Prévia do material em texto
1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA ANNA– DERMATO (P6) - 17/03/2021 INTRODUÇÃO O termo acne foi encontrado pela primeira vez no texto do médico Aetius Amidenus, médico do imperador Justiniano, cerca de 06 séculos a.C., e é provavelmente a doença dermatológica mais comum. • ACME (mancha ou marca): acne Acne do recém-nascido que ocorre pela passagem dos hormônios da mãe para o bebê: PATOLOGIA Herança: • Tendência hereditária na acne; • Transmissão por genes autossômicos dominantes; • Quando ambos os pais têm acne, há possibilidade de 50% de acne nos filhos. Localização: Acne é afecção dos folículos pilossebáceos da face e região ântero-posterior do tórax A característica desses folículos é ter uma glândula sebácea hipertrofiada e um pelo fino rudimentar. PATOGÊNESE A glândula sebácea desemboca dentro do folículo e na estrutura pilo-sebácea onde vai ocorrer a patogênese da acne. Ocorre um aumento da produção de sebo pela glândula sebácea. O responsável pelo funcionamento dessas glândulas são os andrógenos (testosterona etc.) que aumentam a produção da sebácea. A bactéria fará o processo inflamatório infeccioso (citocinas), rompendo o sebáceo a ceratina vai aumentar de produção. Cravos (nome popular) – o aumento da queratinação faz com que haja uma obstrução do folículo, formando uma rolha córnea. • Comedão aberto – ver os pontinhos pretos. • Comedão fechado – a pele passa por cima do comedão – pápulas hipocrômicas. 2 LUANNA HONÓRIO Comedões: Acne grau I não inflamatória, predomina comedão: FISIOPATOLOGIA Quatro eventos estão relacionados: • Hiperqueratinização da região superior do folículo piloso (hiperproliferação e diferenciação anormal dos queratinócitos – que será os pontinhos pretos); • Colonização bacteriana no folículo piloso (Propionibacterium acnes); • Aumento da produção de sebo pela glândula sebácea (estimulação por andrógenos); Queratina + sebo + bactéria (Propionibacterium acnes) = liberação de liberadores pró-inflamatório; • Liberação de mediadores pro-inflamatórios e acúmulo de linfócitos T helper, neutrófilos e células gigantes de corpo estranho no folículo e derme subjacente. Evolução: Microcomedão, comedão, Pápula/pústula inflamatória/nódulo (lesão mais profunda). Fatores adicionais: • Produtos graxos (oleosos) ou oclusivos; • Cosméticos; • Forças mecânicas ou friccionais; • Lavagem excessiva; • Mulheres: considerar estados hiperandrogênicos (ciclos irregulares e hirsutismo) – SOP. OBS: Sundown protetor solar – comedogênico. 3 LUANNA HONÓRIO CLASSIFICAÇÃO Acne não-inflamatória: • Acne comedônico ou Acne grau I Acne inflamatória: • Acne Pápulo-pustulosa ou Grau II – mais visível • Acne Nódulo-abscedante ou Grau III – mais palpável. • Acne Conglobata ou Grau IV – acne mais profunda ainda onde tem presença de abcesso; • Acne Fulminante ou Grau V – comprometimento sistêmico com febre, artralgia etc. CLÍNICA • Início: 8-12 anos, até a puberdade; • Aumento da produção dos hormônios sexuais; • Comedoniana: fronte e bochechas; • Pápulas, pústulas e nódulos; • Adolescência :15-18 anos (85%); • Involução antes dos 25 anos; • Piora pré-menstrual; • 12% das mulheres e 3% dos homens terão acne até 44 anos; • Acne da mulher adulta (20-35 anos): linha da mandíbula, mento e parte superior do pescoço. ACNE GRAU I: Comedões fechados (não tem ponto preto), micropápulas: 4 LUANNA HONÓRIO ACNE GRAU II: ACNE GRAU III: ACNE GRAU IV: 5 LUANNA HONÓRIO ACNE GRAU V: 6 LUANNA HONÓRIO ACNE NEONATAL/ACNE INFANTIL A acne neonatal ou acne infantil é devido aos hormônios maternos circulantes. PRINCÍPIOS GERAL • História completa de tratamentos anteriores; • Corticosteroides, anabolizantes esteróides, neurolépticos, lítio e ciclosporina pioram a acne; • Observar história familiar de acne e propensão a formar cicatrizes; • Irregularidades menstruais; • Uso de cosméticos; • Falha terapêutica: adesão ao tratamento; • Medicamentos bem tolerados/posologias 7 LUANNA HONÓRIO CLASSIFICAÇÃO DA ACNE (GLEA) GLEA: Grupo Latino Americano de Estudos da Acne MEDICAMENTOS TÓPICOS RETINÓIDES: • Adapaleno: 0,1 a 0,3%- gel ou creme; • Tretinoína: 0,025% a 0,1 % gel ou creme ANTIMICROBIANOS: • Clindamicina: 1%; • Eritromicina: 1,5% a 2%; • Peróxido de benzoila: 2,5% a 10 % - gel/sabonete; • Combinação: fórmulas ÁCIDO AZELÁICO 15 a 20 % gel ou creme ÁCIDO SALICÍLICO – gel/loção/sabonete MEDICAMENTOS ORAIS ANTIMICROBIANOS: • Tetraciclinas: 250 mg a500 mg -1 a 4 x ao dia; • Doxiciclina: 50-100 mg/dia; • Minociclina: 100 mg/dia; • Sulfametoxazol-trimetoprima; • Eritromicina ATB orais sistêmicos da acne: 2 a 4 meses. ISOTRETINOÍNA: Rouacutan AGENTES HORMONAIS: • Espironolactona 50-200mg/dia; • Prednisona 2,5 a 5 mg ao dia; • Contraceptivos orais AGENTES CIRÚRGICOS/FÍSICOS • Extração de comedões; • Eletrocauterização; • Peelings químicos; • Corticosteróides intralesionais; • Luz azul; • Laser de 1540nm; • Dermabrasão; • Excisões; • Resurfacing com laser; • Substâncias preenchedoras ANTIBIÓTICOS RETINOIDES TÓPICOS: • Promove descamação do epitélio folicular; • Efeito anti-inflamatório; • Ajudam na penetração de outros ativos; • Preferidos para manutenção; • TRETINOÍNA – noite; • ADAPALENO (estável a luz) dia e noite; - 8 a 12 semanas; • Capacidade irritativa PERÓXIDO DE BENZOÍLA: • Efeito antibacteriano potente; • Comedolítico; • Irritativo; • Noite CLINDAMICINA E ERITROMICINA TÓPICA: • Bem tolerados e eficazes; • Acne inflamatória leve a moderada; • Evitar uso exclusivo ÁCIDO AZELÁICO: • Leve eficácia na acne inflamatória; • Acão despigmentante ÁCIDO SALICÍLICO EM GEL/CREME – não é muito eficaz. 8 LUANNA HONÓRIO SULFACETAMIDA DE SÓDIO-ENXOFRE: em gel, loção, sabão. ANTIMICROBIANOS ORAIS • 6 a 8 semanas para obter uma resposta; • Inicia dose alta e reduz após controle; • Tempo de tratamento: de 3 a 6 meses TETRACICLINA: segura, resposta 70 % 250 a 500 mg 1 a 4x/dia, evitar gestantes e crianças (9-10 anos), função renal comprometida; 500mg 2x dia, durante 2-4 meses. Vai reduzindo a dose com o tempo. DOXICICLINA: 50-100mg 1 a 2x/dia, reação de fotossensibilidade. MINOCICLINA: 50-100mg 1 a 2x/dia, efeitos colaterais ERITROMICINA: eficácia baixa/gestantes • Contraceptivos orais – que NÃO tenha androgênios; • Bloqueiam os andrógenos da suprarrenal e do ovário; • Espironolactona - 25 a 200 mg/dia; • Prednisona • Acne cística intensa/ conglobata CORTICOIDES INTRALESIONAIS TRIANCINOLONA RETINOIDES ORAIS PADRÃO-OURO DO TRATAMENTO ISOTRETINOÍNA: • Acne intensa, não responsiva, prolongada, recidivante, sofrimento psicológico; • 0,5 a 1,0mg/kg/dia; • 120 a 150 x peso – dose total; • Única terapia que não tem canal aberto; • 60-70% cura; • Menores de 16 anos, mais chance de recidiva; • Adultos: doses baixas/terapia intermitente; • Efeitos colaterais: teratogenicidade (não pode passar para grávidas), ressecamentos, colonização por S.Aureus, hiperlipidemia, artralgias; • Acompanhamento com testes de função hepática – TGO, TGP, fosfatase alcalina. ACNE LEVE Comedoniana: • Retinóide tópico + extração física • Retinoide alternado, ácido salicílico, ácido azelaico Papular/Pustular: • Antimicrobiano tópico + retinóide/ p.benzoila para banho; • Alternar AM + RT , ácido azelaico,salicílico ACNE MODERADA Papular/Pustular: • Antimicrobiano oral + RT + P. benzoila; • Alternar: AM/ RT/PB; • Mulheres: espironolactona + AT + RT com ou sem AT e/ou PB; • Isotretinoína oral ACNE INTENSA Nodular/conglobata; • Isotretinoína; • AM + RT + PB; • Mulheres: espironolactona + aco + RT,com ou sem antimicrobianos tópicos ou orais, e/ou PB COMPLICAÇÕES • Cicatrizes deprimidas; • Depressões; • Queloides; • Hiperpigmentação residual proeminente; • Granuloma piogênico 9 LUANNA HONÓRIO 10 LUANNA HONÓRIO ALGORITMO TERAPÊUTICO DA ACNE 11 LUANNA HONÓRIO 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA ANNA LUIZA PEREIRA– DERMATO (P6) - 01/02/2021 INTRODUÇÃO PELE A pele é o maior órgão do corpo humano, corresponde a 15% do peso corporal. Ex: Peso 60kg, pele = 9kg Camadas da pele: • Epiderme • Derme (derme papilar e derme reticular) • Hipoderme EMBRIOLOGIA Ectoderma: epiderme, folículos, pilossebáceos, glândulas apócrinas, glândulas écrinas e unhas; OBS: nervos e melanócitos - neuroectoderma Mesoderma: fibras colágenas, elásticas, vasos, músculos e tecido adiposo. EPIDERME Camadas: • Camada basal (melanócitos, células de Langerhans, corpúsculos de Merkel) • Camada espinhosa, escamosa ou de Malpighi • Camada granulosa • Camada córena • Estrato lúcido (região palmo-plantar) 2 LUANNA HONÓRIO Junção dermoepidérmica: DERME Constituída por: • Substância fundamental rica em polissacarídeos; • Fibras colágenas, elásticas e reticulares • Células: fibroblastos, histiócitos, mastócitos, células mesenquimais indiferenciadas, leucócitos e plasmócitos. Camadas da derme: • Derme papilar: logo abaixo da epiderme, camada mais fina, formada por fibras colágenas finas, fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante substância fundamental. Forma as papilas dérmicas; • Derme perianexial: composição semelhante a derme papilar. Localiza-se em torno dos anexos; • Derme reticular: camada mais espessa, as fibras são mais grossas, menor quantidade de células e substância fundamental. 3 LUANNA HONÓRIO ANEXOS CUTÂNEOS: 1. Glândulas écrinas 2. Glândulas apócrinas 3. Aparelho pilossebáceo 4. Glândulas sebáceas 5. Pelos 6. Unhas GLÂNDULAS ÉCRINAS • - Produzem o suor; • - Encontradas em toda pele, predominam na região palmo-plantar e axilas; • - Desembocam na superfície da epiderme; • - Inervadas por fibras simpáticas pós- ganglionres, cujo mediador é acetilcolina. GLÂNDULAS APÓCRINAS • - Encontradas nas axilas, região perimamilar e região anogenital e ainda modificada no conduto auditivo externo (glândulas ceruminosas); nas pálpebras (glândulas de Moll) e, na mama (glândulas mamárias) • - Desembocam no folículo pilossebáceo; • - Produzem secreção com aspecto leitoso; • Estímulos simpáticos (adrenalina e noradrenalina) principalmente, mas também parassimpáticos como a metilcolina. GLÂNDULA SEBÁCEAS - Presentes em toda a pele, exceto nas regiões palmo-plantares; - Na mucosa bocal e lábios apresentam-se grânulos de Fordyce; - Desembocam no folículo pilossebáceo e apresentam tamanho inversamente proporcional ao pelo correspondente; - Produzem o sebum - Ativadas por estímulos androgênicos; OBS: NÃO DEPENDEM DE ESTIMULAÇÃO NERVOSA! PÊLOS Constituídos por células queratinizadas produzidas pelos folículos pilosos. Tipos de pelo: 1- Pelo fetal/lanugo (RN) ou velus (adultos) 2- Pelo terminal (cabelos, barba, axila e púbis) Anexos do folículo piloso: • Glândula sebácea (superiormente) • Músculo piloeretor (inferiormente) • Glândula apócrina (em algumas regiões – axilas, região perimamilar e região anogenital; acima da desembocadura do ducto da glândula sebácea) 4 LUANNA HONÓRIO 3 regiões do pelo: 1. Infundíbulo: entre o óstio e a inserção da glândula sebácea. A porção do infundíbulo localizada na epiderme = Acrotríquio 2. Istmo: entre a abertura da glândula sebácea e a inserção do músculo piloeretor; 3. Segmento inferior: abaixo do músculo piloeretor - Bulbo piloso: contém a matriz do pelo e melanócitos; - Papila: região inervada e vascularizada Ciclo do pelo: Principais fases: • Fase anágena: é a fase de crescimento; intensa atividade mitótica da matriz. Dura de 2 a 5 anos (85%); ( • Fase catágena: os folículos regridem a 1/3 de suas dimensões anteriores, cessa a melanogênese e a proliferação celular. O segmento inferior do pelo assume e a forma de clava. Dura 3 semanas (14%); • Fase Telógena: ocorre desprendimento do pelo. Dura 3 a 4 meses (1%). OBS: os cabelos crescem em média 0,04mm/dia UNHAS Lâminas queratinizadas que recobrem a última falange dos dedos. Funções da pele: • Proteção mecânica • Proteção contra radiação UV • Proteção imunológica • Termorregulação • Percepção • Secreção Receptores sensitivos da pele: • Vater-Pacini: pressão profunda, vibração de alta frequência; 5 LUANNA HONÓRIO • Meissner e Krause: tato, frio, vibração de baixa frequência e discriminação de dois pontos (textura); • Disco de Merkel: tato; • Ruffini: sensibilidade térmica, pressão profunda e tato contínuo; • Terminações livres: dor. Termoregulação: • - Exercida pelo sistema vascular e sudoríparo da pele; • - Conserva o calor por meio da vasoconstrição e o elimina pela vasodilatação e evaporação do suor. Produção de melanina: Regulada por: • Fatores genéticos • Fatores Ambientais • Fatores hormonais: - MSH (aumenta): hormônio estimulador de melanócitos, produzido pela pars intermédia da hipófise. - ACTH, progesterona (aumenta) - Melatonina (diminui): produzida pelas epífises. OBS: O número de melanócitos não varia com a etnia. Cascata da produção de melanina dentro do melanócito: 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSOR OTÁVIO SÉRGIO LOPES– DERMATO (P6) - 03/02/2021 INTRODUÇÃO Os cânceres de pele estão em torno de 30% de todos os cânceres. Canceres mais comum - Dados de 2003: Câncer mais comuns no Brasil - 2016 (Câncer de pele, mama, próstata e de colón e reto) • O número de casos teve um crescimento anual na ordem de 7%; • A mortalidade é relativamente baixa e ocorre mais quando se trata de melanoma; A fotobiologia estuda justamente isso, a radiação solar e sua interação com os seres vivos. Para os seres vivos o mais importante é a radiação que chega à superfície da terra (da luz vermelha para cima), que são: OBS: Quanto menor o comprimento de onda, mais energético é a radiação. • Ondas de rádio: pouco estudo com interação biológica; • Infravermelho: frequência abaixo da luz vermelha, é o calor (tem elevado comprimento de onda) • Luz visível com o espectro de cores • Ultravioleta: frequência acima da luz violeta - com raios UVA, UVB e UVC • Raios x e raios gama: terapêutica importante no câncer. OBS: a luz branca (de computadores) pode causar manchas, mas não está muito relacionada a efeitos nocivos. 2 LUANNA HONÓRIO A camada de ozônio é como um filtro solar da terra que impede que passe tanta radiação solar. Passagem dos raios ultravioleta pela camada de ozônio: • Raios UVA: passa totalmente • UVB: passa parcialmente • UVC: não passa OBS: No Nordeste, principalmente no verão, os raios UVB passam antes de 9h, 6h já identificam esses raios mesmo que em menor quantidade. A radiação UVB é a que promove síntese de vitamina D, mas também é a que queima e está mais relacionada ao câncer de pele. A UVA passa da mesma forma em todos os horários do dia, ela também é responsável pelo câncer de pele e pelo bronzeamento mais duradouro (deve ter cuidado em todos os horários do dia se for se expor a radiação). Curiosidades da radiação que chega na terra: ● 60% é infravermelho ● 37% é luz visível ● 3% é de raios UV (sendo que é 100 UVA para 1 UVB) A radiação sofre influência de: • Nuvens:se tiver nuvens chega menos radiação, mas ainda assim chega; • Reflexão: como na neve, que reflete a luz e atinge mais a pele e os olhos e mesmo se estiver na sombra, a radiação pode refletir no chão e queimar; • Altitude: quanto mais alto, mais radiação Produção de vitamina D: Não se sabe a quantidade certa de radiação solar que devemos nos expor para ter os benefícios dela sem ter os malefícios, mas sabe-se que a radiação solar é indispensável para a vida, principalmente dos jovens que necessitam de vitamina D para o desenvolvimento. Estima-se que de 6 a 10% da superfície corpórea (face, mãos e braços) expostos por 5 min, 3x na semana são suficientes para manter os níveis de vitamina D. A vitamina D é importante para diminuição de cânceres (como o de colo uterino e de mama), diminuição da incidência de depressão, regulação do sistema imune e autoimune e outros. OBS.: tomar vitamina D oralmente ajuda, mas não substitui, pois não age da mesma maneira que a produzido no corpo e a vit. D é necessária na pele para homeostase. EFEITOS DO SOL NO HOMEM • Ritmo circadiano: noção de dia/noite • Bem estar • Antidepressivo (pela vitamina D) • Formação de vitamina D EFEITOS NOCIVOS • Queimaduras; • Imunossupressão local e sistêmica; • Fotodermatoses; • Envelhecimento cutâneo (espessamento, manchas e rugas); • Lesões pré-malignas: ceratose actínica e lentigo maligno; • Câncer de pele. 3 LUANNA HONÓRIO QUEIMADURA SOLAR Nunca deve subestimar a radiação solar e, sempre que for se expor a ela, mesmo que não diretamente, fazer o uso de protetor solar, pois mesmo na sombra a radiação pode refletir. OBS: A gente não se queima pelo calor (mormaço) e sim pela radiação UVB, do reflexo. ERITEMA A radiação solar (principalmente UVB) gera oxidação de proteínas aromáticas pericapilares, ativando a via das prostaglandinas (E2) e histaminas, causando, assim, o eritema que ocorre 4 a 8h após a exposição solar, tendo o pico com 12 a 24h. Então, pode intervir administrando AAS ou Indometacina que são inibidores das prostaglandinas para prevenir queimaduras quando ainda está no início. Em casos mais graves pode usar até corticoide. A radiação tem efeito inibidor das células de Langerhans (células apresentadoras de antígenos), por isso pode causar imunossupressão local ou até sistêmica (dependendo da exposição). Na foto, observa-se reativação de herpes após exposição ao sol: EFEITOS TARDIOS DO SOL A radiação solar tem ação cumulativa, então o sol recebido na infância e adolescência repercute na vida adulta, com envelhecimento, lesões pré-malignas e até o câncer de pele. Lesão acastanhada provocada pelo calor do notebook no colo (radiação infravermelha) é chamado de eritema AB IGNI. É uma lesão pré-maligna, se mantivesse, poderia desenvolver um carcinoma espinocelular: FOTOCARCINOGÊNESE Papel das RUBs – UVB, UVA e Infravermelho Efeitos nos cromossomas: • - Defeitos no reconhecimento dos danos acontecem no DNA, então não repara esses danos • - Inativação de genes supressores tumorais • - Ativação dos oncogenes • - Produção de radicais livres • - Imunossupressão: inativação das células de Langhans. 4 LUANNA HONÓRIO Tudo isso irá favorecer o desenvolvimento de câncer de pele. AÇÃO CUMULATIVA DA RADIAÇÃO Pode causar: − Envelhecimento − Lentigo solar − Elastose solar − Queratose actínica − Cânceres de pele − Dermatose elastótica actínica ELASTOSE SOLAR AVANÇADA Pessoas com exposição prolongada ao sol (lavradores, agricultores). Ocorre marcação acentuada dos sulcos da pele. (Elastose solar avançada) MELANOSES SOLARES São lesões acastanhadas, superficiais, muito comuns no dorso da mão e antebraços. Não representam risco de malignidade (não são lesões pré-malignas), mas representam que o indivíduo teve muita exposição ao sol. Tratamento: • Criocirurgia: cauterização com gelo • Quimiocauterização: coloca substâncias ácidas • Uso de bloqueadores solares LESÕES PRÉ-MALIGNAS CERATOSE ACTÍNICA São lesões mais palpáveis que visíveis, são acastanhadas (mas podem ser da cor da pele). Ao passar o dedo tem-se a mesma sensação de estar pegando em uma lixa de unha. Evoluem para carcinoma espinocelular se não forem retiradas (retira com cauterização superficial). Ceratose (lesão mais palpável que visível) que já está evoluindo para úlcera e já pode estar evoluindo para câncer: 5 LUANNA HONÓRIO CÂNCER DE PELE Causada pela radiação solar excessiva. Os indivíduos que irão ter são principalmente aqueles que se expuseram muito ao sol durante a vida e não usaram proteção, como pescadores, lavradores e pessoas brancas. Pessoas de risco: • Pessoas clara; • Sardas no rosto e ombros; • Ruivas ainda tem mais risco; • História de queimadura solares; • Dificuldade para bronzear (queima mais que bronzeia); • Antecedentes familiares de câncer de pele; • Pintas (sinais) múltiplas. Pessoas de menor risco: pele negra CASO CLÍNICO: CBC, 62 anos, masculino, apresenta-se com queixa de “sinal” há 1 ano, que vem sangrando aos mínimos toques. - Lesão a esquerda: lesão nodular, perolação e com vasos na superfície que chamamos de teleangiectasias - Direita: lesão com bordas peroladas e elevadas, com pigmentações, lembra um carcinoma basocelular pigmentado. CARCINOMA BASOCELULAR É o mais comum de todos os cânceres (75%) e deriva das estruturas foliculares. Epidemiologia: é o principal tipo de câncer de pele (corresponde a cerca de 75%); superficial ou pagetoide. Histogênese: derivam das células foliculares, por isso que é sempre intradérmico; Formas clínicas: • Nodular • Nódulo ulcerada • Nódulo cística • Ulcerado • Superficial ou pagetóide • Pigmentado • Cicatricial • Esclerodermiforme OBS: existem também formas histológicas. Lesão nodular com telangiectasias na superfície com epiderme muito fina que sangra facilmente: A imagem da esquerda mostra um carcinoma basocelular cicatricial e ulcerado na ponta, a direita tem um carcinoma nodular com aspecto ulcera. Lesão nodular e ulcerada: 6 LUANNA HONÓRIO OBS: em uma mesma lesão, pode-se ter várias formas clínicas. Carcinoma cicatricial e a cirurgia que foi feita: Carcinoma esclerodermiforme fazendo uma retração do olho; é inoperável, não há tratamento. Existe uma droga nova que inibe a principal via que origina os carcinomas basocelulares que pode ser usado: Três tipos de lesão: - Lesão acima: carcinoma basocelular ulcerado; - Em baixo: lesão tumoral ulcerada com telangiectasias; - Lesão de cima e a direita: pápula branca que não tem limite, padrão esclerodermiforme. Carcinoma basocelular ulcerado e engrenado (pigmentado): Tratamento do CARCINOMA BASOCELULAR: • - Ressecção tumoral é o tratamento de eleição para todos os tipos de carcinoma basocelular, com margens cirúrgicas adequadas de 4 a 10 mm. • - Cirurgia micrográfica de Mohs: retira margens pequenas (se não souber onde começa e onde termina) e analisa 100% das margens. • - Terapia fotodinâmica: coloca uma substância fotossensibilizadora que as células tumorais absorvem e expõe a luz vermelha intensa. • - Tratamento clínico: pode usar o creme de Fluoracil a 5% e o Imiquimode 5% creme para carcinomas superficiais. • -Radioterapia: quando não consegue operar, ou como forma adjuvante (quando não conseguiu retirar tudo). Carcinoma profundo (reconstrução): 7 LUANNA HONÓRIO Retirada do tumor e a reconstrução:- Na primeira foto: os números indicam onde fez a biópsia, pois não sabia as margens. - Fez a cirurgia micrográfica (de perseguição tumoral) e teve que retirar toda essa parte, pois estava comprometida. Lesão na pálpebra com reconstrução da pálpebra: CARCINOMA ESPINOCELULAR CASO CLÍNICO: CEC, 72 anos, lavrador, queixa-se de “verruga” de crescimento rápido, 4 meses, e dor ao toque. Refere ainda múltiplas verrugas nas áreas fotoexpostas. Tem duas lesões: lesão vegetante (crosta hemática, crosta ulcerada) e lesão nodular/ulcerada. - Lesão vegetante na região de nariz e lábio - É o carcinoma espinocelular Epidemiologia: em torno dos 20% dos tumores de pele. Histogênese: deriva das células escamosas da epiderme. Formas clínicas: • Nodular • Nódulo ulcerada • Ulcerado • Verrucoso • Vegetante • Doença de Bowen (superficial) • Queratoacantoma: é um tumor epidérmico que tem um comportamente benigno que faz o diagnóstico diferencial clínico do carcinoma espinocelular. 8 LUANNA HONÓRIO Marcadores de prognóstico: 1- Tumores >2cm 2- Tumores indiferenciados (células fusiformes, acantoltico, desmopláscio) 3- Tumor recidivado 4- Tumor em lábio, orelha e cicatriz 5- Tumor com infiltração profunda (>2mm), e em anexos (nervos e vasos) Os que têm essas características, têm maior possibilidade de metástases. - Em cima e a esquerda: ceratose actínica; carcinoma espinocelular in situ; - Lesão em baixo: é um carcinoma espinhocelular superficial ou de Bowmen; - Lesão em cima e a direita: lesão ulcerada, trata infecção e ver o que tem por baixo pela biópsia. Lesão grande (> 2cm) na orelha: grande risco para metástase: Lesão dura com telangiectasias, espinhocelular invasiso: Três carcinomas espinocelulares: um no dedo, um no leito ungueal e um na cicatriz: OBS: Diagnóstico diferencial de lesões vegetante ulceradas = paracoccidioidomicose, leishmaniose, esporotricose, cromomicose, tuberculose, tumoração (PLECTT). Lesões ulceradas e vegetantes na região do pênis: carcinoma espinocelular que NÃO tem relação com exposição solar e sim com a higiene (má higiene local), HPV, IST: 9 LUANNA HONÓRIO Três tipos de carcinomas epinocelulares verrucosas: - Foto da boca: lesão leucoplásica (leucoplasia), pode ser nevo branco esponjoso, pode ser placa mucosa da sífilis, etc; - Pé: faz diagnóstico diferencial com esporotricose; Queratoacantoma: Tratamento do CARCINOMA ESPINOCELULAR: • Cirurgia com margem de segurança de 5 a 10 mm • Cirurgia micrográfica de Mohs • Terapia fotodinâmica: casos in situ • Quimioterapia: fluoracil ou imiquimode (faz quando tiver pigmento) • Terapia fotodinânima: em casos in situ • Radioterapia Retirada com reconstrução: MELANOMA CASO CLÍNICO: MELA, 38 anos, professora, refere que há um ano, seu esposo percebeu uma mana escura nas costas que vem crescendo e mudando de cor. Refere leve coceira na lesão. Lesão muito enegrecida, com várias cores, irregular. Epidemiologia: corresponde a 4% dos tumores de pele; outros 1% são outros tipos: angiosarcomas etc. Histogênese: deriva do melanócito Formas clínicas: • Extensivo superficial: 70% • Nodular: 10 a 15% • Lentiginoso acral: 2 a 8% • Lentigo maligno (melanoma): 5% • Amelanótico: 1,8 a 2,3% 10 LUANNA HONÓRIO Paciente com múltiplos nevos displásicos (tem risco para melanoma): Apresentou uma lesão diferente e fez biópsia só de uma parte e o diagnóstico era um nevo displásico. OBS: se pensar em melanoma precisa retirar toda a lesão, porque se só um pontinho for melanoma, o diagnóstico é melanoma. Melanoma extensivo superficial (pela dermatoscopia já pensa em melanoma): (Em cima e a esquerda: tratamento = retira toda lesão sem margem de segurança) • Genital: lesão ceratósica enegrecida: não é melanoma. O tratamento é curetar. • No dedo: é melanoma amelanótico - Lesão na planta do pé, extensa: Melanoma acral - Lesão embaixo da unha: Melanoma subinguinal Prevenção: • Primária: orientar na fotoproteção, promover campanhas de conscientização; • Secundária: estabelecer o diagnóstico precoce, capacitar profissionais de saúde para suspeitar da doença. Diagnóstico: Sinais de alerta em uma lesão melanocítica: • Idade de aparecimento: > 35 e 40 anos (surgimento de lesão nova ou modificação de lesão antiga) • ABCD: assimetria, bordas irregulares, cor heterogênea, diâmetro >6mm • Modificações: >35 e 40 anos; tamanho (crescimento); cor (alteração para preto, azul, vermelho e branco); superfície (elevação, escamação, crostas, etc.) • Periferia: halo (hipopigmentado ou eritematoso, incompleto, assimétrico); satelitose. • Sinais e sinomas: prurido, sangramento, dor • Sinal do patinho feio: lesão com aspecto clínico distinto das demais. Critérios (Método dos 7 pontos de Glasgow): Critérios maiores: • Alteração da cor/nova lesão • Alteração em tamanho 11 LUANNA HONÓRIO • Alteração em cor Critérios menores: • Diâmetro >7mm • Inflamação • Crostas ou sangramento • Alterações sensoriais Limitações por baixa suspeição: • Nevos menores que 6mm • Melanoma amelanótica • Melanoma nodular • Melanoma desmoplásico • Nevos atípicos • Melanoma nevoide Limitações por alta suspeição: • Todas as lesões neoplásicas pigmentadas. - Diâmetro: maior que 6mm - Assimetria: assimétrico - Diferente no aspecto de cor e de borda - Tem aspecto de melanoma! Biópsia: • Sempre que possível excisional; • Quando não for possível, dirigir por dermatoscopia; • Margem lateral de 2mm; • Mesmo com forte evidência de melanoma, não devemos instituir o tratamento na primeira abordagem. Laudo histológico: 1) Tipo histológico 2) Profundidade de Breslow a) Tis- In situ b) Tx- não informado c) TI – até 0,75mm d) TII – de 0,76 até 1,5mm e) TIII – de 1,6 a 3mm f) TIV – de 3,1 a 4mm g) TV – Maior que 4mm 3) Níveis de Clarc: a) NI – in situ b) NII – derme papilar c) NIII – até limite da derme reticular d) NIV – atinge toda derme reticular e) NV – Atinge a hipoderme O mais importante é a profundidade de breslow: diz como vai abordar o paciente 4) Número de mitoses por mm2 5) Salelitoses 6) Margens a) Sem ulceração b) Com ulceração - De T1 para cima é com o dermatologista - Abaixo disso, precisa avaliar os gânglios: oncologista Tratamento: Margem da excisão = 12 LUANNA HONÓRIO Recomendações: • Na suspeita de melanoma, nunca dá margem de segurança maior que 2mm, na primeira intervenção; • Nunca deixar de analisar histologicamente a peça tratada; • Medidas de prevenção; • Diagnóstico adequado e rápido; • Nunca subestimar nenhum tipo de pinta/sinal; • O melanoma tem sua margem cirúrgica definida após análise histológica; • Nunca usar de eletrocauterização para tratar os “sinais”; 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA OTÁVIO SÉRGIO LOPES– DERMATO (P6) - 14/04/2021 INTRODUÇÃO Conceito: Afecção crônica, frequente, recorrente, não contagiosa, que ocorre em áreas ricas em glândulas sebáceas e eventualmente em regiões intertriginosas. ETIOPATOGENIA • Causa desconhecida • Predisposição familiar • Maior atividade das glândulas sebáceas • Lactente (acomete até os 3 meses de idade): ação dos andrógenos maternos. Fatores de piora: • Calor • Umidade • Uso de roupas que retém suor e sebum • Tensão emocional • Alcoolismo • Ingestão excessiva de carboidratos e condimentos Fungo: M. furfur – muito presente na dermatite seborreica Quadros neurológicos: • Siringomielia • Poliomielite• Parkinson AIDs: quadros exacerbados de dermatite seborreia, marca a doença! QUADRO CLÍNICO QUADRO CLÍNICO NO LACTENTES: • Ocorre nos primeiros meses de vida • Eritema no couro cabeludo com escamas aderentes: “crosta láctea” • Máculas eritêmato-descamativas na face, tronco, áreas de dobras e região anogenital. • Eritema intenso: suspeita de infecção secundária por cândida (mais frequente), S. aureus ou dermatófitos – pode ter essa associação infecciosa. • Prurido discreto IMPORTANTE: DOENÇA DE LEINER (doença imunológica – deficiência imunológica) – Eritrodermia esfoliativa do infante. OBS: Quando se tem dermatite seborreia + vômitos + anemia + febre + deficiência de C5 + alteração da função leucocitária = Doença de Leiner Crosta láctea: 2 LUANNA HONÓRIO QUADRO CLÍNICO NO ADULTO: • Máculas e/ou placas eritêmato-escamosas no couro cabeludo, face, região retroauricular, região peitoral (dermatite médiotorácica de BROQ), região pubiana e axilar • Blefarite (pálpebra) • Eczema do conteúdo auditivo externo Caspa é a dermatite mais leve na dermatite seborreica mais leve: Lembra pano branco: dúvida – exame oncológico direto e sorologia: HISTOPATOLOGIA • Paraqueratose, acantose, espongiose • Exocitose e infiltrado mononuclear na derme OBS: É raro fazer o histopatológico na dermatite seborréica. 3 LUANNA HONÓRIO DIAGNÓTISO O diagnóstico é CLÍNICO! Diagnóstico diferencial: • Psoríase • Dermatite atópica do lactente: tem início após o 3º mês de vida TRATAMENTO TRATAMENTO NOS LACTENTES: 1- Medidas gerais: evitar excesso de roupas e aquecimento 2- Tratamento Tópico: corticoide de baixa potência em creme, pode ser associado a antifúngico e/ou antibiótico. 3- Tratamento Sistêmico: nos casos graves, 0,5- 1mg/kg de Prednisona, ATB s/n. TRATAMENTO NOS ADULTOS: Tópico: • Shampoo com ácido salicílico, enxofre, cetoconazol, pitironato de zinco, sulfato de selênio, octopirox olamina. • Soluções capilares com corticoides + ácido salicílico • Sabonete de enxofre • UVB nos casos mais resistentes Sistêmicos: • ATB e/ou antifúngicos – para infecção secundária • Isotretinoina – casos graves e resistentes • Corticoide sistêmico – formas disseminadas Em casos de caspa: utiliza shampoo com pitironato de zinco, etc OBS: Shampoo que o professor mais prescreve (por questão de preço): • Pessoas mais simples: Cetoconazol • Pessoas com condições/consultório: Sulfeto de selênio (“dermos”). 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA ANNA LUIZA– DERMATO (P6) - 17/03/2021 INTRODUÇÃO É uma infecção fúngica com manifestações clínicas próprias causada pela Candida albicans ou, ocasionalmente outra levedura do gênero Candida. As infecções são usualmente confinadas a pele, unhas, mucosas e trato gastrintestinal, mas, pode ser sistêmico (pacientes com HIV) e infectar vários órgãos internos. ETIOLOGIA Candida albicans (85-90%) levedura, presente em 80% de orofaringe, TGI e vagina de indivíduos normais. Pele de áreas intertriginosas. Dano na camada córnea candidíase • C. parapsilosis • C. tropicalis • C. krusei FATORES PREDISPONENTES Fatores mecânicos: • Trauma (queimadura); • Oclusão local; • Umidade; • Maceração (obesidade/roupas) • Antibióticos de largo espectro (crianças); • Esteróides sistêmicos e tópicos; • Desnutrição; • Avitaminoses; • Alterações fisiológicas: extremos de idade/gravidez; • Doenças sistêmicas (Síndrome de Down, diabetes); • Estados imunodeprimidos CLÍNICA Candidíase oral: período neonatal (baixa imunidade), ocorre transmissão no parto. Locais: mucosa bucal, palato, língua e gengiva. Placas membranosas esbranquiçadas circulares ou ovais, isoladas ou confluentes (“leite coalhado”). Membrana (descamação de células epidérmicas, elementos fúngicos, células inflamatórias e restos alimentares) base vermelha cruenta. Aspecto de leito; candidíase oral no período neonatal: células epidérmicas, elementos fúngicos, células inflamatórias: http://162.129.70.33/images/Thrush_1_041024.jpg 2 LUANNA HONÓRIO Micropápulas esbranquecadas: QUEILITE OU PERLECHE: eritema, fissura, maceração e inflamação nas comissuras orais: MANIFESTAÇÃO CLÍNICA • Areas úmidas e maceradas (genito-crural, glútea, interdigital); • Lesões eritematosas com superfície úmida, secretante, com vesicopústulas satélites; • Pústulas frágeis: se rompem e a pele fica eritematosa, cruenta; • Prurido; • Paroníquia: edema, eritema e dor periungueal (ocorre em crianças que chupam dedo). Pode ocorrer também nas mulheres que ficam em contato com a água lavando roupa, por exemplo. http://162.129.70.33/images/thrush_1_030601.jpg http://162.129.70.33/images/candidiasis_1_030725.jpg http://162.129.70.33/images/candida_1_041024.jpg http://162.129.70.33/images/candida_2_041024.jpg 3 LUANNA HONÓRIO Lesões vesicopústulas satélites (característico da candidíase): Candidíase pelo uso de fralda: DIAGNÓSTIO Clínico (vesicopústulas satélites) – diagnóstico muito clínico! Laboratorial: • Exame micológico direto (presença de esporos e pseudomicélios); • Cultura (colônias cremosas acinzentadas e úmidas) Diagnóstico diferencial: • Dermatite pelo uso de fraldas (tratamento: corticoide tópico durante 10-15 dias) • Eczemas • Dermatite seborreica http://162.129.70.33/images/candidiasis_1_030209.jpg http://162.129.70.33/images/Candidiasis_1_040130.jpg http://162.129.70.33/images/candida_1_060623.jpg http://162.129.70.33/images/Candidiasis_1_031219.jpg http://162.129.70.33/images/Candidal_Diaper_Rash_1_030828.jpg 4 LUANNA HONÓRIO • Psoríase intertriginosa TRATAMENTO Corrigir os fatores predisponentes: trocar fraldas com mais frequência, por exemplo. Antifúngicos: • Locais: Nistatina (candidíase oral em neonatos) / Clotrimazol • Sistêmicos: - Cetoconazol - Itraconazol - Fluconazol OBS: Uso tópico, cremes: em torno de 2-3 semanas. 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA ANNA LUIZA– DERMATO (P6) - 17/03/2021 PTERÍASE VERSICOLOR É uma infecção fúngica superficial, cronicamente recorrente, do extrato córneo. Recorrente porque existe uma predisposição genética. Fungo: Malassezia furfur – encontrado em pele normal (parte da flora), áreas gordurosas (se alimenta de gordura dos ácidos graxos) Popularmente chamado de Pano branco. ETIOLOGIA Máculas hipo ou hiperpigmentadas, bem delimitadas, descamativas, em áreas características do corpo. Descamação furfurácea (produzida por raspado suave) – SINAL DE ZILERI – quando faz o estiramento da pele, a descamação fica bem evidente e então faz o raspado. Versicolor: variedade de cor das lesões Locais: tronco, extremidades proximais, face (lactentes) e couro cabeludo. Prurido pode estar ausente ou leve. Grupo de pessoas mais afetadas: • Adolescentes e adultos jovens (transpiração) • Crianças: oclusão prolongada • Imunossupressão Foliculite: pápulas e pústulas eritematosas com 2 a 3 mm de diâmetro no colo, costas e ocasionalmente na face. Múltiplas máculas, hipocrômicas, bem delimitadas e são irregulares com tamanhos e bordos variados, atingindo toda região do dorso. Os maiores são confluentes, que se unem: http://162.129.70.33/images/Pityriasis_versicolor_2_040927.jpg http://162.129.70.33/images/Pityriasis_versicolor_1_040927.jpg 2 LUANNA HONÓRIO Mácula hipercromica, bem delimitada, porém irregular na região pré-axilar. FATORES PREDISPONENTES • Calor • Umidade • Predisposição genética • Imunossupressão • Desnutrição São condições apropriadas que transformam o fungo saprófito em patogênico (doença clínica). DIAGNÓSTICO • Luz de Wood: fluorescência róseo-dourada (extensão e cura); • Descamação após o estiramento da pele (sinalde Zileri); • Micológico direto: clarificação com o KOH pseudo-hifas curtas e formas leveduriformes (“espaguete com almôndegas”) Diagnóstico diferencial: • P. alba; • Hipopigmentação pós-inflamatória; • D. seborreica; • Vitiligo; • Hanseníase TRATAMENTO • Xampu com sulfeto de selênio; • Imidazólicos tópicos; • Imidazólicos sistêmicos. HIPOPIGMENTAÇÃO RESIDUAL: Exposição ao sol. TINHA NIGRA É uma micose superficial rara. Agente causal: Cladosporium werneckii Clínica: uma ou múltiplas máculas acastanhadas ou pretas, na região palmar, ou raramente, plantar. Assintomática. DIAGNÓSTICO • Clínico • Laboratorial - Exame direto http://162.129.70.33/images/tinea_versicolor_2_040622.jpg http://162.129.70.33/images/tinea_versicolor_1_040622.jpg 3 LUANNA HONÓRIO - Cultura (ver colônias pretas e filamentosas) Diagnóstico diferencial: • Melanoma (mais escura) • Nevus tipo juncional • Coloração do nitrato de prata • Sujeira TRATAMENTO Antifúngicos tópicos: Izoconazol, Miconazol – apresentação de creme e solução. Sistêmicos: Fluconazol, Itrazonazol (o melhor, porém tem custo alto), Terbinafina. Hipercrômica ou acastanhada, bem delimitada: http://162.129.70.33/images/tinea_nigra_1_030330.jpg http://162.129.70.33/images/tinea_nigra_2_030330.jpg 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA ANNA LUIZA– DERMATO (P6) - 17/03/2021 INTRODUÇÃO São micoses superficiais são um grupo de doenças causadas por fungos que atingem apenas a epiderme e seus anexos (unhas e pelos). São elas: • Ceratofitoses: acomete apenas a camada córnea 1) Pitiríase versicolor 2) Tinha nigra • Dermatofitoses • Candidíase DERMATOFITOSES Fungos: Dermatófitos Gênero: Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton Classificados: Antropofílicos (humanos), Zoofílicos (transmissão dos animais para humanos; não ocorre de humanos para humanos) e Geofílicos (natureza). Precisa-se fazer a cultura para saber a origem da transmissão desse fungo. TINHA DO COURO CABELUDO É uma doença infecciosa que ocorre principalmente em crianças em idade escolar, porque a maioria dessa tinha é através da zoofílicos, tendo as crianças mais contato com os animais. Ocorre mais em meninos que em meninas. Clínica: • Lesões inflamatórias – com edema e infiltração • Lesões não-inflamatórias Etiologia: • T. tonsurans (fungo antropofílico – acomete humanos) • M. canis (animais – gatos e cachorros) PATOGÊNESE Período de incubação: 2 a 4 dias As hifas crescem para baixo na porção inferior do folículo e, após 3 semanas, os cabelos se quebram acima da superfície. Infecção: • Ectotrix (infecção fora do pelo) • Endotrix (infecção dentro do pelo) Ectotrix: Endotrix: hifas dentro do pelo MANIFESTAÇÃO CLÍNICA T. tonsurans: • Múltiplas áreas de alopecia crivadas de pontos negros; M. canis: 2 LUANNA HONÓRIO • Erupções escamosas, eritematosas, papulosas; • Com queda dos cabelos; • Pode apresentar edema, com áreas intumescidas e endurecidas que exsudam pus: keriom celsii; • Febre e linfadenopatia; • Alopécia cicatricial – a grande consequência do keriom celsii. DIAGNÓSTICO • Lâmpada de Wood: cabelos infectados fluorescem verde-brilhante (M.canis, M.audoinii, T.schoenleinii) – usados para algumas patologias como o vitiligo. • Exame microscópico: o pelo tonsurado vai para o laboratório para descobrir qual o tipo de fungo; • Cultura. Diagnóstico diferencial: • Impetigo • Pediculose da cabeça (piolho – geralmente não tem perda do cabelo) • Alopecia areata – não tem descamação. • Dermatite seborreica TRATAMENTO • Griseofulvina oral: 1,5mg/kg/dia por 2 a 4 meses; • Esteroides sistêmicos – associa quando tem processo inflamatório muito intenso e quando quer impedir que haja uma destruição dos folículos, para que não ocorra alopeia cicatricial; • Cloridrato de Terbinafina Placa de alopecia – fungo enfraquece a hasta capilar e quando é quebrada, tem-se uns pontinhos pretos (característico) que é o pelo quebrado/tonsurado: http://162.129.70.33/images/tinea_capitis_6_050220.jpg http://162.129.70.33/images/tinea_capitis_1_050220.jpg http://162.129.70.33/images/Tinea_capitis_1_050124.jpg 3 LUANNA HONÓRIO Processo inflamatório intenso com edema e crostas (fungo zoofílico) sistema imunológico faz um processo inflamatório maior por ser um fungo mais estranho para os humanos do que o fungo antropofílico – sequela: alopecia cicatricial – fibrose no local, então não nascerá mais pelo: Processo inflamatório muito importante – keriom celsii: Alopecia cicatricial: Várias placas de alopecias: Placa de alopecia sem processo inflamatório: http://162.129.70.33/images/tinea_capitis_1_041110.jpg http://162.129.70.33/images/microsporum_canis_tinea_capitis_2_040925.jpg 4 LUANNA HONÓRIO TINHA CORPORIS É uma infecção dermatofítica superficial da pele Agentes mais frequentes: • T. rubrum; • M.canis; • T. mentagrophytes As micoses são características de locais com clima quente e úmido. Acomete mais crianças por elas terem mais contato com animais (cães, gato, cavalos e gado). Locais mais comuns: pescoço, extremidades e tronco. CLÍNICA Forma vesiculosa: vesículas que se fundem → superfícies exulceradas, com crostas. Forma anular: placas circulares circunscritas, eritematosas, secas, escamosas, cura central (crescimento centrífugo) – forma mais comum. Forma em placas: não há tendência a cura dentro da lesão. Placas descamativas e eritematosas. DIAGNÓSTICO • Micológico direto – faz um raspado da lesão e coloca em uma lâmina e observa no microscópio; • Cultura – para saber a origem do fungo. Diagnóstico diferencial: • P.rósea • Sífilis • Dermatite seborreica (história mais longa e não é comum em criança) • Impetigo TRATAMENTO Imidazólicos tópicos ou sistêmicos. OBS: Depende da extensão: se for extensa, usa um antifúngico sistêmico. Placas sinsinadas (semi-círculos que se unem), com bordas eritematosas com a tendência com uma cura central. Geralmente são pruriginosas: Placa anular: Pápulas: Lesões com cura central, bordas eritematosas, ovaladas. http://162.129.70.33/images/Tinea_circinata_2_041118.jpg http://162.129.70.33/images/Tinea_corporis_1_060521.jpg http://162.129.70.33/images/tinea_1_060627.jpg 5 LUANNA HONÓRIO TINHA DAS MÃOS E DOS PÉS Mais comum nos pés que nas mãos. Agentes: • T. mentagrophytes; • T. rubrum (muito comum). Nos pés: • Micose mais frequente (“pé de atleta”); • Espaços interdigitais e região plantar; • Prurido; • Dor (fissuras) - T. mentagrophytes (lesões inflamatórias): vesículas e bolhas – crostas castanho-amareladas - T. rubrum (lesões não-inflamatórias): descamação extensa e eritema opaco. Pode envolver toda planta e lateral do pé (mocassim). Nas mãos: • T. mentagrophytes (raro): lesões supurativas, eczematosa e vesiculosa; • T. rubrum: descamação seca e eritematosa – uni ou bilateral. DIAGNÓSTICO • Exame direto; • Cultura. TRATAMENTO • Antifúngicos • Antibióticos • Corticoides • Secativos PROFILAXIA: • Evitar hiperidrose • Secar bem após o banho • Anti-sépticos em pó Placa eritematosa com cura central: http://162.129.70.33/images/Epidermolysis_Bullosa_Acquisita_1_050822.jpg http://162.129.70.33/images/tinea_incognito_1_050103.jpg http://162.129.70.33/images/newborn_sole_1_031113.jpg 6 LUANNA HONÓRIO Hiperceratose embaixo da unha (subungueal): Pé de atleta, maceração por causa que é uma área úmida. Corte no meio: fissura: Placas eritematosas: http://162.129.70.33/images/Onychomycosis_3_040125.jpg http://162.129.70.33/images/Tinea_Pedis_1_030616.jpg http://162.129.70.33/images/Tinea_Pedis_2_030616.jpg http://162.129.70.33/images/s010110_31.jpg http://162.129.70.33/images/tineapedis_1_020217.jpghttp://162.129.70.33/images/tinea_3_010917.jpg 7 LUANNA HONÓRIO Borda eritematosa na região palmar: TINHA CRURAL Mais comum nos homens que nas mulheres, devido a sua anatomia masculina. Acomete a região inguinal. Regiões quentes com umidade. Etiologia: • T. mentagrophytes; • T. rubrum; • E. floccosum. http://162.129.70.33/images/s010110_30.jpg http://162.129.70.33/images/tinea_corporis_1_041202.jpg http://162.129.70.33/images/dermatophytosis_1_020624.jpg http://162.129.70.33/images/tinea_corporis_2_041202.jpg http://162.129.70.33/images/dermatophytosis_3_020624.jpg 8 LUANNA HONÓRIO MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Placa eritematosa descamativa, com borda curva e sinsinada (semi-círculo), bem definida, podendo ter vesículas, pápulas ou pústulas. Crescimento centrífugo com cura central. DIAGNÓSTICO • Micológico direto; • Cultura. TRATAMENTO • Manter a área seca; • Antifúngicos tópico e sistêmico – dependendo da extensão. OBS: Geralmente faz o tratamento tópico entre 2-3 semanas. TINHA DA UNHA – ONICOMICOSE Agentes: • 80% dos casos: T. rubrum, T. Mentagrophytes, E. floccosum; • Candida; • Fungos não dermatófitos. Fatores predisponentes: • Trauma; • Umidade; • Diabetes; • Envelhecimento; • Imunossupressão. FORMAS CLÍNICAS • Distal e lateral (mais comum) – associada ou não a ceratose subungueal; http://162.129.70.33/images/Tinea_cruris_1_050124.jpg http://162.129.70.33/images/tineacruris_1_020527.jpg 9 LUANNA HONÓRIO • Branca superficial; • Subungueal proximal (mais raro); • Distrófica total. Distal e lateral: deslocamento da porção lateral e/ou distal da unha, associada ou não a ceratose subungueal: Branca superficial: restrita à superfície da lâmina ungueal. Mais frequente em imunodeprimidos: Subungueal proximal: acomete o leito ungueal, por debaixo da lâmina ungueal: Distrófica total: altera totalmente a lâmina ungueal e ocorre ceratose subungueal: 10 LUANNA HONÓRIO ANTIFÚNGICOS • Imidazóis: clotrimazol, miconazol, econazol, sulconazol, oxiconazol e cetoconazol • Polieno: nistatina • Alilaminas: naftilina, terbinafina e butenafina • Triazois: itraconazol e fluconazol – são sistêmicos. • Griseofulvina: ação no núcleo – tinha do couro cabeludo. DERMATOFITOSES – TRATAMENTO SISTÊMICO Esquemas sistêmicos: OBS: Na Onicomicose, o tratamento depende da extensão da lesão: 1/3 de comprometimento da lâmina ungueal, faz tratamento tópico – apresentação de solução ou esmalte: Amorofina (1x/semana) e Aciclopiroxolamina. OBS: Fluconazol: índice de cura muito baixo! PROVA: VER FOTOS DA DERMATOFITOSES E DA CANDISÍASE PRINICPALMENTE! 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA FRANCISCA– DERMATO (P6) - 03/03/2021 INTRODUÇÃO VÍRUS: São organismos acelulares caracterizados por apresentarem um só tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA) e não possuírem ribossomos nem outras organelas. São parasitas intracelulares obrigatórios, só se multiplicam dentro das células, nas quais inserem seu genoma e produzem proteínas. Vírus de DNA: • Herpesvírus • Papovavírus: causa as verrugas • Parapoxvirus: causa o molusco contagioso Vírus de RNA: • Mixovírus: causa sarampo • Rubivírus: rubéola • Picornavírus: vírus pequeno de RNA (ex: cocksakie que causa a herpangina e doença mão-pé-boca • Retrovírus DERMATOVIROSES Vírus que mais interessam aos dermatologistas: • Pailomaviridae; • Herpesviridae: - Herpes simples - Varicela-zoster/Herpes zoster - Citomegalovírus - Sarcoma de Kaposi - Mononucleose • Poxviridea: - Molusco contagioso. HERPES SIMPLES O agente etiológico do herpes simples é o Herpes virus hominis, que tem dois tipos de vírus: 1) HSV-1 - Causa mais infecções na face e tronco - 80-90% dos casos - Herpes não genital 2) HSV-2: - Causa mais infecções na genitália - 10-20% dos casos - Transmissão geralmente sexual - Herpes genital ATENÇÃO! Apesar de existirem tipos mais comuns para determinada localização, ambos podem afetar qualquer área da pele e mucosas. A transmissão ocorre por contato pessoal (pode ser transmitido até por portadores assintomáticos – na ausência de lesão clínica) Período de incubação na primo-infecção é em torno de 10 dias. 90% dos adultos têm sorologia positiva para HSV-1. Primo-infecção é encontrada em indivíduos que nunca tiverem contato prévio. Gera uma primo-infecção que geralmente é subclínica, e após a infecção primária, o vírus fica em estado de latência nos gânglios nervosos cranianos ou espinhais. A infecção pode reativar, dependendo de fatores de exposição, com replicação viral e migração através do nervo sensitivo para a pele. HERPES SIMPLES TIPO 1 - NÃO GENITAL Ainda na primo-infecção, pode-se ter a: GENGIVO-ESTOMATITE HERMÉTICA PRIMÁRIA • Pode ser leve ou grave • Leve: febre baixa, poucas vesículas e erosões; • Grave: febre alta, erupções, extensas, adenopatia, disfagia e alteração do estado geral. Com o rompimento das vesículas formam-se exulcerações, que são recobertas de placas esbranquiçadas: a gengiva fica edemaciada e a alimentação torna-se difícil. 2 LUANNA HONÓRIO A fase aguda dura de 5 a 7 dias e os sintomas desaparecem com 2 semanas, mas o vírus pode permanecer na saliva por, pelo menos, 3 semanas. Faz diagnóstico diferencial com: candidose, aftose, síndrome de Stevens Johnson, infecções bacterianas. OBS: A infecção primária pode cursar com ceratoconjuntivite herpética, com vesículas e erosões na conjuntiva e córnea do globo ocular. Na imagem vemos a gengivo-estomatite com lesões crostosas (vesículas rompidas) e vesiculosas agrupadas e algumas isoladas, com base eritematosa. Se a vesícula se romper vai dar exoulcerações: QUERATOCONJUNTIVITE HERPÉTICA • Vesículas e erosões na conjuntiva e córnea; • Podem ocorrer ulcerações profundas levando a cegueira. PANARÍCIO HERPÉTICO • Infecção herpética recidivante atingindo os dedos das mãos. • Ocorre em profissionais da saúde (dentistas, médicos, enfermeiros) que trabalham sem proteção e são expostas à inoculação dos dedos das mãos. HERPES SIMPLES TIPO 1 - NÃO GENITAL RECIDIVANTE • Acomete mais adultos; • Pode ocorrer em qualquer região; • Desencadeada por traumas, sol, tensão emocional, TPM, infecções e febre; • São precedidos por ardor ou prurido Imagem mostrando uma lesão típica de herpes que são as vesículas agrupadas em cacho de uva em uma base eritematosa: 3 LUANNA HONÓRIO Lesão comum visto na área nasal: Faz diagnóstico diferencial com dermatite de contato pelo brinco de níquel: HERPES SIMPLES TIPO 2 - GENITAL • Período de incubação de 5 a 10 dias; • Transmissão sexual (principalmente); • É raro nas crianças: vulvovaginite herpética; • No adulto: vesículas agrupadas, sobre base eritematosa e dolorosas no pênis (lesões penianas), vulva (vulvovaginite) ou ânus (proctite dolorosa); • Primo-infecção: pode ser acompanhada por febre e adenopatia inguinal dolorosa – dura 2 semanas; • Herpes recidivante: os sintomas são bem menos intensos e duram de 5 a 10 dias Pênis – vesículas agrupadas no corpo do pênis: Vagina – na mucosa vulvar, com lesões ulceradas (úlcera vulvar aguda) e com vesículas: HERPES SIMPLES CONGÊNITO • Agente etiológico: HSV -2 • Quando a mãe tam primoinfecção por HSV-2 durante a gestação corre o risco de passar pela barreira placentária e contaminar o feto; • Quando ocorre nas primeiras 20 semanas, pode causar até aborto, depois disso pode causar sequelas, como coriorretinite, microcefalia e microftalmia; • Faz parte das TORCH: Toxoplasmose. outras infecções, rubéola, citomegalovírus, herpes simples. 4 LUANNA HONÓRIO HERPES SIMPLES NEONATAL • Ocorre por contaminação do neonato no momento do parto quando a mãe éportadora assintomática do herpes simples tipo 2 (tem vesículas ativas na região genital); • Riscos maiores: primoinfecção ou ruptura precoce da membrana amniótica; • Quando a mãe é portadora, tem indicação de cesárea para evitar a contaminação, já que no neonato pode ser fatal ou gerar sequelas; • Em 50% causam sequelas neurológicos e oftálmicos; • Apresenta-se com vesículas e bolhas que se rompem e formam crostas; • Tem sintomas sistêmicos graves, como febre, convulsões, hepatomegalia com icterícia e dispneia. A imagem mostra um recém-nascido com herpes simples neonatal onde a mãe muito provavelmente tinha herpes simples genital e esse bebê se contaminou através do parto normal. O ideal é realizar uma cessaria: ERITEMA POLIMORFO HERPÉTICO • As lesões localizam-se mais nas extremidades, como: máculas eritematosas ou eritematopurpúricas, eventualmente havendo comprometimento das mucosas; • Pode ocorrer comprometimento de mucosas. HERPES SIMPLES EM IMUNODEPRIMIDOS • Complicações frequente na AIDs • Pode surgir em pênfigos, leucemias, linfomas, transplantados, doenças crônicas; • Lesões mais numerosas com ulceração mais profunda; • A infecção pode generalizar-se e acometer fígado, baço ou pâncreas. ERUPÇÃO VARICELIFORME DE KAPOSI (ECZEMA HERPÉTICO OU VACCINATUM) • Disseminação viral pelo vírus herpético (eczema herpético) ou da vacina (eczema vacinatum); • A maioria das vezes ocorre em atópicos, em regiões de pele afetada por outras doenças; • Aparecimento súbito de vesículas disseminadas que evoluem para pústulas e posteriormente crostas com eventual infecção bacteriana; • Na vacina, algumas vesículas podem ser umbilicadas; • Vesículas disseminadas que se transformam em pústulas com infecção bacteriana; • Sintomas: febre, prostração, toxemia e adenopatia; • Somente o eczema herpético é observado, pois a vacinação NÃO é mais realizada! Eczema herpético – a criança provavelmente tinha herpes simples e foi vacinada (varicela): Base eritematosa, agrupadas, vesículas, localização muito mais extensa: 5 LUANNA HONÓRIO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Citodiagnose de Tzanc: células gigantes multinucleadas e grandes/gigantes – característica importante • Histopatologia: não é muito comum fazer, mas realiza-se em caso de dúvidas. - Encontra-se vesícula intraepidérmica (azul), acantólise: pode levar a uma acantose (vermelha). • Microscopia eletrônica; • Cultura; • Sorologia; • Biologia molecular – PCR. TRATAMENTO • Limpeza local + antissépticos; • ACICLOVIR: 200mg, 5x dia, por 5-7 dias) – 5x em intervalos de 4h, omitindo-se a dose notuna. • Imunodeprimidos: dose dobrada • Formas graves: hospitalização + Aciclovir 5mg/kg de 8/8h • Eritema polimorfo herético: Aciclovir + corticoide. OBS: O aciclovir pode ser substituído pelo Fanciclovir 250mg de 8/8h. VARICELA - HERPES ZOSTER • Infecta o homem na infância causando varicela; • Após disseminação hematogênica, atinge os gânglios nervosos onde poderá permanecer por toda a vida; • Reativação do vírus – herpes zoster; • Excepcionalmente: - Pacientes desenvolvem herpes zoster após contato com criança com varicela - Uma criança pode adquirir varicela após contato com zoster; • Herpes zoster disseminado: - Imunodeficiência: linfomas, leucemia, AIDs, uso de imunossupressores. VARICELA • Primo-infecção pelo VZV (vírus varicela- zoster); • Transmissão aérea é contagiosa; • Evolução por surtos • Encontro das lesões em vários estágios evolutivos; • Adultos: febre elevada • Imunodeprimidos: lesões hemorrágicas- necróticas e complicações como pneumonia e encefalite; • Gravidez – pode causar no feto: microftalmia, atrofia óptica e do SNC. QUADRO CLÍNICO • Mal-estar • Febre • Manchas eritematosas • Vesículas que podem evoluir para crostas se caso elas estouram. Polimorfismo: pápula, vesícula integra, vesículas rotas recoberta de costra umbilicação central (característica da varicela): 6 LUANNA HONÓRIO Infância – febrícula, vesículas de rompem formando costra. Se não der infecção secundária, não fica nenhuma marca: DIAGNÓSTICO • Mesmo jeito do herpes simples: Tzanck, histopatologia, imunohistoquímuca, sorologia, PCR. • A maioria das vezes o diagnóstico é CLÍNICO. TRATAMENTO • Repouso; • Paracetamol ou dipirona • Água boricada, solução de Burow; • Faz uso de anti-histamínico quando o paciente se queixar de prurido. • Nas formas graves, faz uso de Aciclovir oral ou venoso. OBS: Não usa Aspirina: pode levar a síndrome de Reye PROFILAXIA • Imunodeprimidos ou gestantes: Imunoglobulina (VZIG) se ocorrer contato até 96 horas após exposição; • Vacina: alta eficácia, previne formas graves. HERPES ZOSTER • Dores nevrálgicas podem anteceder o quadro = 3-4 dias com dor; • Vesícula sobre base eritematosa; • Erupção unilateral seguindo trajeto de dermátomo; • Vesículas dessecam-se, formando-se crostas e o quadro evolui para cura em 2-4 semanas; • Pode ocorrer infecção secundária. • A infecção é mais comum em adultos e idosos; • Em 20% dos casos a nevralgia é intensa e pode persistir por meses, quando não é feito tratamento; • Acometimento do ramo oftálmico do nervo trigêmeo pode comprometer a córnea; • Doença mais grave em imunodeprimidos; • Acometimento do nervo facial leva à distorção da face: Paralisia de Bell; • Síndrome de Ransay-hunt: comprometimento do ramo geniculado pela lesão do nervo facial e auditivo levando à paralisia facial, zumbido, vertigem e diminuição da audição. 7 LUANNA HONÓRIO Vesículas, agrupadas em buquê, base edematosa: 8 LUANNA HONÓRIO Zoster oftálmico – mais intenso; edema periocular: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Citodiagnóstico ou histopatologia; • Pode ser laboratorial, porém é mais CLÍNICO! TRATAMENTO • Aciclovir – 800mg, 5x ao dia, por 7 dias; • Panciclovir – 500mg, 2cp, 3x dia (8/8h), durante 7 dias; • Analgésicos, limpeza com água boricada; • Antibióticos tópicos na infecção secundária; • Formas graves: Aciclovir EV • Além de analgésicos: carbamazepina, amitriptilina, gabapentina, lidocaína tópica, creme de capsaicina. OBS: Paralisia de Bell – com medicamentos e fisioterapia, consegue ser reversível! VERRUGAS • Proliferação epiteliais em pele e mucosas; • Causadas pelo HPV • Ocorrem em qualquer idade; • Tempo de incubação variável: 3 meses • Podem involuir ou aumentar de tamanho e número; • Contágio direto ou indireto. VERRUGAS VULGARES • As mais comuns; • Pápula ou nódulo de consistência firme com superfície dura e hiperqueatócica; • Pontos escuros na superfície – vasos trombosados; • Ocorrem em qualquer lugar da pele (mais encontrados no dorso da mão e dedos) Pápulas de coloração esbranquiçadas, hiperceratócicas, verrucosas, algumas isoladas e outras agrupadas formando placas maiores: 9 LUANNA HONÓRIO Vasos trombosados (pontos pretinhos): Subungueal (difícil tratamento)– hiperceratose, vegetante-verrucosas: VERRUGAS PLANTARES • Pouco salientes em decorrência da pressão do corpo • A proliferação epitelial penetra na derme tornando-se dolorosa, dificultando a deambulação; • Mimércia: verruga plantar profunda – conhecida como “olho de peixe”. VERRUGAS PLANAS • Pápulas planas de 1-5mm de diâmetro; • Levemente amareladas e ligeiramente salientes; • Mais comuns em crianças e adolescentes; • Localização preferencial na face, dorso das mãos e antebraços; • São em geral numerosas: dezenas ou centenas. Pápula esbranquiçada ou roseada: 10 LUANNA HONÓRIO Pápula pouco ceratosas, são eritematosas, róseo, localizadas na face: VERRUGAS FILIFORMES Verruga filiforme nos cílios – pápula vegetante- verrucosa eritematosa: 11 LUANNA HONÓRIO VERRUGASGENTAIS OU CONDILOMA ACUMINADOS • Pápulas vegetantes róseas ocorrendo na mucosa da glande, vulva, ânus e vagina; • Podem ter aspecto similar à couve-flor; • Devidas à transmissão sexual na maioria das vezes; • Condiloma Gigante: Buschke-loewenstein: - Massas vegetantes em torno da glande ou que obstruem a vulva ou ânus; - Verrguda genital causada pelo HPV 6 e 11; • Relação entre HPV e carcinoma epidermóide de colo uterino OBS: Condiloma gigante – tem que ter cuidado, pois pode se transformar em um carcinoma epidermoide. Pápulas vegetantes. Não são queratinosas por não ter camada queratose: (Nessa imagem, pode-se fazer diagnóstico diferencial com a pápula perolada do pênis – anatômico) Papulosa-filiforme, esbranquiçada: Pápulas verrucosas, vegetantes: 12 LUANNA HONÓRIO Buschke-Loewenstein: DIAGNÓSTICO DAS VERRUGAS • Principalmente clínico; • Se tiver dúvida do diagnóstico, então faz biópsia (histopatologia): - Acantose, papilomatose e hiperqueratose; - Células vacuolizadas e massas de queratohialina • PCR • Biologia molecular • Hibridização TRATAMENTO DAS VERRUGAS Verrugas vulgares: • Terapia tópico – ácido salicílico + ácido láctico; • Eletrocoagulação: tratamento eletivo; • Nitrogênio líquido; • Imiquimod; • Podem involuir espontaneamente! OBS: NUNCA fazer cirurgia com exérese e sutura, pois poderá haver a disseminação local do vírus; também nunca fazer radioterapia. Verruga periungueal: • Eletrocoagulação; • Nitrogênio líquido (professora usa mais esse); • Cantaridina; • Verrugas filiformes: exérese. • Terapia tópico – ácido salicílico + ácido láctico Verruga plantar: • Ácido nítrico fumegante; • Terapia tópico – ácido salicílico + ácido láctico; • Nitrogênio líquido; • Bleomicina; • Formalina, imiquimod. Verruga plana: • Tretinoína em creme ou gel; • Nitrogênio líquido; • Eletrocoagulação; • 5-flurouracil – quando a lesão for muito extensa. MOLUSCO CONTAGIOSO • Causado por pelo parapoxvírus; • Mais comum em crianças; • Transmissão: contato pessoal; • Mais comuns em trono, membros e genitália; • Nos imunodeprimidos as lesões são mais volumosas e numerosas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Pápula semi-esférica, séssil, geralmente umbilidada; • Assintomático, exceto se infectada. Pápula séssil, endurecida e umbulicada, isolada ou linear: fenômeno de koebner: 13 LUANNA HONÓRIO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Geralmente desnecessário porque o exame clínico é suficiente; • Histopatológico: material viral eosinofílico ocupando o citoplasma e deslocando o núcleo dos queratinócitos para periferia. TRATAMENTO • Curetagem (preferível da professora) • Nitrogênio líquido • Hidróxido de potássio • Imiquimod. OBS: Cura espontânea – 6 meses. SARAMPO • Infecção extremamente contagiosa • Causada por um paramixovírus • Contágio: contato ou inalação de partículas virais eliminados pelo doente 2 dias antes e até 4 dias após o exantema; • Período de incubação: 1-2 semanas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Pródromos: - Coriza - Conjuntivite - Tosse com febre 14 LUANNA HONÓRIO - Linfadenopatia • 1-7 dias após a infecção surge exantema morbiliforme que se inicia na face e se alastra para o pescoço, tronco e extremidades; • O exantema esmaece e surge descamação fina. OBS: SINAL DE KOPLIK – pontos brancos ligeiramente salientes com halo eritematoso na mucosa bucal. Doenças pepulosas, eritematosas, agrupadas ou isoladas: Conjuntivite e exatantema mobiliforme na face: Sinal de koplic – característico no sarampo: DIAGNÓSTICO • Geralmente é clínico • Diagnóstico diferencial: erupção por drogas (colhida na história do paciente) • Histopatológico: é desnecessário, pois o exame clínico é suficiente! Porém, caso faça, é encontrado: paraceratose, espongiose e células multinucleadas sinciciais. • Complicações: Encefalite, infecção bacteriana, púrpura trombocitopênica. TRATAMENTO • No sintomático: - Repouso; - Antipiréticos; - Loções protetoras para pele • Vitamina A • Imunoglobulina: pode prevenir o sarampo em crianças não vacinadas até 6 dias após exposição. PROFILAXIA: Vacina entre 15-18 meses de idade. RUBÉOLA • Causada por vírus da família Togavirinae; • Transmissão por contágio direto ou inalação de partículas virais; • O vírus pode ser isolado da garganta, reto ou urina; • Sorologia não tem grande utilidade. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Exantema que se inicia na face e depois atinge pescoço tronco e extremidades; 15 LUANNA HONÓRIO • Sinal de Forscheimer: Manchas eritematosas ou petéquias no palato ou úvula; • Linfadenopatia generalizada, mais característico acometimento occipital e cervical; • Adultos: pode ser acompanhado artralgia e artrite. TRATAMENTO Igual ao do sarampo! • No sintomático: - Repouso; - Antipiréticos; - Loções protetoras para pele • Vitamina A • Imunoglobulina: pode prevenir o sarampo em crianças não vacinadas até 6 dias após exposição. • Vacinação: junto com a vacina contra o sarampo. Máculas: 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA OTÁVIO SÉRGIO LOPES– DERMATO (P6) - 03/02/2021 INTRODUÇÃO São importantes pela frequência na clínica médica e na pediatria e pelo aspecto psicossocial da maioria dessas doenças. DERMATOZOONOSES • Escabiose • Dermodicidose • Ixodíase • Pediculoses • Pulíase • Tungiase • Dermatoses por dípteros (mosquitos e moscas) • Larva migrans • Enterobiase; estrongilodíase • Esquistossomíase; cisticercose ESCABIOSE OU SARNA A coceira noturna é diagnóstico, tem que se atentar a isso! É mais comum a noite pois a temperatura corpórea aumenta e isso atrai o agente. Tipos clínicos: Vulgar, crostosa e nodular • Vulgar: forma comum • Crostosa: formação de crostas espessas que acontece em imunodeprimidos, desnutridos e com higiene precária • Nodular: lesões papulonodulares pruriginosas, localizadas nas regiões genital, inguinal e axilar. CASO CLÍNICO ACS, 25 anos, chega ao nosso ambulatório com quadro de coceira no corpo há 2 semanas, com piora à noite. Refere que seus familiares estão também com coceira. São lesões papulosas com crostas, são bastante pruriginosas que comprometem, principalmente, a região pubiana e axilar. Notar fator importante se: • Os familiares comprometidos? • Há prurido e esse prurido piora à noite? (característico da escabiose, também chamada de sarna) Características da escabiose: Etiologia: Sarcoptes scabie variante hominis Presença da fêmea do ácaro na camada córnea/granulosa, onde deposita seus ovos. Há um espessamento da camada ceratosa: 2 LUANNA HONÓRIO Transmissão: contato pessoal e pode ocorrer por roupas. É muito comum a reinfecção domiciliar (por isso que todos dentro da casa deve fazer o tratamento). Manifestações clínicas: • Prurido intenso noturno • História de coceira em outros familiares • Lesões lineares (sulcos escabióticos) com vesiculopapulas, com distribuição nos espaços interdigitais das mãos, axilas, cintura, nádegas, mamas, pênis, face e pés (no exame dermatológico). OBS: Pode ocorrer também um quadro de hiper- infestação, principalmente em HIV-positivos, desnutridos e com higiene precária, com lesões extensas e diversas (escoriações, crostas, áreas de liquenificação e impetiginizadas) Lesão atípica formando escabiose nodular (comum em jovens e acomete a região escrotal), essas lesões dão um prurido importante que pode até ferir a pele ao coçar: Escabiose nodular em criança (também é muito comum) e pode acometer mãos, pés e até couro cabeludo: Escabiose crostosa ou norueguesa (forma rachaduras incomuns): é comum em pessoas com linfomas, leucemias, HIV, depressão, desnutrição calórico- proteica e AIDs. É bastantecontagiosa: Diagnóstico laboratorial: pesquisa direta dos ácaros nas lesões. OBS: Pode ser feita prova terapêutica – trata e observa se houve melhora. TRATAMENTO: escabicidas tópicos ou sistêmicos • Benzoato de benzila 25% • Permetrina: é seguro, pode ser usado em gestantes, lactantes e crianças. • Ivermectina: pode ser usada a partir dos 5 anos, em doses única ou dupla (para imunocomprometidos) Observações do tratamento: é importante tratar todos da casa, para evitar reinfecções e após o tratamento pode persistir o prurido por semanas, nesse caso pode usar anti-histamínicos e corticoides tópicos. 3 LUANNA HONÓRIO OBS: É preciso ter cuidado para não confundir com dermatites e tratar só com corticoides e anti- histamínicos, pois pode causar a quadro atípico, com lesões em aspecto eritematoso, urticária e eczematoso. OBS: Diagnósticos diferenciais = com pápulas nodulares eritematosas: covid, vasculite, reação medicamentosa etc. IXODÍASE São acarianos ectoparasitos do homem vertebrados, que se alimentam de sangue e linfa. CASO CLÍNICO FTA, 16 anos, chega ao nosso consultório com quadro de muita coceira no tronco e surgimento de algumas bolhas. Refere ter passado o final de semana na fazenda de um amigo. - Importante verificar que a lesão é espelhada (o herpes é mais agrupado). Caraterísticas da ixodíase: Infecção por acarianos (carrapatos) ectoparasitas do homem e de vertebrados que se alimentam de sangue e linfa. Etiologia: No Brasil, o mais comum é o Amblioma cajennense (conhecido como carrapato estrela) O carrapato é o principal vetor da borreliose (B. Burgdoferi). Borreliose ou doença de Lyme: causada por uma bactéria (espiroqueta Borrelia burgdorferi) se caracteriza por formar um eritema onde o carrapato picou, o qual vai crescendo. Causa febre hemorrágica. Manifestações clínicas: ocorre prurido intenso com pápulas encimadas por crostículas. - Geralmente tem história de viagem para zona rural; TRATAMENTO: • Ascaricidas tópicos • Ivermectica: 6mg por cada kg, dose única PEDICULOSE CASO CLÍNICO Uma garota de 10 anos chega ao nosso ambulatório trazida por agentes do conselho tutelar com quadro de infestação grave de piolhos. Ao exame geral, a paciente está caquética, fáceis de sofrimento, mucosas hipocoradas, língua atrófica e presença de quelites angular. - É importante atentar para os sinais que a criança apresenta, pois ela não está sendo cuidada, está sendo mal cuidada: falta de higiene, desnutrição, anêmica, ela 4 LUANNA HONÓRIO também possui deficiência de vitaminas (língua atrófica, quelite). Características da pediculose: Os anopluros, comumente denominados piolhos, são ectoparasitas pequenos que parasitam o couro cabeludo e o corpo, responsáveis pelas pediculoses. Tipos de pediculose: • Do couro cabeludo: Etiologia: pediculus humanus capitis, caracterizada pela queixa de prurido e presença de lêndeas (ovos); • Do corpo: etiologia = Pediculus humanus corporis, caracterizada por prurido de intensidade variável e urticas, que podem ter pontos purpúricos centrais; • Da região pubiana (ftiríase): etiologia = Phiturus pubis, ocorre com prurido, escoriações e eczematizações, acomete os pelos púbicos, mas também pode estar nos axilares e cílios. TRATAMENTO: com inseticidas: • Permetrina (shampoo): porém os piolhos estão desenvolvendo resistência; • Deltametrina (shampoo): mas é menos eficaz; • Spinosad: mistura de macrolídeos que mata também as lêndeas; • Lindano • Ivermectina tópica ou oral: apresenta ação ovicida (pega todas as fases dos piolhos, até as lêndeas, porque precisa-se pegar a fase de eclosão das larvas pois elas eclodem a cada semana). Esquema: semanalmente por 3 semanas; dose: 6mg a cada 30kg. OBS: a ivermectina pode ser usada para todas as dermatozoonoses! PULÍASE CASO CLÍNICO RNL, 27 anos, procura ambulatório com quadro de coceira no corpo e manchas avermelhadas após retornar de viagem de SP. - São Paulo: a pulíase é comum sudeste. - Trata-se de um quadro de pulíase. Características da pulíase: É uma infecção por pulgas, sendo o principal agente etiológico, o Pulex irritans. OBS: Xenopsylla cheopis = pulga do rato transmite a peste. A Pulex irritans raramente transmite peste, a principal pulga transmissora dessa doença é a Xenopsylla cheopis (pulga do rato). - São ectoparasitas longevos que vivem por 125 a 513 dias. Por isso que se for mudar para uma casa que está muito tempo sem ninguém, é importante fazer a dedetização, pois podem ter pulgas lá e causar doenças em todos. Manifestações clínicas: urtica de graus variáveis e prurido, em crianças (que são mais suscetíveis) pode causar prurido agudo infantil (estrófulo) e prurido de Hebra. TRATAMENTO: • Dedetização do ambiente • Cremes • Corticóides (tópico) para aliviar o quadro de prurido e o quadro inflamatório. 5 LUANNA HONÓRIO TUNGÍASE CASO CLÍNICO Um homem de 20 anos é encaminhado para o nosso serviço com quadro de múltiplas lesões amareladas, pruriginosas nos pés. Ele afirma ser “bicho de pé”, mas que vem com dor local, febre e vermelhidão em um dos pés. - Lesão crostosa na região do calcâneo e do lado e embaixo tem pápulas amareladas que infeccionou; - Lesão causada por uma pulga e a maior (no calcâneo) é a pulga cheia de ovos = tungíase. Características da tungíase: Também chamada de bicho de pé, é causada pela Tunga penetrans, pulga que habita lugares secos e arenosos, sendo amplamente encontrada nas zonas rurais, em chiqueiros e currais. Ciclo de vida: a fêmea penetra na pele, onde faz a postura e alimenta seus ovos. Manifestações clínicas: pápula bastante pruriginosa, amarelada, centrada por orifício enegrecido. TRATAMENTO: • Remoção do parasita com agulha estéril e remove a camada ceratosa; • Com a pinça remove a fêmea; • Depois desinfecção com TVPI. • Também faz tratamento com a ivermectina. • Se houver infecções secundárias: antibióticos. • Para casos de infestações intensas, pode dar ivermectina (mata a pulga e a casquinha fica); Histologia que mostra o estômago da fêmea: MIÍASE CASO CLÍNICO Uma senhora de 60 anos vem ao nosso consultório com queixa de nódulo na região da coxa que se mexia. Apresentava dor leve. Refere ter passado 3 dias em santos-SP há 2 semanas. - É uma lesão papulosa, com material saindo dela; - Característico de miíase. 6 LUANNA HONÓRIO Características da miíase: Doença provocada por larvas de mosca, tendo como agente duas espécies de mosca: 1- Dermatobia hominis (berne): causa miíase primária; 2- Cochliomyia macellaria (varejeira): causa miíase secundária cutânea. Tipos de miíase: 1) Primária (furunculóide é a mais comum); 2) Secundária (cutânea, cavitária ou intestinal). Manifestações clínicas: • Primária: nódulo furunculóide menos inflamatório e com uma serosidade saindo da parte central, quando a larva se desenvolve, ela sai e cicatriza; • Secundária cutânea: se desenvolvem em úlcera mal-cuidadas e devoram o tecido necrosado; trata retirando as larvas após matá- las com éter ou borrifos de nitrogênio líquido; • Secundária cavitária: nas cavidades nasal, ocular ou auricular; • Secundária intestinal: pela ingestão de alimentos contaminados com larvas ou ovos. Miíase secundária cutânea que se desenvolveu em um carcinoma ocular, destruindo boa parte do rosto: TRATAMENTO: • Além de remover as larvas, precisa fazer um desbridamento. • Ivermectina (dose única). LARVA MIGRANS CASO CLÍNICO Um garoto de 13 anos, chega ao nosso consultório com queixa de lesão bastante pruriginosa na região do tornozelo, evoluindo há 2 dias, cujo crescimento lembra um “caminho”. Refere que outros colegas que jogaram com ele no final de semana estão com o mesmoproblema. - Observa-se uma pápula serpiginosa: a mais frequente é a larva migrans; Características da larva migrans: Também chamado de bicho geográfico, dermatite linear serpiante ou verme 7 LUANNA HONÓRIO de cachorro, é causada pelo ancylostoma braziliensis (agente). Ficam no solo arenoso - Esse tipo de ancylostoma não completa o ciclo biológico dele como os outros que entram pela pele, são absorvidos, vão para os pulmões e intestino; OBS: Outros tipos de ancylostoma completam o ciclo = entram na pele, vai para o pulmão e pode levar ao óbito. Causa dermatite quando entram na pele e pode levar a uma pneumonite importante quando chegar ao pulmão. Manifestação clínica: lesão eritemato papulosa, serpiginosa e bastante pruriginosa. TRATAMENTO: • Tiabendazol (pomada); • Ivermectina. Forma papulosa da larva migrans na região do glúteo, bastante pruriginosa: ESQUISTOSSOMOSE CASO CLÍNICO 1 Dois irmãos chegam ao nosso ambulatório com quadro de manchas pruriginosa disseminadas no corpo. Ao exame, observamos pápulas eritematosas, algumas áreas eczematizadas comprometendo principalmente as pernas. Ambos referem banho em um lago na região de alhandra. CASO CLÍNICO 2 Um homem de 40 anos é encaminhado pelo proctologista, pois apresentava lesões nodulares múltiplas na região perineal, com moderado prurido, evoluindo há 6 meses. Paciente teve diagnóstico de esquistossomose há 10 anos. Os dois casos são de esquistossomose, mas em fases diferentes: • - Caso 1: dermatite por cercaria • - Caso 2: forma perianal Características da esquistossomose: causada pelo Schistosoma mansoni. Formas clínicas: pode causar diferentes formas clínicas: • Dermatite por cercária: lesão causada quando o parasita invade a pele, causando reações papulosas pruriginosas (a intensidade depende do número de cercárias e da sensibilidade anterior); • Genital e perianal: por contaminação na hora de defecar ou por migração pelo sistema venoso, causando caso edematoso (tumoral); • Ectópica: pode chegar a medula, onde causa mielite transversa. OBS: Essas lesões com história de banho em rio, lagoa ou açude é característico. TRATAMENTO: • Praziquantel (50mg por kg de peso, ao dia, em dose única; adultos, chega a 600mg por dia) • Medicamentos alternativos, oxamniquina ou artemisinina. • Ivermectina. CISTICERCOSE Vários nódulos na região cervical: 8 LUANNA HONÓRIO Doença causada pelo Cysticercus cellulosae, em que o homem é o portador intermediário e não definitivo (da mesma forma que o porco é para o homem na teníase). OBS: Quando o homem ingere os ovos, ele desenvolve cisticercos, quando ingere as larvas, desenvolvem teníase (da taenia solium). Manifestação clínica: aparecimento de nódulos subcutâneos, duros, bem delimitados, que persistem por meses ou anos sem alteração. OBS: A cisticercose na pele é importante pois pode indicar presença em outro órgão como SNC. TRATAMENTO: • Exérese do nódulo • Praziquantel ou albendazol • Ivermectina Praziquantel = 50mg por kg de peso, ao dia, em dose única; adultos, chega a 600mg por dia, durante até 14 dias. 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA OTÁVIO SÉRGIO LOPES– DERMATO (P6) - 14/04/2021 INTRODUÇÃO CASO CLÍNICO: MRS, 62 anos, lavradora, proveniente da região de Bauru-SP, chega ao nosso ambulatório queixando-se de inchaço n lábio há 2 meses. Ao exame percebe-se lesão eritemato infiltrada no lábio superior e fossa nasal. Dizemos que é uma lesão infiltrada pois na palpação notamos um aspecto duro. Definição: “Leishmaníase” – é uma infecção crônica não contagiosa. Causada por diversas espécies de Leishmania. FORMAS CLÍNICAS • Formas tegumentares (oriental, americana, difusa) • Formas viscerais (Calazar, mediterrânea, americana, asiática e sudanesa) ASPECTOS EITOLÓGICOS 4 complexos de Leishimania e locais onde são encontradas esses grupos de leishimania: 1- Complexo L. Tropica: tropica, major, minor e aethiopica 2- Complexo L. Braziliensis: Brasiliensis, Guyanesis, Panamensis e Piruvina 3- Complexo L. Mexicana: Mexicana, Amazonesiss, Pifanoi e Venezuelensis. 4- Complexo L. Donovani: Donovani, Infantum, Chagasi, Sinesis e Venezuelensis. FORMAS DE DESENVOLVIMENTO • No hospedeiro definitivo existe a forma amastigota (2-4mm, sem flagelo, vive no interior dos histiócitos) • Nos vetores (mosquitos), existe a forma promastigota (móvel, tamanho variável e vive no intestino dos vetores - acontece no intestino das FÊMEAS) TRANSMISSÃO Mosquito do gênero Flebotomíneos. Gêneros: Lutzomya e Phychodopygus Nome vulgar: Birigui, mosquito palha, tutuquira LEISHIMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Sinonímia: Cutâneo mucosa, úlcera de Bauru. Etiologia: Complexo L. Brasiliensis Período de incubação: 1-4 semanas Encontrada mais na região sudeste do Brasil. Clínica: • Pápulas eritematosas • Pápulo-pustulas • Pápulo-crostosa • Úlcera OBS: Pápulas eritematosas ocorrem de início e que evoluem para pápulo-pústulas, pápulo-crostosa e úlcera. IMPORTANTE: • Há adenopatia e linfangite no início do quadro • As lesões mucosas aparecem 1 a 2 anos após este quadro. Via de disseminação hematogênica 2 LUANNA HONÓRIO • O quadro frequente envolve lábios, palato, gengivas, língua, faringe e laringe. Úlcera típica da leishimania, borda bem marcada (moldurada), crostícula serosa (serosidade discreta). Elevação dos bordos (como vulcão): Molduração da borda: Lesão discreta papulosa, com diagnóstico difícil nessa fase: Placa infiltrada, forma importante de apresentação da leishmania, levemente descamativa: (DD: hanseníase, sarcoidose etc. – doenças infiltrativas): Fase ulcerada da doença com destruição importante do septo nasal: 3 LUANNA HONÓRIO Lesão verrucosa na ponta do nariz. Esse tipo de lesão precisa colocar nos DD: PLECTT (paracocistoide, leishimaniose, esporocitose, cromoticoise, tuberculose, tumores): DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Exame do esfregaço: obtido por raspagem ou justaposição da lâmina na úlcera, coloração Leishman ou Giemsa. • Exame histopatológico: granuloma linfo- histocitário, presença das leishmanias no interior dos histiócitos. • Cultura: meio de Novy-Macneal-Nicole (NNN). Positivo em 40% dos casos. A cultura não é utilizada para diagnóstico, só para uma forma de pesquisa. OBS: Inoculado em hamster: 2-3% para desenvolver doença. • Reação de Montenegro (reação células de alta sensibilidade): tem alta sensibilidade e especificidade de 100%. Intradermorreação com leitura48 e 72h quando tem >5mm. OBS: Montenegro pode ser negativo no início da doença (1-2 meses) e em imunodeprimidos, e nas formas viscerais. OBS: Montenegro +: são os grupos de Leishmania que provoca uma reação imunológica importante! • Reações sorológicas: imunofluorescência indireta que pesquisa o anticorpo circulante, com 75% de positividade. Títulos acima de 1/80 fecham diagnóstico. É bom para seguimento do tratamento. Imunopatologia: pontinhos dentro das unidades celulares: TRATAMENTO 1- N-Metil-Glucamina (Glucantime) – injeção: 15-20mg de SB/kg/dia. Via IM profunda ou IV diluída em soro glicosado. OBS: Frasco com 5mL 1,5g - 425mg de SB(v) OBS: SB(v) – Complexo de antimônio pentavalente. 4 LUANNA HONÓRIO OBS: Precisa ter cuidado pois existem os efeitos adversos, então o paciente precisa ser monitorado: • Náuseas • Vômitos • Tosse • Mialgia • Artralgia • Alterações da função hepática e renal e eletrocardiograma 2- Anfotericina Lipossomal (Fungison 50mg/frasco): dose cumulativa de 1500- 2000mg. 3- Outros: Pentamidina - possui efeitos colaterais importantes! OBS: Para grávidas – N-Metil-Glucamina (dúvida); Anfotericina é uma opção pra quem tem alergia a Glucantime. 1 LUANNA HONÓRIOPROFESSORA LUCIANA GADELHA– DERMATO (P6) - 01/02/2021 INTRODUÇÃO Quando o médico for fazer o exame físico do paciente, observando as lesões, precisamos dar um nome àquela lesão para escrever no prontuário e até mesmo fazer um encaminhamento. As lesões elementares são respostas morfológicas à alguma alteração que está ocorrendo na pele. Camadas da pele: Epiderme, Derme, Hipoderme. Qualquer alteração de natureza inflamatória, neoplásica que esteja acontecendo em alguma dessas três camadas, vai aparecer na superfície da pele como uma reação morfológica. Essa reação leva a um surgimento de uma lesão. Classificação das lesões elementares: • Alterações de cor (é uma alteração secundária caso haja soma de lesões elementares) • Alterações sólidas • Coleções líquidas • Alterações da espessura • Perdas e reparações ALTERAÇÕES DE COR São chamadas de manchas ou máculas e representam alterações só e exclusivamente da alteração da cor da pele. OBS: NÃO existe alteração de relevo, depressão e nem abaulamento! Classificação das manchas (de acordo com a etiologia): Manchas vásculo-sanguíneas Manchas pigmentares Manchas artificiais MANCHAS VÁSCULO-SANGUÍNEAS Estão representadas clinicamente com uma coloração que varia do rosa claro ao vermelho vinhoso. Sempre que tiver alteração de cor nesse espectro, tem-se uma mancha vásculo-sanguínea que é chamada de eritema. ERITEMA: Classificação: • Cianótico: decorre de uma estase venosa; pele arroxeada, violácea; • Rubor: vasodilatação arterial; (ocorre quando uma pessoa fica envergonhada – avermelhada e quente) • Hematema: ocorre em mucosa que tiver eritematosa – doenças exantemáticas (sarampo, rubéola etc.) • Exantema: eritema que ocorre na pele de forma difusa. Pode ter característica: - Morbiliforme - Difuso e uniforme • Eritema Figurado: a mancha é bem delimitada e tem contornos bem nítidos. • Mancha angiomatosa: decorre do aumento de número de capilares. Ocorre nos hemangiomas e tem aspecto vinhoso. • Mancha anêmica: é uma mancha hipocrômica (diagnóstico diferencial: mancha hipocrômica por redução de melanina). Ocorre por uma agenesia vascular, ou seja, não há vasos nessa região, então a pele fica clarinha. • Púrpura: é uma mancha eritemato-vinhosa e é provocada pelo extravasamento de hemácia de dentro do vaso para o interstício. - Até 1 cm: Petéquia - >1cm: Equimose - Linear: Vibice MANCHAS PIGMENTARES Decorrem da redução ou do aumento da melanina da pele ou por depósitos de outros pigmentos ou outras substâncias na pele. Podem ser hipocrômicas ou hipercrômicas. Hipocromia: decorrem da redução da melanina da pele. 2 LUANNA HONÓRIO Manchas hipocrômicas bem delimitadas com bordas regulares localizadas na região malar de uma criança Mancha acrômica bem delimitada, localizada no dorso da mão bilateral e simétrico do paciente. Hipercromia: é o aumento da cor da pele. Pode decorrer do aumento da melanina ou então pela presença de outros pigmentos. Mancha hipercrômica, bem delimitada, com bordas irregulares, bilateral simétrica. MANCHAS ARTIFICIAIS: • Melanodermia: é a mancha que resulta de um aumento da produção ou de uma deposição de melanina na pele. • Pigmentos biliares: icterícia • Caroteno: amarelamento da região palmo- plantar • Lipídios • Pigmentos exógenos: tatuagens • Drogas de uso externo: alcatrão etc. • Corantes Perguntas a se fazer no exame: 1- Existe alteração de relevo? (alteração tátil). OBS: se não existe alteração, estamos diante de uma mancha. Se a resposta for positiva, então faz-se outras perguntas, podendo ser alterações sólidas pois estas têm alteração de relevo. 2- Qual cor é essa mancha? Rosa claro ao vermelho; ALTERAÇÕES SÓLIDAS As formações sólidas têm alteração de relevo e decorrem de qualquer processo inflamatório ou neoplásico que ocorre dentro da derme (ou na epiderme, na derme ou hipoderme) que ocorre isoladamente ou em conjunto. Classificação: • Pápula • Placa • Nódulo • Nodosidade ou tumor • Goma • Vegetação • Verrucosidade PÁPULA é uma formação de conteúdo sólido, circunscrita, elevada, que tem até 1cm de diâmetro. 3 LUANNA HONÓRIO Nessa imagem há presença de uma pápula e nesse caso há uma soma de lesões elementares, pois além da pápula (alteração de relevo), há presença de uma mancha (alteração de cor). A pápula é a lesão principal e a mancha é secundária. Pápula eritemato-violácea, circunscrita bem delimitada. Nessa imagem podemos observar inúmeras pápulas na região axilar, de 0,2cm até 0,7cm. Pápulas, de tamanhos variados, cor levemente amareladas. PLACA É uma lesão de conteúdo sólido, elevada em platô, resultante da confluência de numerosas pápulas. A placa pode decorrer de várias pápulas pequenas que se juntaram/confluíram formando uma lesão maior ou pode decorrer de uma só pápula que cresceu centrifugamente. NÓDULO Lesão sólida, circunscrita, elevada ou não (por que se for na hipoderme, não dá para perceber o abaulamento), sendo necessário a palpação para sua identificação), de 1-3cm; pode ser epidérmico, dérmico ou hipodérmico. Nódulo eritematoso, com presença de abaulamento. Nódulo eritematoso, circunscrito, bem delimitado, apresenta na superfície escamas, localizado na asa nasal esquerda. NODOSIDADE OU TUMOR São lesões circunscritas, elevadas ou não, com diâmetro superior a 3cm. 4 LUANNA HONÓRIO Ponta nasal uma tumoração, nodosidade com característica pendula e na superfície há uma crosta hemática. Nódulo eritematoso com a superfície ulcerada coberta por uma crosta melicérica. GOMA É um nódulo ou uma nodosidade que se liquefaz. É comum nos processos granulomatosos em que ocorre liquefação do centro do granuloma e eliminação daquele material necrótico. Pode ocorrer na sífilis terciária, na tuberculose que são doenças granulomatosas. Nódulos que apresentam pontos fistulados. Consistência mais amolecidas no meio, caso faça um abaulamento. VEGETAÇÃO É uma lesão de conteúdo solido, pedunculado com aspecto de “couve-flor”. Tem um aspecto exofítico, crescimento para fora da pele e sangra facilmente. Apresenta papilomatose a acantose. As papilas dérmicas ficam bem alongadas na papilomatose e com esse alongamento, os capilares vão até quase a superfície da pele, por isso sangra facilmente. A acantose é o espessamento da camada de Malpighi (camada espinhosa). 5 LUANNA HONÓRIO VERRUCOSIDADE Tem uma superfície dura, inelástica e amarelada por hiperqueratose (aumento da camada córnea). Não sangra com facilidade, diferentemente da vegetação. LESÕES EDEMATOSAS URTICA Lesões com edema na pele = urtica. A evolução da urtica é bem rápida, justamente da reabsorção do edema. A urtica são elevações efêmeras, têm formas e tamanhos irregulares, de cor variados e são muito pruriginosas por conta da liberação de histamina que ocorre na etiopatogenia da urtica. A histamina leva ao aumento da permeabilidade vascular e ao prurido. Quando o edema ocorre em áreas onde a pele é fina e frouxa, leva ao aparecimento do edema andioedema ou edema angioneurótico. Pode ocorrer nas pálpebras e na bolsa escrotal. 6 LUANNA HONÓRIO COLEÇÕES LÍQUIDAS São lesões classificadas de acordo com a característica do líquido que tem dentro da lesão. Líquido: serosidade – límpida, translucido, amarelo claro, pus, amarelo denso, turvo, esverdeado ou sangue. Sempre que tiver diante de uma lesão de conteúdo líquido, é importante falar sobre o conteúdo da lesão porque ele vai guiar o raciocínio para o diagnóstico correto. Classificação: • Vesícula • Bolha ou flictena • Pústula• Abscesso • Hematoma VESÍCULA Lesão de conteúdo líquido, circunscrito e tem até 1cm de diâmetro. Inicialmente tem conteúdo claro e depois vai se tornando turvo ou rubro, se houver conteúdo de sangramento. A partir do momento que o organismo vai absorver esse líquido, o teto da vesícula vai baixando e aparece uma “covinha”, uma discreta depressão no teto da vesícula. Em seguida, o teto da vesícula vai dar origem a uma formação de crosta. Sempre que tiver a crosta, anteriormente ocorreu o aparecimento de uma vesícula. BOLHA Lesão de conteúdo claro (turvo ou rubro), circunscrita, >1cm. As bolhas podem ser frágeis ou tensas. 7 LUANNA HONÓRIO PÚSTULA Circunscrita, até 1cm. Conteúdo = pus. Ex.: acne e foliculite (Pequenas pústulas foliculares) ABSCESSO Tamanho variável, aumenta ou não de tamanho, líquido purulento na pele ou tecido subjacente. Pode ter ponto de drenagem. HEMATOMA Tamanho variável, aumenta ou não, derrame de sangue na pele ou no tecido subjacente. Pode se infectar. A cor evolui do vermelho – arroxeado – verde amarelado. Diferença entre equimose e hematoma: Equimose: é uma púrpura de lesão elementar como mancha avermelhada e SEM alteração de relevo! Hematoma: lesão de conteúdo líquido, com alteração de relevo. ALTERAÇÕES DA ESPESSURA Classificação: • Queratose • Liquenificação • Edema • Infiltração • Esclerose • Atrofia QUERATOSE Espessamento da pele, duro, amarelado, áspero e aumento da camada córnea. Ex.: Querotodermia plantar 8 LUANNA HONÓRIO LIQUENIFICAÇÃO Espessamento da pele, acentuação dos sulcos, cor da própria pele, aspecto quadriculado, aumento da camada de Malphigi. EDEMA Espessamento da pele, depressível, cor da própria pele ou róseo-branca, extravasamento de plasma na derme ou hipoderme. INFILTRAÇÃO Aumento da consistência da pele, reduzindo a evidência dos sulcos e limites imprecisos. Cor rósea – vitropressão cor café com leite. Decorre da Infiltração celular na derme e pode ocorrer associado com edema e vasodilatação. Ex.: Hanseníase ESCLEROSE Aumento da consistência da pele, lardácea ou coriácea (parecido com couro). Não é depressível, com pregueamento difícil ou impossível, com hipo ou hipercromia. Decorre do aumento da fibrose do colágeno e é muito comum na esclerodermia. Ex.: Doenças do colágeno ATROFIA Redução da espessura da pele, o que torna adelgaçada e pregueável, por causa da redução do número e volume dos constituintes teciduais. 9 LUANNA HONÓRIO Ex.: Lupus Discoide PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS São eliminações ou destruição patológicas e de reparações de tecidos cutâneos. Classificação: • Escama • Erosão ou Exulceração • Escoriação • Úlcera • Fissura ou Ragádia • Crosta • Escara • Cicatriz • Queloide ESCAMA Massa furfuácea (lembra farinha), micácea ou foliácea. Há alteração da queratinização. EROSÃO OU EXULCERAÇÃO Há perda superficial, somente da epiderme. De fácil recuperação e normalmente não deixa cicatriz. Ex.: arranhão na pele ESCORIAÇÃO É uma erosão traumática e linear, causada por uma patologia que leva à pessoa a se coçar. Ex.: Escabiose 10 LUANNA HONÓRIO ÚLCERA Há perda circunscrita da epiderme e derme. Pode atingir derme e tecidos subjacentes (tecido celular subcutâneo e/ou muscular). Devemos descrever a ulceração: Limpo ou sujo? Bordas regulares ou irregulares? Há presença de tecido necrótico entre as bordas? Qual o tamanho e aspecto do centro? FISSURA OU RAGÁDIA Há perda linear da epiderme e derme e está junto aos orifícios naturais, pregas ou dobras. CROSTA Concentrações em área de perda tecidual. Dessecamento de serosidade, pus ou sangue e restos epiteliais. A cor varia de acordo com a causa. Em caso de infecção secundária ou pústula que ressecou, a crosta é amarelo esverdeado, o que chamamos de crosta melicérica, que decorre do dessecamento de líquido purulento. Se esse líquido for sangue, é hemático. ESCARA Área de cor lívida ou preta, limitada, decorrente de uma necrose. 11 LUANNA HONÓRIO CICATRIZ É a reparação de processo destrutivo da pele. Pode ser: • Atrofia • Críbrica • Hipertrófica TERMOS DESIGNATIVOS Para descrever melhor as lesões: ❖ Anular: em anel ❖ Arcada: em arco ❖ Circinada: em círculo ❖ Corimbosa: lesão central e outros satélites ❖ Discóide: em forma de disco ❖ Espiralada: em forma de espiral ❖ Figurada: borda elevada e bem definida ❖ Geográfica: irregular ❖ Gotada: em gotas ❖ Irisada: círculos concêntricos ❖ Lenticular: como lentilhas ❖ Linear: em linha ❖ Millar: grânulos de mílio ❖ Numular: em forma de moeda ❖ Placa: área elevada com mais de 2 cm de diâmetro ❖ Pontuada: em pontos ❖ Serpiginosa: em linhas ou contorno sinuoso Distribuição – Número Lesão localizada: quando a erupção está presente em uma ou algumas regiões Disseminada: quando a erupção apresenta lesões individuadas em várias regiões. ex.: lesão no antebraço e face Generalizada: quando a erupção é difusa e uniforme, atingindo várias regiões cutâneas. Universal: quando o comprometimento é total da pele, incluindo o couro cabeludo. Região cutânea Distribuição pode ser expressa genericamente ou detalhada por região 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA FRANCISCA– DERMATO (P6) - 03/03/2021 INTRODUÇÃO As infecções bacterianas da pele representam um processo patogênico cutâneo primário ou uma manifestação cutânea secundária a uma infecção inicial de outro órgão. Podem ser: • Lesões cutâneas supurativas – decorrentes da proliferação de bactéria na pele; • Lesões cutâneas não supurativa – decorrentes de manifestações de hipersensibilidade à antígenos bacterianos. PIODERMITES - Impetigo - Ectima - Síndrome Estafilocócica da pele escaldada - Erupção estafilocócica escarlatiniforme - Furnúnculo - Antraz - Hordéolo ou Tersol - Erisipela - Celulite - Eritrasma - Foliculites: • Superficial – osteofoliculite ou impetio de Bockhar; • Secundárias – hidrosaenite; • Foliculite dissecante do couro cabeludo (Folicullitis abdecedens et suffodiens); • Decalvante; • Queloidiana da nuca. IMPETIGO Dermatose infecciosa por Estafilococos plasmo- coagulase positivos e ocasionalmente por Estreptococos beta-hemolitico. Impetigo bolhoso – caracterizado por bolhas; • Principais agentes causadores: Estafilococos Impetigo não-bolhoso – vesico-bolhas; • Principais agentes causadores: Mistura de Estafilococos e Estreptococos. PATOGENIA • Impetigo estreptocócico: colonização da pele previamente ao aparecimento de lesões cutâneas por solução de continuidade – picadas de inseto, outros traumas (arranhão etc.). Depois da penetração desses germes através das lesões, traumas etc., pode haver disseminação para o trato respiratório. • Impetigo estafilocócico: Colonização da mucosa nasal e a partir desta, contaminação da pele com surgimento de lesões cutâneas. Mais comum em crianças. Falta de higiene constitui um fator predisponente. O estreptococos e o estafilococos podem se instalar em infecções como escabiose, eczemas – impetiginização, quando então usa-se o termo impetiginizado para dermatose primária. Exemplo: escabiose impetiginizada, etc. É infecção contagiosa – principalmente em crianças. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A lesão inicial é uma máculo-eritematosa que logo se transforma em vesico-pápula – bolha purulenta superficial de duração efêmera (que se rompe com facilidade) com conteúdo seroso ou seropurulento que depois forma crosta melicérica. Pode haver linfadenopatia regional mais frequente em áreas expostas, principalmente na face e extremidades, mas qualquer área do corpopode ser atingida. No impetigo estafilocócico predomina lesões vesico- bolhosas flácidas, porém mais duradouras observadas que as observadas no impetigo estreptocócico. 2 LUANNA HONÓRIO Frequentemente observam-se áreas com bolhas recentemente rotas constituídas por erosões circundadas por restos de bolhas na periferia das lesões. Se não tratado pode levar a ulcerações e casos não complicados não deixam sequelas. Complicação mais grave: Glomerulonefrite por infecção estreptocócica. DIAGNÓSTICO Em geral, o diagnóstico é clínico. Exame bacterioscópico e cultura para identificação do agente causal. Diagnóstico Diferencial: • Micoses superficiais – em crianças que as bolhas são rota; • Herpes simples; • Iododerma; • Bromoderma Impetigo estafilocócico: Bolha flácida com conteúdo seroso, se crostificando: 3 LUANNA HONÓRIO Crosta serosa melicérica: Infecção secundária – pústula, bolha: Infecção secundária intensa, com mais crosta: TRATAMENTO TRATAMENTO TÓPICO: • Limpeza das lesões e remoção das crostas, com água morna e sabão ou água de Alibour a 10% ou 20% - 3x dia –KMN04 1: 20.000; • Cremes ou pomadas de antibióticos: Mupirocina e ácido fusídico; • Evitar usar topicamente antibióticos sistêmico: Garamicina, Rifampicina, Penicilinas, Neomicina. TRATAMENTO SISTÊMICO: • Eritromicina; • Cefalexina; • Sulfas ECTIMA • É uma dermatite estreptocócica, de caráter erosivo • Úlceras múltiplas • Agente etiológico – Estreptococo beta- hemolítico 4 LUANNA HONÓRIO • Crostas rúpias – duras, secas e aderentes PATOGENIA • Início com vesícula – depois vesico-pústula ou pústula – lesão ulcerada recoberta por crosta espessa • Pode deixar cicatriz ou não • Pode evoluir com glomeronefrite • Mais frequente nas crianças • Pernas – localização preferencial TRATAMENTO TRATAMENTO TÓPICO: Limpeza com água e sabão, água de Alibour a 10% ou 20% - KMNO4 3x dia- 1:20.000 TRATAMENTO SISTÊMICO: • Eritromicina; • Sulfas; • Cefalexina; • Oxacilina SÍNDROME ESTAFILOCÓCICA Causada por exotoxinas esfoliativas A e B do S. aureus. O fago-grupo responsável é o 2 (tipos 71 e 55), porém são encontradas toxinas produzidas pelos fagos-grupos 1 e 3. Em geral o foco infeccioso não se encontra na pele, mas em outros pontos como: otites, conjuntivites e outras infecções. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Febre; • Eritema difuso sobre o qual forma-se grandes bolhas flácidas; Ocorre mais em recém-nascidos (Doença de Ritter von Rittershain) ou em crianças maiores; Rara em adultos; As bolhas rompem-se fácil, formando grandes áreas erosivas, circundado por retalhos epidérmicos; Sinal de Nikolsky - presente DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO: Clivagem alta na epiderme ao nível da camada granulosa, infiltrado inflamatório na epiderme e derme. No exame histopatológico a diferença se faz por: • Clivagem subgranulosa na Síndrome Estafilocócica; • Clivagem subepidérmica na NET; OBS: Na Síndrome Estafilocócica o retalho da bolha – apenas na camada córnea e granulosa; OBS: Na NET – retalho composto pela totalidade da epiderme. EXAME CITOLÓGICO: para diferenciar da NET (necrose epidérmica tóxica), que apresenta clivagem subepidérmica e apresenta células inflamatórias. Diagnóstico diferencial é com a NET (necrose epidérmica tóxica, não é causada por bactéria) – história de uso de medicamento e a presença de foco infeccioso não é obrigatória. 5 LUANNA HONÓRIO TRATAMENTO • Penicilina semi-sintéticas resistente à penicilinase; • Oxacilina: - IV 50-100mg/kg/dia em recém-nascidos; - IV 100-200mg/kg/dia em adultos. OBS: Dosagem fracionada em doses aplicadas a cada 4- 6h. Após melhora clínica importante, a via IV pode ser substituída pela via oral: Cloxacilina 50mg/kg/dia, 6/6h. Medidas gerais: • Hidratação; • Cuidados c/ os focos infecciosos; • Drenagem de abcessos ERUPÇÃO ESTAFILOCÓCICA ESCARLATINIFORME • Devido a exotoxina estafilocócica; • Apresenta: exantema, enantema, febre; • NÃO apresenta bolhas; • Forma discreta de SSSS (Síndrome de Steven Johnson); • Observada mais em mulheres. TRATAMENTO Mesmo tratamento da síndrome estafilocócica. Água morna, permanganato de potássio, antibiótico tópico e sistêmico. FOLICULITE Infecção dos folículos pilosos, causados por bactéria do tipo estafilococos plasmo-coagulase positivo (+). Acontece por: • Espontaneidade; • Excesso de umidade ou suor; • Raspagem dos pelos ou depilação. 6 LUANNA HONÓRIO Atinge crianças e adultos. Ocorre em qualquer localização onde houver pelos. Mais frequentemente encontrado: • Na área da Barba – homem; • Virilhas - mulher MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Foliculite superficial – formação de pequenas pústulas, centralizada por pelos, sob base eritematosa; • Prurido. FOLICULITE SUPERFICIAL OU OSTEOFOLICULITE OU IMPETIGO DE BOCKHART • Pequenas pústulas foliculares, da qual essas pústulas se tornam em crostas. • As pústulas NÃO interferem no crescimento do pelo ou do cabelo. • Lesões numerosas. • Localização mais em extremidades e couro cabeludo. • Pode ser crônica, de difícil tratamento. TRATAMENTO TRATAMENTO TÓPICO: Limpeza com água e sabão, água de Alibour a 10% ou 20% - KMNO4 3x dia- 1:20.000 TRATAMENTO SISTÊMICO: • Eritromicina; • Sulfas; • Cefalexina; • Oxacilina SICOSE DA BARBA • Pústulas foliculares centralizada por pelos. • Pode ocorrer placas vegetantes e infiltradas. • NÃO interfere no crescimento do pelo. São pequenas inflamações que se apresentam como pústulas, aparecendo no lábio superior, queixo e mandíbula. Podem se tornar recorrentes, surgindo com o barbear diário. Em casos mais graves, podem deixar cicatrizes. OBS: Sicose lupóide – (lembra o lúpus eritematoso lupoide) é cicatricial, com disposição circinada, com atividade na periferia das lesões. Diagnóstico diferencial: tinea da barba OBS: O exame micológico tira a dúvida. TRATAMENTO • Trocar a lâmina pelo barbeador elétrico; • Usar água morna ao barbear-se; • Massagear os pelos para que fiquem mais amolecidos; • Passar o barbeador no sentido do crescimento dos pelos. • Limpeza com água e sabão. 7 LUANNA HONÓRIO HORDÉOLO OU TERÇOL • Infecção estafilocócica profunda dos cílios e glândulas de Meibomius; • Edema intenso devido a frouxidão do tecido palpebral; • Comum em portadores de blefarite – manifestação de Dermatite seborréica; • Vício de refração – leva a hordéolos crônicos e recidivantes. TRATAMENTO TRATAMENTO TÓPICOS: • Mupirocina; • Ácido fusídico; • Soro fisiológico – higienização TRATAMENTO SISTÊMICO: Realizar cultura com antibiograma (para verificar qual o antibiótico deve ser utilizado). FOLICULITE DECALVANTE • Processo infeccioso, levando a atrofia do pelo, deixando alopecia cicatricial OBS: O pelo NÃO cresce! • Crônica; • Causado pelos: Germes gram-negativos QUADRO CLÍNICO • Placas com pústulas foliculares na periferia; • Progressão centrífuga das lesões; • Inflamação em tufos de cabelos. 8 LUANNA HONÓRIO DIAGNÓSTICO - Histopatológico (biópsia); - Cultura para bactérias. Diagnóstico Diferencial: • Alopecias cicatriciais; • Foliculite abscedante; • Pseudopelada de Brocq; • LED (lúpus eritematoso discoide); • Tinea favosa; • Nos MMII: com o granuloma eosinofílico e outras foliculites; • Na face: Lupus vulgar (raro) ou LED. TRATAMENTO TRATAMENTO TÓPICO: • Mupirocina; • Ácido fusídico TRATAMENTO SISTÊMICO: orientado por cultura com antibiograma. Há relatos de associação de: 300mg de Rifampicina 2x por dia – 02 meses- podendo ser repetido por duas ou três vezes + Dapsona – 100mg/dia com sucesso. FOLICULITE QUELOIDIANA DA NUCA • Acomete homens da raça negra c/ mais frequência;• Politriquia – fusão de folículos na superfície da pele, centralizado por 02 ou 03 pelos; • Começa com foliculite profunda – começa por estafilococos e raramente por bactérias Gram- negativa. • Formação de fibrose com cicatrizes queloidianas. QUADRO CLÍNICO • Mais frequente na nuca; • Existe uma coexistência com pseudofoliculite de barba; • Lesão principal: pápula dura, folicular com pústulas foliculares e abscessos; • Reparação com quelóide isolados ou confluentes – fibrosos – extensa placa queloidiana. DIAGNÓSTICO • Cultura com antibiograma; • Diagnóstico Diferencial: Foliculite dissecante TRATAMENTO • Rebelde a terapêutica; • Remoção dos pelos encravados com pinça depilatória; • Drenagem dos eventuais abscessos; • Antibióticos tópicos. TRATAMENTO SISTÊMICO: • Antibióticos orientado pela cultura e antibiograma; • Em casos rebeldes: - Radioterapia; - Eletrocoagulação; - Cirurgia excisional; - Crioterapia (nitrogênio líquido) FURÚNCULO • Inicia-se a partir da foliculite superficial, porém evolui para nódulo situado profundamente; • O nódulo é eritematoso, doloroso, quente; • Após dois ou quatro dias, torna-se flutuante; 9 LUANNA HONÓRIO • Após rutura, há eliminação do tecido necrosado, ocupando o centro, chamado de CARNICÃO; • Ocorrem mais frequentemente em áreas pilosas sujeita a atritos e sudorese mais intensa • Mais frequentemente encontrado: Pescoço, face, axilas, nádegas; • Os furúnculos ou furunculose se constitui numa eclosão ou sucessão de múltiplos furúnculos; • Podem ser complicações secundárias de pediculose, escabiose, diabetes, doenças hematológicas. • Na maioria das vezes não há causas predisponentes; • Defeitos na quimiotaxia de neutrófilos; • Deficiência de Imunoglobulinas; • Imunodepressão: diabetes, leucemia, linfomas. ANTRAZ • Compromete mais que um folículo pilo- sebáceo; • Aparecimento simultâneo de múltiplos furúnculos no mesmo local; • Eritema, edema, com múltiplos pontos de drenagem. DIAGNÓSTICO: Cultura com antibiograma TRATAMENTO • Compressas quentes no início; • Antibióticos sistêmicos; • Drenagem com espremedura moderada para eliminação do carnicão; • Cuidados higiênicos; • Sabonete de Triclosan a 1% para limpeza. TRATAMENTO TÓPICO: Mupirocina, ácido fusídico – em lesões abertas sob curativo oclusivo. Prevenção: usar antibióticos tópicos, na região nasal TRATAMENTO SISTÊMICO: Orientação pela cultura e antibiograma. Referência de resultado favorável com associação de: Cloxacilina 600mg/dia p/ 10dias + Ciprofloxacina 500mg de 12/12h – 10 dias (professora faz por 14 dias) OBS: em casos resistentes: • Rifampicina 600mg/dia OU • Clindamicina 150mg/dia por 3 meses Vacinas antibacterianas: são controversas e atualmente NÃO TEM RECOMENDAÇÕES. ERISIPELA • Forma aguda de celulite. • Ocorre geralmente nos MMII e face. • Causadas por estreptococos beta hemolítico do grupo A. • Diagnóstico diferencial: febre reumática. • Rara para S. aureus – quadro semelhante. 10 LUANNA HONÓRIO • Infecção universal. • Não tem prevalência em nenhum grupo etário. • Penetração por continuidade – lesão por continuidade. • Portas de entrada frequentes: ulcerações • Dermatomicoses nos MMII –Tinea pedis interdigital • Doenças predisponentes: - Diabetes - Imunodeficiência QUADRO CLÍNICO • Instalação e evolução aguda; • Febre com calafrios, mal-estar, adenite satélite; • Eritema rubro, edema, dor; • Aumento de temperatura no local; • A erisipela e a celulite são mais comuns nas pernas, quando há edema e estase venosa. • Condições predisponentes: - Doenças gerais; - Doenças cardiorrespiratórias; - Doenças hematológicas; - Diabetes – imunodeficiências OBS: A erisipela pode ser bolhosa recidivante, levando a aumento progressivo da região com edema, fibrose, levando ao quadro de: Elefantíase. Acompanhado de febre alta, calafrios, náuseas e vômitos; eritema bem importante: Erisipela com eritema: Erisipela bolhosa (porta de entrada: lesões ao lado) 11 LUANNA HONÓRIO Elefantíase: CELULUITE DOS MEMBROS INFERIORES • Infecção subaguda crônica, profunda. • Acomete derme e hipoderme; • Em adultos: causadas pelo Streptococus do grupo A, S.aureus e eventualmente por outras bactérias; • Em crianças menores de 03 anos: causada por Haemophilus influenza, tipo B MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Edema; • eritema, com discreto aumento da temperatura local (erisipela é mais quente) Ocorre em torno de lesões ulcerativas da pele, pode haver supuração Em geral não há sintomas – adenite é eventual (na erisipela é comum). • Causas mais frequentes: Proteus mirabilis, E. coli, Clostridium septicum. TRATAMENTO • Repouso; • Droga de escolha: Penicilina (celulite e erisipela); • Penicilina G cristalina na dosagem diária de 05-10M de U IM ou IV a cada 6/6h – 10 dias - Penicilina G potássica procaína 400.000U – 2 a 3 vezes ao dia 8/8h – 10 dias (SAIU DE LINHA) Na associação estrepto-estafilocócica: Oxacilina 500mg cada 4 ou 6h -10 dias; OBS: Pode associar com Sulfametoxazol + Trimetropim (10 DIAS TAMBÉM) 12 LUANNA HONÓRIO COMO A PROFESSORA TRATA: • Penicilina G benzatina 1.200.000UI IM de 3 em 3 dias, por 30 dias – 10 ampolas OU • Sulfametoxazol + Trimetropim – 10 dias OU • Cefalexina 500mg de 6/6h – 10 dias Prevenção: • Penicilina G benzatina 1.200.000UI IM de 08/08 dias – 01 mês; • Penicilina G benzatina 1.200.000UI IM de 15/15 dias – 06 meses. ERITRASMA • Incidência universal • Etiologia: Corynebacterium minutissimum • Frequente em países de clima quente e úmido, como no Brasil • Ocorre em homens e mulheres, tendo mais predileção pelo sexo masculino • Excepcional na infância. QUADRO CLÍNICO • Mancha castanha ou marrom descamativa com bordas bem delimitadas; • Na fase inicial, as bordas são eritematosas • Localização: zonas intertriginosas – principalmente nas regiões axilares ou inguinocrurais – espaços interdigitais dos pés. Pode também ser localizadas no tronco e abdome. DIAGNÓSTICO Com Lâmpada de Wood (fluorescência vermelho-coral característica): essa fluorescência dá-se devido a uma porfirina produzida pela bactéria; Diagnóstico diferencial: • Dermatite seborréica; • Tinea Cruris; • Associação com diabetes pode ocorrer. TRATAMENTO • Não necessita cultura • Uso de ceratolíticos tópicos como ácido salicílico a 2% ou 4% - cremes ou loções Professora faz: Clindamicina + ácido salicílico ou Eritromicona + ácido salicílico Creme e loções: 13 LUANNA HONÓRIO • Clindamicina 2%; • Eritromicina 2%; • Imidazólicos TRATAMENTO SISTÊMICO: São feitas quando as lesões são mais extensas. • Antibióticos por VO; • Eritromicina 1g/dia – 5 a 10 dias; • Tetraciclina 500mg de 6/6h – 5 a 10 dias OBS: Nas recidivas frequentes, faz o tratamento tópico + tratamento sistêmico. HIDROSADENITE OU HIDRADENITE É uma inflamação crônica e supurativa das glãndulas apócrinas (glândulas sudoríparas associada a uma glândula sebácea) – oclusão do foliculopilosebáceo ou do ducto apocrine; • Fibrose posterior e formação de trajetos fistulosos; • Mais comum em mulheres – início durante ou após a puberdade, período em que se desenvolve as glândulas apócrinasperineal; • Mais comum nas axilas, podendo também ser localizadas na aréola mamária, genitais externos; • Regiões inguino-crurais QUADRO CLÍNICO Pápula que evolui para nódulo profundo (localizado na hipoderme) é mais comum, eritematoso e extremamente doloroso. • Lesão pode ser única, mas comumentes são múltiplas; • Tendencia a cronicidade e formação de cicatrizes retráteis Fatores predisponentes: irritação cutânea pelo uso de desodarantes antiperspirantes, depilação, roupas justas, paciente com diabetes,anemia, obesidade. Nódulo eritematoso, doloroso, muito quente na região axilar: Nódulos ulcerados: TRATAMENTO TRATAMENTO TÓPICO: • Antissépticos – KMN04; • Água de alibour; • Antibióticos como mupirocina; • Ácido fusídico TRATAMENTO SISTÊMICO - Antibióticos: • Tetraciclinas; • Eritromicina; • Ciprofloxacina; • Sulfametoxazol-trimetropina; • Isotretinoina (tratamentto de acne também) 1 LUANNA HONÓRIO PROFESSORA OTÁVIO SÉRGIO LOPES– DERMATO (P6) - 14/04/2021 INTRODUÇÃO Conceito: doença inflamatória crônica da pele e das articulações, imunomediada, de base genética, com grande polimorfismo clínico, caracterizada por lesões eritêmato-escamosas de caráter recidivante. A psoríase é definida como doença crônica e recorrente, inflamatória e multissistêmica, imunologicamente mediada. É uma doença que tem componente inflamatório cutâneo e sistêmico. EPIDEMIOLOGIA • Ocorrência universal • 1-3% da população mundial • Afeta ambos os sexos • Picos de incidência na 2ª e 5ª décadas de vida, embora possa ocorrer em qualquer idade. ETIOPATOGENIA Doença imunizada – tem que ter um fator genético e um fator genético. O fator ambiental age nesses fatores imunológicos. Para que haja uma resposta imunológica, precisa ter uma representação de um antígeno. Sustentação da base genética: • Incidência família – 36% • Incidência na prole: quando um dos pais é acometido a incidência nos filhos é de 8,1%; quando ambos são portadores, aumenta para 41%; • Gêmeos monozigóticos: 65-70% • Gêmeos dizigóticos: 15-20% • HLA B13, B17, B37, CW6, DR7 • 4 possíveis genes gens PSORS 1,2,3 e 4 localizados nos cromossomos 6P, 17Q, 4Q, 1Q respectivamente. FATORES DESENCADEANTES/AGRAVANTES • Trauma físico, químico, elétrico, cirúrgicos, inflamatório, fenômenos de isomórfico ou de Koebner • Infecções: estreptococos beta hemolítico, HIV OBS: Steptococos – estimuladores diretos de linfócitos • Drogas: lítio, betabloqueadores, antimaláricos, AINH, amiodarona, digoxina, antidepressivos, clonidina, IK, hipoglicemiantes orais, penicilina, terfenadina, interferon-A. • Suspensão abrupta de corticosteróides orais • Fatores metabólicos: hipocalecemia (psoríase pustulosa generalizada) • Fatores psicológicos: stress • Hábitos: consumo de álcool e cigarros • Luz solar: exposição solar aguda e intensa OBS: Onde tiver um trauma, aparece a placa de psoríase. IMUNOPATOGENIA 2 LUANNA HONÓRIO Tem uma resposta e tem os antígenos. Esses antígenos precisam ser apresentados as células de Langerhans e ativam os linfócitos T e os linfócitos T produzem linfocinas. Produção de citocinas: LT – Diferenciam-se em células efetoras do tipo Th1 e Th2: alterações epidérmicas (hiperproliferação de queratinócitos – estímulos de fator de crescimento epitelial (EGF), em resposta a citocinas) Psoríase do tipo Th1, caracterizada pela predominância de células T CD8+ na epiderme e CD4+ na derme, ambas produzindo citocinas tipo Th1 – Angiogênese (estímulo de fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) (IL2), IL-6, IL-8, IL-12, INF-gama e TNF-alfa) – inflamação linfócito mediada. Interação LT e APCs (célula apresentadora de antígeno e linfócito CD4): QUADRO CLÍNICO Diagnóstico é 99% clínico! Lesões elementares: FORMAS CLÍNICAS • Psoríase em placas ou vulgar • Psoríase em gotas (gutata) • Psoríase eritrodérmica • Psoríase pustulosa • Psoríase palmo-plantar • Psoríase ungueal Pápula ou placas eritematosas com escamas branco-prateadas: PSORÍASE EM PLACAS (VULGAR) É a mais comum! Encontrado no: joelhos, cotovelos, região lombo- sacral, umbigo, couro cabeludo. 3 LUANNA HONÓRIO Além da psoríase em placa, existe um quadro de dermatite seborreica: Língua geográfica: Placas anulares na região genital: PSORÍASE INVERTIDA Tipo de psoríase em placas que acomete dobras. PSORÍASE EM GOTAS (GUTATA) Erupção aguda, acomete adolescentes e adultos jovens, antecedente de estreptocócica. 4 LUANNA HONÓRIO Localizado na área da perna: Evoluiu para eritodermia (direita) Psoríase em gota aguda (esquerda): PSORÍASE EM ERITRODÉRMICA Eritema generalizado, febre e comprometimento sistêmico! OBS: Ocorre em pacientes com psoríase vulgar que sofrem agudização. MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS • Febre • Taquicardia • Adenopatia • Desidratação e redução do débito cardíaco • Perda de calor, hipotermia • Risco de sepse Nos casos com evolução prolongada: • Hipoalbuminemia • Perda de massa muscular 5 LUANNA HONÓRIO PSORÍASE EM UNGEAL PSORÍASE EM PUSTULOSA Existem 4 formas: 1- Psoríase pustulosa generalizada (Von Zumbusch): ocorre em pacientes com Psoríase Vulgar, submetidos a qualquer fator de piora. Febre alta + Erupção súbita generalizada + Pústulas estéreis disseminadas + Manifestações sistêmicas (perda de peso, fraqueza muscular, leucocitose, aumento do VHS) 2- Psoríase pustulosa em placas ou anular (impetigo Herpetiforme) – em casos de uso de corticoide; fora localizada, se manifesta por surtos de lesões anulares com eritema e pústulas, localizadas no tronco e raiz dos membros, sem manifestações sistêmicas. Associada a gestação e pós- paratireoidectomia. 3- Pustulose palmo-plantar: surtos de pústulas estéreis na região palmar e/ou plantar, simétricos, sem manifestações sistêmicas. 4- Acrodermatite contínua de Hallopeau – quadro muito desagradável; pústulas nos dedos das mãos e mais raramente nos dedos dos pés, as quais coalescem formando lagos de pus. Pode evoluir e acometer vários dedos, toda a mão e/ou pe. Conteúdo líquido e purulento: pústula História prévia de psoríase. Psoríase leve (mãos do paciente) e foi prescrito corticoide para o paciente: Na próxima imagem, não confunda com impetigo, pois não tem a placa eritematosa! Também não confunda com tungíase por ter um pontinho preto no meio: 6 LUANNA HONÓRIO Medicação tópica é ineficaz nesses pacientes! Precisam usar medicação sistêmica: ATUALIZAÇÕES CLÍNICAS A psoríase está ligada a outras doenças externas: Psoríase e comorbidades: • Artrite psoriásica • Transtornos psiquiátricos: depressão, transtorno bipolar, características psicopatológicas, etilismo e tabagismo. • Obesidade • Síndrome plurimetabólica • Doença cardiovasculares • Outras doenças imunomediadas: Doença de Crohn, fibromialgia, esclerose múltipla • Neoplasias: linfomas (ciclosporina tem relação) e tumores sólidos • Outras doenças viscerais: hepatopatia e pneumopatia ARTRITE PSORIÁTICA • Associação: 25-34% • Artrite soro negativa • Igual para ambos os sexos – 36 anos (10 anos de evolução) • Manifestações ungueais e AP FORMAS CLÍNICAS 1- Oligoartrite assimétrica (70%) 2- Poliartrite simétrica (15%) 3- Artrite clássica – interfalangianas distais (5- 10%) 4- Artite mutilante (<5%) 5- Espondilítica (<5%) DIAGNÓSTICO Predominantemente CLÍNICO! CLÍNICO: - Características das lesões - Curetagem metódica de BROCD: • Sinal da vela: estratificação das escamas (raspagem daquela área) • Sinal de Auspitz: (tira toda casca e no fundo vai ver pontos hemorrágicos bem discretos de sangue sendo percebido pelo uso de uma lupa) – pequenos pontos de sangramento quando toda a escama é removida. LABORATORIAL: Biópsia + Anatopatológico 7 LUANNA HONÓRIO Alterações que encontramos na psoríase: Espessura da camada superficial: hiperceratose, paraceratose (células nucleadas na camada ceratosa, que não era para encontrar), ausência da granulosa (agranulose), visualiza papilas (papilomatose), visualiza o sangue na papila no sinal de Auspitz, microabscessos de munro, pústulas espongiformes de Jogoj (psoríase pustulosa), alongamento das cristas epiteliais: Respostalinfocitária de recrutação linfocítoca: microabscesso de Munro: TRATAMENTO Forma leve: MEV, pois a psoríase está ligada a doença coronariana, obesidade, etc. Corticoterapia é o principal tratamento tópico. Corticoide de baixa potência (psoríase na face e dobras) ou corticoide de alta potência. 8 LUANNA HONÓRIO Formas moderadas: MEV, fototerapia (hoje utiliza mais UVB que a PUVA, pois é mais fácil, rápido e prático de fazer) OBS: UVB – utiliza-se um aparelho que emite a radiação na frequência e quantidade que desejamos. Formas graves (temos que ver o aspecto de extensão da doença e o aspecto psicossocial): MEV, tratamento sistêmico – Metotrexato (mais utilizado) + faz uso do ácido fólico porque diminui com o uso desse medicamento! Exemplo: Psoríase nas palmas das mãos, bastante incapacitante (não consegue fazer coisas simples do dia-dia), impacto psicológico intenso: trata como forma grave! Imunobiológicos são os mais caros de todos os medicamentos. Como tratar: individualizar o tratamento de acordo com as características de cada paciente! Tratamento da imagem a seguir: • Dedo: tratamento leve • Mão: Medicação tópico e fototerapia: resposta adequada? Não? Medicação sistêmica. • 3 imagens abaixo: medicação sistêmica. OBS: A estratégia ideal é a combinação de tratamento! Exemplo: • Tópico + Fototerapia • Tópico + Sistêmicos • Sistêmicos + Fototerapia OBS: Ciclosporina tem resposta muito rápida, então usa para ter rápida resposta e logo depois muda depois para Acitretina. Essas terapias que servem para termos uma diminuição dos efeitos colaterais. 9 LUANNA HONÓRIO PSORÍASE EM PLACAS TRATADA COM ACITRETINA E CALCIPOTRIOL: FOTOTERAPIA: • Pode ser indicada para qualquer forma de psoríase • Ação antiproliferativa, anti-inflamatória e imunossupressora • Contraindicações: Xeroderma pigmentoso, albinismo, dermatoses fotossensíveis (lúpus eritematoso, pênfigo, penfigóide bolhoso), câncer de pele, alterações hepáticas e/ou renais, gravidez. Tipos: • Puva Sistêmico: mais efetiva para psoríase. 8- MOP (methoxallen) Metoxilano (Oxsorallen) + UVA (320 a 400NM) • Puva tópico: Trioxallen 0,1 a 1% + UVA • UVB (290 a 320NM): para pacientes com pele clara, com placas finas e com contra-indicação ao puva. • UVB Narrow-Band (311-322NM): ação superior a UVB convencional Terapia sistêmica: risco X benefício CICLOSPORINA: METOTREXATO: ACITRETINA (NEOTIGASON): • Retinóide de 2ª geração – Monoaromático • Não é citotóxica nem imunossupressora • Pacientes tratados a longo prazo não necessitam de biópsia hepática • Hiperlipidemia e toxicidade hepática são controláveis com monitorização de exames e ajustes nas doses • Em monoterapia: 83-100% de eficácia nas formas putulosa e eritrodérmica 10 LUANNA HONÓRIO • Pode ser usada na infância e em idosos • Cuidado maior: TERATOGENICIDADE – evitar álcool durante e por mais de 2 meses após o tratamento. • Alternativa para mulheres em idade fértil: Isotretinoína + Calciprotriol ou Fototerapia • Na infância: idade óssea e mensuração do crescimento (terapia de longa duração) OBS: Teratogenicidade: evitar gravidez por até 3 anos quando se utiliza a Acitretina! PSORÍASE ERITRODÉRMICA TRATADA COM ACITRETINA: TRATAMENTO DA PSORÍASE INFANTIL COM ACITRETINA: Outro caso de psoríase infantil: 11 LUANNA HONÓRIO PSORÍASE UNGEAL: TRATAMENTO SISTÊMICO Imunobiológicos: • Infliximabe (REMICADE) – 5mg/kg/EV, semanas 0-2-6 e a cada 8 semanas – para quadros graves de psoríase, inclusive artropática. • Etanercept (ENBREL) – 25 a 500mg/SC/dose a cada semana. Casos de psoríase em placas estável com 3 ou mais articulações edemaciadas; • Adalimumab (HUMIRA) – utilizado para articulações resistente ao Etanercept e Infliximab. Em estudos fase III em psoríase. • Ustequinumabe (STELARA) – 45mg SC na semana 0-4, depois a cada 12 semanas.