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Estrutura Fundiária (1)

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EREM CONFEDERAÇÃO DO 
EQUADOR
ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO BRASIL
Objetivos
Analisar a estrutura fundiária 
brasileira.
Refletir sobre a concentração 
fundiária brasileira.
• Estrutura Fundiária é o modo como as propriedades
agrárias estão distribuídas e organizadas em um
determinado país ou espaço.
• A Estrutura Fundiária brasileira é marcada por uma extrema
desigualdade, com a maior parte das terras agricultáveis na
mão de pouquíssimos proprietários.
• A concentração fundiária é um dos principais problemas do
meio rural porque interfere diretamente nas relações de
trabalho, no modo de vida dos trabalhadores rurais e na
produção de alimentos.
Estrutura Fundiária Brasil
Grupos de área Número de estabelecimentos agropecuários (%)
Concentração do total da área 
rural do país (%)
2.500 hectares ou mais 0,3% 30,4%
de 1.000 a 2.500 hectares 0,6% 14,6%
de 500 a 1.000 hectares 1% 11,16%
de 200 a 500 hectares 2,9% 13,9%
de 100 a 200 hectares 4,2% 8,7%
de 50 a 100 hectares 7,5% 7,9%
de 20 a 50 hectares 16,3% 7,8%
de 10 a 20 hectares 14,2% 3,0%
até 10 hectares 47,8% 2,3%
Produtor sem area 4,93% —
Estrutura 
Fundiária 
Pernambuco
Contexto Histórico:
1530
• criação das capitanias hereditárias e do sistema
de sesmarias, que visava a distribuição de terras
pela coroa portuguesa para aqueles que
tivessem condições de produzir, pagando à coroa
uma quantia dessa produção.
1822
• após a independência do Brasil, a demarcação
de imóveis rurais passou a ocorrer através da lei
do mais forte, resultando em grande violência e
em concentração de terras para poucos
proprietários, tendo esse problema se arrastado
até os dias de hoje.
• A Lei de Terras, que entrou em vigor no Brasil em 1850, pouco
depois da independência, é responsável por regular a estrutura
fundiária, ou seja, a forma como a terra deve ser utilizada. Foi uma
das primeiras leis brasileiras a elaborar normas sobre o direito
agrário nacional. Tal legislação estabelecia a compra como única
forma de acesso à terra, e também aboliu, em definitivo, o regime
de sesmarias. Junto com o código comercial, é a lei mais antiga
ainda em vigor no Brasil.
• A Lei de Terras resultou em práticas de apropriação e anexação de
terras por grandes proprietários via falsificação de documentos de
escrituração imobiliária (prática conhecida como grilagem de
terras) e na exclusão do acesso à terra por negros e imigrantes.
Estatuto da Terra, constante da Lei 4.504, de 30 de novembro de
1964. Ela se caracterizava por fixar os princípios e as definições do
direito agrário, e discorria sobre vários temas, entre eles a reforma
agrária, fundiária e agrícola, zoneamento e cadastro de imóveis
rurais, política de desenvolvimento rural, colonização, contratos
agrários e etc. Este estatuto teve uma repercussão muito grande e
posteriormente foi aperfeiçoado e ampliado por outras leis.
Constituição Federal de 1988 Art. 184.
”Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida
agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e
cuja utilização será definida em lei.”
Motivos da concentração
de terras no Brasil
Políticos/Econômicos:
• A aristocracia rural que efetivamente exerce sua
dominação através da política (Bancada do
Agronegócio) barrando projetos de reforma agrária
que beneficiem a população do campo.
• A posição histórica do Brasil na Divisão
Internacional do Trabalho (DIT) como produtor de
bens primários e commodities influencia as políticas
econômicas formuladas e implementadas pelo
Estado.
Caiu no ENEM!
O gráfico representa a relação entre o tamanho e a totalidade dos
imóveis rurais no Brasil. Que característica da estrutura fundiária
brasileira está evidenciada no gráfico apresentado?
a) A concentração de terras nas mãos de poucos.
b) A existência de terras nas mãos de poucos.
c) O domínio territorial dos minifúndios.
d) A primazia da agricultura familiar.
e) A debilidade dos plantations modernos.
TEXTO I
A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os
proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não
cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras
públicas.
Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).
TEXTO II
O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser
produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma
empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária.
LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolitico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).
Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a
reforma agrária, respectivamente, à
A) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.
B) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo.
C) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.
D) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.
E) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.
Observe a charge ao lado.
O território brasileiro tem como uma de suas questões
políticas internas mais debatidas a temática da
concentração fundiária, ou seja, a posse não democrática da
maior parte das terras no espaço rural do país. Em razão da
intensiva concentração de renda, do estabelecimento de
monoculturas voltadas para a exportação, além de uma
série de fatores históricos, o campo brasileiro é altamente
concentrado nas mãos de poucos proprietários.
Como importante consequência dessa concentração
fundiária em nosso país, temos
A) o crescimento da oferta de mão-de-obra no meio rural
brasileiro.
B) o aumento das linhas de créditos voltados ao pequeno
produtor rural.
C) a redução da especulação fundiária nos latifúndios
improdutivos do Brasil.
D) a expansão de políticas públicas para atender as
demandas dos movimentos sociais no campo.
E) o empobrecimento da população no campo contribuindo
para o inchaço urbano nas grandes cidades.
Referências e indicações:
• http://www.incra.gov.br/pt/estatisticas-imoveis-rurais.html
• https://www.embrapa.br/codigo-florestal/area-de-reserva-legal-
arl/modulo-fiscal
• https://www.oxfam.org.br/publicacao/menos-de-1-das-propriedades-
agricolas-e-dona-de-quase-metade-da-area-rural-brasileira/
• https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/commodities.htm
• http://especiais.estadao.com.br/canal-agro/agrocenarios/agronegocio-
tem-a-bancada-mais-bem-organizada/
• https://mst.org.br/
• https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-o-que-e-
grilagem-de-terra-e-como-contribui-para-o-desmatamento/

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