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Imunização na infância e adolescência

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IMUNIDADE NATURAL: 
Inespecífica: reage rapidamente (de minutos a horas) aos agentes infecciosos (ex: a fagocitose) presentes no organismo 
antes da infecção. Essa é a resposta natural, inata ou inespecífica (não é voltada a um agente específico). 
Entrou um agente que ela reconhece como não pertencente ao corpo, fagocita ele antes que cause a infecção. Não 
apresenta memória, porque ela não tem um marcador específico, porque fagocita qualquer agente estranho. 
 
Específica: desenvolve mais lentamente (ao longo de dias ou semanas) uma resposta imune específica (produção de 
anticorpos específicos). Essa é a resposta adquirida, adaptativa ou específica (desenvolve anticorpos específicos). 
 Adquirida passivamente: intra-útero, colostro, LM. É temporária. 
 Adquirida ativamente: após infecção (memória imunológica). 
 
A imunidade adquirida específica corresponde à proteção contra cada agente infeccioso ou antígeno. A resposta específica 
inicia-se quando os agentes infecciosos são reconhecidos nos órgãos linfoides pelos linfócitos T e B (marcador específico). 
Os linfócitos B iniciam a produção de anticorpos específicos (imunidade humoral) contra o antígeno. 
Os linfócitos T viabilizam a produção de células de memória (imunidade celular). Linfócitos B produzem as 
imunoglobulinas. 
 Antígeno: porção ou produto de um agente biológico capaz de estimular a formação de anticorpos. 
 Anticorpos: proteínas especiais do organismo que protegem contra vírus e bactéria. 
 
 
Resposta Imune Adquirida Humoral: 
Aquela que é mediada principalmente por anticorpos 
(diluídos nos líquidos – “humores” corporais). 
 
Resposta Imune Adquirida Celular: 
Aquela que é mediada diretamente pela ação de células do 
Sistema Imune, tais como os linfócitos T. 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNIDADE ARTIFICIAL: 
 Adquirida passivamente: imunidade passiva naturalmente adquirida é de curta duração e pode ser obtida por 
transferência da mãe para o filho (placenta, amamentação). 
 Imunidade passiva artificialmente adquirida: também de curta duração, é obtida pela administração de soros e 
imunoglobulina humana. 
 
Adquirida ativamente: 
 Imunidade ativa naturalmente adquirida: duradoura, obtida através de infecção ou doença. 
 Imunidade ativa artificialmente adquirida: duradoura, obtida pela inoculação de vacinas. A vacina é o recurso pelo 
qual pode se desenvolver artificialmente a imunidade ativa. 
 
VACINAÇÃO: 
Permite a prevenção, controle, eliminação e a erradicação das doenças imunopreveníveis. Além da redução da 
morbimortalidade por certos agravos, sendo a sua utilização bastante custo-efetiva. Para garantir eficácia e segurança, as 
atividades de imunização devem ser cercadas de cuidados, procedimentos adequados antes, durante e após a 
administração dos imunobiológicos. 
 
IMUNIDADE DE REBANHO: 
Imunidade de grupo ou imunidade de rebanho. Efeito obtido quando algumas pessoas são indiretamente protegidas pela 
vacinação de outras, o que acaba beneficiando a saúde de toda a comunidade. A proporção de uma população que 
precisa ser vacinada para que seja mantida a imunidade de rebanho varia conforme a doença, mas, para sarampo, é de 
95%. Para a poliomielite, que é menos contagiosa, é de 80%. Quando ela deixa de existir, surge um risco de contaminação à 
população como um todo. 
Vacina é um produto que contém um ou mais agentes imunizantes (vacina monovalente ou combinada) em diversas 
formas biológicas: 
 Bactérias ou vírus vivos atenuados. 
 Vírus inativados e bactérias mortas. 
 Componentes purificados e/ou modificados dos agentes causadores das doenças. 
Tipos: 
VACINAS “VIVAS” ATENUADAS: 
Microrganismos atenuados: seleção de Cepas naturais (selvagens) e atenuação por passagens em meios de cultura 
especiais. 
 BCG (bacteriana); 
 VOP (poliomielite em gota); 
 SCR; 
 Varicela; 
 Febre Amarela; 
 Rotavírus; 
 Tetra viral (SCR + Varicela). 
 
VACINAS INATIVADAS: 
Microrganismos inteiros inativados: 
 Poliomielite – VIP; 
 Vacina contra a Coqueluche de células inteiras; 
 Hepatite A. 
 
De toxinas naturais inativadas: 
 Tétano e Difteria. 
 
De subunidades ou de fragmentos de microrganismos inativados: 
 Influenza; 
 Acelular contra Coqueluche; 
 Polissacarídicas da cápsula envolvente do agente infeccioso; 
 Pneumococo 23; 
 Febre Tifoide. 
 
Conjugadas (polissacarídeos da cápsula envolvente do agente infeccioso com uma proteína transportadora o “carreadora”) 
 Meningocócica C; 
 Meningocócica ACWY; 
 Hib; 
 Pneumo 10V e 13V. 
 
VACINAS COMBINADAS: 
Contém antígenos de mais de um agente infeccioso. Contém, no mesmo frasco, várias vacinas diferentes. 
 Pentavalente e Tríplice Viral. 
 
VACINAS CONJUGADAS: 
Polissacarídeo da cápsula envolvente do agente infeccioso + proteína = Complexo indutor de resposta imune T-dependente 
 Hib e Pneumococo Infantil (10 e 13). 
 
Tipos de vacina: 
Vacinas de microrganismos vivos atenuados: 2 tipos de respostas (inata e adaptativa). 
Obs: vacinas de vírus vivo devem ser aplicadas com intervalo mínimo entre elas (30 dias). Defesa inespecífica por 
interferon. 
Contraindicação: imunodeprimidos e gestantes. 
 
 
Vacinas de antígenos purificados: antígenos polissacarídicos (pneumococo, meningococo, H. influenzae) ou toxinas 
(toxóides tetânico, diftérico). 
Obs: polissacarídeos são T-independentes. Lactente jovem desenvolve pouca imunogenicidade T-independente, logo 
ocorre a conjugação com proteínas (vacinas conjugadas – cooperação T-B). 
 
Vacina de antígeno sintético: proteínas a partir do DNA recombinante: hepatite B e HPV. 
 
Vacinas virais envolvendo vírus recombinante: vírus não citopático + antígeno microbiano. Resposta Tc, além de Th e 
anticorpo. 
 
Vacinas de DNA: vacinas com uso de plasmídeos de DNA. Ainda em estudo, pois falta efetividade. 
 
ADJUVANTE: 
Aumentam a resposta imune de vacinas que contêm microrganismos inativados ou seus componentes (ex: Toxóide, 
Tetânico e Diftérico). Não são utilizados em vacinas que contêm microrganismos vivos. 
Mais utilizados são os Sais de Alumínios como Hidróxido de Alumínio, Fosfato de Alumínio, Sulfato Potássico de Alumínio. 
Podem causar eventos adversos locais e sistêmicos. 
 
Contraindicações dos imunobiológicos: 
Ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) confirmada após o recebimento de dose anterior. 
História de hipersensibilidade a qualquer componente dos imunobiológicos. 
Alergia ao ovo (*) 
 
Esses 3 tipos possuem componentes do ovo. 
 
Situações especiais: 
Vacinas de Bactérias ou Vírus Atenuados, em princípio, não devem ser administradas em gestantes (exceto em situações 
de alto risco de exposição como na febre amarela e em pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida como 
portadores de neoplasias malignas, transplantados de medula ou outros órgãos, infectados pelo HIV, em terapêuticas 
imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia) e em tratamento com corticosteroides em dose alta, por mais de duas 
semanas, equivalente a prednisona na dose de: 
 Crianças: 2mg/Kg/dia ou mais. 
 Adultos: 20 mg/dia ou mais. 
Adiamento: 
 Durante a evolução de doenças agudas febris graves (para que seus sinais e sintomas não sejam atribuídos ou 
confundidos com possíveis efeitos adversos das vacinas). Primeiramente, passar o quadro infeccioso para depois tomar 
a vacina. 
 Até três meses após o tratamento com imunossupressores ou com corticosteroides em dose alta (possível inadequação 
da resposta). Paciente quando termina a quimioterapia, após 3 meses do término do tratamento. 
 Duas semanas antes ou até três meses após o uso de imunoglobulina ou sangue e derivados (possibilidade de 
neutralização do vírus vacinal). 
Falsas contraindicações: 
Doenças infecciosas ou alérgicas do trato respiratório superior (tosse e/ou coriza); 
Diarreia leve ou moderada; 
Doenças da pele (lesões impetiginosas esparsas, escabiose); 
Doença prévia ou reação da vacina; 
Desnutrição; 
Uso de antimicrobianos; 
Vacinação contra a raiva;Doença neurológica estável (ex: convulsão controlada) ou pregressa com sequela presente; 
Antecedente familiar de convulsão; 
Tratamento com corticosteroides quando possui curta duração, doses baixas ou moderadas e tratamento prolongado em 
dias alternados com corticosteroides de ação curta; 
Reação cutânea ao Timerosal (agente que faz o sistema imunológico “perceber” que possui algo errado”); 
Prematuridade ou baixo peso ao nascimento (exceto BCG); 
Internação hospitalar. 
 
 
 
BCG – TUBERCULOSE: 
A vacina BCG é produzida com bacilos vivos atenuados e liofilizados de cepa de Mycobacterium bovis. Deve ser aplicada 
em dose única ao nascimento, na dose de 0,1ml intradérmica. Uma segunda dose da vacina está recomendada quando, 
após 6 meses da primeira dose, não se observa cicatriz no local da aplicação. 
 
 
Evolução da BCG: 
 Nódulo (entre 3 a 4 semanas); 
 Pústula e úlcera (entre 4 a 5 semanas); 
 Crosta (entre 6 a 12 semanas); 
 Pequena cicatriz. 
Contraindicação específica: crianças, de qualquer idade, com comprovação de infecção pelo HIV. 
 
Complicações da BCG: 
 Queloide, linfadenite simples ou supurada (axilar, supra ou infraclavicular), abscesso subcutâneo frio, ulceração local 
grande (> 1 cm) e persistente. 
 
Tratamento das complicações: 
Tratar: adenomegalia regional supurada, úlceras > 1 cm, abscessos subcutâneos frios. 
Isoniazida (até regressão completa da lesão). Investigar e afastar imunodeficiência. 
 
 
 
 
HEPATITE B: 
A vacina da hepatite B é composta pelo antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HbsAg), inativados. Vacinação 
básica. A primeira dose da vacina Hepatite B deve ser aplicada idealmente nas primeiras 12 horas de vida. 
A segunda dose está indicada com 1 ou 2 meses de idade e a terceira dose é realizada aos 6 meses. 
 
Crianças menores de 1 ano: uma dose da vacina monovalente ao nascer e três doses da vacina pentavalente. 
 
Maiores de 1 ano nunca vacinados: três doses: 1ª: primeira visita. 
 2ª: 2 meses após. 
 3ª: 4 - 6 meses após. 
Menores de 7 anos, se esquema incompleto: penta (mínimo de 30 dias de intervalo, máximo 60d). 
Maiores de 7 anos, fazer esquema de 3 doses Hep B (0-1-6 meses). Se atraso, NÃO reiniciar esquema! 
Via Intramuscular. Se discrasia sanguínea - SC. 
Efeitos adversos: dor local, febre baixa (24-48 h), alergia (reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina e 
púrpura trombocitopênica pós-vacinal). 
 
Prevenção da transmissão vertical: 
Recém-nascido de mãe AgHBs+. 
Administrar a vacina Hepatite B e a Imunoglobulina Humana. 
Específica (IGHB – 0,5 ml), preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, em sítios musculares distintos. 
A vacina deve ser utilizada mesmo que a Imunoglobulina não esteja disponível. 
 
PENTAVALENTE: DTP (INAT) + HEPATITE B (REC) + Hib (CONJ): 
 
 
 
DTP: 
Vacina trivalente (difteria, tétano, pertussis), vacina inativada. 
Componente: toxóides tetânico e diftérico, componente celular da pertussis inativada. Via IM. 
Esquema: 2, 4, 6 meses (Penta), intervalo de 2 meses entre doses (mínimo de 30 dias, terceira dose não pode ser feita em 
menores de 6 meses). Reforço aos 15 meses e aos 4 anos (somente a tríplice). 
Se esquema incompleto (3 doses) em menores de 7 anos (completar com penta). 
Fazer mesmo se doença anterior porque as doenças da tríplice e Hib não conferem imunidade duradoura. 
Não se utiliza a vacina DTP (celular ou acelular) a partir dos 7 anos de idade, apenas a dT ou dTp adulto. 
Eficácia: alta. 
Níveis de anticorpos declinam com o tempo, reforço com dupla adulto (dT) ou tríplice adulto (dTpa) a cada 10 anos. 
Efeitos adversos: 
 Vermelhidão local, edema local, dor, febre (≥ 39,5°C nas primeiras 48 horas após dose anterior), sonolência, 
irritabilidade, choro persistente (duração de 3 ou mais horas nas primeiras 48 horas após dose anterior), episódio 
hipotônico-hiporresponsivo, convulsão (histórico pessoal e familiar de convulsão) associada ou não à febre. 
 COM PRECAUÇÕES (ANTITÉRMICO PROFILÁTICO APENAS NESSES CASOS – NO MOMENTO DA VACINAÇÃO ATÉ 24-48 
HS APÓS) 
Contraindicações DPT: 
Gerais, doença neurológica em evolução e quadro anterior dos seguintes (em uso da vacina): 
 
 
DPTa (componente da cápsula da pertussis): 
Indicações: 
 Convulsões nas primeiras 72 horas após a vacinação DTP; 
 Episódio hipotônico-hiporresponsivo nas primeiras 48 horas após a vacinação DTP; 
 Doença pulmonar ou cardíaca crônica com risco de descompensação em vigência de febre; 
 Doenças neurológicas crônicas incapacitantes; 
 Doença convulsiva crônica; 
 Quadro neurológico em atividade, até que a condição se estabilize; 
 Prematuro extremo (<1000 g ou < 31 sem) ou que esteja internado na UTI na ocasião da vacinação; 
 Imunossupressão severa (quimio, radio, corticoterapia altas doses e prolongada, TMO). 
 
Hib (INCLUÍDA NA PENTAVALENTE): 
A vacina penta do PNI é uma vacina combinada contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenza 
tipo B (conjugada). 3 doses: 2, 4 e 6 meses de idade. 
 Reforço: 15m (PNI) apenas em prematuros < 33 sem ou se risco aumentado de infecção (falcêmicos, fibrocisticos); 
 SBP recomenda reforço entre 12-18 meses (15 meses); 
 HIV +: fazer 4a dose de pentavalente; 
 Efeitos adversos: locais (dor, eritema) ou sistêmicos (febre, sonolência, irritabilidade), hipersensibilidade ao 
componente da vacina; 
 Proteção: doenças invasivas (meningites, pneumonias e epiglotites) – pouco contra OMAS e sinusites. 
Reações adversas: dor e rubor leve no local da injeção, que desaparecem espontaneamente, febre, irritabilidade, 
sonolência. 
 
HiB: aplicar > 5 anos de idade quando: 
Asplenia anatômica ou funcional, imunodeficiência secundária ao uso de drogas imunossupressoras, quimio, Tx, HIV, 
deficiência de IgG. 
OBS: 
>7 meses: 3 doses, sem reforço; 
> 15 meses < 5 anos: 1ª dose, sem reforço, em pacientes sem doenças acima, e 3 doses nos casos acima; 
> 5 anos: 2 doses com intervalo de 2 meses (se nunca vacinados e com as situações acima. 
 
POLIOMIELITE: 
 
VACINA ORAL CONTRA A POLIOMIELITE (VOP – SABIN): 
PNI: Reforço dos 15 meses, 4 anos. Maiores de 5 anos sem comprovação: só vacinar se viajantes para áreas de vacinação 
obrigatória. Fazer VOP. Vacina oral de poliovirus atenuado 1 e 3 (bivalente) 
Confere imunidade local e humoral. 
Excreção nas fezes: imunização coletiva. 
No passado (até 2019) se repetia a vacina se vômito. A partir de 2020: NÃO REPETIR MAIS!!! 
Contraindicação: não deve ser administrada em pacientes imunodeprimidos e seus comunicantes e em indivíduos que 
desenvolveram pólio vacinal associados a doses anteriores da vacina. Os vírus da VOP podem sofrer mutações a nível 
intestinal, podendo provocar poliomielite paralítica pelo vírus da vacina – VAPP. Além disso, caso os vírus mutantes não 
sejam eliminados do intestino, eles continuam circulando na comunidade e aumentam seu grau de virulência. 
 
Efeitos adversos principais: 
Paralisia nos vacinados ou familiares, 4-40 dias após vacina. Meningite e/ou encefalite. 
CI: imunossuprimidos, contactantes de HIV+ ou imunossuprimidos. 
SE HISTÓRICO DE PÓLIO VACINAL, FAZER VIP NA OUTRA APLICAÇÃO. 
 
Nesta fase de transição da vacina pólio oral atenuada (VOP) para a vacina pólio inativada (VIP) é aceitável o esquema atual 
recomendado pelo PNI que oferece três doses iniciais de VIP (2, 4 e 6 meses de idade) seguidas de duas doses de VOP (15 
meses e 4 anos de idade). 
 
VACINA INATIVADA CONTRA A POLIOMIELITE (VIP – SALK): 
Vacina inativada contra a poliomielite. NÃO CONFERE imunização coletiva. Poliovírus 1, 2 e 3. 
As três primeiras doses 2, 4 e 6 meses, devem ser feitas obrigatoriamente com a vacina pólio inativada (VIP). 
Contraindicação: em casos de reação alérgica grave prévia aos produtos contidos na vacina, hipersensibilidade à 
neomicina, estreptomicina ou polimixina B. 
Até < 5anos: sem comprovação vacinal: 3 doses da VIP! 
 
ROTAVÍRUS:Vírus vivo atenuado (no PNI: vacina monovalente (Rotarix)). Via: Oral 
Precauções: 
NÃO REPETIR a dose se a criança vomitar ou regurgitar. 
Nenhuma dose aplicada fora dos prazos recomendados poderá ser repetida. 
Não está contraindicada para lactentes que convivam com pacientes imunodeprimidos ou gestantes. 
Não há restrições quanto ao consumo de líquidos ou alimentos, inclusive leite materno, antes ou depois da vacinação 
Filhos de mães HIV+ poderão ser vacinados, desde que não apresentem manifestações clínicas graves ou imunossupressão. 
Adiamento da vacinação: CRIANÇAS COM DIARRÉIA, VÔMITO E FEBRE. 
Contraindicações: 
 História de doença gastrointestinal crônica, malformação congênita do trato digestivo, história prévia de invaginação 
intestinal; 
 PRESTAR ATENÇÃO: se criança imunossuprimida, prescrição pelo médico de acompanhamento. 
 
Eventos adversos: 
Presença de sangue nas fezes até 42 dias após a vacinação e internação por abdome agudo obstrutivo até 42 dias após a 
aplicação. 
 
SCR (SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA): 
 
Tríplice viral: vírus vivo atenuado do sarampo, rubéola e caxumba. 
NÃO TEM TIORESAL! Contém ovo. Via: SC. 
Eficácia: > 95%, proteção por toda a vida. 
PNI: 2 doses até 29 anos de idade (1 dose até 59 anos). 
Esquema: 
Aos 12 meses: SCR e aos 15 meses: tetra viral (SCR-V). 
Se não vacinados antes 15 meses, fazer 2 doses de SCR, intervalo de mínimo 30 dias. 
Efeitos adversos: 
Reações locais: ardor, hiperemia, dor, nódulo, febre alta (>39,5C) 5-12 dias após vacina, crise febril, dor de cabeça, 
irritabilidade, febre baixa, lacrimejamento, hiperemia ocular. 
 Rash: 7-14 dias, durando 2 dias (5%) 
 Meningite/ encefalite: 11-32 dias 
 Autismo? NÃO!!! 
 PTI (rara, é reversível, entre 12-25 dias, mas contraindica NOVAS DOSES) 
 Parotidite: 0,7-2%. 
Contraindicações/precauções: 
Imunossupressão: avaliar conforme indicações do CRIE, mulheres em idade fértil (evitar gestação até 30 dias da aplicação) 
e gestantes. 
 
Bloqueio vacinal: sarampo e rubéola (contatos a partir dos 6 meses de vida): 
Dose zero entre 6-11 meses. 
12 meses em diante: calendário. 
CAXUMBA: seguir calendário nacional. 
 
VARICELA (COMPONENTE DA TETRA VIRAL): 
Vírus vivo atenuado. Via SC. 
Eficácia: 70% contra a doença, 95% contra doença grave, forma duradoura. 
Aplicada aos 15 meses na tetravalente e reforço (só varicela) aos 4 anos (até 7 anos). 
SURTOS: 
Aplicada a partir de 9 meses de idade, até 5 anos 11 m 29 d (mas revacinar após 1 ano de idade – dose “não válida” - zero) 
Se 12-14 meses e fez a vacina tríplice: antecipar a tetra e considerar dose válida. 
Se 12-14 meses e não fez a tríplice: fazer tríplice + varicela. Manter dose de tetra dos 15 meses (respeitando 30 dias de 
intervalo). 
Se 15 meses até 7 anos: calendário. 
Acima de 10 anos, 2 doses com intervalo de 4 a 8 semanas (SBP). Na PNI, para trabalhadores da saúde. 
Efeitos adversos: 
Dor, calor, rubor, edema no local da aplicação, erupções semelhantes a varicela no local da aplicação, dentro de 2 semanas, 
ataxia, encefalopatia, trombocitopenia, eritema multiforme (raros). 
O Herpes Zoster após a vacinação é relatado com menor frequência do que após a doença, geralmente em pessoas que 
apresentaram erupção após a aplicação da vacina. 
O uso da vacina em pessoas susceptíveis (até 72 horas após contato com a pessoa com varicela) impede a doença ou 
proporciona a ocorrência de formas mais brandas. 
 
 
FEBRE AMARELA: 
Vírus vivo atenuado. 
Eficácia > 95%. Aplicação SC, dose única, nunca em < 6 meses de idade. Dose aos 9 meses e reforço aos 4 anos. 
5 anos ou maiores: dose única. 
Vacinação simultânea: em menores de 2 anos, não pode ser associada à tríplice ou tetravirais nem aos seus componentes 
(exceto se risco epidemiológico das doenças envolvidas). Intervalo de 30 dias (mínimo de 15 dias). Em maiores de 2 anos: 
vacinação simultânea ou com intervalo de 30 dias. 
Precauções: 
 Se doenças febris: pode-se adiar a vacinação; 
 Doenças autoimunes: avaliar o risco; 
 Doenças desmielinizantes, casos graves em familiares após vacinação e reação anafilática a ovo: avaliar caso a caso; 
 HIV: avaliar grau de imunossupressão. Outros tipos de imunossupressão: avaliação pelo CRIE. 
Contraindicação: menores de 6 meses; em uso de imunomoduladores; transplante de órgãos sólidos, imunodeficiência 
primária grave; doenças do timo (ex: miastenia); situações específicas com doença falciforme; corticoides em dose 
imunossupressora. 
 
PNEUMOCOCO 10VALENTE: 
Vacina inativada e conjugada 
Vacina polissacarídea: 23 valente (maiores de 2 anos) disponível no CRIE apenas para casos especiais e população indígena. 
Protege principalmente contra doenças graves (meningites e pneumonias), e também otites e sinusites. 
Efeitos adversos: febre, eritema, dor local. 
Contraindicação: reações anafiláticas com doses anteriores. 
 
APLICAÇÃO: 
2 - 4 - 12 meses: reforço, até 5 anos incompletos; 
Se 1 a 5 anos incompletos sem reforço: aplicar; 
Se 1 a 5 anos incompletos sem esquema completo: dose única. 
Não disponível no PNI (não tem no SUS) 
Efeito imunogênico superior à vacina 10 valente, e com proteção a mais 3 sorogrupos. 
Recomendada até os 5 anos de idade. Em pacientes com risco de doença invasiva, é recomendada até os 18 anos de idade. 
Esquema vacinal: 2-4-6 meses + reforço. Se esquema completo com a PVC 10, fazer dose extra com a PVC 13 para ampliar 
a proteção vacinal. 
 
MENINGOCOCO C: 
 
Vacina conjugada. 2 doses para crianças com < 1 ano (3 – 5 meses, intervalo mínimo de 1 mês) e dose única para > 1 ano 
de idade. Reforço entre 1 e 2 anos de vida (SBP tem mais reforços após 5 anos da 1ª dose). 
Eficácia alta para o sorotipo C 
Efeitos adversos: febre, eritema, dor local. 
Contraindicações: alergia a componentes da vacina, gestantes e lactantes. Em pacientes com imunodeficiência por 
complemento, importante aplicar! 
 
 
MENINGOCOCO ACYW135: 
Vacina meningocócica quadrivalente conjugada. 
PNI: uma dose entre 11-12 anos. 
SBP: 
 MenACWY-CRM: três doses aos 3, 5 e 7 meses de idade e reforço entre 12-15 meses. Em outras idades, o número de 
doses diminui. 
 MenACWY- TT: duas doses, aos 3 e 5 meses de idade e reforço entre 12-15 meses. 
 Dose de reforço é indicada (após 5 anos e na adolescência). 
 
MENINGOCOCO B: 
Vacina recombinante (não é conjugada). Indicada a partir de 2 meses de idade (até 50 anos de idade). Não está disponível 
no PNI. Pode ser administrada com as outras vacinas (em sítios separados). 
Contraindicações: anafilaxia a algum componente ou à dose anterior. 
 
 
Recomenda-se o uso da vacina meningocócica B recombinante para lactentes a partir de 2 meses de idade, crianças e 
adolescentes. Para os lactentes que iniciam a vacinação entre 2 e 5 meses de idade, são recomendadas três doses, com a 
primeira dose a partir dos 2 meses e com pelo menos 2 meses de intervalo entre elas, além de uma dose de reforço entre 
12 e 23 meses de idade. Para aqueles que iniciam a vacinação entre 6 e 11 meses, duas doses da vacina são 
recomendadas, com dois meses de intervalo, e uma dose de reforço no segundo ano de vida. Para crianças que iniciam a 
vacinação entre 1 e 10 anos de idade, são indicadas duas doses com 2 meses de intervalo entre elas. 
 
INFLUENZA: 
Vírus inativado, feita anualmente. Aplicação SC (IM se o fabricante permitir). Está indicada para todas as crianças e 
adolescentes a partir dos 6 meses de idade. A vacinação de crianças com idade inferior a 9 anos deve ser feita com duas 
doses, com intervalo de 1 mês entre elas. A dose para aqueles com idade entre 6 a 35 meses pode variar conforme o 
fabricante, e a partir de 3 anos é de 0,5 mL. Existem disponíveis duas vacinas influenza: tri e quadrivalente, sendo que a 
segunda contempla uma segunda variante da cepa B. 
Crianças não indígenas (6 meses a 6 anos incompletos); indígenas: até 8 anos incompletos. 
Acima de 9 anos: 1 dose. 
Constituída por 3 cepas virais (A H1N1, A H3N2 e B). 
PNI: entre 6 e 9 anos: CRIE.HEPATITE A: 
Vírus inativado. IM. 
PNI: dose única: 15 meses; SBP: 2 doses. 
> 1 ano de idade (PNI - até os 4 anos de idade). 
Acima de 4 anos: avaliação do CRIE. 
Eficácia> 90% 
Efeitos adversos raros, geralmente locais. 
Contraindicação: reação severa à dose anterior. 
Pode-se realizar profilaxia pós-exposição em contatos domiciliares. 
 
HPV (RECOMBINANTE - 6, 11, 16, 18): 
Vacina inativada. 
Única forma eficaz de prevenção da infecção. Duas doses. 
Idade: 
 Meninos 11-15 anos incompletos. 
 Esquema de 0 - 6 meses. 
 Se primeira dose aos 14 anos, completar com a segunda dose após os 15 anos em até 12 meses. 
 Menina 9-15 anos incompletos. 
 Esquema de 0 - 6 meses. 
 Se primeira dose aos 14 anos, completar com a segunda dose após os 15 anos em até 12 meses. 
Em HIV, transplantados e oncológicos: 3 doses 0-2-6. 
Contraindicações: gestação (pode administrar em lactantes). 
 
DENGUE (SBP): 
Dengvaxia®, da Sanofi-Pasteur. Modificação genética do vírus da febre amarela (proteínas dos 4 sorotipos da dengue). 
Idade de aplicação: 9 a 45 anos. Maior incidência de hospitalização em < 9 anos. Não houve maior incidência de dengue 
hemorrágica, houve menor incidência. 
3 doses: intervalo de 0, 6, 12 meses. 
Contraindicada para: imunodeprimidos, gestantes e lactantes (e fenilcetonúricos), reações alérgicas a componentes da 
fórmula. 
EVENTOS ADVEROS PÓS VACINAÇÃO (EAPV): 
Qualquer ocorrência clínica indesejável em indivíduo que tenha recebido algum imunobiológico. EAPV temporalmente 
associado ao uso de uma vacina nem sempre têm relação causal com a vacina administrada. Podem ser relacionados à 
composição da vacina, aos indivíduos vacinados, à técnica usada em sua administração ou a coincidências com outros 
agravos. Podem ser locais ou sistêmicos e, de acordo com sua intensidade, podem ser leves, moderados ou graves. 
 
Evento adverso: 
Qualquer ocorrência médica inconveniente em um paciente ou em um sujeito de pesquisa clínica com um produto 
farmacêutico administrado e que não necessariamente tenha uma relação causal com o tratamento. Um evento adverso 
(EA), portanto, pode ser qualquer sinal desfavorável ou não planejado (incluindo achados laboratoriais anormais), 
sintoma, ou doença temporariamente associada com o uso de um produto farmacêutico sob investigação, relacionadas 
ou não ao produto farmacêutico sob investigação. 
 
Evento adverso pós-vacinação (EAPV): 
Qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação, não possuindo necessariamente uma relação causal com o uso 
de uma vacina ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos). Um EAPV pode ser qualquer evento 
indesejável ou não intencional, isto é, sintoma, doença ou achado laboratorial anormal (WHO, 2012). 
 
FARMACOVIGILÂNCIA: 
É a ciência relativa à detecção, à avaliação, à compreensão e à prevenção dos efeitos (eventos) adversos ou quaisquer 
problemas relacionados a medicamentos. 
FARMACOVIGILÂNCIA DE VACINAS e outros imunobiológicos o processo de detecção, avaliação, compreensão, prevenção 
e comunicação de eventos adversos pós-vacinação ou de qualquer outro problema relacionado à vacina ou à imunização. 
 
Vacinas requerem um nível muito alto de segurança: 
 Vacinas geralmente são administradas a pessoas saudáveis, incluindo as crianças. 
 Vacinas podem ser administradas em uma coorte de pessoas, em grupos de alto risco para complicações de uma doença 
ou em toda a população. 
 Algumas subpopulações podem ser mais suscetíveis a apresentar certos EAPV. 
 A idade no momento da imunização pode coincidir com o surgimento de certas doenças relacionadas à faixa etária (por 
exemplo: transtornos no neurodesenvolvimento). 
 A imunização com certas vacinas é obrigatória em alguns países. 
 Devido à baixa aceitação de riscos, a investigação rigorosa de EAPV, mesmo que raros, é necessária. 
 
 
AVALIAÇÃO DA CAUSALIDADE (CAUSA E EFEITO):

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