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Faculdade de Ciências e Tecnologia 
Departamento de Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS DE GEOTECNIA 
 
 
 
CAPITULO 9 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Carlos Nunes da Costa 
 
 
2006/2007 
 
 i
ÍNDICE 
 
I – Breve histórico 1 
II – Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental 3 
III – Regulamentação dos Estudos de Impacte Ambiental 9 
III.1 – Estrutura da Proposta de Definição do Âmbito (PDA) 9 
III.2 – Estrutura do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) 12 
III.4 – Normas Técnicas para a Estrutura do Relatório de Conformidade Ambiental 
do Projecto de Execução (RECAPE) 18 
III.5 – Estrutura do Relatório de Monitorização (RM) 20 
IV – Identificação e Avaliação de Impactes 22 
IV.1 – Medidas de Minimização de Impactes 23 
Bibliografia essencial 31 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura I.1 Tipologias dos projectos sujeitos a AIA (2002) com parecer específico do IGM 2 
 
 ÍNDICE DE QUADROS 
 
Quadro II.1 Projectos sujeitos a AIA 5 
Quadro III.1 Caracterização do ambiente afectado pelo projecto 14 
Quadro IV.1 Classificação dos impactes 22 
 
 
 
 
 
 
 1
AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL 
I – BREVE HISTÓRICO 
Em Portugal os primeiros Estudos de Impacte Ambiental (EIA) datam da 2ª metade da 
década de 80. São inicialmente regulamentados pelos: 
• Decreto-Lei n.º 186/90, de 6 de Junho 
• Decreto Regulamentar n.º 38/90, de 27 de Novembro 
que transpõem para a ordem jurídica interna a Directiva nº 85/337/CEE, do Conselho, de 
27 de Junho de 1985. 
Passada uma década, à luz da experiência adquirida e decorrendo das alterações 
introduzidas pela Directiva nº 97/11/CE, do Conselho, de 3 de Março de 1997, é 
introduzida nova regulamentação: 
• Dec. Lei nº 69/2000 – Estabelece o regime jurídico de avaliação do impacte 
ambiental dos projectos públicos e privados susceptíveis de produzirem efeitos 
significativos no ambiente. 
Um estudo recente mostrou que desde 1995 até ao início de 2003 foram tomadas mais de 
600 decisões relativas a processos de Avaliação de Impacte Ambiental, o que 
corresponde a 80 por ano, em média, com tendência para um ligeiro crescimento. Desses 
processos: 
• Cerca de 50% dos processos dizem respeito a projectos de barragens e de 
estradas, 
• Mais de 60% das decisões foram favoráveis, embora condicionadas à execução 
de medidas de minimização de impactes 
• Cerca de 10% foram desfavoráveis 
• As restantes pronunciaram-se pela declaração de desconformidade e pela 
reformulação do EIA. 
 
 
 
 2
Tipologia dos projectos sujeitos a AIA com forte componente geológico-geotécnica 
Entre 1999 e 2002, numa amostra de 62 projectos, verificou-se que estes se distribuíam 
por 3 grandes grupos de projectos de engenharia: 
• rodovias e outras infraestruturas de transporte – 47% 
• infraestruturas de energia (barragens, parques eólicos) – 32% 
• outros (hidroagrícolas, saneamento, pedreiras) – 21% 
 
As tendências mais recentes demonstram que, a par das rodovias, aparecem novas 
tipologias. A figura 1 ilustra a distribuição por tipologias dos projectos sujeitos a AIA em 
2002 com parecer específico do IGM sobre a componente geológico-geotécnica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura I.1 – Tipologias dos projectos sujeitos a AIA (2002) com parecer específico do IGM 
 
• Parques eólicos aparecem como 2ª tipologia mais frequente 
• Parques eólicos e linhas de metro, somados, suplantam o conjunto das restantes 
tipologias (excluindo rodovias). 
Novas tipologias obrigam a ter em conta impactes ambientais no meio geológico, 
anteriormente subestimados: 
• parques eólicos: impacte paisagístico/ geomorfológico, no património geológico; 
• linhas de metro: impactes no subsolo a níveis profundos, hidrogeológicos, etc...).
13
6
4
4
8projectos rodoviários 
parques eólicos 
linhas de metro 
aproveitamentos hidroeléctricos e hidroagrícolas 
infraestruturas diversas de energia e ambiente 
 3
 
II – PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL 
Os projectos públicos e privados susceptíveis de produzirem efeitos significativos no 
ambiente são sujeitos a avaliação de impacte ambiental de acordo com o procedimento 
definido pelo Dec. Lei nº 69/2000 que seguidamente se sumariza: 
1. O procedimento de AIA inicia-se com a apresentação pelo proponente de um 
Estudo de Impacte Ambiental (EIA) à entidade licenciadora ou competente para 
a autorização, acompanhado do respectivo estudo prévio, anteprojecto ou projecto 
sujeito a licenciamento (artº 12º). 
• O proponente pode, preliminarmente ao procedimento de AIA, apresentar uma 
proposta de delimitação de âmbito (PDA) vinculativa do conteúdo do EIA. 
2. O EIA e toda a documentação são remetidos para a Autoridade do AIA (artº 13º): 
• a ex-Direcção Geral do Ambiente (DGA) actual Instituto do Ambiente (IA) – 
projectos de maior dimensão - Anexo I, interregionais, etc. (artº 7º) 
• a ex-Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território (DRAOT), 
actual Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), os 
restantes. 
3. A Autoridade do AIA nomeia uma comissão de avaliação (artº 9º) para apreciação 
técnica do EIA (artº 13º). 
4. A comissão de avaliação pronuncia-se, no prazo de 20 dias, sobre a 
conformidade do EIA (artº 13º). 
• Pode sugerir reformulação ao proponente 
• A declaração de desconformidade do EIA determina o encerramento do 
processo de AIA 
5. Declarada a conformidade do EIA este transita (artº 13º): 
• Para o ex-Instituto de Promoção Ambiental (IPAMB), actual Instituto do 
Ambiente (IA) para promoção da Consulta Pública 
 4
• Para as entidades públicas com competências na apreciação do projecto, para 
emissão de pareceres. 
6. A Consulta Pública decorre durante um período mínimo de 20 dias e máximo de 
50 dias, consoante a natureza dos projectos e engloba a realização de Audiências 
Públicas, onde decorre a participação do público (artº 15º). 
7. Após a recepção do relatório da consulta pública a comissão de avaliação emite o 
parecer final que dá lugar à Declaração de Impacte Ambiental (DIA), a qual pode 
ser (artº 17º): 
• Favorável 
• Favorável condicionada (à execução de medidas de minimização) 
• Desfavorável 
8. A DIA é remetida pela Autoridade de AIA para o Ministro do Ambiente que a 
profere e notifica a entidade licenciadora para a autorização (artº 18º). 
9. O deferimento tácito ocorre no prazo de 120 (para os projectos do Anexo II) a 140 
dias (projectos do Anexo I) (artº 19º). 
10. O projecto nas fases de construção, funcionamento, exploração e desactivação 
está sujeito a pós-avaliação (artº 27º): 
• Da conformidade do projecto de execução com a DIA 
• Da eficácia das medidas de minimização dos impactes 
• Da eficácia do procedimento de AIA 
11. A monitorização do projecto é da responsabilidade do proponente (artº 29º) e está 
sujeita à realização de auditorias (artº 30º) para verificação da conformidade. 
12. Projectos com impactes transfronteiriços obrigam à consulta dos Estados 
potencialmente afectados (artº 32º). 
No Quadro seguinte apresentam-se os projectos sujeitos a AIA: 
 5
QUADRO II.1 – PROJECTOS SUJEITOS A AIA
Anexo II 
Projectos sujeitos a AIA 
 
Anexo I 
Caso geral (≥) Caso geral (≥) Áreas sensíveis (≥) 
Agricultura, silvicultura e aquacultura 
Regadio: 350 ha Regadio: 175 ha Emparcelamento rural - 
Outros: 1000 ha Outros: 500 ha 
Reconversão para agricultura intensiva - 100 ha 50 ha 
Desenvolvimento agrícola c/ 
infraestruturas de rega e drenagem 
- 2000 ha 700 ha 
Florestação c/ espéc. crescimento rápido 
e desflorestação 
- 350 ha 
desflorest: 50 ha 
70 ha 
desflorest: 10 ha 
40.000 aves 20.000 aves 
3.000 porcos e 
400 porcas repr. 
750 porcos e 200 
porcas repr. 
Pecuária - 
500 bovinos 250 bovinos 
Mar: 1000 t/ano Piscicultura - 
Interior: 200 t/ ano ou 
5 ha; Estuários: 2 ha 
10t/ha/ano 
Recuperação terras ao mar - 100 ha todas 
Indústria extractiva 
Pedreirase minas a céu aberto (excl. 
petróleo, gás e radioactivos) 
25 ha 
Extracção de petróleo 500 t/dia 
Extracção de gás natural 500.000 
m3/dia 
Extracção subterrânea - 
5 ha ou 150.000 t/ano 
Extracção por dragagem - 1 ha ou 150.000 t/ano 
todas 
Extr. e tratamento de radioactivos - 
Perfur. Geotérmicas/ armaz. resíd. nuclea. - todas 
Captações p/ abastecimento água - 5 hm3/ano 1 hm3/ano 
Indústria mineral 
Instalações gaseif./liquefacção do carvão 500 t/dia - 
Fabrico coque (incluindo 
gaseificação/liquefacção) 
- 5 ha ou 150.000 t/ano todas 
Cimenteiras - todas 
Fabrico de cal - 50 t/dia 10 t/dia 
Produção de fibrocimento 20.000 t/ano 
Prod. material de atrito c/ amianto 50 t/ano 
Outras utilizações de amianto 200 t/ano 
restantes 
Prod. vidro e fusão de minerais (incl. fibra) - 20 t/dia todas 
 6
 
Anexo II 
Projectos sujeitos a AIA 
 
Anexo I 
Caso geral (≥) Caso geral (≥) Áreas sensíveis (≥) 
Indústria da energia 
Refinarias petróleo bruto Todas - 
Potência calorifica: Centrais térmicas e outras instalações de 
combustão para prod. energia eléctrica 300 MW 50 MW 20 MW 
Centrais e reactores nucleares todas - 
110 kv e 10 km ext. 110 kv Transporte de energia por cabos aéreos 220kv e 15km 
ext. Subestações c/ linhas > 110 kv 
Instal transp. de gás, vapor e água quente - 5 ha 2 ha 
Armazenagem de gás natural à superfície - 300 t ou 1 ha todas 
Armaz. gases combustíveis 
(superficial/subterrâneo) 
- 300 t 150 t 
Armazenagem qq. combustíveis à superf. 200.000 t 100.000 t 20.000 t 
Fabrico ind. de briquetes, hulha e linhite - 150 t/dia todas 
Processam./ armaz. resíduos radioactivos Inst. Específ.* restantes 
Produção energia hidroeléctrica - 20 MW todas 
Produção energia eólica - 20 torres / 2 km 10 torres / 2 km 
Produção e transformação de metais 
Produção de metais brutos não ferrosos Todas - 
Produção de gusa ou aço De 1ª fusão 10 ha ou 2,5 t/h 
Fundição metais ferrosos/fusão não ferrosos - 20 t/dia (c/ excep.) 
Tratam. metais e plásticos (electrol./quím.) - Cubas: 30 m3 
Fabr./montagem automóveis (incl. motores), 
aeronaves, equip. ferroviário, estampagem 
p/ explosivos, ustulação, calcinação e 
sinterização de minérios metálicos 
- 10 ha 
Estaleiros navais - 5 ha ou 
150 m costa 
todas 
Produção cerâmica - 75 t/dia 
Indústria química 
Inst. químicas integradas (prod. org., inorg., 
fitofarm./ farm. de base, adubos e explosivos) Todas - 
Fabrico produtos químicos - 1 ha ou classif. seg. 
subst. perig. produz. 
Fabrico pesticidas e produtos farmacêuticos - 1.000 t/ano 
Fabrico tintas, vernizes, elastómeros - 50.000 t/ano 
Fab. peróxidos e prod.à base de elastómeros - 10.000 t/ano 
Todas 
 7
 
Anexo II 
Projectos sujeitos a AIA 
 
Anexo I 
Caso geral 
(≥) 
Caso geral (≥) Áreas sensív. (≥) 
Indústria alimentar 
Produção óleos e gorduras de origem animal - 75 t/dia 15 t/dia 
Prod. óleos e gord. vegetal, conserv. frutos e 
prod. hortic., cerveja e malte, confeit. e 
xaropes, amido, farinha/óleo de peixe, açúcar 
- 300 t/dia 60 t/dia 
Indústria lacticínios - 200 t/dia leite 40 t/dia 
Instal. abate animais e prod. à base de carne - 50 t/dia 10 t/dia 
Fabrico pasta de papel, papel e cartão 200 t/dia 20 t/dia produto final 
Tratamento e tintagem fibras e têxteis - 10 t/dia 
Curtumes - 12 t/dia 
Produção e tratamento de celulose - 40 t/dia produto final 
Fabr. painéis aglomerados e contraplacados - 1milhão m2/ano 
100.000 m3/ano 
todas 
Projectos de Infra-estruturas / Turismo / Outros 
Proj. loteamento e parques industriais - 10 ha ou Classe A - 
Operações de loteamento urbano - 10 ha ou 500 fogos 2 ha 
Centr. comerciais e parq. estacionamento - 1.5 ha e 2 ha 0.5 ha e 1 ha 
Vias férreas Longo curso 5 km 
Interfaces transbordo e term. intermodais - 5 ha 
Aeroportos e aeródromos 2,1km pista 1.500 m pista 
todas 
Autoestradas Todas - 
IP’s e IC’s 10 km restantes 
Estradas nac. e regionais - 10 km 
Portos (tonelag. embarc.) 1500 GT 
Vias navegáveis 4.000 GT 5 ha ou 2 km 
Outras obras regularização cursos de 
água 
- 25 km2 
ou 5 km comp. 
todas 
Barragens 10.000.000 m3 15 m (h); 0,5 hm3 (1 
hm3 bar. terra) ou 
5 ha albuf.; 500 m(l) 
8 m (h); 0,1 hm3 
(0,5 hm3 bar. terra) 
ou 3ha alb; 250m(l) 
Linhas metro, eléctrico e outras p/passag. - 20 ha ou 5 km 4 ha ou 1 km 
Gasodutos 0,5 m φ; 5 km 0,5 m φ 
Oleodutos 
0,8 m φ; 
40 km Todos 
Aquedutos e adutoras - 1 m φ; 10 km 0,6 m φ; 2 km 
Sist. de captação de águas subterrâneas 10 hm3/ano 5 hm3/ano 1 hm3/ano 
Transvases entre bacias hidrográficas 100 hm3/ano 
Obras protecção costeira - todas 
Dragagens nas barras (exc. p/ navegabil.) - 100.000 m3/ano todas 
 
 8
 
Anexo II 
Projectos sujeitos a AIA 
 
Anexo I 
Caso geral (≥) Caso geral (≥) Áreas sensíveis (≥) 
Projectos de Infra-estruturas / Turismo / Outros (cont.) 
Pistas de esqui, teleféricos - 500 m ou 1800 
pes./h 
Marinas, docas (embarcações até 12 m) - Costa: 300 lug. 
Rios: 100 lug. 
Embarcadouros em albufeiras (<6m) - 50 postos 
Aldeamentos turísticos - 55 ha ou 50 hab/ha 
 
 
 
- 
Hotéis, Apart. turísticos - 200 camas 20 camas 
Parques de campismo - 1000 utent. ou 3 ha 200 utentes; 0,6 ha 
Parques temáticos - 10 ha 2 ha 
Campos de golfe - 18 burac. ou 45 ha 
Autódromos - 8 ha 
Instal. p/ eliminação resíduos perigosos a generalidade 5 t/dia 
Inst. p/ eliminação resíduos não perigosos 100 t/dia aterros: 150.000 
t/ano 
todos 
Estações tratamento águas residuais 150.000 hab/eq 100.000 hab/eq 50.000 hab/eq 
Parques de sucata - 5 ha ou 50.000 m3 
Bancos ensaio motores, turbin., reactores - 
Instal. fabrico fibras minerais artificiais - 2 ha 
Instalações recuperação/ 
destruição explosivos 
- 5 ha; dist. Hab < 
200m 
 
Instalações de tratamento c/ solventes 
orgânicos 
- 150 kg/h ou 200 
t/ano 
75 kg/h ou 100 
t/ano 
 
 
 9
III – REGULAMENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE IMPACTE AMBIENTAL 
Dando seguimento ao preceituado no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, são 
regulamentadas pela Portaria n.º 330/2001, de 2 de Abril as seguintes normas técnicas: 
• Estrutura da proposta de definição do âmbito (PDA) 
• Estrutura do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) 
Estabelecendo ainda: 
• os critérios para resumo não técnico (RNT), 
• a estrutura do Relatório de Conformidade Ambiental do projecto de execução 
(RECAPE), 
• a estrutura dos relatórios de monitorização (RM) 
III.1 – ESTRUTURA DA PROPOSTA DE DEFINIÇÃO DO ÂMBITO (PDA) 
São objectivos do PDA: 
• Identificar as questões e áreas temáticas que se antecipem de maior relevância 
em função dos impactes que possam causar no ambiente e que devem ser 
tratadas no EIA. 
• Fazer o planeamento do EIA e o estabelecer os termos de referência, focalizando 
a elaboração do EIA nas questões ambientais significativas que podem ser 
afectadas pelos potenciais impactes causados pelo projecto. 
o Esta focalização permitirá a posterior racionalização dos recursos e do 
tempo envolvidos na elaboração do EIA, bem como na sua apreciação 
técnica e na decisão. 
o O planeamento antecipado do EIA permite vantagens acrescidas, já que 
envolve o comprometimento do proponente e da comissão de avaliação 
quanto ao conteúdo do EIA 
• Em suma, contribuir para a eficácia do processo de AIA. 
 
 10
Aspectos a serem focados no PDA 
1 - Identificação, descrição sumária e localização do projecto, nomeadamente: 
• fase do projecto, antecedentes 
• projectos associados ou complementares (acessos, condutas, etc..) 
• localização com indicação de áreas sensíveis e planos de ordenamento do 
território, servidões condicionantes, etc... 
• área de implantação do projecto, principais características físicas do projecto e 
processos tecnológicos envolvidos; 
• principais actividades de construção, exploração e desactivação 
• principais tipos de materiais e de energia utilizados 
• principais tipos de efluentes, resíduos e emissões previsíveis; 
• programação temporal estimada das fases de construção, exploração e 
desactivação 
2 - Alternativas do projecto, nomeadamentede: 
• localização; 
• dimensão; 
• concepção ou desenho do projecto; 
• técnicas e processos de construção; 
• técnicas e procedimentos de operação, manutenção e desactivação; 
• calendarização das fases de obra, de operação e manutenção e de desactivação. 
3 - Identificação das questões significativas: 
• Acções com potenciais impactes negativos significativos; 
 11
• Hierarquização do significado dos potenciais impactes e da profundidade com que 
será analisado; 
• Factores ambientais relevantes condicionantes ao projecto, tendo em conta a 
hierarquização dos potenciais impactes; 
• Populações potencialmente afectadas 
4 - Proposta metodológica 
Metodologia a adoptar para a: 
• Caracterização da situação actual e da sua previsível evolução sem projecto, para 
cada factor ambiental relevante: 
o Objectivos da caracterização (relação com impactes significativos); 
o Tipos e fontes de informação, metodologias de recolha e de tratamento da 
informação; escalas de cartografia 
• Identificação e avaliação de impactes, incluindo: 
o definição de critérios para apreciação da sua significância; 
o previsão de impactes cumulativos, nomeadamente fronteiras espaciais e 
temporais dessa análise. 
• Elaboração do plano geral de monitorização. 
 5 - Planeamento do EIA: 
• Proposta de estrutura para o EIA; 
• Especialidades técnicas envolvidas e dos recursos logísticos; 
• Indicação dos potenciais condicionalismos ao prazo de elaboração do EIA 
 
 
 
 12
III.2 – ESTRUTURA DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (EIA) 
Composição do EIA 
O EIA é composto por: 
• Resumo não técnico (RNT); 
• Relatório ou relatório síntese (RS); 
• Relatórios técnicos (RT) e Anexos. 
 
Conteúdo do EIA 
O conteúdo do EIA deve adaptar-se criteriosamente à fase de projecto considerada 
(anteprojecto, estudo prévio ou projecto de execução) e às características específicas do 
projecto em causa. 
O relatório ou o RS deve estruturar-se nas seguintes secções, que cobrem a totalidade do 
conteúdo do EIA: 
 
I – Introdução 
• Identificação do projecto, da fase em que se encontra, do proponente, da entidade 
licenciadora e dos responsáveis pelo EIA e indicação do período da sua 
elaboração; 
• Eventuais antecedentes do EIA (proposta de definição do âmbito e deliberação da 
comissão de avaliação); 
• Metodologia e descrição geral da estrutura do EIA (referenciando o plano geral ou 
índice do EIA). 
II - Objectivos e justificação do projecto 
• Descrição dos objectivos e da necessidade do projecto; 
• Antecedentes do projecto e sua conformidade com os instrumentos de gestão 
territorial (PDM, etc…) 
 13
III - Descrição do projecto e das alternativas consideradas 
• Descrição do projecto e das alternativas, incluindo principais processos 
tecnológicos e mecanismos de eliminação de alternativas; 
• Projectos complementares ou subsidiários (acessos viários, energia, condutas de 
água, colectores de águas residuais, etc. 
• Programação temporal das fases de construção, exploração e desactivação : 
• Localização do projecto, indicação das áreas sensíveis, planos de ordenamento do 
território, condicionantes, servidões e restrições de utilidade pública; 
• Para cada alternativa estudada, devem ser descritos e quantificados: 
o Materiais e energia utilizados e produzidos, 
o Efluentes, resíduos e emissões previsíveis nas fases de construção, 
funcionamento e desactivação para os diferentes meios (água, solo e ar); 
o Fonte de produção e níveis de ruído, vibração, luz, calor, radiação, etc. 
IV - Caracterização do ambiente afectado pelo projecto 
• Caracterização do estado actual do ambiente susceptível de ser afectado pelo 
projecto e da sua evolução previsível na sua ausência, com base nos factores: 
o Naturais: geologia, clima, solo, água, ar, fauna e flora, paisagem; 
o Sociais: população e povoamento; património cultural; condicionantes; 
servidões e restrições; sistemas ou redes estruturantes; espaços e usos 
definidos em instrumentos de planeamento; sócio-economia. 
• A caracterização, realizada às escalas micro e macro, deve permitir a análise dos 
impactes do projecto e das suas alternativas. 
• Os dados e as análises apresentados devem ser proporcionais à importância dos 
potenciais impactes; 
• Deve ser explicitado o grau de incerteza global associada à caracterização do 
ambiente afectado, tendo em conta a tipologia de cada um dos factores utilizados. 
 14
No Quadro 2 apresenta-se uma lista dos factores de caracterização do ambiente afectado 
pelo projecto. 
 
QUADRO III.1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO 
Factores Descritores Principais Aspectos 
 
Geologia 
Litoestratigrafia 
Geomorfologia e Estabilidade de Taludes 
Tectónica e Sismicidade 
Hidrogeologia 
Recursos Minerais 
Geotecnia 
Clima 
Insolação, Radiação solar e Temperatura 
Precipitação, Humidade do ar e Nebulosidade 
Ventos, Orvalho e geada e outros meteoros 
Evaporação e evapo-transpiração 
Classificação climática 
Solo e 
Uso do Solo 
Tipo de solos: caracterização e distribuição pedológica 
Capacidade de uso do solo 
Ocupação actual do solo 
B
io
fís
ic
os
 
Bioecologia 
Flora e vegetação. Espécies ameaçadas 
Fauna. Espécies ameaçadas 
Zonas de maior sensibilidade ecológica 
Água 
Águas subterrâneas: produtividade, qualidade química 
Águas superficiais: parâmetros quantitativos 
(escoamento..), qualidade química e bacteriológica 
 Ar Odores, gases, poeiras 
Ruído Fontes de ruído (cumprimento do RGR) Q
ua
lid
ad
e 
do
 
A
m
bi
en
te
 
Resíduos Urbanos, Industriais 
Paisagem 
Estrutura, Organização e Análise da Paisagem 
Qualidade visual e Valor cultural da paisagem 
Sensibilidade da Paisagem 
Capacidade de Absorção visual da Paisagem 
Património 
Arqueológico 
Arquitectónico 
Etnológico 
Sistema Social e 
Económico 
População e povoamento 
Actividades Económicas 
Qualidade de Vida S
oc
ia
is
 e
 E
co
nó
m
ic
os
 
Ordenamento do 
Território 
Instrumentos de planeamento (PDM…) 
Condicionantes à ocupação do território 
 
 
 15
V - Impactes ambientais e medidas de mitigação 
• Identificação e descrição/quantificação dos impactes ambientais significativos de 
cada alternativa, resultantes do projecto, da utilização da energia e recursos 
naturais, da emissão de poluentes e da eliminação de resíduos e de efluentes; 
• Avaliação da importância/significado dos impactes com base na definição das 
respectivas escalas de análise; 
• Análise de impactes cumulativos: impactes que resultam do projecto em 
associação com outros projectos, existentes ou previstos, projectos 
complementares ou subsidiários; 
• Indicação da incerteza associada à sua identificação e previsão, dos métodos 
utilizados para avaliar os impactes previsíveis, bem como os critérios utilizados na 
apreciação da sua significância; 
• Descrição das medidas e das técnicas previstas para evitar, reduzir ou compensar 
os impactes negativos; 
• Identificação dos riscos ambientais associados ao projecto, incluindo os 
resultantes de acidentes, e descrição das medidas previstas para a sua 
prevenção; 
• Indicação dos impactes que não podem ser evitados, minimizados ou 
compensados e da utilização irreversível de recursos; 
• Análise comparativa dos impactes para o conjunto das alternativas consideradas; 
• Do conjunto das várias alternativas em análise, deve ser sempre indicada a 
alternativa ambientalmente mais favorável, em termos de localização, tecnologia, 
energia utilizada, matérias-primas, dimensão e desenho, devendo ser justificados 
os critérios que presidiram à definição de "alternativa ambientalmente mais 
favorável". 
VI - Monitorização e medidas de gestão ambiental dos impactes 
• Avaliação numa lógica de proporcionalidade entre a dimensão e as características 
do projecto e os impactes ambientais dele resultantes; 
 16
• Descrição dos programas de monitorização para cada factor,cobrindo os 
principais impactes negativos previsíveis nas fases de construção, exploração e 
desactivação, passíveis de medidas de gestão ambiental. 
• Caso a AIA decorra em fase de projecto de execução, os programas de 
monitorização devem especificar, 
o Parâmetros a monitorizar; 
o Locais (ou tipos de locais) e frequência das amostragens ou registos; 
o Técnicas e métodos de análise e equipamentos necessários; 
o Relação entre factores ambientais a monitorizar e parâmetros 
caracterizadores da construção, funcionamento ou desactivação do 
projecto; 
o Tipo de medidas de gestão ambiental a adoptar na sequência dos 
resultados dos programas de monitorização; 
o Periodicidade dos relatórios de monitorização e critérios para a decisão 
sobre a revisão do programa de monitorização; 
• No caso do projecto estar ainda em fase de anteprojecto ou de estudo prévio, 
devem ser apresentadas as directrizes a que obedecerá o plano geral de 
monitorização. 
 VII - Lacunas técnicas ou de conhecimentos - resumo das lacunas técnicas ou de 
conhecimento verificadas na elaboração do EIA. 
VIII - Conclusões: evidenciando questões controversas e decisões a tomar em sede de 
AIA, incluindo as que se referem à escolha entre as alternativas apresentadas. 
 
Critérios para a elaboração de resumos não técnicos de EIA (RNT) 
O resumo não técnico (RNT) constitui uma das peças obrigatórias do EIA. Apresentando-
se em documento separado, o seu papel é o de sumarizar e traduzir em linguagem não 
técnica o conteúdo do EIA, tornando este documento acessível ao público em geral. 
 17
Deste modo, o RNT é uma peça essencial à participação do público no procedimento de 
AIA, sendo, em muitos casos, a única fonte de informação de alguns segmentos do 
público interessado. 
Face à extensão e à complexidade técnica que normalmente caracterizam os EIA, é 
fundamental que o RNT seja preparado com rigor e simplicidade, linguagem acessível, 
correspondente ao nível deentendimento do cidadão comum, e dimensão reduzida. O 
RNT deve ser suficientemente completo para que possa cumprir a função para a qual foi 
concebido, sintetizando o conteúdo do EIA, sem ser exaustivo, não tendo de abordar, 
necessariamente, todos os pontos focados no EIA. 
 
 
 
 
 18
III.4 – NORMAS TÉCNICAS PARA A ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE 
CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO (RECAPE) 
O relatório de conformidade ambiental do projecto de execução (RECAPE) tem por 
objectivo a verificação de que o projecto de execução obedece aos critérios 
estabelecidos na declaração de impacte ambiental (DIA), dando cumprimento aos termos 
e condições nela fixados. 
O RECAPE não constitui um "EIA da fase de projecto de execução", sendo, antes, um 
documento que descreve e demonstra o cabal cumprimento das condições impostas na 
DIA. No entanto, e especialmente porque a DIA é, neste caso, emitida em fase de estudo 
prévio ou anteprojecto, o RECAPE deve conter a caracterização mais completa e 
discriminada dos impactes ambientais relativos a alguns dos factores em análise no 
âmbito do procedimento de AIA de que decorreu a emissão da respectiva DIA. 
Assim, os pressupostos de base da concessão da DIA, genericamente abordados no 
âmbito do estudo prévio ou anteprojecto e a que o projecto de execução deve obedecer, 
têm de se encontrar justificados no âmbito do RECAPE, sobretudo através da 
concretização discriminada das medidas de mitigação referidas genericamente na DIA e 
de outras que venham a considerar-se relevantes. 
O RECAPE deve estruturar-se nas seguintes secções: 
Sumário executivo - resumo das informações constantes do RECAPE 
I - Introdução: 
a) Identificação do projecto e do proponente; 
b) Identificação dos responsáveis pelo RECAPE; 
c) Apresentação dos objectivos, da estrutura e do conteúdo do RECAPE. 
II - Antecedentes - resumo dos antecedentes do procedimento de AIA, com transcrição da 
DIA (ou, em alternativa, apresentação da mesma em anexo) e dos compromissos 
assumidos pelo proponente no EIA, designadamente das medidas previstas para evitar, 
reduzir ou compensar os impactes negativos ou para prevenir acidentes. 
 
 
 19
III - Conformidade com a DIA: 
a) Descrição das características do projecto, incluindo as cláusulas do caderno de 
encargos, que asseguram a conformidade com a DIA; 
b) Descrição dos estudos e projectos complementares efectuados, necessários ao 
cumprimento das condições estabelecidas na DIA; 
c) Apresentação de um inventário das medidas de minimização a adoptar em cada fase 
(construção/exploração/desactivação), incluindo a respectiva descrição e 
calendarização; 
d) Apresentação de outra informação considerada relevante. 
 IV - Monitorização - apresentação de um plano geral de monitorização, contendo uma 
descrição pormenorizada dos programas de monitorização a adoptar. Essa descrição 
deve incluir, com as necessárias adaptações a cada caso concreto, os seguintes 
aspectos: 
i) Parâmetros a monitorizar; 
ii) Locais e frequência das amostragens ou registos, incluindo a análise do seu 
significado estatístico; 
iii) Técnicas e métodos de análise ou registo de dados e equipamentos 
necessários; 
iv) Relação entre factores ambientais a monitorizar e parâmetros caracterizadores 
da construção, do funcionamento ou da desactivação do projecto ou de outros 
factores exógenos ao projecto, procurando identificar os principais indicadores 
ambientais de actividade do projecto; 
v) Métodos de tratamento dos dados; 
vi) Critérios de avaliação dos dados; 
vii) Tipo de medidas de gestão ambiental a adoptar na sequência dos resultados 
dos programas de monitorização; 
viii) Periodicidade dos relatórios de monitorização, respectivas datas de entrega e 
critérios para a decisão sobre a revisão do programa de monitorização. 
 20
III.5 – ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO (RM) 
 O relatório de monitorização (RM) é apresentado à autoridade de AIA com a 
periodicidade constante na DIA, ou no EIA, devendo respeitar a seguinte estrutura: 
I - Introdução: 
a) Identificação e objectivos da monitorização; 
b) Âmbito do RM (factores ambientais considerados e limites espaciais e temporais 
da monitorização); 
c) Enquadramento legal; 
d) Apresentação da estrutura do relatório; 
 
II - Antecedentes: 
a) Referência ao EIA, à DIA, ao plano geral de monitorização apresentado no 
RECAPE, a anteriores RM e anteriores decisões da autoridade de AIA; 
b) Referência à adopção das medidas previstas para prevenir ou reduzir os impactes 
objecto de monitorização. Eventual relação da calendarização da adopção destas 
medidas em função dos resultados da monitorização; 
c) Referência a eventuais reclamações ou controvérsia relativas aos factores 
ambientais objecto de monitorização. 
 
III - Descrição dos programas de monitorização (para cada factor ambiental): 
a) Parâmetros a medir ou registar. Locais de amostragem, medição ou registo; 
b) Métodos e equipamentos de recolha de dados; 
c) Métodos de tratamento dos dados; 
d) Relação dos dados com características do projecto ou do ambiente exógeno; 
e) Critérios de avaliação dos dados. 
 
IV - Resultados dos programas de monitorização (para cada factor ambiental): 
a) Resultados obtidos; 
b) Discussão, interpretação e avaliação dos resultados obtidos face aos critérios 
definidos; 
 21
c) Avaliação da eficácia das medidas adoptadas para prevenir ou reduzir os 
impactes objecto de monitorização; 
d) Comparação com as previsões efectuadas no EIA, incluindo, quando aplicável, a 
validação e a calibração de modelos de previsão. 
V - Conclusões: 
a) Síntese da avaliação dos impactes objecto de monitorização e da eficácia das 
medidas adoptadas para prevenir ou reduzir os impactes objecto de 
monitorização; 
b) Proposta de novas medidas de mitigação e ou de alteração ou desactivação de 
medidas já adoptadas; 
c) Proposta de revisão dosprogramas de monitorização e da periodicidade dos 
futuros relatórios de monitorização. 
 22
IV – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES 
Definição e metodologia 
Define-se impacte por alteração ao meio envolvente originada pelo projecto em análise, 
de forma directa ou indirecta. 
Em termos metodológicos os impactes são identificados, descritos e/ou quantificados 
(sempre que possível) e avaliados para cada descritor (componente ambiental) e para as 
diferentes alternativas de projecto. Sempre que relevante, descriminam-se os impactes 
para as diferentes fases: 
• construção, 
• operação (exploração) 
• desactivação. 
 
Conforme o projecto, alguns impactes poderão ser analisados de forma mais detalhada 
que outros, consoante existirem componentes ambientais que, à partida, apresentem um 
maior risco ambiental. 
 
Classificação dos impactes 
Os impactes são classificados de acordo com o Quadro 3. 
 
QUADRO IV.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTES 
Parâmetros Classificação 
Positivos ou negativos 
Directos ou indirectos 
Secundários 
Natureza 
Cumulativos 
1 em dois anos 
2 dentro da vida útil do projecto 
De curto1, 
médio2 ou 
longo prazo3 3 para além do tempo de vida útil 
Nível temporal 
(duração) 
Permanentes ou temporários 
Nível espacial Impacte a discriminar espacialmente quando aplicável 
Reversibilidade Cessação de um efeito no curto prazo (cerca de dois anos) após 
a cessação da causa (acção do projecto) 
Probabilidade Indicação da incerteza associada 
Magnitude Reportada a um padrão (legal, técnico-científico ou pericial) 
 23
A cada impacte é atribuído um valor de importância/significado, numa escala 
convencional a definir (ex: 3 graus - elevado, médio, reduzido). A escala abrange 
impactes positivos e negativos (+/-). 
 O conceito-chave da atribuição de um nível de importância é a perda de usos do 
ambiente, seja para o homem ou para o ecossistema (perspectiva mista 
antropocêntrica/ecocêntrica). 
Em princípio, um impacte é tanto mais significativo quanto maior for o seu nível espacial, 
duração, irreversibilidade, probabilidade e magnitude, mas apenas na medida em que tal 
implicar perdas de usos. 
São considerados especialmente significativos (negativos) os impactes irreversíveis que 
infrinjam as normas legais, ou destruidoras de componentes raros ou únicos do 
património natural ou cultural, dada a óbvia perda de usos implicada. 
Normalmente, o ponto de equilíbrio da escala de impactes (impacte nulo) corresponderá 
sempre à alternativa zero (não execução do projecto), que corresponderá a um cenário de 
evolução da situação actual, sobretudo em termos dos usos actuais do solo e das 
pressões externas verificadas. 
 
IV.1 – MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DE IMPACTES 
Introdução 
As medidas a adoptar durante as fases do projecto (construção, exploração e 
desactivação), com vista à minimização das perturbações ambientais podem ser divididas 
em dois tipos: medidas de âmbito geral e medidas específicas. 
Medidas gerais 
M1. Medidas de segurança para diminuir a probabilidade da ocorrência de acidentes: 
• Estaleiro - vedação para evitar a entrada de pessoas estranhas 
• Trabalhadores – utilização dos equipamentos de segurança exigidos pela 
legislação em vigor – capacete, auriculares, botas, luvas e óculos de protecção; 
 24
M2. Localização cuidada do estaleiro e respectivos acessos, implantando-o de 
preferência no interior da área a ocupar pela obra; 
M3. Utilização do menor espaço possível de terreno envolvente à obra, para instalação 
do estaleiro (armazenamento de materiais, parqueamento de maquinaria, etc) ou acessos 
à obra, preferencialmente em zonas afastadas das habitações e áreas mais degradadas, 
evitando zonas de maior sensibilidade ecológica (RAN e REN); 
M4. Evitar o depósito, mesmo que temporário, de resíduos criados durante a 
construção, assegurando a sua recolha para destino final adequado 
• é proibida, nos termos da legislação em vigor, a queima de pneus, óleos usados, 
cabos eléctricos, madeira e quaisquer outros tipos de resíduos. 
M5. Optimização dos circuitos de transporte de materiais para a obra e de resíduos de 
obra para os destinos finais adequados; 
M6. Execução de alternativas temporárias e vias/caminhos para a circulação de 
viaturas e peões, incluindo a sua sinalização adequada, quando necessário; 
M7. Realização de regas periódicas na zona da obra (dependente das respectivas 
condições climáticas), evitando deste modo, o levantamento de poeiras; 
M8. Desobstrução e limpeza de acessos e órgãos de drenagem na envolvente da obra; 
M9. Minimização dos riscos de erosão dos solos, evitando desmatação desnecessária 
ou excessiva compactação e impermeabilização; 
M10. Avaliação da presença de valores naturais e históricos a preservar (ex: espécies 
raras, vestígios arqueológicos, nascentes); 
M11. Desactivação das zonas afectas às obras, uma vez finalizadas, com remoção ou 
desmantelamento de instalações, equipamentos e maquinaria de apoio e materiais 
residuais, procedendo-se à reposição ou substituição de infraestruturas, equipamentos e 
serviços existentes e à recuperação do solo na área de implantação do projecto e sua 
envolvente; 
 25
M12. Quando as áreas afectadas são extensas quanto à remoção do material resultante 
da desmatação, as medidas minimizadoras do risco de incêndio deverão contemplar 
cuidados especiais, nomeadamente: 
• a instalação de bocas de incêndio ao longo dos acessos; 
• a manutenção de uma torre de vigilância de bombeiros 
• uma viatura equipada para intervenções imediatas, permitindo uma primeira frente 
de ataque a um eventual foco de incêndio. 
 
Medidas específicas 
Movimentos de terras 
MT1. Antes da realização de trabalhos de terraplenagem deve ser efectuado o 
saneamento da camada de terra arável, a qual deve ser armazenada em pargas com o 
objectivo de ser reutilizada no revestimento e suporte de cobertura vegetal dos taludes. 
MT2. Nas operações de escavação devem ser privilegiados os meios mecânicos que não 
introduzam perturbação excessiva quer do ponto de vista ambiental, quer na estabilidade 
geomecânica do maciço. 
• Deve ter-se sempre em atenção reduzir as tensões e a fracturação do maciço 
remanescente e permitir um efectivo controlo do ruído e das vibrações. 
• A ocorrência de fracturação excessiva do maciço remanescente pode ter um efeito 
negativo não só na estabilidade geomecânica do substrato como no aumento da 
condutividade hidráulica e, consequentemente, na vulnerabilidade do aquífero. 
• Se houver necessidade de utilizar meios mecânicos potentes, como o ripper, o 
martelo pneumático e, principalmente, os explosivos, há que ter em consideração 
o nível de vibrações que pode ser transmitido ao terreno e às estruturas vizinhas. 
• A utilização de explosivos deve ser colocada sempre como última opção, 
procurando-se antes tirar partido do estado de fracturação do substrato rochoso, 
em regra favorável ao desmonte através da compartimentação do maciço em 
 26
fracturas abertas, nomeadamente por meio da utilização do ripper, em primeiro 
lugar, e do martelo pneumático, na sequência 
• No caso de ser necessário utilizar explosivos devem utilizar-se técnicas de pré-
corte, smoothwall trench blasting, com redução da concentração das cargas 
laterais para prevenir sobrefracturação, e de bolder blasting, no caso de ocorrência 
de blocos isolados de grandes dimensões. 
MT3. Os materiais escavados deverão, de preferência, ser utilizados como materiais de 
empréstimo na construção e, apenas em último caso, levados a depósito para o exterior. 
• Os que se revelem inadequados para reutilização devido às suas fracas 
características geotécnicas ou por se considerarem com incorporação de 
substâncias poluentes devem ser armazenados em área apropriada. 
• Todas as terras que possam ser consideradas contaminadas deverão ser 
conduzidas a aterro controlado ou, de preferência, tratadas in situ, on site ou exsitu, segundo esta ordem de prioridade. 
MT4. Fenómenos de instabilização de taludes de escavação e de aterro devem ser 
prevenidos conjugando uma adequada inclinação do talude com o revestimento vegetal 
tendo em vista combater a erosão, associado a drenagem superficial e subterrânea. 
MT5. No caso de ser provável a intersecção do nível freático deverá adoptar-se, na fase 
de projecto, modelos hidráulicos que permitam a determinação da distribuição das 
pressões e velocidades da água nas várias situações climáticas (inverno, período seco). 
• A monitorização antes da construção com a instalação de piezómetros permitirá 
antecipar a evolução do nível freático. 
• No caso de se prever um afluxo significativo de água à obra deve ser instalado um 
sistema de rebaixamento antes do início dos trabalhos, dimensionado tendo em 
conta a altura da coluna de água proveniente do solo (gravitacional), bem como a 
do escoamento superficial e da precipitação directa. 
• Tendo em vista a monitorização do nível freático durante a vida útil da obra, os 
piezómetros seguidos na fase de construção devem continuar em observação na 
fase de exploração. 
 27
• A monitorização deve ser complementada com a observação dos parâmetros 
relativos à qualidade da água, em particular no que se refere às substâncias 
produzidas e armazenadas nas instalações, tendo em vista a detecção de 
eventuais fugas ou derrames acidentais. 
 
Regularização climática 
MCL1. Na fase de construção a remoção da vegetação deverá ser limitada às áreas 
estritamente necessárias de forma a reduzir a perda de efeito de regularização térmica 
que a cobertura vegetal exerce; 
MCL2. Na fase de exploração deverão ser utilizadas sebes ou maciços de vegetação 
“corta-vento” ou dispor de árvores nos corredores de aceleração criados pela construção 
das infra-estruturas. 
• Deverá ser assegurada a manutenção das áreas verdes de forma a garantir o 
efeito de regularização térmica que a vegetação pode oferecer. 
 
Solos e ecologia 
MS1. Para que seja evitada a erosão dos solos as desmatações, aterros e 
movimentações de terra em geral, deverão ser limitadas ao mínimo indispensável e 
decorrerem faseadamente, evitando a ocorrência de situações em que o solo permaneça 
a descoberto durante largos períodos de tempo. 
MS2. Para que seja evitada a contaminação dos solos, nomeadamente por derrames de 
óleos, actuar-se-á de modo a garantir que são tomadas todas as medidas necessárias 
para a prevenção desses mesmos derrames, nomeadamente através da manipulação e 
manutenção cuidadosa de instalações e equipamentos. 
• Se apesar disso ocorrerem derrames de óleos, serão accionados todos os 
mecanismos que permitam evitar e/ou minimizar a contaminação dos solos, 
nomeadamente através da aplicação de produtos absorventes e 
acondicionamento em contentores apropriados tendo em vista o transporte para 
aterro licenciado para o efeito. 
 28
MS3. Nas áreas a rearborizar, utilizar espécies autóctones adequadas ao habitat a 
requalificar. 
 
Qualidade do ar e da água 
MA1. Deverá ser implantado um Sistema de Lavagem de Rodados para todos os veículos 
e maquinaria afectos à obra, à saída da área afecta à obra e antes da entrada na via 
pública, especialmente em dias chuvosos e propícios à acumulação de lama nos rodados; 
MA2 No transporte de materiais devem ser utilizados veículos pesados com cobertura 
adequada, para reduzir a emissão de poeiras; as operações de descarga de materiais 
pulverulentos devem ser controladas e efectuadas com a menor altura de queda possível; 
MA3. Os materiais de construção e residuais da obra, especialmente se foram 
pulverulentos ou do tipo particulado, devem ser acondicionados, e humidificados, em 
particular em dias secos e ventosos; 
MA4. Deve proceder-se à limpeza da via pública sempre que nela forem vertidos 
materiais de construção ou materiais residuais da obra; 
MA5. Durante a fase de construção deverá ser efectuadas análises das águas residuais 
resultantes da lavagem do equipamento de apoio à obra, as quais devem ser sujeitas a 
tratamento caso não cumpram os valores regulamentados para os parâmetros de 
qualidade das águas residuais relativamente à sua descarga no meio hídrico. 
 
Ruído e Vibrações 
MRV1. Antes do início da construção deverá efectuar-se o levantamento dos níveis de 
ruído na zona de implantação do projecto (incluindo zonas adjacentes), quer no período 
diurno quer no nocturno; 
MRV2. Durante a fase de construção deverão ser adoptadas medidas de minimização 
face ao aumento dos níveis de ruído no Estaleiro e zonas adjacentes, tendo em atenção 
as consequências que daí poderão advir para a população e ambiente em geral. 
 29
 MRV3. Durante a fase de construção deverão ser adoptadas medidas que visem 
minimizar a transmissão de vibrações à estrutura de edifícios, infra-estruturas e 
equipamentos existentes nas zonas adjacentes à obra e que evitem o aparecimento de 
danos nos mesmos; 
MRV4. Durante a fase de exploração deverão adoptadas medidas de monitorização das 
vibrações nas estruturas, de forma a ser possível a minimização da transmissão das 
vibrações a estas, minimizando a probabilidade de ocorrência de danos. 
 
Resíduos 
MRS1. Deverão ser estudadas as possibilidades de valorização dos resíduos da 
construção e demolição, nomeadamente a sua reciclagem in situ, através de britagem. 
MRS2. Os restantes resíduos sólidos produzidos no Estaleiro durante a fase de 
construção (paletes, plásticos, etc...) desde que não contaminados, deverão ser 
encaminhados para a reciclagem, sempre que possível, ou recolhidos pelos sistemas de 
recolha de RSU; 
MRS3. Todos os resíduos perigosos deverão ser recolhidos em recipientes adequados 
para o seu armazenamento e transportados por entidades licenciadas; 
• Os óleos usados deverão ser armazenados e devidamente acondicionados em 
recipientes fechados, em local vedado, fora de fontes de ignição, em chão isolado 
e protegido e, posteriormente enviados para o tratamento/destino adequados. 
 
Paisagem 
MP1. Durante a fase de construção, deverá vedar-se visualmente, com recurso a painéis, 
as áreas de estaleiro e apoio à obra, devendo ser adoptadas medidas de tratamento 
estético, conservação e limpeza dos tapumes, de forma a compensar o efeito de barreira 
visual que é provocado por toda a vedação; 
 30
MP2. Deverão ser adoptadas medidas de integração paisagística das áreas afectadas 
pelo estaleiro, quer em termos dos acessos temporários previstos como em termos das 
próprias actividades do estaleiro; 
MP3. Após o termo da obra, deverá ser assegurada a reposição, integração e 
recuperação paisagística dos principais elementos afectados. 
 
Património Arqueológico 
MPA1. A obra deverá ser sujeita a acompanhamento por parte de um arqueólogo, que 
deverá coincidir com as fases de remoção dos horizontes de solo e que permitirá definir 
as medidas de conservação e valorização a efectuar. 
 
Sócio-Economia 
MSE1. Deverá ser adoptada uma política de comunicação para as comunidades locais. 
MSE2. Deverão ser colocados painéis informativos sobre o motivo e tipo de obra a 
realizar, a duração e data de conclusão da obra, as consequências para os utentes das 
vias rodoviárias mais afectadas e o respectivo faseamento de execução das obras. 
 31
BIBLIOGRAFIA ESSENCIAL 
 
COSTA, C. (2003) – A Geologia no Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, 
Ciências da Terra, Lisboa, nº esp. V, CD-ROM e p.95 (resumo). 
 
PARTIDÁRIO M. R. & JESUS J., (2003) – Fundamentos de Avaliação de Impacte 
Ambiental. Universidade Aberta, Lisboa. 
 
PETTS, J. (1999) – Handbook of Environmental Impact Assessment. Vols. 1 e 2. 
Blackwell, Oxford.

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