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AULA 1 - INTRODUÇÃO FARMACOLOGIA

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DEFINIÇÃO DE FARMACOLOGIA 
A farmacologia (do grego: fármacon = droga; logia 
= estudo) é a ciência que estuda a interação entre os 
compostos químicos com o organismo vivo ou 
sistema biológico que pode resultar em um efeito 
maléfico (tóxico) ou benéfico (medicamentoso) 
 JANELA TERAPEÚTICA 
Janela terapêutica pode ser conceituada como uma 
faixa de concentração de medicamento no 
organismo capaz de produzir efeitos terapêuticos 
adequados sem causar efeitos tóxicos. Ela tem o 
objetivo fornecer parâmetros de concentração 
segura de determinado medicamento, orientando a 
dosagens a ser indicadas para o paciente para um 
benefício terapêutico com efeitos adversos 
mínimos. 
 
Logo, acima da janela terapêutica há o efeito tóxico 
que sinaliza um perigo iminente para intoxicação. 
Abaixo da janela terapêutica há os efeitos 
subclínicos não atingem os objetivos do 
tratamento. 
Concentração no 
Sítio Alvo 
Efeitos 
Excessivo Tóxico 
Máxima Permitida 
Potencialmente 
Tóxico 
Ótimas Terapêuticas 
Limiar Parcialmente Eficaz 
Insuficiente Ausente 
 
 POR QUE ESTUDAR FARMACOLOGIA 
- Compreender o mecanismo pelo qual uma 
substância química administrada afeta o 
funcionamento do organismo; 
- Para ter sucesso terapêutico no tratamento de 
doenças; 
- Escolher o fármaco mais adequado para certas 
características fisiopatológicas; 
- Garantir com que o fármaco atinja a concentração 
adequada. 
 ORIGENS E ANTECEDENTES 
Os povos pré-históricos indiscutivelmente 
reconheciam os efeitos benéficos ou tóxicos de 
muitas matérias vegetais e animais. Registros 
escritos iniciais listam remédios de muitos tipos, 
inclusive uns poucos que ainda são reconhecidos 
como fármacos úteis até os dias de hoje. 
Como ciência, nasceu em meados do século XIX, 
uma das muitas novas ciências biomédicas 
baseadas nos princípios da experimentação, e não 
nas crenças vigentes naquele período 
extraordinário. 
INTRODUÇÃO A 
FARMACOLOGIA 
 
 
 A FARMACOLOGIA ATUAL 
Assim como outras disciplinas biomédicas, as 
fronteiras da farmacologia não estão claramente 
definidas nem são constantes. Seus expoentes 
atualmente são definidos mais por seu objetivo – 
entender o que os fármacos fazem aos organismos 
vivos e, mais particularmente, como seus efeitos 
podem ser aplicados à terapêutica – do que por sua 
coerência científica. 
 
 DROGA IDEAL 
Droga é toda substância capaz de alterar os 
sistemas fisiológicos ou estados patológicos, com 
ou sem benefícios para o organismo. Nesse sentido, 
uma droga ideal necessita ser: 
- Efetiva: Para ser efetivo é preciso que o fármaco 
se ligue no receptor e produza o efeito esperado. 
- Segura: Ao administrar um fármaco ele necessita 
que os efeitos sejam melhores que os prováveis 
eventos adversos. 
- Seletivo: O fármaco precisa se ligar em 
determinado local o mais especificamente, em 
detrimento de todos os outros lugares ou tecidos, 
dessa forma se eliminam bastante reações adversas. 
- Reversibilidade: se o individuo for 
suscetível/sensível demais à uma droga ele pode 
apresentar uma reação adversa grave então essa 
droga precisa ser reversível para que se possa usar 
antídotos para reverter o efeito dela. 
- Fácil administração: não adianta ter um fármaco 
bastante efetivo,seguro, seletivo, reversível, mas 
que pra administrar tem que se fazer, por exemplo, 
uma introdução intracardiaca 
- Mínimas interações. 
- Isenta de reações adversas. 
 FARMACOLOGIA E SUAS VERTENTES 
Farmacogenética: trata-se do estudo das 
influências genéticas sobre as respostas a fármacos. 
Originalmente, a farmacogenética tratava das 
reações farmacológicas idiossincrásicas familiares, 
em que os indivíduos afetados exibiam uma 
resposta anormal – habitualmente adversa – a uma 
classe de fármaco. Hoje um dia, abrange variações 
mais amplas na resposta a fármacos a base genética 
é mais complexa. 
Farmacogenômica: Este novo termo superpõe-se 
à farmacogenética, descrevendo o uso da 
informação genética para orientar a escolha da 
terapia farmacológica numa base individual. A 
pressuposição de base é a de que o possível prever 
diferenças na resposta a agentes terapêuticos entre 
indivíduos a partir de sua constituição genética. A 
partir deste princípio, a descoberta das variações 
gênicas específicas associadas a uma resposta 
terapêutica boa ou inadequada a determinado 
fármaco deverá permitir a individualização das 
escolhas terapêuticas com base no genótipo do 
indivíduo. A farmacogenômica é, em sua essência, 
um ramo da farmacogenética com boa dose de 
liberdade. Até o momento, o conceito é, em grande 
parte, teórico; entretanto, se for comprovada a sua 
validade, as consequências para a terapêutica serão 
de longo alcance. 
Farmacoepidemiologia: Trata-se do estudo dos 
efeitos dos fármacos em nível populacional. 
Ocupa-se com a variabilidade dos efeitos 
farmacológicos entre indivíduos de uma 
determinada população e entre populações. 
Farmacoeconomia: Este ramo da economia da 
saúde visa quantificar, em termos econômicos, o 
custo e o benefício das substâncias utilizadas 
terapeuticamente. Surgiu em decorrência da 
preocupação de muitos governos em fornecer uma 
assistência à saúde a partir dos impostos de renda. 
 COMO PRESCREVER 
- Situações fisiológicas: idade, sexo, peso e 
gestação. 
- Hábitos do paciente: fumo e álcool. 
- Doenças: insuficiência renal, insuficiência 
hepática. 
- Característica da droga: via de administração, 
droga tóxica (fígado, rim, medula, etc), tempo de 
eliminação da droga, seletividade do fármaco. 
 
 CONCEITOS IMPORTANTES 
- Droga: Qualquer que interaja com o organismo 
produzindo algum efeito. 
- Fármaco: uma substância definida, com 
propriedades ativas, produzindo efeito terapêutico. 
- Medicamento: É quando ao fármaco são 
adicionados todos os componentes para que este 
seja administrado terapeuticamente. 
- Forma Farmacêutica: é a forma final de como um 
medicamento se apresenta: comprimidos, cápsulas, 
injetáveis, etc. 
- Remédio: Substância animal, vegetal, mineral ou 
sintética, procedimento (massagem, acupuntura..), 
fé ou crença. Tudo aquilo que dará uma intenção 
benéfica. 
- Adjuvante e Excipientes Farmacêuticos: 
Substância que auxilia a ação terapêutica do 
medicamento. 
- Placebo: É qualquer substância ou tratamento 
inerte (ou seja, que não apresenta interação com o 
organismo) empregado como se fosse ativo. 
- Medicamento ético ou de referência: Primeiro 
medicamento que surgi com aquele princípio ativo/ 
indicação/forma farmacêutica/concentração, é o 
que serve de parâmetro para produzir os genéricos 
e similares 
- Medicamento genérico: É a cópia do 
medicamento de referência com a mesma 
concentração, mesma forma farmacêutica, mesma 
via de administração, sendo bioequivalente, 
garantindo que produza os mesmos efeitos que o 
medicamento de referência. 
- Medicamento similar: na maioria das vezes 
também possui o mesmo princípio ativo, a mesma 
concentração, a mesma forma farmacêutica, mas 
como não passou em testes de bioequivalência e 
Farmacocinética: é o estudo do caminho que o 
medicamento faz no organismo desde que é 
ingerido até que é excretado. 
Farmacodinâmica: consiste no estudo da 
interação deste medicamento com o local de 
ligação, que vai ocorrer durante este caminho. 
biodisponibilidade não se tem garantias que ele 
produza os mesmos efeitos que o de referencia 
As vezes o medicamento genérico é idêntico ao 
similar, mas o genérico se tem certeza que ele 
passou nos testes de garantia e de que é igual ao 
de referência, já o similar não. 
- Dose letal 50: É usada para se avaliar a toxicidade 
de um fármaco, vai aumentando as concentrações 
até que no experimento 50% da população de 
animais testado morre (isso é medido em 
miligramas por kg de massa corporal dos animais 
testados) 
- Biodisponibilidade: É a medida de 
extensão/capacidadede um fármaco chegar a 
corrente sanguínea, é o que está terapeuticamente 
ativo / disponível para atingir o local de ação. 
- Bioequivalência: se 2 medicamentos são 
considerados bioequivalentes significa que eles 
têm os mesmos efeitos. 
- Meia vida: É o tempo necessário para que o 
fármaco chegue na metade da sua concentração 
inicial. 
- Toxicologia: É a ciência que estuda os efeitos 
nocivos decorrentes das interações de substâncias 
químicas com o organismo. 
- Agente tóxico: É toda droga que ingerida ou 
aplicada externamente, e que sendo absorvida, 
determina a morte do indivíduo, ou coloca a sua 
vida em risco. 
- Especificidade: Capacidade de um fármaco se 
ligar apenas a um receptor 
- Afinidade: Tendência de um fármaco se ligar a 
um receptor. 
 - Xenobiótico: É o termo usado para designar 
substâncias químicas estranhas ao organismo. 
- Agonistas: Substancias que se ligam no receptor, 
numa enzima, num transportador de íons, causando 
vários tipos de efeitos e alterações na função 
celular. Se liga no alvo terapêutico e produz uma 
reação. 
- Antagonistas: Na maioria das vezes impedem a 
ativação do agonista, se ligam ao receptor mas não 
causam sua ativação e assim não alteram a função 
celular. Agonistas produzem efeitos terapêuticos 
porque se ligam e alteram a função celular, 
antagonistas se ligam no receptor, mas não 
produzem nenhum efeito. 
- Dessensibilização: É a diminuição do efeito de um 
fármaco que ocorre porque ele é usado de forma 
continua ou repetidamente, ou seja, quando se usa 
muito um medicamento e ele acaba perdendo o 
efeito e tem que aumentar a dose pra fazer o mesmo 
efeito de antes. 
 TARJAS DE MEDICAMENTOS 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa), a cor diferente na caixa de 
determinados medicamentos, conhecida também 
como tarja, indica o grau de risco que o 
medicamento pode oferecer à saúde. 
Portanto, os remédios são classificados conforme o 
grau de risco que o seu uso pode oferecer à saúde 
do paciente. Para essa classificação, foram 
adotadas faixas visíveis na embalagem dos 
medicamentos, as chamadas tarjas. 
Tarja vermelha: medicamentos com tarja 
vermelha devem ser vendidos com receita porque 
podem causar efeitos colaterais graves. Só podem 
ser vendidos com receituário que fica retido na 
farmácia. 
 
 
 
 
 
Tarja preta: medicamentos que na caixa 
apresentam uma faixa preta são de venda e uso 
controlado. Eles possuem ação sedativa ou 
estimulante sobre o 
sistema nervoso central. 
São considerados 
perigosos, por isso devem 
ser tomados seguindo 
rigorosamente a indicação 
do médico. Suas receitas devem ficar retidas na 
farmácia. 
Tarja amarela: a tarja amarela na embalagem de 
um remédio com uma 
letra "G" escrita indica 
que se trata de 
um medicamento 
genérico. A medicação 
genérica traz em sua 
embalagem o nome 
do princípio ativo, ou seja, o componente 
responsável pelo efeito do remédio. 
Não tarjados: medicamentos isentos de prescrição 
(MIPs) apresentam poucos efeitos colaterais ou 
contraindicações, desde que usados corretamente e 
sem abusos, por isso podem ser vendidos sem a 
prescrição médica. 
 
 
 
 
 
 
É importante ressaltar que pode haver combinação 
de tarjas. 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica E Clínica. 
10a Edição. Artmed. Porto Alegre, 2016. 
WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. 
Artmed, Porto Alegre, 2016. 
RANG, H. P; & DALE. A. B. Farmacologia. 8a 
Edição. Elsevier, 2016.

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