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CO N CE IT O S D A G EO G R A FI A 2020 - 2022 CONCEITOS DA GEOGRAFIA 1. O Pensamento Geográfico Aprenda a analisar os conceitos da Geografia a partir das relações humanas com a natureza. Esta subárea é composta pela apostila: 3www.biologiatotal.com.br O PENSAMENTO GEOGRÁFICO A geografia é a ciência dedicada a estudar o espaço. Seja pela relação entre elementos bióticos e abióticos, naturais ou artificiais, limites, potencialidades, recursos para economia e a vida da sociedade humana, todos esses fatores interagem entre eles. Na geografia, para abordar e estudar o espaço, utilizamos de quatro conceitos: Paisagem, Lugar, Território e Região. f Paisagem: é aquilo que pode ser captado com os sentidos humanos sobre alguma localidade. Por isso, costuma ser associado com fotografias e pinturas, seja sobre uma paisagem natural ou construída. f Lugar: se refere à percepção humana, ou seja, estão vinculadas com sentimentos de afeição, representação e identidade. Muito relacionado aos valores que as pessoas dão para aquele espaço. f Território: é uma delimitação do espaço que está sob o poder de algo ou alguém. Essa delimitação por fronteiras (naturais, políticas ou culturais), é muitas vezes invisível e imaginária e que podem mudar ao longo do tempo. Exemplo: território de nações, estados e municípios ou o território de animais silvestres. f Região: é um cercamento do espaço, mas desta vez baseado em algum critério temático para a sua compreensão. Isso permitirá estudar esse espaço com base em suas características e como elas se relacionam e como são divergentes de outras regiões. BREVE HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO O termo Geografia (Geo = Terra e grafia = estudo) significa o estudo da Terra. Porém, o objeto de estudo da Geografia, que é o Espaço Geográfico, realiza um estudo mais profundo e crítico. Foram os Gregos que batizaram e Geografia. A história da Geografia remonta aos grandes nomes da Grécia Antiga como Tales de Mileto, Heródoto, Eratóstenes, Hiparco, Aristóteles, Estrabão e Ptolomeu que estudaram os astros e elementos da paisagem natural, como montanhas, rios, ventos… e tentavam compreendê-los para explicar os fenômenos e descrever as paisagens de alguns lugares. Na Roma Antiga a Geografia vai receber mais influências do pensamento romano de conquista de territórios, caracterização das paisagens, levantamento de rios, montanhas, vilas, aldeias e portos. Com isso, os mapas se tornaram mais indispensáveis para organizar todas essas informações. Na Idade Média o conhecimento geográfico estava difundido entre diferentes povos árabes que tiveram contato com o conhecimento da Grécia antiga e mantiveram e 4 O P en sa m en to G eo gr áfi co ampliaram os conhecimentos de observação pelos astros, ventos, e as rotas entre a costa do mar Mediterrâneo até a Índia, através da Rota da Seda. Enquanto os povos europeus estagnaram, apesar de continuarem fazendo observações sobre os astros, fenômenos naturais e a paisagem. Porém, receberam muita influência da Igreja, e assim limitando a percepções com base nas doutrinas religiosas. Apesar disso, durante as cruzadas (entre os séculos XI e XIII) os povos europeus voltaram a recorrer aos conhecimentos geográficos para a expansão militar da Europa sobre a Ásia, no intuito de conquistar Jerusalém (a Terra Santa) e a rota terrestre para a Índia. Com o fim das cruzadas, o povo europeu tinha sido apresentado a uma diferente realidade, e a novos produtos (açúcar e algodão) e já havia estabelecido relações comerciais com os povos árabes. E assim, os europeus passam a organizar os conhecimentos geográficos novamente, que permitiriam o desenvolvimento das navegações para dar a volta no continente africano e desta vez, chegar à Índia pelo mar. No fim da Idade Média, os conhecimentos sobre lugares, correntes marítimas, localidades, rotas terrestres para o oriente, navegação e orientação pelas estrelas vão tornar possível o início da era das navegações. E assim, acontece um desenvolvimento melhor sobre a cartografia. As navegações também fizeram os europeus ampliarem os seus conhecimentos sobre a costa da África e os povos ao sul do Saara, com a costa das Américas e dos arquipélagos das Ilhas Canárias, Madeira e Açores. O avanço dos europeus sobre territórios de outros povos no continente americano e africano vão reforçar os conhecimentos cartográficos, localização de recursos naturais, de localização de povos nativos, navegabilidade de rios... O desenvolvimento do conhecimento geográfico vai ficar limitado a localizar as coisas até que aconteça a Revolução Industrial (século XVIII- XIX). Com a formação de grandes centros urbanos e a necessidade de compreender as questões de política internacional e recursos naturais, os conhecimentos geográficos serão organizados e sistematizados ao longo do século XIX, principalmente por Alexandre von Humbolt (1769-1859). Humbolt ao publicar o livro “Kosmos” abordou como a natureza interage e como existem diferenças entre as regiões do globo. Essa obra vai influenciar novos nomes para a geografia da época, entre eles: o alemão Friederich Ratzel (1844 - 1904) e o francês Vidal de La Blache (1845 – 1918). Os dois viveram durante quase o mesmo período, mas foram colocados de lados opostos na história da ciência geográfica. Ratzel escreveu sobre como a natureza tem os seus limites e o ser humano ainda tem uma certa dependência sobre o ritmo da natureza, e por isso, será apontado como determinista. Enquanto, Vidal de La Blache vai se opor alegando que o homem e a sociedade já conseguem se sobrepor à natureza e por isso será chamado de possibilista. O atrito entre essas duas correntes do pensamento geográfico vai acontecer, principalmente, por causa dos conflitos entre França e Alemanha, que na época estavam em guerra por conta de uma parte do território, a chamada Guerra Franco-Prussiana. 5www.biologiatotal.com.br O P en sa m en to G eo gr áfi coE na época, qualquer discurso que parecesse ser determinista já seria mal visto entre os filósofos e cientistas, pois o determinismo propunha uma ideia de que tudo já estaria concebido e pré-determinado. Com o passar dos anos e o início do século XX, as relações das sociedades já estavam cada vez mais globalizadas, o conflito político por terras das colônias acirrava os ânimos na Europa. Isso vai desencadear duas guerras mundiais. E após a Segunda Guerra Mundial, os conhecimentos sobre território tiveram que ser ampliados, principalmente por questões estratégicas. E assim a Geografia começa um novo estágio, relacionado com a contabilidade dos recursos, tamanho dos rios, capacidade de produção, número de habitantes por cidades, a então chamada Geografia Quantitativa. Mas com o passar dos anos, em plena Guerra Fria e em um mundo mais conectado, percebeu- se a necessidade de avaliar mais do que ONDE e QUANTO e sim, o PORQUÊ e o COMO. E agora com mais publicações de outras áreas do conhecimento, como a economia, sociologia, antropologia, biologia, geologia, hidrologia e a ecologia, tornou-se possível ter uma percepção de diferentes pontos de vista. Marcando o início da Geografia Crítica. Enquanto o mundo ficava mais conectado e mais global, surge a necessidade de dar uma visão mais local e regional. E assim, acreditava-se que seria possível abordar a Geografia do mundo como um grande quebra-cabeça. Onde cada região tem as suas características, mas juntas elas constroem um grande mosaico de lugares, culturas e ideias, a chamada Geografia Regional. Que se opõem às ideias da Geografia Geral de tentar explicar “as regras gerais do mundo” e depois e só depois o que ocorre nas localidades. Ainda hoje, a ciência, a filosofia, a cultura e a sociedade vêm recebendo novas influências das coisas do seu próprio tempo. Se em algum momento os mapas e estudos eram feitos e orientados para permitir viagens e guerras, hoje podem ser pautadas nas conexões reaise virtuais, sobre demanda e necessidade, sobre as oportunidades e desigualdades do mundo. A sociedade humana vai seguir mudando e cabe às ciências e filosofia acompanhá-las. http://www.biologiatotal.com.br Através dos cursos TE R R A 2020 - 2022 TERRA Quer aprender sobre geografia? Veja as videoaulas dessa subárea e domine o conteúdo. Esta subárea é composta pelos módulos: 1. Movimentos da Terra 2. Orientação e Coordenadas 3www.biologiatotal.com.br MOVIMENTOS DA TERRA TERRA NO ESPAÇO A Terra no Sistema Solar O Sistema Solar é composto pelo Sol, a estrela que dá nome ao sistema, e os outros corpos celestes que orbitam em sua volta. Entre os principais corpos celestes do sistema solar, temos os planetas, os seus satélites naturais, cometas, asteroides e os meteoros. Os corpos celestes orbitam em torno do Sol, pois esta estrela, graças ao seu campo gravitacional, atrai os corpos celestes para si. Os planetas são os corpos celestes que apresentam uma órbita mais definida, esse movimento de órbita em torno do Sol é chamado de movimento de translação. Na composição do sistema solar estão presentes 8 planetas, sendo 4 planetas rochosos e 4 planetas gasosos. Os planetas rochosos (ou telúrios) são os quatro planetas mais próximos ao Sol, são eles Mercúrio, Vênus, Terra e Marte; por causa da proximidade ao Sol, esses planetas também são conhecidos como os planetas internos. Além dos planetas rochosos, existem também os planetas gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Esses, apresentam composições baseadas em gases, como hélio e hidrogênio. Por causa do distanciamento em relação ao Sol, esses planetas também são chamados de planetas externos. 4 M ov im en to s da T er ra Todos os planetas acima apresentam uma órbita elíptica em relação ao Sol, ou seja, não é um círculo perfeito e sim, um círculo com um leve achatamento (um pouco oval). Apesar disso, todos eles têm um movimento de translação bem definidos e alinhados com plano orbital do Sol. Ao contrário de Plutão que por muitos anos era classificado como planeta, mas que, em 2006, teve uma mudança de classificação para planeta anão por não apresentar um dos requisitos para um planeta, no caso ter uma órbita livre de outros corpos celestes. Além disso, Plutão possui uma órbita bem divergente do plano orbital do Sol. Se avaliarmos todos os movimentos da Terra teremos 14 movimentos, mas os dois movimentos mais importantes no cotidiano são os movimentos de Rotação e Translação. Sendo que a rotação trata do movimento da Terra de girar em torno de si, do seu próprio eixo. Esse movimento é responsável pelo dia e a noite. Um ciclo de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos que, para finalidades cotidianas, é arredondado para 24 horas. O movimento de rotação da Terra acontece de oeste para leste, resultando no movimento aparente dos astros como Sol, Lua, outros planetas e estrelas que começam do horizonte mais a leste e termina no oeste. Como comparação, o Movimento Aparente se assemelha à experiência de estar dentro de um veículo e enxergar a paisagem “indo para trás”, se movendo, sendo que é o veículo que se desloca, não a paisagem. Além disso, a rotação também gera uma alteração nos percursos dos ventos e correntes e ondas do mar. Já a Translação, é o movimento de orbitar (dar uma volta) em torno do Sol e que junto da inclinação do eixo da Terra em relação ao plano orbital do Sol é responsável pelas sazonalidades das estações do ano, um ciclo de 1 ano. As estações do ano e a sucessão do dia e da noite são pontos cruciais para entender a dinâmica da vida na Terra, seja por causa do ciclo da água pelo planeta, a circulação atmosférica, ciclos migratórios da fauna ou do desenvolvimento da flora ao longo do ano para que então a humanidade desenvolva técnicas de extrativismo, de plantio e de criação animal. Estações do ano A inclinação de 23,5° do eixo da Terra em relação ao plano orbital do Sol junto do movimento de translação são os responsáveis pelas quatro estações do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Ao longo de um ano o planeta passa pelo ciclo das estações. Por causa da inclinação, cada hemisfério terá, ao seu tempo, os solstícios e equinócios em cada hemisfério. Os solstícios e equinócios são eventos astronômicos que marcam o início da sua respectiva estação em cada hemisfério. 5www.biologiatotal.com.br M ov im en to s da T er ra Durante os equinócios cada hemisfério recebe a mesma quantidade de raios solares por 12 horas, fazendo assim o dia e a noite terem a mesma duração em todo o globo. Mas, durante os solstícios, a incidência dos raios solares é desigual entre cada hemisfério. Em dezembro, enquanto o hemisfério sul está no verão, o hemisfério norte está no inverno, por exemplo. Os raios solares são mais intensos na linha do equador. Mas ao decorrer dos meses o local de incidência direta do Sol vai sendo alterada pouco a pouco. A latitude 23,5°N (Trópico de Câncer) é a faixa de incidência direta do Sol mais ao norte e isso acontece apenas no dia de Solstício de verão do hemisfério norte. O mesmo efeito acontece no hemisfério sul, no seu solstício de verão, no Trópico de Capricórnio (23,5°S). Durante o verão as latitudes médias e altas têm mais horas de Sol, por isso os dias de verão são mais longos. Esse mesmo efeito acontece nas latitudes baixas, mas o aumento das horas do dia é quase imperceptível, é mais evidente em latitudes acima de 30°; em Porto Alegre (RS) o dia chega a ter 14 horas de duração, entretanto em Lisboa (Portugal) que estará no inverno, terá um dia com um pouco menos de 10 horas. Hemisfério Norte Hemisfério Sul 21 de março Equinócio de Primavera Equinócio de Outono 22 de junho Solstício de Verão Solstício de Inverno 23 de setembro Equinócio de Outono Equinócio de Primavera 22 de dezembro Solstício de Inverno Solstício de Verão http://www.biologiatotal.com.br 6 M ov im en to s da T er ra A obliquidade da Terra, ou seja, a inclinação do eixo do planeta, faz com que os raios solares que incidem nas regiões de alta e média latitude sejam mais amenos do que na faixa de baixa latitude. Lembrando que: Latitude Baixa: parte do globo com latitudes entre 30°N e 30°S; Latitude Média: faixa do globo com latitudes de 30°N até 60°N e 30°S até 60°S; Latitude Alta: regiões de latitude de 60°N até 90°N e 60°S até 90°S. É preciso ter em mente que a Terra está executando mais de um movimento e a combinação deles resultará em fenômenos e ciclos que afetam a dinâmica da natureza na litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera. As estações do ano têm características diferentes para cada região do globo. Mesmo no Brasil, que tem quase todo o seu território no hemisfério sul, as estações do ano têm características próprias em cada região. Acerca das características generalizadas das 4 estações: PRIMAVERA: Um período de certa estabilidade, com chuvas mais recorrentes, onde a vegetação recupera a folhagem e começa a sua floração. Nos lugares que foram cobertos por neve passam por um período de degelo. A fauna começa a retomar espaço na paisagem. VERÃO: Período do ano com mais tempo de insolação, aumento das temperaturas acima da média, quando a vegetação aproveita a insolação para acumular nutrientes para os frutos ainda verdes. Dependendo da região, há também o aumento da quantidade e da intensidade das chuvas. OUTONO: Período de certa estabilidade, na paisagem as plantas perdem as folhagens 7www.biologiatotal.com.br M ov im en to s da T er rae os frutos entram na fase de maturação. Alguns animais precisam estocar alimentos ou gordura no corpo e, em certos casos, até mesmo migrar para outras regiões. INVERNO: A combinação de menos horas de iluminação e raios solares incidindo com menor intensidade favorecerão a diminuição de temperatura e a formação de massas de ar frio, dando início ao inverno. Em latitudes médias e altas é mais notável na paisagem que a vegetação já deve ter perdido boa partedas folhas, alguns animais ficam mais reservados. Nas latitudes baixas é um período com menos chuvas. ANOTAÇÕES http://www.biologiatotal.com.br 1www.biologiatotal.com.br ORIENTAÇÃO E COORDENADAS ORIENTAÇÃO A orientação é um método básico para localização e direcionamento. No cotidiano, é comum escutarmos expressões como: “Os ventos vêm de norte-nordeste trazendo ondas de 3 metros.”; “A piscina precisa ficar um pouco mais ao norte em relação à casa para ter mais horas de sol”; “A porção mais ao sul da cidade enfrenta problemas com alagamentos”. Quando o senso de Orientação é bem definido, ele é um grande aliado para que as pessoas consigam se localizar no espaço. Para facilitar o direcionamento e localização, usam-se os quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste. E os pontos colaterais: Nordeste, Noroeste, Sudeste e Sudoeste. Os pontos colaterais são intermediários entre os pontos cardeais. 2 O rie nt aç ão e C oo rd en ad as Os pontos Cardeais e Colaterais têm suas respectivas siglas, veja: f Pontos Cardeais: Norte - N, Sul - S, Leste - L, Oeste -O; f Pontos Colaterais: Nordeste - NE, Noroeste - NO, Sudeste - SE, Sudoeste- SO. E quando for necessário ser mais específico sobre a direção, é possível combinar os nomes do ponto colateral com o ponto cardeal mais próximo, como Sul-sudeste (SSE) e Oeste- Noroeste (ONO). Ao todo existem 8 pontos subcolaterais. f Norte-nordeste ou nor-nordeste- NNE; f Este-nordeste ou és-nordeste- LNE ou ENE; f Este-sudeste ou és-sudeste- LSE ou ESE; f Sul-sudeste - SSE; f Sul-sudoeste - SSO ou SSW; f Oeste-sudoeste ou oés-sudoeste- OSO ou WSW; f Oeste-noroeste ou oés-noroeste - ONO ou WNW; f Norte-noroeste ou nor-noroeste - NNO ou NNW ou MNN Perceba que o Leste pode ser chamado de “Este” bem similar a mesma palavra em inglês, EAST. Eventualmente uma rosa dos ventos pode estar com as palavras em Inglês: NORTH (N), SOUTH (S), WEST (W) e EAST (E). 3www.biologiatotal.com.br O rie nt aç ão e C oo rd en ad asPara se orientar no dia a dia, basta estender o braço direito para o lado onde nasce o sol (LESTE), o braço esquerdo para onde o sol se põe (OESTE), à sua frente será a direção NORTE e às suas costas será a direção SUL. É comum usarmos as palavras ocidente e oriente para nos relacionarmos com partes e regiões do planeta. O Ocidente é relacionado com Oeste enquanto Oriente é relacionado com Leste, ambos em relação ao meridiano de Greenwich. Para ajudar a memorizar, lembre dos filmes de velho-oeste que quase sempre mostram uma história nos Estados Unidos e em um pôr do sol, no oriente pode ser assimilado com o Japão, terra do sol nascente e que fica na porção mais a leste. As palavras setentrional e meridional são utilizadas para se referir aos hemisférios norte e sul, respectivamente. Também podem ser usadas as palavras Boreal e Austral. Para ajudar a memorizar isso, lembre-se da aurora Boreal que existe no Ártico, no hemisfério norte (setentrional e boreal) enquanto a Austrália está localizada, no hemisfério sul (meridional ou austral) e pertinho da Antártida. 4 O rie nt aç ão e C oo rd en ad as As orientações também são utilizadas para ajudar a regionalizar um território, no Brasil, se você imaginar uma rosa dos ventos sobre o centro do território brasileiro, irá perceber como foram pensadas as regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A orientação é um conteúdo básico para os avanços do entendimento sobre os ventos e chuvas para a Europa antiga, para as caravanas de viagens comerciais de povos árabes e pérsicos, orientação para as construções das pirâmides do Egito ou das cidades Astecas, Maias e Incas, para as navegações já usando bússolas dos povos chineses e das navegações usando as estrelas como fizeram os navegadores Espanhóis e Portugueses. Os diferentes povos do mundo usaram as orientações conforme as técnicas e ferramentas disponíveis na época e na região, seja baseado no sol, nas estrelas da noite, nos ventos ou no magnetismo, cada uma delas permitiu ao homem começar a entender que faz parte de um sistema maior do que a própria região em que vivia. Os mapas que usamos hoje em dia costumam ter o Norte para cima e centrados na Europa. Mas nem sempre foi assim, já existiram mapas com o Leste para cima, pois é de onde nasce o sol todas as manhãs e se você reparar ainda há vestígios disso, Leste ou Este é bem perto de Ester, estrela em hebraico, e Stella, estrela em latim. Ainda falamos “orientar o mapa”, ou seja, achar o oriente. A orientação e a centralização falam muito sobre para quê e para quem o mapa foi feito. Mapa Mundi feito pelo japonês Suido Nakajima em 1853 com o centro no Oceano Pacífico. 5www.biologiatotal.com.br O rie nt aç ão e C oo rd en ad as Mapa Mundi comum na Austrália, centrado na Oceânia e com o Norte para baixo. COORDENADAS Breve história das coordenadas de latitude e longitude Para localizar os lugares com mais exatidão, a humanidade precisou criar sistemas de medição e localização. No ocidente esse campo do conhecimento começou a ser desenvolvido no Egito Antigo. Quando o rio Nilo subia, ele inundava os terrenos e o tornava melhor cultivável, mas era preciso saber como delimitar os terrenos, mesmo durante e depois das cheias. Assim foram desenvolvidas formas de localização com base nas estrelas e com o sol. Com o passar dos anos, esse conhecimento chegou até os gregos, que também já observavam os céus e pouco a pouco foi sendo desenvolvida a Topografia, ciência que estuda as características e formas da superfície terrestre. A princípio era mais fácil calcular a latitude de localização, pois bastava saber o dia do ano, estimar o horário do dia e um objeto para fazer sombra. Em 200 a.C., Erastóstenes calculou, usando as sombras em um poço na cidade de Alexandria e outro na cidade de Siena, a distância conhecida com a diferença entre o ângulo que o sol entrava e chegou ao resultado que as duas cidades estavam com 7°12’. Com base nisso ele calculou o raio de circunferência da Terra. Os resultados foram bem próximos, mas Erastóstenes errou ao pensar que as duas cidades estavam alinhadas em Norte-Sul, então, a distância de 5000 estádios na verdade 6 O rie nt aç ão e C oo rd en ad as era de 4500 estádios. Mesmo com um erro, os cálculos realizados era o necessário para ampliar os conhecimentos. Ainda assim, existia um desafio para conseguir calcular as longitudes, e isso só foi superado no século XVIII com a criação do cronômetro. O cronômetro, ao contrário do relógio de pêndulo, permite medir o tempo mesmo em alto-mar. Dessa forma, era possível ter um horário do local de partida e calcular com o horário do dia no local em que se está. Ao passar dos anos, com o fim da 2º Guerra Mundial, o início da corrida espacial durante a Guerra Fria e a necessidade de ampliar o conhecimento pela superfície do planeta e agilizar as telecomunicações, os satélites foram sendo incorporados entre as nações desenvolvidas e com isso ampliou-se as possibilidades cartográficas por causa dos Sistemas de Navegação por Satélite. Latitude e Longitude As coordenadas geográficas de um ponto na superfície do planeta, são feitas pela combinação de latitudes e longitudes. A latitude e a longitude são coordenadas angulares medidas em relação ao centro da Terra, usando como referência o meridiano de Greenwich (0°E) e a linha do Equador (0ºN). As coordenadas podem normalmente ser escritas com a forma Graus, minutos e segundos ou em graus decimais. Exemplo: 13°S e 38°31'W ou 13°S e 38,18°W. As coordenadas que forem a Oeste do meridiano de Greenwich ou Sul da linha do Equador podem ser escritas com o sinal negativo na frente ou com W e S respectivamente, exemplo: -20°30’0” N e -55°0'0”E ou 20°30’0”S e 55°0'0”W. Paralelos: f São linhas imaginárias que circulam a superfície da Terra de leste a oeste, que se baseiam na linha do Equador (0°N ou 0°S). Os paralelos variam de 0° a 90°N (Polo Norte)e de 0° a 90°S (Polo Sul); f Entre os principais paralelos estão os Trópicos de Capricórnio (23°27’S) e o Trópico de Câncer (23°27’N) E a linha do Equador (0°N); f Também há o círculo polar ártico em 60°N e o Círculo Polar Antártico em 60°S. Em 90°N fica o Polo Norte e em 90°S fica o Polo Sul; f Os paralelos são linhas horizontais, e assim como o nome já diz, nunca se encontram; f Os paralelos vão servir para indicar o quão ao Norte ou ao Sul um lugar está. Quanto maior o número mais perto de um dos polos ele estará, e quanto menor, mais próximo à linha do Equador ele deve estar. 7www.biologiatotal.com.br O rie nt aç ão e C oo rd en ad asLembrando: Latitude Baixa (círculo polar): parte do globo com latitudes entre 30°N e 30°S; Latitude Média (zona temperada): faixa do globo com latitudes de 30°N à 60°N e 30°S e 60°S; Latitude Alta (zona intertropical): regiões de latitude de 60°N à 90°N e 60°S à 90°S. Meridianos: f São linhas imaginárias que atravessam a superfície do globo de Norte a Sul, começando em um polo do globo até chegar ao outro polo; f O meridiano de Greenwich (0°W ou 0°E) é uma referência a cidade inglesa que tem esse mesmo nome e que tem um dos mais antigos observatórios astronômicos da Europa. Foi escolhido para ser o marco, por causa do poder econômico da Inglaterra na época de criação; f Os meridianos variam de 180°E até 0°E, e de 0°W até 180°W; f Os meridianos podem corresponder com as horas do dia criando assim fusos horários. Alguns países e estados preferem estar em um horário diferente ao seu fuso natural para estar de acordo com o horário do restante do território; f Os principais meridianos são o de Greenwich e o seu meridiano (antimeridiano) em 180°E ou 180°W, conhecido como Linha Internacional de Mudança. É neste meridiano que os fusos de +12h e de -12h se encontram, ou seja, 24h de diferença entre cada lado da linha. A Terra tem uma forma de Geoide, uma forma geométrica tridimensional arredondada, mas cheia de imperfeições. Como se fosse uma bolinha de papel, para quem vê de longe é uma esfera, mas de perto se vê as irregularidades. Para facilitar os trabalhos cartográficos considera-se a Terra um Elipsoide de Revolução por causa do leve achatamento nos polos, então ela não é uma esfera perfeita. Altitude Além da Latitude e da Longitude, também é possível fornecer a altitude de um local. A Altitude é a medida linear, medida na vertical em relação à da Linha Média do Nível do Mar. Exemplo: o topo do Morro do Corvo Branco, na serra catarinense, fica a 1470 metros do nível do mar, enquanto a capital do mesmo Estado encontra-se a menos de 20 metros de altitude. 8 O rie nt aç ão e C oo rd en ad as SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO POR SATÉLITES Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos desenvolveram uma tecnologia que permite a localização de pontos da superfície durante uma expedição com mais facilidade, o GPS – Global Position System ou Sistema de Posicionamento Global. Com o tempo outras nações desenvolveram os seus próprios sistemas, como o Galileo (União Europeia), Glonass (Rússia), BeiDou (China). Todos esses sistemas são tipos de Sistemas de Navegação Por Satélite – GNSS. Essa tecnologia está bem mais acessível desde o lançamento de smartphones, que hoje em dia, já trazem programação e componentes que permitem acessar a sua localização em tempo real. E podem ajudar a encontrar endereços e rotas ao usuário. Para o Sistema de Navegação funcionar ele precisa de uma cobertura de ao menos três satélites daquele sistema de navegação, antigamente isso era mais trabalhoso, porém atualmente é comum haver mais de três satélites. Esses satélites estão em comunicação com bases em terra que mandam sinais para o espaço, conforme as ondas demoram para chegar no satélite, o sistema calcula onde o satélite está em relação a Terra. Depois os diferentes satélites que estão no espaço, mandam sinal para o aparelho de navegação (por exemplo um smartphone) e o tempo que leva para cada sinal de satélite chegar ao aparelho vai permitir saber a distância, com base nisso se calcula o ponto de encontro entre esses diferentes sinais. 9www.biologiatotal.com.br O rie nt aç ão e C oo rd en ad as ANOTAÇÕES O desenvolvimento dos sistemas de navegação e a sua acessibilidade vem tornando o uso das tecnologias de mapeamento mais comum para usuários de smartphones no dia a dia. E essa proximidade entre a possibilidade que a tecnologia da informação traz e as necessidades que a população encontra no cotidiano podem ser grandes aliados. É mais fácil poder localizar lugares na cidade que precisam de reparos e enviar a localização para a prefeitura, ou localizar áreas de degradação ambiental e encaminhar para secretarias ambientais e até mesmo localizar lugares que precisam de intervenções de saneamento básico e atenção do Poder Público ou da própria comunidade. Através dos cursos CA R TO G R A FI A E G EO PR O CE SS A M EN TO 2020 - 2022 CARTOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO 1. Cartografia 2. Geotecnologias Matéria fundamental para ter as melhores localizações do gabarito correto! Esta subárea é composta pelas apostilas: 3www.biologiatotal.com.br Existe uma certa dificuldade em representar os globo em mapas, principalmente por causa do globo ser em 3D e os mapas precisarem ser feitos em folhas em 2D. Para poder resolver essa questão existem as projeções cartográficas. Técnicas que projetam a superfície do globo para uma superfície plana. Como se fosse a projeção da sombra um objeto qualquer como copo, um vaso ou um carrinho de brinquedo na parede. E dependendo de como você posiciona esses objetos, as sombras podem ficar mais parecidas ou distorcidas em relação. As projeções cartográficas sempre guardam alguma distorção. E por isso podemos categorizar as projeções com base nessas distorções, e dependendo da finalidade do mapa elas podem ser até desconsideradas. PROPRIEDADES DE PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS: f Projeções Equidistantes: mantêm as distâncias lineares, mas apresentam distorções nas áreas e nas formas terrestres. Essas projeções são melhores para medir distâncias em relação a uma cidade de interesse para outros locais. f Projeções Conformes: mantêm as formas terrestres, mas apresentam distorções nas áreas representadas. É uma projeção que afeta a escala ao longo do mapa, e isso dificulta o seu uso para medir distâncias e áreas. Mas para a navegação por mar é uma alternativa mais viável já que mantêm os valores angulares das coordenadas geográficas. CARTOGRAFIA 4 Ca rt og ra fia f Projeções Equivalentes: mantêm o valor da área, mas distorcem os formatos dos continentes, países e os ângulos das coordenadas geográficas. É melhor aplicado para contabilizar o tamanho de terrenos, lavouras, pastos e cidades. f Projeção Afilática: não preservam a forma, ângulo, área ou distância, dessa forma não havendo a conservação das propriedades. Sendo assim ela objetiva minimizar as deformações em conjunto. TIPOS DE PROJEÇÕES As projeções são feitas do globo sobre superfícies que podem ser planas, cônicas ou Cilíndricas, vejamos esses 3 tipos: f Projeções do tipo plana: Podem ser chamadas de polares, azimutais ou tangenciais. Quando a superfície de projeção acontece sobre uma superfície de forma plana. Serve para projetar lugares específicos, como um país. Mas é normalmente usada para representação dos polos, tanto da Antártida quanto a do Polo Norte. 5www.biologiatotal.com.br Ca rt og ra fiaUm dos mapas mais conhecido de projeção plana é a do mapa que ilustra a bandeira da ONU. Nas projeções planas, a porção do mapa com menos distorção está no centro da projeção e vai aumentando em direção à borda. Apesar das projeções planas serem mais famosas por representar os polos esse método pode ser usado para qualquer lugar do globo. f Projeções do tipo Cilíndrica: É como se uma folha envolvesse o globo terrestre, de ponta a ponta,como se fosse um cilindro ou um cano. A parte do globo com contato direto com esse cilindro. Se esse cilindro for feito com a superfície de projeção própria para a linha do Equador, isso fará as partes do globo mais próximas da linha do Equador com menor distorção, mas com distorções maiores nos polos. http://www.biologiatotal.com.br 6 Ca rt og ra fia Uma das projeções cilíndricas mais comuns é a projeção feita por Gerard Mercator, cilíndrica e conforme. Mantendo as formas das coisas, as coordenadas angulares e as direções, ideal para navegações. Por isso um dos mapas cilíndricos mais usados será o mapa de Mercator, do século XVI, em plena Era das Navegações. Porem esse formato dá uma área muito maior para as porções terrestres mais próximas aos polos. Fazendo a Groelândia parecer maior que o continente africano inteiro. Outra projeção cilíndrica muito utilizada, é a Projeção de Arno Peters, do século XX. Peters desenvolveu um mapa para projetar o 3° mundo, no contexto da Guerra Fria, ele preserva a proporção entre as áreas, mas distorce as formas, com propriedades equivalentes. Arthur Robison, Cartógrafo e Geógrafo norte americano, criou a sua projeção na década de 1960. Em sua classificação, ela é cilíndrica, sendo uma das projeções mais famosas no mundo. Robison, encontrou um meio termo, onde essa projeção não preserva nem a forma nem as áreas corretas do continente, mas ela consegue minimizar essas distorções. Sendo assim, ela é ideal para mapas que procuram realizar a representação da Terra como um tudo, fazendo com que essa projeção seja a mais utilizada em mapas e atlas, sendo utilizada como o mapa-múndi da Terra. Projeção de Mercator Projeção de Peters Projeção de Robison 7www.biologiatotal.com.br Ca rt og ra fia f Projeção do tipo Cônica: na superfície de projeção de formato cônico, parecendo uma casquinha de sorvete. Onde o globo fica completamente dentro deste cone. Esse método permite mapear só um hemisfério por vez, havendo distorções maiores na linha do Equador e nos polos, porém é ideal para representar as regiões de latitude média. Este tipo de projeção irá fornecer mapas com as linhas paralelas em um forma curva. Um exemplo de projeção cônica, é a projeção de John Heinrich Lambert, desenvolvida no século XVIII. Trata-se de uma projeção cônica conforme. SITUAÇÃO DAS SUPERFÍCIES DE PROJEÇÕES Para reduzir as distorções, as projeções podem ser feitas de uma forma que a superfície de projeção (plana, cônica ou cilíndrica) podem ter as distorções reduzidas. f Se a superfície de projeção toca um ponto, uma faixa ou uma região, esta projeção será chamada de Classe Tangente. f Se a superfície de projeção atravessa o globo, esta projeção será de Classe Secante. Projeção de Lambert http://www.biologiatotal.com.br 8 Ca rt og ra fia POSIÇÃO DAS PROJEÇÕES É uma classificação quanto a localização no globo, podendo ser Equatorial, Polar Transversal ou Oblíqua. f Equatorial: quando o centro da superfície de projeção se situa na linha o Equador. f Polar: quando o centro de superfície de projeção (plana) é nos polos. f Transversal: Quando o eixo do cilindro ou cone de projeção está em 90° em relação ao eixo da terrestre f Oblíqua: quando está em qualquer outra parte do globo que não seja uma das anteriores. 9www.biologiatotal.com.br Ca rt og ra fiaCONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS As convenções Cartográficas formam um conjunto de informações que devem estar contidas nos mapas para facilitar a interpretação. Entender as convenções é fundamental para resolver qualquer questão que envolva análise de mapas e representações cartográficas. São elas: título, orientação e legenda. Título O título deverá ser objetivo e curto, contendo apenas o local, tema e período. O período deverá ser conforme a coleta do dado, pois há informações que mudam periodicamente como as meteorológicas. http://www.biologiatotal.com.br 10 Ca rt og ra fia Orientação Os mapas devem apresentar indicativo de orientação, geralmente apresentam o NORTE voltado para cima por questões de convenção. 11www.biologiatotal.com.br Ca rt og ra fiaLegenda Os mapas vêm acompanhados de legendas, onde é possível ver o significado das cores, das espessuras e texturas utilizados. E assim entender o que o mapa está falando, como se fosse um filme legendado. Veja se a legenda e o título estão falando do mesmo assunto ou como a legenda ajuda a entender o tema do mapa. Veja no mapa como se comportam as características descritas e onde se localizam. Isso é fundamental para interpretar os mapas nas questões. A legenda pode fornecer informações quantitativas ou qualitativas. Legenda Qualitativa: consiste em uma legenda rica em diferentes símbolos, que não tem a intenção de estabelecer análises comparativas, usadas para apontar a localização de diferentes objetos e fenômenos. Legenda Quantitativa: estabelecida para demonstrar a quantidade e a frequência de determinado fenômeno ou objeto, muitas vezes desenvolvida para fins de comparação. http://www.biologiatotal.com.br 12 Ca rt og ra fia CURVAS DE NÍVEL As Curvas de Nível correspondem a uma ferramenta usada em Cartas Topográficas ou Mapas Hipsométricos para trazer uma perspectiva bidimensional, indicar as declividades do relevo. As Curvas de nível apresentam equidistância, ou seja, mantém sempre as mesmas distâncias entre si. A leitura das curvas de nível nos possibilita interpretar as declividades do relevo, quanto mais próximas as linhas estão entre si, maior é a declividade do terreno. ESCALA Ao representar um terreno em um mapa, é preciso reduzir as proporções do terreno para caber em uma folha de papel. A proporção entre o tamanho real e o tamanho do desenho é o que se entende por escala. Assim, a escala vai indicar o quanto o terreno foi reduzido para caber no mapa. Pode ser por escalas numéricas ou por escalas gráficas. f Escala Numérica: é um número em fração que indica o quanto o terreno foi reduzido. Normalmente indicado assim: 1:500.000, 1:12.500 ou 1:8.000. Isso significa que cada 1 centímetro que for medido, no mapa precisa ser multiplicado por aquele denominador (500.000, 12.500 e 8.000, respectivamente), para então se saber a distância em campo (no mundo real). Então se um mapa tem escala de 1:6.000, e você mediu uma estrada de 7 centímetros. Multiplique os 7cm por 6.000, resultam 42.000 centímetros que correspondem a 420 metros. 13www.biologiatotal.com.br Ca rt og ra fiaExistem uma fórmula bem simples para se calcular as distâncias medidas em um mapa na realidade: Se o mapa não indicar o valor da escala é possível calcular com a mesma fórmula. Exemplo: se a distância real é de 15km e no mapa a distância no mapa é de 5 centímetros. Primeiro colocamos os dois valores na mesma unidade de medida. Podemos colocar tudo em centímetros, em metros, quilômetros… não importa. O importante é que entrem com a mesma unidade de medida na fórmula. Então: f 5 centímetros são 0,05 metros; f 15 quilômetros são 15.000 metros; f 0,05m / 15.000m = 300.000 (aqui o resultado perde a unidade de medida “corta-se o m”); f Então a Escala é 1:300.000 ESCALA GRÁFICA A escala gráfica tem a mesma utilidade da escala numérica, porém ela não é uma proporção escrita e sim um uma figura gráfica, onde mede-se com uma régua na escala gráfica e então se calcula aquela medida para a distância real. Depois de saber quanto vale cada medida no mapa e na distância real pela escala gráfica, será possível medir a mesma distância no mapa ou vice-versa. ESCALA 1:5000 ESCALA 1:200 000 ESCALA 1:5 000 000 http://www.biologiatotal.com.br 14 Ca rt og ra fia ANOTAÇÕES Essa escala serve para quem não tem uma régua em mãos e assim poder calcular usando um palito de dente, uma caneta, um barbante. Mas a sua principal utilidade é poder corrigir distorções que podem acontecer quando se imprime o mapa em uma proporção. Imagine que alguém faça uma fotocópia de uma mapa e com isso o mapa sejareduzido para caber numa folha A4. O mapa irá ser reduzido e escala gráfica será reduzida na mesma proporção. Atenção: escalas são proporções, ou seja, uma fração. E como em toda fração, um denominador com valor alto significa uma fração pequena. E por isso 1:15.000 é muito maior do que 1:15.000.000, por exemplo. 1www.biologiatotal.com.br CARTOGRAFIA CARTOGRAFIA SISTEMÁTICA É a produção de cartografia para as bases de dados, com necessidades mais técnicas, sob a supervisão de organismos estatais estratégicos, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). CARTOGRAFIA TEMÁTICA A expressão vem sendo usada há muito tempo para dar ênfase às possibilidades de uso dos recursos visuais de maneira direcionada à representação de temas ou dos mais diversos assuntos. Os mapeamentos temáticos são realizados sempre a partir da composição de um mapa-base, ou fundo de mapa, do espaço que se está estudando ou que se pretende abordar. Brasil – Mapa Físico Os físicos representam a superfície física da Terra, como as forma do relevo, hipsometria (altitude), clima, hidrografia, e outros elementos. 2 G eo te cn ol og ia s O mapa político tem como objetivo, realizar a divisão fronteiriça entre as regiões, para delimitar os territórios. Outros exemplos de Cartografia Temática: Brasil – Mapa Político 3www.biologiatotal.com.br G eo te cn ol og ia s GEOTECNOLOGIAS Geoprocessamento e Sistemas de Informação Geográfica Geoprocessamento é a técnica de usar a informática e cartografia juntas, permitindo fazer os desenhos com assistência do computador, vincular tabelas de dados, usar imagens digitais da superfície terrestre (feitas de aviões e satélites), criar modelos digitais sobre a altitude, entre outras possibilidades. Usando de base as coordenadas do local. Então é possível ver e produzir os mapas em camadas sobre um lugar e poder entender melhor como diferentes temas (vegetação, hidrografia, ocupação do solo, infraestrutura, por exemplo) trabalham em conjunto no local. http://www.biologiatotal.com.br 4 G eo te cn ol og ia s Os programas utilizados em geoprocessamento são chamados de Sistemas de Informação Geográfica (SIG). E já vem sendo usado desde os anos 80 e ganhou força na popularização dos computadores, depois dos anos 2000. Atualmente é indispensável por órgãos e secretarias de planejamento. As prefeituras, os governos estaduais e a União usam essas tecnologias para o planejamento urbano, implantação de infraestrutura, mapeamento de áreas ambientais, mapeamento de condições sociais e econômicas. Entre os principais órgãos federais que usam sistemas de informação geográfica estão o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Agência Nacional das Águas (ANA). ANOTAÇÕES Através dos cursos FU SO H O R Á R IO 2020 - 2022 FUSO HORÁRIO Quer aprender sobre geografia? Veja as videoaulas dessa subárea e domine o conteúdo. Esta subárea é composta pelos módulos: 1. Fusos Horários 3www.biologiatotal.com.br FUSOS HORÁRIOS Até antes do século XIX, as horas do dia eram feitas de forma muito regional, usando o posicionamento do sol ao meio-dia, momento em que o sol está alinhado com o meridiano local. No século XIX em Washington (EUA) aconteceu uma Conferência Internacional do Meridiano. Ficou estabelecido que haveria uma padronização dos horários, com base nos respectivos meridianos locais em relação ao meridiano de Greenwich. Dando origem ao Greenwich Mean Time (GMT), ou o Tempo Médio de Greenwich. Assim, o meridiano de Greenwich tornou-se o meridiano central e os meridianos ao seu oeste estarão atrasados e os meridianos ao seu leste estarão adiantados. Os fusos são compostos pelo meridiano central (MC), um meridiano com -7°30’ ao seu oeste e um meridiano com +7°30’ ao seu leste. Resultando nos 15° e aplicando o horário do meridiano central nessa faixa. Já que o dia tem 24 horas e a soma dos meridianos (180°W e 180°E) resultam em 360°, calcula-se que 360° dividido por 24 horas, resulte em cada 15° de longitude, correspondendo a 1 hora. À medida que os fusos de oeste são atrasados e os fusos de leste são adiantados, faz com que exista uma faixa que tem +12 horas de um lado e -12 horas do outro, ou seja, 24 horas de diferença. Isso acontece na Linha Internacional de Data. Por passar numa região com mais oceano do que terra, convencionou-se que esta linha poderia ter desvios para não atravessar um país com uma linha que tem uma diferença de 1 dia inteiro. 4 Fu so s H or ár io s Mas como os fusos são linhas imaginárias de modelos matemáticos e isso faz com que elas não respeitem limites político-administrativos. Diversas nações são “cortadas” por fusos diferentes, mas para resolver essas questões muitos estados, províncias e países estabelecem que por convenção qual fuso determina a hora local. OS FUSOS HORÁRIOS NO BRASIL Pelo território brasileiro passam 4 fusos horários diferentes e atravessam os estados, mas por convenção alguns estados estabelecem um horário padrão para o seu território. GMT -2: Com MC 30°W, atrasado 2 horas em relação a Greenwich. Corresponde com as ilhas oceânicas do Brasil: Fernando de Noronha e Ilhas Trindade e Martins Vaz. GMT -3: Horário de Brasília, com o MC 45°W, atrasado 3 horas em relação a Greenwich. Corresponde com maior parte do território brasileiro. Corresponde ao território dos estados da Região Sul, Sudeste, Nordeste, Amapá, Tocantins, Pará, Goiás e Brasília-DF. GMT -4: Com o MC 60°W, atrasado 4 horas em relação a Greenwich. Corresponde ao território dos estados de Roraima, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. GMT -5: Com o MC 75°W, atrasado 5 horas em relação a Greenwich. Corresponde ao território ao estado do Acre, exclusivamente. Lembre-se os fusos horários são relacionados com leste e oeste. Quanto mais “alongado horizontalmente” mais fusos devem ocorrer, por exemplo, o território russo existem 10 fusos horários, desde GMT +2 até GMT +12. Já o Chile que tem um território mais “alongado” em norte-sul está completamente em um único fuso (GMT -4). 5www.biologiatotal.com.br Fu so s H or ár io sCALCULANDO O HORÁRIO É comum questões relacionados a cálculo de horários. Então vamos ver de forma breve como fazer esses cálculos. Para saber a hora dos fusos: f Veja qual é o meridiano central do fuso correspondente ao local, normalmente é um número múltiplo de 15 (15, 30, 45, 60, ...), f Divida o valor da longitude por 15; f Se for de um lugar ao oeste subtraia. Se estiver à leste some. f Exemplo: Se são 20h em Londres (GMT 0), que horas são em São Paulo (46°30’W)? f A longitude 46°30’ W está mais próxima do MC 45°W. f Por ser ao oeste, o MC entra na conta com o valor negativo. f -45/15 = -3. ou seja, 3 horas a menos em relação ao horário em GMT 0. f 20h-3h = 17h ou 5:00 p.m. Quando for necessário calcular o horário em uma questão que envolva tempo de deslocamento, basta acrescentar no cálculo o tempo de viagem. Lembre: f Veja os fusos das cidades e a diferença entre ele; f Veja qual é o sentido da viagem; f Veja o tempo gasto em viagem. http://www.biologiatotal.com.br 6 Fu so s H or ár io s Exemplo: Um voo que parte às 11h, do Rio de Janeiro (GMT -3) para a San José (Costa Rica) no fuso horário GMT -6. Uma viagem de 10 horas de duração. Que horas serão no Rio de Janeiro e em San José no momento do pouso? f Para o Rio de Janeiro basta somar o tempo de viagem com o horário da partida. f 11h + 10h : 21h ou 9:00 p.m. no Rio de janeiro. f Partida em “menos 3 horas” para o fuso “menos 6 horas”. f (-6 horas) - (-3 horas) = -3 horas. f Sentido da viagem para oeste, ou seja, tem que atrasar. O resultado acima tem que ter dado negativo. Confira! f A viagem durou 10 horas. Então: Horário do fuso de partida – diferença entre os fusos + tempo de viagem. f 11h -3h +10h = 18h ou 6:00 p.m. em San José. f Resposta:Serão 18h em San José e 21h no Rio de Janeiro. Para questões que envolvam ligações, e-mails, fax ou qualquer coisa que não envolva tempo de deslocamento. Faça o mesmo procedimento, mas não precisa acrescentar o tempo de deslocamento. Exemplo: Em uma videochamada entre Brasília (GMT -3) e Nova Delhi (GMT +5:30), qual será a hora da reunião em Brasília se em Nova Delí são 19h. f Veja a diferença entre os fusos. Sim, o fuso horário de Nova Delí é fracionado: f (-3 horas) - (+5:30 horas) = -8:30 horas f Brasília está ao oeste de Nova Delí, então o resultado acima deve ser de negativo, para atrasar. f 19h (Nova Delí) -8h30 = 10:30 a.m. ou 10h. f Resposta: A videochamada marcada para 19h de Nova Delí corresponde a 10h em Brasília. HORÁRIO DE VERÃO O horário de verão é um procedimento de adiantar as horas do relógio em relação ao fuso horário padrão para aproveitar melhor as horas de sol. Isso permite que as pessoas aproveitem mais horas de sol depois do horário comercial de trabalho. Mas contribui principalmente para a redução de consumo de energia elétrica e um achatamento do pico de consumo. 7www.biologiatotal.com.br Fu so s H or ár io sEsse procedimento é mais apropriado para lugares que não estejam na zona equatorial. É indicado para a zona temperada (latitude média). Isso só é possível por causa dos solstícios de verão no hemisfério Norte (em julho) e no hemisfério sul (em dezembro). E por isso os lugares em que estão em latitude média ou em latitude alta tem um maior período de iluminação natural, ou seja, um aumento no fotoperíodo. Nem todos os países usam o horário de verão, mesmo estando em áreas beneficiadas pelo au- mento do fotoperíodo. E alguns países optam por deixar o horário de verão opcional por Região. Na Argentina e no Uruguai, o fotoperíodo aumenta tanto que nem precisa de um horário de verão para ampliar mais uma hora de sol, além do horário comercial. Já o Chile, não só adotou o horário de verão como fez dele o seu horário padrão para o ano inteiro. No Brasil, seria indicado nos estados por onde passa o Trópico de Capricórnio (MS, SP, PR, SC e RS). No entanto, desde a década de 30, o horário de verão vem sendo implementado no Brasil no Distrito Federal e nos estados do Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Começando em meados de outubro ou novembro e encerrando em fevereiro. Em 2019, os horários de verão de 2019-2020 e 2020-2021 foram suspensos. Os fusos horários e horários de verão são decisões arbitrárias feitas pela sociedade para atender as suas necessidades econômicas, sociais e culturais. Mas indiferente da vontade humana, o fotoperíodo tem aumentos e quedas de duração nos meses de solstícios. Criando efeitos para a sociedade e para a natureza. Entre os efeitos do aumento das horas de sol está o chamado Sol da Meia-noite que faz com que mesmo depois das 22h ainda seja possível ter iluminação solar em lugares próximos aos círculos polares. Nos polos, nos seus dias de solstícios de verão, o sol não se põe. Já no inverno, há dias que sol não dura mais do que 1 ou 2 horas no céu. Reforçando É importante lembrar: f Meridiano e Fusos não são a mesma coisa; f Meridianos são linhas para fazer a localização; f Fusos são faixas entre um meridiano e outro. E os fusos horários são fusos criados para a demanda “padronização das horas do dia com base em critérios científicos”; http://www.biologiatotal.com.br 8 Fu so s H or ár io s ANOTAÇÕES f Apesar dos critérios científicos, a aplicação dos fusos é feito em cada país com base em critérios políticos e administrativos para atender demandas econômicas, sociais e culturais; f Não importa se um país adota ou não o horário de verão, o fotoperíodos é condicionado pela localização no globo. Por isso pode haver divergências entre o modelo teórico e a aplicação prática. Através dos cursos ES PA ÇO B R A SI LE IR O 2020 - 2022 ESPAÇO BRASILEIRO 1. Espaço brasileiro O Brasil tem muitas regiões que se diversificam entre si, conhecer cada uma delas é conhecer mais do próprio país. Vem saber mais aqui! Esta subárea é composta pela apostila: 3www.biologiatotal.com.br ESPAÇO BRASILEIRO Agora vamos ver de forma breve as principais características do território brasileiro e das suas regiões. Lembrando que o Brasil tem uma forma de governo Republicana (tem senadores) e um sistema de governo presidencialista, ou seja, o chefe de estado é o Presidente. E composto pela união dos seus entes federativos (26 estados + Distrito Federal). É o quinto país com maior território, é o sexto em número de habitantes, com um IDH de 0,761 está na colocação de 79ª (2018). Quando foi descoberta a rota de navegação da Europa até a América do Sul, já habitavam o território que viria a ser o Brasil, cerca de 5 milhões de nativos sul-americanos. Ao longo da história, já teve a capital em três localizações: Salvador/BA, Rio de Janeiro/ RJ e atualmente Brasília, território cedido e originalmente de Goiás. TAMANHO DO BRASIL O Brasil ou República Federativa do Brasil está localizado na costa do oceano Atlântico da América do Sul. É o quinto maior território nacional do mundo. Por isso é comum ouvir que o “Brasil é um país de dimensão continental”. Só é menor que o território da Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Países com maiores extensões Territoriais 4 Es pa ço b ra si le iro Ranking País Território (km²) 1º Rússia 17.098.246 2° Canadá 9.984.670 3° China 9.596.961 4° Estados Unidos 7.824.535 5° Brasil 8.510.295 6° Australia 7.692.024 O território brasileiro corresponde a 48% da extensão da América do Sul. A única nação das Américas que fala português, detentor de uma das maiores linhas de costa do mundo e o país que tem mais vizinhos de todo o continente americano. Em uma linha reta entre o extremo norte (Monte Caburai/RR) e o extremo sul (Arroio do Chuí/RS) do Brasil existe uma distância de 4.394 quilômetros. Enquanto do extremo oeste (Nascente do Rio Moa/AC) ao extremo leste (Ponta dos Seixas/PB) existe uma distância de 4.314 quilômetros. Ou seja, o Brasil tem uma dimensão de “quadrilátero” por ter quase a mesma distância entre os extremos norte-sul e Leste-Oeste, tipo um losango. Limites continentais: são de 15.719 quilômetros. As fronteiras do Brasil começam no extremo norte do Amapá, seguem pelo oeste passando pelos estados do Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, até chegar no extremo sul do Brasil no Rio Grande do Sul. Linha de Costa: são aproximadamente 8.000 quilômetros. Pode se dizer que a linha de costa, começando no Amapá, passa pelos estados de Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e termina no Rio Grande do Sul. 5www.biologiatotal.com.br Es pa ço b ra si le iroLOCALIZAÇÃO DO BRASIL NO GLOBO Se dividirmos o mundo em quadrantes, usando o meridiano de Greenwich e a linha do Equador, perceberemos que o Brasil fica totalmente no Hemisfério Ocidental e que 93% no Hemisfério Sul e 7% no Hemisfério Norte (AM, RR, AP e PA). Pelo território brasileiro também passa o Trópico de Capricórnio, este paralelo “atravessa” os estados de MS, PR e SP. Assim, aproximadamente 8% do território brasileiro está em zona temperada, mas a maior parte do território nacional fica na zona intertropical, cerca de 92%. FRONTEIRAS O Brasil faz fronteira com 10 países, os únicos 2 países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil são o Equador e o Chile. O Brasil faz fronteira com a Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. As fronteiras do Brasil começam no extremo norte do Amapá, seguem pelo oeste passando pelos estados do Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, até chegar no extremo sul do Brasil noRio Grande do Sul. O Brasil tem um total aproximado de 17 mil quilômetros de extensão de fronteiras, passando por 11 estados brasileiros, 121 municípios com 10 países diferentes. Sendo que um desses vizinhos é a Guiana Francesa, um território francês na América do Sul. E na região de Foz do Iguaçu, o Brasil faz tríplice fronteira com Argentina e Paraguai. 6 Es pa ço b ra si le iro As fronteiras brasileiras mudaram muito ao longo dos anos desde a colonização portuguesa e hoje estão mais consolidadas por causa de uma política de diplomacia. E principalmente porque desde a 2ª Guerra Mundial, percebe-se que não existe mais a necessidade dos países expandirem as suas fronteiras, pois se antes era preciso conquistar territórios, hoje, é possível comercializá-los. Na fronteira Brasil e Uruguai não há necessidade de passar por alfândegas ou barreiras de imigração, por exemplo a Fronteira de Chuí (RS) e Chuy (Uruguai) onde basta atravessar uma rua. Mas nos demais países é preciso passar por algum posto alfandegário. Mas ainda existem muitos problemas e questões envolvendo as fronteiras internacionais entre elas: a invasão de garimpeiros na região norte, entrada ilegal de imigrantes da Bolívia e Peru, tráfico de animais silvestres e de plantas para fins farmacêuticos ou cosméticos (biopirataria) e contrabando de produtos e bens de consumo. LIMITES PELO OCEANO Mesmo que seja comum pensar que o território seja apenas por terra, também há território marítimo, dividido em Mar Territorial (MT), Zona Contínua (ZC), Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e Plataforma Continental (PC). Mar territorial: é a costa imediata ao litoral, cerca de 22 milhas em direção ao mar. Nesse território cada país tem soberania absoluta sobre os recursos naturais e o trânsito de embarcações. Zona Contínua: definido na Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar estabelece mais 12 milhas após o mar territorial. Essa área deve ser usada pelos países, para evitar e reprimir as infrações referentes as suas próprias leis e para regulamentos alfandegários, de fiscalização, de imigração e sanitários. Tríplice Fronteira 7www.biologiatotal.com.br Es pa ço b ra si le iroZona Econômica Exclusiva (ZEE): faixa localizada de 12 a 200 milhas (começa junto da zona contínua) trânsito de embarcações e todos os recursos vivos ou não- vivos, na água, do solo ou do subsolo, pertencem ao Brasil assim como o direito de exploração econômica e comercial. A ZEE existe nas imediações das ilhas oceânicas fazendo o território marinho ser um pouco mais avançado em relação a linha de costa dos continentes. A ZEE tem uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. Extensão da Plataforma Continental: é uma extensão que o Brasil está pleiteando para aumentar a ZEE. Isso aumentaria a área de exploração dos recursos naturais em 963 mil quilômetros quadrados. AS 5 GRANDES REGIÕES DO BRASIL Após vermos os limites e fronteiras, veremos como é o espaço brasileiro por dentro. Para isso será preciso analisar o território em regiões. Ao longo dos anos, existiram formas diferentes de regionalizar o espaço brasileiro. No começo as formas de regionalizar eram relacionadas com a paisagem e aspectos naturais. A atual divisão regional do Brasil usada pelo IBGE, destaca 5 grandes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Este método de regionalização leva em consideração aspectos de naturais, sociais e econômicos e os limites administrativos de cada estado. Brasil Regiões 8 Es pa ço b ra si le iro Região Norte abrange 7 estados: Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá e Tocantins. Extensão: maior região do Brasil. Com um pouco mais de 45% do território brasileiro. Possui uma área de, aproximadamente, 3,85 milhões de km2. Região onde há a fronteira setentrional (ao norte) com outros países e com acesso ao mar (AP e PA); Aspectos naturais: clima equatorial úmido, temperaturas altas (mínima de 20°C e máximas de 35°C) e ventos leves, Floresta Amazônica (maior floresta tropical do planeta), hidrografia predominantemente da Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas (maior bacia hidrográfica do mundo). O ponto mais alto do Brasil fica na região norte, no estado do Amazonas, são eles: o Pico da Neblina (2.995m) e o Pico 31 de Março (2.974m). População: uma população de aproximadamente 10% da população nacional. Cerca de 18 milhões de habitantes e uma densidade demográfica de 4,72 hab/km². Maior população indígena do Brasil, cerca de 300 mil habitantes são indígenas, com existência de aldeias indígenas isoladas. Economia: a região baseia-se nas atividades primárias como extrativismo mineral (construção civil e pedras preciosas) e vegetal (para produção alimentícia, farmacêutica, látex e de cosméticos), agropecuária e atividades industriais na Zona Franca de Manaus (aparelhos celulares e de áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes, entre outros) e turismo ambiental para a fauna e flora da maior floresta equatorial do mundo e cultural das festas típicas e regionais. Região Nordeste abrange 9 estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Extensão: cerca de 18% do território nacional, com 1,5 milhão de km². Sem fronteira internacional, mas com a maior linha de costa do Brasil e com todos os estados com acesso ao mar. Já foi sede do governo português durante os primeiros anos do Brasil colônia e antes da chegada da família Real. A divisão dos estados ainda traz um desenho bem próximo ao das antigas Capitanias Hereditárias do Brasil colônia. Região Norte Região Nordeste 9www.biologiatotal.com.br Es pa ço b ra si le iroAspectos naturais: clima predominante do semiárido no interior, equatorial úmido na transição com região norte (PI e MA) e clima tropical no litoral leste. Predomínio do bioma da Caatinga, com Mata Atlântica no litoral e áreas de transição com Cerrado (BA). Recebe muitos ventos de leste (ventos alísios). Sua principal bacia é a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. População: cerca de 56 milhões de habitantes (25% da pop. brasileira) e uma densidade demográfica de 32 hab/km². Concentração das grandes cidades e capitais no litoral (exceto Teresina/PI). Economia: o turismo é uma das atividades mais desenvolvidas na economia nordestina. São desenvolvidas na região atividades de extrativismo mineral, agropecuária e latifúndios. Produção de petróleo e gás natural, plantio de cana e mamona para biocombustível, produção de energia por hidroelétrica e com grande potencial de produção de energia eólica e solar. Avanços de técnicas de plantio permitem que hoje em dia existam fazendas de uva e produção de vinho em áreas que antes eram praticamente não agriculturáveis. Região Centro-Oeste abrange 3 estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Onde localiza-se Brasília, Distrito Federal, atual capital brasileira. Extensão: cerca de 1,6 milhões de km², ou seja, 19% do território brasileiro. Área que estava fora do Tratado de Tordesilhas, mas que os bandeirantes ocuparam na intenção de encontrar ouro e pedras preciosas. Teve novos avanços da ocupações ao longo do Século XIX com a incursão do Marechal Cândido Rondon, criação da Ferrovia de Corumbá (MS) até Bauru (SP) e dos estímulos de ocupação do interior do Brasil dos anos 40 a 60, na criação de uma Colônia em Goiás e da construção de Brasília, respectivamente. Sem acesso ao mar, mas com fronteiras com os países Bolívia e Paraguai. Aspectos naturais: clima Tropical Sazonal (inverno seco e verão chuvoso). Predomínio dos biomas do Cerrado e do Pantanal. Periodicamente recebe chuvas da umidade da evapotranspiração da floresta amazônica. A sua principal bacia é a Bacia Hidrográfica do Paraguai. População: cerca de 16 milhões de habitantes. E com uma densidade demográfica de 10 habitantes por km². Porém, os dados de Brasília contrastam com o resto da região. Só em Brasília vivem2,5 milhões de habitantes, cerca de 444 hab/km². Existência de conflitos entre o avanço de pastagens sobre reservas naturais ou indígenas. Região Centro-Oeste 10 Es pa ço b ra si le iro Economia: com base na agricultura e pecuária de soja, milho e a criação de gado de abate. O turismo também tem grande força na região que apresenta as Chapada dos Veadeiros e a Chapada dos Guimarães e o Pantanal. Região Sudeste, composta por 4 estados: São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro Extensão: cerca de 10% do território nacional, 924 mil km². Sem fronteira internacional, mas com acesso ao mar (exceto MG). Com São Paulo (Capital) maior metrópole do Brasil e da América Latina e cidade mais populosa do Brasil. Já foi sede do governo no Rio de Janeiro, desde a chegada da família Real Portuguesa até a construção de Brasília em 1960. As 5 cidades nas maiores altitudes ficam nesta região: Campos do Jordão/SP (1620m), Monte Verde/MG (1.554m), Senador Amaral/ MG (1.505m), Bom Repouso/MG (1.360m) e Gonçalves/MG (1.350m). Aspectos naturais: clima predominante de Tropical e Tropical de Altitude. Predomínio do bioma Mata Atlântica com áreas de transição com o Cerrado. Por causa da ocupação e do tamanho das cidades o Bioma da Mata Atlântica foi um dos mais devastados nessa região. Localizada numa região com as bacias hidrográficas do Paraná (que corre no sentido para o interior) e outras bacias que deságuam no Atlântico. Com o relevo acidentado separando litoral do interior. A dificuldade de organizar o espaço urbano frente a migrações e do êxodo rural irão criar localidades de pobreza extrema na região mais rica do país e poluição e degradação ambiental em um dos biomas mais ameaçados desde a colonização, a Mata Atlântica. População: quase 90 milhões de pessoas vivem na região sudeste, a região mais populosa do Brasil. É a região do Brasil que mais atrai migrantes em busca de emprego, renda e melhores oportunidades de vida. Economia: com base no setor industrial (petrolíferas, siderúrgicas e automobilística), financeiro (Ibovespa), comercial, agropecuária no seu interior e atividades de turismo, esta região corresponde com 55% do PIB nacional. Região Sul é composta por 3 estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Extensão: cerca de 575 mil km², equivalente a 8% do território nacional. Todos os seus estados tem fronteira terrestre internacional e acesso ao mar. A região sul pré- colombiana tinha uma ocupação por povos indígenas seminômades, que viajavam do litoral sul ao norte, do litoral para a serra e o planalto. As primeiras colônias foram para a criação de fortes e postos de defesa por causa dos limites do Tratado de Tordesilhas Região Sudeste 11www.biologiatotal.com.br Es pa ço b ra si le iroque no litoral ia até Laguna (SC), posteriormente com colonização vicentista no litoral mais intensificada e no planalto ocupado por povos caboclos e indígenas por causa da economia de charque (carne seca) e venda de gado. Somente no século XIX, famílias italianas e da Alemanha viriam para o Brasil para colonizações agrícolas. A região sul tem o menor número de população indígena, cerca de 70 mil indígenas. Apesar disso muitas estradas federais ainda guardam o traçado muito próximo aos que eram feitos em direção à serra e ao planalto no litoral. Aspectos naturais: clima Subtropical e estações do ano bem definidas. Por apresentar verões quentes e clima de geada no inverno, essa região apresenta a maior amplitude térmica (diferença entre a temperatura mínima e a máxima ao longo do ano). Chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Vegetação de predomínio de Mata Atlântica, e com ocorrência da Mata das Araucárias no seu interior. Com predomínio das bacias hidrográficas do Paraná e do Uruguai (no planalto) e com diferentes bacias hidrográficas menores com deságue no oceano Atlântico (serra e litoral). A localização de altitudes altas na serra e no planalto, mais afastadas do litoral e fora da zona intertropical farão a região receber mais massas de ar frio e provocar geadas e eventos com neve. População: cerca de 29 milhões de habitantes, quase 15% da população nacional. Uma densidade populacional de 47 hab/km² Economia: economia baseada em extração vegetal e silvicultura, produção agropecuária de grãos, suínos, frangos, maçãs, uvas, bananas, palmitos e arroz, com produção industrial na área de cerâmicas, calçados, papel e celulose e motores e partes para produtos de refrigeração. AS REGIÕES GEOECONÔMICAS Existem outras formas de regionalizar o Brasil além das 5 grandes regiões do IBGE. Uma delas é pelo método das Regiões Geoeconômicas que dividem o Brasil em 3 Complexos Regionais: Complexo da Amazônia, Complexo do Nordeste e Complexo do Centro-Sul. As formas de regionalizar vão ser relacionadas com os fenômenos, principalmente porque esse método não considera os limites administrativos dos estados. Região Sul 12 Es pa ço b ra si le iro Com extensão por toda floresta amazônica brasileira e integrando partes do território leste do Maranhão, quase todo o Tocantins e Mato Grosso (exceto as suas partes ao Sul). É uma região que apresenta baixa densidade demográfica. Com atividades econômicas que se destacam na agropecuária, que constitui o setor econômico mais importante, extrativismo vegetal, mineração e o setor industrial, com destaque para a zona industrial de Manaus. Complexo Regional Centro-Sul Só essa região engloba 33% do território nacional. Engloba os estados da região sul, sudeste (exceto a porção norte-nordeste de MG), o Mato Grosso do Sul, quase todo o estado de Goiás, parte sul do Tocantins e Mato Grosso. Com atividades econômicas que se destacam economicamente por englobar a maior parte das indústrias, das áreas de atividades agrícolas mais modernizadas, dos bancos, mercados de capitais, portos, ferrovias, empresas transnacionais, a capital nacional e a maior cidade do país, comércios e universidades do país. É extremamente urbanizado em relação com as outras regiões. 13www.biologiatotal.com.br Es pa ço b ra si le iroComplexo Regional Nordeste O complexo regional do Nordeste vai desde a porção leste do Maranhão até o norte de Minas Gerais, incluindo todos os estados nordestinos. Abrange cerca de 30% do território nacional. É a região onde ocorreu o processo de povoamento do país. Possui forte contraste natural e socioeconômico entre as áreas do litoral, (mais urbanizadas, industrializadas e desenvolvidas economicamente) em relação ao interior (predomínio de clima semiárido e grandes problemas sociais). Pensando sobre a regionalização O fato de regionalizar partes de um país não faz com que tudo que esteja dentro dessa região seja igual. Mas permite ver similaridades e aproximações das características. E assim é possível fazer subdivisões dentro de cada região. Veja essas sub-regiões da Região Nordeste do IBGE: 1- Meio-Norte: região de transição entre Amazônia, Caatinga e mata dos Cocais. Forte economia extrativista e intensa pressão pela pecuária. 2 – Sertão: região de clima semiárido, longas estiagens e solos rasos. Limitações na produção agrícola devido à intensa pobreza e às condições climáticas. 3 – Agreste: região de transição entre o litoral úmido e a Caatinga semiárida. Zona de produção de policultura em pequenas propriedades. 14 Es pa ço b ra si le iro 4 – Zona da Mata: chuvas Abundantes, relevo recortado e Mata Atlântica. Região mais urbanizada, mais rica e concentrada. Latifúndios. As divisões regionais não são formas de segregar o país, são formas de agrupar o conhecimento sobre um conjunto de informação muito grande, comum em um país de proporções continentais. A regionalização vai ajudar a apresentar o potencial regional para investidores estrangeiros, para auxiliar no ensino e aprendizado dos estudantes, orientar políticas públicas voltadas para critérios e realidades específicas das regiões, por exemplo. ANOTAÇÕES Atravésdos cursos G EO LO G IA 2020 - 2022 GEOLOGIA 1. Origem da Terra 2. Placas Tectônicas 3. Formação das Rochas e Tempo Geológico 4. Geologia do Brasil Na Geologia do ENEM nós vamos minerar a Aprovação! Aprenda aqui sobre Minerais, Rochas, Camadas da Terra e Deriva Continental!! Esta subárea é composta pelas apostilas: 3www.biologiatotal.com.br ORIGEM DA TERRA Calcula-se que o planeta Terra tenha aproximadamente 4,5 bilhões de anos, e tenha sido formado com os detritos e poeira da antiga nebulosa solar que daria origem ao sol, mas que não foram atraídos diretamente para o sol durante a sua formação. Nos seus primeiros anos a Terra era muito quente e com uma massa homogênea, até que o resfriamento da camada externa irá formar uma superfície sólida e rochosa, e quanto mais interno maior a densidade dos materiais. A lua teria se formado a partir do impacto de corpo celeste, similar a um planeta bem menor do que a Terra. Que ao se chocar com a antiga-Terra teria deixado maior parte do seu volume, mas teria espalhado muitos detritos no espaço. Esses detritos ficaram orbitando em volta da Terra até que ao longo dos anos fossem colidindo entre eles e juntando massa. Até formar a lua como a conhecemos. Após 1 bilhão de anos, os gases que evaporaram da Terra ultra-aquecida começam a precipitar com o resfriamento gradual da superfície terrestre. Estima-se que 50% do volume de água dos oceanos sejam próprios desta fase e os outros 50% sejam da queda de meteoritos ao longo dos próximos 3,5 bilhões de anos. COMO SE SABE A IDADE DA TERRA? A idade da Terra é estimada por um método que estuda a presença de chumbo em um mineral chamado Zircão. Na formação desse mineral deve haver o elemento Zircônio, mas eventualmente alguns átomos de Urânio podem ocupar o espaço que seria do Zircônio. Uma vez que o Urânio ocupa esse espaço na molécula de zircão, ele começa um processo de decaimento radioativo. E se transforma em Chumbo. Mas sabe-se que o Chumbo não tem capacidade de tomar lugar do Zircônio na estrutura molecular do mineral. Assim, já sabendo quanto tempo leva para o Urânio decair a sua radioatividade em até o Chumbo, sendo assim pode-se estimar a idade das rochas. Quanto mais Chumbo, mais velha. O exemplar de rocha mais velho datado por este método é da Austrália. Mesmo que essa não seja a rocha mais antiga do planeta, ao menos se sabe que mais jovem que isso o planeta não é. 4 O rig em d a Te rr a CAMADAS INTERNAS DA TERRA A Terra tem 3 camadas internas: a Crosta, o Manto e o Núcleo. Crosta Camada mais sólida, rochosa e superficial do planeta, também chamada de litosfera, é sobre ela que toda vida terrestre acontece. É composta pela crosta continental e pela crosta oceânica em placas tectônicas que estão em contato com as camadas mais externas do manto. f Crosta Continental é principalmente composta com silicatos aluminosos, por isso pode ser chamada de SiAl. Nessa camada as rochas de granite são as mais comuns. É onde encontra-se a menor densidade entre as camadas internas. A crosta continental refere-se a toda parte da litosfera fora da água até o talude oceânico. Quase 15km de profundidade. Estrutura da Terra. 5www.biologiatotal.com.br O rig em d a Te rr a f Crosta Oceânica é composta por silicatos magnesianos, pode ser chamada de SiMa. Por isso as rochas são mais basálticas. O basalto é mais denso que o granito. Essa camada é mais fina (delgada) do que a crosta terrestre. Assim a crosta oceânica estende-se pelo assoalho oceânico. Possui de 5 a 10km de espessura. Manto É a camada “pastosa” de minerais e metais derretidos (magma) a mais de 100°C na parte perto da crosta e quase 3500°C no seu interior (mais próximo ao núcleo). Composta por minerais mais densos que a crosta, de Ferro e Magnésio. Fazem um movimento de convecção ou também chamadas de correntes de convecção. Essa movimentação vai resultar em movimentos das placas tectônicas e causam abalos sísmicos, atividades de vulcanismo e formação de relevos. Crosta oceânica. Correntes de convecção. ConvecçãoConvecção http://www.biologiatotal.com.br 6 O rig em d a Te rr a As linhas imaginárias que separam o manto das outras camadas internas da terra se chamam de descontinuidades. A descontinuidade de Mohorovicic separa o manto da Crosta e a descontinuidade de Wiechert-Gutenberg separa o Manto do Núcleo. Núcleo É a camada mais interna da Terra. Formada principalmente por Níquel e Ferro. O núcleo pode chegar a 5000°C. É composto pelo Núcleo Interno e pelo Núcleo Externo. Por causa da sua composição, o núcleo da Terra também pode ser chamado de NiFe (Níquel e Ferro). Descontinuidade de Mohorovicic e Descontinuidade de Wiechert-Gutenberg. 7www.biologiatotal.com.br O rig em d a Te rr a f Núcleo externo: possui uma composição mais líquida e plástica. Temperatura de 3000°C. Em uma densidade de 9 à 11 vezes maior do que a superfície do planeta. f Núcleo Interno: por causa da sua alta densidade (12 à 14 vezes maior do que na superfície terrestre) apresenta uma forma sólida apesar da alta temperatura (5000°C). Pode parecer uma comparação muito simples, mas pode te ajudar na hora da prova. A terra tem uma composição das camadas internas bem parecida com a de um ovo cozido. Onde a casca seria a crosta, o manto seria a clara e o núcleo a gema. Camadas da Terra. http://www.biologiatotal.com.br 1www.biologiatotal.com.br PLACAS TECTÔNICAS PLACAS TECTÔNICAS As placas tectônicas são imensos blocos da litosfera que compõem a formação da crosta. Ao todo são 52 placas, mas 14 placas estão entre as principais e as outras 38 são placas menores Mesmo com uma espessura média de 40km, a crosta terrestre é uma fina camada em relação ao diâmetro total da Terra. E o manto -a camada interna abaixo da crosta- com uma temperatura mínima de 100°C e de textura pastosa, típica do magma derretido, está em constante movimento por causa das Correntes Convectivas. As correntes convectivas do manto são movimentos feitos pela ascensão e descenso do magma terrestre, por causa das diferenças de temperaturas nesta camada da Terra. Basicamente, magma aquecido, a quase 3000°C, sobe até a descontinuidade de Mohorovicic e de lá dispersa para os lados à medida que mais magma aquecido ascende. Assim, correntes convectivas fazem um movimento similar a duas engrenagens que giram, se retroalimentando. Distribuição das placas tectônicas. 2 Pl ac as T ec tô ni ca s Assim, as placas tectônicas que ficam sobre esse manto são movidas como barcos em um lago, pois a litosfera desliza sobre o manto. Eventualmente, esse movimento pode criar três cenários com base nos encontros das placas tectônicas: Encontros Divergentes, Encontro Transformante ou Encontros Convergentes. Atuação das correntes de convecção. Cenários de encontros de placas. 3www.biologiatotal.com.br Pl ac as T ec tô ni ca sEncontros Divergentes Quando as correntes de convecção causam o afastamento entre os limites das placas tectônicas. Na medida que as placas se afastam o magma logo abaixo consegue subir para a “superfície”. Esse fenômeno acontece na crosta oceânica do Atlântico, Índico e Pacífico. E assim, cria-se uma região onde a camada da crosta é mais fina, cerca de 7km (bem menos do que os 40km de espessura média nos continentes). À medida que o magma sobe a superfície (no assoalho do oceano) e as placas tectônicas se afastam, vão se formando cadeias de montanhas submersas e uma longa linha de formação de novos relevos oceânicos chamada de dorsal meso-oceânica. Um fenômeno de criação de crosta. O rifteamento e a expansão ao longo de uma zona estreita criaram a Dorsal Mesoatlântica, uma cadeia de montanhas mesoceânicas onde vulcões e terremotos estão concentrados. Encontros Transformantes É quando as correntes de convecção causam deslocamento lateral (tangencial) entre os limites das placas; Esse fenômeno não cria e nem destrói os relevos, mas é capaz de alterar