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LIVRO 08 - Dicas OABencoadas - SEMANA 08

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1 
 
 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV 
DICAS OABENÇOADAS 
 
 
 
 
 
 
 
1. DAS PENAS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Para tudo na vida temos uma resposta não é 
mesmo? Pois é. 
Pena é a resposta estatal a uma infração penal. 
E qual a função, finalidade da pena? 
Existe várias teorias que explicam a finalidade da 
pena, entre elas estão: 
A) Teoria absoluta ou retributiva da 
pena- Para esta teoria, apena é 
aplicada simplesmente pelo fato de o 
agente ter cometido um delito, é uma 
forma de retribuir a ele o mal que ele 
fez. 
B) Teoria relativa da pena- Esta teoria não 
visa retribuir ao agente apenas o mal 
que ele causou, mas prevenir que 
venha praticar novamente novos fatos 
delituosos. Esta teoria se divide em 
duas: Prevenção Geral, sendo ela 
positiva ou negativa e prevenção 
especial, a qual também poderá ser 
positiva ou negativa. 
 
b.1-A prevenção geral da pena está 
direcionada a sociedade- 
Na prevenção geral negativa, a pena 
imposta ao autor do delito tende a 
refletir na sociedade de modo que as 
demais pessoas, ao verificarem a 
condenação de alguém pela prática do 
crime e a consequente aplicação da 
pena, se veem intimidadas e ponderam 
antes de cometer alguma infração 
penal. Ou seja, trata-se da prevenção 
por intimidação. 
 
b.2- Prevenção geral positiva da pena- 
não se busca intimidar a sociedade em 
razão da aplicação da pena ao agente 
que delinquiu, mas sim a reafirmação 
do direito penal que fora violado 
através da prática do delito, ou seja, o 
objetivo é a busca à estabilidade do 
ordenamento jurídico. 
 
b.3- Prevenção especial da pena- Na 
prevenção relativa especial da pena 
temos o direcionamento desta ao autor 
do delito. 
Na especial positiva da pena- dirigida 
ao agente que praticou o delito, 
expressa o caráter ressocializador da 
pena, a aplicação da pena possui o 
objetivo de que o infrator repense o ato 
delituoso por ele cometido e suas 
consequências, de modo que não torne 
a desrespeitar a lei penal. 
Na especial negativa da pena- onde a 
pena se dirige à pessoa que praticou o 
crime e, ao se falar na prevenção 
especial negativa, destaca-se que o 
objetivo é evitar a reincidência, 
punindo o agente (com a aplicação da 
pena) para que ele não torne a infringir 
a lei penal, ou seja, o agente será 
punido para que não mais desobedeça 
a lei penal. 
A maioria da doutrina entende que a pena 
possui e finalidades: Retributiva, 
ressocializadora e preventiva. 
DICA DO DIA 64 
DIREITO PENAL 
2 
 
 
 
 
 
Princípios que norteiam a aplicação da pena: 
a) Legalidade- Não há pena sem 
previsão legal 
b) Anterioridade- Não há pena sem prévia 
cominação legal 
c) Pessoal e intranscedÊncia- a pena não 
poderá passar da pessoa do apenado. 
d) Individualização da pena- a pena ao ser 
aplicada deverá ser individualizada, 
considerando o fato e o agente que 
praticou. 
e) Proporcionalidade- A pena deverá ser 
proporcional a gravidade do delito. 
f) Humanidade- No Brasil não se admite 
pena desumana, degradante ou cruel. 
São vedadas as penas de morte, 
perpetua, de trabalho forçado, de 
banimento e cruéis. 
2. APLICAÇÃO DA PENA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A pena é aplicada exclusivamente pelo poder 
judiciário, sendo tal atividade indelegável, a 
aquele que comete um delito ou uma 
contravenção penal. 
OBS: CULPABILIDADE É PRESSUPOSTO DA 
PENA. 
O sistema penal brasileiro de aplicabilidade da 
pena é bifásico, em relação a pena de multa, 
pois possui apenas duas fases e trifásico para os 
crimes e contravenções penais, pois possuem 
três fases. 
“Art. 49 do CP- A pena de multa consiste no 
pagamento ao fundo penitenciário da quantia 
fixada na sentença e calculada em dias-multa. 
Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 
360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz 
não podendo ser inferior a um trigésimo do 
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo 
do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse 
salário” 
1ª FASE – cálculo do número de dias-multa, 
não podendo ser inferior a 10 dias e nem 
superior a 360 dias 
2ª FASE – cálculo do valor do dia-multa, não 
podendo ser inferior a um trigésimo e nem 
superior a cinco vezes o valor do salário 
mínimo. 
Art. 68 do CP- A pena-base será fixada 
atendendo-se ao critério do art. 59 deste 
Código; em seguida serão consideradas as 
circunstâncias atenuantes e agravantes; por 
último, as causas de diminuição e de aumento. 
1ª FASE: pena-base 
2ª FASE: atenuantes e agravantes 
3ª FASE: causas de diminuição e de aumento. 
Quais penas podem ser aplicadas no nosso 
ordenamento jurídico? 
 
Art. 32 do CP- As penas são: 
 
I - Privativas de liberdade; 
II - Restritivas de direitos; 
III - de multa. 
Penas privativas de Liberdade: 
 
Podem ser de reclusão, detenção e prisão 
simples (aplicada as contravenções penais). 
 
Reclusão: 
 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida 
em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de 
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, 
salvo necessidade de transferência a regime 
fechado 
 
De acordo com este artigo as penas de 
RECLUSÃO devem ser cumpridas em regime 
inicial fechado, semiaberto ou aberto. Já as de 
Detenção, em regime inicial semiaberto ou 
aberto. 
3 
 
 
 
 
 
§ 1º - Considera-se: 
a) regime fechado a execução da pena em 
estabelecimento de segurança máxima ou 
média; 
b) regime semiaberto a execução da pena 
em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em 
casa de albergado ou estabelecimento 
adequado. 
 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão 
ser executadas em forma progressiva, segundo 
o mérito do condenado, observados os 
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de 
transferência a regime mais rigoroso: 
 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos 
deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
 
b) o condenado não reincidente, cuja pena 
seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em 
regime semiaberto; 
 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja 
igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde 
o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
Diante desses critérios pode-se observar que: se 
o réu é reincidente, o regime inicial será 
fechado, pouco importa a quantidade da pena, 
conforme traz expressamente o código penal. 
Contudo, o STJ editou a súmula 259 abrandando 
esse requisito exigido pelo código. 
 
Súmula 269. É admissível a adoção do regime 
prisional semiaberto aos REINCIDENTES 
condenados a pena igual ou inferior a quatro 
anos se FAVORÁVEIS as circunstâncias judiciais. 
 
§ 3º - A determinação do regime inicial de 
cumprimento da pena far-se-á com observância 
dos critérios previstos no art. 59 deste Código. 
 
O que são essas circunstâncias? 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do 
crime. 
 
Nota-se que essas circunstâncias, caso 
FAVORÁVEIS, são de suma importância para 
que o réu que possui uma pena igual ou 
superior a quatro anos, sendo ele reincidente, 
ainda assim obtenha o regime inicial 
semiaberto.Contudo, caso essas circunstâncias 
sejam DESFAVORÁVEIS, poderá o juiz, desde 
que motivadamente e de forma idônea, poderá 
impor um regime inicial mais severo ao 
apenado do qual o previsto para o delito. 
 
Súmula 719 do STF- A imposição do regime de 
cumprimento mais severo do que a pena 
aplicada permitir exige motivação idônea 
 
Cuidado para não confundir com essa súmula: 
Súmula 440 - Fixada a pena-base no mínimo 
legal, é vedado o estabelecimento de regime 
prisional mais gravoso do que o cabível em 
razão da sanção imposta, com baseapenas na 
gravidade abstrata do delito. 
 
§ 4
o
 O condenado por crime contra a 
administração pública terá a progressão de 
regime do cumprimento da pena condicionada 
à reparação do dano que causou, ou à 
devolução do produto do ilícito praticado, com 
os acréscimos legais. 
 
Detenção- 
Art. 33 do CP- A pena de reclusão deve ser 
cumprida em regime fechado, semiaberto ou 
aberto. A de detenção, em regime semiaberto, 
ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado 
 
Verifica-se, que a pena de detenção não poderá 
ser iniciada em regime prisional fechado. 
 
Prisão Simples: 
Art. 6º da Lei nº 3.648/1941- A pena de prisão 
simples deve ser cumprida, sem rigor 
penitenciário, em estabelecimento especial ou 
4 
 
 
 
 
 
seção especial de prisão comum, em regime 
semiaberto ou aberto. 
 
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica 
sempre separado dos condenados à pena de 
reclusão ou de detenção 
. § 2º O trabalho é facultativo, se a pena 
aplicada, não excede a quinze dias. SEMPRE CAI 
ESSE PARÁGRAFO! 
 
Pena Restritiva de direitos- 
As penas restritivas de direito, em regra, 
possuem o mesmo prazo de duração das penas 
privativas de liberdade. 
 
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: 
I - Prestação pecuniária 
II - Perda de bens e valores; 
III - limitação de fim de semana. 
IV - Prestação de serviço à comunidade ou a 
entidades públicas; 
V - Interdição temporária de direitos 
VI - Limitação de fim de semana. 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são 
autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: 
 
I – Aplicada pena privativa de liberdade não 
superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à 
pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, 
se o crime for culposo; 
 
II – O réu não for reincidente em crime 
doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias 
indicarem que essa substituição seja suficiente. 
 
§ 2
o
 Na condenação igual ou inferior a um 
ano, a substituição pode ser feita por multa ou 
por uma pena restritiva de direitos; se superior 
a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e 
multa ou por duas restritivas de direitos. 
 
§ 3
o
 Se o condenado for reincidente, o juiz 
poderá aplicar a substituição, desde que, em 
face de condenação anterior, a medida seja 
socialmente recomendável e a reincidência não 
se tenha operado em virtude da prática do 
mesmo crime. 
 
§ 4
o
 A pena restritiva de direitos converte- 
se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição 
imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo 
cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de 
detenção ou reclusão 
 
§ 5
o
 Sobrevindo condenação a pena 
privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva 
anterior. 
 
Conversão das penas restritivas de direitos: 
 
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no 
artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e 
dos arts. 46, 47 e 48. 
 
§ 1
o
 A prestação pecuniária consiste no 
pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou privada 
com destinação social, de importância fixada 
pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo 
nem superior a 360 (trezentos e sessenta) 
salários mínimos. O valor pago será deduzido do 
montante de eventual condenação em ação de 
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
 
§ 2
o
 No caso do parágrafo anterior, se 
houver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em prestação de outra 
natureza. 
 
PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA 
MULTA 
Pena restritiva de 
direitos 
Pena de Multa 
Valor 1 a 360 
salários-mínimos 
10 a 360 dias multa 
5 
 
 
 
 
 
decretada a perda, como produto ou proveito 
do crime, dos bens correspondentes à diferença 
entre o valor do patrimônio do condenado e 
aquele que seja compatível com o seu 
rendimento lícito. 
 
 
§ 3
o
 A perda de bens e valores pertencentes 
aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação 
especial, em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional, e seu valor terá como teto – o que for 
maior – o montante do prejuízo causado ou do 
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em 
consequência da prática do crime. (OU SEJA, A 
PERDA DE BENS E VALORES NÃO SE APLICA AS 
CONTRAVENÇÕES PENAIS.) 
 
 PERDA DE 
BENS E 
VALORES 
CONFISCCO 
Natureza 
Jurídica 
Pena 
restritiva de 
Direitos 
Efeito da 
condenação 
Patrimônio LÍCITO ILÍCITO 
 
A perda de bens e valores é pena, ou seja, deve 
§ 1º Para efeito da perda prevista 
no caput deste artigo, entende-se por 
patrimônio do condenado todos os bens 
 
I - De sua titularidade, ou em relação aos quais 
ele tenha o domínio e o benefício direto ou 
indireto, na data da infração penal ou recebidos 
posteriormente; 
 
II - Transferidos a terceiros a título gratuito ou 
mediante contraprestação irrisória, a partir do 
início da atividade criminal. 
 
§ 2º O condenado poderá demonstrar a 
inexistência da incompatibilidade ou a 
procedência lícita do patrimônio 
 
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser 
requerida expressamente pelo Ministério 
Público, por ocasião do oferecimento da 
denúncia, com indicação da diferença 
apurada. 
ser proferida em sentença condenatória, 
retirando do réu o montante equivalente ao 
crime, porém de seu patrimônio lícito, ou seja, 
independe de sua origem, o autor deve retornar 
economicamente ao estado anterior a prática 
do delito. Já o confisco é um dos efeitos da 
condenação, ou sejam além do réu obter uma 
pena, terá um efeito secundário dessa, que é o 
confisco dos bens ILÍCITOS adquiridos com o 
proveito do crime. 
 
§ 4
o
 (VETADO) 
 
#LINKMENTAL 
 
O Pacote anticrime trouxe ao código penal uma 
novidade, a qual os doutrinadores chamam de 
confisco alargado. 
 
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por 
infrações às quais a lei comine pena máxima 
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser 
 
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve 
declarar o valor da diferença apurada e 
especificar os bens cuja perda for decretada 
 
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de 
crimes por organizações criminosas e milícias 
deverão ser declarados perdidos em favor da 
União ou do Estado, dependendo da Justiça 
onde tramita a ação penal, ainda que não 
ponham em perigo a segurança das pessoas, a 
moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério 
risco de ser utilizados para o cometimento de 
novos crimes. 
 
Você consegue visualizar, neste artigo 
mencionado, que além da pena, os que 
praticarem crimes com pena máxima superior 
a 6 anos terão seus bens confiscados quando 
proveniente do seu ilícito praticado. 
Beneficiários: Beneficiários: Fundo 
Vítima, dependentes penitenciário, 
da vítima, entidade nacional ou estadual 
pública ou entidade 
privada com 
destinação social 
 
6 
 
 
 
 
 
Prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas: 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade 
ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de 
privação da liberdade. 
 
§ 1
o
 A prestação de serviços à comunidade 
ou a entidades públicas consiste na atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado 
 
§ 2
o
 A prestação de serviço à comunidade 
dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e outros estabelecimentos 
congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. 
 
§ 3
o
 As tarefas a que se refere o § 1
o
 serão 
atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de 
tarefa por dia de condenação, fixadas de modo 
a não prejudicar a jornada normal de trabalho.§ 4
o
 Se a pena substituída for superior a um 
ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca 
inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada 
 
Obs: LEP Art. 30. As tarefas executadas como 
prestação de serviço à comunidade não serão 
remuneradas. 
LEP Art. 28, § 2º O trabalho do preso não está 
sujeito ao regime da Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
 
Interdição temporária de direitos 
 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de 
direitos são: 
I - Proibição do exercício de cargo, função 
ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo 
II - Proibição do exercício de profissão, 
atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder 
público; 
III - suspensão de autorização ou de 
habilitação para dirigir veículo. 
IV – Proibição de frequentar determinados 
lugares. 
V - Proibição de inscrever-se em concurso, 
avaliação ou exame públicos. 
 
Limitação de fim de semana: 
 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste 
na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa 
de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. 
 
Parágrafo único - Durante a permanência 
poderão ser ministrados ao condenado cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas 
 
#PLUS #LINKMENTAL 
Obs: Devido ao fato dos crimes hediondos, em 
sua maioria serem praticados com violência e 
grave ameaça, além de possuírem penas 
superiores a 4 anos, não se aplica as penas 
restritivas de direitos a eles. Contudo, na lei 
especial de tráfico de drogas, existe a 
possibilidade de as penas restritivas serem 
aplicadas ao delito de tráfico privilegiado, pois 
estes não são equiparados a hediondos. 
Lei n. 11.343/06, art. 33, § 4º: Nos delitos 
definidos no caput e no § 1º deste artigo, as 
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois 
terços, vedada a conversão em penas 
restritivas de direitos, desde que o agente seja 
primário, de bons antecedentes, não se 
dedique às atividades criminosas nem integre 
organização criminosa 
Obs.: NÃO CONFUDA: NA LEI MARIA DA PENHA 
TEM-SE A VEDAÇÃO A APLICAÇÃO DE CESTAS 
BÁSICAS OU OUTRA FORMA DE PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA A DELITOS PRATICADOS NO 
ÂMBITO DESTA LEI. Ocorre que existe 5 tipos de 
penas restritivas de direitos, logo não é proibido 
na aplicação de penas restritivas de direitos aos 
delitos sob a lei maria da penha, mas 
especificamente as proibições acima 
mencionadas. 
7 
 
 
 
 
 
Logo, a lei maria da penha não proibiu 
EXPRESSAMENTE, porém os tribunais superiores 
entendem diferente. 
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou 
contravenção penal contra a mulher com 
violência ou grave ameaça no ambiente 
doméstico impossibilita a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos 
Pena de Multa: 
A pena de multa como sanção penal é 
disciplinada nos artigos 49 ao 52 do CP, como 
pena substitutiva, ela poderá substituir a pena 
privativa de liberdade não superior a um ano. 
No caso de não pagamento da multa quem é 
competente para cobrar o valor? Quem é 
competente para ingressar coma a execução? 
Com o advento da lei nº 13.964/2019 a multa 
passou a ter a sua execução feita pelo 
Ministério Público e não pelam fazenda 
pública, como era de costume. A fazenda 
Pública atualmente possui competência 
subsidiária, apenas atuando na execução das 
multas quando houver inércia do MP. 
Suspensão condicional da pena – SURSIS: 
O sursis é um direito subjetivo do agente, que 
evita que este tenha uma pena privativa de 
liberdade, desde que seja observado alguns 
requisitos legais exigidos. 
Art. 77 - A execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá 
ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, 
desde que: 
I - O condenado não seja reincidente em 
crime doloso; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias autorizem 
a concessão do benefício; REQUISITO 
OBRIGATÓRIO) 
III - Não seja indicada ou cabível a 
substituição prevista no art. 44 deste 
Código. 
§ 1º - A condenação anterior a pena de 
multa não impede a concessão do 
benefício. 
§ 2
o
 A execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a quatro anos, poderá 
ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que 
o condenado seja maior de setenta anos de 
idade, ou razões de saúde justifiquem a 
suspensão. 
Revogação dos sursis 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso 
do prazo, o beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, 
por crime doloso; (revogação obrigatória) 
II - Frustra, embora solvente, a execução de 
pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano; (revogação 
obrigatória) 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 
deste Código. revogação obrigatória) 
Revogação facultativa 
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o 
condenado descumpre qualquer outra condição 
imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por 
crime culposo ou por contravenção, a pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
Prorrogação do período de prova 
§ 2º - Se o beneficiário está sendo 
processado por outro crime ou contravenção, 
considera-se prorrogado o prazo da suspensão 
até o julgamento definitivo. 
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz 
pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o 
período de prova até o máximo, se este não foi 
o fixado. 
Fases da aplicação da pena: 
8 
 
 
 
 
 
1ª fase: Na primeira fase da dosimetria da pena, 
o juiz irá fixar a pena-base, tendo como seu 
critério as circunstâncias do art. 59 do CP. 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do 
crime. 
Neste artigo encontram-se 8 circunstâncias 
judiciais, as quais o réu precisa que TODAS sejam 
favoráveis para que a sua pena-base seja 
aplicada no mínimo legal. 
Neste tipo de fase a pena não poderá nem 
diminuir e nem aumentar além dos seus 
patamares mínimos e máximos. Por ex: O réu 
praticou um delito, que a pena mínima é 1 ano e 
máxima de 5 anos. Caso o juiz reconheça que 
todas as circunstâncias do art. 59 do CP estejam 
em favor do réu, não poderá, nesta fase (1ª 
fase) diminuir a pena a seu patamar inferior ao 
mínimo legal, que neste caso é um ano ou caso 
as circunstâncias estejam desfavoráveis, 
aumentar para além dos 5 anos previstos. 
1- Culpabilidade: A culpabilidade prevista no art. 
59 do CP não se confunde com a culpabilidade 
estudada na Teoria do Crime. De acordo com 
Cleber Masson, o correto seria “grau de 
culpabilidade”, já que a palavra culpabilidade 
significa um juízo de censura ou de 
reprovabilidade. Portanto, a expressão “grau de 
culpabilidade” seria mais adequada, indicando 
que todo agente culpável, que praticou um fato 
típico e ilícito, receberá uma pena, maior ou 
menor a depender do grau de culpabilidade 
(STF: HC 105.674, Info 724). 
2- Antecedentes: é o mesmo que a vida 
pretérita do réu relacionada a crimes ou 
contravenções penais, a sua conduta e 
comportamento pretérito em nada tem haver 
com essas circunstâncias, esses serão analisados 
na personalidade e conduta social. 
E o que seria maus antecedentes? Maus 
antecedentes são todas as condenações que 
não sejam definitivas, pois se definitivas são 
consideradas reincidência e não maus 
antecedentes. 
Súmula 444 STJ – é vedada a utilização de 
inquéritos policiais e ações penais em curso para 
agravar a pena-base. (É EXATAMENTE A 
PROTEÇÃO DO RÉU DIANTE DO PRINCÍPIO DA 
PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA, ONDE NINGUÉM 
DEV ERÁ SER CONSIDERADO CULPADO, ANTES 
DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO) 
Esses Maus antecedentesduram a eternidade? 
Por exemplo, eu cometi um crime hoje, daqui há 
10 anos eu ainda terei maus antecedentes? 
Então, existe uma divergência a respeito desse 
assunto. Os tribunais divergem se maus 
antecedentes devem ser norteados pelo 
princípio da perpetuidade ou temporariedade. 
Teoria da perpetuidade- Sabe-se que a 
reincidência possui um prazo depurador de 5 
anos da data do trânsito em julgado e do 
cometimento do novo delito. Para a teoria da 
perpetuidade, o que não for reincidência porque 
já passou esse prazo depurador de 5 anos, será 
maus antecedentes. 
Teoria da temporariedade- Após o prazo de 5 
anos, contados da extinção da pena, não poderá 
essas condenações serem consideradas como 
maus antecedentes. Afinal, se não serve para 
reincidência porque deveria valer para uma 
valoração negativa para o réu. 
#JURISNOVINHA 
Vejamos a explicação de Márcio do Dizer o 
Direito: 
A existência de condenação anterior, ocorrida 
em prazo superior a cinco anos, contado da 
extinção da pena, poderá ser considerada 
como maus antecedentes? Após o período 
depurador, ainda será possível considerar a 
9 
 
 
 
 
 
condenação como maus antecedentes? 
SIM. 
 
As condenações atingidas pelo período 
depurador quinquenal do art. 64, inciso I, do 
CP, embora afastem os efeitos da reincidência, 
não impedem a configuração de 
maus antecedentes, na primeira etapa da 
dosimetria da pena. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 558.745/SP, Rel. 
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
15/09/2020. 
 
Não se aplica para o reconhecimento dos 
maus antecedentes o prazo quinquenal de 
prescrição da reincidência, previsto no art. 64, 
I, do Código Penal. 
STF. Plenário. RE 593818/SC, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 17/8/2020 (Repercussão 
 
 
O que foi explicado acima é a regra geral. Vale 
ressaltar, contudo, que o STJ possui o 
entendimento no sentido de que, quando os 
registros da folha de antecedentes do réu são 
muito antigos, admite-se o afastamento de sua 
análise desfavorável, em aplicação à teoria do 
direito ao esquecimento: 
Quando os registros da folha 
de antecedentes do réu são muito antigos, 
como no presente caso, admite-se o 
afastamento de sua análise desfavorável, em 
aplicação à teoria do direito ao esquecimento. 
Não se pode tornar perpétua a valoração 
negativa dos antecedentes, nem perenizar o 
estigma de criminoso para fins de aplicação da 
reprimenda, pois a transitoriedade é 
consectário natural da ordem das coisas. Se o 
transcurso do tempo impede que condenações 
anteriores configurem reincidência, esse 
mesmo fundamento - o lapso temporal - deve 
ser sopesado na análise das condenações 
geradoras, em tese, de maus antecedentes. 
STJ. 6ª Turma. HC 452.570/PR, Rel. Min. 
Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 
02/02/2021 
Nota-se que o STJ e o STF divergem com relação 
aos maus antecedentes e sua configuração ou 
não após o prazo depurador de 5 anos. Sendo 
assim, caso venha algo parecido na sua prova, 
verifique se na questão está sendo pedido o 
posicionamento do STJ ou do STF. 
Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes 
criminais é documento suficiente a comprovar 
os maus antecedentes e a reincidência. 
3- Conduta social: refere-se ao estilo de vida do 
réu que pode ser considerado correto ou 
inadequado, perante a sociedade, a família, no 
local de trabalho etc 
STJ HC 201453 - O fato de o réu ser usuário de 
drogas não pode ser considerado, por si só, 
como má-conduta social para o aumento da 
pena-base. A dependência toxicológica é, na 
verdade, um infortúnio. 
4- Personalidade do agente: Está relacionado 
com as qualidades do réu, sua moral. Deve ser 
verificado se este é ambicioso, ardil, 
grosseiro... 
Além disso, conforme entendimento do STJ se o 
juiz utilizou o fato do réu já possuir outra 
condenação criminal para agravar sua pena 
como “maus antecedentes” ou como 
“reincidente”, não poderá se valer desta mesma 
condenação para afirmar que o agente possui 
“personalidade” voltada ao crime, utilizar o 
argumento “condenação criminal” duas vezes 
para piorar a situação do réu caracteriza bis in 
idem. 
5- Motivos do crime: Está relacionado com as 
razões que levaram o réu a praticar tal delito. 
6- Circunstâncias do crime: Está relacionado 
com a forma ou as formas que o crime foi 
executado. O modo como o réu agiu e executou. 
Info 576 STJ - O cometimento de estelionato em 
detrimento de vítima que conhecia o autor do 
delito e lhe depositava total confiança justifica a 
Geral - Tema 150). 
10 
 
 
 
 
 
exasperação da pena-base em razão da 
consideração desfavorável das circunstâncias do 
crime. Existe um plus de reprovabilidade pelo 
fato de o agente ter escolhido para ser vítima do 
delito uma pessoa conhecida que lhe depositava 
total confiança. STJ. 6ª Turma. HC 332676-PE, 
Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador 
convocado do TJ/SP), julgado em 17/12/2015 
7- Consequências do crime: Está relacionado ao 
que o crime causou a vítima, seus familiares ou 
até mesmo a terceiros. 
8- Comportamento da vítima: Irá ser averiguado 
se a vítima contribuiu ou não para a execução do 
crime. É uma circunstância que se observada 
será favorável ao réu e se não observada será 
neutra. 
Info 532 do STJ: Se o comportamento da vítima 
em nada contribuiu para o delito, isso significa 
que essa circunstância judicial é neutra, de 
forma que não pode ser utilizada para aumentar 
a pena imposta ao réu. STJ. 6ª Turma. HC 
217819-BA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis 
Moura, julgado em 21/11/2013 
2ª Fase- Neste momento, após ter fixado a pena- 
base, o juiz irá observar as agravantes e 
atenuantes. 
Existe as agravantes genéricas, que podem ser 
aplicadas, a qualquer crime e se encontram na 
parte geral do código. Assim como, existem as 
agravantes especiais, as quais são encontradas 
na parte especial do código e em legislações 
extravagantes e são aplicadas em crimes 
específicos. 
Tanto aas agravantes como as atenuantes NÃO 
PODEM ultrapassar os limites legais, 
As agravantes genéricas se encontram em um 
rol TAXATIVO no código penal. 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre 
agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
I - A reincidência 
Reincidência 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o 
agente comete novo crime, depois de transitar 
em julgado a sentença que, no País ou no 
estrangeiro, o tenha condenado por crime 
anterior. 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
I - Não prevalece a condenação anterior, se 
entre a data do cumprimento ou extinção da 
pena e a infração posterior tiver decorrido 
período de tempo superior a 5 (cinco) anos, 
computado o período de prova da suspensão 
ou do livramento condicional, se não ocorrer 
revogação; 
II - Não se consideram os crimes militares 
próprios e políticos 
OBS. A condenação anterior em multa gera 
reincidência. 
OBS. Contravenção no exterior nunca gera 
reincidência 
OBS. Anistia ou abolitio Criminis não gera 
reincidência. 
REINCIDÊNCIA 
 
1º DELITO 2º DELITO Gera 
reincidência? 
Crime Crime SIM 
Crime Contravenção SIM 
Contravenção Crime NÃO 
Contravenção Contravenção SIM 
 
Não Gera Reincidência: SAPATOS 
Sentença absolvição imprópria 
Abolitio Criminis 
Perdão Judicial 
Anistia 
Transação Penal 
O 
Sursis 
11 
 
 
 
 
 
Pergunto: Existe Roubo Privilegiado? 
Resposta: Não. 
Você: Meu Deus, Flávia! Como vou saber os 
crimes que 
admitem ou não o privilégio? 
Calma... Vou resolver os seus Problemas! 
Crimes que admitem o privilégio : FERA 
FURTO 
Estelionato 
Receptação 
Apropriação indébita 
II - Ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime; 
c) à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação, ou outro recursoque dificultou ou 
tornou impossível a defesa do ofendido; 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que podia resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, irmão 
ou cônjuge; 
f) com abuso de autoridade ou 
prevalecendo-se de relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade, ou com 
violência contra a mulher na forma da lei 
específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever 
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) 
anos, enfermo ou mulher grávida; (SE A 
PESSOA TIVER 60 ANOS NÃO AGRAVA A PENA, 
TEM QUE SER MAIO QUE 60!) 
i) quando o ofendido estava sob a imediata 
proteção da autoridade; 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, 
inundação ou qualquer calamidade pública, ou 
de desgraça particular do ofendido; 
l) em estado de embriaguez preordenada 
Agravantes no caso de concurso de pessoas 
(Quando o crime for praticado por mais de uma 
pessoa) 
Art. 62 - A pena será ainda agravada em 
relação ao agente que: 
I - Promove, ou organiza a cooperação no 
crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
II - Coage ou induz outrem à execução 
material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime 
alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível 
em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - Executa o crime, ou nele participa, 
mediante paga ou promessa de recompensa. 
Circunstâncias atenuantes 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre 
atenuam a pena: 
I - Ser o agente menor de 21 (vinte e um), 
na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, 
na data da sentença; 
II - O desconhecimento da lei; 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de 
relevante valor social ou moral; 
b) procurado, por sua espontânea vontade 
e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe 
ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes 
do julgamento, reparado o dano; 
OBS. NÃO CONFUNDIR: Neste caso o réu 
reparou o dano APÓS O CRIME, ou seja, ocorreu 
a consumação do delito, não sendo caso de 
ARREPENDIMENTO EFICAZ, pois neste 
arrependimento não ocorre a consumação do 
delito. Além disso, se o réu reparar o dano 
ANTES DO JULGAMENTO é uma atenuante, 
conforme podemos observar no artigo acima e, 
12 
 
 
DICA DO DIA 65 
PROCESSO PENAL 
 
 
 
a qual faz parte da 2 ª fase da dosimetria da 
pena, contudo, se o réu reparar o dano ANTES 
DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA, é 
caso de arrependimento posterior, o qual faz 
parte da 3ª fase da dosimetria da pena. 
 
c) cometido o crime sob coação a que podia 
resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de 
violenta emoção, provocada por ato injusto da 
vítima; 
d) confessado espontaneamente, perante a 
autoridade, a autoria do crime; 
e) cometido o crime sob a influência de 
multidão em tumulto, se não o provocou. 
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada 
em razão de circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime, embora não prevista 
expressamente em lei. 
As atenuantes sempre diminuem a pena, sendo 
de incidência obrigatória. Portanto, caso o juiz 
reconheça uma atenuante, deve diminuir a 
pena. 
Concurso de Atenuantes e agravantes: 
Art. 67. No concurso de agravantes e 
atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite 
indicado pelas circunstâncias preponderantes, 
entendendo-se como tais as que resultam dos 
 
Todas essas circunstâncias preponderantes 
estão relacionadas ao réu, logo, são subjetivas. 
Elas não estão relacionadas com o crime em si. 
3º Fase: Neste momento o juiz já passou pela 
pena-base, fixou a pena intermediária na 
segunda fase e irá com base nesta aplicar as 
causas de aumento e diminuição de pena, para 
chegar à pena definitiva. 
As causas de aumento e diminuição de pena 
também podem ser: 
a) Genéricas - previstas na parte geral do CP e 
aplicáveis aos crimes em geral, tais como a 
tentativa, o concurso formal; 
b) Específicas - previstas na parte especial do CP 
ou na legislação extravagante e aplicáveis 
somente a determinados crimes, a exemplo do 
furto praticado durante o repouso noturno. 
Na terceira fase a pena pode ultrapassar os 
limites legais, tendo em vista que nas causas de 
diminuição e aumento da pena o legislador 
expressamente indica de quanto a pena será 
diminuída ou aumentada. 
Concurso de Causas de aumento e diminuição 
de pena: 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se 
ao critério do art. 59 deste Código; em seguida 
serão consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, as causas 
de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de 
aumento ou de diminuição previstas na parte 
especial, pode o juiz limitar-se a um só 
aumento ou a uma só diminuição, 
prevalecendo, todavia, a causa que mais 
aumente ou diminua. 
Reparem que no concurso de agravantes e 
atenuantes, DEVERÁ o juiz aproximar-se dos 
limites preponderantes, já na causa de Aumento 
ou diminuição de pena, o juiz PODE utilizar, na 
parte especial, de um só aumento ou de uma só 
diminuição. 
Sabe esse trocadilho de verbos? Pode/deve... É 
ISSO QUE CAI E QUE VOCÊ FICA SEM ENTENDER 
O POR QUÊ DE TER ERRADO A QUESTÃO. Mas, 
estudando pelo dicas e prestando atenção a 
essas informações, CERTEZA, que você não irá 
errar mais =) 
 
 
1. TRIBUNAL DO JÚRI 
motivos determinantes do crime, da 
personalidade do agente e da reincidência. 
13 
 
 
 
 
 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
 
A CRFB/88 estabeleceu uma competência 
mínima para o Tribunal do Júri. Isso não impede 
a criação de novas hipóteses, a exemplo da 
competência para julgar os delitos conexos aos 
crimes dolosos contra a vida, estabelecida pelo 
legislador ordinário. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL 
DO JÚRI: 
 
Plenitude de defesa: Este princípio está dividido 
entre a Defesa técnica, é a defesa realizada pelo 
profissional habilitado (advogado ou defensor 
público) e a Autodefesa, que é aquela realizada 
pelo próprio réu e consiste no direito de relatar 
aos jurados a versão dos fatos. 
 
Sigilo das votações: exemplos de aplicação do 
princípio. a) Sala especial: é o local onde os 
jurados responderão aos quesitos por meio de 
cédulas em papel, que contêm as palavras “sim” 
e “não”. Aplica-se aqui o princípio da 
publicidade restrita, assegurando-se a 
participação apenas do juiz, dos jurados, do 
membro do Ministério Público e do defensor 
público ou advogado. Busca evitar possíveis 
constrangimentos aos jurados e garantir a sua 
imparcialidade. Para evitar a votação unânime, 
que acabaria quebrando a garantia do sigilo, 
quando forem atingidos 4 votos no mesmo 
sentido, a votação será interrompida. 
 
b) Incomunicabilidade dos jurados: os jurados 
podem revelar o seu voto após o julgamento, 
antes disso, devem permanecer incomunicáveis 
sob a possibilidade de ser decretado nulidade 
absoluta, além da exclusão do respectivo jurado 
do Conselho de Sentença com aplicação de 
multa. 
c) Encerramento da votação em plenário: A 
votação deverá ser encerrada com a votação 
sobre o quesito da materialidade e autoria do 
crime, quando tiver mais de 4 votos no mesmo 
sentido. Dessa forma, poderá evitar a divulgação 
dos votos dos jurados, nos casos de votação 
unânime. 
NÃO CONFUNDA: O sigilo da decisão diz 
respeito apenas aos jurados e não ao juiz. O 
julgamento do magistrado tem que ser 
fundamentado e não pode ser sigiloso. 
 
Soberania dos veredictos: A decisão do 
conselho de sentença é soberana, é máxima, 
contudo, isso não quer dizer que ela seja 
irrecorrível, sendo-lhe permitido apenas cassar 
a decisão, sem absolver ou condenar o réu, 
como também submeter o réu a novo 
julgamento nos casos expressamente previstos 
no art. 593, III, “d” e parágrafo 3o, CPP. 
 
Além disso, as decisões tomadas pelo tribunal 
do júri poderão ser objeto de revisão criminal. 
 
Obs: O art. 483,III e §2º, CPP prevê um quesito 
genérico e abstrato, a qual os jurados devem 
responder: “O jurado absolve o acusado? Logo, 
o Júri pode absolver o réu sem qualquer 
especificação e sem necessidade de motivação. 
 
#jurisnovinha 
“Considerando o quesito genérico e a 
desnecessidade de motivação na decisão dos 
jurados, configura-se a possibilidade de 
absolvição por clemência, ou seja, mesmo em 
contrariedade manifesta à prova dos autos. Se 
ao responder o quesito genérico o jurado pode 
absolver o réu sem especificar os motivos, e, 
assim, por qualquer fundamento, não há 
absolvição com tal embasamento que possa ser 
considerada “manifestamente contrária à 
prova dos autos”. Limitação ao recurso da 
acusação com base no art. 593, III, “d”, CPP, se 
a absolvição tiver como fundamento o quesito 
genérico (art. 483, III e §2º, CPP). Inexistência 
de violação à paridade de armas. Presunção de 
inocência como orientação da estrutura do 
processo penal. Inexistência de violação ao 
direito ao recurso (art. 8.2.h, CADH). 
Possibilidade de restrição do recurso 
acusatório. STF. 2ª Turma. HC 185068, Rel. 
Celso de Mello, Relator p/ Acórdão Gilmar 
Mendes, julgado em 20/10/2020.” 
 
O tribunal do júri é composto por um juiz 
togado e mais 25 jurados. Sete desses jurados 
14 
 
 
 
 
 
serão chamados para compor o que se chama 
conselho de sentença. 
Para ser jurado o cidadão precisa ser maior de 
18 anos e caso seja maior de 70 anos, poderá 
ser dispensado do serviço. 
 
O procedimento do júri é bifásico: Na primeira 
fase tem-se o sumário da culpa, onde correrá a 
acusação e instrução preliminar. 
Essa fase se inicia com o oferecimento da 
denúncia e se encerra com a sentença de 
pronúncia. 
 
Da Acusação e da Instrução Preliminar 
 
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a 
queixa, ordenará a citação do acusado para 
responder a acusação, por escrito, no prazo de 
10 (dez) dias 
 
2
o
 A acusação deverá arrolar testemunhas, até 
o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. 
 
408. Não apresentada a resposta no prazo legal, 
o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 
10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. 
 
Obs. Prevalece o entendimento que não se 
exige fundamentação para recebimento da de 
nuncia ou queixa, todavia, fundamentação 
deficiente enseja nulidade das decisões 
judiciais. 
 
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder- 
se-á à tomada de declarações do ofendido, se 
possível, à inquirição das testemunhas 
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta 
ordem, bem como os esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de 
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o 
acusado e procedendo-se o debate. 
 
Obs.: O interrogatório é o último ato da 
instrução, sendo assim bem mias benéfico para 
o réu. 
 
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, 
pronunciará o acusado, se convencido da 
materialidade do fato e da existência de indícios 
suficientes de autoria ou de participação. 
 
§ 1
o
 A fundamentação da pronúncia limitar-se-á 
à indicação da materialidade do fato e da 
existência de indícios suficientes de autoria ou 
de participação, devendo o juiz declarar o 
dispositivo legal em que julgar incurso o acusado 
e especificar as circunstâncias qualificadoras e 
as causas de aumento de pena. 
 
§ 2
o
 Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o 
valor da fiança para a concessão ou manutenção 
da liberdade provisória 
 
Art. 414. Não se convencendo da 
materialidade do fato ou da existência de 
indícios suficientes de autoria ou de 
participação, o juiz, fundamentadamente, 
impronunciará o acusado. 
 
O que seria ´Pronuncia? É uma decisão mista 
interlocutória não terminativa, que põe fim 
primeira fase do procedimento do júri. 
Prevalece na doutrina, que nesta fase deverá ser 
observado o princípio in dubio pro sociate. Ou 
seja, na dúvida o juiz pronuncia o réu. 
HAVENDO CRIME CONEXO COM A 
PRONÚNCIA, AINDA QUE NÃO SEJA DE 
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI, ELE 
SERÁ SUBMETIDO AO CONSELHO DE 
SENTENÇA. 
SENDO ASSIM, CUIDADO QUANDO NA PROVA 
VIER DIZENDO QUE A COMPETÊNCIA FDO 
TRIBUNAL DO JÚRI É EXCLUSIVA PARA JULGAR 
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. 
 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, 
absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – Provada a inexistência do fato; 
II – Provado não ser ele autor ou partícipe do 
fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – Demonstrada causa de isenção de pena ou 
de exclusão do crime. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no 
inciso IV do caput deste artigo ao caso de 
inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do 
Decreto-Lei n
o
 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
– Código Penal, salvo quando esta for a única 
tese defensiva. 
15 
 
 
 
 
 
Art. 416. Contra a sentença de 
de absolvição sumária caberá apelação 
 
LEMBRAR: No procedimento do júri os recursos 
são VOGAIS COM VOGAIS, CONSOANTE COM 
CONSOANTE. 
Impronúncia/absolvição sumária = Apelação 
Pronúncia/Desclassificação = Rese 
Ao final da 1ª fase do procedimento do júri 
(sumário da culpa), o juiz irá proferir uma 
sentença, que poderá ser de quatro modos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desaforamento 
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o 
reclamar ou houver dúvida sobre a 
imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do 
acusado, o Tribunal, a requerimento do 
Ministério Público, do assistente, do 
querelante ou do acusado ou mediante 
representação do juiz competente, poderá 
determinar o desaforamento do julgamento 
para outra comarca da mesma região, onde não 
existam aqueles motivos, preferindo-se as mais 
próximas. 
Também poderá ser requerido em caso de 
comprovado excesso de serviço, quando o 
julgamento não puder ser realizado dentro de 
seis meses contados do trânsito em julgado da 
decisão de pronúncia, sendo que, neste caso, o 
juiz presidente e a parte contrária deverão ser 
ouvidos. 
 
Nos debates orais não é permitido que as partes 
façam menção à decisão de pronúncia, às 
decisões posteriores que julgaram admissível a 
acusação ou à determinação do uso de algemas 
como argumento de autoridade que beneficiem 
ou prejudiquem o acusado; ou ao silêncio do 
acusado ou à ausência de interrogatório, assim 
como não será permitida a leitura de 
documento ou exibição de objeto que não 
tenham sido juntados aos autos com 
antecedência de pelo menos três dias úteis. 
 
Súmula 712-STF: É nula a decisão que determina 
o desaforamento de processo da competência 
do júri sem audiência da defesa. 
 
Súmula 206-STF: É nulo o julgamento ulterior 
pelo júri com a participação de jurado que 
impronúncia ou 
 
 
 
Desclassificação 
contra a vida, mas 
sim um outro delito, 
devendo, então, 
remeter o processo 
para o juízo 
competente. Ex.: juiz 
entende que não 
houve homicídio 
doloso, mas sim 
latrocínio. 
 
 
 
 
 
Pronunciar o réu 
O réu será 
pronunciado quando 
o juiz se convencer 
de que existem prova 
da materialidade do 
fato e indícios 
suficientes de autoria 
ou de participação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impronunciar o réu 
O réu será 
impronunciado 
quando o juiz não se 
convencer: 
Da materialidade do 
fato; 
Da existência de 
indícios suficientes 
de autoria ou de 
participação. 
 
 
 
 
 
 
Absolvição Sumária 
O réu será absolvido, 
desde logo, quando 
estiver provado: 
-A inexistência do 
fato; 
-Que o réu não é 
autor ou partícipe do 
fato; 
- Que o fato não 
constitui crime; 
-Que existe uma 
causa de isenção de 
pena ou de exclusão 
do crime. 
 Ocorre quando o juiz 
se convencer de que 
o fato narrado não é 
um crime doloso 
 
16 
 
 
DICA DO DIA 66 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
 
 
funcionou em julgamento anterior do mesmo 
processo 
 
OBS: DIFERENTEMENTE DOS DEMAIS RITOS, O 
PRIOMEIRO A FAZER PERGUNTAS NO 
TRIBUNAL DO JURI É O JUIZ. 
 
Novidade legislativa 
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá 
sentença que: 
e) mandará o acusado recolher-se ou 
recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se 
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, 
no caso de condenação a umapena igual ou 
superior a 15 (quinze) anos de reclusão, 
determinará a execução provisória das penas, 
com expedição do mandado de prisão, se for o 
caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos 
que vierem a ser interpostos; (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, 
deixar de autorizar a execução provisória das 
penas de que trata a alínea e do inciso I 
do caput deste artigo, se houver questão 
substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual 
competir o julgamento possa plausivelmente 
levar à revisão da condenação. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 4º A apelação interposta contra decisão 
condenatória do Tribunal do Júri a uma pena 
igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão 
não terá efeito suspensivo. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal 
atribuir efeito suspensivo à apelação de que 
trata o § 4º deste artigo, quando verificado 
cumulativamente que o recurso 
I - não tem propósito meramente protelatório; 
II - Levanta questão substancial e que pode 
resultar em absolvição, anulação da sentença, 
novo julgamento ou redução da pena para 
patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão. 
 
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo 
poderá ser feito incidentemente na apelação ou 
por meio de petição em separado dirigida 
diretamente ao relator, instruída com cópias da 
sentença condenatória, das razões da apelação 
e de prova da tempestividade, das contrarrazões 
e das demais peças necessárias à compreensão 
da controvérsia. 
 
Crimes que são julgados pelo tribunal do Júri: 
homicídio doloso, infanticídio, participação em 
suicídio, aborto - tentados ou consumados – e 
seus crimes conexos. 
 
 
1. RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
1. RECUPERAÇÃO: 
A lei nº 111.101/05 sofreu inúmeras alterações 
trazidas pela lei nº 14.112/2020. 
ART.. 1º Esta Lei disciplina a recuperação 
judicial, a recuperação extrajudicial e a falência 
do empresário e da sociedade empresária, 
doravante referidos simplesmente como 
devedor. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – Empresa pública e sociedade de economia 
mista; 
II – Instituição financeira pública ou privada, 
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de 
previdência complementar, sociedade 
operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, sociedade de 
capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
Art. 3º É competente para homologar o plano 
de recuperação extrajudicial, deferir a 
recuperação judicial ou decretar a falência o 
juízo do local do principal estabelecimento do 
devedor ou da filial de empresa que tenha sede 
fora do Brasil. 
Essa parte final do dispositivo acima acontece 
nos casos em que a empresa tenha o seu 
principal estabelecimento fora do Brasil. Neste 
17 
 
 
 
 
 
caso o juízo competente é o do local da filial da 
empresa no Brasil. 
De acordo coma a jurisprudência do STJ, é 
considerado principal estabelecimento aquele 
que é o centro vital das principais atividades do 
devedor. 
#juris 
Juízo competente para processar e julgar 
pedido de recuperação judicial é aquele situado 
no local do principal estabelecimento (art. 3º da 
Lei nº 11.101/2005), compreendido este como o 
local em que se encontra “o centro vital das 
principais atividades do devedor”. 
No curso do processo de recuperação judicial, as 
modificações em relação ao principal 
estabelecimento, por dependerem 
exclusivamente de decisões de gestão de 
negócios, sujeitas ao crivo do devedor, não 
acarretam a alteração do juízo competente, uma 
vez que os negócios ocorridos no curso da 
demanda nem mesmo se sujeitam 
à recuperação judicial. 
STJ. 2ª Seção. CC 163818-ES, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 23/09/2020 (Info 
680). 
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL E À FALÊNCIA 
Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na 
recuperação judicial ou na falência: 
I – As obrigações a título gratuito; 
II – As despesas que os credores fizerem para 
tomar parte na recuperação judicial ou na 
falência, salvo as custas judiciais decorrentes de 
litígio com o devedor. 
Art. 6º A decretação da falência ou o 
deferimento do processamento da recuperação 
judicial implica: 
I - Suspensão do curso da prescrição das 
obrigações do devedor sujeitas ao regime desta 
Lei; 
Ou seja, com a decretação da falência ou com o 
início do processo de recuperação judicial, as 
obrigações que estão sujeitas a lei falimentar 
passam a ter seu prazo prescricional suspenso. 
II - Suspensão das execuções ajuizadas contra o 
devedor, inclusive daquelas dos credores 
particulares do sócio solidário, relativas a 
créditos ou obrigações sujeitos à recuperação 
judicial ou à falência; 
III - proibição de qualquer forma de retenção, 
arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão 
e constrição judicial ou extrajudicial sobre os 
bens do devedor, oriunda de demandas judiciais 
ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações 
sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência 
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual 
estiver se processando a ação que demandar 
quantia ilíquida. 
O que esse § quer dizer? Que os processos que 
estiverem em andamento e não possuírem 
ainda um valor exato de condenação (quantia 
ilíquida), continuam prosseguindo 
normalmente, não ficando esses suspensos. 
§ 2º É permitido pleitear, perante o 
administrador judicial, habilitação, exclusão ou 
modificação de créditos derivados da relação de 
trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, 
inclusive as impugnações a que se refere o art. 
8º desta Lei, serão processadas perante a justiça 
especializada até a apuração do respectivo 
crédito, que será inscrito no quadro-geral de 
credores pelo valor determinado em sentença. 
§ 3º O juiz competente para as ações referidas 
nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá determinar a 
reserva da importância que estimar devida na 
recuperação judicial ou na falência, e, uma vez 
reconhecido líquido o direito, será o crédito 
incluído na classe própria. 
O que acontece nesse § acima é o seguinte: 
Vamos supor que existe um processo em 
andamento, mas não existe valor certo, muito 
menos sentença. Caso esse valor seja de 
competência da recuperação ou falência, o juiz 
18 
 
 
 
 
 
desses processos poderá reservar um valor 
hipotético para que seja remetido ao juízo 
falimentar, caso realmente venha a comprovar 
que este crédito é liquido e certo. Entendeu? 
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a 
proibição de que tratam os incisos I, II e III 
do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 
180 (cento e oitenta) dias, contado do 
deferimento do processamento da recuperação, 
prorrogável por igual período, uma única vez, 
em caráter excepcional, desde que o devedor 
não haja concorrido com a superação do lapso 
temporal. ISSO É UMA NOVIDADE 
LEGISLATIVA QUE É SUPER CARA DE PROVA 
VIU! 
NOTE, QUE ESTE PARÁGRAFO É ESPECÍFICO. ELE 
FALA QUE O PRAZO PRESCRICIONAL DAS 
OBRIGAÇÕES, REFERENTE A RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL (ELE N FALA EM FALÊNCIA E NEM EM 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL), SÓ FICARÃO 
SUSPENSOS POR UM PRAZO DE ATÉ 180 DIAS 
PRORROGÁVEIS, UMA ÚNICA VEZ. ANTES DA 
NOVA LEI DE FALÊNCIA, ESSE PRAZO ERA 
IMPRORROGÁVEL. 
§ 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º 
deste artigo sem a deliberação a respeito do 
plano de recuperação judicial proposto pelo 
devedor faculta aos credores a propositura de 
plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º 
do art. 56 desta Lei, observado o seguinte: 
I - as suspensões e a proibição de que tratam os 
incisos I, II e III do caput deste artigo não serão 
aplicáveis caso os credores não apresentem 
plano alternativo no prazo de 30 (trinta) dias, 
contado do final do prazo referido no § 4º deste 
artigo ou no § 4º do art. 56desta Lei; 
II - as suspensões e a proibição de que tratam os 
incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão 
por 180 (cento e oitenta) dias contados do final 
do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da 
realização da assembleia-geral de credores 
referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os 
credores apresentem plano alternativo no 
prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no 
prazo referido no § 4º do art. 56 desta Lei. ] 
§ 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à 
recuperação judicial durante o período de 
suspensão de que trata o § 4º deste artigo. 
§ 6º Independentemente da verificação 
periódica perante os cartórios de distribuição, as 
ações que venham a ser propostas contra o 
devedor deverão ser comunicadas ao juízo da 
falência ou da recuperação judicial: 
I – Pelo juiz competente, quando do 
recebimento da petição inicial; 
II – Pelo devedor, imediatamente após a 
citação. 
DECOREM ISSO! QUANDO É PELO JUIZ E 
QUANDO É FEITA PELO DEVEDOR 
A distribuição do pedido de falência ou de 
recuperação judicial ou a homologação de 
recuperação extrajudicial previne a jurisdição 
para qualquer outro pedido de falência, de 
recuperação judicial ou de homologação de 
recuperação extrajudicial relativo ao mesmo 
devedor. 
O processamento da recuperação judicial ou a 
decretação da falência não autoriza o 
administrador judicial a recusar a eficácia da 
convenção de arbitragem, não impedindo ou 
suspendendo a instauração de procedimento 
arbitral. 
Observado o disposto NO ART. 300 DO CPC, 
TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA, o juiz 
poderá antecipar total ou parcialmente os 
efeitos do deferimento do processamento da 
recuperação judicial. 
#JURIS 
O Juízo da recuperação é competente para 
avaliar se estão presentes os requisitos para a 
concessão de tutela de urgência objetivando 
antecipar o início do stay period ou suspender 
os atos expropriatórios determinados em outros 
juízos, antes mesmo de deferido o 
19 
 
 
 
 
 
processamento da recuperação. 
STJ. 2ª Seção. CC 168000-AL, Rel. Min. Ricardo 
Villas Bôas Cueva, julgado em 11/12/2019 (Info 
663). 
É vedado ao devedor, até a aprovação do plano 
de recuperação judicial, distribuir lucros ou 
dividendos a sócios e acionistas, OU SEJA, após 
o plano de recuperação judicial aprovado 
poderão ser distribuídos os lucros e dividendos. 
É vedada atribuição de responsabilidade a 
terceiros em decorrência do mero 
inadimplemento de obrigações do devedor 
falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as 
garantias reais e fidejussórias, bem como as 
demais hipóteses reguladas por esta Lei. 
Da Verificação e da Habilitação de Créditos 
Art. 7º A verificação dos créditos será realizada 
pelo administrador judicial, com base nos livros 
contábeis e documentos comerciais e fiscais do 
devedor e nos documentos que lhe forem 
apresentados pelos credores, podendo contar 
com o auxílio de profissionais ou empresas 
especializadas. 
Após a verificação dos créditos será publicado 
um edital com a relação dos créditos a serem 
cobrados. Com a publicação deste edital os 
credores possuem 15 dias para se habilitarem 
como “donos” desses créditos ou para 
contestarem, caso estejam com algo errado. 
Após, esse prazo, será publicado um novo edital 
contendo a relação de credores no prazo de 45 
(quarenta e cinco) dias, assim como, o juiz 
instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública 
credora, incidente de classificação de crédito 
público e determinará a sua intimação 
eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, 
apresente diretamente ao administrador judicial 
ou em juízo, a depender do momento 
processual, a relação completa de seus créditos 
inscritos em dívida ativa, acompanhada dos 
cálculos, da classificação e das informações 
sobre a situação atual. 
Os créditos não definitivamente constituídos, 
não inscritos em dívida ativa ou com 
exigibilidade suspensa poderão ser informados 
em momento posterior. 
Os créditos não habilitados no prazo acima 
mencionado serão tidos como retardatários. 
Na recuperação judicial, os titulares de créditos 
retardatários, excetuados os titulares de 
créditos derivados da relação de trabalho, não 
terão direito a voto nas deliberações da 
assembleia-geral de credores. 
Na falência, os créditos retardatários perderão 
o direito a rateios eventualmente realizados e 
ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se 
computando os acessórios compreendidos 
entre o término do prazo e a data do pedido de 
habilitação. 
Das Conciliações e das Mediações 
Antecedentes ou Incidentais aos Processos de 
Recuperação Judicial’. 
Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão 
ser incentivadas em qualquer grau de 
jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em 
segundo grau de jurisdição e nos Tribunais 
Superiores, e não implicarão a suspensão dos 
prazos previstos nesta Lei, salvo se houver 
consenso entre as partes em sentido contrário 
ou determinação judicial. 
Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e 
mediações antecedentes ou incidentais aos 
processos de recuperação judicial, 
notadamente: 
I - Nas fases pré-processual e processual de 
disputas entre os sócios e acionistas de 
sociedade em dificuldade ou em recuperação 
judicial, bem como nos litígios que envolverem 
credores não sujeitos à recuperação judicial, nos 
termos dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou 
credores extraconcursais 
II - em conflitos que envolverem concessionárias 
ou permissionárias de serviços públicos em 
recuperação judicial e órgãos reguladores ou 
20 
 
 
 
 
 
entes públicos municipais, distritais, estaduais 
ou federais; 
III - na hipótese de haver créditos 
extraconcursais contra empresas em 
recuperação judicial durante período de 
vigência de estado de calamidade pública, a fim 
de permitir a continuidade da prestação de 
serviços essenciais; 
IV - na hipótese de negociação de dívidas e 
respectivas formas de pagamento entre a 
empresa em dificuldade e seus credores, em 
caráter antecedente ao ajuizamento de pedido 
de recuperação judicial. 
§ 1º Na hipótese prevista no inciso IV 
do caput deste artigo, será facultado às 
empresas em dificuldade que preencham os 
requisitos legais para requerer recuperação 
judicial obter tutela de urgência cautelar, nos 
termos do art. 305 e seguintes da Lei nº 13.105, 
de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil), a fim de que sejam suspensas as 
execuções contra elas propostas pelo prazo de 
até 60 (sessenta) dias, para tentativa de 
composição com seus credores, em 
procedimento de mediação ou conciliação já 
instaurado perante o Centro Judiciário de 
Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do 
tribunal competente ou da câmara 
especializada, observados, no que couber, 
os arts. 16 e 17 da Lei nº 13.140, de 26 de junho 
de 2015 
§ 2º São vedadas a conciliação e a mediação 
sobre a natureza jurídica e a classificação de 
créditos, bem como sobre critérios de votação 
em assembleia-geral de credores 
§ 3º Se houver pedido de recuperação judicial ou 
extrajudicial, observados os critérios desta Lei, o 
período de suspensão previsto no § 1º deste 
artigo será deduzido do período de suspensão 
previsto no art. 6º desta Lei. 
Art. 20-C. O acordo obtido por meio de 
conciliação ou de mediação com fundamento 
nesta Seção deverá ser homologado pelo juiz 
competente conforme o disposto no art. 3º 
desta Lei. 
Parágrafo único. Requerida a recuperação 
judicial ou extrajudicial em até 360 (trezentos e 
sessenta) dias contados do acordo firmado 
durante o período da conciliação ou de 
mediação pré-processual, o credor terá 
reconstituídos seus direitos e garantias nas 
condições originalmente contratadas, 
deduzidos os valores eventualmente pagos e 
ressalvados os atos validamente praticados no 
âmbito dos procedimentos previstos nesta 
Seção. 
Art. 20-D. As sessões de conciliaçãoe de 
mediação de que trata esta Seção poderão ser 
realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc 
do tribunal competente ou a câmara 
especializada responsável disponham de meios 
para a sua realização 
Do Administrador Judicial e do Comitê de 
Credores 
O administrador judicial será profissional 
idôneo, preferencialmente advogado, 
economista, administrador de empresas ou 
contador, ou pessoa jurídica especializada. Se o 
administrador judicial nomeado for pessoa 
jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o 
art. 33 desta Lei, o nome de profissional 
responsável pela condução do processo de 
falência ou de recuperação judicial, que não 
poderá ser substituído sem autorização do juiz. 
IMPORTANTE: 
Na falência, o administrador judicial não 
poderá, sem autorização judicial, após ouvidos 
o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 
(dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos 
da massa falida e conceder abatimento de 
dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil 
recebimento. 
Art. 23. O administrador judicial que não 
apresentar, no prazo estabelecido, suas contas 
ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei 
21 
 
 
 
 
 
será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo 
de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência. 
Parágrafo único. Decorrido o prazo 
do caput deste artigo, o juiz destituirá o 
administrador judicial e nomeará substituto 
para elaborar relatórios ou organizar as contas, 
explicitando as responsabilidades de seu 
antecessor. 
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de 
pagamento da remuneração do administrador 
judicial, observados a capacidade de pagamento 
do devedor, o grau de complexidade do trabalho 
e os valores praticados no mercado para o 
desempenho de atividades semelhantes. 
§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao 
administrador judicial não excederá 5% (cinco 
por cento) do valor devido aos credores 
submetidos à recuperação judicial ou do valor 
de venda dos bens na falência. 
§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do 
montante devido ao administrador judicial para 
pagamento após atendimento do previsto nos 
arts. 154 e 155 desta Lei. 
§ 3º O administrador judicial substituído será 
remunerado proporcionalmente ao trabalho 
realizado, salvo se renunciar sem relevante 
razão ou for destituído de suas funções por 
desídia, culpa, dolo ou descumprimento das 
obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que 
não terá direito à remuneração. 
§ 4º Também não terá direito a remuneração o 
administrador que tiver suas contas 
desaprovadas. 
5º A remuneração do administrador judicial 
fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), 
no caso de microempresas e de empresas de 
pequeno porte, bem como na hipótese de que 
trata o art. 70-A desta Lei. 
IMORTANTE, A REMUNERAÇÃO DO 
ADMINISTRADOR JUDICIAL NÃO IRÁ 
ULTRAPASSAR 5%, MAS CASDO SEJA 
MICROEMPRESAS OU EMPRESA DE PEQUENO 
PORTE, O VALOR NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR 
2% 
Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, 
caberá ao administrador judicial ou, na 
incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas 
atribuições. 
Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua 
remuneração custeada pelo devedor ou pela 
massa falida, mas as despesas realizadas para a 
realização de ato previsto nesta Lei, se 
devidamente comprovadas e com a autorização 
do juiz, serão ressarcidas atendendo às 
disponibilidades de caixa. 
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou 
exercer as funções de administrador judicial 
quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício 
do cargo de administrador judicial ou de 
membro do Comitê em falência ou recuperação 
judicial anterior, foi destituído, deixou de 
prestar contas dentro dos prazos legais ou teve 
a prestação de contas desaprovada. 
§ 1º Ficará também impedido de integrar o 
Comitê ou exercer a função de administrador 
judicial quem tiver relação de parentesco ou 
afinidade até o 3º (terceiro) grau com o devedor, 
seus administradores, controladores ou 
representantes legais ou deles for amigo, 
inimigo ou dependente. 
§ 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério 
Público poderá requerer ao juiz a substituição 
do administrador judicial ou dos membros do 
Comitê nomeados em desobediência aos 
preceitos desta Lei. 
§ 3º O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas, sobre o requerimento do § 2º 
deste artigo. 
Da Assembleia-Geral de Credores 
Art. 36. A assembleia-geral de credores será 
convocada pelo juiz por meio de edital publicado 
no diário oficial eletrônico e disponibilizado no 
sítio eletrônico do administrador judicial, com 
22 
 
 
 
 
 
antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual 
conterá: 
I – local, data e hora da assembléia em 1ª 
(primeira) e em 2ª (segunda) convocação, não 
podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) 
dias depois da 1ª (primeira); 
II – a ordem do dia; 
III – local onde os credores poderão, se for o 
caso, obter cópia do plano de recuperação 
judicial a ser submetido à deliberação da 
assembléia. 
§ 1º Cópia do aviso de convocação da 
assembléia deverá ser afixada de forma 
ostensiva na sede e filiais do devedor. 
§ 2º Além dos casos expressamente previstos 
nesta Lei, credores que representem no mínimo 
25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos 
créditos de uma determinada classe poderão 
requerer ao juiz a convocação de assembleia- 
geral. 
§ 3º As despesas com a convocação e a 
realização da assembleia-geral correm por conta 
do devedor ou da massa falida, salvo se 
convocada em virtude de requerimento do 
Comitê de Credores ou na hipótese do § 2º deste 
artigo. 
Art. 37. A assembleia será presidida pelo 
administrador judicial, que designará 1 (um) 
secretário dentre os credores presentes. 
§ 1º Nas deliberações sobre o afastamento do 
administrador judicial ou em outras em que haja 
incompatibilidade deste, a assembleia será 
presidida pelo credor presente que seja titular 
do maior crédito. 
§ 2º A assembleia instalar-se-á, em 1ª (primeira) 
convocação, com a presença de credores 
titulares de mais da metade dos créditos de cada 
classe, computados pelo valor, e, em 2ª 
(segunda) convocação, com qualquer número. 
§ 3º Para participar da assembléia, cada credor 
deverá assinar a lista de presença, que será 
encerrada no momento da instalação. 
§ 4º O credor poderá ser representado na 
assembléia-geral por mandatário ou 
representante legal, desde que entregue ao 
administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) 
horas antes da data prevista no aviso de 
convocação, documento hábil que comprove 
seus poderes ou a indicação das folhas dos autos 
do processo em que se encontre o documento. 
§ 5º Os sindicatos de trabalhadores poderão 
representar seus associados titulares de créditos 
derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidente de trabalho que não 
comparecerem, pessoalmente ou por 
procurador, à assembléia. 
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao 
valor de seu crédito, ressalvado, nas 
deliberações sobre o plano de recuperação 
judicial, o disposto no § 2º do art. 45 desta Lei. 
Parágrafo único. Na recuperação judicial, para 
fins exclusivos de votação em assembleia- 
geral, o crédito em moeda estrangeira será 
convertido para moeda nacional pelo câmbio 
da véspera da data de realização da 
assembleia. 
As deliberações da assembleias-geral não serão 
invalidadas em razão de posterior decisão 
judicial acerca da existência, quantificação ou 
classificação de créditos. 
No caso de posterior invalidação de deliberação 
da assembleia, ficam resguardados os direitos 
de terceiros de boa-fé, respondendo os credores 
que aprovarem a deliberação pelos prejuízos 
comprovados causados por dolo ou culpa. 
§ interesse e de acordo com o seu juízo de 
conveniência e poderá ser declarado nulo por 
abusividade somente quando manifestamente 
exercido para obter vantagem ilícita para si ou 
para outrem23 
 
 
 
 
 
A cessão ou a promessa de cessão do crédito 
habilitado deverá ser imediatamente 
comunicada ao juízo da recuperação judicial. 
Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas 
seguintes classes de credores: 
I – Titulares de créditos derivados da legislação 
do trabalho ou decorrentes de acidentes de 
trabalho; 
II – Titulares de créditos com garantia real; 
III – titulares de créditos quirografários, com 
privilégio especial, com privilégio geral ou 
subordinados. 
IV - Titulares de créditos enquadrados como 
microempresa ou empresa de pequeno porte. 
 
 
3. RECUPERAÇÃO JUDICIAL: 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A recuperação Judicial substituiu a concordata. 
O STJ destaca três princípios que norteiam a 
recuperação judicial: a relevância de interesses 
dos credores, a par conditio creditorium e a 
preservação da empresa. 
A recuperação judicial tem por objetivo 
viabilizar a superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de 
permitir a manutenção da fonte produtora, do 
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos 
credores, promovendo, assim, a preservação da 
empresa, sua função social e o estímulo à 
atividade econômica. 
48. Poderá requerer recuperação judicial o 
devedor que, no momento do pedido, exerça 
regularmente suas atividades há mais de 2 
(dois) anos e que atenda aos seguintes 
requisitos, cumulativamente: 
I – Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas 
extintas, por sentença transitada em julgado, as 
responsabilidades daí decorrentes; 
II – Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido 
concessão de recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido 
concessão de recuperação judicial com base no 
plano especial de que trata a Seção V deste 
Capítulo; 
IV – Não ter sido condenado ou não ter, como 
administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos 
nesta Lei. 
§ 1º A recuperação judicial também poderá ser 
requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros 
do devedor, inventariante ou sócio 
remanescente. 
§ 2º No caso de exercício de atividade rural por 
pessoa jurídica, admite-se a comprovação do 
prazo estabelecido no caput deste artigo por 
meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou 
por meio de obrigação legal de registros 
contábeis que venha a substituir a ECF, entregue 
tempestivamente. 
§ 3º Para a comprovação do prazo estabelecido 
no caput deste artigo, o cálculo do período de 
exercício de atividade rural por pessoa física é 
feito com base no Livro Caixa Digital do Produtor 
Rural (LCDPR), ou por meio de obrigação legal de 
registros contábeis que venha a substituir o 
LCDPR, e pela Declaração do Imposto sobre a 
Renda da Pessoa Física (DIRPF) e balanço 
patrimonial, todos entregues tempestivamente. 
Estão sujeitos à recuperação judicial todos os 
créditos existentes na data do pedido, ainda 
que não vencidos. 
§ 1º Os credores do devedor em recuperação 
judicial conservam seus direitos e privilégios 
contra os coobrigados, fiadores e obrigados de 
regresso. 
§ 2º As obrigações anteriores à recuperação 
judicial observarão as condições originalmente 
contratadas ou definidas em lei, inclusive no 
que diz respeito aos encargos, salvo se de modo 
24 
 
 
 
 
 
diverso ficar estabelecido no plano de 
recuperação judicial. 
§ 3º Tratando-se de credor titular da posição de 
proprietário fiduciário de bens móveis ou 
imóveis, de arrendador mercantil, de 
proprietário ou promitente vendedor de imóvel 
cujos respectivos contratos contenham cláusula 
de irrevogabilidade ou irretratabilidade, 
inclusive em incorporações imobiliárias, ou de 
proprietário em contrato de venda com reserva 
de domínio, seu crédito não se submeterá aos 
efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os 
direitos de propriedade sobre a coisa e as 
condições contratuais, observada a legislação 
respectiva, não se permitindo, contudo, durante 
o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do 
art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do 
estabelecimento do devedor dos bens de capital 
essenciais a sua atividade empresarial. 
§ 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação 
judicial a importância a que se refere o inciso II 
do art. 86 desta Lei. 
§ 5º Tratando-se de crédito garantido por 
penhor sobre títulos de crédito, direitos 
creditórios, aplicações financeiras ou valores 
mobiliários, poderão ser substituídas ou 
renovadas as garantias liquidadas ou vencidas 
durante a recuperação judicial e, enquanto não 
renovadas ou substituídas, o valor 
eventualmente recebido em pagamento das 
garantias permanecerá em conta vinculada 
durante o período de suspensão de que trata o 
§ 4º do art. 6º desta Lei. 
§ 6º Nas hipóteses de que tratam os §§ 2º e 3º 
do art. 48 desta Lei, somente estarão sujeitos à 
recuperação judicial os créditos que decorram 
exclusivamente da atividade rural e estejam 
discriminados nos documentos a que se referem 
os citados parágrafos, ainda que não 
vencidos. 
§ 7º Não se sujeitarão aos efeitos da 
recuperação judicial os recursos controlados e 
abrangidos nos termos dos arts. 14 e 21 da Lei 
nº 4.829, de 5 de novembro de 1965 
§ 8º Estarão sujeitos à recuperação judicial os 
recursos de que trata o § 7º deste artigo que não 
tenham sido objeto de renegociação entre o 
devedor e a instituição financeira antes do 
pedido de recuperação judicial, na forma de ato 
do Poder Executivo 
§ 9º Não se enquadrará nos créditos referidos 
no caput deste artigo aquele relativo à dívida 
constituída nos 3 (três) últimos anos anteriores 
ao pedido de recuperação judicial, que tenha 
sido contraída com a finalidade de aquisição de 
propriedades rurais, bem como as respectivas 
garantias 
#JURIS 
Os créditos trabalhistas litigiosos referentes a 
serviços prestados pelo trabalhador à empresa 
antes da recuperação judicial deverão estar 
sujeitos a ela, mesmo que no momento do 
pedido tais créditos não estivessem 
consolidados? 
SIM. A partir do momento em que o empregado 
trabalha, ele se torna credor de seu 
empregador, tendo direito ao recebimento das 
verbas trabalhistas. Esse crédito existe 
independentemente de decisão judicial. Se o 
empregador não paga e o empregado ingressa 
com reclamação trabalhista, a sentença apenas 
reconhecerá (declarará) a existência do direito 
do trabalhador, condenando o patrão a pagar. 
Não é a sentença, contudo, que constitui o 
direito, mas apenas o declara. 
Isso significa que, se este crédito foi constituído 
em momento anterior ao pedido 
de recuperação judicial, deverá se submeter aos 
seus efeitos. 
Desse modo, se as verbas trabalhistas estão 
relacionadas com serviços prestados pelo 
empregado em momento anterior ao pedido 
de recuperação judicial, tais verbas também 
estarão sujeitas a esse procedimento, mesmo 
que a sentença trabalhista tenha sido prolatada 
somente depois do deferimento 
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da recuperação. 
A consolidação do crédito trabalhista (ainda que 
inexigível e ilíquido) não depende de 
provimento judicial que o declare — e muito 
menos do transcurso de seu trânsito em julgado 
—, para efeito de sua sujeição aos efeitos 
da recuperação judicial. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1634046-RS, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 25/4/2017 (Info 604). 
Art. 50. Constituem meios de recuperação 
judicial, observada a legislação pertinente a 
cada caso, dentre outros: 
I – Concessão de prazos e condições especiais 
para pagamento das obrigações vencidas ou 
vincendas; 
II – Cisão, incorporação, fusão ou transformação 
de sociedade, constituição de subsidiária 
integral, ou cessão de cotas ou ações, 
respeitados os direitos dos sócios, nos termos da 
legislação vigente; 
III – alteração do controle societário; 
IV – Substituição total

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