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;:;.--;;: ~- : ,! ~'. _,,,_:,',"--~-'---::: . :·.- !' ~-:-· ·· · ~~f t?r~-:r>- · " · ·r.:_i_. OFICIAL COMiBÂTENTE .,· , ':-!,.}"t.:C,::,Of"Ç ·: ..:'.(, ·-.. ·:~ .. -::,:' ,(. '"\•• ''· ·.·!'' 1. Anexação do Acre ao Brasil. Evolução política e administrativa do):\cf~· Movimentos de defesa da floresta d'o;~çr~., . Agricultura no Acre: das colôn.i~gt.:agricolas aos projetô~ de assentamento dirigidos. · · · · · Reservas extrativistas no Acre e desenyolvi"?ento sustentável. Fluxos migratórios no Acre. . ' ~ t ·t,- í. O espaço acreano: formação populacional, economia, espàçq da cidade, espaço do campo, meio ambiehtE! ~d:t~{~nv~lvimento no Acre.,\·'; o;tf~vo, clima, hidrografia, veg~Jijção, problemas ambierft~!s e apropriag:~o do espaço, o meio ambiênté. cqmo recurso ecónf>'mico: benefíciós e malefícios. · ,:,:,;, .. , ,_ l HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE 1Anexação do Acre ao Brasil. TRATADO DE PETRÓPOLIS q. i \, 1-_._,_\ o; ' 1. - 1 - o atual estado brasileiro do fl~re era, no~ do_ · éculo )QÇ, uma região, p~_i:tenc_e~te_.<3 BoHvia, que vinha ~cupada por seringueiros brasileiros em plena · ~e oca de expansão da economia de extração da borracha. _ ep para resolver a tensão que se agravava, o Barão do < Rio Bra~cc:,_ di_rig(u_ -ª~, negociações que resultaram no Tra acf~~o~<>hs;)firmado em 17. de novem?ro de 'f§ã3na cidade brasileira homônima, que formalizou a '·ncorporação do Acre ao território brasileiro, pelo que o , ~rasil pagou à Bolívia a quantia de ~ milhões de lil:l@ê_ . , esterlinas e_ indenizou __ o_ Botiv.ia_n SyMicate ,em .1:tQ_mlL : libras esterlinas pela _ resc.i~ã!L __ ç!o contrato de -?renaam~!?.Ji.'I11~~§m_l9QJcom ~ern()_tlglivian_q~ -1:111 contrapartida, cedia algumas terras no .. Mato 'Grosso e comprometia-SEl a construir él E:?trada ~~ F_Eirr9 tMadeirà.:Mª!I!9!'t para ·_eséõar à prqdução boli_viana pelo_ ·~ , ~9_ri_as.: __ ·. Antecedentes · A região que corresponde ao atual estado brasileiro : do Acre era uma possessão da América espanhola, de acordo com o Tratados Hispano-Portugueses de 1750 " (Tratado de Madrid), 1777 (Santo-Ildefonso) e 1801 (Badajoz). Havia naquela região uma busca intensa. por látex, que fez gerar conflitos fronteiriços. Os seringueiros 1.do Brasil subiram os rios Purus e Acre e ocuparam os . seus afluentes, estimulando assim o povoamento da - região. Com a Comissão Demarcadora de Limites, ocorrida em 1898, e após as independências da América Latina, o · Brasil reconheceu aquela zona como boliviana, através do . tratado de limites. No entanto, a região é de difícil acesso, @ e não houve efetiva ocupação boliviana. ;r: O tratado determinava que a fronteira entre Brasil e Bolívia seria definida por uma linha reta entre a foz do rio '. ,. Abunã no rio Madeira e a nascente do rio Javari, ainda . 1 desconhecida. Portanto, a fronteira estava determinada, \! mas não era definitiva. . Algumas missões encarregadas de determinar a · nascente do Javari não tiveram sucesso, enquanto a · 'ocupação daquela parte do território boliviano por . seringueiros. brasileiros (em sua maioria, nordestinos . fugindo da seca) era um fato. ~·· --~ 1 Pontos mais importantes ~ . O tratado estabeleceu definitivamente as fronteiras 1 · entre Brasil e Bolívia, compensando a anexação do Acre '' . *. 1 por meio da cessão de pequenos territórios próximos à foz i: 'do rio Abunã (numa região próxima ao Acre) e na bacia do ,. no Paraguai, do pagamento da quantia de 2 milhões de \ ._ hbras esterlinas, o correspondente a, atualmente, 630 j '. milhões de reais. '; ' Como a Bolívia perdeu, após guerra com o Chile, sua t : saída para o mar, dois artigos do Tratado de Petrópolis ' obrigaram o Brasil e a Bolívia a estabelecerem um Tratado ·de Comércio e Navegação que permitisse à Bolívia usar os rios brasileiros para alcançar o oceano Atlântico. Além disso, a Bolívia poderia estabelecer alfândegas em Belém, . ~. Manaus, Corumbá e outros pontos da fronteira entre os í' ·dois países, assim como o Brasil poderia estabelecer Í' aduanas na fronteira com a Bolívia. { · O Brasil assumiu também a obrigação de construir ~ma ferrovia "desde o porto de Santo Antônio, no rio ade1ra, até Guajará-Mirim, no Mamoré", com um ramal que atingisse o território boliviano. Era a Estrada de Ferro ·,.; CEPCON - Centro Prep'aratório para Concursos ] Madeira-Mamoré. Por fim, o Brasil se obrigava a demarcar a nova fronteira com o Peru. A licitação para a ferrovia foi realizada em 1905; as obras foram iniciadas em 1907 e concluídas em 1912. Além da questão territorial, havia um componente econômico em disputa: a fonte de uma das matérias-primas mais valorizadas no mercado internacional, o látex, responsável. pelos milhões de dólares movimentados pela indústria mundial da borracha. Ademais, o governo brasileiro presenteou o presidente da Bolívia com dois cavalos brancos. TRATADO DE AYACUCHO Conhecido por selar a paz entre o Brasil e a Bolívia, o Tratado de Ayacucho foi .assinado em 23 de Novembro de i 867 e conhecido por diversos nomes, principalmente Tratado da Amizade. Pelos tratados anteriores, de Madri e Santo Ildefonso, a fronteira da Bolívia chegava ao médio rio Madeira, próximo a cidade de Humaitá, no interior do estado do Amazonas, e abrangia o estado do Acre, o distrito de Extrema (localizado no estado de Rondônia) e grande parte do estado do Amazonas. Este tratado era composto por trinta artigos nos quais se declarava a paz entre os países e se estabeleciam relações amigáveis de navegação e tráfego, algumas que persistiram no Tratado de Petrópolis. Foram recuadas as fronteiras bolivianas a favor do Império Brasileiro, a partir dos rios Guaporé e Mamoré, passando por Beni e seguindo uma linha reta que recebeu o nome de Cunha Gomes. As embarcações bolivianas teriam acesso aos rios brasileiros a partir dali. Curiosidades • A cartografia para delimitar os limites fronteiriços dos rios Guaporé e Mamoré foi levantada e apresentada pela 2ª Seção brasileira, sediada na cidade de Corumbá-MS. p=7f Capitanias do Brasil - 1534. Divisão territorial do Brasil - 1789. O Tratado de Madrid foi firmado na capital espanhola entre D. João V de Portugal e D. Fernando VI de Espanha, a 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim às disputas. O objetivo do tratado era substituir o de Tordesilhas, o qual já não era mais respeitado na prática . As negociações basearam-se no chamado Mapa das Cortes, privilegiando a utilização de rios e montanhas para demarcação dos limites. O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis ( quem possui de fato, deve possuir de direito), delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje. HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE r Antecedentes do Tratado Tratados Anteriores • Bula Inter Ccetera (1493). • Tratado de Tordesilhas (1494). • Capitulação de Saragoça ( 1529). • Tratado Provisional de Lisboa (1681 ). • 2° Tratado de Utrecht (1715). Colonização do Brasil e a União Ibérica Com a União Ibérica (1580-1640), apesar dos respectivos domínios ultramarinos continuassem separados teoricamente, é certo que tanto espanhóis entravam sem 'grandes · problemas em territórios portugueses, quanto os lusitanos entravam em terras espanholas se estabelecendo e com isso obtendo títulos de propriedade que seriam respeitados pela diplomacia posterior. Esta ótica da questão de fronteiras durante a União é inexata, já que continuou existindo uma rivalidade entre os dois povos, porém isso explica em parte esta expansão. Iam se estabelecendo, assim, algumas das futuras fronteiras terrestres do Brasil. Pela orla marítima os portugueses estenderam seus domínios da Baia de Paranaguá ao Rio Oiapoque (antes os extremos no litoral eram Cananéia e Itamaracá). Também nesse período conquistaram-se muitas regiões do Nordestee do Norte (da Paraíba ao Grão-Pará e quase toda a Amazônia) e do Sul (onde bandeiras dH caça ao índio destruíram assentamentos jesuíticos espanhóis nos atuais oeste paranaense, no centro do Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, o que contribuiu para incorporar esses territórios ao atual Brasil). Durante a União Ibérica, o Brasil continuou a ser alvo de estrangeiros como os franceses, porém os maiores inimigos foram os holandeses - que até 1571 tinham seu território dominado pela Espanha, o que motivou sua ação contra os espanhóis e seus aliados. Apesar da força com que invadiram e se estabeleceram no Brasil, principalmente na faixa litorânea que hoje _vai do Espírito Santo ao Maranhão e de modo peculiar em Pernambuco, eles foram definitivamente expulsos em 1654 (14 anos após a Restauração de Portugal como reino independente). Após a restauração em 1640, a paz entre Portugal e Espanha foi firmada em 1668. Portugal, ainda não havia desistido de estender seus domínios até a foz do Prata e o rei ordenou em 1678 a fundação de uma colônia (Colônia do Sacramento) naquela região para sustentar e afirmar seus direitos sobre a localidade. Após alguns atritos o soberano espanhol concedeu o inteiro domínio da margem setentrional do rio da Prata e em 1715 no tratado de Utrecht, confirmou que o Prata era o limite ao sul do Brasil. O resultado final desses tratados e de outros que viriam foi fruto da colonização portuguesa desde o século XVI até o XIX que ao penetrar o território, seja por motivos econômicos (mineração na região mais central - Minas, Mato Grosso e Goiás -, pecuária no sertão nordestino e no sul do Brasil e coleta de produtos da floresta, associado à facilidade de navegação da Bacia Amazônica) ou rehg1osos (como é o caso das missões jesuítas, franciscanas e · carmelitas que estiveram em diversas partes do Brasil), expandiu os domínios portugueses de norte a sul e pelo uti possidetis adquiriu terras que antes não lhes pertenciam. A definição geral dos limites ocorreria em 1750 com o tratado de Madrid. O Tratado O Tratado de Madrid foi a primeira tentativa de pôr fim ao litígio entre Portugal e Espanha a respeito dos limites de suas colônias na América do Sul. CEPCON - Centro Preparatório para Concursos 2 Com as epopéias dos bandeirantes, desbravando interior do Brasil, criando pequenos povoamentos 0 validade do antigo Tratado de Tordesilhas estava 'e a xeque. m O novo Tratado tinha por objetivo "que se assinalassem os limites dos dois Estados, tomando p balizas as paragens mais conhecidas, tais como a origeor e os cursos dos rios e dos montes mais notáveis, a fim: que em nenhum tempo se confundissem, nem desse~; ensejo a contendas, que cada parte contratante ficass, · com o. território que _no momento possuísse, à exceÇão das mutuas concessoes que nesse pacto se iam fazer que em seu lugar se diriam". e Assinad_o em 1750 o tratado não usava as linhas :onven~10na1s, mas outro conceito de fronteiras, 1ntroduz1do neste contexto por Gusmão, a posse efetiva d terra (uti possidetis) e os acidentes geográficos co~ limites naturais. -ate en 'na po, habita, E1 espant ;mpedic protest homeir u, de fev, geográ tanto lu aquele, Tratadc novo tr.: o, Madrid. Capde, diplome Com trabalhos apresentados à Corte espanhol, : Alexandre de Gusmão comprovou que as usurpações 1 luso-esp_anholas em relação à linha de Tord_esilhas (1494)' Consec eram mutuas, com as portuguesas na Amarica (parte da,' • Perm Amazônia e do _Centro-oeste) sendo compensadas pelas I Sete Pc da Espanha na Asia (Filipinas, Marianas e Malucas). 1 • Revo, Apesar de Tomás da Silva Teles (Visconde de v~1 • Cons, Nova de _Gerveira) ter representado Portugal, Alexandie posse 1 de Gusmao foi o redator do Tratado e. o idealizador da exclusiv aplicação do uti possidetis. • Provo Em 17 46, quando começaram as negociações; José (S, diplomáticas a respeito do Tratado, Alexandre de Gusmão 1756). ~ já possuía os mapas mais precisos da América do Se de Cait que encomendara aos melhores geógrafos do Reino. E~ índios. um dos trunfos com que contava para a luta diplomática ' Motive que duraria quatro anos. Brasil. E Alexandre sabia que os espanhóis jamais deixariam • Motive • Cause Salvado. em paz uma colônia (Colônia do Sacramento) que Ih~ prejudicava o tesouro. Além disso, descobrira-se ouro no Brasil, não sendo preciso entrar em conflitos por causada • Criou prata peruana. Para a compensação, já tinha em vista& do Sul. terras convenientes à coroa portuguesa: os campos dos • Deu a Sete Povos das Missões, Oeste do atual estado do Ro • Motive Grande do Sul, onde os luso-brasileiros poderiam Forte do conseguir grandes lucros criando gado. • Definil Finalmente, em Madrid, a 13 de janeiro de 17~ a Argent firmou-se o tratado: Portugal cedia a Colônia do Sacramento e as suas pretensões ao estuário da Prata,e As Tratado por part, Antes d. Badajoz ocorrerar em contrapartida receberia os atuais estados de sarna Catarina. e Rio Grande do Sul (território das missÕ€' jesuíticas espanholas), o atual Mato Grosso do Sul, 1 imensa zona compreendida entre o Alto-Paraguai, i Guapo ré e o Madeira de um lado e o Tapajós e T ocantill! 1 '. do outro, regiões estas desabitadas e que ni pertenceriam aos portugueses se não fossem J 1 negociações do fratado. Foi meio continente assegurado a Portugal P" atividade de Alexandre de Gusmão. Para a região mi disputada, o Sul, o santista já enviara, .em 1746, casais~ açorianos para garantir a posse do terreno. Era uma no~ forma de colonização que Alexandre preconizava, atra~ de famílias que produzissem, sem precisar de escravos.! Os primeiros sessenta casais fundaram o Porto dti Casais, mais tarde Porto Alegre. ' O tratado foi admirável em vários aspecto! Determinou que sempre haveria paz entre as colôn~ americanas, mesmo quando as metrópoles estivessem' guerra. Abandonou as decisões tomadas arbitrariarne/n: nas cortes européias por uma visão mais racional M fronteiras, marcadas pelos acidentes naturais do terreno:· 1.,,,,,,, a posse efetiva da terra. . Lirn·t O . . . d , , es 0 prmc1p10 romano de uti possidetis deixou e leste referir à posse de direito, determinada por tratados, ,~ ~ C[PCQN b e espan s usurp esilhas ( rica (pa msadas olucas). ;onde de 1al, Alex dealizad os iiro Colônia ioda Pra los de das so do HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE . ntão tinha sido compreendido, para se fundamentar te eosse de fato, na ocupação do território: as terras a P rt bitadas por portugueses eram po ~~u~sas. . , ª Entretanto o tratado logo fez 1nim1gos: os Jesu1tas anhóis, expulsos das Missões, . e os comerciantes sp didos de ·contrabandear no no da Prata. Seus Pt stos encontraram um inesperado apoio no novo ':o:m forte de Portugal: o Marquês de Pombal. . um novo acordo - o de EI Pardo -, firmado em 12 fevereiro de 1761, anulou o de Madrid. Mas as bases :ográficas e os fundamentos jurídicos por que Alexandre to lutara em 1750 acabaram prevalecendo e, em 1777, ueles princípios anulados em EI Pardo ressurgiram no ratado de Santo Ildefonso. A questão foi ainda objeto de ovo tratado do Pardo, a 11 de março de 1778. Devido ao sucesso obtido por Gusmão no Tratado de rid, mais tarde o historiador paraguaio padre Be~nardo apdeville se referiria a este como "a vergonl'\a da iplomacia espanhola". onseqüências Permuta da Colônia do Sacramento pelo território dos ele Povos das Missões; • Revogou o Tratado de Tordesilhas; ; consagrou o princípio do uti possidetis ( quem tem a posse tem o domínio); deu à Espanha a navegação xclusiva no Rio da Prata; . Provocou a reação indígena guarani, com o cacique osé (Sepé) Tiaraju, surgindo a Guerra Guaranítica (1752- 1756). Sepé foi morto três dias antes da última batalha, a de Caibaté, onde morreram combatendo mais de 1700 ios. Motivou a vinda de casais açorianos para o sul do sil. Em 1752,foi fundada Porto Alegre. Motivou o aumento do poderio militar português no sul. Causou a mudança da capital do Vice-Reino de alvador (BA) para o Rio de Janeiro. Criou a Capitania D'EI Rey de São Pedro do Rio Grande do Sul. • Deu a Portugal a posse da Amazônia. Motivou a construção do Forte Príncipe da Beira, do orte do Macapá e do Forte de Tabatinga, entre outros. Definiú o rio Uruguai como fronteira oeste do Brasil com Argentina. As demarcações das fronteiras impostas pelo Tratado de Madrid sofreram resistência, particularmente por parte dos índios guaranis, insuflados pelos jesuítas. ntes da sua confirmação, ocorrida pelo Tratado de adajoz (1801 ), os seguintes Tratados intermediários correram: LIMITES "•·. i 5C 1ÕOmi n:t' a so H,'O ,j,(J ~ ... . '., '. ~imites os estados do Amazonas a norte, Rondônia a este, a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e oeste. 3 d~vo.1,u,ção política e administrativa do . Acre. Do século XV ao século XIX Do estabelecimento do Tratado .de Tordesilhas até o século XIX, o atual estado do Acre fazia parte da América espanhola de acordo com os Tratados Hispano- Portugueses: • Tratado de Madrid (1750) • Tratado de Santo Ildefonso (1777) • Tratado de Badajoz ( 1801 ) Após a independência das colôniás espanholas, o Brasil reconheceu aquela área como boliviana através do tratado de limites de 1867. Apesar · disso, não havia nenhuma ocupação do território por parte da Bolívia, em parte por ser uma região de difícil acesso por outro caminho que não a bacia do Rio Amazonas. Em virtude da abundância da seringueira e do ciclo da borracha que estava se iniciando, colonos brasileiros iniciara·ní a ocupação do Acre em 1852, tendo essa imigração atingido proporções muito grandes a partir de 3 dé abril de 1877. Nessa época o presidente Aniceto Arce, da Bolívia, foi· aivo de um golpe de estado comandado pelo então Coronel José Manuel Panda. Este, derrotádo, se refugiou no Acre, ocasião em que percebeu que a ocupação brasileira já tomava proporções alarmantes. Pando que, como general, veio governar a Bolívia de 1899 · a 1904, alertou as autoridades · bolivianas e iniciaràm0 se as manobras diplomáticas. Em 1898, a Bolívia enviou uma missão de ocupação para o Acre causando, em 1° de maio de 1899, uma revolta· armada dos colonos brasileiros que receberam o apoio do governo do Estado do Amazonas. Revolução Acreana Mapa da América do Sul em aleíJlãO de 1899 mostrando a região que viria a formàr.·o Acre ainda como território boliviano Pressionados pelo advogado José ·carvalho, os bolivianos foram forçados a abandonai- a região. Para evitar a sua volta, o governador do Amazonas Ramalho Júnior organizou o ingresso no Acre de ütna unidade de aventureiros comandadas pelo espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias. Gálvez partiu de Manaus em 4 de junho de 1899 e chegou à localidade boliviana de Puertó Aionso, a qual teve seu nome mudado para Porto Acre, onde proclamou a República do Acre em 14 de julho de 1899. Apesar disso o governo brasileiro, com base no tratadó ·internacional de ---·-·~--·----. -~,--,-.,--,-~ . . ,···' f 1 b-.. HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE Ayacucho assinado em 1867, considerava o Acre como território boliviano e enviou tropas que dissolveram a República do Acre em 15 de março de 1900. Um motivo complementar para o interesse de Ramalho Júnior na ocupação do Acre foi o fato de Galvez ter descoberto a existência de um acordo diplomático entre a Bolívia e os Estados Unidos estabelecendo que haveria apoio militar norte-americano à Bolívia em caso de guerra com o Brasil. Nessa época a Bolívia organizou uma pequena missão militar para ocupar a região. Ao chegar em Porto Acre ela foi impedida pelos seringueiros brasileiros de continuar o seu deslocamento. Os brasileiros receberam apoio do governador do Amazonas, Silvério Néri, que enviou uma nova expedição, a Expedição dos Poetas, sob o comando do jornalista Orlando Correa Lópes, que proclamou a Segunda República do Acre em novembro de 1900, tendo Rodrigo de Carvalho assumido o cargo de presidente. Um mês depois, em 24 de dezembro de .1900, os brasileiros foram derrotados pelos militares bolivianos e esta segunda república também foi dissolvida. Apesar dos dois países negarem o acordo com os Estados Unidos citado anteriormente, em 1901 a Bolívia assinou um contrato de arrendamento do Acre com um sindicato de capitalistas norte-americanos e ingleses. Pelo contrato, o grupo, chamado de Bolivian Syndicate, assumiria total controle sobre a região, inclusive militar. Nessa ocasião governava a Bolívia o general José Manuel Panda. Em 6 de agosto de 1902 um militar gaúcho chamado José Plácido de Castro foi enviado ao Acre pelo governador Silvério Néri e iniciou a então denominada Revolução Acreana. Os rebeldes imediatamente tomaram toda a região, exceto Porto Acre que somente se rendeu em 24 de janeiro de 1903. Três dias depois, 27 de janeiro, foi proclamada a Terceira República do Acre, agora com o apoio do presidente Rodrigues Alves e do seu Ministro do Exterior, o Barão do Rio Branco, que ordenou a ocupação do Acre e estabeleceu um governo militar sob o comando do general Olímpio da Silveira. Na Bolívia, o general Panda enviou tropas para combater os ir:wasores brasileiros. Entretanto, antes que acontecesse algum combate significativo, em conseqüência do excelente trabalho da diplomacia brasileira comandada pelo Barão do Rio Branco, os governos do Brasil e da Bolívia assinaram em 21 de março de 1903 um tratado preliminar, ratificado pelo Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903. Pelo Tratado de Petrópolis, a Bolívia abria mão de todo o Acre em troca de territórios brasileiros do Estado de Mato Grosso mais a importância de 2 milhões de libras esterlinas e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, ligando os rios Mamoré (em Guajará-Mirim-RO, na fronteira Brasil-Bolívia) e o Madeira (afluente do rio Amazonas, que corta a cidade de Porto Velho, em Rondônia), com o objetivo de permitir o escoamento da produção regional, sobretudo de borracha. Joaquim Francisco de Assis Brasil participou ativamente das negociações com a Bolívia, tendo representado o governo brasileiro em sua assinatura.· O Tratado de Petrópolis, assinado em 1903 pelo Barão do Rio Branco e Assis Brasil, foi aprovado por lei federal de 25 de fevereiro de 1904, regulamentada por decreto presidencial de 7 de abril de 1904, incorporando o Acre como território brasileiro. Plácido de Castro, que faleceu em 11 de agosto de 1908, foi primeiro presidente do território do· Rio Branco, elevado à condição de Estado do Acre em 15 de junho de 1962. Tanto Rio Branco como Assis Brasil e Plácido de CEPCON - Centro Preparatório para Concursos 4 Castro estão homenageados no Acre com os nomes de ~ sua capital (Rio Branco)e de dois municípios (Assis Brasil· Est e Plácido de Castro). pov Revisão de litígio Em 4 de abril de 2008, o governo do Acre vence uma . disputa judicial com o estado do Amazonas, à respeito de uma disputa territorial que se arrastava há 26 anos no , complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno. sen" pert Enq Rev /nde pela Esta subc gera Mas O motivo foi que a Linha Cunha Gomes, demarcada 1 ao início do século XX para servir de fronteira entre ~ / dois estados, foi traçada imprecisamente, pois em meados da década de 1940, descobriu-se que parte dos municípios Tarauacá, Feijó e Sena Madureira, que dev~ pertencer ao Acre ( e que inclusive estiveram presentes ria história deste estado), estava dentro do território amazonense. Foi então adotada provisoriamente pelo levar IBGE uma linha quebrada com quatro segmentos em . 1942. , Bran Ourante o século passado ouve várias situações em 1 ' Segu entre que os municípios tiveram administração conjunta entre os 1 , Distri dois estados. Ao final da década de 1990, o IBGE Acre começou a apoiar o pedido do Acrede receber os j 1930 territórios definitivamente, cuminando na decisão do Supremo Tribunal Federal de anexar a zona de litígio ao I apelic Acre. (unior A transferência do território também se deve ao fa!o ! 1 de esses municípios terem grande distância em relação a· ~:~~ capital Manaus, o que dificulta e encarece a administração. Duele A desproporção em relação ao tamanho do território 1 dos estados brasileiros já havia causado polêmica em: desta~ relação ao sentido que tem a divisão territorial do país,ol Estadc que contribuiu para a formação de estados mais recente5 1 PS como o Mato Grosso do Sul, Roraima, Amapá ,, D, 1 depute Tocantins. , c Na época em que o Acre foi anexado ao Brasil, três. riva/idc estados (Mato Grosso, Amazonas e Pará) ocupavam; aprese aproximadamente metade do território nacional. Assim o, 19S?. , aumento do território acreano reflete a vontade dll: usada equalizar as proporções territoriais entre os estados. . eleitore A sede (a área urbana) dos municípios que perderam. 0 tais territórios, no entanto, continua do lado territoria" contra amazonense, uma condição que foi necessán·a para: ficasse apressar o fim do impasse. renúnci Ao total, seis municípios no Sul do Amazonas fora~: Goulart atingidos com a decisão (alguns surgiram ao longo oc EI< século XX), são eles: Envira, Guajará, .· Boca do Acre de Osc Pauni, Eirunepé e lpixuna. A redefinição da Linha Cuni propost Gomes consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectare!; oposiçã do complexo fiorestal Liberdade, Gregório e Mogno , 1 não to, território do Acre. Santos, 1 Fo; Acre: Estado conquistado a ferro e fogo , especia Tancredo Neves foi o padrinho da elevação ~ hoje viv, Território do Acre a Estado nos 100 dias em que \ horas v, primeiro-ministro do Brasil i Vivos a J · rnuitas t na épo Guioma, 1 ª Promu í Memoria ··-· , •• - 1 Ele Foto retrata solenidãde realizada na -esplanada do, tivesses Palácio Rio Branco no governo de Guiomard sant~ que chec forças .~ "Abri as portas de um novo Estado, está dadi redaç;Í0 · primeiro passo, eu creio nos acreanos. Eles caminha~ casa locé para o progresso", afirmou enfaticamente o senador Jir Ela Guiomard Santos logo depois de ver promulgada P~ ªPreclaçf presidente João Goulart a lei 4.070, que no dia 15·::::--_c EPCON b HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE . hO de 1962 elevou o Território do Acre à categoria de ~;tado, dando autonomia política e financeira ao seu positiva exercida por dona Lydia sempre ao lado do marido realizando obras sociais e apoiando suas lutas." pov°i:stava vencida naquele momento a luta iniciada durante a Revolu~ão Acreana quando o exército Embora fossem adversários ferrenhos nos palanques e professassem ideologias e propostas inconciliáveis, não eram inimigos no campo pessoal, recorda Lauro. "Eles disputavam palmo a palmo seus espaços, atacavam-se políticamente e em suas propostas, mas no campo pessoal eram amigos e se respeitavam. Eram outros tempos. ringueiro tomou a força de bala estas terras que vence U!)la r s:rtenciam à Bolívia para incorporá-las ao Brasil. :ispeitoW/ ; ~nquanto as coisas se resolviam, o comandante da · anos li) ; Revolução, coronel José Plácido de Castro, criou o Estado ). ' independente do Acre, demonstrando o firme propósito demarca11a pela autonomia da nova unidade que se formava. Acre Autônomo: 41 anos de Históría ra entrellll Autonomia logo abafada com a transformação do A luta da Revolução Acreana pela independência e 3m m_ead9i Estado em Território totalmente dependente e autonomia e o apelo dos nordestinos que aqui se Parte d'1:t_ fi ., subordinado à União, que se bene ciava da fortuna instalaram para colher seringa no final do século XIV só , que d~! ~ gerada pela economia da borracha. vieram produzir os resultados desejados sessenta anos ·esentesna Mas não tardou para que de 1904 a 1920 a população se após o início da revolução qüe conquistou a anexação ao J territ~ levantasse em armas contra aquela s\tuação. Brasil. nente p""e" á , Em 1918 houve batalhas nas' ruas da atual Rio H exatos 41 anos, o presidente da República João Tientos .1 Branco e muitos morreram quando os moradores do Goulart assinava em Brasília a Lei 4.070, que elevou o _ 1 , segundo Distrito, que defendiam a elevação a Estado, território do Acre à categoria de Estado e o Acre tuaçoes ~ enfrentaram os moradores de Penápolis (Primeiro conquistou a autonomia para escolher seus dirigentes, nta entreJS . Distrito), os unionistas, que defendiam a permanência do arrecadar impostos e estabelecer suas leis. O, 0 1Bj I Acre como Território. Essa arenga ganhou mais calor de Até então, o Acre, mesmo tendo conquistado sem rec~~er1AI •• 1930 a 1946, quando os militantes da Legião Autonomista, apoio do governo federal o direito de ser Brasil, ainda não jeci~?~ ;ilJ: ,: apelidados "urucubacas", e os do Partido Construtor tinha recebido o prêmio merecido: a garantia de elaborar je iltigio.,ao 1. (unionistas) eram o "Corocas". sua própria Constituição e muito menos eleger seus 1 A luta teve continuidade e ganhou novas proporções governantes. eve ao _f! a partir de 1946 com a criação do PTB, que era contra e O dia 15 de junho de 1962 é, sem sombra de dúvida, m relaçap'a do PSD, a favor da autonomia. a segunda data mais importante da história deste Estado ncarece ';_ª· · (a primeira é Seis de Agosto, o início da Revolução). Hoje, 'I Duelo de Titãs 41 anos após a assinatura da lei, a data ganha uma do territóiiõ Logo a figura do general Oscar Passos, líder do PTB, dimensão maior ainda com os novos rumos que o Estado Jlêmica ; destacou-se na luta contra a elevação do Território a do Acre (autônomo) tomou rumo à autonomia econômica. 11 do paísfa Estado, o que era defendida pelo então presidente do Não é à toa que este ano o povo está celebrando 3is recen'!ts PSD, ma1·or Jose· Gu1·omard dos Santos, e1e·1'to e reele1·to· · d d d' · · d · h essa passagem es e o 1a primeiro e Jun o, com uma Amapá're ' deputado federal com a promessa da elevação. série de atos e celebrações organizadas pelo Governo da • '. •. 1 Os dois lados, na verdade, queriam a autonomia. A Floresta. ' Brasil, tr: , rivalidade ganhava corpo porque foi José Guiomard quem Governo que desde seu início vem não só ocup~va: · apresentara o projeto de lei ao Congesso Nacional em promovendo uma série de ações de cunho social e ial. Assim;9 1957. A defesa de um ou outro ponto de vista foi a forma econômico, mas também de resgate da memória de um ~ontade :_. , usada pelos dois líderes políticos locais pa·ra atrair seus povo 'tinhoso' que não desiste de buscar seus objetivos e :adas. ·i , eleitores. não se rende fácil à pressão de quem não tem nenhum ie perd_erci.~ 1 Oscar Passos exerceu uma oposição competente interesse em fazer nesta terra tudo que ela merece ter. lo ternt01 • contra José Guiomard, conseguindo que seu projeto de lei Porque é dela toda a riqueza que a própria natureza lhe ssána pa~ ; ficasse amarrado até 1962, quando a crise política levou à concedeu. t renúncia do presidente· Jânio Quadros, levando João O movimento dos autonomistas (no sentido mais rnnas fora~· Goulart à Presidência. · · amplo da palavra) começou antes mesmo da Revolução. 10 longo·~ Ele convenceu o presidente Jango, que era do PTB Não acabou com o seu final, continuou -após ela, e ainda :a do Acre,; de Oscar Passos, a assinar a promulgação da lei 4.070 seguiu mesmo depois da elevação a Estado.' Na verdade, .mha Cun'I: proposta por Guiomard, que era do PSD, ou seja, da continua até hoje. de hectare: oposição. Isso não teria acontecido naquele momento se A busca agora do povo acreano, sob o comando do Mogno jº não fosse o apoio de Tancredo Neves", explica Lauro governador Jorge Viana, é pela autonomia econômica e f Santos, neto do senador José Guiomard Santos. também cultural, política é social. Após 41 anos de • Formado em administração de empresas . com história, o Acre já entrou no caminho certoem busca de 1 especialização na Fundação Getúlio Vargas, Lauro Santos um novo processo de trabalho para completar os objetivos ilevação ~ hoje vive no Acre, onde trabalha no Sebrae e aproveita as da Revolução de 1902. em que W , horas vagas para conversar com os autonomistas ainda A Revolução Acreana e o movimento dos i vivos a fim de resgatar a história do avô. "Conversei e ouvi autonomistas continuam até hoje no/sangue do povo 1 muitas histórias de meu pai, José Aires dos Santos, que acreano e não vão sair enquanto não éonseguirem tudo o Í na época era cadete da Aeronáutica e presenteou que querem e merecem. Í Guiomard com a caneta Parker que ele usou para assinar Esse encarte sobre os 41 anos de Estado autônomo i. ª promulgação da lei 4.070 e que hoje está exposta no do Acre tem como objetivo registrar a passagem dessa f Memorial dos Autonomistas." data como marco de um novo tempo. Pretende também . Ele lembra que, embora Guiomard fosse mineiro e fortalecer na memória de todos nós, quais eram os anada do! tivesse sido nomeado em 1946 para governar o Acre, logo objetivos, qual era a busca dos nossos antepassados. ard Santo~ que chegou abraçou a causa autonomista com todas suas Queremos reacender um pouco do que herdamos, a ·1 forças. "Segundo o Agnaldo Moreno, ele teria iniciado a nossa identidade de povo da Amazônia que ama sua terra 3stá dado:º redação da proposta de lei de elevação do Acre numa e quer exercer plenamente os direitos de todos os caminha~ casa localizada junto à gameleira, no Segundo Distrito. cidadãos brasileiros. Somos acreanos e temos vocação ,enador Jost .: Ela foi aperfeiçoada depois e apresentada para para o progresso com sabedoria. Temos orgulho de nós 1ulgada peiOi apreciação no Congresso. Todos destacam a influência mesmos, do nosso jeito, do que fomos e do que somos. o dia 15 dei;;;::::--------------------....,,...--------------------- ----1 CEPCON - Centro Preparatório para· Concursos 5 ; { • .,, ~' :' João Goulart 1962 HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE T ..-e- assina a Lei 4.070 em 15 de junho de nação brasileira. Não há dúvida que o Brasil fleou · G~~ Em 1904, dois anos após o início da Revolução Acreana o Governo Federal Brasileiro transforma o Acre em Território Federal. A denominação de território foi um modelo inédito criado pela federação brasileira a partir de modelos argentinos e norte-americanos. Segundo esse regime político-administrativo, os habitantes não dispõem dos mais elementares direitos de cidadãos. Não se elegem os governantes, não se pode constituir leis e não se recolhem impostos regionais (somente impostos federais). Ou seja, a solução encontrada pelo Governo Federal atingiu em cheio a honra de todos os acreanos que acabavam de ter saido de uma guerra pela anexação ao Brasil e pela autonomia como estado federativo. Ao invés disso, fomos obrigados a aceitar governantes nomeados pelo governo central. Em sua maioria políticos derrotados que precisavam de alguma função pública. Vinham para o Acre trazendo seus protegidos e ocupavam a maioria dos cargos públicas, enquanto o povo amargava a obediência ao poder central sem direito a voz nem voto. Segundo alguns historiadores, a decisão do governo federal teve como justificativa as disputas entre os estados do Pará e Amazonas. Além disso, o governo central alegou que teve altas despesas com a anexação, já que teria pago indenização à Bolívia. Nada disso importava ao povo acreano. A única coisa que importava e pelas qual lutávamos era pelo direito de ser cidadão brasileiro. A partir daí iniciam-se novos movimentos de resistência. Houve mortes. Os autonomistas expulsaram membros federais em Cruzeiro do Sul. Mas ainda foram precisos 58 longos anos, desde a criação do território, até que os acreanos pudessem exercer sua cidadania. Em 1934, na era Vargas, o Acre alcança o direito de eleger Deputados Federais regularrrente, até que em 1957, o deputado federal pelo Acre, José Guiomard Santos, prepara o projeto de Lei de elevação do Acre a Estado. O projeto é apresentado no mesmo ano na Câmara Federal para apreciação. Acre Estado: início da revolução que mudou o mapa do Brasil O ideal dos- revolucionários acreanos do inicio do século XX eram claros. Mesmo com a falta de apoio do governo federal, que pronunciou-se contra a disputa com a Bolívia, eles (os brasileiros, sobretudo cearenses, que aqui se firmaram) decidiram conquistar de fato a terra que escolheram para trabalhar, construir suas moradias e sustentar suas famílias. Diante da negativa do governo federal e da impossibilidade de exercerem seu patriotismo (pois se rendessem aos bolivianos corriam o risco de perder a propriedade de suas terras, sem falar dos impostos que teriam que pagar ao governo boliviano) eles decidiram lutar bravamente para continuarem sendo brasileiros. Queriam ser anexados ao Brasil como estado autônomo da federação. Com a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 17 de novembro de 1903, o Acre é anexado ao Brasil, mas na condição de território. Os· revolucionários ampliaram o mapa do Brasil, foram os únicos brasileiros que lutaram para fazer parte dessa nação, mas como prêmio ganharam a submissão ao governo central. Na época, o Acre era o maior produtor de borracha, exportava para os principais países industrializados, mas toda a arrecadação dos impostos ia para os cofres federais. Era uma situação humilhante para um povo que tinha lutado pela independência, lutado pela soberania e pela fortalecido com a anexação. O prêmio para a luta dos (P revolucionários foi a submissão aos mandas e desmandas·· sobr do governo federal, longínquo e desconhecedor da , realidade locai. ! cont ! Dois mov~mentos autonomistas marcaram a luta após l sain, a revoluçao I próp Diante da decisão do governo federal, em 1904, de I reali tran~formar o Acre em território federal, surgiram os l venc movimento autonomistas. Por diversas vezes os acreanos con~ se revoltaram e deram início a movimentos de contestação, uns mais radicais outros mais brandos, que pediam Principalmente autonomia política para 08 acreanos. Queríamos ter os mesmos direitos que qualquer AU9 1 entã prim outro brasileiro de votar e de escolher os próprios e governantes. n Os movimentos autonomistas foram marcantes na · história do Acre. A primeira fase desse movimento dura até 1920. Essa fase foi caracterizada por revalias expulsões e vitimas fatais. Começaram pela região d; ' Juruá. A população em 191 O se revoltou contra o novo pro, prefeito departamental escolhido para a região. abe, EI . ~ e era acusado de irregularidades administrativas. Os juruaenses pegaram em armas e depuseram a prirr ·d d a e, auton a e federal ocupando o poder por 100 dias. O Am< governo federal chegou a mandar tropas regulares para combater os revoltosos autonomistas. Mas o movimento govi do Juruá ficou isolado. Só em 1913 movimento semelhante ocorreria no violí Purús. Em 1918 seria a vez da luta autonomista chegarao fora vale do Acre, em Rio Branco, que protestou intensamenle a de contra a manutenção daquela absurda situação de b. ~ su Jugação ao governo federal. Depois disso, a reforma política de 1920 que unificou con as quatro prefeituras departamentais em um único ~errr: governo territorial serviu para sufocar essas rebeliões e acalmar o vale do Acre que foi beneficiado pela reforma, já ' déc que para capital do território foi escolhida a cidade de Rio · Branco. ine~ A segunda fase tem sua origem em 1934 quando º1 am; Acre alcança O direito de eleger dois deputados federai, . A rt. . I uso pa 1r daí, com acesso ao Congresso Naciona, os 1 acreanos p·areciam ter a possibilidade de reverter a mo situação legalmente. Mas ainda não foi dessa vez. Apesa :: · de a revolução de trinta ter alterado completamente 00 N rumos da república brasileira continuamos com o regime ª~ de indicação dos governadores do terri~ório. Em 1957, o então deputadofederal Guiomard Sanl/lS :~i apresenta O projeto de Lei de elevação à estado m cor Câmara. Dessa data em diante tem início efetivamentea segunda fase do movimento autonomista. forma-se entáJ lute o Comitê Pró-autonomia acreana para dar base de out sustentação ao projeto de Lei. De 1957 a 1962, 0 na Movimento Autonomista ganha muita força e os membro! red do comitê entram em intensa atividade. cor de~ Apôs a Primeira Eleição Direta, a Ditadura Milita: pia obriga José Augusto a renunciar . civi Logo em seguida à assinatura da Lei 4.070, 511 ind convocadas eleições gerais para governador e deputad~ Co Os constituintes teriam 120 dias para elaborar a ca Brc constitucional do Estado do Acre. Caso não o fizes~ ind passaria a vigorar no Acre a constituição do Estado ~ Amazonas. Em 1 º de março de 1963 foi promulgada J me primeira constituição do Estado e toma posse o prime-1 me governador constitucional. 1: ex1 . Por ironia do destino, o presidente João Goulart, ~ es1 assinou a lei de autonomia do Acre, era do P\J se1 Trabalhista Brasileiro (PTB), partido que em nível reg., if su, se opunha ao projeto da lei da autonomia, de autoria !- --------------------:;------------------ CE 6 CEPCON - Centro Preparatório para Concursos HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE :'.--....,,.---:------:----=--:---:-.,...-.,...------....;;.. asil fi~ 1 luta dó\' esmand~ ceder áa, Guiomard Santos, que era do Partido Social Democrata em 1980) e Chico Mendes (assassinando em 1988), (PSD). As contra-argumentações sobre o projeto vinham conquistou espaço no movimento sindical. Através dos obretudo de Oscar Passos do mesmo PTB de Jango. "empates" - manifestações pacíficas dentro da floresta 5 Qscar Passos e seus correligionários no Acre eram para parar o desmatamento e preservar a posse dos t ontra a lei de elevação do território do Acre a Estado. seringueiros, o movimento passou a impedir a expansão e Mesmo assim a lei foi assinada e quem acabou descontrolada da fronteira e forçar a intervenção do Juta apó\: · saindo vitorioso do processo eleitoral que se seguiu foi o governo nos conflitos. Logo no início, contaram com a próprio PTB. Nas primeiras eleições livres e diretas participação de índios mais próximos ao movimento nos 1904, 1 rgiram ~ :, , acreant 1 entes ·tle ndos, q~ para )5í realizadas na história do Acre foi o PTB o grande empates. vencedor. O partido elegeu o primeiro governador Em outubro 1985, com apoio da UNB e organizações constitucional e todos os prefeitos municipais. da sociedade civil, os sindicatos dos seringueiros do Acre Pouco mais de um anos após a eleição de José convocaram o primeiro encontro nacional dos seringueiros Augusto, ocorre o golpe militar no pais. Militares obrigam em Brasilia, reunindo representantes de comunidades então José Augusto a renunciar terminando assim a extrativistas de cinco estados da Amazônia. Nesse a qualqtJ'& primeira experiência democrática do Acre. encontro, foi criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS). ; própri~ , -..-~-:---~-~-----~~~~--~--, l ~- Mó"vimentos de defesa· da tio resta ·n·ó cantes na ' J' · · ' Acre. 1ento dt]i' 1 L----------------------..l revolta°'s' região êJ I Na década de 70 o governo militar lançou um Ta O no". , programa ambicioso de obras e colonização visando a f I abertura de novas frentes de desenvolvimento na nistrativa/ 1 Amazônia. Mas com a abertura das novas estradas, pela lf• primeira vez ligando os centros nacionais de população e use~am Ji ' a capital com o coração da floresta, descobriu-se que a O dias. ,O'. ,lares pá~ : Amazônia não era o vazio demográfico que os movimerltõ governantes da época pensavam. ·ti , O século vinte chegou para os povos da floresta com :orreria ri; , violência, sangue e cinzas. Dezenas de povos indígenas chegar~ foram assolados e devastados pela doença, as invasões e 3 nsamen~ i a destruição dos seus recursos naturais. :uação dê Comunidades extrativistas, como os seringueiros do r; Acre e os castanheiros do Pará enfrentaram inúmeros "fi 11\ conflitos com grileiros, madeireiros e pistoleiros e muitos ue uni IC9ú um úni~ perderam as suas terras e até as suas vidas na luta pela ·ebeliõesfe 4 , terra. reforrna,:lá Os movimentos sociais da Amazônia surgem na ade de Rl8 ' década de 70 como a resposta - inovadora, original e ·t · inesperada pelos planejadores oficiais -: dos povos 1 quando~ amazô~icos à violência e destruição da fronteira .. ,s federais'. Foi na luta pela terra, pelos recursos naturais, e seus 3 cional à"'s usos diferenciados pelas comunidades tradicionais, que os revert~r 'lã. ' movimentos dos povos da floresta foram se organizando e ·ez. ApesÍii se aproximando. Em 1980 duas reuniões de pouco mais amente & de quarenta lideres indígenas fundaram a União das n O regiri Nações Indígenas. ; Essa primeira organização, independente de ,ard Sant!s representação nacional dos povos indígenas, preocupou estado ná. muito o governo miljtar, que chegou a entrar na justiça ivamente.t · contra o uso das palavras "nações indígenas" na sigla. ia-se então ' Somando a experiência de dezenas de conflitos e . base dé lutas localizados em todo o país, a UNI se articulou com a 1962 )1 outros setores da sociedade civil nacional, empenhados s membrÕ! na resistência contra o governo militar e a pela t .. redemocratização do país, · para dar visibilidade aos r- · conflitos locais, outrora inv1s1veis e extremamente ura Mililii desiguais, e para a reivindicação dos direitos indígenas no f Plano nacional. Teve, com grupos aliados da sociedade 4 070 Jo civi!, uma atuação importante no avanço dos direitos d~put~doS 1 1nd1genas na Constituição de 1988 e foi o precursor da rar a ca~ Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia 0 fizessem: ~~slleira (COIAB), que hoje representa 165 povos Estado dO- 1ndigenas e 75 organizações regionais. imulgada a· _Foram os seringueiros do Acre que lideraram a , 0 primei~, mob!flzação dos extrativistas. Era inicialmente um t : movimento espontâneo de resistência contra a pistolagem, ,oulart, qúe . expulsões e ameaças que sucederam a abertura da do PartidO' estrada 317 no vale do Rio Acre e a venda dos antigos vel regionl senngais para pecuaristas do sul, porém, com o i autoria de! surgimento de lideres como Wilson Pinheiro (assassinado ----, CEPCON - Centro Prep"aratório para Concursos l 7 Chico Mendes, e um grupo de seringueiros e assessores, formularam a proposta ila Reserva Extrativista. Perante a experiência da violência e destruição do modelo oficial do desenvolvimento reinante na fronteira, os seringueiros desenvolveram uma proposta original para que as suas formas de · uso da terra e conhecimento dos recursos naturais, tidos como atrasados e fadados a desaparecer, com o devido reconhecimento dos seus direitos fundiários, acesso áos serviços sociais, e investimento na economia florestal, pudessem se transformar numa alternativa de conservação e desenvolvimento sustentável. Com base na proposta da Reserva Extrativista, conceituada desde o início como análoga a Terra Indígena, os seringueiros começaram a se articular com o movimento nacional e internacional ambientalista, chamando atenção para as repercussões globais das suas lutas localizadas pela defesa da floresta. Em 1987, o então coordenador da UNI, Ailton Krenak, o primeiro presidente do CNS, Jaime da Silva Araújo, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Chico Mendes, fizeram um evento público em São Paulo para discutir a proposta da criação da Aliança dos Povos da Floresta, enfocando os paralelos entre suas experiências e lutas e a importância de construir uma aliança efetiva. Deram depoimentos para a Comissão Bruntland das Nações Unidas, que subsidiariam a organização da Eco- 92, a conferência internacional sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável realizada pela ONU, no Rio de Janeiro, em 1992. Em fevereirode 1989, meses apos o asl5assinato do Chico Mendes, a Aliança dos Povos da Floresta foi lançada no Primeiro Encontro Nacional dos Povos da Floresta e Segundo Encontro Nacional dos Seringueiros, no Rio Branco do Acre. A Aliança deu respaldo a dezenas de colaborações entre índios e seringueiros em conflitos com grileiros e madeireiros no Acre e à gestões conjuntas das duas organizações no plano nacional na reivindicação pelos seus direitos e defesa das suas proposti}S alternativas. A Afiançá deu inicio e liderou a mobilização que resultou na criação do Grupo de Trabalho da Amazônia, que hoje conta com 623 organizações em todos os estados da Amazônia. Hoje, perante quase 20 anos de conquistas, mas enfrentando ameaças de proporções inéditas, como os efeitos da mudança climática na floresta e as forças econômicas da globalização, a COIAB, CNS, e o GTA vêem a necessidade de se rearticularem, fazer a reflexão e avaliação dos seus históricos coletivos e sobre a conjuntura atual, e propor caminhos que possam levar a elaboração e implementação de políticas que possam avançar ·na busca de melhoria de qualidade de vida desses povos, e preservação das florestas. Por essa ' ..,,, HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE razão, foi que um grupo de lideranças do CNS, GTA e COIAB, reunido em Santarém, em março de 2007, tomou a decisão de re-articular a Aliança dos Povos das Florestas e num segundo encontro, realizado no final de abril de 2007, em Manaus, a mesma liderança, juntamente com pesquisadores e instituições deliberaram pela realização do Segundo Encontro dos Povos das Florestas, tendo como enfoque principal o problema das mudanças climáticas e a implantação de políticas que compensem os povos das fiorestas pelos serviços prestados ao ecossistema pela ocupação secular de tais povos. A Luta de Chico Mendes As mudanças e transformações que aconteceram no Acre são fruto de um movimento que inicialmente foi de resistência e denúncia. Teve como base um movimento social muito forte, organizado a partir da Igreja Católica (Comunidades Eclesiais de ·aase) e que criou condições para a organização dos sindicatos rurais convencionais .. Esse movimento ganhou força com o envolvimento de lideranças visionárias como Chico Mendes, que estimulou muito esse novo caminho. Uma singularidade que ainda não está devidamente registrado pelos pesquisadores e cientistas, mas que a história já faz por onde registrar. O que era no início um movimento de denúncia e de resistência, sob certo aspecto, convencional, se transformou em um movimento prepositivo, que defendia um novo modelo de ocupação e desenvolvimento para a Amazônia, com propostas de políticas públicas inovadoras. Já vivíamos o período da redemocratização do país, mas isso não significou uma mudança na visão da política oficial brasileira em relação à Amazônia. As denúncias contra as políticas públicas brasileiras continuavam crescendo no mundo. O desmatamento crescia em igual proporção e a novidade é que começaram a surgir movimentos políticos partidários. O movimento ganhou força e no caso do Acre, suas propostas foram transformadas em políticas públicas a partir de 1993. Chico Mendes iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participou ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organizou também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos. Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, e foi eleito vereador pelo MDB local. Recebe então as primeiras ameaças de morte, por parte dos fazendeiros, e começa a ter problemas com seu próprio partido, que não se identificava com suas lutas. Em 1979 Chico Mendes reúne lideranças sindicais, populares . e religiosas na Câmara Municipal, transformando-a em um grande foro de debates. Acusado de subversão, é submetido a interrogatórios. Sem apoio, não consegue registrar a denúncia de tortura que sofrera em dezembro daquele ano. Chico Mendes foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e um dos seus dirigentes no Acre, tendo participado de comícios com Lula na r~gião. Em 1980 foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido de fazendeiros da região, que procuraram envolvê-lo no assassinato de um capataz de fazenda, possivelmente relacionado ao assassinato do CEPCON - Centro Preparatório para Concursos 8 presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia, Wilson Sousa Pinheiro. Em 1981 Chico Mendes assume a direção da Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente até sua mo~, Candidato a deputado estadual pelo PT nas eleições d; 1982, não consegue se eleger. Morte A Em 22 de dezembro de 1988, exatamente urna semana após completar 44 anos, Chico Mendes f~ · assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos ,' fundos de sua casa, quando saía de casa para tornar; ~n~. . Arnazê décadc encont mais vi c, invasã( industr atingid irnpres indústc Chico anunciou que seria morto em função de sua' intensa luta pela preservação da Amazônia e buscou . proteção, mas as autoridades e a imprensa não deram atenção. Após o assassinato de Chico Mendes mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos, humanos e ambientalistas se juntaram para formar O . "Comitê Chico Mendes". Eles exigiam providências e' através de articulação nacional e internacional pressionaram os órgãos oficiais para que o crime fosse . punido. À altura dos novos desafios do mundo Uma das mais eficientes maneiras de fazermos a· defesa da preservação da Amazônia é estabelecennos políticas de uso sustentável dos seus recursos naturais. Por outro lado, a Amazônia, que sofreu as mais graves conseqüências, os maiores danos, fruto de um período de grande crescimento do pais na década de 70, o chamado "milagre econômico", que atravessou décadas de estagnação do crescimento do país, encontra-se hoje, inserida num processo de crescimento econômico sustentável, graças à ação e ao trabalho do governo do presidente Lula que criou as condições para que o Brasil possa ser uma referência no mundo pós-crise financeira de 2009. No momento em que o mundo discute mudança climática e o Brasil vive um circulo virtuoso de crescimento econômico, é oportuno e adequado que se corrijam os erros cometidos e sejam criadas as condições para que se implante um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia que esteja à altura dos desafios que o mundo vive hoje. Precisamos, por exemplo, mudar, de maneira definitiva, o foco do modelo de transporte na Amazônia. Não pode mais estar centrado nas rodovias, é um equívoco. As rodovias ao longo dos últimos 30, 40 anoo materializaram esse equívoco por promover o desmatamento de grandes extensões de áreas e provoca graves problemas sociais. O Acre tem um sistema de transporte intermodal fluvial, aéreo e rodoviário, onde particularmente nas rodovias, busca-se antecipar-se aos problemas que estas trazem, utilizando-se da implantação de fiorestaS estaduais e unidades de conseivação como redutores de impactos ambientais. É importante também, que o Código Florestal, assil como, toda a legislação ambiental, seja atualizado 1 modernizado para que o Brasil continue se firmando com: um pais que prioriza na sua agenda e no seu modelo d! desenvolvimento a defesa da biodiversidade e o equilíbrit ambiental. A destruição do aparato legal que combate 1 ilícito ambiental no Brasil e o desmonte do Cód~ Florestal, como defendem alguns, é o pior que pol acontecer. E1 consut govem borracl 1942, Traball argani~ de nor da bar criou estabe fixou n seringc de cré< E, assegt impunt consid, produç pratica ainda 1 da ca obriga, da bo cumpri ação significregras limitaç1 o duraçã seringc pelas , fato, a borrac proces extrati1 grandE minimi do pa interne Estadc sering, A OS CC extra til atitude sering, sering, Patrão borrac períod Palitice Camp1 ~ CEPc, HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE , A9r,icultura no Acre: das colônias j}í~olàs aos projetos de assentamento "j t dirigidos. A crise da economia da borracha mergulhou a região ; Amazônica na estag~a_ção e decadência até fins da ; década de 30 e 1~1c10 da seguinte, quando então [,encontraria novas articulações_ de sua economia, agora 1ritais vinculada ao mercado nacional. · com o advento da Segunda Guerra Mundial e a -invasão do sudeste asiático pelos japoneses, os centros industriais mais ava~çados do Ocidente foram duramente ;atingidos pela falta de borracha natural, matéria prima }irnprescind!~el naquele momento, inclusive para a \ indúst(ia behca. Em resposta a essa demanda, que se consubstanciou num acordo do governo brasileiro com o governo norte-americano para reativação da produção de 'borracha na Amazônia - o "Tratado de Washington"-. em 1942, foi criado o Serviço de Mobilização de ternaci .: Trabalhadores para a Amazônia (SEMT A), visando :rime foij,st 1 : organizar e incentivar a migração de um novo contingente r . ·· de nordestinos, que ficaram conhecidos como "soldados li da-borracha". Além disso, o mais. importante, o governo · criou também o Banco de Crédito da Borracha, azermos:) estabeleceu o monopólio estatal sobre esse produto e Jelecemiôfc fixou regras para regulação das relações de trabalho nos ,aturais.!}' seringais como condição para efetivação das operações u as mâis. · de crédito com os seringa listas. ~:' uto de u/i( Essas regras instituíram o contrato-padrão, o qual :ada de 10;· assegurava ao seringueiro determinados direitos e JU déca{fs· ·, impunha obrigações. No que se refere aos direitos, ele era tra-se hoit considerado um arrendatário e receberia 60% de sua econômii9. · produção de borracha a um preço correspondente àqueles ;iovernoJ{ praticados nas praças de Belém e Manaus. Garantia-se 1ue o BraJII . ainda um hectare de terra para plantio, além da pesca e i financei~ da caça e venda de peles de animais. Quanto às ·J ... ' obrigações, ficava estabelecida a exclusividade da venda -r : da borracha para o seringalista contratante. O não- mudan~ cu~pnmento dessa cláusula configurava fraude, sujeita à :rescimentô a~a~ penal. Esse fato representou uma mudança corrijam i s1gmficativa em relação ao período anterior, no qual as Jara que se r_eg_ras _ eram detemnimidas pelos seringalistas sem tentável n'a · hm1taçoes legais. 1e o mundQ O segundo ciclo da borracha teve, no entanto, curta de maneirá duração. Com o témnino da Segunda Guerra Mundial os nazônia. f seringais de cultivo do sudeste asiático foram retoma.dos "} pelas potências industriais do Ocidente. Somado a esse ,vias, é up fato, a indústria passou a utilizar em escala crescente a 10, 40 anôs borracha sintética, obtida a partir dos resíduos do amover ó processamento industrial do petróleo. Com isso o ; e provoci extrativismo da borracha natural na Amazônia sofreu { grande impacto e entrou novamente em crise, só mimm1zàda na década de 60 com o advento da expansão do parque industrial nacional, que ampliou o mercado mente interno e possibilitou, por medidas protecionistas do s que Estado, a absorção da borracha natural produzida nos 3 floresta!" senngais nativos da Amazônia. edutores de, A partir da década de 60 também intensificaram-se . • os c?nflitos de classes no interior das empresas esta_l, ass1~~ :xtrativ1st~s, . ?correndo tanto ações coletivas como tuahzado e~ titudes_ 1nd1v1dua1s de seringueiros contra patrões ,ando com!i senngahstas. Era comum, em cidades como Xapuri os 1 mode_l? d\C!ri~gueiros ~irigirem-~e ao banco para denunci~r o , o equ11ib~ít P trao que nao cumpria a tabela oficial de preços da , comb~te 0~ bor'.acha fixada pelo governo federal. Também foi nesse do CodlQ~ Pe~iodo que surgiram as primeiras formas de organização r que pod•; Poht1ca no campo acreano, como núcleos do PCB, Ligas , Camponesas e cooperativas apoiadas pela Igreja Católica. ---- CEPCON - Centro Pre~aratório para Concursos 9 L Nos anos 60, os governos militares caracterizavam a Amazônia como um grande vazio demográfico, "um deserto verde", que precisava urgentemente ser "inundado da civilização fecundadora". Por causa dessa visão no final da década foram intensificadas as ações governamentais que tornaram a região alvo de grandes corren_tes migratórias, das várias regiões do país, incentivadas pelo governo federal por meio da abertura de estradas e da implantação de projetos de colonização. Em 1966, o governo Castelo Branco propôs um conjunto de medidas denominadas "Operação Amazônica", criando a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e o Banco da Amazônia S/A (Basa) e instituindo incentivos fiscais para atrair o investimento de capitais para a região, oferecendo desde isenção do imposto de renda para pessoas jurídicas até a desobrigação total do pagamento de taxas sobre importação de máquinas e eqt.l!pamentos. A política desenvolvimentista, delineada no Plano de Integração Nacional, que vigorou por toda década de 70, pretendia inibir as tensões sociais que estavam sendo geradas pela concentração fundiária e pela modernização capitalista da agricultura no Centro-Sul e no Nordeste do país. Durante os anos 70 e 80, observou-se um enorme cre~cimento populacional na Região Norte, acompanhado de intensa urbanização. Os Estados do Acre e do Amazonas, que não constituíram a "fronteira agromineral" tiveram, forte redução relativa de sua população rural. Esse conjunto de medidas transformou a Amazônia em alv~ de múltiplos interesses de grandes grupos 1ndustna1s e financeiros, abrindo campo para a especulação fundiária. O processo de reorientação promovido pelo governo federal da economia amazônica, e particularmente da economia acreana, contou, de um lado, com a retirada do apoio financeiro aos seringalistas e, de outro, com incentivos fiscais, financiamentos e propaganda junto aos potenciais investidores. Com o extrativismo gumífero em crise no mercado e sem apoio creditício, os seringalistas foram induzidos a vender suas terras, que apresentavam, naquele contexto, preços extremamente atrativos. Durante a década de 40, em especifico durante a 2ª Guerra Mundial, novamente o Acre se torna um ponto estratégico em relação a economia gumífera, ou seja, é o conhecido segundo surto da borracha acrianb. Contudo, este período foi curto e novamente após o esfacelamento do conflito mundial, a situação dos seringais acrianos volta ao esquecimento e decadência advinda do insucesso perante a competição no mercado com a borracha produzida nos seringais asiáticos da Malásia. Assim, gradativamente os seringueiros passam de fato a ser liberados para a produção agrícola e de criação de animais. Ainda neste contexto o governo passa a implementar políticas de reassentamento familiar, criando as colônias agrícolas localizadas nas· proximidades das cidades e eram originadas de seringais desapropriados. Durante a década de 60 e 70, o Acre passa a ser alvo da Frente Pioneira da Pecuária, que neste período encontrou no território acriano um contexto prospero para implementar suas ambições. É evidente que este processo demonstrou-se mais como um período de grande especulação fundiária, uma vez que muitos dos "paulistas" somente se apossaram das inúmeras facilitações e subsídios oferecidos pelo governo e dos preços ofertados pelas terras acrianas que se demonstravam irrisórios e desconexo com o preço real praticado no mercado. Outro fluxo de povoamento e de HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE colonização do território acriano foi estabelecido pelos "paranaenses", que se destinavam ao Acre em busca de uma vida melhor, enganados por falsas propagandas de especuladoresfundiários. Em conjunto com essa realidade do fluxo de pessoas advindas do centro-sul do país com destino ao Acre, existia uma realidade local onde varias famílias necessitavam regularizar ou possuir um local para trabalhar e efetivar sua vivência. Neste quadro contextual o governo passa a criar os PADs (Projeto de Assentamentos Dirigidos) e os PAEs (Projeto de Assentamento Extrativistas), em ambos buscava-se teoricamente sanar os conflitos pela terra, além de fomentar uma e~trutura organizacional de economia baseada na produção agrícola (PADs) e no extrativismo (PAEs). Entretanto, mesmo que a pretensão governamental ao implementar a criação de Projetos de Assentamento Dirigidos e Extrativistas (PADs e PAEs), fosse a de diminuir as tensões pelo conflito referente ao acesso a terra, ou mesmo para desenvolver uma estrutura organizacional de economia. Na verdade o que ocorreu foi uma nova forma de expropriação destas pessoas, sobretudo, devido a falta de assistência e de meios necessários para o desenvolvimento social e econômico destas famílias então assentadas, muitas se viam em um labirinto sem fim, onde independente do local que fossem, continuariam perdidas e esquecidas. Ainda enfatizando as políticas de assentamento desenvolvidas pelo governo, têm-se as Reservas Extrativistas (RESEXs) e os Pólos Agroftorestais. As RESEXs se conceituam como uma área florestal utilizada por populações tradicionais, como os seririgueiros, por exemplo, e que mantém a sua sobrevivência através do extrativismo, podendo complementar suas atividades com a prática da agricultura de subsistência ou com a criação de pequenos animais. O ponto chave referente as RESEXs é que estas tem como objetivo proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. As RESEXs, materializam um sonho coletivo buscado em muitas das reivindicações de grupos sociais tradicionais como' os seringueiros que por muitos anos galgavam pelo direito de garantir sua subsistência e qualidade de vida, no lugar de sua origem e vivência, ou seja, na fioresta. Outro aspecto importante na lógica das RESEXs, é o que concerne a exploração sustentável dos recursos naturais da floresta, que neste sentido é realizada sob o critério da sustentabilidade e manutenção dos mesmos, a fim de atender as necessidades das gerações futuras, ou seja, busca-se um consenso entre a exploração e a capacidade de regenaração dos recursos naturais. Por fim, após a contextualização dos principais momentos e elementos tangentes ao processo de formação agrária do espaço acriano, cabe ressaltar a origem deste fenômeno ainda no Brasil colônia com a exploração das drogas do sertão e com a formação das populações "cablocas". Posteriomente, tem-se os surtos da borracha que foram de suma importância para o desmebramento e materialização dos principais emblemas referentes tanto a formação da população acriana, bem como de seu espaço geográfico e agrário, cabe ressaltar ainda a frente da pecuária na década de 70, com os empresários paulistas e os pequenos agricultores "paranaenses", aliado a tudo isso, existe a figura do camponês que vive da exploração dos recursos da floresta, assim como, os colonos que tem suas atividades centradas na agricultura. CEPCON - Centro Preparatório para Concursos 10 As diversas politicas desenvolvidas pelos governos sendo eles, municipais, estaduais ou nacional, sempr~ direcionavam a resolução das questões que acabaral'll ficando materializadas no decorrer desta formação agrária especifica. No tocante a esta parte fundamental, onde s, enfatiza as politicas governamentais dentre elas a criaÇão dos projetos de assentamentos, é importante ressaltar a figura dos movimentos sociais das populaçã~ tradicionais, que organizados tiveram papel significativo , para reivindicação de condições de moradia e trabalho 1 dignas e de acordo com as suas bases e preceitos ru~~- 1 Entretanto, torna-se claro que esses anseios não 1 foram atendidos em sua totalidade, muito falta a ser feito · pra que se possa atender efetivamente uma exploração ; sustentável do ponto de vista natural, e, em conjunto com isso, satisfazer as necessidades essenciais do homem campônes. É nesta lógica que alguns estudiosos propõe a idéia do neoextrativismo, que se caracteriza da seguinte maneira: 1 "O neoextrativismo é um conjunto ligado à totalidade i social, a todas as instâncias da vida social, a econômica a · política e a cultural. Na dimensão econômica, é um no~a ! tipo de extrativismo, que promove um salto de qualidade [ pela incorporação de progresso técnico e envolve novas '. alternativas de extração de recursos assossiadas como O 1 cultivo, criação e beneficiamento da produção [ ... ]. Portanto, cultivo, criação, artesanato são extrativistas desde que harmonizem com valores, crenças e costumes da população extrativista e com as caracteristicas do seu ambiente local [ ... ]. Nesta ótica, o neoextrativismo envolve os componentes "agro" e "florestal", além do extrativismo · "puro". Mas não inclui a agricultura e silvicutura moderna· baseada na revolução verde que acelerou a modernização agrícola [ ... ]no Sudeste e no Sul. Ao contrário, o agroflorestal do neoextrativismo envolve diversificação, consórcio de espécies, imitação da estrutura da floresta e uso de técnicas desenvolvidas pela pesquisa a partir dos saberes e práticas tradicionais, do conhecimento dos ecossistemas e das condições ecológicas regionais." (REGO apud SILVIO, 2005. p. 81) Desta forma, segundo os ideais do neoextrativismo, é necessano para se alcançar efetivamente um· desenvolvimento sustentável a todos, a integração entre as modalidades de exploração, tendo como marol' principal a manutenção consciente e sustentável dos, recursos naturais, onde a produção, tanto na fase de" exploração, como no cultivo e no beneficiamento seriam incorporadas a processos técnicos-cientificas que; levassem sempre em consideração os saberes das: populações tradicionais, bem como do conhecimenro 1 criterioso do ecossistema ecológico explorado. , Por fim, é evidente que a situação agrária acriana" ainda apresenta uma série de especificidades que serão modificadas no decorrer do tempo, afinal, o espaçJ geográfico não é estático, pelo contrário, ele está Ili' constante modificação. Neste sentido. enfatizam-se ~: conquistas já alcançadas pelas populações tradicionao•I frente à mercantilização capitalista da terra e da floresta, Portanto, a esperança futura é que realmente esi; processo histórico siga um percurso onde a floresta seJil, explorada de forma racional e planejada, onde ai; populações tradicionais tenham o seu direito a telfl garantido, mas, que acima de tudo tenha condições de viver dignamente, que o estado se desenvolva 1 estabeleça um crescimento econômico racional e d! acordo com as especificidades regionais de seu espa~ geográfico, fomentado um modelo de desenvolvime~ próprio e não simplesmente copiando modelos pre- definidos que muitas vezes estão desconexos di realidade local. --;-e! proJe • A BR 36 de rele trabalh 0portw agrope assent; o ambier adapta, amazô1 como e de 200 2003, , PAE, CI Es que vis a cons1 Em âm em 200 originár cidades recuper Sistemc do SOi( desmat; Os instala d, de Col, apresen promisst moldes 1 De, Esperan Madurei, No desses obstácul, moderna essa rec públicas. conhecin Coe sócio-ecc Ocidenta 1996, o Federal Econômi, Rural nc pesquisa região dr agroflore: Este desempe e Humait região de Acre, 20 Economié ciclos prc indicadon região. Os 1 melhora Parcela e continua lendo em da eficiêr analisada: CEPCON b HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE gove~ '· 1, semR)t ' ~caba~m ao agráflà' 1, onde:ie'i a cria,!;" ""º" essaltar~ opulaÇã~: ignificat/v~ ·, 1 .,o 1 ~ trabalnt preceitt : 1 seios não· a ser f;i\õt ixploraªâ· i : 1junto co"'ni 1 ,... , lo homem, s propõ~, a segui~, 1 , totalida! ·. 'Jnômica' á um nai. qualidá'é!e 'i Jlve novâs', as comci'õ 1 ,,J. , .1 ·etos de Assentamento proJ Ainda na década de 1970, com a pavimentação da R 364, foram criados muitos projetos de assentamento ~ refomia agrária, ocupados por colonos, camponeses e e balhadores rurais sem terra, que buscavam tra ortunidades de acesso a terra na nova fronteira · º~ropecuária. A região do leste acreano abriga muitos ª ssentamentos criados neste período. 8 o reconhecimento das dificuldades e a degradação rnbiental provocada por modelos de assentamento mal ª daptados às características naturais da região !rnazõnica, fizeram o INCRA criar alternativas inovadoras, corno os Projetos de Desenvolvimento Sustentável - PDS de 2001 e Projetos· de Assentamento Florestal - PAF, de 2003, além dos Prbjetos de Assentamento Extrativistas - pAE, criados anteriormente. Estes assentamentos são orientados por princípios que visam conciliar o seu desenvolvimento produtivo com a conservação da natureza e a regularização fundiária. Em âmbito Estadual há os Pólos Agro-florestais, criados em 2005, com o objetivo de assentar famílias carentes ou originárias da zona rural, concentradas nas periferias das cidades, que vivam abaixo da linha de pobreza e recuperar áreas alteradas através da implantação de Sistemas Agroflorestais, mantendo a capacidade produtiva do solo, além de contribuir para a diminuição de desmatamentos. 1 ,xtrat1v1stâs: , 1 i costumêsi Os Projetos de Assentamentos Dirigidos (PAD's), ::as do sêt'. instalados no Acre, a partir de 1976, por meio do Instituto no envol/Jê'. , de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), feiram ,xtrativisn'i\' : apresentados como uma proposta de desenvolvimento ·a moderil'!, promissora para a atividade agrícola, alicerçada nos demiza~Õ: moldes da agricultura familiar. s Dentre esses projetos, foram criados os PAD's Boa ,xtrativisi! Esperança e Humaitá, localizados nos municípios de Sena mitação iJ; Madureira-AC e Porto Acre-AC, respectivamente. ilvidas pê~ · No entanto, a pequena produção familiar agrícola cionais, do · desses assentamentos enfrenta diversos e difíceis condições , obstáculos para se estabelecer no modelo 9a agricultura )5_ p. 81)} medema. Diante destas limitações, busca-se transformar 1 rativismo,'.e_· essa realidade mediante a implementação de políticas ,ente úíii públicas. Contudo, não pode haver transformação sem o - tre" conhecimento empírico dessa realidade. , ·açao en __ ; mo marta , Considerando a carência de estudos sobre a situação i ,ntável dos , sócio-econômica da produção familiar rural na Amazônia ,a fase dé ' Ocidental, especificamente no Estado do Acre, a partir de ,nto seriaiÍÍ. 1996, o Departamento de Economia da Universidade ificos qu1 , Fede~al. do Acr~ (UFAC),_ !niciou o Proje!o Análise iberes dás Econom1ca de Sistemas Bas1cos da Produçao Familiar nhecimenÍó . R~ral no Estado do Acre (ASPF), com o objetivo de , ! i pesquisar três sistemas de produção predominantes na iria acriana ' região do Vale do Acre, o extrativista, o agrícola e o ; que serãô ,, agroflorestal. 0 espa~ 1 Este estudo propõe-se a analisar e comparar o le está ení , desempenho sócio-econômico dos PAD's Boa Esperança 1.izam-se as I e H~maitá, situados no contexto do sistema agrícola, na tradicionais regiao do Vale do Acre, utilizando como Rio Branco - a floresta. i Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de ilmente este Economia, Administração e Sociologia Rural referência os 9oresta se~ ~icl_os produtivos de 1996/1997 e 2005/2006, mediante , onde àj ~~d1 1 .:adores de resultados econômicos adequados à iito a tem g ao. Jndições de , senvolva e Os resultados apontam que, apesar da aparente :ional e de : melhora nos rendimentos das famílias pesquisadas, a seu espa~ · Parcela de renda apropriada pelos produtores ainda ,nvolvimenW continua insuficiente para a reprodução das famílias, odeios pré- lendo em vista seus gastos no mercado, além da redução :anexos d, , da eficiência econômica entre as unidades produtivas analisadas. ~ CEPCON - Centro Pre~aratório para Concursos ! 11 Reservas extrativas no Acre e ét~senvolvimento sustentável. Reserva Extrativista (REx) de domínio mínimo é uma área utilizada por populações tradicionais, cuja sobrevivência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. · Tem como objetivos básicos proteger os meios da vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso· sustentável dos recursos naturais da unidade. As áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas. No Brasil, a Reserva Extrativista é gerida por um conselho deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua admihistração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, confom,e se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. As reservas extrativistas federais são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A ausência de projetos econômicos de uso múltiplo florestal sustentável pode ser considerada a principal causa do desmatamento da Amazônia até nas unidades de conservação criadas por lei na região para manter a grande floresta tropical em pé. Exemplo claro dessa situação vem ocorrendo numa unidade de conservação criada há 18 anos no Acre para se transformar em modelo de sustentabilidade amazônica. Trata-se da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, com quase um milhão de hectares de floresta abrangendo seis dos 22 municípios do Acre e que recebeu o nome do sindicalista acreano para mostrar a sua importância no contexto de uma Amazônia saudável e sustentável. Por falta de projetos econômicos que explorassem de forma sustentável as matérias-primas existentes na floresta - sementes, essências, ervas, entre outras - parte das famílias de seringueiros e pequenos agricultores ali assentados começaram nos últimos anos a criar gado como forma de obter renda para sustentarem seus filhos. Para isso, desmaiaram mais do que a legislação ambiental permite. E hoje, está instalado o conflito, com o lbama ameaçando retirar quase 300 familias (ou 1.500 pessoas) das duas mil assentadas na Resex;desde a sua criação. A Resex tem cerca de um milhão de hectares e compreende os municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Xapuri, Sena Madureira e Rio Branco. O administrador da Resex explicou que, para viver na reserva, que se trata de uma área de proteção ambiental, as famílias não podem desmatar mais do que 30 hectares e têm de viver, sustentavelmente, dos recursos da floresta, de forma a complementar a reí)da. Ele não falou, no entanto, do·apoio que o lbama deveria ter dado para o desenvolvimento de projetos econômicos sustentáveis dos recursos florestais. A defesa do extrativismo na Amazônia: as Reservas Extrativistas Os governos dos estados da Região Norte, apartir de 1960, desenvolveram ações a fim de atrair empresáriosdo Centro-Sul do pais que viessem implantar empreendimentos na área rural. No Acre, nos municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Plácido de Castro, Senador Guiomard, Xapuri e Brasiléia, muitos seringais foram transformados em pastos para gado, ou abandonados. Por outro lado, consideráveis glebas de ----------------------·- .... _ .. ---· - ·--· ·- --· - - - . -·--- ' ....... HISTÓRIA/GEOGRAFIA DO ACRE terra onde moravam seringueiros foram adquiridas pelo Governo Federal para loteamentos de Reforma Agrária. Para poder concretizar estas transformações, muitos seringueiros foram expulsos com violência das suas moradias e saíram à procura de novas áreas. Assim eles ocuparam seringais abandonados ou glebas do governo. Estes seringueiros ficaram sem patrão e deram
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