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Sobre o que se trata o podcast praia dos ossos:
O podcast Praia dos Ossos foi uma idéia que surgiu da constatação de que as feministas mais jovens, como a Paula Scarpin e a Flora Thomson-DeVeaux, não conheciam a história do assassinato da Ângela Diniz e da repercussão que a defesa do assassino teve no movimento feminista brasileiro.
Minissérie em podcast narra as motivações e os desdobramentos do homicídio da socialite Ângela Diniz cometido pelo empresário Doca Street.
“Essa é a história de uma mulher, da morte dela, e de tudo o que veio depois”. A frase-síntese, narrada nos primeiros minutos pela idealizadora e apresentadora Branca Vianna, é um prenúncio do que é desenvolvido ao longo dos oito episódios que compõem o podcast Praia dos Ossos.
Praia dos Ossos começou a ser produzido em janeiro de 2019 como o podcast de estreia da produtora Rádio Novelo, como forma de recontar o assassinato da socialite Ângela Diniz, morta em 1976 na Praia dos Ossos. A proposta da produção era questionar a popularidade e o respaldo dado ao autor do assassinato, Doca Street de forma que Diniz chegasse a ser considerada culpada por sua própria morte. Assim, a produção abordou vários temas, entre eles o feminicídio. 
Segundo a produtora, para a produção do podcast foram lidos vários livros, jornais e revistas. Seu material contou, ainda, com mais de 50 entrevistas, incluindo uma entrevista dada por Doca Street. Os episódios foram apresentados por Branca Vianna, também creditada como a idealizadora do Praia dos Ossos. 
O podcast teve um total de 8 episódios. O último foi lançado em 31 de agosto de 2020. Após isso, ainda foram liberados dois conteúdos bônus com exclusividade para assinantes da revista Piauí. 
O caso Ângela Diniz, como ficou conhecido o assassinato da mineira pelo então namorado, Doca Street, na Praia dos Ossos, em Búzios no Rio de Janeiro, ganhou projeção nacional na época em que ocorreu no ano de 1976, principalmente, porque os dois eram figuras conhecidas da sociedade e também porque o julgamento de Doca foi polêmico e para muitas pessoas, indignante, tanto pelas estratégias usadas para defendê-lo, quanto pela pena atribuída na prática, ele saiu livre do tribunal. 
Este provavelmente é o caso mais famoso em que foi usado o argumento da "legítima defesa da honra" para desculpabilizar o homem no assassinato de sua companheira. Mulheres organizaram-se em protestos, graças aos quais a opinião pública mudou, o julgamento foi anulado e um segundo júri condenou Doca a 15 anos de prisão.
Praia dos Ossos além de contar a história do crime vai além, tem como objetivo também que é remontar a morte da socialite mineira Ângela Diniz, as criadoras do projeto até querem falar da fatídica noite do assassinato, mas almejam essencialmente analisar o que é ser mulher no Brasil.
Diniz foi morta na noite de 30 de dezembro de 1976, em Búzios, no litoral fluminense, na casa em que morava havia poucos meses com o namorado, Doca Street, uma figura também comum em colunas sociais da época. A propriedade ficava na praia que dá nome ao podcast, e teve apenas uma testemunha viva.
A copeira Ivanira Gonçalves de Souza trabalhava para a família que vivia ali antes e acabou "herdada", com outros funcionários, pelo casal Ângela e Doca. Ela conversa com a produtora Flora Thomson-Deveaux, americana radicada no Rio de Janeiro, e com a carioca Branca Vianna, fundadora da Rádio Novelo e apresentadora deste e de outro podcast, o "Maria Vai com as Outras".
Souza conta detalhes da noite em que Doca Street agiu como fazia com frequência, sempre que brigava com a namorada -ele arrumou uma mala, entrou no carro e ficou esperando até que Diniz o impedisse de ir embora com beijos, abraços e o convite para remediar a briga com sexo.
"Dessa vez, a tática não fez efeito", lembra a narração. Esperando na esquina da casa, Street se deu conta de que a namorada não o iria buscar de volta. Retornou, então, à propriedade, retomou a discussão e puxou da bolsa uma pistola.
"Aí foi tiro para tudo quanto foi lado", diz a copeira. E, assim, o que poderia ter sido só mais um rompimento de um relacionamento amoroso, se Street tivesse ido embora de vez, se transformou numa das histórias de violência mais famosas da história brasileira.
"Praia dos Ossos" mostra justamente o porquê de um crime idêntico a tantos outros que infelizmente acontecem todos os dias ter se mantido tão vivo na memória das pessoas. E o motivo é Doca Street ter se tornado a grande vítima do crime, nos três anos que se passaram entre o fato e seu julgamento.
A morte da "Pantera de Minas" acabou retratada na época quase como um destino inevitável a uma mulher livre, bonita e feliz. Essa análise foi comprada inclusive pela imprensa, que a propagou em matérias de um machismo surreal, recuperadas agora pelo podcast.
Com uma estética irretocável, "Praia dos Ossos" mostra que a Rádio Novelo é talvez a maior especialista no formato atualmente. A edição sonora se vale de efeitos como a sobreposição de falas e sons para preencher a ambiência de modo elegante e confortável.
O volume das captações é uniforme, algo surpreendente dada a variedade de fontes usadas para os depoimentos -entre elas, falas de amigos da vida toda de Ângela Diniz, que identificam que, por trás de sua aparência esfuziante, havia também bastante tristeza.
BIBLIOGRAFIA:
https://sindipetrosp.org.br/praia-dos-ossos-a-historia-de-uma-mulher-culpada-pelo-proprio-assassinato/

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