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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR INQUÉRITO POLICIAL MILITAR E AÇÃO PENAL MILITAR Livro Eletrônico 2 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br SUMÁRIO Introdução ................................................................................................3 Inquérito Policial Militar ...............................................................................4 Início do IPM ..............................................................................................9 Formas de Instauração do IPM (Art. 10 do CPPM) .........................................11 Sigilo ......................................................................................................12 Investigação pelo MP ................................................................................13 Posto do Infrator ......................................................................................14 Designação do Escrivão .............................................................................15 Responsabilidades da Autoridade ................................................................15 Prazos para Finalização do IMP ...................................................................17 Encerramento do IPM ................................................................................18 Indiciamento............................................................................................18 Arquivamento ..........................................................................................19 Devolução do IPM .....................................................................................22 Ação Penal Militar .....................................................................................22 Juiz, Auxiliares e Partes do Processo ...........................................................24 Das Partes ...............................................................................................30 Atribuições, Princípios e Garantias ..............................................................32 Restrições ...............................................................................................32 Suspeição ................................................................................................33 Do Assistente da Acusação ........................................................................34 Acusado, Defensor e Curador .....................................................................36 Da Defensoria Pública ...............................................................................39 Resumo ...................................................................................................40 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 3 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Introdução E aí, aluno(a)! Na aula de hoje, vamos entrar na parte mais prática de nossa disciplina. Iremos compreender melhor a persecução penal dos crimes militares. Iremos tratar dos seguintes tópicos: • Inquérito Policial Militar; • Ação Penal Militar; • Juiz, Auxiliares, Peritos e Intérpretes; • Acusação e Assistente; • Acusado, defensor e curador. Pode ir buscar seu café. É hora de DETONAR essa disciplina! Prof. Douglas Vargas DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con- curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 4 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Inquérito Policial Militar Cena do Filme “Questão de Honra, 1992” Talvez você já deva ter assistido ao filme “Questão de Honra”, estrelado por Tom Cruise, no qual dois fuzileiros americanos são acusados de terem participado de uma punição extraoficial, que resultou na morte de um soldado, em sua base militar. No filme, Tom Cruise interpreta o advogado dos fuzileiros, atuando em juízo com o objetivo de inocentá-los das acusações e de encontrar o verdadeiro culpado pela morte da vítima. Fato é que, nesse contexto, estamos falando da persecução penal de um crime militar (praticado por militares, contra um militar e dentro de uma base militar). Mas a questão que o filme não apresenta é a seguinte: como começou (ou deveria começar) a persecução penal na esfera militar? Primeiramente, vamos relembrar um dos tópicos da aula passada. O fluxo pro- cessual penal, na esfera COMUM, normalmente segue os seguintes estágios: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 5 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Isso é básico, eu sei. Mas é muito importante relembrar esse conceito (extraído do Direito Processual Penal), pois a regra geral para os crimes militares é a mes- ma: será instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para a apuração dos crimes militares, porém, sob competência da Polícia Judiciária Militar, sendo con- duzido por uma autoridade de tal órgão. Veja que a finalidade é a mesma e o resultado é o mesmo: o IPM será encami- nhado para o Poder Judiciário e servirá como base para o oferecimento da denúncia. Veja, portanto, que o filme Questão de Honra “pula” uma etapa preliminar da persecução penal, visto que a narrativa já nos leva para a fase judicial da apuração do delito. Mas, como você acabou de aprender, via de regra, o início da apuração criminal se dá com a instauração do inquérito (IPM), sendo que apenas posteriormente adentra-se a fase processual. Por exemplo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 6 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Veja como a conduta de John, Rey e Logan é praticamente a mesma (furto, ou seja, subtrair coisa alheia móvel), mas varia entre crime militar e crime comum, bem como em relação à esfera em que o delito foi praticado (Estadual ou Fe- deral). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 7 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Mesmoassim, é possível verificar como os procedimentos (o IP e o IPM) são parecidos. O nome do procedimento muda, mas a finalidade é a mesma: obter elementos de prova para subsidiar a formação da opinião do membro do Ministério Público! Ótimo. Já sabemos que o IPM é a peça PRELIMINAR instaurada pela Polícia Judiciária Militar na apuração de um determinado crime militar, e que tal proce- dimento muito se assemelha com o Inquérito Policial Comum. Mas qual o conceito FORMAL para fins de prova? Conceito Segundo Fabiano Prestes, “o inquérito policial militar é o conjunto de diligên- cias realizadas pela polícia judiciária (militar) com o objetivo de apurar fato que configure crime militar, e de sua autoria, ministrando elementos necessários à propositura da ação penal.” No mesmo sentido, ainda é obrigatória a leitura do CPPM: Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perí- cias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código. Não há dúvida, portanto, quanto às inúmeras semelhanças entre o inquérito po- licial (IP) e o IPM. E é muito importante que você perceba que a principal diferença entre ambos está nas autoridades responsáveis por conduzi-los e no seu objeto. Vejamos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 8 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Observação de Leitura Em nossa aula introdutória, deixei claro que o estudo do Direito Processual Pe- nal é indispensável para um bom entendimento do Direito Processual Penal Militar. Isso porque grande parte das normas são aproveitadas pelo CPPM, que utiliza o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 9 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br CPP de forma subsidiária (até para não ter que reescrever tudo que está no CPP e resultar em uma enorme duplicação de normas). Para você ter uma ideia, o CPPM possui 20 artigos (art. 9º ao 28º) tratando do Inquérito Policial Militar. O CPP possui também 20 artigos (art. 4º ao 23º) tratando sobre o Inquérito Policial, e todas as normas ali contidas são aplicáveis subsidia- riamente ao inquérito policial militar, naquilo em que não conflitarem com o CPPM! Em termos de Direito Processual Penal e Processual Penal Militar, a leitura dos pon- tos importantes de cada Código é OBRIGATÓRIA. Faça a leitura do texto de lei e, principalmente, dos artigos mencionados nesta aula! Início do IPM Você já sabe que o IPM é a base para a apuração dos crimes militares, nos termos do art. 9º do CPPM. Mas como é que se inicia, formalmente, um Inquérito Policial Militar? A resposta para isso está no art. 10º do CPPM, que também DEVE ser lido: Art. 10º a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocor- rido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; Lembra-se que falamos que, na esfera militar, a hierarquia deve ser respei- tada? Pois olhe aí uma menção a essa característica! A autoridade militar que irá O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 10 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br conduzir o IPM deve ocupar um posto SUPERIOR ao indivíduo contra quem se está instaurando o procedimento! b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de ur- gência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posterior- mente, por ofício; Como também observamos na aula introdutória, via de regra, quem possui a competência de polícia judiciária militar são os membros do mais alto escalão – que nem sempre podem instaurar e conduzir os IPMs diretamente. Nesses casos, é permitida a delegação da competência, de modo que tal auto- ridade irá determinar que um outro membro da carreira conduza um determinado IPM, desde que também seja respeitada a regra de superioridade hierárquica entre autoridade processante e processada. c) em virtude de requisição do Ministério Público; O Ministério Público é o titular da ação penal pública, e, como muitos de vo- cês já sabem, quem pode o mais, pode o menos. Ora, se o Promotor de Justiça (ou Procurador, dependendo da esfera) tem o poder de oferecer a denúncia contra um determinado investigado, é claro que este também pode determinar a instauração de IPM para apurar um determinado fato criminoso. d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25; O CPPM prevê, expressamente, a possibilidade de instauração de novo in- quérito quando surgem novas provas sobre um fato cujo inquérito anterior já foi arquivado, por meio de decisão do STM. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 11 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtu- de de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar; Aqui temos a famosa Notitia Criminis, ou Notícia do Crime, na qual a vítima de um crime militar dá causa para a instauração de Inquérito Policial Militar para apu- rar um determinado fato. Do mesmo modo que o indivíduo pode ir à delegacia da Polícia Civil registrar uma ocorrência e dar causa à instauração de um Inquérito Policial, o mesmo tam- bém é possível na esfera Militar! f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da exis- tência de infração penal militar. Por fim, temos a possibilidade de que uma sindicância (procedimento adminis- trativo) encontre, durante a realização de seus trabalhos, evidências de que houve uma possível infração penal – o que resultará na instauração de um IPM. Resumindo: Formas de Instauração do IPM (Art. 10 do CPPM) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 12 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br SigiloSigilo do inquérito Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome co- nhecimento o advogado do indiciado. O inquérito – tanto o militar quanto o comum – é um procedimento adminis- trativo sigiloso. Embora a Administração Pública seja regida pela publicidade, excepcionalmente alguns atos necessitam de sigilo (tendo em vista o possível dano causado com sua divulgação). Imagine um inocente que é investigado pela polícia. O mero ato de ser investi- gado (mesmo sendo inocente) já é capaz de gerar efeitos negativos em sua vida, de modo que a manutenção do sigilo até a finalização do procedimento se mostra útil e até mesmo ideal para reduzir tal repercussão. Lembre-se, no entanto, que o sigilo do inquérito não pode ser oposto ao defensor do investigado. Tal previsão está tanto na Súmula Vinculante n. 14 do STF quanto no próprio Estatuto da OAB, e somente não se aplicará no caso de di- ligências em andamento que puderem vir a ser prejudicadas com sua divulgação. É o caso, por exemplo, de uma interceptação telefônica em andamento. Se o defensor tomar conhecimento de tal medida, poderá informar a seu cliente, que simplesmente irá deixar de utilizar seu telefone. Em casos assim, o defensor tomará ciência dos autos do inquérito, mas não da parte sobre a interceptação telefônica, de modo a não prejudicar a medida. Resumindo: • o inquérito, em regra, é sigiloso; • o sigilo não se aplica ao Juiz, ao MP e ao Defensor do acusado; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 13 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br • medidas excepcionais que possam vir a ser prejudicadas com sua divulgação não serão comunicadas ao defensor, enquanto estiverem em execução (como a interceptação telefônica). Investigação pelo MP A investigação realizada pela polícia judiciária (seja ela militar ou comum), via de regra, é conduzida nos autos de um inquérito policial. Isso você já sabe. Outro ponto que é bastante conhecido pelos alunos trata do fato que o próprio Ministério Público também pode investigar, haja vista que quem pode o mais, pode o menos (aquele que pode oferecer a denúncia pode também investigar). A diferença é que a investigação do MP é realizada por meio do chamado PIC (Proce- dimento de Investigação Criminal). Isso nos leva à seguinte pergunta: pode o MP atuar em investigações de crimes militares? E a resposta é: depende do tribunal citado em sua prova. Para o STM, é inadmissível a investigação direta pelo MP, o que deve resultar no trancamento da ação penal. Já o STF considera possível a investigação de qualquer delito pelo parquet. “E agora, professor? O que faço na hora da prova?” Nesse caso, é melhor optar pela estratégia mais segura. Se o examinador citar expressamente o STM, você irá dizer que tal tribunal entende pela impossibilida- de da investigação pelo Ministério Público. Já se o examinador citar o STF ou não especificar o tribunal, posicione-se no sentido de que é possível, sim, a inves- tigação pelo MP. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 14 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Posto do Infrator Conforme já mencionamos em nossa aula anterior, existem restrições em rela- ção à instauração do IMP de acordo com a hierarquia do indivíduo que está sendo investigado ou indiciado (haja vista a vedação de que o procedimento seja condu- zido por uma autoridade de posto inferior). Quando o infrator tem posto superior ao do comandante, diretor ou chefe de serviço em cujo âmbito ocorreu a infração penal militar, a regra é a seguinte: Esse assunto é interessante, pois, no curso do IMP, pode acontecer de a autori- dade encarregada se deparar com dois problemas: 1) o procedimento se inicia de forma regular e posteriormente surgem indí- cios contra oficial de posto superior, mais antigo; 2) a autoridade responsável pelo procedimento vir a ficar doente, ser transfe- rida de local ou para a reserva (aposentadoria). Embora sejam casos diferentes, em ambos o procedimento é o mesmo: a auto- ridade responsável deverá OFICIAR à autoridade delegante para que suas funções sejam atribuídas a outro oficial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 15 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br No caso em que surgirem indícios contra oficial de posto superior, até que seja de- signado o novo encarregado com posto adequado para a tarefa, o prazo de con- clusão do inquérito deve ser interrompido. Já no caso de doença ou transferência da autoridade, o prazo não se interrompe. Designação do Escrivão Uma vez que o IPM é instaurado, é necessário saber quais são os procedimentos que devem ser realizados pela autoridade. Em primeiro lugar, é responsabilidade do encarregado do IMP designar um escrivão, salvo se tal designação já tiver sido feita pela autoridade delegante. Se o indiciado é oficial, o posto de escrivão será exercido por um segun- do ou primeiro tenente. Nos demais casos, será exercido por um sargento, subtenente ou suboficial. Responsabilidades da Autoridade Uma vez que ocorre a infração penal militar e a autoridade responsável tem notícia dela, deve, se possível, realizar algumas diligências (do mesmo modo como ocorre no Inquérito Policial comum). São elas: 1) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a situ- ação das coisas, enquanto necessário; 2) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 16 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br 3) efetuar a prisão do infrator, em caso de flagrância; 4) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas cir- cunstâncias. Uma vez realizados tais procedimentos, o encarregado do inquérito deve ainda: a) ouvir o ofendido, o indiciado e as testemunhas; b) proceder ao reconhecimento de pessoas, coisas e acareações; c) determinar a realização de exame de corpo de delito e de perícias relevantes; d) determinar a avaliação e a identificação da coisa subtraída, desviada ou des- truída; e) proceder a buscas e apreensões; f) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peri- tos ou do ofendido. É muito importante perceber a grande semelhança entre o IPM e o IP nesses ca- sos. Afinal de contas, estamos tratando da apuração de uma infração penal militar, que, embora atinja um bem jurídico diferente e possua uma previsão processual especial, não deixa deser uma infração penal em sua essência, necessitando da realização de diligências muito parecidas (senão idênticas) para sua correta apu- ração. O IPM também admite a reprodução simulada dos fatos, nos mesmos moldes pro- cessuais penais comuns. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 17 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br É interessante ainda observar a previsão do art. 14 do CPPM: Assistência de procurador Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional importância ou de difícil elucidação, o encarregado do inquérito poderá solicitar do procurador-geral a indicação de procurador que lhe dê assistência. O artigo 14 trata da chamada assistência do Membro do Ministério Público Mili- tar, a qual é uma faculdade do encarregado do IMP em casos de excepcional impor- tância ou difícil elucidação. Prazos para Finalização do IMP O IPM possui um PRAZO especial para sua finalização, que difere dos prazos processuais do Inquérito Policial comum. Esse é um tópico muito importante, e você não pode confundir esses prazos na hora da prova! O IMP deve terminar dentro de 20 dias se o indiciado estiver PRESO, e em 40 dias, se o indiciado estiver SOLTO. Nesse último caso (indiciado SOLTO), cabe prorrogação por mais 20 dias. O prazo de 20 dias deve ser contado a partir da data da execução da ordem de pri- são, e o de 40 dias deve ser contado a partir da data da instauração do inquérito. Esquematizando para você não esquecer: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 18 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Encerramento do IPM O encerramento do IMP se dá com um relatório, assim como ocorre no inquérito policial comum. A autoridade (no caso, o encarregado) irá mencionar as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos. Ao final, o encarregado dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, e deverá se pronunciar, JUSTIFICADAMENTE, se há conveniência na prisão preventiva do indiciado. Se porventura a atribuição de abertura do IPM foi DELEGADA, o encarregado deve enviar à autoridade delegante, para que homologue a solução, aplique a pe- nalidade por infração disciplinar ou determine novas diligências, se for o caso. Indiciamento Indiciar é o ato PRIVATIVO da autoridade policial, segundo sua análise técnico jurídica do fato, na qual é apontado um determinado indivíduo como um provável autor de um fato delituoso. Em palavras mais simples: o indiciamento é o ato formal no qual a autoridade responsável por um inquérito (seja ele policial ou policial militar) declara que acre- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 19 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br dita ser uma determinada pessoa a autora de um determinado crime. Esse ato é privativo da autoridade policial, de modo que o Juiz não pode determinar que um Delegado de Polícia (ou encarregado de um IMP) faça o indicia- mento de uma determinada pessoa. Esse é o posicionamento do STF! Outras observações sobre o indiciamento e o relatório final do IPM: Arquivamento Você já deve ter ouvido falar, em algum momento da sua vida, sobre o arquiva- mento de um inquérito policial. Uma vez que a autoridade (seja ela civil, federal ou militar) finaliza a apuração de uma determinada infração penal, são possíveis dois caminhos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 20 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Veja que se a autoridade entende que um determinado indivíduo praticou uma infração penal, deverá indiciá-lo. Mas se suas diligências lhe fizeram crer que não houve crime, ou que houve crime, mas que não existem sequer indícios contra o investigado, não lhe cabe opinar pelo arquivamento – deverá apenas relatar os fatos apurados. Isso ocorre, pois, o titular da ação penal é o Ministério Público, e é a ele que cabe a responsabilidade de oferecer a denúncia ou solicitar o arquivamento do inquérito. Simplificando: Veja, portanto, que o MP não fica vinculado ao posicionamento da autoridade responsável pelo inquérito. Isso, pois, o IPM é uma peça DISPENSÁVEL, adminis- trativa, que serve apenas para subsidiar a formação da opinião do membro do MP! É claro que a liberdade do MP não é absoluta, tal órgão ainda deverá observar as provas contidas nos autos para que possa oferecer a denúncia ou pedir arqui- vamento. O Promotor não pode denunciar alguém sem prova de materialidade e indícios de autoria (pois, nesse caso, é dever do magistrado rejeitar a denúncia). O que acontece é que, algumas vezes, a interpretação dos fatos pode variar, e, nesse caso, entre o posicionamento da autoridade do inquérito e o do membro do MP, prevalecerá a opinião deste último. Por isso, lembre-se sempre: autoridade (seja policial ou militar) não pode O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 21 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br mandar arquivar autos de inquérito. Essa atribuição é do membro do MP! Outro ponto relevante está na Súmula n. 524 do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do Juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. Ou seja, uma vez que não foram descobertas provas suficientes pela autoridade responsável, e tal insuficiência de provas resulte no arquivamento do inquérito (seja ele IP ou IPM), este não pode ser aberto, a não ser que surjam novas provas. Simplificando o que estudamos até aqui: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 22 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Devolução do IPM Existe ainda outra possibilidade. O IPM, uma vez nas mãos do Ministério Público, pode retornar às mãos da autoridade policial militar, no caso em que o MP requisi- te diligênciasque são por ele consideradas imprescindíveis para o oferecimento da denúncia. Nesse caso, o prazo não poderá ultrapassar 20 dias. Ação Penal Militar Você já sabe que, uma vez que o IPM é finalizado, esse é encaminhado ao membro do Ministério Público, para que este possa se manifestar sobre o fato em apuração (solicitando o arquivamento ou oferecendo a denúncia). Uma vez que a denúncia é oferecida (o MP entende que houve crime e que existem indícios suficientes de autoria para que o investigado seja levado a juízo), inicia-se a fase processual da persecução penal. Nesse ponto, o estudo detalhado (assim como ocorre no inquérito policial) deve ser realizado no âmbito do Direito Processual Penal – do qual o CPPM “pega em- prestado” a maior parte das normas. Nosso foco, é claro, estará nas peculiaridades da Ação Penal Militar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 23 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Natureza Em regra, a ação penal militar é pública e é promovida pelo Ministério Público Militar (por força do princípio da OFICIALIDADE). Não existe, no processo penal militar, a ação penal privada personalíssima. Quando o Ministério Público deixa de agir no prazo determinado por lei, surge para o ofendido o direito constitucional à chamada ação penal privada subsidiária da pública. Embora tal instituto não esteja previsto expressamente no CPPM, ele é aplicável ao processo penal militar, utilizando subsidiariamente as previsões contidas no Código de Processo Penal comum. Apenas excepcionalmente é que a ação penal, na esfera castrense, será pública condicionada à requisição. São os seguintes casos: Eu não vou pedir que você decore, especificamente, quais são os crimes pre- vistos no CPM que são processados por meio de ação penal pública condicionada à requisição. Meu único objetivo é que você saiba que existe essa possibilidade! Resumindo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 24 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Leitura Obrigatória Para finalizar seu estudo do assunto ação penal militar, é essencial que você faça a leitura dos artigos 29 a 33 do CPPM. Juiz, Auxiliares e Partes do Processo Os sujeitos processuais envolvidos no processo penal militar estão previstos en- tre os artigos 36 a 76 do CPPM. Não preciso nem dizer, né? A leitura de tais artigos é obrigatória para uma boa preparação! Assim como nos demais assuntos de nossa aula, tenha em mente que boa parte dos conceitos aqui apresentados só são abordados de forma mais aprofundada em nosso estudo do Código de Processo Penal Comum, haja vista que este é um código mais completo e que é utilizado de forma subsidiária pelo CPPM. Deixando de lado essas questões preliminares, vamos ao primeiro sujeito pro- cessual: o magistrado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 25 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Do Juiz Função do juiz Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força militar. Juiz é uma palavra que vem do latim iudex, ou seja, aquele que julga. Sua atribuição, no entanto, não se restringe a exercer a atividade jurisdicional e julgar conflitos de interesse. O Juiz tem muito mais responsabilidades, entre elas a de prover a regularidade do processo e a correta execução da lei. Com base nessa preocupação em garantir a regularidade do processo e a im- parcialidade do julgador, o CPPM também apresenta causas de impedimento e suspeição dos magistrados, entre seus artigos 37 e 38. Normalmente, as causas de suspeição e impedimento são cobradas pelas bancas sob o tópico incidentes processuais, e não por meio do tópico sujeitos proces- suais. Mesmo assim, é recomendável fazer a leitura dos artigos 37 e 38 do CPPM, apenas por segurança. É ainda interessante notar que o CPPM não entra em detalhes sobre a figura do magistrado, limitando-se a tratar sobre o assunto impedimento e suspeição e suas causas. Conforme já observamos, grande parte da matéria é tratada diretamente no CPP. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 26 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Dos Auxiliares Funcionários e serventuários da Justiça Art. 42. Os funcionários ou serventuários da justiça Militar são, nos processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinações devem obedecer. Nos moldes do art. 42 do CPPM, os serventuários da Justiça são responsáveis por auxiliar o Juiz, acatando suas determinações para o regular andamento do pro- cesso. Entre os auxiliares da justiça, são dignos de observação: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 27 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Dos Peritos e Intérpretes Nomeação de peritos Art. 47. Os peritos e intérpretes serão de nomeação do juiz, sem intervenção das par- tes. A atividade de perícia é essencial para o funcionamento da prestação jurisdicio- nal estatal. Isso, pois, em determinadas situações, é necessário que um especia- lista em um determinado assunto, devidamente habilitado, verifique ou esclareça um fato determinado, sobre o qual o próprio magistrado não possui qualificação técnica. No âmbito da Justiça Militar, os peritos e intérpretes são nomeados pelo magis- trado, nos termos do art. 47. A nomeação é realizada preferencialmente entre oficiais da ativa, desde que atendida a especialidade necessária para sua correta atuação. Note que a previsão de nomeação entre os oficiais da ativa é expressamente prevista no CPPM: Preferência Art. 48. Os peritos ou intérpretes serão nomeados de preferência dentre oficiais da ativa, atendida a especialidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 28 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militare Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br O mesmo se aplica ao compromisso de bem desempenhar a função: Compromisso legal único. O perito ou intérprete prestará compromisso de desempenhar a função com obe- diência à disciplina judiciária e de responder fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes. Note que, nesse caso, os peritos se diferem dos peritos oficiais de carreira, sobre os quais versa o CPP. Peritos de carreira, como peritos criminais da Polícia Civil ou Polícia Federal, não precisam prestar compromisso, pois já o fizeram quando tomaram posse em seus cargos públicos! Recusa Seguindo em frente, temos que o encargo de perito ou intérprete, uma vez designado pelo magistrado, em regra, não pode ser recusado, salvo motivo rele- vante que será apreciado pelo próprio Juiz: Encargo obrigatório Art. 49. O encargo de perito ou intérprete não pode ser recusado, salvo motivo relevan- te que o nomeado justificará, para apreciação do juiz. A recursa injustificada inclusive pode acarretar multa: Penalidade em caso de recusa Art. 50. No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá aplicar multa correspondente até três dias de vencimentos, se o nomeado os tiver fixos por exercício de função; ou, se isto não acontecer, arbitrá-lo em quantia que irá de um décimo à metade do maior sa- lário mínimo do país. Casos Extensivos A designação do oficial como perito é de severa importância para o bom anda- mento do processo. Por esse motivo, a pena de multa prevista no art. 50 se esten- de também a outros casos em que o perito não se recusar mais for negligente com suas atribuições, a saber: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 29 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Casos extensivos Parágrafo único. Incorrerá na mesma pena o perito ou o intérprete que, sem justa causa: a) deixar de acudir ao chamado da autoridade; b) não comparecer no dia e local designados para o exame; c) não apresentar o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos. Observações Finais sobre os Peritos e Intérpretes O CPPM versa ainda sobre a condução coercitiva do perito que, sem justa causa, deixar de comparecer ao ato processual para o qual foi convocado (art. 51), bem como sobre as causas específicas de impedimento dos peritos (art. 52). Ambos os artigos devem ser lidos: Não comparecimento do perito Art. 51. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, o juiz poderá de- terminar sua apresentação, oficiando, para esse fim, à autoridade militar ou civil com- petente, quando se tratar de oficial ou de funcionário público. Impedimentos dos peritos Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes: a) os que estiverem sujeitos a interdição que os inabilite para o exercício de função pública; b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu desempenho; d) os menores de vinte e um anos. Por fim, cabe notar que, assim como ocorre com os auxiliares da justiça, também aos peritos e intérpretes é aplicável o regramento de suspeição dos magistrados: Suspeição de peritos e intérpretes Art. 53. É extensivo aos peritos e intérpretes, no que lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição de juízes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 30 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Das Partes Passamos agora ao Capítulo II do Título VI do CPPM, que trata das partes. A primeira parte que será objeto de nosso estudo é a acusação, representada na figura do Ministério Público e cujo regramento específico na esfera castrense co- meça no art. 54 do Código em estudo. Do Acusador Ministério Público Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo penal militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de competência originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas ações perante os órgãos judiciários de primeira instância. Antes de mais nada, é interessante relembrar o que dispõe a Constituição Fede- ral sobre o Ministério Público: Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Apenas por curiosidade, o MP atualmente se divide da seguinte forma: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 31 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Veja, portanto, que, no processo penal militar, é o Ministério Público Militar que exerce a função de órgão de acusação, sendo este um “braço” do Ministério Público da União (MPU). Lembre-se que, embora órgão de acusação, o MPM não tem a obrigação de acusar em todos os casos, podendo opinar tanto pelo arquivamento do IPM quanto pela absolvição do acusado, a depender do andamento do processo. O próprio CPPM faz a previsão expressa nesse sentido: Pedido de absolvição Parágrafo único. A função de órgão de acusação não impede o Ministério Público de opinar pela absolvição do acusado, quando entender que, para aquele efeito, existem fundadas razões de fato ou de direito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 32 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Atribuições, Princípios e Garantias É importante também conhecer algumas características relacionadas ao MP, as quais podem ser cobradas em sua prova mesmo que não estejam previstas expres- samente no CPPM. São elas: Restrições Em alguns casos, o membro do MP também não pode funcionar no processo. A previsão se encontra no art. 57 do CPPM, que também é digna de leitura: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 33 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Art. 57. Não pode funcionar no processo o membro do Ministério Público: a) se nele já houver intervindo seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, autoridade policial ou auxiliar de justiça; b) se ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções; c) se ele próprioou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Já os casos de suspeição estão listados no art. 58: Suspeição Art. 58. Ocorrerá a suspeição do membro do Ministério Público: a) se for amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido; b) se ele próprio, seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido; c) se houver aconselhado o acusado; d) se for tutor ou curador, credor ou devedor do acusado; e) se for herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutuário de bens, do acusado ou seu empregador; f) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de qualquer modo ao acusado. Por fim, o legislador ressalta que os artigos 39, 40 e 41 do CPPM (normas apli- cáveis aos magistrados) também se estendem aos membros do MP. Suspeição entre adotante e adotado Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos mesmos termos da resultante entre ascendente e descendente, mas não se estenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o vínculo da adoção. Suspeição por afinidade Art. 40. A suspeição ou impedimento decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe deu causa, salvo sobrevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem descendentes, não funcionará como juiz o pa- rente afim em primeiro grau na linha ascendente ou descendente ou em segundo grau na linha colateral, de quem for parte do processo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 34 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Suspeição provocada Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte inju- riar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la. Observações Importantes sobre o MP São dois pontos relevantes sobre a acusação, dos quais você precisa tomar nota para fins de prova: Do Assistente da Acusação Em alguns casos, o ofendido, seu representante legal e seu sucessor po- dem vir a habilitar-se de modo a intervir no processo como assistentes do Ministé- rio Público. O assistente da acusação possui o direito de realizar as seguintes ações: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 35 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Muitas vezes, a vítima tem maior interesse em participar da apuração da infra- ção penal (principalmente quando há a possibilidade de reparação civil dos danos por ela sofridos). Esse é um dos motivos pelo qual surge a figura do assistente da acusação. Admissibilidade É responsabilidade do juiz do processo, ouvido o MP, permitir ou negar a ad- missão do assistente da acusação. Nesse sentido, é importante fazer a leitura do art. 62 do CPPM: Oportunidade da admissão Art. 62. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e re- ceberá a causa no estado em que se achar. Cabe ressaltar, no entanto, que o ofendido que também é acusado no mes- mo processo não pode atuar como assistente, salvo se absolvido por sen- tença transitada em julgado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 36 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Recurso Uma vez que o magistrado (ou colegiado) decida pelo indeferimento da assis- tência, é cabível o recurso, entretanto, sem efeito suspensivo. Observações São observações relevantes sobre a atuação do assistente da acusação: 1) o processo sempre seguirá seu curso regular, independentemente de qual- quer aviso ao assistente da acusação, salvo notificação para assistir ao julgamento; 2) a admissão do assistente pode ser cassada pelo magistrado, caso este tu- multue o processo ou infrinja a disciplina judiciária; 3) a assistência sempre é exercida por meio de advogado constituído ou pela Defensoria Pública; 4) por fim, da assistência não pode decorrer impedimento do magistrado, do membro do MP ou do escrivão. Ao invés disso, o juiz deverá cassar a admis- são do assistente. Jurisprudência Relevante Ainda sobre o assistente da acusação, é importante tomar nota de que, segundo o STJ, se a Defensoria Pública atuar como representante do assistente da acusa- ção, não é necessária a juntada de procuração com poderes especiais. Acusado, Defensor e Curador Para finalizar o estudo dos sujeitos processuais, sob o prisma do CPPM, falta falar sobre o acusado, seu defensor e sobre o curador. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 37 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br O acusado, como é de se imaginar, é aquele a quem é imputada a práti- ca de infração penal, através da denúncia que foi recebida pelo magistrado (art. 69 do CPPM). Como ocorre em qualquer tipo de processo penal (inclusive o militar), nenhum acusado pode ser processado sem defensor – ainda que ausente ou fora- gido. Lembre-se que a falta de defesa técnica (exercida por bacharel em Direito) é causa de NULIDADE ABSOLUTA do processo! É por esse motivo que o juiz deverá nomear a Defensoria Pública para atuar na defesa do acusado que não possuir defensor constituído, o que não limita o direito do acusado de, a qualquer tempo, constituir advogado de sua confiança. Também no âmbito do processo penal militar, a constituição de defensor independe de instrumento de mandado, caso o acusado o indique por oca- sião do interrogatório ou em outra fase processual, por meio de termo nos autos. Abandono da Causa O parágrafo 7º do art. 71, que trata sobre o abandono da causa pelo defensor, merece especial destaque: Sanções no caso de abandono do processo § 7º No caso de abandono sem justificativa, ou de não ser esta aceita, o juiz, em se tratando de advogado, comunicará o fato à Seção da Ordem dos Advogados do Brasil onde estiver inscrito, para que a mesma aplique as medidas disciplinares que julgar ca- bíveis. Em se tratando de advogado de ofício, o juiz comunicará o fato ao presidente do Superior Tribunal Militar, que aplicará ao infrator a punição que no caso couber. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 38 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. DouglasVargas www.grancursosonline.com.br Nesse caso (de abandono ou renúncia do advogado constituído), antes que a Defensoria seja chamada a prestar a defesa técnica para o acusado, deverá este ser intimado, para que constitua novo advogado. Apenas se não o fizer é que o magistrado irá encaminhar os autos à Defensoria Pública. Curador O CPPM é um código antigo (anterior até mesmo à Constituição Federal) e que ainda trata, em seu artigo 72, sobre a nomeação de curador para o acusado inca- paz (maior de 18 anos e menor de 21 anos). Entretanto, tal situação só era possível na vigência do antigo Código Civil, de modo que tal artigo está desatualizado. Atualmente, como a maioridade para os atos da vida civil se dá aos 18 anos (da mesma forma que a maioridade penal), essa norma perdeu a razão de ser, haja vista que não se exige mais curador para o menor de 21 anos. Esse é o entendimento do próprio STM. Acusado Oficial O CPPM prevê que o acusado que for oficial ou graduado não perderá as prerro- gativas do posto ou graduação, nos moldes de seu art. 73: Prerrogativa do posto ou graduação Art. 73. O acusado que for oficial ou graduado não perderá, embora sujeito à disciplina judiciária, as prerrogativas do posto ou graduação. Se preso ou compelido a apresen- tar-se em juízo, por ordem da autoridade judiciária, será acompanhado por militar de hierarquia superior a sua. Parágrafo único. Em se tratando de praça que não tiver graduação, será escoltada por graduado ou por praça mais antiga. Observações Relevantes Finalmente, é importante ressaltar que é aplicável ao processo penal militar o entendimento do STF sobre a aplicação do art. 229 do CPC/2015, concedendo prazo em DOBRO para réus que tiverem procuradores diferentes, exceto em caso de processo eletrônico. 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Por esse motivo, é cabível observar o seguinte: 1) deve ser concedido o direito para o acusado, a qualquer tempo, constituir defensor de sua preferência; 2) nos casos em que o acusado desejar (ou em que não puder constituir defen- sor próprio), a Defensoria Pública poderá atuar em sua defesa. “Professor, e nas localidades que não dispõem de Defensoria Pública?” Nesse caso, o magistrado irá nomear defensor dativo para atuar em nome do acusado, mantendo, assim, a regularidade do processo. Por fim, cabe destacar uma diferença que existe: quando a Defensoria Pública atua no processo, todos os prazos serão contados em dobro, sendo que a intimação se dará com a vista dos autos (Lei Complementar n. 80/1994, art. 44). 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IP x IPM O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 41 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Formas de Instauração do IPM Sigilo • Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome conhecimento o advogado do indiciado. Investigação pelo MP • Para o STM, não é admissível. • Para o STF, é admissível. Posto do Infrator x IPM • O que ocorre se o posto do infrator é superior ao do comandante, diretor ou chefe de serviço? 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Prazos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 43 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Finalização do IPM e Arquivamento • O titular da ação penal é o Ministério Público e cabe a ele a responsabilidade de oferecer a denúncia ou solicitar o arquivamento do inquérito. Ação Penal Militar • Em regra, a ação penal militar é pública e é promovida pelo Ministério Público Militar. • Não existe, no processo penal militar, a ação penal privada personalíssima. • Quando o Ministério Público deixa de agir no prazo determinado por lei, surge ao ofendido o direito constitucional à chamada ação penal privada subsidiária da pública. • Embora tal instituto não esteja previsto expressamente no CPPM, ele é apli- cável ao processo penal militar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 44 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.brJuiz, Auxiliares e Partes do Processo Do Juiz • Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e man- terá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força militar. Dos auxiliares • Art. 42. Os funcionários ou serventuários da justiça Militar são, nos processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinações devem obedecer. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 45 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Dos Peritos e Intérpretes • Art. 47. Os peritos e intérpretes serão de nomeação do juiz, sem intervenção das partes. • No processo penal militar, os peritos diferem dos peritos oficiais de carreira, sobre os quais versa o CPP. Peritos de carreira, como peritos criminais da Polícia Civil ou Polícia Federal, não precisam prestar compromisso, pois já o fizeram quando tomaram posse em seus cargos públicos! Do Acusador • Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo penal militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de competência originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas ações perante os órgãos judiciários de primeira instância. • Lembre-se que, embora órgão de acusação, o MPM não tem a obrigação de acusar em todos os casos, podendo opinar tanto pelo arquivamento do IPM quanto pela absolvição do acusado, a depender do andamento do processo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 46 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Observações sobre a Acusação Do Assistente da Acusação • O ofendido, seu representante legal e seu sucessor podem vir a habilitar-se de modo a intervir no processo como assistentes do Ministério Público, com as seguintes prerrogativas: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 47 de 47 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Inquérito Penal Militar e Ação Penal Militar Prof. Douglas Vargas www.grancursosonline.com.br Da Defensoria Pública • Quando atua no processo, todos os prazos serão contados em dobro, sen- do que a intimação se dará com a vista dos autos (Lei Complementar n. 80/1994, art.44). Obs.:� os exercícios sobre os temas de hoje serão consolidados em uma única lista de exercícios, a qual será publicada de forma separada das aulas teóricas. Tal decisão foi tomada porque as questões de Direito Processual Penal Mili- tar, em regra, costumam envolver diversos tópicos diferentes, e não podem ser resolvidas com base nos conceitos de uma única aula. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br Introdução Inquérito Policial Militar Início do IPM Formas de Instauração do IPM (Art. 10 do CPPM) Sigilo Investigação pelo MP Posto do Infrator Designação do Escrivão Responsabilidades da Autoridade Prazos para Finalização do IMP Encerramento do IPM Indiciamento Arquivamento Devolução do IPM Ação Penal Militar Juiz, Auxiliares e Partes do Processo Das Partes Atribuições, Princípios e Garantias Restrições Suspeição Do Assistente da Acusação Acusado, Defensor e Curador Da Defensoria Pública Resumo
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