que está em contato com a camada córnea através do espaçamento da membrana celular e seus núcleos são dificilmente perceptíveis. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 7 www.cursosemestetica.com.br O estrato lúcido é observado somente na epiderme palmar e plantar, é constituído por uma a três assentadas de células claras, translúcidas, muito alongadas, de limites e sem núcleo. O estrato córneo é constituído completamente por queratina, que é uma proteína fibrosa muito resistente. A superfície do mesmo, as células destacam-se e esfoliam-se. A função de proteção do organismo que a epiderme possui quase exclusivamente, à baixa permeabilidade da camada que não só oferece resistência à eliminação de água das zonas subjacentes e do organismo, mas também dificulta a entrada de água do exterior, bem como qualquer agente nocivo que sejam irritantes, tóxico ou microrganismos. Sua constituição é feita por 90% de queratinócitos (produtores de queratina), melanócitos (produtores de melanina), células Langherans e células Mervel. As células da pele são lábeis (tempo de vida curto, se reproduzem rapidamente). A renovação celular epidérmica ou turn over é um fenômeno cuja frequência diminui progressivamente, juntamente com outros parâmetros, conforme a pele envelhece. Assim, a pele envelhecida possui coloração menos uniforme, aspereza ao toque e a função barreira prejudicada, resultando em menor hidratação cutânea. 2.2.2 – Derme A derme é a parte interna relativamente espessa da pele, composta principalmente de tecido conjuntivo. Os folículos pilosos, ductos das glândulas sudoríparas e das glândulas sebáceas na derme fornecem passagens através das quais os microrganismos podem penetrar na pele e nos tecidos mais profundos. A pele contém numerosos receptores sensoriais constituídos por terminações periféricas de neurônios sensoriais. Os mais numerosos deles são as terminações nervosas livres da epiderme, mas que também ocorrem na derme. Os da epiderme estendem-se até o estrato granuloso; que funcionam como nociceptores (receptores da dor). Muitos dos folículos pilosos são circundados por redes de terminações nervosas livres da derme. A derme é muito importante para vasos e nervos, decorrência da flexibilidade e elasticidade, pois, desenvolvem defesas contra agentes nocivos que venceram os obstáculos da epiderme ou dos órgãos internos e chegaram à pele. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 8 www.cursosemestetica.com.br A derme constitui-se de substância fundamental, rica em mucopolissacarídeos e fibras colágenas que representam 95% do tecido conjuntivo da derme e fibras elásticas. Apresentando também importante leito para os vasos sanguíneos e nervos, sua função é representada pela flexibilidade e elasticidade. Na derme as fibras colágenas são constituídas por uma escleroproteína denominada colágeno, onde essa proteína é distribuída amplamente pelos tecidos conjuntivos, correspondendo a aproximadamente 70% á 75% do peso seco da derme e provê resistência e elasticidade ao tecido. As fibras de colágeno fornecem resistência e integridade estrutural a diversos tecidos e órgãos, sendo que para romper uma fibra de colágeno é necessário um peso cuja sua carga tem que ser superior a 10 a 40 kg e são resistentes a digestão, seu metabolismo, nos tecidos normais, consiste em equilíbrio entre biossíntese e degradação, sendo reabsorvida durante o crescimento, inflamação e reparo dos tecidos. Essas fibras variam em diâmetro entre 2 e 15 μm e apresentam-se em rede ondulada fina na derme papilar. As fibras colágenas são brancas, birrefringentes, pois são constituídas por moléculas alongadas e paralelas. As mesmas aparecem agrupadas em arranjo paralelo, formando feixes. Os três tipos de colágenos são I, II e III. O tipo I é o constituinte principal da pele, tendão, osso e paredes dos vasos, é sintetizado pelo fibroblasto e células do músculo liso, o tipo II é constituinte da cartilagem hialina, já o tipo III é também sintetizado pelas células do músculo liso. Encontra-se também na derme fibras elásticas, onde estão presentes em quase todos os órgãos em proporções variáveis. Na pele, essas fibras formam uma rede que se estende da junção dermoepidérmica ao tecido conectivo da hipoderme, estando elas também presentes na parede dos vasos e em torno do folículo piloso. As fibras elásticas correspondem apenas de 2% a 4% do peso seco da derme e entremeia-se com as fibras colágenas. As fibras elásticas têm a distensibilidade de 100 a 140%, sua cor é amarelada. Suas fibras cedem com muita facilidade à tração mínima e volta a sua forma original suportando a grandes trações. O principal componente das fibras elásticas é a escleroproteína mais resistente do que o colágenoestruturalmente a elastina, que é resistente a diversas enzimas, mas pode ser Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 9 www.cursosemestetica.com.br digerida pela elastase secretada pelo pâncreas. Além de formar fibras, a elastina apresenta-se, na parede de algumas artérias como a aorta. Juntamente com as fibras colágenas e elásticas estão os fibroblastos que tem prolongamentos citoplasmáticos irregulares, seu núcleo é claro. Grande, de forma ovóide, de cor clara, com cromatina fina e nucléolo evidente. Os fibroblastos sintetizam as fibras colágenas, reticulares e elásticas, e as glicoproteínas e proteoglicanas da matriz extracelular. No tecido conjuntivo do adulto os fibroblastos não se dividem com frequência, entretanto em mitoses apenas quando ocorre solicitação, como, por exemplo, nas lesões de tecidos conjuntivos. 2.2.3 – Hipoderme A hipoderme é uma faixa tecidual, mais ou menos larga, situada abaixo da derme, tem volumosos lóbulos de células adiposas delimitados por septos conjuntivo-elásticos de diversas espessuras obliquamente, ligados à derme à fáscia superficial, onde alojam grossos vasos e nervos da profundidade dirigidos para derme. A hipoderme, pelo tecido adiposo é importante depósito de reserva calórica e valioso órgão amortecedor das agressões mecânicas externas. 2.3 – Vasos, Nervos e Terminações Nervosas Os vasos sanguíneos cutâneos de maior calibre encontram-se na hipoderme, caminhando juntos à artéria aferente e à veia eferente. Os vasos linfáticos são distribuídos identicamente aos vasos sanguíneos, onde a maioria limita-se a uma única camada de células endoteliais cercadas por uma fina membrana basal. Nos vasos da derme profunda e da hipoderme, há um envolvimento de fibras colágenas e células musculares lisas. Os vasos dérmicos têm funções de intercâmbio metabólico e de nutrição, mas também de controle da temperatura e regulação da pressão sanguínea. A pele contém numerosos receptores sensoriais constituídos por terminações periféricas de neurônios sensorias. Os nervos da pele têm função, sobretudo sensitiva, alguns Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 10 www.cursosemestetica.com.br nervos têm início em terminações livres epidérmicas ou formações de corpúsculos situados na derme e hipoderme. Os nervos da epiderme estendem-se até o estrato granuloso, funcionando como nociceptores (receptores da dor). Muitos dos folículos pilosos são circundados por redes de terminações livres da derme. As formações dos corpúsculos são diversas. Os corpúsculos de Merkel-Ranvier, destinados a receber sensações táteis, ficam em pontos dispersos sob a camada basal. Contém numerosos grânulos pequenos e densos e relacionados com os grânulos ricos em catecolamina do tecido nervoso. As terminações nervosas formam-se em disco, recebendo as fibrilas intraepidérmicas, em contato com a terminação de uma fibra nervosa, formando um receptor especial funcionando como mecanorreceptor. Os corpúsculos de Krause, receptores do frio de localização subepidérmica, esferóides, são uma delgada membrana conjuntiva com ramificações nervosas desmielinizadas. Os corpúsculos de Vater-Paccini, são estruturas grandes e ovóides que medem 1 mm ou mais de comprimento, fibra nervosa mielinizada apenas a porção inicial da fibra e a parte final não são mielinizadas. É circundada por camadas, ou lamelas, de células achatadas. São destinados a captar sensações táteis e de pressão, têm localização subepidérmica, sendo particularmente abundante nas regiões palmares e plantares, polpa dos dedos, prepúcio e grandes lábios. Os corpúsculos de Ruffini, são estruturas arredondas e fusiformes que medem até 1 mm de comprimento, sendo órgãos sensíveis ao calor, situam-se na derme profunda e na hipoderme (pele e nas articulações), tendo forma fusiforme, constituídos por fibras nervosas desmielinizadas. Os corpúsculos de Wagner-Meissner, são encontrados na derme, sendo especialmente numerosos nos dedos das mãos e dos pés. Cilíndricos, constituídos por células de sustentação ou serem células de Schwann modificadas e por terminais não-mielinizados de fibra nervosas aferentes e são receptores táteis, localizados imediatamente abaixo da epiderme Pela riqueza de estruturas nervosas, a pele tem elevada importância como órgão do sentido, captando e transmitindo diversas alterações do meio que nos cerca. 2.4 – Glândulas Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 11 www.cursosemestetica.com.br 2.4.1 – Glândulas Sebáceas As glândulas sebáceas são uma mistura de lipídios (ácidos graxos insaturados), proteínas e sais que impedem a pele e os pêlos de se ressecarem. Embora os ácidos graxos inibam o crescimento de certos patógenos, o sebo, assim como a transpiração, também é nutritivo para muitos microrganismos. As glândulas sebáceas estão presentes em toda pele e sua secreção é constante e constitui valiosa proteção contra as bactérias e fungos que invadem a pele. 2.4.2 – Glândulas Sudoríparas As glândulas sudoríparas são de dois tipos, écrinas e apócrinas. As glândulas sudoríparas écrinas distribuem-se praticamente por toda a superfície do corpo como áreas palmares e plantares, nas axilas, pescoço, exceto em poucos locais, como nos lábios e na genitália externa. É uma glândula tubulosa, simples, secretora situada na parte profunda da derme ou porção superior da hipoderme. As glândulas sudoríparas apócrinas existem nas regiões axilares, anoperineal e inguinais. Encontram-se no canal auditivo externo, são desenvolvidas melhor nas mulheres que nos homens, mais na pele negra que branca, ficam mais atenuadas na velhice. 3 – Principais Disfunções Estéticas 3.1 – Fibro Edema Gilóide (FEG ou celulite) O Fibro Edema Gelóide é popularmente conhecido como celulite, denominação que não traduz a condição fisiopatológica do quadro apresentado pelo doente. O termo celulite vem sendo utilizado há algumas décadas, havendo controvérsias quanto à sua utilização, devido ao sufixo “ite”, indicativo de inflamação, o que não define seu verdadeiro significado. Na verdade, trata-se de uma desordem metabólica localizada no tecido subcutâneo que provoca alterações na forma do corpo, desencadeando modificações na derme, na microcirculação e nos adipócitos. É uma afecção do tecido conjuntivo subcutâneo Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 12 www.cursosemestetica.com.br caracterizado histologicamente por uma infiltração edematosa, não inflamatória, seguida de polimerização da substância fundamental produzindo reações fibróticas, podendo ser até dolorosas no aspecto clínico, e que se manifestam em forma de nódulos ou placas, apresentando alteração em sua topografia localizada, sendo de incidência quase exclusiva do sexo feminino. A celulite não pode ser confundida com obesidade, onde ocorre apenas hipertrofia e hiperplasia de adipócitos. Embora isso, da mesma forma, ocorra em indivíduos com celulite, há também várias alterações estruturais na derme e microcirculação. O FEG é uma disfunção na derme tendo maior incidência nas regiões glúteas e coxas, ocasionado por um déficit do sistema circulatório e uma disfunção no tecido conjuntivo, tornando a pele com a aparência de uma “casca de laranja” e sendo antiestético na atualidade. Portanto, o FEG consiste em uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, seguida de polimerização da substância fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva. Essa polimerização (ou processo reativo), resultante de uma alteração no meio interno, é favorecida por causas locais e gerais, em virtude da quais os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processode gelificação. Sendo assim, o FEG pode ser definido clinicamente como um espessamento não-inflamatório das capas subdérmicas. O FEG é caracterizado por edema no tecido conjuntivo, devido ao acúmulo de proteoglicinas no meio extracelular, que possuem grande quantidade de água. Podendo aumentar de tamanho e número de adipócitos, o que causa compressão do sistema linfático e venoso local. O tecido adiposo possui septos interlobulares fibrosos, eles são finos. No gênero feminino estes septos são perpendiculares provocando a expansão do tecido adiposo areolar para a derme, podendo ocorrer rompimento de fibras elásticas, proliferação das fibras de colágeno, se tornando fibrótico. Com isso, pode comprimir nervos ocasionando algias locais e até quase imobilidade total de membros inferiores. O FEG é uma descompensação histoangiológica advinda de um ciclo vicioso, envolvendo alteração bioquímica do interstício (aumento de viscosidade), estase venulocapilar com hipo- oxigenação e consequente transformação do tecido adiposo em celulítico, e que evolui em quatro fases, iniciando por uma estase venosa e permeabilidade capilar anormal, progredindo até a fase fibrocicatricial com alteração de capilares. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 13 www.cursosemestetica.com.br A etiologia do FEG é multifatorial sendo subdividido em fatores predisponentes que é a genética, sexo e desequilíbrio hormonal; fatores determinantes que pode ser devido ao estresse, tabagismo, sedentarismo, desequilíbrio glandulares, alterações metabólicas, maus hábitos alimentares, disfunção hepática, além dos fatores condicionantes que é o aumento da pressão capilar e dificuldade para a reabsorção linfática. De acordo com a genética as características do FEG formam a estrutura corporal do tecido adiposo. Essas características aparecem nas fases de pico hormonal como menarca e menopausa. Na disfunção glandular ocorre um fator determinante como o estresse provocando acúmulo hídrico na derme, já o tabagismo provoca vasoconstrição dos vasos como consequência diminuindo a circulação local; o sedentarismo provoca uma diminuição da circulação e do funcionamento da linfa de eliminar toxinas; os desequilíbrios glandulares e metabólicos contribuem para o surgimento do FEG. O FEG possui três definições no aspecto clínico, etiopatogênico e histológico: - Definição clínica: é uma forma de nódulos localizados, de extensão variada e espessamento não inflamatório das camadas subepidérmicas e, às vezes, com quadro álgico. - Aspecto etiopatogênico: é um processo reativo com alteração no meio interno, favorecido por causas locais e gerais que fazem com que os glicosaminoglicanas interajam, ocorrendo um processo de hiperpolimerização elevando o hidrofílico e a pressão osmótica intersticial, ocorrendo retenção hídrica na célula podendo comprimir vasos e nervos locais. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 14 www.cursosemestetica.com.br - Aspecto histológico: é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, seguida de polimineração da matriz extracelular com uma reação fibrótica consecutiva. A fisiopatologia do FEG possui quatro estágios evolutivos, que são eles: - Primeiro: é marcado por uma alteração esfincteriana arteriolar, pré-capilar, levando a uma modificação da permeabilidade do capilar venoso e ectasia capilar, com transudação e edema pericapilar e interadipocitário. - Segundo: o edema dificulta as trocas metabólicas e desencadeia uma resposta conjuntiva, com consequente hiperplasia e hipertrofia, levando a formação de uma trama irregular de fibrilas. -Terceiro: as fibrilas se agregam em fibras colágenas e se distribuem em arranjos capsulares em torno de grupo de adipócitos, formando os micronódulos. Porém, no quarto estágio, caracteriza-se por esclerose das traves conjuntivas e formação de macronódulos, pela confluência de muitos micronódulos. O FEG pode ser classificado em graus de severidade, sendo eles: - 1º grau: a celulite só é visível através da compressão do tecido entre os dedos ou da contração muscular voluntária. - 2º grau: as depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos. - 3º grau: o acometimento tecidual pode ser observado quando o indivíduo estiver em qualquer posição. - 4º grau: tem as mesmas características do grau 3 com nódulos mais palpáveis, visíveis e dolorosos, aderência nos níveis profundos e aparecimento de um ondulado óbvio na superfície da pele. Podemos descrever as alterações que ocorrem no nível tecidual em quatro fases histológicas: Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 15 www.cursosemestetica.com.br - Primeira fase: uma fase congestiva simples há um acometimento do sistema circulatório e linfático. Há uma hipertrofia das células adiposas devido ao acúmulo de lipídios, por isso ocorre à diminuição na drenagem intercelular ocasionando o inundamento do tecido. Como consequência, uma compressão dos vasos que se dilatam perante a dificuldade. A dilatação e a distensão das paredes da rede venosa aumentam a sua permeabilidade, o que resulta no escape para o tecido conjuntivo do líquido seroso, aumentando assim a pressão, a congestão e os fenômenos de bloqueio. - Segunda fase: fase exsudativa. O líquido seroso lançado no tecido conjuntivo contém resíduos de diferentes células das regiões vizinhas. Isto provoca reações de defesa no tecido ocorrendo o espessamento dos septos interlobulares, proliferação das fibras colágenas, tornando o tecido numa consistência densa. É o processo de floculação e de precipitação de substância amorfa do tecido conjuntivo. - Terceira fase: considerada a fase nodular. A densificação do meio conjuntivo irrita as fibras do tecido, dissocia-se em fibrilas, provocando sua rápida mutilação. Origina-se um tecido fibroso, que comprime o tecido conjuntivo, artérias, veias e nervos. - Quarta fase: há um espessamento do tecido conjuntivo interadipocitário, tornando o tecido adiposo rígido, sendo irreversível, produzindo uma algia constante em terminações nervosas. Quando há repercussão em nível circulatório periférico, o paciente apresenta sintomas gerais como fadiga, astenia, sensação de peso nas pernas, tensão e às vezes dores espontâneas difusas que aumentam de intensidade com o repouso, podendo chegar a câimbras noturnas. O FEG causa um déficit no retorno venoso de membros inferiores pela presença de teleangectasias, sintomas de parestesias, câimbras, algia a palpação, micro-hemorragias, diminuição de temperatura local e sensação de peso nos membros. O fibro edema gelóide pode atingir qualquer parte do corpo, exceto as palmas das mãos, as plantas dos pés e o couro cabeludo. São atingidas com maior frequência a porção superior das coxas, interna e externamente, a porção interna dos joelhos, região abdominal, região glútea e porção superior dos braços, antero e posteriormente. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 16 www.cursosemestetica.com.br As mulheres são mais atingidas pelo fibro edema gelóide, por apresentarem duas vezes mais células adiposas que o homem. O aparecimento pode acontecer após a puberdade, em função das alterações hormonais ocorridas nesse período. A falta de exercício diminui a capacidade circulatória, diminuindo a drenagem e a oxidação de toxinas. 3.2 – Estrias Estria é uma atrofia tegumentar adquirida, de aspecto linear, algo sinuosa, em estrias de um ou mais milímetro de largura, que pode atingir 10 centímetros ou mais de comprimento. As estrias tendem a ser simétricas e bilaterais e com o comprimento que varia de alguns milímetros até 30 cm, e a largura de 2-3 mm, podendo chegar a 3 cm e excepcionalmente, até 6cm. A princípio as estrias são avermelhadas, depois esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas), por vezes deprimidas, de superfície lisa ou finamente pregueável, com bordas bem delimitadas. Raras ou numerosas dispõem-se paralelamente umas as outras e perpendicularmente as linhas de fendas da pele (eixo de maior tração cutânea), indicando um desequilíbrio elástico localizado, caracterizando, portanto, uma lesão da pele. Apresentam um caráter de bilateralidade, isto é, existe uma tendência da estria distribuir-se simetricamente em ambos os lados, aparecendo, sobretudo no abdome, regiões glúteas, coxas, região dorso- lombar, mamas e áreas deltóideas. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 17 www.cursosemestetica.com.br As estrias são ditas atróficas pelas características que apresentam, já que atrofia é a diminuição de espessura da pele, decorrendo da redução do número e volume de seus elementos e, traduz-se por adelgamento, pregueamento, secura, menor elasticidade, rarefação dos pêlos e, muitas vezes, pela perda da coloração da pele no local, apresentando-se amarelada ou esbranquiçada. São frequentemente observadas na puberdade (estando relacionadas com o crescimento ou exagero na ginástica), em indivíduos obesos, durante a gravidez (aparecendo no abdômen, evidenciando-se entre o sexto e oitavo meses – estrias da gravidez ou vergões gravídicos – ou nas mamas, surgidas durante a lactação), em distúrbios nutricionais, infecções agudas, atividade física vigorosa, estresse ou outras condições. A atrofia cutânea é o efeito acessório mais frequente da corticoterapia tópica. Habitualmente localizada na epiderme e derme, pode ocasionalmente atingir o tecido celular subcutâneo. Como consequência, podem aparecer telangiectasias, lesões purpúricas e mesmo equimoses. A atrofia cutânea pode surgir com vários aspectos morfológicos: puntiforme, linear, estrelada, em áreas e difusa. As estrias cutâneas nas grandes pregas são muito comuns, tendo sido o 1º efeito acessório descrito. As estrias gravídicas constituem problema comum. Surgem de modo progressivo, por via de regra, a partir do sexto mês de gravidez, eritematosas e pruriginosas no início. Mais tarde, as estrias adquirem aspecto atrófico linear característico, simétricas, paralelas entre si e perpendiculares às linhas de tensão da pele abdominal. A largura é variável com nítida flacidez na palpação. A epiderme é fina e levemente pregueada. Ignora-se a etiopatogenia, embora se comprove tendência constitucional (menor frequência nas raças negras e mongolóides, incidência familiar comum) e a ação hormonal seja indiscutível. Doenças infecciosas diversas podem originar estas atrofias bem como a Doença de Cushing e a Síndrome de Babinski-Frohlich ou distrofia adipogenital. Igualmente veem-se atrofias consecutivamente e grandes doses de cortisona para tratamento de colagenases, reumatismos, e ainda quando há tumores produtores de substâncias similares ao ACTH ou a cortisona. Também a cortisona tópica, sobretudo em penso oclusivo, pode produzir atrofia cutânea quando usada por longo tempo. As estrias atróficas que ocorrem na Síndrome de Cushing ou aquelas induzidas por terapia sistêmica por esteroides são mais largas e mais amplamente distribuídas podendo envolver várias regiões inclusive a face. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 18 www.cursosemestetica.com.br As estrias são resultantes do rompimento de fibras elásticas devido a excesso de tração no local. Tentam explicar o seu aparecimento como devido a um processo inflamatório que determina a destruição das fibras colágenas e elásticas, seguido ao direcionamento orientado pelas linhas de tensão do local e forças mecânicas, durante o processo de regeneração. Esta resistência estaria diminuída pela ruptura das fortes ligações cruzadas de colágeno (cross-linking) e colágeno elástico ainda não amadurecido. Estas rupturas ocorreriam na puberdade, por ocasião do crescimento normal, resultando ocasionalmente, devido a stress neurogênico e consequente liberação de hormônios pela supra renal, em anormalidade clínica, caracterizando o aparecimento da estria. Isto porque a coesão entre as fibras diminui, devido à ação da relaxina, estrógeno e corticosteroides, que atuam no metabolismo proteico, produzindo mucopolissacarídeos não sulfatados, cuja propriedade higroscópica dissociaria as fibras, outra causa frequente de aparecimento de estrias é o uso indiscriminado de corticosteroides. Há três tipos de fibras elásticas, as fibras oxitalânicas, as elásticas propriamente ditas e as fibras elaunínicas. As fibras oxitalânicas são formadas por micofibrilas de 10 a 12 nm, que resultam do grupamento paralelo de microtúbulos com 0,5 a 2,5 nm de espessura. São produzidas pelos fibroblastos e fibras musculares lisas. Estão presentes na derme papilar, perpendicularmente a epiderme, reproduzindo a imagem arborescente, que se estendem desde a derme papilar até a camada basal da epiderme. As fibras elásticas propriamente ditas constituem-se de um arranjo de microfibrilas e de uma proteína insolúvel – a elastina. As fibras elaunínicas seriam formas intermediárias entre duas anteriores, com pequena quantidade de elastina e grande quantidade de microfibrilas. Estudos recentes demonstram diferenças evidentes entre biópsias efetuadas em pele normal para controle de regiões de estrias: menor arborescência de fibras oxitalânicas e dificuldade na contagem ou localização de fibras, quer por fragmentação do tecido, quer por completa ausência destas fibras. Portanto, em uma estria, as fibras elásticas oxitalânicas encontram-se em menor número e alteradas, com perda da arborescência e com solução de continuidade com a camada basal da epiderme, induzindo a uma maior fragilidade e irregularidade tissular. No início ocorre processo inflamatório que pode ser intenso, mononuclear e predominantemente perivascular. A derme pode apresentar-se edematosa, ocorrendo Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 19 www.cursosemestetica.com.br elastólise e desgranulação de mastócitos, seguindo afluxo de macrófagos em torno das fibras elásticas fragmentadas. Nas fases mais tardias em estrias recentes a epiderme encontra-se atrófica e aplanada e com diminuição da camada celular e ausência de melanina, já na derme as fibras elásticas estão com retração e fragmentação, ou seja, alteradas, e as colágenas dispõem-se de feixes de colágeno estirado e fragmentado, os fibroblastos ficam arredondados, com citoplasma escasso e pobre em organelas, ficando com sua espessura reduzida em até 50%. A etiologia da estria é muito controvertida, e três se destacam a fim de explicá-la: a teoria mecânica, a endocrinologia e a infecciosa. - Teoria mecânica: ocorre quando a pele é acometida por um estiramento, ruptura ou perda de suas fibras elásticas dérmicas, sem motivo aparente, como em casos de obesidade, acredita-se que uma excessiva deposição de gordura no tecido adiposo especialmente a que ocorre repentinamente com subsequência seja o principal mecanismo do aparecimento das estrias, a gravidez, puberdade, atividade física vigorosa e crescimento. São reconhecidos como fatores básicos na origem das estrias. - Teoria endocrinológica: com o advento do uso terapêutico de hormônios adrenais corticais ou por uso indiscriminado de anabolizantes, distúrbios nutricionais bioquímicos, distúrbios hormonais, latrogenia. Estão associados ao aparecimento das estrias com efeito localizado somente em algumas regiões. - Teoria infecciosa: existem relatos onde processos infecciosos provocam danos às fibras elásticas originando estrias. Notou-se o aparecimento de estrias em jovens após febre tifoide, reumática e outras infecções hepatopatiascrônicas, hepatite crônica, síndrome de Marfan, pdeuxantoma elástico e síndrome de buscheke-Ollendorf. Além desses fatores, existe uma predisposição genética e familiar. A expressão dos genes determinantes para a formação de colágeno, de elastina e fibronectina está diminuída em pacientes portadores de estrias, existindo uma alteração no metabolismo do fibroblasto. As estrias podem ser classificadas em: rosadas (iniciais), atróficas e nacaradas. As rosadas ou iniciais possuem aspecto inflamatório e coloração rosada dada pela superdistensão das fibras elásticas e rompimento de alguns capilares sanguíneos, com sinais clínicos de prurido e dor em alguns casos, erupção papular plana e levemente edematosa. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 20 www.cursosemestetica.com.br As atróficas possuem aspecto cicatricial, uma linha flácida central e hipocromia, com fibras elásticas enoveladas e algumas rompidas, com colágeno desorganizado e os anexos da pele preservados. Já as nacaradas, possuem flacidez central, recoberta por epitélio pregueado, sendo desprovidas de anexos cutâneos, com fibras elásticas rompidas, e as lesões evoluindo para fibrose. A estria é relatada na maior parte da literatura como sendo uma lesão irreversível. Essa irreversibilidade está embasada em exames histológicos, que mostram redução no número e volume dos elementos da pele, rompimento de fibras elásticas, pele delgada, redução da espessura da derme, com fibras colágenas separadas entre si. No centro da lesão há poucas fibras elásticas, enquanto na periferia, estas se encontram onduladas e agrupadas. 3.3 – Flacidez A flacidez pode ser definida como estado de relaxamento; ausência total do tônus muscular. Pode ainda ser definida como o estado do que é mole, ou flácido. Tendo a pele comportamento viscoelástico, pode-se concluir que quando o limite elástico da mesma é ultrapassado por algum motivo, como por exemplo, um indivíduo magro que se torna obeso em um curto período de tempo e depois emagrece novamente, ao cessar o estímulo, ela não volta ao seu tamanho original, dando origem a esse “excesso de pele”, denominado flacidez estética. Podemos destacar as principais causas da flacidez: - Envelhecimento: com o passar dos anos, além das alterações nas fibras de colágeno da pele, há redução de massa muscular em todo o corpo, o envelhecimento prejudica a tonicidade dos músculos. - Sedentarismo: fazer exercícios com peso enrijece os músculos e tonifica a pele, melhorando muito os casos de flacidez. Com exceção de alguns casos onde a flacidez é muito acentuada. - Emagrecimento: o estiramento excessivo da pele, que acontece principalmente na gravidez, e as dietas milagrosas são outros fatores que podem determinar um corpo flácido. Engordar e emagrecer constantemente, o chamado efeito sanfona, acaba levando ao estiramento da pele e, consequentemente a flacidez. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 21 www.cursosemestetica.com.br - Hormonal: após a menopausa os cuidados com a flacidez devem ser redobrados para manter a consistência firme, por causa da variação hormonal, há uma diminuição do colágeno e da elastina, fibras que dão sustentação à pele. Além de uma diminuição nos líquidos da pele. - Predisposição genética: Existem pessoas que têm maior predisposição à flacidez. Devido a uma maior propensão genética, alguns indivíduos têm a estrutura da pele alterada, com diminuição ou alteração das fibras de colágeno e elastina. 3.4 – Envelhecimento Facial O processo de envelhecimento celular ocorre em todas as camadas da pele, é um evento inevitável e acontece com todos os seres humanos. O envelhecimento é caracterizado pelo desgaste dos vários setores do organismo, gerando alterações no seu funcionamento. Fisiologicamente ocorrem os seguintes processos nas camadas de pele: Epiderme: se adelgaça em razão ao aplainamento dos cones interpapilares e da diminuição do número e volume das células. Derme: ocorre a atrofia por destruição das fibras colágenas e elásticas, dando a pele um aspecto característico, chamado de elastose solar. Ocorre frequentemente em regiões expostas às radiações dos raios ultravioletas do sol. Tecido adiposo: a alteração da derme e da epiderme caracteriza-se pelo afinamento da pele cuja cor adquire tonalidade ligeiramente amarelada, aparecimento de pregas, rugas, telengectasias (pequenos vasos) e manchas escuras (melanose solar). Há diferenças marcantes entre o envelhecimento intrínseco e o fotoenvelhecimento que são coerentes com as alterações bioquímicas e moleculares. No envelhecimento pela idade, a textura da pele é lisa, homogênea e suave com atrofia da epiderme e derme, menor número de manchas e discreta formação de rugas. No fotoenvelhecimento, a superfície da pele é áspera, nodular, espessada, com inúmeras manchas e rugas profundas e demarcadas. As rugas se dividem em: Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 22 www.cursosemestetica.com.br Primárias: é uma depressão linear que interrompe a uniformidade da superfície cutânea por diminuição da camada hipodérmica ou por atrofia dérmica. Secundárias: são continuações das rugas da primeira fase. A troca de fase é variável no tempo e depende de cada indivíduo, acentuando a profundidade inicial. Terciárias: o aparecimento tardio ocorre por ptose cutânea (queda ou deslocamento). É observável em uma pele que perdeu sua elasticidade e tonicidade pelo peso do tecido, ou seja, por flacidez, levando ao deslocamento em queda da pele da face. Tipos de envelhecimento: Envelhecimento verdadeiro intrínseco: esperado; previsível, inevitável e progressivo. Pode ser retardado, mas não para. Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento: por exposição continuada, abusiva aos raios solares. A pele apresenta, precocemente, alterações comuns à pele senil. Tipos de rugas: Rugas de expressão: é a acentuação permanente das pregas normais da face (pés de galinha – rugas ao redor dos olhos; rugas peribucais – em torno da boca). Sulcos: são secundários ao afrouxamento cutâneo/muscular por alteração da derme- hipoderme e ação da gravidade (queixo duplo, sulcos nasogenianos). 4 – O que são Bioestimuladores Bioestimuladores são substâncias que são capazes de aumentar a produção do colágeno natural, melhorando assim a aparência e textura da pele da face e corpo. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 23 www.cursosemestetica.com.br O colágeno é uma proteína que torna a pele mais firma e aumenta a sua elasticidade; a medida que envelhecemos, a produção de colágeno diminui e isso acaba culminando no aparecimento de rugas e flacidez. Os bioestimuladores podem ser utilizados na face e corpo, em diversas regiões como pescoço, colo, abdômen, coxas, braços, glúteos e também no tratamento das celulites. Os bioestimuladores são indicados para pessoas com pele fina e frágil, para pessoas com o rosto com aspecto encovado e emagrecido (como pessoas que malham bastante, devido a dietas ou pacientes pós bariátricos), pacientes que querem melhorar a flacidez corporal ou celulite (FEG). Os bioestimuladores tornam a pele mais espessa e firme, produzindo resultados naturais. Seus efeitos podem ser observados até 2 anos depois da última aplicação. É importante que o paciente receba massagens vigorosas após a aplicação, e o produto sempre deixara um inchaço nas áreas aplicadas, que irá progredir e dará espaço a produção de fibras de colágeno e elastina, restabelecendo os volumes iniciais. 5 – Ácido Polilático O ácido poli-l-lático, conhecido comercialmente como Sculptra® é um preenchimento que provoca reações nos fibroblastos da pele que iniciamum processo de formação de colágeno, ocorrendo reconstrução de substância fundamental da derme. A degradação lenta do produto em glicose e CO2 permite planejar melhor o tratamento. Os efeitos estéticos perduram por 18 a 24 meses. O produto é indicado para: - Flacidez facial -Flacidez corporal de regiões como: braços, glúteos, coxas, axilas, flacidez de mãos, flacidez abdominal (após perda grande de peso e gravidez) - Flacidez de pescoço e colo - Tratamento de sulcos nasogenianos e labiomentual (bigode chinês e marionete) - Tratamento de celulite (FEG) - Perda notável de gordura subcutânea do rosto (emagrecimento facial) e da região temporal, devido a dietas, acidente ou doenças crônicas (inclusive HIV). Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 24 www.cursosemestetica.com.br O produto é um pó liofilizado branco e deve ser reconstituído 2 horas a 72 horas da utilização, utilizando água para injetáveis estéril. As aplicações podem ser realizadas em leque ou pontuais, devem ser sempre aplicados em derme profunda. Não é recomendado realizar super correções pois o produto irá expandir em até 14 dias, caso seja necessário retoque, deve ser feito de 3 a 5 semanas após a aplicação inicial. Os efeitos imediatos as aplicações incluem dor no local, inchaço, eritema e possíveis hematomas. É recomendado realizar massagens leves por 5 dias (3 a 5 vezes por dia) na região aplicada para evitar formação de nódulos palpáveis. As contraindicações são: - Gravidez ou amamentado - Infecção na região a ser tratada - Distúrbios de coagulação sanguínea - Uso habitual de tratamentos que contenham anticoagulantes - Uso habitual de AAS, aspirina, ibuprofeno, ginkgo biloba durantes os últimos 7 dias. 6 – Hidroxiapatita de Cálcio A hidroxiapatita de cálcio é um componente principal da formação de dentes e osso, é um preenchimento temporário de duração longa e pode ser utilizado como bioestimulador de ação de 12 a 18 meses. O produto é indicado para: - Flacidez facial -Flacidez corporal de regiões como: braços, glúteos, coxas, axilas, flacidez de mãos, flacidez abdominal (após perda grande de peso e gravidez) - Flacidez de pescoço e colo - Tratamento de sulcos nasogenianos e labiomentual (bigode chinês e marionete) - Tratamento de celulite (FEG) O produto já vem em seringa preenchida com 1,5ml e deve ser realizada a diluição da mesma com soro fisiológico (alterando a sua concentração para 10%). Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 25 www.cursosemestetica.com.br As aplicações podem ser realizadas em leque, retroinjeção ou pontuais, devem ser sempre aplicados em derme profunda. Os efeitos imediatos as aplicações incluem dor no local, inchaço, eritema e possíveis hematomas. É recomendado realizar massagens leves por 2 dias (3 a 5 vezes por dia) na região aplicada para evitar formação de nódulos palpáveis. As contraindicações são: - Gravidez ou amamentando - Infecção na região a ser tratada - Uso habitual de AAS, aspirina, ibuprofeno, ginkgo biloba durantes os últimos 7 dias. 7. Plasma Rico em Plaquetas O plasma rico em plaquetas (PRP) é uma suspensão de plasma obtida a partir do sangue total, preparada de forma a conter concentrações de plaquetas superiores às encontradas normalmente no sangue circulante. As plaquetas quando liberadas das células, estimulam reparo e regeneração dos tecidos. Estes concentrados plaquetários propõem uma aceleração na cicatrização de tecidos moles e duros através do aumento da concentração de fatores de crescimento, que são mensagens intercelulares fazendo com que a célula alvo cumpra determinada função. • PDGF (fator de crescimento derivado da plaqueta): mitógeno, quimiotático, promove a angiogênese, ativa o TGF β. • TGF (fator de crescimento transformador α e β): promove a formação da matriz extracelular, síntese de colágeno e elastina, proliferação e diferenciação celular. • FGF (fator de crescimento fibroblástico): promove a proliferação de fibroblastos, célula endotelial e estimula a angiogênese. Importante nas lesões musculares e tendinosas. • IGF (fator de crescimento semelhante à insulina): proliferação e diferenciação celular. Importante na formação óssea. • EGF (fator de crescimento endotelial): mitógeno, promove a reepitelização e síntese de colágeno. Importante no tratamento de feridas, tratamento de pele e lesão na córnea. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 26 www.cursosemestetica.com.br • VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular): angiogênico (vascularização), diferenciação celular e síntese de colágeno. 8 – Venopunção e Coleta O método utilizado para coleta do sangue compreende o sistema a vácuo para se manter a esterilidade do sangue e obter o sangue necessário em menor tempo para garantir as proporções fisiológicas de seus elementos figurados. Para obtenção do sangue periférico, utiliza-se preferencialmente as veias basílica e cefálica na região da fossa antecubital do braço, sítio com baixo índice de riscos associados à venopunção, como a flebite. A coleta é realizada em tubos de 3,5 ml contendo 0,5 ml de citrato de sódio a 3,2% ou tubo seco. Além dos tubos, os materiais necessários são scalp, adaptador de coleta a vácuo, torniquete, gaze, clorexidina ou álcool 70% para assepsia e bandagem tipo blood stop. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 27 www.cursosemestetica.com.br Utiliza-se torniquete para evidenciar a veia para venopunção e liberar somente após o preenchimento do primeiro tubo para coleta do sangue periférico, não sendo indicada a permanência do torniquete por períodos acima de um minuto, a fim de reduzir potenciais erros devido à estase venosa prolongada – o que pode alterar a quantidade de plaquetas obtidas durante a venopunção. 9 – Obtenção do Plasma Rico em Plaquetas Após a realização da coleta, deve ser feita a centrifugação dos tubos para que se obtenha a separação dos elementos figurados da amostra. O equipamento usa a força centrífuga para acelerar o processo de sedimentação. Devido ao movimento de rotação, as partículas de maior densidade migram para longe do eixo de rotação e são arremessadas para o fundo do tubo, neste caso, os glóbulos vermelhos. Nem todas as células sedimentam na mesma proporção, as grandes sedimentam mais rápido que as pequenas. Assim, um tipo de célula pode ser separado do outro se houver uma diferença suficiente no tamanho e na taxa de sedimentação. Com base neste princípio, as partículas são separadas dependendo de suas densidades, tamanho, força centrífuga e tempo de separação. A força centrífuga relativa (FCR), ou RCF (do inglês relative centrifugal force), é gerada quando uma partícula é submetida a um movimento circular. A unidade de medida da RCF é g que equivale à aceleração da gravidade na superfície da Terra. Assim, a velocidade de uma centrífuga será fornecida em RCF (ou força g) ou em rotações por minuto (rpm). Para esta etapa, podemos utilizar 1700 rpm por 10 minutos. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 28 www.cursosemestetica.com.br Após a centrifugação, realiza-se a coleta do plasma rico em plaquetas (PRP) em seringa de 1ml ou 3ml, com auxílio de uma agulha 22G, aspirando cuidadosamente (PRP está acima das células vermelhas do sangue e abaixo do plasma pobre em plaquetas). 10 – Métodos de Aplicação e Contraindicações do PRP São utilizados 2 tipos de aplicação: retroinjeção e pápulas (napage). O produto deve ser aplicado na derme superficial ou na junção dermo-epidérmica. Se realizada injeção superficial ou de um volume elevado, poderáocorrer inchaço no local do tratamento (pápula). Pode ser aplicado utilizando essa técnica de micro-injeções (ou napagem) ou micro pápulas. Para o rosto é recomendado a utilização da técnica de micro pápulas, através de uma série dupla de injeções paralelas, sendo as duas séries perpendiculares entre si. Em regiões mais desidratadas, é possível realizar injeções em micro pápulas, injetando pequenos volumes. O PRP também pode ser aplicado nas linhas de expressão ou rugas no método de retroinjeção, visando promover uma melhora na aparência estética e suavizando a mesma. Se a necessidade é suavizar as marcas de expressão, atenuar linhas e sulcos, suavizar rugas ou melhorar o contorno facial, pescoço, colo, lábios ou até dorso das mãos, o PRP pode ser a opção eficaz e em pouco tempo é perceptível evidente melhora e longa duração. O PRP também pode ser aplicado com a técnica de microagulhamento. As principais recomendações que devem ser seguidas pelo paciente: • Antes do procedimento, o paciente deve evitar fármacos com ação antiplaquetária (7 dias antes); • Não ingerir álcool 7 dias antes do procedimento; • Paciente não deve ter aplicado corticoide nos últimos 30 dias no local a ser tratado ou nas últimas 2 semanas se sistêmico; • Ideal é que seja solicitado hemograma para verificação da hemoglobina e número de plaquetas. • Evitar exposição ao sol por 7 dias As principais contraindicações são: • Hematócrito <30% Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 29 www.cursosemestetica.com.br • Contagem de plaquetas <100.000 • Infecções no local a ser aplicado • Não usar Fator de Crescimento em pacientes com patologias auto imunes, n° alto de plaquetas ou que tiveram câncer. • Em caso de cirurgia recente ou estar passando por tratamento médico, somente realizar o procedimento com a liberação do médico responsável pela paciente. 11 – Avaliação Clínica Na primeira consulta da paciente, é importante preencher a ficha de anamnese, solicitando para que a paciente informe o mais real (e que tenha conhecimento) do seu estado de saúde, além de informar também se está fazendo uso de algum medicamento (ou se toma com frequência, como anticoncepcionais, anti-hipertensivos, reposição hormonal, etc) inclusive suplementações (seja produtos naturais ou industrializados, utilizados na academia ou para finalidade estética). • Avaliação facial: observar peso, IMC, grau de envelhecimento, desidratação da pele, manchas, tumores faciais, cicatrizes e grau de flacidez. • Avaliação corporal: observar peso atual, IMC, edema, flacidez, celulite, distribuição da gordura. • As quantidades aplicadas para os produtos, seja na técnica de retroinjeção ou bolus, recomenda-se utilizar volumes de 0,2ml, assim é possível fazer uma boa distribuição de todo produto nas diversas áreas, seja do corpo ou face. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 30 www.cursosemestetica.com.br 12 – Complicações e Recomendações Algumas reações podem ocorrer no decorrer do tratamento: Reações mais comuns: • Dor no local • Eritema (vermelhidão) • Inchaço no local Reações que podem ocorrer (casos isolados): • Dor no local (devido a manipulação com agulha ou cânula). • Edema por cerca de 72 horas As principais recomendações a serem seguidas são: • Não ingerir: bebida alcóolica, fritura, carne de porco, frutos do mar (qualquer alimento que possa aumentar a inflamação); • Explicar importância do home care; • Realizar uma nova avaliação após 15 dias da aplicação; • Para as aplicações de ácido poliláctico e hidroxiapatita de cálcio, solicitar ao paciente realizar as massagens faciais ou corporais por 5 dias, pelo menos 3 vezes ao dia (ideal 5 vezes ao dia); • Não realizar nenhum procedimento após as aplicações de ácido poliláctico e hidroxiapatita de cálcio por pelo menos 6 semanas (que envolvam ablação, luz, calor). 13 – Métodos de Anestesia Para um melhor conforto e menos dor durante a sessão, também é sugerido o uso de anestésicos, que podem ser de uso tópico, gelo e outros resfriadores ou nas mesclas para o tratamento. Anestésicos nas mesclas de tratamento (adicioná-las junto às demais enzimas, alguns frascos com mesclas prontas já contém o anestésico na sua composição): • Lidocaína: (2 - (dietilamino) - N - (2,6-dimetilfenil) acetamida) é o anestésico local mais estável entre todos os conhecidos, sendo extremamente mais resistente à hidrólise. Apresenta um período de latência menor do que a procaína e sua ação, além Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 31 www.cursosemestetica.com.br de mais intensa, é também mais prolongada, durando de 60 a 75 minutos. Os anestésicos locais, em geral, atravessam a bainha do nervo na forma não ionizada, porém, interagem com os aceptores situados na membrana neural, na forma ionizada, estabilizando o potencial da referida membrana, bloqueando a condução nervosa. Esta despolarização talvez se dê por interferência com o fluxo de íons Na+ e K+ através da membrana. A lidocaína, assim como os outros anestésicos locais, pode ser ineficaz em áreas inflamadas, pois nestas, o pH, por ser mais baixo, facilita a ionização das moléculas da lidocaína, dificultando sua penetração nas fibras nervosas. Precauções: não aplicar em pacientes com histórico alérgico à lidocaína, síndrome de Stokes- Adams, segundo ou terceiro grau de parada cardíaca ou em caso de antecedentes epiléticos. • Procaína: apresenta um período de latência maior do que a lidocaína sendo que sua ação é menos intensa e menos prolongada. Os anestésicos locais, em geral, atravessam a bainha do nervo na forma não ionizada, porém, interagem com os aceptores situados na membrana neural, na forma ionizada, estabilizando o potencial da referida membrana, bloqueando a condução nervosa. A procaína, assim como os outros anestésicos locais, pode ser ineficaz em áreas inflamadas, pois nestas, o pH, por ser mais baixo, facilita a ionização das moléculas da procaína, dificultando sua penetração nas fibras nervosas. A vantagem da procaína é que também faz lipólise. Precauções: não aplicar em pacientes com histórico alérgico à procaína ou em caso de antecedentes epiléticos. Os anestésicos tópicos possuem o mesmo mecanismo de ação dos injetáveis, com o bloqueio de nervos sensoriais pela inibição do impulso neuronal, e reduzem o desconforto associado com a inserção da agulha. Para a aplicação do anestésico tópico, deve-se limpar a pele com álcool para retirar a oleosidade e aumentar a penetração do anestésico, realizar a aplicação com luva ou com aplicador com ponta de algodão e esfregar suavemente a região para aumentar a penetração. Pode-se também ocluir o anestésico tópico com película de filme plástico para aumentar a absorção. Remover o anestésico com álcool após 15 a 30 minutos, dependendo do anestésico utilizado. Dentre os anestésicos temos: Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 32 www.cursosemestetica.com.br • Lidocaína a 4 – 5%: produto disponível comercialmente (vendido em farmácias); preferir as formulações em creme dermatológico, pois tem absorção mais rápida. A dose máxima da lidocaína é de 500mg/dose. Reações alérgicas: pode acontecer prurido e pápulas localizadas e a possibilidade (raramente) de urticária, angioedema e anafilaxia. Toxicidade: ao nível de sistema nervoso central pode apresentar tontura, dormência na língua, zumbido, diplopia, nistagmo, fala enrolada, desmaios, problemas respiratórios; a nível de sistema cardiovascular pode apresentar arritmias, hipotensão, problemas cardíacos. Pode provocar metemoglobinemia (cianose e acidose). • EMLA (lidocaína 2,5%, prilocaína 2,5%): produto disponívelcomercialmente (vendido em farmácias); a dose máxima da lidocaína com prilocaína é de 60mg/dose. Reações alérgicas: as mesmas relatadas da lidocaína. Toxicidade: as mesmas relatadas da lidocaína. • BLT (benzocaína 20%, lidocaína 6%, tetracaína 4%): produto para manipulação. A dose máxima de tetracaína é de 20mg/dose. Reações alérgicas: as mesmas relatadas da lidocaína. Toxicidade: as mesmas relatadas da lidocaína. A tetracaína ao nível de sistema nervoso central pode apresentar insatisfação, agitação e convulsão. O gelo e alguns equipamentos resfriadores são também boas opções anestésicas que podem ser utilizadas junto com outras opções de anestesia. • Bolsas de gelo ou resfriador (tipo Skin Cooler): pode ser aplicado na pele no momento anterior à aplicação, aproximadamente 1 a 2 minutos até que a pele fique com aspecto eritematoso, porém, não esbranquiçada. Preparar a pele com álcool. • Aparelhos de resfriamento por contato: podem substituir o gelo. Aplica-se o aparelho de resfriamento por contato no momento anterior à aplicação, aproximadamente 1 a 2 minutos até que a pele fique com aspecto eritematoso, porém, não esbranquiçada, obtendo assim efeito anestésico. Para ambas as técnicas de resfriamento, a temperatura por contato deve ser de aproximadamente 5°C, pois o resfriamento excessivo (pele esbranquiçada) pode resultar em comprometimento epidérmico. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 33 www.cursosemestetica.com.br 14 – Associação da Técnica de Microagulhamento com Plasma Rico em Plaquetas 14.1 – A Técnica de Microagulhamento O microagulhamento é uma técnica utilizada para procedimentos estéticos que consiste no estímulo mecânico gerado pelo rolamento de um cilindro que contém de 120 a 540 micros agulhas, gerando centenas de micro canais na pele, que aumentam a permeabilidade cutânea além de estimular os fibroblastos a produzirem mais colágeno para restaurar o tecido conjuntivo. Atualmente no mercado também já se apresenta equipamento com Anvisa que é uma caneta elétrica para realizar a técnica que possibilita o uso de 12 a 36 microagulhas de titânio e pode ser ajustada de 0,25mm a 2,5mm de profundidade na pele. Dentre as principais ações do microagulhamento podemos citar: -Perfuração da epiderme gerando canais que podem permanecer até 24 horas após a aplicação, aumentando a permeação em cerca de 40 vezes o que permite a entrega de ativos nas camadas da pele onde se quer atuar; - Geração de um falso estímulo de lesão, com consequente processo de inflamação controlado, que inicia uma cascata de eventos celulares, que contribuirão para a remodelação tecidual; - Indução da neocolagênese e neoangiogênese com o intuito de reabilitação do tecido conjuntivo; - Divulsiona o tecido ao invés de dilacerá-lo. O microagulhamento estimula o sistema imunológico e mecanismos de cicatrização. No momento em que a pele é perfurada, desencadeia-se uma reação inflamatória, iniciando uma cascata de eventos subsequentes; receptores nervosos da pele e mecanismos de defesa percebem a punturação como uma lesão, levando assim a uma aceleração da indução do colágeno natural da pele. 14.2 – Métodos de Aplicação e Biossegurança Inicialmente, devemos realizar o preparo da paciente e na sequência a aplicação: • Pedir para a paciente não ir com maquiagem ou qualquer tipo de creme ou filtro solar na região, para capilar, lavar somente com shampoo os cabelos; Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 34 www.cursosemestetica.com.br • Lavar bem as mãos, fazendo assepsia com álcool a 70% ou sabonete anti-séptico e calçar as luvas de procedimento; • Realizar minuciosa higienização na pele da paciente; • Passar uma camada generosa de anestésico tópico na região da aplicação; • Aguardar de 15 a 30 minutos, de acordo com o tempo de ação do anestésico; • Retirar com gaze estéril o anestésico e iniciar o procedimento; • Espalhe sobre a pele o PRP; • Inicie a rolagem sobre a pele ou passadas da caneta elétrica ou infusion, até que a mesma fique ligeiramente avermelhada; • Mantenha a pressão uniforme, regiões como testa, pálpebras inferiores e região superior dos lábios são mais sensíveis, diminua a pressão; • Roller: não mudar a direção de aplicação enquanto o aparelho estiver em contato com a pele da paciente; Não há necessidade de escarnificar a pele da paciente. 14.3 – Recomendações e Reações As principais recomendações a serem seguidas são: • Evitar lavar o rosto por pelo menos 4 horas (deixar o PRP agir) e evitar contato com a pele e não aplicar filtro solar no dia; • A pele poderá ficar muito vermelha, se estendendo por até 48 horas (acompanhado de leve inchaço); • Suspender o uso de cosméticos que contenham ácidos na composição por 4 dias; • Evitar os alimentos: carne de porco e frutos do mar; • Indicar home-care adequado Algumas reações adversas que podem ocorrer: • Dor no local da aplicação • Eritema (vermelhidão consequente à vasodilatação que deve logo desaparecer) • Rubor (eritema rubro consequente a vasocongestão ativa ou arterial, com aumento da temperatura) • Edema (inchaço no local da aplicação) Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 35 www.cursosemestetica.com.br 14.4 – Contraindicações • Presença de lesões cancerígenas • Verrugas • Hiperqueratose solar • Psoríase • Infecção no sítio de aplicação (ainda que sejam lesões acneicas infectadas) • Herpes, acne ativa e doenças autoimunes • Portadores de distúrbios de coagulação • Gravidez ou amamentando • Diabéticos • Pessoas com tendência a queloides 15 – Referências Biblioráficas FONSECA, A.; PRISTA, N. L. Manual de terapêutica Dermatológica e cosmetologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984. FONSECA, A.; SOUZA, M. E. Dermatologia clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984. JUNQUEIRA, C. L.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. MAIO, M. Tratado de medicina estética. v.1 e v.3, São Paulo: Roca, 2004. AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Dermatologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. TONTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 6.ed. São Paulo: Artmed, 2000. ROSS, M. H.; REITH, E. J.; ROMRELL, L. J. Histologia: Texto e Atlas. 2.ed. São Paulo: Panamericana, 1993. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94 36 www.cursosemestetica.com.br PORTO, C. C. Semiologia médica 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: Fundamentos, Recursos e Patologias. 3.ed. São Paulo: Ed. Manole, 2004. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia em estética: fundamentos, recursos e patologias. 3.ed. São Paulo: Ed. Manole, 2004. YAMAGUCHI, C. Procedimentos estéticos minimamente invasivos. ed. Santos, 2005. PIMENTEL, A.S. Medicina e cirurgia estética no consultório. v. 1, ed. LMP; São Paulo, 2007. Acosta I, Potdevin D. Rejuvenecimiento cutáneo facial con materiales autólogos. Tesis para optar por el título de Máster en Medicina Cirugía-Cosmética y del Envejecimiento. Universidad Autónoma de Barcelona - 2009-2011. Conde ME, Fernández SME, Suárez FR. Plasma rico en plaquetas: aplicaciones en dermatología. Actas Dermosifiliogr. 2015; 106 (2): 104-111. KALIL et al. Tratamento das cicatrizes de acne com a técnica de microagulhamento e drug delivery. 2015. LIMA, E. V. A., LIMA, M. A., TAKANO, D. Microagulhamento: estudo experimental e classificação da injúria provocada. Surgicaland CosmeticDermatology. 2013; 5(2):110-114. LIMA, A. A., SOUZA, T. H., GRIGNOLI, L. C. E. Os benefícios do microagulhamento no tratamento das disfunçõesestéticas. Revista Científica da FHO|UNIARARAS v. 3, n. 1/2015. COMPRI-NARDY, Mariane B., STELLA, Mércia Breda, OLIVEIRA, Carolina de. Práticas de Laboratório de Bioquímica e Biofísica. Guanabara Koogan, 2009. Livia Cozendey Sepulvida Carvalho - liviacozendey@yahoo.com.br - CPF: 079.523.637-94
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