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DESIGN GRÁFICO PROF. ERICK STACY GAGLIARDI Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Gestão Educacional: Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Felipe Veiga da Fonseca Letícia Toniete Izeppe Bisconcim Luana Ramos Rocha Produção Audiovisual: Eudes Wilter Pitta Paião Márcio Alexandre Júnior Lara Marcus Vinicius Pellegrini Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4 1. FUNDAMENTOS DO DESIGN GRÁFICO ............................................................................................................... 5 1.1 O QUE É O DESIGN? E O DESIGNER? ................................................................................................................. 5 1.2 O DESIGN ESTÁ EM TODO LUGAR ..................................................................................................................... 5 1.3 ARTE X DESIGN OU ARTE + DESIGN? ................................................................................................................7 1.4 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL NO DESIGN E COMUNICAÇÃO ................................................................ 8 1.5 MENSAGEM E ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO .............................................................................................12 1.6 ESTILO .................................................................................................................................................................14 1.7 CRIATIVIDADE ......................................................................................................................................................16 1.8 BREVE HISTÓRIA DO DESIGN ............................................................................................................................17 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................19 FUNDAMENTOS DO DESIGN GRÁFICO PROF. ERICK STACY GAGLIARDI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: DESIGN GRÁFICO 4WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO O estudo do design se divide em diversas áreas do conhecimento, dentre elas temos o design grá� co, design de moda, de interiores, de produto, de embalagem, desenho industrial e diversas outras, mas todas elas convergem para um vetor comum, projetar e solucionar problemas, facilitando e harmonizando a vida humana. Com isso em mente, podemos perceber a grande importância e contribuição dos designers para a sociedade contemporânea. Nesta disciplina, teremos nosso foco voltado ao estudo do Design Grá� co, que, de acordo com Villas-Boas (2003), em avaliação da área e pro� ssão a� rma que design Grá� co ou Projetismo Grá� co refere-se à área de conhecimento e à prática pro� ssional especí� cas relativas ao ordenamento estético-formal de elementos textuais e não-textuais que compõem peças grá� cas destinadas à reprodução com objetivo expressamente comunicacional. Indubitavelmente o Design Grá� co tem se tornado cada vez mais relevante para sociedade e os negócios, não sendo mais interpretado apenas como efêmero e transitório e sim como vantagem competitiva e estratégica para as empresas e marcas do futuro. A internet não só acompanha como dita essa tendência, a partir da evolução das redes sociais, que costumam ter seus conteúdos baseados principalmente em imagens e vídeos, usam e abusam do Design Grá� co para desenvolver e entregar seus conteúdos, bem como atingir mais facilmente seus públicos-alvo. As cores e formas, quando bem trabalhadas e planejadas, possuem um poder inequívoco de transmitir sentimentos, identi� cação e estabelecemento de forma clara e direta da mensagem e o posicionamento das marcas e produtos, tornando o design desta forma uma importante ferramenta de divulgação e interação com o usuário, diminuindo o espaço entre marca e consumidor, gerando identi� cação e relevância. Em um mundo cada vez mais engajado e exigente, se faz necessário conectar pessoas, negócios, marcas, atitudes e sentimentos, criar laços, grupos, partilhar ideias e assim verdadeiramente mover o mundo. 5WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1. FUNDAMENTOS DO DESIGN GRÁFICO 1.1 O Que é o Design? E o Designer? A complexidade desta de� nição exige uma observação abrangente, o design como veremos está intrinsecamente enraizado em nossa sociedade, fazendo parte de nosso dia a dia, mas mesmo com tamanha exposição muita dúvida ainda paira a respeito da própria nomenclatura da pro� ssão e do pro� ssional. Sem dúvida este equívoco se dá por ser uma pro� ssão relativamente nova somado a in� uência de ser uma palavra adotada em nosso quotidiano sem a devida tradução ou adaptação, desta forma devemos compreender como design a pro� ssão e designer o pro� ssional formado ou habilitado a atuar, como podemos perceber no inglês o “verbo” + o “er” é igual a um “substantivo”, indicando quem faz a ação. Ao pesquisar em diversos dicionários, alcançaremos um entendimento que design é uma concepção de um projeto ou planejamento, por vezes teremos relações com conceito e também com função. O que é o Design Grá� co? O nome Design Grá� co faz referência ao processo � nal, o processo de produção das peças desenvolvidas a partir do meio grá� co, e por isso deve ser considerado em seu sentido mais amplo, pois é o resultado da complexa soma de diversos estudos, observações, planejamentos e práticas. O termo Design, diferentemente do que a grande maioria acredita, não se entende como desenho e sim como projeto. Com isso em mente, devemos compreender que o design se alinha a todo momento com a ideia de projetar, sejam peças, produtos ou artes diversas, sendo então um estudo que deve misturar a teoria a prática, para o atingimento de seus objetivos. Já o nome Grá� co vem de gra� a, que tem por de� nição o signi� cado de escrita, transcrição e representa também o estudo dos signos, e signi� cados visuais, que virão a construir as mensagens, composições, sentimentos e experiências oferecidos pelos projetos de design. O trabalho de um designer consiste em unir elementos, criando assim conjuntos harmônicos que atraiam a atenção do observador, transmitindo uma mensagem e o resultado deve sempre ser alinhado ao objetivo do produto� nal, auxiliando a transmissão de um signi� cado, sentimento ou função. 1.2 O Design Está em Todo Lugar Basta olhar ao redor, sem dúvidas você está rodeado por peças resultantes de um trabalho de design, são desenhos, marcas, símbolos, gra� as e trabalhos desenvolvidos para lhe impactar de uma forma especí� ca, transmitir um sentimento cuidadosamente planejado. Com isso em mente, se torna fácil entender como o design in� uencia a forma como vemos e nos relacionamos com o mundo. Na internet, celulares, mercados, faculdades e até mesmo no trânsito, podemos perceber a presença do design de forma hermeticamente estruturada, por exemplo as cores vermelhas nas placas de trânsito que buscam claramente chamar a atenção a partir da propriedade de urgência da cor, os táxis amarelos tradicionais em Nova York, buscam por sua vez contrastar com o tom acinzentado e opaco dos subúrbios da metrópole. Tudo isso tem como objetivo criar e estimular representações visuais, que visam de certa forma além de impactar e transmitir uma mensagem, auxiliar na organização de nossa sociedade comunicativa. 6WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Desta forma, podemos entender o objetivo do Design também como organizar, agregar funcionalidade, praticidade e e� ciência. Dos objetos e utensílios que utilizamos, aos � lmes, desenhos e séries que assistimos, podemos perceber o design em sua produção, seja no design de embalagem, na direção de arte, na fotogra� a ou na publicidade e propaganda, buscamos seguir um raciocínio já previamente formado pelos nossos costumes, cultura e vivência. Tudo isso deve ser previamente projetado por um designer, levando em conta o meio de comunicação empregado, a cultura no qual o material será inserido e os possíveis ruídos na comunicação, para assim aumentar a assertividade das peças. As empresas, marcas e produtos sem dúvida são as que mais aproveitam do poder de atração e � delização oferecido por um bom trabalho de design, criando e gerenciando sua identidade a partir das formas, tipogra� as e cores, transmitindo assim suas ideias, desenvolvendo seu branding e alcançando seu público. Algumas marcas atingem tamanha força que podem abdicar de ter um tipo alinhado a sua logo, seu poder de presença de marca foi elevado a tal nível que pode ser percebida e interpretada em qualquer lugar do globo apenas a partir da forma e da cor, como por exemplo, a Nike, Shell e a Apple que como podemos perceber nas Figuras 1, 2 e 3 são facilmente interpretadas mesmo sem a apresentação textual do nome da marca, e já utilizam esse tipo de apresentação em seus produtos, fachadas e divulgação. Figura 1 - Logo Nike sem tipogra� a. Fonte: Carolyn Davidson (1971). Figura 2 - Logo Shell sem tipogra� a. Fonte: Raymond Loewy (1971). Figura 3 - Logo Apple sem tipogra� a. Fonte: Rob Jano� (1977). 7WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Este posicionamento de extremo poder de presença no quotidiano das pessoas agrega um valor inestimável e deve ser buscado por toda e qualquer marca que vise adquirir visibilidade e memorabilidade, a partir do design e do branding, o que chamamos hoje de “equidade da marca”. Ela deve ser cuidadosamente projetada e analisada pela equipe de design, testada no público-alvo, para que seja, então, veiculada e atinja seu objetivo, como por exemplo o formato único da garrafa da Coca-Cola, o M do McDonald’s e o S da Sadia, com um piscar de olhos ao visualizar essas marcas, você associa símbolos, produtos e sentimentos previamente impressos em sua memória, baseados na identidade que foi reproduzida e divulgada à exaustão em diversos canais de comunicação como a internet, revistas, televisão, banners, pan� etos, redes sociais etc. 1.3 Arte x Design ou Arte + Design? O que é arte? E o que é design? Ambos são práticas utilizadas para expressão humana, e carregam muitos conceitos que caminham juntos em harmonia, mas apresentam um diferencial tanto em sua fundamentação quanto em seu objetivo � nal. Ambos re� etem a cultura, história e sociedade na qual estão inseridos, levando em conta valores estéticos de beleza, equilíbrio e harmonia, entretanto a arte apresenta-se de forma mais subjetiva que o design, que costuma carregar função e um objetivo costumeiramente comercial e mercadológico. “A Arte é o meio indispensável para essa união do indivíduo com o todo; re� ete a in� nita capacidade humana para a associação, para a circulação de experiências e ideias” (FISCHER 2007, p. 13). Podemos encontrar diversos conceitos, pensamentos e descrições para a arte, mas de forma direta podemos compreender que a transmissão de ideias, sentimentos e emoções e isso se dá por meio de um objeto de arte, que pode ser uma pintura, quadro, vaso, música ou qualquer coisa que funcione como foco transmissor entre o artista e o observador. O observador por sua vez deve analisar, re� etir e criticar, fundamentando sua percepção em toda sua vivência, preferências e estilo de vida, gerando assim costumeiramente incontáveis percepções de uma mesma arte. Cada sociedade apresenta um estilo diferente de fazer arte, pois possuem seu próprios valores morais, religiosos, artísticos entre outros. Baseado nisto, cada região tem sua cultura, no entanto, a arte se manifesta de acordo com elas (AZEVEDO JÚNIOR, 2007). O Design por sua vez é � nanciado e impulsionado pelo meio corporativo, ligado às necessidades do mercado, mesmo compartilhando diversas semelhanças com a arte possui, além de seu objetivo comunicacional, objetivos comerciais arraigados a sua existência. Este entendimento se torna extremamente importante, principalmente, para perceber a necessidade de estudo aprofundado da peça a ser desenvolvida, por exemplo o público alvo, objetivo e tecnologia disponível, para desta forma acertar com a maior exatidão possível a mensagem e a forma como ela será transmitida, entendendo que a mensagem do design diferentemente da mensagem da arte precisa ser percebida de forma semelhante por todas as pessoas, sempre evitando ruídos na comunicação ou interpretações muito divergentes da objetivada pelo designer projetista da peça de arte. No meio corporativo, mensagens dúbias podem causar sérios problemas jurídicos e prejuízos incalculáveis na imagem das marcas e empresas. 8WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 4 - Arte + Design. Fonte: o autor (2019). Outra particularidade do design referente a arte é a maior preocupação com a funcionalidade do objeto a ser desenvolvido, mesmo que utilize técnicas artísticas no desenvolvimento. O design precisa unir de forma harmônica a arte, funcionalidade e sustentabilidade, para que assim possa desenvolver materiais que agreguem valor à marca e a sociedade como um todo. Desta forma, é notável que o design e a arte caminham e sempre vão caminhar juntos, entendê-los nos fará desenvolver materiais mais concisos e � éis a seus objetivos iniciais, aumentando a assertividade e os resultados comerciais, o que não exclui de forma alguma a importância dos conceitos de arte para estas peças, pois utiliza-los trará o apelo estético necessário para impactar as pessoas na forma e proporção correta, concretizando e materializando, assim, as ideias criativas do designer com coerência e inteligência. 1.4 Sintaxe da Linguagem Visual no Design e Comunicação A prática do design carrega em si um grande objetivo comunicacional, utilizando para isso formas, cores e símbolos que, como vimos, objetivam impactar de diferentes formas quem as observa. Essa percepção é baseada em toda carga de experiências e cultura prévias tanto do designer projetista da peça quanto do observador e a isso damos o nome de alfabetismo visual: A missão da arte é transmitir sentimentos diferentes para pessoas diferentes en- quanto a missão do design é transmitir a mesma mensagem para todas as pes- soas. ALFA —> 1ª Letra alfabeto grego.BETA —> 2ª Letra alfabeto grego. ISMO —> Sufi xo grego relativo a doutrina, fenômeno linguístico ou ideológico. 9WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Como muito discutido por Donis (2006) no ótimo Sintaxe da Linguagem Visual, o alfabetismo visual, por meio de técnicas formais, pode oferecer uma mensagem e estabelecer contato direto com o usuário, transmitindo emoções e sentimentos profundos, elas devem ser percebidas pelo consumidor para que gerem interação e interpretação. A sintaxe visual existe. Há linhas gerais para a criação de composições. Há elementos básicos que podem ser aprendidos e compreendidos por todos os estudiosos dos meios de comunicação visual, sejam eles artistas ou não, e que podem ser usados, em conjunto com técnicas manipulativas, para a criação de mensagens visuais claras. O conhecimento de todos esses fatores pode levar a uma melhor compreensão das mensagens visuais (DONDIS, 2006, p. 18). A partir deste entendimento, o designer pode agregar diversas ferramentas em projetos importantes como materiais de divulgação de marketing, embalagens ou mesmo em identidades visuais, que devem transmitir, a partir de suas formas, cores e tipogra� a, ou seja, toda uma mensagem de branding da marca. Mitas vezes ela precisa carregar toda a carga emocional de um storytelling em poucas linhas, cores e formas. Novamente, para Dondis (2006), algumas características nas mensagens visuais são recorrentes e divididas em três níveis: Input Visual, Material Visual representacional e Estrutura Abstrata; que se mostram como um sistema visual perceptivo e básico que é comum a todos os seres humanos e devem ser observados e estudados no momento do desenvolvimento das peças de arte. Quadro 1 - Características das mensagens visuais. Fonte: adaptado de Dondis (2006, p. 20). Como podemos observar na Figura 5, o uso de input visual a partir de símbolos e signos grá� cos permitem o entendimento da mensagem visual por praticamente toda e qualquer pessoa, independentemente das possíveis diferenças culturais ou de idioma. Input visual Material Visual representacional Estrutura abstrata Símbolos, signos, sinais e alfabetos. Experiência direta ao meio ambiente e realidade, pode ser representada desenho, pintura, cinema e arte de modo geral. Inteligência visual, envolve a percepção da estrutura e composição completa da peça. 10WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 - Input visual. Fonte: o autor. Já a Figura 6, um desenho mundialmente conhecido, o Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci, que além de inventor e projetista foi um dos principais precursores da técnica Chiaroscuro (luz e sombra) no alto renascimento, apresenta uma mudança gradual da luz para escuridão, que é o efeito mais importante para desenhos realistas, pois cria um efeito de terceira dimensão, é uma amostra de material visual representacional e estuda as proporções e anatomia humana. Figura 6 - Homem Vitruviano - Material Visual representacional. Fonte: Leonardo Da Vinci (1490). A Figura 7, por sua vez, representa a estrutura abstrata, envolve uma percepção emocional de todo o composto da peça, apresenta padrões e repetições e tem um grande apelo aos olhos, que é a simetria nos posicionamentos alinhados a proporção áurea, qualquer elemento que quebre este padrão se tornará automaticamente o ponto focal principal para o observador. 11WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 7 - O Iluminado - Estrutura abstrata. Fonte: Kubrick (1980). Desta forma, percebe-se que um mesmo objeto poderia inclusive ser apresentado por qualquer um dos níveis das mensagens visuais, a assertividade da mensagem vai depender da clareza imposta pelo designer e a bagagem de linguagem carregada pelo observador, sendo sempre responsabilidade do designer (emissor) a mensagem percebida pelo observador (receptor), levando em conta o canal, o contexto, mensagem e código como veremos a seguir nos elementos da comunicação. Para um conhecimento aprofundado a respeito da sintaxe da linguagem visual, bem como seus importantes concei- tos para todo comunicador visual leia: Título: Sintaxe da linguagem visual Autora: Donis, Dondis A. 2006 Editora: Martins Fontes 12WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1.5 Mensagem e Elementos da Comunicação Outro ponto primário de comunicação que se faz extremamente necessário compreender para trabalhar com design é o conceito de mensagem e os elementos da comunicação, compreendemos que a sintaxe da mensagem visual ocorre de forma semelhante a mensagem tradicional. A partir deste raciocínio, entendemos que a complexidade da linguagem pode impulsionar o entendimento dos métodos e processos a serem utilizados no design para atingirmos desta forma os objetivos esperados das peças de design. A nossa maneira de ver o mundo é resultado da inteligência humana e tem implicações psicológicas e � siológicas, tendo uma relação muito grande na absorção das mensagens, por tanto, o designer deve sempre levar em conta e com muita seriedade que o entendimento das mensagens visuais seja de percepção democrática acessível e compreensível de forma muito semelhante por todos. Devemos nos lembrar que a responsabilidade da interpretação é do interlocutor (emissor), e não do ouvinte/observador (receptor), e com isso tomar cuidado com informações dúbias, abertas a dupla interpretação. A comunicação, por sua vez, está diretamente associada à linguagem e interação humana, é utilizada para a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor, por meio de um canal, com o uso de uma mensagem/código. A etimologia da palavra vem do latim, o termo communicare signi� ca participar de algo, tornar comum, e é base da evolução e formação da raça humana enquanto sociedade, sem a comunicação estaríamos estagnados no estágio primário da evolução humana. Figura 8 - Os elementos que da comunicação. Fonte: o autor. 13WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Emissor: pode ser chamado também de locutor, é ele que gera e emite a mensagem, disparando-a para uma outra pessoa ou grupo, em de� nição direta é aquele que fala e entrega a mensagem. • Receptor: pode ser chamado de interlocutor ou ouvinte, é aquele que recebe a mensagem emitida pelo emissor. • Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, carrega todo o conteúdo de informações a ser transmitida, por meio do canal e a partir do código. • Código: o código representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem que pode ser composto por texto, símbolo, signo, cores e o que mais estiver à disposição para a criação da composição da mensagem. • Canal: é o canal de comunicação em si, o meio pelo qual a mensagem será entregue, podendo ser falada, telefone, internet, revista, material impresso, outdoor, � yer, vídeo, livro, jornal entre outros. • Contexto: é o referencial, a situação comunicativa onde encontram-se o emissor e receptor e pode ter forte in� uência no resultado da mensagem, podemos entendê-lo como o assunto o qual a mensagem se refere, a carga de informações prévias dos envolvidos e tudo aquilo que se relaciona a ela. • Ruído na Comunicação: o ruído é a má decodi� cação da mensagem pelo receptor, por exemplo, uma linguagem ou idioma utilizada pelo emissor desconhecida pelo receptor é um ruído na comunicação. A utilização de inputs visuais como vimos anteriormente auxiliam muito a evitar estes ruídos na comunicação visual e sinalização de espaços de visitação multicultural como aeroportos, shoppings e parques por exemplo. Outros fatores como barulho, volume, má qualidade de impressão ou má visualização também são considerados ruídos na comunicação e devem ser previstos e evitados pelos designers. Entendemos que o ser humano é essencialmente um ser social, o que torna a comunicação um princípio básicode extrema importância para o seu dia a dia. A partir da comunicação, partilhamos informações, conhecimentos e nossas histórias, absorvemos, por exemplo, propagandas, produtos e marcas. Devido a isso, o design tem tamanha importância e propagação na sociedade moderna, tecnológica e engajada na qual vivemos hoje. A comunicação será assertiva somente se o receptor possuir capacidade para decodifi car a mensagem transmitida pelo emissor. No design podemos suprimir diferenças linguísticas e culturais com o uso de cores e símbolos universais, mas é necessário muita pesquisa e análise. 14WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Existem duas modalidades de linguagem, a linguagem verbal e a não-verbal, muito utilizada pelos designers, a linguagem verbal desenvolve-se por via escrita ou oral, já a não- verbal utiliza inputs visuais como desenhos, símbolos, gestos, fotogra� as, cores entre outras. como podemos observar na Figura 9. Entender e utilizar ambas as modalidades de linguagem é de suma importância para atingir bons resultados na comunicação visual. Figura 9 - Comunicação verbal e não-verbal. Fonte: o autor. 1.6 Estilo O design caminha constantemente alinhado ao estilo, cultura e as tendências, devido a isso se torna de extrema importância para todo e qualquer designer manter-se atualizado. Com a utilização correta de um estilo de design alinhado ao objetivo comercial pré-de� nido, podemos adicionar valor às marcas e produtos a partir da aparência, o estilo faz referência a aparência da comunicação estética � nal do resultado do design, seja ele em qualquer aplicação do produto, embalagem ou material de divulgação, por exemplo. E perceber o estilo resulta da união de diversos fatores correlacionados, como por exemplo a percepção do observador, e principalmente da carga sociocultural do designer alinhada ao alfabetismo visual de ambas as partes. O alfabetismo visual, alinhado a cultura e condições comerciais, in� uencia a maneira como as pessoas percebem o estilo dos objetos, como podemos perceber na sazonalidade de preferências relacionadas a moda, como em roupas de estação, ou mesmos nas linhas no design de automóveis. Estilos nascem e morrem constantemente, outros passam e retornam como clássicos ou retrô, impulsionados por movimentos culturais e pouco previsíveis. Até mesmo as cores sofrem imposições da moda, que de� ne as cores que deverão ser utilizadas nas mais diversas aplicações. Um grande exemplo é a marca PANTONE, uma empresa mundialmente conhecida por seu sistema de cores muito utilizado na indústria grá� ca. A empresa elege anualmente uma cor como a cor do ano, e pode ser encontrada nos mais diversos itens durante o ano vigente, como podemos observar na Figura 10 - Living Coral, cor do ano de 2019, incluindo a moda, movelaria, design de interiores, design industrial, design de produto e principalmente no design grá� co. A escolha dessa cor é feita a partir de análises de tendências muito profundas e abrangentes, os membros da comissão do Pantone Color Institute analisam tendências de todo o mundo para chegar em sua escolha que terá grande impacto no estilo dos produtos daquele ano. 15WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 10 - Living Coral, cor do ano de 2019. Fonte: Pantone. Figura 11 - Paleta de cores PANTONE. Fonte: Google Images (2019). Segundo Baxter (1998), os fatores sociais, comerciais e culturais são tão fortes que suplantam os fatores perceptíveis. Para Kotler (1993), os fatores culturais são os que exercem a mais ampla e profunda in� uência sobre o comportamento do consumidor. O que rea� rma a importância do design ser centrado no ser humano, e na sociedade que o circula. O estudo do desenvolvimento de design deve ser pautado na análise aprofundada de todos estes fatores, isso sem dúvida será de suma importância na de� nição do estilo e do sucesso do projeto de design. A análise e estudo deste estilo pode ser desenvolvida a partir de um painel semântico, uma espécie de quadro de estudos repleta de referências visuais desenvolvida pelo designer que reúne imagens relacionadas a ideia central, bem como cores e sensações cromáticas e toda a emoção que deve transmitir, para que o designer possa observar de forma ampla criando uma imersão naquele estilo e sensação. 16WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA O painel semântico é uma ferramenta que auxilia a: - De� nir um estilo. - Organizar visualmente a ideia do designer. - Focar o objetivo � nal. - Gerar imersão. - Expandir a criatividade. Figura 12 - Painel semântico. Fonte: Google Images (2019). 1.7 Criatividade A criatividade é um ponto chave no desenvolvimento de qualquer trabalho de design, e devemos compreendê-la como o resultado de experiências e percepções sócio-culturais, ou seja, a criatividade está mais para um esforço de adquirir diferentes bagagens, por vezes até antagônicas para inspiração do que para um dom divino ou evolutivo que nasce com o ser humano agraciado. A inteligência é inerente a todos os seres humanos. É uma dimensão onde todos diferem, não existindo duas pessoas que possuam exatamente o mesmo per� l. Diante desta variedade de per� s, é possível identi� car determinados tipos de inteligência presentes nos sujeitos e estes tipos podem ser sistematizados em sete grupos principais: lingüística ou verbal, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal (GARDNER, 2003, p. 18). Nos diversos tipos de inteligência citados por Gardner, podemos envolver a criatividade, outra forma de compreendê-la é interpretar como a capacidade de desenvolver saídas criativas e inovadoras. Ou seja, devemos absorver cultura, conhecimento e bagagem, para assim poder condensar e transformar isso em design, a partir da observação e análise de tudo aquilo que já foi desenvolvido anteriormente poderemos moldar o futuro, viagens, � lmes, músicas, quadros, quadrinhos ou experiências, tudo aquilo pelo que passamos torna-se bagagem cultural, e quanto mais bagagem cultural mais material para o desenvolvimento da criatividade nós teremos. 17WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Como vimos anteriormente, técnicas como painéis semânticos podem guiar a criatividade, desenvolvendo de uma forma organizada e metódica o designer, que não precisará se tornar um escravo do “clima” ou “inspiração” para o desenvolvimento de seus trabalhos. Existem diversos meios de guiar a criatividade, como brainstorm, design thinking ou mesmo o brie� ng. Muito utilizado por designers de todo o mundo, o brie� ng é um documento formal que elenca toda informação possível a respeito de um projeto em especí� co, agrega dados da empresa contratante à concorrência, do produto � nal ao público-alvo, criando um compêndio de informação densa e con� ável, que guia a criatividade e estabelece a sequência de trabalho e foco da equipe de design. O brie� ng, por sua vez, além de auxiliar na criatividade, traz muitos benefícios a gestão dos projetos de design, possui uma espinha dorsal costumeiramente semelhante nos diversos projetos mas não costuma seguir uma fórmula padrão, é muito maleável pois permite um desenvolvimento alinhado a realidade de cada caso, um processo de brie� ng bem conduzido traz benefícios inegáveis ao desenvolvimento do design, pro� ssionaliza a operação aos olhos do contratante e oferece dados con� áveis e atualizados para o desenvolvimento dos projetos, auxiliando muito no desenvolvimento de soluções criativas para os mais diversos problemas de design. 1.8 Breve História do Design A história do design tem seu princípio de modo geral junto a arte, com as pinturas rupestres que ilustravam o dia a dia, as caças e as vitórias dos homens das cavernas. Olhando para nossa história encontramos diversas ocorrências de design vernacular, que se refere a objetosde design desenvolvidos por não designers, sem estudos ou embasamentos acadêmicos, como por exemplo utensílios de cozinha, cadeiras de balanço etc., produzidos de forma industrial, mas baseados em modelos desenvolvidos pelo próprio usuário, que os criou de acordo com suas necessidade momentâneas, de forma não baseada em estudos e análises técnicas e formais. O estudo do design, enquanto área do conhecimento e pro� ssão, se dá na fase que chamamos de design moderno, e inicia no século XIX, durante a revolução industrial. A industrialização de produtos antes desenvolvidos de forma artesanal, cria a demanda do trabalho dos designers, que desenvolvem produtos funcionais e esteticamente atrativos e que possam ser produzidos em linha de forma rápida e organizada. O artesão passa a ser substituído por máquinas e operários especializados, o crescimento populacional intensi� ca a busca por produtos, e as linhas de montagem visam resolver este problema de demanda que não seria suprida na produção artesanal tradicional. Ou seja, o conceito de design relaciona-se em seu início diretamente com o movimento de industrialização, com objetivos e estratégias diferentes dos objetivos dos artesãos responsáveis pela produção dos objetos anteriormente. Com a existência das máquinas o design passa a ter mais sentido, e diferenciar-se da arte como vimos anteriormente baseado em seu objetivo � nal. Durante sua história o design passou por diversos movimentos artísticos que auxiliaram a moldar seus estilos e divulgar sua importância em todo o mundo, por exemplo, em 1919, na Alemanha, com o surgimento da Bauhaus, uma escola de design, que durou apenas até o ano de 1932, mas é in� uente no design até os dias de hoje, sendo uma das mais importantes escolas do modernismo no design e na arquitetura. Seguida pela Arts and Cra� s, que foi um movimento social inglês, que ocorreu na segunda metade do século XIX, o movimento defendia o artesanato como alternativa à mecanização e produção em massa e reuniu artistas em prol de reativar a importância estética dos objetos desenvolvidos pelo trabalho manual. 18WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Uma forma muito interessante de percebermos esta transação entre os movimentos do design através da história é analisar a evolução dos logos de empresas centenárias como a Ford, podemos perceber, na Figura 13, que sua primeira versão de 1903 utilizada no famoso Ford Modelo A. Ela apresenta uma espécie de camafeu que dá forma a logo e carrega um forte apelo artesanal em seus traços, pode ser interpretada também como um sinete ou selo muito utilizado naquela época em cartas e documentos. Este mesmo fenômeno pode ser percebido em diversas outras marcas como a Apple, Fiat, Peugeot, Renault e a Yamaha. Figura 13 - Evolução da marca FORD. Fonte: Google Images (2019). De forma breve, analisamos o surgimento do design e parte de sua história evolutiva, com o objetivo de perceber a relação íntima que ele tem com a industrialização e com o comércio, bem como a grande importância do seu apelo funcional e estético, para que assim entendamos o papel do design na sociedade moderna. Para desenvolver seus conhecimentos a respeito da história e evolução do design assista o vídeo ARTS & CRAFTS - Teoria e História do Design, disponível em: <ht- tps://www.youtube.com/watch?v=hFMtcQyC78s>. Neste vídeo você poderá com- plementar seus conhecimentos e ter acesso a uma perspectiva mais interativa do que foi este momento de grande importância para história do design. 19WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, pudemos observar os fundamentos do design grá� co, conseguimos desambiguar o design do designer para um melhor entendimento do meio e da pro� ssão e percebemos como o design está presente em nossa vida, permeando toda nossa sociedade moderna, nosso comércio, lazer, cultura entre outros. Está presente de forma muito constante em nosso dia a dia, e sem o design sem dúvida nossa sociedade seria muito diferente, apática e desinteressante. Compreendemos a relação íntima entre arte e design e principalmente o objetivo prático de cada uma delas, além de entendermos também de forma aprofundada, como é formada a mensagem transmitida pelos trabalhos de design, percebemos que vai muito além do simples trabalho de montagem de imagens e seleção de fontes tipográ� cas. Estes conceitos chave estudados deverão servir de guia de desenvolvimento em seus futuros trabalhos, bem como pilares a serem desenvolvidos para seu amadurecimento pro� ssional. Vimos também nesta unidade que a mensagem visual bem como a mensagem tradicional trabalha de forma muito semelhante, sendo sempre responsabilidade do emissor a mensagem recebida e interpretada pelo receptor, e que diferentemente da arte, o design com seu cunho comercial deve sempre transmitir a mesma mensagem para todos os públicos, buscando ser desta forma sempre assertivo e con� ável. E por � m, � nalizamos com uma análise referente a criatividade e de como pode ser desenvolvida e evoluída a partir da busca por bagagem cultural e informacional, bem como a inerente conexão entre a criatividade e a atividade de design. Inseparáveis em seu cerne, devem caminhar juntas em busca de resultados positivos, trazendo soluções inovadoras que agreguem benefícios as marcas e produtos envolvidos, atingindo, assim, os objetivos pré-determinados dos projetos de design. A atividade de design vai muito além do desenho, pauta-se diretamente com o planejamento, oferece diferencial competitivo e valor as empresas do futuro, e deve ser vista e conduzida com seriedade e responsabilidade. 2020WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 22 1. A COR ..................................................................................................................................................................... 23 1.1 DEFINIÇÃO DA COR ............................................................................................................................................. 23 1.2 SINTAXE DAS CORES ......................................................................................................................................... 24 1.3 O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO ................................................................................................................... 24 1.4 O PROCESSO VISUAL ......................................................................................................................................... 26 1.5 BREVE HISTÓRIA DA TEORIA DAS CORES ...................................................................................................... 27 1.6 A VISÃO DEFEITUOSA DAS CORES ................................................................................................................... 28 1.7 CROMATISMO E ACROMATISMO ..................................................................................................................... 29 1.8 CÍRCULO CROMÁTICO E HARMONIA DAS CORES ......................................................................................... 30 A COR PROF. ERICK STACY GAGLIARDI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: DESIGN GRÁFICO 21WWW.UNINGA.BR 1.9 MATIZ, BRILHO E SATURAÇÃO ..........................................................................................................................31 1.10 CORES QUENTES, CORES FRIAS E NEUTRAS ............................................................................................... 32 1.11 CONTRASTE ....................................................................................................................................................... 33 1.12 PSICOLOGIA DAS CORES .................................................................................................................................34 1.13 TIPOS DE CORES............................................................................................................................................... 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 39 22WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Um dos principais pontos a ser estudado no Design Grá� co é a cor, e isso não se dá sem motivo, a própria percepção sentimental das cores traz referências dos primórdios da evolução humana até a cultura, na qual o indivíduo está inserido, o vermelho como exemplo supracitado para as placas de trânsito, representa este tom de atenção, pois é diretamente conectado ao sangue, ao sentimento de urgência, em contrapartida também tem ligação com o amor, paixão e sexualidade. O luto, por exemplo, costuma ser presentado com a cor preta em países com fundações cristãs, nas civilizações orientais como a China e o Japão é costumeiramente utilizado o branco e na Tailândia é representado pela cor roxa, que possui um signi� cado completamente diferente no ocidente. Desta forma, percebemos que as cores possuem não só um signi� cado, e sim interpretações pessoais e únicas, afetadas e impactadas pela própria formação sociocultural do indivíduo observador e sociedade, na qual está inserido e se mostram uma ferramenta de grande valia para os designers que saibam aproveitar de seus trunfos para atingir os objetivos de seus projetos. Veremos que as cores têm signi� cados bem diferentes entre os observadores ao redor do mundo e que dependendo da linguagem podem também demonstrar sentimentos. A evolução tecnológica nos permitiu desenvolver diversos tipos de modelos de cor especí� cos, para diversos � ns diferentes, impressão ou visualização em tela por exemplo. A partir do estudo de modelos de cor, aprenderemos o correto para cada tipo de arquivo, de forma a trazer qualidade e acabamento pro� ssional a produção industrial e impressão de nossos materiais. Neste módulo, veremos também conceitos, experiências e análises referentes a teoria das cores estudadas por nomes ilustres com Sir Isaac Newton, Goethe e Leonardo Da Vinci, analisaremos conhecimentos relacionados à composição, percepção, aspectos � siológicos, psicológicos e sociais das cores bem como seu funcionamento físico e como é percebido pelo olho humano, os conceitos e modelos de cor e por � m a utilização de forma harmoniosa no design grá� co. 23WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1. A COR 1.1 Definição da Cor Segundo Farina (1990), é uma sensação visual que nos oferece a natureza por meio dos raios de luz irradiados em nosso planeta. A cor é uma percepção visual, captada pelo sentido da visão através da retina que transfere a informação pré-processada para o nervo óptico a é interpretada em nosso cérebro. A cor de um objeto por de� nição é luz re� etida e a cor de um objeto é de� nida exatamente pela frequência da onda que ela re� ete, ou seja, um objeto apresentará determinada cor se não absorver os comprimentos desta onda e assim o re� etir para que possam ser captados pelos olhos humanos. Desta forma, um objeto é azul se absorve preferencialmente as frequências de onda fora do azul. A frequência e comprimento da luz chamamos de espectro eletromagnético e veremos mais adiante seus detalhes e como são percebidas em faixa especí� ca por meio dos órgãos da visão, nos permitindo desta forma diferenciar os objetos no espaço. Analisando as cores enquanto luz, devemos compreender que a cor branca é o resultado do re� exo de todas as cores primárias, sendo elas o verde, azul e vermelho, já a cor preta se dá pela ausência de qualquer luz. Como apresentado pela experiência de Isaac Newton, a cor branca pode ser decomposta em todas as cores do arco-íris, por meio de um prisma. O arco-íris este por sua vez desenvolve o mesmo efeito do prisma, a partir da refração da luz, desta vez nas gotículas de água em precipitação. O estudo das cores já vem sendo desenvolvido a muito tempo e já agrega muita informação para auxiliar os designers modernos, saber utilizar as cores certas de acordo com os objetivos do projeto é tão importante quanto saber desenvolver um vetor, ou selecionar a tipogra� a ideal, as cores terão in� uência direta na tomada de decisão da compra de um produto ou na percepção de seu material de divulgação. Figura 1 - A luz re� etida. Fonte: o autor. A cor de um objeto é a cor que ele REFLETE e não ABSORVE, uma roupa preta por exemplo absorve todas as frequências de luz, gerando uma maior sensação de calor que uma roupa branca que refl ete todas as ondas. 24WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Como podemos perceber analisando a Figura 1, o objeto re� ete a cor que percebemos e absorve as demais, já a cor branca re� ete todas as faixas de luz e a preta as absorve por completo. Um conceito muito importante que deve ser profundamente compreendido é que a cor não é algo material, não é tangível, a cor é uma sensação interpretada por nosso cérebro, tendo uma representação puramente interna, nosso cérebro tende a preencher lacunas e complementar percepções e é neste ponto que agem fenômenos como ilusões de ótica. Um exemplo de percepção é observar objetos em momentos de pouca luz, com uma baixa iluminação ao observamos, um morango por exemplo, a percepção deveria ser muito próxima do preto e branco, mas nosso cérebro autocompleta a partir de informação previamente estocada ao longo dos anos e percebemos algo mais próximo de sua cor real, ou seja, nosso cérebro completa a informação em busca de um melhor entendimento e percepção do mundo que nos rodeia. 1.2 Sintaxe das Cores Bem como a linguagem visual, a cor também possui seu signi� cado enquanto linguagem individual, pois expressa sentimentos e emoções a partir de suas apresentações sejam sozinhas ou em composições multicoloridas, e por sua vez causam profundo impacto cultural no homem e na sociedade. Segundo Farina (1990), seu valor de expressividade a torna um elemento importante na transmissão de ideia e sua mensagem pode ser compreendida até por analfabetos, se aqueles que a manejam souber adequá-la ao � m proposto. Ainda, segundo Farina (1990), a cor possui, como a luz, movimento, peso, equilíbrio e espaço, leis que devem de� nir a sua utilização. Desta forma, devemos interpretar a sintaxe das cores com a mesma importância direcionada à linguagem visual e comunicacional. Podemos perceber que a cor é um meio de identi� cação para diversos objetos, e podem intensi� car e facilitar legibilidade e visibilidade nas mais diversas aplicações. 1.3 O Espectro Eletromagnético Ao analisar o processo visual, devemos compreender a importância da luz, sem ela a visão simplesmente não existiria, pois como vimos anteriormente, é a luz que re� etida nos objetos e absorvida por nossa retina que oferece o sentido da visão, dando ao homem a percepção do mundo que o rodeia. Ou seja, a luz funciona como mediadora entre os objetos e nossos olhos. A cor é física quando emitida por uma fonte de luz, fi siológica quando recebida e transmitida pelos nossos olhos ao nosso nervo óptico e psicológica quando inter- pretada por nosso cérebro que se baseia em nossa bagagem cultural. Por isso, é extremamente subjetiva, abrindo espaço a diversas interpretações, sensações e percepções diferentes e por vezes até antagônicas. 25WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Por longo tempo acreditamos que a luz era a única parte conhecida do espectro eletromagnético, e a primeira descoberta a respeito aconteceu apenas em 1800, quando William Herschel descobriu a radiação infravermelha invisível ao olho humano. Hershel foi capaz de decompor a luz por meio de um prisma, tal qual Isaac Newton anteriormente, então mediua temperatura de cada uma delas, e notou que a temperatura sofreu aumento do violeta para o vermelho, e que a mais alta das temperaturas estava logo após o vermelho, em uma região que não podia perceber nenhum tipo de cor. Um ano depois Johann Wilhelm Ritter descobriu o que chamou de “raios químicos”, raios de luz também invisíveis que provocavam reações químicas, desta vez posicionados antes do violeta, posteriormente os raios químicos foram renomeados para radiação ultravioleta. A luz enquanto onda magnética diferencia-se uma das outras a partir do comprimento e frequência, medidas em nanômetros (nm) é uma medida extremamente pequena (1nm / 1000000000m, ou seja, um bilionésimo do metro), esta faixa intermediária entre 400 e 800 nm damos o nome de espectro visível da luz, que nada mais é do que a extensão percebida pelos olhos humanos. Observando a Figura 2, podemos ver faixas como raios-x, ultravioleta e infravermelho que não são percebidas pelo olho humano, mas se propagam em nossa volta e se diferenciam das cores tradicionais apenas por seu comprimento de onda e frequência. Figura 2 - Espectro eletromagnético. Fonte: Google Images (2019). Desta forma, entendemos o espectro eletromagnético como a união de toda as ondas conhecidas, de acordo com seu comprimento e frequência. E onde estão a cor preta e a cor branca? O branco será percebido como visto anteriormente na união de todas as demais, enquanto o preto se dá quando a superfície absorve totalmente as diversas longitudes de onda, não re� etindo nenhuma delas, o olho não fará a captura de radiação alguma e na ausência o preto será percebido. 26WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Cores Comprimentos de onda (nm) Tabela 1 – Comprimento de onda das cores. Fonte: o autor. 1.4 O Processo Visual Veremos agora a visão de forma simpli� cada, quando observamos algum objeto, a luz que ele re� ete atravessa a nossa córnea até a íris, que regula a quantidade de luz absorvida por meio da dilatação e contração de nossa pupila, tal qual o obturador de uma máquina fotográ� ca. A imagem chega então ao cristalino e é projetada de forma invertida a retina, nosso cérebro ao receber este estímulo inverte novamente para a posição correta. A retina humana apresenta mais de cem milhões de células fotorreceptoras para transformar as ondas em impulsos a serem recebidos pelo cérebro, e são defeitos nessas células que causam doenças cromáticas como o daltonismo. Nosso olho é uma câmara óptica, � sicamente localizado na cavidade orbitária do crânio, possui um diâmetro médio de 2,5 cm e peso de 7 g e uma complexa estrutura formada por diversos elementos como a córnea, esclera, coroide, íris, pupila, cristalino, retina, humor aquoso, humor vítreo e o nervo óptico. A retina por sua vez possui complexas células especializadas como fotorreceptoras chamadas de bastonetes e cones. Os cones são compostos por três tipos de nervos, cada um responsável pela percepção de uma faixa de onda do espectro eletromagnético, sendo eles respectivamente o vermelho, verde e azul, e é com a junção da percepção dessas ondas que nosso cérebro interpreta todas as demais cores do espectro. 27WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 3 - Anatomia do olho humano. Fonte: Google Images (2019). Ao chegar às células fotorreceptoras da retina, o estímulo inicia um processo complexo que virá a culminar no fenômeno da visão. O cérebro humano ao receber esta mensagem interpreta-a e dá sentido ao que vê, gerando compensações que quando desbalanceadas podem causar fenômenos perceptivos como as ilusões ópticas. 1.5 Breve História da Teoria das Cores O estudo da teoria das cores tem seu início com o famoso � lósofo grego Aristóteles (202 à 196 A.C.), que acreditava que as cores eram propriedade dos objetos, tal qual o peso, material e textura, longos anos depois Leonardo Da Vinci (1452 à 1519) veio a aprofundar no estudo das cores e foi o primeiro a a� rmar que a cor era uma propriedade da luz, como sabemos hoje e aprendemos anteriormente no estudo do espectro eletromagnético, e não dos objetos em si. Enquanto estudava a luz do sol na formação das cores, o físico Isaac Newton (1643 a 1727) estudou o fenômeno da difração, que se trata da � exão das ondas em pequenos obstáculos, e foi capaz de separar a luz branca com a utilização de um prisma, decompondo nas sete cores do arco íris, como podemos ver na Figura 4. A contraprova de sua experiência se deu quando utilizou outro prisma invertido na sequência e este resultou luz branca do outro lado. A cor não está no objeto e sim na luz e seu refl exo. Sendo assim, uma propriedade da luz e não do objeto. 28WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 4 - Decomposição da cor. Fonte: Google Images (2019). 1.6 A Visão Defeituosa das Cores Nem todos os indivíduos possuem a capacidade de perceber 100% das cores presentes no espectro visível, e são diversos os possíveis problemas causadores, se faz de extrema importância aos designers considerar esta variação e sempre pensar em saídas inclusivas para as peças de arte, como utilizar contraste e de� nição para que mesmo em cores, ou preto e branco, possa ser percebida a mensagem que a peça tem a entregar. Quando a retina é totalmente insensível a cor, a percepção se dá em preto e branco e chamamos de acromatismo. Como vimos anteriormente, possuímos receptores para as cores vermelho, verde e azul, quando há problema na percepção de alguma delas chamamos respectivamente: • Deuteranomalia, captação prejudicada do verde. • Tritanomalia, captação prejudicada do azul. • Protanomalia, captação prejudicada do vermelho. Neste vídeo, você poderá acompanhar uma experiência clássica relacionada a pesquisa de Newton, por meio do que chamamos de Disco de Newton, o resultado corrobora com a percepção do branco ser composto por todas as cores do espec- tro visível, podendo complementar seus conhecimentos a respeito da teoria das cores. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LlKeTEzYrjo&t=3s>. 29WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Dentre elas, a mais comum é a deuteranomalia, já o daltonismo é uma doença hereditária normalmente de origem genética, mas também pode ser resultado de lesão ou problema neurológico, é mais comumente encontrada no sexo masculino, normalmente associada a protanomalia e deuteranomalia (vermelho e verde), porém pode também se estender às demais percepções prejudicadas. A capacidade de perceber as cores costuma piorar na velhice, não existe cura, porém a tecnologia já oferece diversas opções e equipamentos que equilibram a percepção das cores para os daltónicos, muitos dos celulares modernos já podem ser transformados em uma tela de equilíbrio de cores buscando amenizar esta di� culdade de percepção. 1.7 Cromatismo e Acromatismo Acromatismo se dá pela ausência de cores, a simples percepção referente a luminosidade, seu excesso e falta, gera luz e sombra, referente as tonalidades entre o preto e branco, o que forma uma escala acromática, em que varia a luminosidade em degradê. Figura 5 - Escala acromática. Fonte: o autor. Segundo Farina (1982), o branco e o preto não existem no espectro solar. O branco é a síntese aditiva de todas as cores, e o preto, o resultado da síntese subtrativa, isto é, a superposição de pigmentos coloridos. Já quando a escala cromática se refere a todas as cores do espectro, ela pode ser monocromática formada por um tom de cor, ou policromática formada por dois ou mais tons de cor. Figura 6 - Escala cromática monocromática e policromática. Fonte: o autor. 30WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Qualquer variação na luminosidade, tom ou saturação gera uma modulação, caso encontre-se em intervalos sequenciais podemos interpretar essa modulação como umaescala. Compreender essas escalas traz grande poder ao designer e ao artista, pois permite transmitir os sentimentos objetivados pela arte por meio das cores e as relações entre elas. 1.8 Círculo Cromático e Harmonia das Cores O famoso círculo cromático, por sua vez, se dá pela sequência das cores do espectro solar, onde unem-se seus dois extremos. A partir dele, podemos perceber também a divisão entre as cores quentes e frias, bem como as relações de harmonia e contraste inerentes à relação de proximidade ou afastamento, como podemos perceber na Figura 6. Figura 7 - Círculo cromático. Fonte: o autor. O Círculo costuma ser apresentado como um disco fatiado em 12 áreas, sendo elas três cores primárias, três cores secundárias e três cores terciárias, conforme Figura 7, porém pode ser encontrado com variações com mais cores/matizes, ou mesmo com variações de escala, brilho e saturação por matiz, conforme Figura 8. É a partir do círculo cromático que os designers e artistas desenvolvem as diversas técnicas de harmonia das cores, utilizando a relação imposta entre elas e as composições para transmitir suas ideias, sentimentos e mensagens, de forma artística e assertiva. O domínio dessas técnicas pode trazer grande vantagem competitiva ao designer e sem dúvida auxiliar no resultado objetivado pelas peças de arte e campanhas, que sejam desenvolvidas a partir de seus conceitos, sejam eles objetivos comerciais, marketing, comunicação, branding entre outros, pois oferece também mais clareza e objetividade, auxiliando na percepção da mensagem visual. Utilizar o círculo cromático não é exclusividade do design grá� co, ele é uma ferramenta muito comum ao designer de interior, moda ou qualquer área que necessite de uma visão crítica referente a aplicação prática de contraste e harmonia de cores. 31WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1.9 Matiz, Brilho e Saturação São características intrínsecas à natureza das cores a matiz, brilho e saturação, são elas que nos permitem classi� car e distingui-las, pois diferenciam as cores dentro do espectro visível, criando uma gama enorme de possibilidades para aqueles que saibam como as manipular. Em resumo, podemos perceber matiz como a cor pura e essencial, o brilho é a claridade ou escuridão imposta sobre ela e a saturação por sua vez representa a pureza ou intensidade da cor em questão. Figura 8 - Círculo cromático – Matiz. Fonte: O autor. Como podemos perceber na Figura 8, a matiz pura das cores encontra-se onde não se é aplicada variações de brilho e saturação, na cor pura e essencial. É o primeiro e atributo da cor, sua identidade como nos referimos, verde, vermelho, azul, roxo. Já o brilho, também chamado de valor ou luminosidade, é quando adicionamos ou removemos luz de um matiz, refere-se à claridade ou escuridão que a cor possui, por exemplo na primeira escala monocromática apresentada anteriormente na Figura 6. De acordo com a observação do contraste, uma cor só pode ser considerada escura quando há uma base de comparação, um amarelo em fundo branco pode ser considerado escuro, enquanto o mesmo amarelo em fundo preto será considerado claro. 32WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA O livro Psicodinâmica das cores em comunicação, aprofunda-se de forma muito interessante no es- tudo das cores e seus impactos no homem e so- ciedade, sua análise se estende do âmbito cientí- fi co, fi siológico, psicológico e cultural, agregando de forma profunda ao tema e sendo leitura obriga- tória para designers e artistas. Título: Psicodinâmica das Cores em Comunicação Autores: Modesto Farina; Clotilde Perez; Dorinho Bastos Editora: Edgard Blucher Por � m, a saturação, outra propriedade intrínseca da cor, por vezes também chamada de croma, se dá quanto a adição de cinza ao matiz, refere-se a pureza ou intensidade da cor, deixando as cores mais intensas e vibrantes ou sobrias e pacatas, pode ser uma forte aliada ao designer para trabalhar com contraste, ou harmonia, pois transita entre os dois extremos. Figura 9 - Escala croma/saturação. Fonte: o autor. 1.10 Cores Quentes, Cores Frias e Neutras O círculo cromático pode ser separado em dois hemisférios opostos, sendo um deles as cores frias e outro as cores quentes, essa percepção por sua vez é diretamente relacionada com experiências humanas e observações prévias como a correlação do vermelho, amarelo e alaranjado, com o fogo e do azul com a água e o gelo, pois de forma implícita e subjetiva nos recorda e remete a essas percepções. Essa percepção foi primeiramente desenvolvida pelo psicólogo alemão Wilhelm Wundt (1832-1920), com a intenção de designar as percepções e sensações geradas pelas cores nos seres humanos. Ele acreditava que as cores quentes estimulam por serem dinâmicas e associadas a vitalidade, e movimento, enquanto as cores frias, mais estáticas e suaves traziam calma e tranquilidade. Essas percepções são uma grande vantagem a ser utilizada pelos designers, auxiliam e muito a transmitir sensações mais primitivas, relacionadas a instintos mais naturais. Todavia da mesma forma que a luminosidade de uma cor é de� nida a partir da comparação com outra próxima, a temperatura também pode ser, o amarelo ao lado do vermelho se torna quase frio, enquanto próximo do azul seria uma cor bastante quente. 33WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Outro grupo de cores muito utilizado são as cores neutras, estas diferenciam-se das demais cores quentes e frias por não associarem em sua percepção nem a sensação de calor nem a sensação de frio, costumam oferecer baixa re� exão de luz, enquadrando-se nos tons levemente acinzentados, marrons e pastéis. Saber utilizar com exatidão essa percepção é fundamental, cores quentes por exemplo são costumeiramente encontradas em comerciais de bebidas, por transmitirem e intensi� carem sensações de calor e sede. Outro tipo de anúncio onde são costumeiramente encontrados são anúncios de alimentação e fast food com o foco de induzir a fome e a necessidade de consumo. Já as cores frias, são utilizadas à exaustão em diversos comerciais, marcas e peças de artes normalmente relacionados a tecnologia, so� wares, seguradoras, escritórios de contabilidade e qualquer outro negócio que busque transmitir segurança, estabilidade e calma. 1.11 Contraste Levando em conta que já compreendemos mais a fundo o sistema de cores, é possível iniciar as análises de suas combinações. Ao analisar o círculo cromático devemos perceber a harmonia, os tons próximos, e contraste, os tons opostos, dentro do círculo cromático, e as diversas técnicas que podem utilizar esta percepção. Um cartaz de um lançamento cinematográ� co, por sua vez, é interessante que contenha harmonia em seu cenário e contraste em seu objeto principal, como o título, ou algum detalhe de grande importância para o conceito da arte. A oposição imposta nos valores dos matizes opostas, como vimos, gera o contraste, e o contraste gera mais fácil percepção. É indispensável, por exemplo, para que a leitura de textos não seja prejudicada. Segundo o artista e pintor surrealista Marc Chaggal, todas as cores são amigas de suas vizinhas e amantes de suas opostas. Um grande exemplo de utilização de contraste são os táxis amarelos de Nova York, pensados, convencionados e desenvolvidos para que se destacar e ser facilmente percebido na selva de concreto. Bons artistas e designers conseguem ocasionar a tensão a partir do bom uso do contraste e suas forças opostas entre as cores em busca de um objetivo especí� co, como fugir da falta de vida de um cenário completamente harmônico e pacato, atrair atenção do consumidor, gerar tensão emocional entre outras sensações. Desta forma, podemos interpretar o contraste como a combinação de objetos, cores ou coisas diversas totalmente antagônicas entre si, porém necessárias quando o foco é chamar atenção ou ser percebido.Contraste é tudo aquilo que oferece oposição, contrariedade, distinção, não se tratando apenas das cores, quando se refere a design gráfi co, podemos utilizar diversas formas de contraste como o de tipografi a, espessuras, tamanhos e for- mas, conduzindo a leitura e percepção do material ou até mesmo adicionando informação e sentido a peça. 34WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA O contraste de cor é fundamental, instiga e gera interesse como podemos ver nos pôsteres da Figura 9 - Filmes, A lenda de Tarzan (2016), Clube da luta (1999) e Batman o cavaleiro das trevas (2008), mas cabe ao artista saber a hora certa de utilizar em cada projeto, layouts de sites e aplicativos por exemplo costumam ter melhor resultado em cenários mais harmônicos, mas não há regra, a criatividade deve ser colocada a prova, o resultado analisado, testado, pesquisado e se necessário corrigido, até que alcance o objetivo e impacto de� nido para a arte em questão. Como vimos, o contraste é todo e qualquer antagonismo percebido, desta forma é aplicável também na oposição de cores quentes e frias, e se bem utilizado pode oferecer muito potencial a peça, funciona muito bem quando se busca destaque, gritante e incômodo. A correta utilização das cores requer muito mais que sorte ou o acaso, é necessário conhecimento, análise e pesquisa pois as artes devem causar sensações, e até o desconforto de um contraste bem aplicado é uma sensação transmitida. Figura 10 - Filmes, A lenda de Tarzan (2016), Clube da luta (1999) e Batman o cavaleiro das trevas (2008). Fonte: adaptado do Google Imagens (2019). 1.12 Psicologia das Cores O estudo da psicologia das cores nos mostra que seu impacto, produzido no ser humano, sofre in� uência de sua cultura, histórico pessoal e perceptivo, a mensagem composta das cores pode ser percebida até mesmo por um analfabeto, mas será pautada em sua vivência e bagagem prévia. Menos contraste, mais harmônico, mais harmonia me- nos destaque. Contraste em apenas um ponto específi co, levando o olhar para um objeto importante. Mais contraste mais destaque. 35WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Este tema já vem sendo pesquisado a muito tempo, e devemos compreender que o uso das cores é tão ou mais importante que saber desenhar ou criar um vetor para a atividade criativa do design grá� co, pois as cores podem in� uenciar a percepção, a tomada de decisão e o entendimento dos observadores. Na psicologia das cores, temos o objetivo de revelar e interpretar como nosso cérebro faz a leitura e interpretação das cores, quais sensações elas transmitem e a relação imposta entre elas. A cor tem efeito direto no sentido humano, provocando emoções, por vezes ligadas a lembranças, por vezes a instintos mais animais. Com base nestas percepções, veremos uma breve descrição mais adiante dos sentimentos mais comumente ligados as principais cores, sentido amplamente divulgados e utilizados por designers e artista ao redor do mundo. Neste momento se mostra importante ressaltar que a percepção é subjetiva, a bagagem cultural impõe grande in� uência, como a o luto, por exemplo, representado pelo preto em quase toda a sociedade ocidental, e representado pelo vermelho na África do Sul, já na Índia utilizam o castanho ou branco e a cor roxa na Tailândia. Devemos perceber as cores e seu vasto leque de sentimentos e impressões de forma abrangente e subjetiva, e entender que o seu sentimento se alinha aos demais itens da composição das artes. O vermelho em um vestido pode representar paixão, amor e luxúria, enquanto em uma cena de guerra representa o sangue, urgência e perigo. A emoção das cores é um recurso muito importante para a publicidade, arte e design. Diversas marcas tem sua percepção intimamente ligada a uma cor, ou composição de cores, como McDonald’s por exemplo, que utiliza o vermelho em busca da mensagem de apetite e certo senso de urgência, intimamente ligado ao modelo de negócios de fast food. O amarelo por sua vez é alinhado ao otimismo, buscando trazer uma sensação feliz e positiva, reforçada pela mascote da marca, que utiliza as mesmas cores, estimula o ânimo e se comunica diretamente com o público infantil. Figura 11 - Logo McDonald’s. Fonte: Brands of the World (2019). Veremos agora de forma super� cial alguns sentimentos e percepções oferecidos pelas principais cores, na sociedade ocidental bem como suas aplicabilidades na comunicação e propaganda: • Vermelho: muito utilizado para aumentar o apetite, quando utilizado em excesso gera desconforto e urgência, o que pode ser útil para fast-foods ou placas de sinalização. Muito utilizado em peças de liquidações e descontos, por ser a cor com maior atração visual do espectro de cores, atrai o comprador impulsivo e entrega a mensagem com rapidez. O vermelho também signi� ca sangue, e é essa relação que impõe também o sentimento de urgência, por outro lado o vermelho pode ser percebido como a cor do amor, paixão ou da punição. 36WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • Laranja: outra cor quente, possui também o poder de atrair atenção, porém de forma menos gritante que o amarelo e o vermelho. Representa marcas amigáveis, alegres e con� antes. Em relação ao vermelho, o laranja é um pouco menos chamativo tornando- se mais agradável aos olhos, e menos agressivo, pode ser um bom substituto quando o objetivo é uma harmonia ou impacto não tão visceral. • Amarelo: uma cor quente que transmite animação, pode ser utilizada em chamadas para ação e aliada ao vermelho. Tem grande poder de atração, lembra a ideia de parada, cautela e cuidado, além de denotar alegria é também a cor da covardia e da mentira. • Verde: a relação da cor verde é estimulante com pouca força sugestiva, tem relação direta com a natureza e tudo que ela oferece. O verde transmite paz, tranquilidade, refrescância e relaxamento, é muito utilizado em hospitais no sentido de acalmar e promover a recuperação do paciente, sua referência com o dinheiro também é muito próxima, e pode de certa forma transmitir sensação de riqueza e fartura. • Azul: uma cor muito utilizada por ser agradável, são raras as pessoas que não apreciam pelo menos uma tonalidade da cor azul. É muito utilizada também por empresas de tecnologia, so� ware e seguros, pois transmite calma e segurança, sendo produtiva e não invasiva e promove con� ança as marcas que o utilizam. O azul diminui o apetite e aumenta a produtividade, associa-se com a água e a paz. É por natureza uma cor fria e com percepção universal semelhante por se tratar da cor do céu, da água e do mar. Alguns exemplos de empresas de sucesso que a utilizam são o banco Itaú, Dell, Facebook, Ford, Visa. • Roxo: a cor roxa transporta riqueza e extravagância, associa-se com criatividade, inteligência e imaginação, é sobretudo uma cor real, que carrega também respeito e sabedoria. Muito utilizada para transmitir ideia de inovação, diferenciação como usado mais recentemente pelo banco digital em ascensão Nubank. • Branco: a junção de todas as demais cores, remete a neve, casamento, batismo e bondade, possui associação afetiva a inocência, limpeza, pureza e divindade, muito utilizada quando queremos transmitir paz e segurança. • Preto: é utilizada para representar a noite, sombra, luto ou tristeza, ao mesmo ponto que é utiliza para luxo, beleza e so� sticação, reforçando a importância da interpretação e da composição das artes na qual se encontram. A escolha da cor no momento da criação das marcas pode representar o sucesso ou fracasso, pois para diversos ramos e produtos, a cor é o principal fator na tomada de decisão de compra. Sendo assim, as cores contribuem também no sentido de identi� cação e memorabilidade das marcas, atuando como fator de reconhecimento na percepção do observador, e essa grande importância na presença da marca deve ser manejada com cuidadoe atenção, bem como a manutenção e � delidade. Designers e arte � nalistas atuam como guardiões das marcas que representam, grandes marcas, como Ferrari, Caterpillar e Coca-Cola, não permitem que seus produtos tenham nenhuma variação nos tons de suas cores, pois entendem a importância da � delidade da apresentação e representatividade de suas cores. 37WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1.13 Tipos de Cores Existem duas formas de reproduzir cores, de forma aditiva e subtrativa. Cores aditivas são criadas pela adição da energia da luz, utilizadas em aparelhos como televisores, celulares e tablets. Por se darem pela mistura das cores Vermelho (RED), Verde (Green) e Azul (Blue) são comumente chamadas de RGB, a mistura desses tons geram as demais cores a serem percebidas pelo olho humano neste modelo de cor. As cores Subtrativas são produzidas pela absorção e re� exão da energia da luz, resultado de utilização de pigmentação, geralmente em impressão grá� ca, são elas: Azul (Ciano), Vermelho (Magenta), Amarelo (Yelow) e Preto (Black), também chamado de cor chave ou Key color, por isso são chamadas de CMYK. Figura 12 - Modelo de cores Aditiva e subtrativa. Fonte: o autor. Nas cores aditivas (RGB), por serem luz, o preto, por ser nativamente a ausência de luz, não precisa ser representado no diagrama, seria o pixel apagado da tela do monitor. Enquanto que nas subtrativas (CMYK), por serem pigmentos, o branco é nativamente o substrato/fundo, não precisando ser representado ou adicionado como outra cor adicional. Na síntese aditiva (RGB) a cor branca se forma da soma de todas as cores por ser luz, na síntese subtrativa (CMYK) a cor preta se forma soma das demais cores, mas se adiciona também o preto puro como cor chave em busca de um melhor acabamento e segurança da qualidade de impressão. Este entendimento se faz de extrema necessidade para toda e qualquer pessoa que vise desenvolver qualquer tipo de arte. Escolher o modo de cor correto no momento da criação de seu arquivo de� nirá a qualidade � nal da arte. Um arquivo RGB não possui qualidade para impressão grá� ca, bem como um arquivo CMYK não deve ser utilizado para impressão em tela, por ter suas propriedades desenvolvidas para outro � m, por exemplo, quando é enviado a impressão um arquivo com modelo de cor RGB, a calibragem de equivalência de RGB para CMYK é feita de modo automático pelo so� ware de impressão, � cando desta forma alheia à vontade e expectativa do designer responsável e raras vezes alcançando a expectativa de qualidade. CMYK Cores subtrativas RGB Cores aditivas 38WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA CMYK - o nome Ciano tem origem no grego Kyanos, e representa a cor azul es- verdeada dos mares da Grécia. O magenta é uma região no norte italiano onde, em 1859, ocorreu uma sangrenta batalha que manchou a neve de vermelho e se marcou na história. Já o Yellow vem da língua inglesa de forma simples e sem conotação específi ca e o preto é chamado de cor chave, Key Color em inglês, por ser utilizada para intensifi car as demais em sua mistura, bem como dar defi nição nos textos de preto puro. O avanço da tecnologia tem nos permitido utilizar novos modelos de cores, bem como adicionar cores aos modelos já tradicionais, um exemplo é o Pantone, um sistema de cores mundial, que relaciona cores a códigos alfa-numéricos. As cores Pantone são cores puras, que podem ser adicionadas as impressões de cromia tradicional CMYK até o limite imposto pela máquina de impressão, sendo mais normalmente o número de 8 cores máximas. A Pantone é uma empresa com sede nos Estados Unidos e � cou conhecida por seu sistema de cores em 1963, e suas cores são utilizadas hoje não só na produção grá� ca, mas também na indústria de tintas, plásticos, tecidos, moda e decoração. Além das cores tradicionais, o Pantone serve também como aplicações de cores especiais, como � uorescente, brilhosas, foscas ou cromadas. Utilizar cores Pantone traz muita segurança ao processo de impressão grá� ca dos materiais resultantes dos trabalhos de design, pois garante que não haverá variação de tons nas diferentes produções, e uma marca que vise manter uma imagem consistente não pode se dar ao luxo de ter sua cor principal apresentada a cada momento em um tom diferente. O vermelho da Coca- Cola como vimos exemplo, é o mesmo ao redor de todo o globo, pois não se baseia na mistura de outras 4 cores e sim na impressão de uma cor Pantone única e pura. Esta tecnologia amplia muito o espectro cromático disponível aos designers, pois possui uma variedade enorme de matizes. 39WWW.UNINGA.BR DE SI GN G RÁ FI CO | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, compreendemos a de� nição da sintaxe das cores e sua importância interpretativa para o processo de comunicação visual, bem como para o dia a dia do artista e o designer grá� co. Também analisamos de forma breve a evolução da história da teoria das cores e como ela é percebida pelo ser humano, além disso, observamos a importância e seriedade do uso das cores para a comunicação e publicidade nos tempos modernos, além do poder oferecido aos designers, para atingir os propósitos comerciais objetivados por suas produções, sejam eles qual forem, vender, impactar, harmonizar, dentre outros. Entendemos que as cores a partir de suas propriedades geram sentimento, induzem vendas, propagam as marcas e estimulam pessoas. É inegável que as cores são funcionais para os projetos de design, propagam ideias e promovem reações que podem ser previamente determinadas pelas marcas, conduzindo os consumidores a trilhar o caminho esperado e previamente desenvolvido pelas marcas. Outro ponto analisado nesta unidade se refere a ambiguidade das cores, que podem associar-se a diversas ideias, por vezes opostas ou em contextos diferentes. Como o caso da cor vermelha, que representa amor, paixão e luxúria e também guerra, sangue e urgência. Notamos que isso se dá pela mistura da in� uência social, cultural e perceptiva do ser humano em relação as cores e como as encontra na natureza, resultando em um processo natural e puramente perceptivo. Com isso em mente, devemos compreender que o signi� cado se dá no todo da composição artística, na soma de todas variáveis impostas pelo designer e não apenas na cor aplicada. Por � m, analisamos os modelos de cores e suas indicações, bem como a importância de seu uso correto para a qualidade das impressões e produções grá� cas. Entendemos que não devemos limitar uma cor a um sentimento único, nem aprisionar as sanções impostas por ela. Para um resultado criativo, se faz necessário ousar de forma consciente e inteligente, desenvolver de forma inovadora e principalmente trabalhar na relação imposta entre as cores e os sentimentos que resultam destes alinhamentos. Descubra o sentimento alinhado às características psicológicas das cores que pretende utilizar, abstenha-se de preferências pessoas e esteja aberto a trabalhar com cores que possa não gostar, tenha um objetivo em mente, com clareza, e alie as cores e conceitos a campanha a ser desenvolvida. Não devemos considerar o estudo das cores enquanto regras ou leis que venham a ser aplicadas de forma hermética e sim uma ideia completamente � exível a percepção, experimentação e sensibilidade do artista que a manipula. Ela deve ser testada no público-alvo, como fator de con� ança e garantia, sendo sempre alinhada aos fatores culturais, ambientais, contextuais, sócio-econômicos, informacionais e principalmente a carga de experiências e bagagem tanto do designer quanto do observador. 4040WWW.UNINGA.BR UNIDADE 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 42 1. FORMAS, TIPOS, SÍMBOLOS E SIGNOS .............................................................................................................
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