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Farmacoterapia da hanseníase e da tuberculose • Mycobacterium: do grego “mycos” = cera H Parede celular constituída principalmente de lipídeos (ácido micólico) • Virulência: → Camada de ácido micólico: impedindo da entrada de fármacos *Principal característica → Bombas de efluxo na membrana celular: resistência nativa aos antibióticos → Alojam-se no interior das células do paciente: barreira adicional aos agentes antimicrobianos → Se multiplicam lentamente e podem ficar latentes: tratamento crônico (meses e anos) → Alta capacidade de desenvolver resistência contra antibióticos • Agentes etiológicos da tuberculose e hanseníase ❖ As micobactérias possuem aspectos que faz com que o tratamento seja prolongado, sendo o mínimo de 6 meses Doença infectocontagiosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis que afetam prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. ❖ As micobactérias tem afinidade pelos macrófagos alveolares, então essas bactérias necessitam de um ambiente cheio de oxigênio Mycobacterium tuberculosis • Descoberto por Robert Koch em 1882, é um bacilo álcool-ácido-resistente e possui afinidade por macrófagos alveolares. Seu período de incubação é de 4-12 semanas, possui alta infectividade. • São 7 espécies: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M.microti, M. pinnipedi e M.caprae Transmissão • Principal fonte de infecção: individuo com a forma pulmonar da doença • Transmissão direta, de pessoa a pessoa, principalmente através do ar: fala, espirro, tosse • A transmissibilidade é plena enquanto o doente estiver eliminando bacilos (baciloscopia de escarro positiva) e não tiver iniciado o tratamento → O uso de esquema terapêutico reduz a transmissão, gradativamente, chegando a níveis insignificantes ao fim de poucos dias ou semanas (~15 dias) → Estima-se que, a cada caso positivo, 20 pessoas serão infectadas antes que ela tenha sido diagnosticada em localidades com alta prevalência da doença ÉRICA LUANA – MED XI – UNIRV – 5ºP Manifestações clínicas Manifestações pulmonares: mais frequente e mais relevante para a saúde publica • Inflamação crônica descontrolada e progressiva • Principal manifestação clínica: tosse seca ou produtiva com expectoração mucoide ou purulenta, com a presença ou não de hemoptise • Irritabilidade, sudorese noturna, emagrecimento, fadiga e febre vespertina (<38,5°C) Manifestações extrapulmonares: mais frequentes em pacientes imunocomprometidos • Sinais e sintomas dependentes dos órgãos ou sistemas acometidos • Classificação segundo a localização: laríngea, ganglionar periférica, meningoencefálica, miliar, pericárdica, óssea, genitourinária, cutânea, peritoneal e ocular • Sinais variam de acordo ao estágio: febre vespertina com picos de até 40-41°C, tosse e sudorese, mal-estar, fadiga, perda de peso, dor torácica e dispneia Diagnóstico Clinico: tosse prolongada com duração > 3 semanas, dor no peito, hemoptise, febre, sudorese noturna, perda de apetite, emagrecimento e fadiga Laboratorial: • Exames bacteriológicos → Baciloscopia (Técnica BAAR – mais utilizado pelo custo acessível e rapidez) e cultura para micobactérias (+ caro e menos utilizado por ser demorado – 40 dias) → Amostra: escarro da árvore brônquica, obtido por tosse profunda após a lavagem da boca • Radiografia do tórax: opacidades parenquimatosas, linfonodomegalia, derrame pleural. Exclusão de doença pulmonar associada. • Teste de tuberculina: → Inoculação intradérmica de derivado proteico (PPD) da M. tuberculosis → Mede-se a resposta imune ao antígeno: diâmetro da área de endurecimento palpável Tratamento ❖ O tratamento é prolongado, se o paciente não aderir bem ao tratamento ai desenvolve a resistência bacteriana, e passa para uma segunda tentativa ❖ A associação dos medicamentos já vem pronta nas capsulas ❖ O tratamento é de acordo com o peso Regime de múltiplos fármacos PRIMEIRA ESCOLHA Alto nível de eficácia, grau aceitável de toxicidade Isoniazida Rfampicina Etambutol Pirazinamida SEGUNDA ESCOLHA Em casos de resistência aos de 1ª escolha Maior toxicidade Amicacina, Capreomicina, Cicloserina, Etionamida, Canamicina, Fluroquinolonas, Rifamicinas, Terizidona, Ác. Aminosalicílico Esquema básico para adultos e adolescentes Primeira fase – de ataque: ganhar o controle da infecção que é alcançado com a morte de grande população de bacilos existentes nas cavidades, sem permitir a sobrevida de mutantes drogas resistentes Segunda fase – de manutenção: evitar a reativação da doença que ocorre pelo crescimento dos bacilos drogas-sensíveis dormentes nos macrófagos e lesões caseosas Esquema básico para pacientes especiais Esquema para tuberculose multirresistente Se o paciente não fizer o tratamento de 6 meses, a bactéria pode ficar multiresistente, e ele vai precisar fazer o tratamento de 18 meses. R – Rifampicina H – Isoniazida Z – Pirazinamida E – Etambutol S – Estreptomicina O – Ofloxacina T – Terizidona ❖ O nº da frente são os meses, e os de baixo são quantas vezes o paciente usa por semana. ❖ Deve associar 3 medicamentos que NÃO foram utilizados ainda. Efeitos adversos Ligam-se a RNA-polimerase DNA-dependente (rpoB) impedindo a síntese de mRNA, consequentemente a bactéria não consegue se dividir. É a mais segura. • Ação bactericida • Mecanismo de resistência: alteração do alvo, a rpoB Farmacocinética: adm. Oral → Taxa de absorção variável – presença de alimento pode interferir na absorção: administrar com estomago vazio (1h antes ou 1h pós refeições) • Biodisponibilidade oral: 68% • Ligação às proteínas plasmáticas: 85% • Meia-vida plasmática: 2-5h • Metabolismo hepático pelas esterases e colinesterases microssomais • Excreção pela bile e eliminação pelas fezes (2/3) • Eliminação renal: 1/3 ou menos Efeitos adversos: em geral são bem toleradas • Menos de 4% dos pacientes desenvolvem reações adversas • Mais comuns: exantema, febre, náuseas e vômitos • Coloração alaranjada inócua à urina, suor e lágrimas 1. Desaminação por nicotinamidase e pirazinamidase bacterianas: pirazinamida D ácido pirazinoico (POA-), que deixa a bactéria fraca 2. Transporte para o meio extracelular por bombas de efluxo 3. Protonação da POA- no meio extracelular ácido (ácido lático produzido pelas células inflamatórias nas cavidades necróticas): POA- D POAH 4. Penetração do POAH (lipossolúvel) no bacilo Resultado: → Inibição da síntese de ácido graxo sintase tipo I interfere na síntese de ácido micólico → Reduz o pH intracelular → Interrompe o transporte de membrana • Bacteriostática • Mecanismo de resistência: mutação no pncA (gene que codifica a pirazinamidase) ou por captação comprometida do fármaco • Usos terapêuticos: tuberculose • Farmacocinética: Adm oral; biodisponibilidade oral >90%; atravessa a BHE; metabolismo hepático; excreção renal • Efeitos adversos: → Comprometimento hepático (15% dos pacientes) quando administrada em períodos superiores a 2 meses e em doses superiores ao tratamento convencional → Alterações gastrintestinais, mal-estar e febre → Hiperuriciremia D dor articular 1. Difusão passiva 2. Ação da catalase katG: isoniazida D isonicotinol 3. Isonicotinol + NAD e NADP D adultos Resultado: → Inibe a atividade da proteína carreadora enoil-acil-sintase D inibe a síntese de ácido micólico → Inibem a diidrofolato redutase D inibe a síntese de ácidos nucleicos • Bactericida • Mec. De resistência: mutação ou supressão da KatG • Usos terapêuticos: tuberculose Farmacocinética: adm. Oral• Biodisponibilidade oral completa; amplamente distribuída por todos os tecidos e líquidos corporais • Ligação às proteínas plasmáticas 10% • Metabolização hepática: acetilação – NAT2 • Excreção urinária 975-95%) Efeitos adversos: comprometimento hepático é o mais importante • Erupções cutâneas e urticaria • Boca seca e desconforto epigástrico • Retenção urinaria • Cefaleia, ansiedade, insônia Inibe a arabinosil transferase III Interrompe a transferência da arabinose para a biossíntese do arabinogalactan desarranja a parede celular micobacteriana Não deixa sintetizar a parede celular • Ação bacteriostático • Mecanismo de resistência: mutação do gene embB, gene que codifica as arabinosil transferases • Usos terapêuticos: tuberculose Farmacocinética: adm. Oral • Biodisponibilidade oral 80%; atravessa a BHE • Ligação às proteínas plasmáticas 10-40% • Eliminação renal Efeitos adversos: • Acuidade visual reduzida 1% • Exantema 0,5% • Febre 0,3% • Outros: prurido, dor articular, dor abdominal, mal- estar, dor de cabeça, tontura, confusão mental, desorientação e possíveis alucinações Doença infectocontagiosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae caracterizada por lesões cutâneas e neurológicas Sinais cardinais • Lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil; ou • Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; ou • Presença de bacilos M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biopsia de pele Tipos de lesões Mycobacterium leprae • Descoberto por Armauer Hansen em 1873 • Bacilo álcool-ácido-resistente • Patógeno intracelular obrigatório que possui afinidade por macrófagos e células ao redor dos nervos periféricos (células de Schawann) • Dificil de ser cultivado em meios sintéticos • Longo tempo de duplicação (14 dias) e período de incubação longo (2-10 anos) • Alta infectividade e baixa patogenicidade Prevenção da doença • Melhor prevenção: diagnóstico e tratamento precoce • Não há vacina especifica contra Mycobacterium leprae • Vacinação com o bacilo de Calmette-Guérin (BCG): → Ação profilática e terapêutica → Estimula positivação do teste de Mitsuda e reduz a incidência das formas multibacilares Transmissão Contato íntimo e prolongado de individuo suscetível com paciente bacilífero, através da inalação de bacilos Manifestações clínicas Grupo indeterminado: forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos ou evolui para as formas polarizadas em ~25% dos casos, o que pode ocorrer no prazo de 3-5 anos • Maculas hipocrômicas, mal delimitadas • Ligeira diminuição da sensibilidade • Sem espessamento neural • Pode ser acompanhada de alopecia e/ou anidrose Forma tuberculoide: forma mais benigna e localizada que aparece em pessoas com alta resistência ao bacilo • Limitada pela boa resposta imunocelular do hospedeiro • Lesões cutâneas, isoladas e assimétricas: placas eritêmato-hipocromicas ou eritematosas, bem delimitadas, geralmente com bordas externas elevadas e centro normal • Apresenta alteração importante de sensibilidade • Pode apresentar alipecia e anidrose pelo comprometimento dos anexos cutâneos e espessamento de filete nervoso próximo Forma virchowiana ou lepromatosa: a imunidade celular é nula e o bacilo se multiplica e dissemina por via hematogênica, levando a uma maior gravidade, com anestesia dos pés e mãos (favorece traumatismos), feridas que podem causas deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de nódulos • Lesões cutâneas, múltiplas e simétricas • Maculas hipocrômicas, eritematosas ou acastanhadas, com bordas mal definidas, geralmente sem anestesia • É comum edema nos MMII • Com a progressão, formam-se nódulos Grupo dimorfo ou bordeline: forma intermediária resultante de uma imunidade intermediária, com características clinicas e laboratoriais que podem se aproximar do pólo tuberculoide ou virchowiano • Dimorfo-tuberculoides: lembram as dos tuberculoides, porem são numerosas e menores • Dimorfo-dimorfos: características entre as formas tuberculoide e virchwiana, sendo pouco simétricas e o acometimento nervoso é moderado; placas eritematosas, com bordas externas esmaecentes e internas bem definidas com centro oval hipopigmentado • Dimorfo-viechowianos: lembram as do virchowianos, tendendo a ser numerosas, não tão simétricas e com áreas anestésicas Diagnóstico Clínico: • Anmnese – obtenção da história clínica e epidemiológica • Avaliação dermatológica – identificação de lesões de pele com alteração de sensibilidade • Avaliação neurológica – identificação de neurites, incapacidades e deformidades Laboratorial: • USG e RM • Intradermorreação de Mitsuda e baciloscopia • Sorologia, inoculação, IHQ e PCR ❖ Geralmente no laboratorial faz-se intradermorreação e baciloscopia, os outros são mais voltados para pesquisa/estudo. Intradermorreação de mitsuda Expressa o grau de imunidade celular auxiliando na classificação da forma clínica • Injeta-se o antígeno lepromina na derme e avalia o surgimento de pápula igual ou maior que 5 mm após 4 semanas (positividade) • Positiva nos pacientes tuberculoides (alta resposta imonocelular) • Negativa nos pacientes virchowianos (baixa resposta imunocelular) • Grau variado e positividade nos pacientes dimorfos ❖ Resultado positivo significa que o sistema imunológico ta competente, melhor prognostico ❖ Se der negativo, não significa que ele não tenha hanseníase, o sistema não está competente e por isso não consegue determinar a micobactería, tendo um pior prognóstico Baciloscopia Avaliação dos índices baciloscópicos e morfológicos • Raspado dérmico da lesão, lóbulos das orelhas e cotovelos pelo método de Ziehl-Neelsen: → Índice bacilocópico: bacilos numa escola de 0 e 6+ ▪ Positiva nos multibacilares ▪ Negativa nos paucibaciliares → Índice morfológico: percentual de bacilos íntegros em relação ao total dos bacilos examinados ▪ Viáveis – bacilos íntegros: apresentam-se totalmente corados em vermelho. Aparecem nos casos sem tratamento ou recidivas ▪ Inviáveis – bacilos fragmentados e granulosos: apresentam-se falhas na parede. Aparecem nos casos em tratamento Técnicas em pesquisa SOROLOGIA: reflete a carga bacilar e a eficácia terapêutica • Presença de anticorpos anti-M. leprae → Elevados nos multibacilares e baixos ou ausentes nos paucibacilares → Diminuição acompanha o clearance do antígeno; permanência pode representar resistência terapêutica; aumento em indivíduos tratados indica recidiva REAÇÃO DE IMUNOHISTOQUÍMICA: emprega anticorpos contra os antígenos do M.leprae INOCULAÇÃO: inoculação do bacilo em coxim plantar de roedores, uma vez que o bacilo não é cultivado em meios artificiais PCR: detecta, quantifica e determina a viabilidade do M. leprae (identificação molecular) • Amplifica sequencias do genoma bacilar, identificando o fragmento de DNA ou RNA amplificado Classificação das formas clínicas Classificação de madri (características clínicas e baciloscópicas) Grupos instáveis: indeterminado e dimorfo Grupos estáveis: tuberculoide e virchowiano Classificação de ridley e jopling (critérios clínicos, baciloscópicos, imunológicos e histopatológicos) Polares: tuberculose (reação de Mitsuda+) e virchowiana (reação de Mitsuda-) Dimorfa: dimorfa-tuberculoide, dimorfa-virchowiana e dimorfa-dimorfa Classificação da OMS (fins terapêuticos conforme o índice baciloscópico) Paucibacilar: • Indeterminada e tuberculoide • Baixa carga bacilar • IB menor que 2+ (negativo) • Até 5 lesões cutâneas e/ou 1 tronco nervoso acometido Multibacilar: • Dimorfa e virchowiana • Infecção disseminada • Alta carga bacilar • IB maior ou igual 2+ (positivo)• + 5 lesões cutâneas e/ou mais de 1 tronco nervoso acometido Classificação operacional da hanseníase Tratamento REGIME DE MÚLTIPLOS FÁRMACOS (Rifampicina, Clofazimina e Dapsona) Tratamento antigo: Esquema paucibacilar (PB) • Rifampicina: 1 dose mensal de 600 mg (supervisionada) • Dapsona: 1 dose mensal de 100 mg (supervisionada) + 1 dose diária de 100 mg auto-administrada • Duração do tratamento: 6 cartelas em até 9 meses Esquema multibacilar (MB) • Rifampicina: 1 dose mensal de 600 mg (supervisionada) • Dapsona: 1 dose mensal de 100 mg (supervisionada) + 1 dose diária de 100 mg auto-administrada • Clofazimina: 1 dose mensal de 300 mg (supervisionada) + 1 dose diária de 50 mg auto-administrada • Duração do tratamento: 12 cartelas em até 18 meses NOVO TRATAMENTO - Esquema único Adultos • Rifampicina: dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg) com administração supervisionada • Clofazimina: dose mensal de 300mg (3 cápsulas de 100mg) com administração supervisionada e uma dose diária de 50mg autoadministrada • Dapsona: dose mensal de 100mg (1 comprimido de 100mg) supervisionada e uma dose diária de 100mg autoadministrada Crianças • Rifampicina: dose mensal de 450mg (1 cápsula de 150mg e 1 cápsula de 300mg) com administração supervisionada • Clofazimina: dose mensal de 150mg (3 cápsulas de 50mg) com administração supervisionada e uma dose de 50mg autoadministrada em dias alternados • Dapsona: dose mensal de 50mg (1 comprimido de 50mg) supervisionada e uma dose diária de 50mg autoadministrada Duração do tratamento • Classificação Paucibacilar: 6 meses • Classificação Mulbacilar: 12 meses Reajuste de doses em crianças Esquema paucibacilar (PB) • Rifampicina: 1 dose mensal de 450 mg (supervisionada) • Dapsona: 1 dose mensal de 50 mg (supervisionada) + 1 dose diária de 50 mg auto-administrada • Duração do tratamento: 6 cartelas em até 9 meses Esquema multibacilar (MB) • Rifampicina: 1 dose mensal de 450 mg (supervisionada) • Dapsona: 1 dose mensal de 50 mg (supervisionada) + 1 dose diária de 50 mg auto-administrada • Clofazimina: 1 dose mensal de 150 mg (supervisionada) + 1 dose em dias alternados de 50 mg auto- administrada • Duração do tratamento: 12 cartelas em até 18 meses Considerar o peso corporal como fator mais importante: • >50 kg: utilizar o mesmo tratamento para adultos • 30-50 kg: cartelas infantis (azul/marrom) • <30 kg: ajuste de dose Esquemas terapêuticos substitutivos Uso em gestantes • Alterações hormonais da gravidez causam diminuição da imunidade celular, fundamental na defesa contra o M. leprae é comum que os primeiros sinais de hanseníase, em uma pessoa já infectada, apareçam durante a gravidez e puerpério • A gravidez e o aleitamento materno não contraindicam a adm dos esquemas de tratamento PQT da hanseníase que são seguros tanto para a mãe como para a criança • Algumas drogas são excretadas pelo leite, mas não causam efeitos adversos. Os recém-nascidos, porém, podem apresentar a pele hiperpigmentada pela Clofazimina, ocorrendo a regressão gradual da pigmentação, após a parada da PQT • Em gestantes com intolerância a dapsona, o ofloxacino e minociclina são contraindicados Ligam-se a RNA-polimerase DNA-dependente (rpoB) impedindo a síntese de mRNA • Ação bactericida • Mecanismo de resistência: alteração do alvo, a rpoB Usos terapêuticos: hanseníase e tuberculose Farmacocinética: • Absorção: adm oral; taxa de absorção variável; presença de alimento pode interferir na absorção (adm de estomago vazio) • Metabolismo: hepático – esterases e colinesterases microssomais • Eliminação: excreção pela bile e eliminação pelas fezes (2/3); eliminação renal 1/3 ou mais Efeitos adversos: em geral são bem tolerados e menos de 4% dos pacientes desenvolvem reações adversas • Mais comuns: exantema (0,8%), febre (0,5%), náuseas e vômitos (1,5%) e alterações da dor da urina (coloração avermelhada) • TGI: desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia • SNC: fadiga, sonolência, cefaleia, tontura, ataxia, confusão, incapacidade de concentração, entorpecimento, dor nos membros e fraqueza • Hipersensibilidade: febre, prurido, urticária e exantema • Hematológicas: trombocitopenia, leucopenia e anemia Inibidor competitivo da diipropteroato sintase na via do folato impedindo a formação do RNA e DNA (análogo estrutural do PABA) • Bacteriostático contra a M. leprae • Mecanismo de resistência: mutação nos genes que codificam a diidropteroato sintase Uso terapêutico: Só hanseníase. Efeitos adversos: bastante frequente em pacientes tratados com doses acima do uso prescrito para hanseníase (200 a 300 mg/dia) – doses inferiores a 100 mg tendem a ser raras • Anemia hemolítica (mais comum) • Hepatite medicamentosa • Metemoglobinemia • Agranulocitose • Gastrite, anorexia, náuseas e vômitos • Cefaleia, nervosismo, insônia, visão embaçada, parestesias, neuropatia periférica reversível, febre medicamentosa, hematúria, prurido, psicose e exantemas Mecanismo de ação ainda não estabelecido • Rompimento da membrana • Inibição da PLA2 micobacteriana • Inibição do transporte de K+ microbiano • Geração de peróxido de hidrogênio • Interferência nas cadeias de transporte de elétrons bacteriana • Formação de complexos estáveis com DNA e mRNA ao se ligar a guanina • Bacteriostático contra a M. leprae • Mecanismo de resistência desconhecido • Uso terapêutico: só hanseníase Efeitos adversos • Alterações do TGI (40-50%): dor abdominal, diarreia, náuseas e vômitos • Prurido, fototoxicidade, erupções cutâneas • Alteração da cor e da secreção corporal, do olho e da pele → Já é perceptível no 8º dia de tratamento → Tonalidade avermelhada com hiperpigmentação da pele, mucosas, suor (mancha as roupas) Uso terapêutico: Só hanseníase
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