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Estrongiloidíase Geohelmintíase: larvas L3 de Strongyloides stercoralis no solo em penetração direta na pele. o Nêmatos (fio, cilíndricos, alongados, simetria bilateral) REINO Animalia FILO Nematoda ORDEM Rhabditida FAMÍLIA Strongyloididae GÊNERO Strongyloides ESPÉCIE Strongyloides stercoralis Strongyloides fuelleborni Ordem: pequeno porte; adultos de vida livre ou parasitária; pequena cavidade bucal com lábios pequenos; esôfago com pequeno bulbo no corpo, istmo e bulbo posterior (rabditiforme) ou filariforme = sem bulbo. Aspectos epidemiológicos Prevalência mundial estimada de 30 a 100 milhões de indivíduos; subestimada pois muitos casos são assintomáticos. o Clima tropical e subtropical, alguns países temperados; o Infecção por agricultura, atividades domésticas e recreativas; Relacionada às condições de higiene, saneamento, educação em saúde (crianças vulneráveis). Grupos de risco → HIV+, imunossuprimidos: síndrome de hiperinfecção (parasitemia elevada, espalhado pelo organismo – 70 a 85% mortalidade). Sem tratamento há cronicidade! → Transmissão: penetração da larva infectante (L3) pela pele. → Período pré-patente: 15 a 25 dias Formas de vida Ciclo pode ocorrer de duas formas, por isso há várias. Fêmea partenogenética o Parasita ID o 1,7 a 2,5 x 0,003 a 0,04 mm Corpo cilíndrico, aspecto filiforme, extremidade anterior arredondada e posterior afilada; Aparelho digestivo simples, esôfago filarioide, intestino e ânus. Aparelho genital, ovos alinhados ~ 35 larvados /dia → larvas rabditoides, libertadas no ID. Fêmea de vida livre o Solo, fusiforme o Menor que a parasita, 0,8 a 1,2 x 0,05 a 0,07 mm Aparelho digestivo com esôfago rabditoide; Aparelho genital com receptáculo seminal ~ 30 ovos /dia. Macho de vida livre o Solo, fusiforme (< F) o 0,7 x 0,04 mm Extremidade anterior arredondada e posterior recurvada; Aparelho digestivo, ânus se abrindo na cloaca; Aparelho genital tubular, ducto ejaculatório se abre na cloaca: 2 minúsculos espículos. *Reprodução sexuada ocorre no solo, assexuada no hospedeiro. Ovos o Elípticos, parede fina, idênticos aos ancilostomídeos; Produzidos por ambas as fêmeas; Geralmente não encontrados nas fezes, exceto casos de diarreia grave. Larvas rabditoides o Diagnóstico! Liberadas no ID e presentes nas fezes; o Divididas L1 e L2, medem 0,2 a 0,3 x 0,015 mm. Aparelho digestivo com esôfago rabditoide, vestíbulo bucal curto (diferença com ancilostomídeos); presença de primórdio genital. Encontradas nas fezes (1 a 25 /g); escarro, urina e líquidos corporais. Larvas filarioides o Infectantes! 3 mudas até L3; o Medem 0,35 a 0,5 x 0,01 a 0,1 mm. Porção anterior afilada e posterior com cauda entalhada (“em W”, bifurcada – diferença com ancilostomídeos); Aparelho digestivo com esôfago filarioide, vestíbulo bucal curto. Encontradas no solo – ciclo direto e indireto, penetra pele e mucosas; L3 é autoinfectante (L3a). Modos de infecção Heteroinfecção ou primoinfecção Penetração da larva filarioide por pele e mucosas. Autoinfecção externa ou exógena Região perianal (higiene inadequada ou uso de fraldas – crianças e idosos); Larva rabditoide se transforma em filarioide – consegue penetrar; ou por levar mão à boca. Autoinfecção interna ou endógena ID, larva rabditoide se transforma em filarioide dentro dele e consegue penetrar. Comum em casos de hiperinfecção; causa disseminação do parasito. *Alguns imunossupressores aumentam rapidez dessa transformação. Ciclo biológico ❖ Monoxênico Ciclo direto ou parasitário Larvas rabditoides → filarioides (L3); Partenogênese – fêmeas partenogenéticas; Ovoposição e larvas rabditoides = 3n. Transforma-se e invade novo hospedeiro. Ciclo indireto ou no ambiente o Reprodução sexuada, cópula dos vermes de vida livre; Ovos e larvas rabditoides → filarioides L3 – infectante. Origina F partenogenéticas no organismo; liberam ovos e larvas rabditoides no solo. L3 filarioide penetra pele, chega à corrente sanguínea e vai para o pulmão. Alcança parênquima, invade alvéolos, cai nos bronquíolos, brônquios e faringe → expectorado ou deglutido (ID). Formas clínicas e patogenia o Período de incubação variado Assintomáticos ou oligossintomáticos (inespecíficos) ~ 50% Forma sintomática: Cutânea - Penetração ativa de larvas infectantes; - Petéquias e edema; - Prurido intenso, lesões urticariformes e presença de placas eritematopruriginosas – a cada hora parasito consegue andar 5 a 10 cm de pele). Pulmonar - Rompimento dos capilares alveolares; hemorragia e infiltração celular, principalmente linfócitos e eosinófilos. - Tosse com expectoração mucopurulenta; febre; dispneia e crises asmatiformes. Casos graves: broncopneumonia, Síndrome de Löeffler, edema pulmonar e insuficiência respiratória. Intestinal - Invasão da mucosa e submucosa do duodeno e jejuno. - Fêmeas, ovos e larvas. 1) Enterite catarral – reversível Parasitos nas glândulas; Reação inflamatória leve; Aumento de secreção mucoide (céls caliciformes, auxiliar saída do parasito). 2) Enterite edematosa – reversível Parasitos em todas as túnicas; Reação inflamatória associada a edema submucoso e redução do relevo mucoso; Síndrome de má absorção. 3) Enterite ulcerosa – irreversível Alta carga parasitária; Inflamação; eosinofilia intensa; ulcerações; invasão bacteriana (até enterobactérias, podem cair na corrente sanguínea causando sepse); o Deposição de tecido fibrótico (rigidez da mucosa) – íleo paralítico; o Dor epigástrica, diarreia, náusea, vômito; síndrome disentérica. Esteatorreia. Desidratação, choque hipovolêmico → óbito. Parasitos localizados nas glândulas intestinais Disseminada Larvas rabditoides transformam-se em filarioides no intestino = autoinfecção interna; Pacientes em uso de corticosteroides e imunossupressores (ex. Dexametasona), HIV+; Processos intercorrentes que promovam queda da resistência orgânica (cirurgias, constipação pela maior permanência das fezes); - Quadros de maior gravidade, até letais (Síndrome de Hiperinfecção); - Atravessam mucosa intestinal e migram para qualquer tecido causando lesão importante → direta ou indireta por carrearem microrganismos entéricos gram- negativos, Candida sp, E. coli... Diagnóstico Assintomático (50%); Sintomático (semelhante a outras helmintíases): - Diarreia, dor abdominal e urticária = tríade clássica; - Eosinofilia e achados radiográficos; - Imunossupressão e uso de corticoides; - Diagnóstico diferencial → ancilostomíase, ascaridíase, giardíase, pneumonia, urticária, colecistite, pancreatite, eosinofilia pulmonar tropical. - Suspeita em asmáticos não respondentes à terapia convencional. Direto – Parasitológico EPF (Hidro e termotropismo das larvas): Método de Bermann-Moraes e Rugai; fezes repetidas e aumento da sensibilidade. - Coprocultura (desenvolvimento do ciclo indireto, aumenta ovos, facilita visualização); - Pesquisa de larvas em secreções e outros líquidos corporais; - Biópsia e histopatologia; - Necrópsia. Indireto - Hemograma (eosinofilia ou eosinopenia – disseminado); - Exames de imagem.; - Imunológicos (ELISA, imunocromatografia, RIFI, WB...); - Biologia molecular (PCR). Tratamento o Tiabendazol (> 90%) Atua nas fêmeas partenogenéticas, mas não em larvas; CI: insuficiência hepática; efeitos colaterais. o Cambendazol (> 90%) F. partenogenéticas e larvas; Raros efeitos colaterais. o Albendazol (60 a 90%) F. partenogenéticas e larvas; Efeitos colaterais; não administrado nas formas disseminadas. o Ivermectina (88%) Atualmente é droga de escolha; Associar com antibioticoterapia.Profilaxia Redução da fonte de infecção com tratamento sanitário adequado de fezes; Uso de calçados; Tratar animais domésticos infectados; Diagnosticar e tratar pacientes a serem submetidos a tratamentos imunossupressores (hiperinfecção).
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