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1 AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV DICAS OABENÇOADAS 1. DAS PENAS O QUE VOCÊ DEVE SABER: Para tudo na vida temos uma resposta não é mesmo? Pois é. Pena é a resposta estatal a uma infração penal. E qual a função, finalidade da pena? Existe várias teorias que explicam a finalidade da pena, entre elas estão: A) Teoria absoluta ou retributiva da pena- Para esta teoria, apena é aplicada simplesmente pelo fato de o agente ter cometido um delito, é uma forma de retribuir a ele o mal que ele fez. B) Teoria relativa da pena- Esta teoria não visa retribuir ao agente apenas o mal que ele causou, mas prevenir que venha praticar novamente novos fatos delituosos. Esta teoria se divide em duas: Prevenção Geral, sendo ela positiva ou negativa e prevenção especial, a qual também poderá ser positiva ou negativa. b.1-A prevenção geral da pena está direcionada a sociedade- Na prevenção geral negativa, a pena imposta ao autor do delito tende a refletir na sociedade de modo que as demais pessoas, ao verificarem a condenação de alguém pela prática do crime e a consequente aplicação da pena, se veem intimidadas e ponderam antes de cometer alguma infração penal. Ou seja, trata-se da prevenção por intimidação. b.2- Prevenção geral positiva da pena- não se busca intimidar a sociedade em razão da aplicação da pena ao agente que delinquiu, mas sim a reafirmação do direito penal que fora violado através da prática do delito, ou seja, o objetivo é a busca à estabilidade do ordenamento jurídico. b.3- Prevenção especial da pena- Na prevenção relativa especial da pena temos o direcionamento desta ao autor do delito. Na especial positiva da pena- dirigida ao agente que praticou o delito, expressa o caráter ressocializador da pena, a aplicação da pena possui o objetivo de que o infrator repense o ato delituoso por ele cometido e suas consequências, de modo que não torne a desrespeitar a lei penal. Na especial negativa da pena- onde a pena se dirige à pessoa que praticou o crime e, ao se falar na prevenção especial negativa, destaca-se que o objetivo é evitar a reincidência, punindo o agente (com a aplicação da pena) para que ele não torne a infringir a lei penal, ou seja, o agente será punido para que não mais desobedeça a lei penal. A maioria da doutrina entende que a pena possui e finalidades: Retributiva, ressocializadora e preventiva. DICA DO DIA 64 DIREITO PENAL 2 Princípios que norteiam a aplicação da pena: a) Legalidade- Não há pena sem previsão legal b) Anterioridade- Não há pena sem prévia cominação legal c) Pessoal e intranscedÊncia- a pena não poderá passar da pessoa do apenado. d) Individualização da pena- a pena ao ser aplicada deverá ser individualizada, considerando o fato e o agente que praticou. e) Proporcionalidade- A pena deverá ser proporcional a gravidade do delito. f) Humanidade- No Brasil não se admite pena desumana, degradante ou cruel. São vedadas as penas de morte, perpetua, de trabalho forçado, de banimento e cruéis. 2. APLICAÇÃO DA PENA O QUE VOCÊ DEVE SABER: A pena é aplicada exclusivamente pelo poder judiciário, sendo tal atividade indelegável, a aquele que comete um delito ou uma contravenção penal. OBS: CULPABILIDADE É PRESSUPOSTO DA PENA. O sistema penal brasileiro de aplicabilidade da pena é bifásico, em relação a pena de multa, pois possui apenas duas fases e trifásico para os crimes e contravenções penais, pois possuem três fases. “Art. 49 do CP- A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário” 1ª FASE – cálculo do número de dias-multa, não podendo ser inferior a 10 dias e nem superior a 360 dias 2ª FASE – cálculo do valor do dia-multa, não podendo ser inferior a um trigésimo e nem superior a cinco vezes o valor do salário mínimo. Art. 68 do CP- A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 1ª FASE: pena-base 2ª FASE: atenuantes e agravantes 3ª FASE: causas de diminuição e de aumento. Quais penas podem ser aplicadas no nosso ordenamento jurídico? Art. 32 do CP- As penas são: I - Privativas de liberdade; II - Restritivas de direitos; III - de multa. Penas privativas de Liberdade: Podem ser de reclusão, detenção e prisão simples (aplicada as contravenções penais). Reclusão: Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado De acordo com este artigo as penas de RECLUSÃO devem ser cumpridas em regime inicial fechado, semiaberto ou aberto. Já as de Detenção, em regime inicial semiaberto ou aberto. 3 § 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. Diante desses critérios pode-se observar que: se o réu é reincidente, o regime inicial será fechado, pouco importa a quantidade da pena, conforme traz expressamente o código penal. Contudo, o STJ editou a súmula 259 abrandando esse requisito exigido pelo código. Súmula 269. É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos REINCIDENTES condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se FAVORÁVEIS as circunstâncias judiciais. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. O que são essas circunstâncias? Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nota-se que essas circunstâncias, caso FAVORÁVEIS, são de suma importância para que o réu que possui uma pena igual ou superior a quatro anos, sendo ele reincidente, ainda assim obtenha o regime inicial semiaberto.Contudo, caso essas circunstâncias sejam DESFAVORÁVEIS, poderá o juiz, desde que motivadamente e de forma idônea, poderá impor um regime inicial mais severo ao apenado do qual o previsto para o delito. Súmula 719 do STF- A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea Cuidado para não confundir com essa súmula: Súmula 440 - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com baseapenas na gravidade abstrata do delito. § 4 o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. Detenção- Art. 33 do CP- A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado Verifica-se, que a pena de detenção não poderá ser iniciada em regime prisional fechado. Prisão Simples: Art. 6º da Lei nº 3.648/1941- A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou 4 seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto. § 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados à pena de reclusão ou de detenção . § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias. SEMPRE CAI ESSE PARÁGRAFO! Pena Restritiva de direitos- As penas restritivas de direito, em regra, possuem o mesmo prazo de duração das penas privativas de liberdade. Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - Prestação pecuniária II - Perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana. IV - Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - Interdição temporária de direitos VI - Limitação de fim de semana. Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – O réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. § 2 o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. § 3 o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. § 4 o A pena restritiva de direitos converte- se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão § 5 o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Conversão das penas restritivas de direitos: Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. § 1 o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. § 2 o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA MULTA Pena restritiva de direitos Pena de Multa Valor 1 a 360 salários-mínimos 10 a 360 dias multa 5 decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. § 3 o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. (OU SEJA, A PERDA DE BENS E VALORES NÃO SE APLICA AS CONTRAVENÇÕES PENAIS.) PERDA DE BENS E VALORES CONFISCCO Natureza Jurídica Pena restritiva de Direitos Efeito da condenação Patrimônio LÍCITO ILÍCITO A perda de bens e valores é pena, ou seja, deve § 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens I - De sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; II - Transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. ser proferida em sentença condenatória, retirando do réu o montante equivalente ao crime, porém de seu patrimônio lícito, ou seja, independe de sua origem, o autor deve retornar economicamente ao estado anterior a prática do delito. Já o confisco é um dos efeitos da condenação, ou sejam além do réu obter uma pena, terá um efeito secundário dessa, que é o confisco dos bens ILÍCITOS adquiridos com o proveito do crime. § 4 o (VETADO) #LINKMENTAL O Pacote anticrime trouxe ao código penal uma novidade, a qual os doutrinadores chamam de confisco alargado. Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. Você consegue visualizar, neste artigo mencionado, que além da pena, os que praticarem crimes com pena máxima superior a 6 anos terão seus bens confiscados quando proveniente do seu ilícito praticado. Beneficiários: Beneficiários: Fundo Vítima, dependentes penitenciário, da vítima, entidade nacional ou estadual pública ou entidade privada com destinação social 6 Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas: Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. § 1 o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado § 2 o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. § 3 o As tarefas a que se refere o § 1 o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.§ 4 o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada Obs: LEP Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. LEP Art. 28, § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Interdição temporária de direitos Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: I - Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo II - Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. IV – Proibição de frequentar determinados lugares. V - Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. Limitação de fim de semana: Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas #PLUS #LINKMENTAL Obs: Devido ao fato dos crimes hediondos, em sua maioria serem praticados com violência e grave ameaça, além de possuírem penas superiores a 4 anos, não se aplica as penas restritivas de direitos a eles. Contudo, na lei especial de tráfico de drogas, existe a possibilidade de as penas restritivas serem aplicadas ao delito de tráfico privilegiado, pois estes não são equiparados a hediondos. Lei n. 11.343/06, art. 33, § 4º: Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa Obs.: NÃO CONFUDA: NA LEI MARIA DA PENHA TEM-SE A VEDAÇÃO A APLICAÇÃO DE CESTAS BÁSICAS OU OUTRA FORMA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA A DELITOS PRATICADOS NO ÂMBITO DESTA LEI. Ocorre que existe 5 tipos de penas restritivas de direitos, logo não é proibido na aplicação de penas restritivas de direitos aos delitos sob a lei maria da penha, mas especificamente as proibições acima mencionadas. 7 Logo, a lei maria da penha não proibiu EXPRESSAMENTE, porém os tribunais superiores entendem diferente. Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos Pena de Multa: A pena de multa como sanção penal é disciplinada nos artigos 49 ao 52 do CP, como pena substitutiva, ela poderá substituir a pena privativa de liberdade não superior a um ano. No caso de não pagamento da multa quem é competente para cobrar o valor? Quem é competente para ingressar coma a execução? Com o advento da lei nº 13.964/2019 a multa passou a ter a sua execução feita pelo Ministério Público e não pelam fazenda pública, como era de costume. A fazenda Pública atualmente possui competência subsidiária, apenas atuando na execução das multas quando houver inércia do MP. Suspensão condicional da pena – SURSIS: O sursis é um direito subjetivo do agente, que evita que este tenha uma pena privativa de liberdade, desde que seja observado alguns requisitos legais exigidos. Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I - O condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; REQUISITO OBRIGATÓRIO) III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. § 2 o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. Revogação dos sursis Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (revogação obrigatória) II - Frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (revogação obrigatória) III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. revogação obrigatória) Revogação facultativa § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Prorrogação do período de prova § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. Fases da aplicação da pena: 8 1ª fase: Na primeira fase da dosimetria da pena, o juiz irá fixar a pena-base, tendo como seu critério as circunstâncias do art. 59 do CP. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Neste artigo encontram-se 8 circunstâncias judiciais, as quais o réu precisa que TODAS sejam favoráveis para que a sua pena-base seja aplicada no mínimo legal. Neste tipo de fase a pena não poderá nem diminuir e nem aumentar além dos seus patamares mínimos e máximos. Por ex: O réu praticou um delito, que a pena mínima é 1 ano e máxima de 5 anos. Caso o juiz reconheça que todas as circunstâncias do art. 59 do CP estejam em favor do réu, não poderá, nesta fase (1ª fase) diminuir a pena a seu patamar inferior ao mínimo legal, que neste caso é um ano ou caso as circunstâncias estejam desfavoráveis, aumentar para além dos 5 anos previstos. 1- Culpabilidade: A culpabilidade prevista no art. 59 do CP não se confunde com a culpabilidade estudada na Teoria do Crime. De acordo com Cleber Masson, o correto seria “grau de culpabilidade”, já que a palavra culpabilidade significa um juízo de censura ou de reprovabilidade. Portanto, a expressão “grau de culpabilidade” seria mais adequada, indicando que todo agente culpável, que praticou um fato típico e ilícito, receberá uma pena, maior ou menor a depender do grau de culpabilidade (STF: HC 105.674, Info 724). 2- Antecedentes: é o mesmo que a vida pretérita do réu relacionada a crimes ou contravenções penais, a sua conduta e comportamento pretérito em nada tem haver com essas circunstâncias, esses serão analisados na personalidade e conduta social. E o que seria maus antecedentes? Maus antecedentes são todas as condenações que não sejam definitivas, pois se definitivas são consideradas reincidência e não maus antecedentes. Súmula 444 STJ – é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. (É EXATAMENTE A PROTEÇÃO DO RÉU DIANTE DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA, ONDE NINGUÉM DEV ERÁ SER CONSIDERADO CULPADO, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO) Esses Maus antecedentesduram a eternidade? Por exemplo, eu cometi um crime hoje, daqui há 10 anos eu ainda terei maus antecedentes? Então, existe uma divergência a respeito desse assunto. Os tribunais divergem se maus antecedentes devem ser norteados pelo princípio da perpetuidade ou temporariedade. Teoria da perpetuidade- Sabe-se que a reincidência possui um prazo depurador de 5 anos da data do trânsito em julgado e do cometimento do novo delito. Para a teoria da perpetuidade, o que não for reincidência porque já passou esse prazo depurador de 5 anos, será maus antecedentes. Teoria da temporariedade- Após o prazo de 5 anos, contados da extinção da pena, não poderá essas condenações serem consideradas como maus antecedentes. Afinal, se não serve para reincidência porque deveria valer para uma valoração negativa para o réu. #JURISNOVINHA Vejamos a explicação de Márcio do Dizer o Direito: A existência de condenação anterior, ocorrida em prazo superior a cinco anos, contado da extinção da pena, poderá ser considerada como maus antecedentes? Após o período depurador, ainda será possível considerar a 9 condenação como maus antecedentes? SIM. As condenações atingidas pelo período depurador quinquenal do art. 64, inciso I, do CP, embora afastem os efeitos da reincidência, não impedem a configuração de maus antecedentes, na primeira etapa da dosimetria da pena. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 558.745/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/09/2020. Não se aplica para o reconhecimento dos maus antecedentes o prazo quinquenal de prescrição da reincidência, previsto no art. 64, I, do Código Penal. STF. Plenário. RE 593818/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/8/2020 (Repercussão O que foi explicado acima é a regra geral. Vale ressaltar, contudo, que o STJ possui o entendimento no sentido de que, quando os registros da folha de antecedentes do réu são muito antigos, admite-se o afastamento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao esquecimento: Quando os registros da folha de antecedentes do réu são muito antigos, como no presente caso, admite-se o afastamento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao esquecimento. Não se pode tornar perpétua a valoração negativa dos antecedentes, nem perenizar o estigma de criminoso para fins de aplicação da reprimenda, pois a transitoriedade é consectário natural da ordem das coisas. Se o transcurso do tempo impede que condenações anteriores configurem reincidência, esse mesmo fundamento - o lapso temporal - deve ser sopesado na análise das condenações geradoras, em tese, de maus antecedentes. STJ. 6ª Turma. HC 452.570/PR, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 02/02/2021 Nota-se que o STJ e o STF divergem com relação aos maus antecedentes e sua configuração ou não após o prazo depurador de 5 anos. Sendo assim, caso venha algo parecido na sua prova, verifique se na questão está sendo pedido o posicionamento do STJ ou do STF. Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a reincidência. 3- Conduta social: refere-se ao estilo de vida do réu que pode ser considerado correto ou inadequado, perante a sociedade, a família, no local de trabalho etc STJ HC 201453 - O fato de o réu ser usuário de drogas não pode ser considerado, por si só, como má-conduta social para o aumento da pena-base. A dependência toxicológica é, na verdade, um infortúnio. 4- Personalidade do agente: Está relacionado com as qualidades do réu, sua moral. Deve ser verificado se este é ambicioso, ardil, grosseiro... Além disso, conforme entendimento do STJ se o juiz utilizou o fato do réu já possuir outra condenação criminal para agravar sua pena como “maus antecedentes” ou como “reincidente”, não poderá se valer desta mesma condenação para afirmar que o agente possui “personalidade” voltada ao crime, utilizar o argumento “condenação criminal” duas vezes para piorar a situação do réu caracteriza bis in idem. 5- Motivos do crime: Está relacionado com as razões que levaram o réu a praticar tal delito. 6- Circunstâncias do crime: Está relacionado com a forma ou as formas que o crime foi executado. O modo como o réu agiu e executou. Info 576 STJ - O cometimento de estelionato em detrimento de vítima que conhecia o autor do delito e lhe depositava total confiança justifica a Geral - Tema 150). 10 exasperação da pena-base em razão da consideração desfavorável das circunstâncias do crime. Existe um plus de reprovabilidade pelo fato de o agente ter escolhido para ser vítima do delito uma pessoa conhecida que lhe depositava total confiança. STJ. 6ª Turma. HC 332676-PE, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em 17/12/2015 7- Consequências do crime: Está relacionado ao que o crime causou a vítima, seus familiares ou até mesmo a terceiros. 8- Comportamento da vítima: Irá ser averiguado se a vítima contribuiu ou não para a execução do crime. É uma circunstância que se observada será favorável ao réu e se não observada será neutra. Info 532 do STJ: Se o comportamento da vítima em nada contribuiu para o delito, isso significa que essa circunstância judicial é neutra, de forma que não pode ser utilizada para aumentar a pena imposta ao réu. STJ. 6ª Turma. HC 217819-BA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/11/2013 2ª Fase- Neste momento, após ter fixado a pena- base, o juiz irá observar as agravantes e atenuantes. Existe as agravantes genéricas, que podem ser aplicadas, a qualquer crime e se encontram na parte geral do código. Assim como, existem as agravantes especiais, as quais são encontradas na parte especial do código e em legislações extravagantes e são aplicadas em crimes específicos. Tanto aas agravantes como as atenuantes NÃO PODEM ultrapassar os limites legais, As agravantes genéricas se encontram em um rol TAXATIVO no código penal. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - A reincidência Reincidência Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; II - Não se consideram os crimes militares próprios e políticos OBS. A condenação anterior em multa gera reincidência. OBS. Contravenção no exterior nunca gera reincidência OBS. Anistia ou abolitio Criminis não gera reincidência. REINCIDÊNCIA 1º DELITO 2º DELITO Gera reincidência? Crime Crime SIM Crime Contravenção SIM Contravenção Crime NÃO Contravenção Contravenção SIM Não Gera Reincidência: SAPATOS Sentença absolvição imprópria Abolitio Criminis Perdão Judicial Anistia Transação Penal O Sursis 11 Pergunto: Existe Roubo Privilegiado? Resposta: Não. Você: Meu Deus, Flávia! Como vou saber os crimes que admitem ou não o privilégio? Calma... Vou resolver os seus Problemas! Crimes que admitem o privilégio : FERA FURTO Estelionato Receptação Apropriação indébita II - Ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recursoque dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (SE A PESSOA TIVER 60 ANOS NÃO AGRAVA A PENA, TEM QUE SER MAIO QUE 60!) i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada Agravantes no caso de concurso de pessoas (Quando o crime for praticado por mais de uma pessoa) Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - Promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - Coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. Circunstâncias atenuantes Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - Ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - O desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; OBS. NÃO CONFUNDIR: Neste caso o réu reparou o dano APÓS O CRIME, ou seja, ocorreu a consumação do delito, não sendo caso de ARREPENDIMENTO EFICAZ, pois neste arrependimento não ocorre a consumação do delito. Além disso, se o réu reparar o dano ANTES DO JULGAMENTO é uma atenuante, conforme podemos observar no artigo acima e, 12 DICA DO DIA 65 PROCESSO PENAL a qual faz parte da 2 ª fase da dosimetria da pena, contudo, se o réu reparar o dano ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA, é caso de arrependimento posterior, o qual faz parte da 3ª fase da dosimetria da pena. c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. As atenuantes sempre diminuem a pena, sendo de incidência obrigatória. Portanto, caso o juiz reconheça uma atenuante, deve diminuir a pena. Concurso de Atenuantes e agravantes: Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos Todas essas circunstâncias preponderantes estão relacionadas ao réu, logo, são subjetivas. Elas não estão relacionadas com o crime em si. 3º Fase: Neste momento o juiz já passou pela pena-base, fixou a pena intermediária na segunda fase e irá com base nesta aplicar as causas de aumento e diminuição de pena, para chegar à pena definitiva. As causas de aumento e diminuição de pena também podem ser: a) Genéricas - previstas na parte geral do CP e aplicáveis aos crimes em geral, tais como a tentativa, o concurso formal; b) Específicas - previstas na parte especial do CP ou na legislação extravagante e aplicáveis somente a determinados crimes, a exemplo do furto praticado durante o repouso noturno. Na terceira fase a pena pode ultrapassar os limites legais, tendo em vista que nas causas de diminuição e aumento da pena o legislador expressamente indica de quanto a pena será diminuída ou aumentada. Concurso de Causas de aumento e diminuição de pena: Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. Reparem que no concurso de agravantes e atenuantes, DEVERÁ o juiz aproximar-se dos limites preponderantes, já na causa de Aumento ou diminuição de pena, o juiz PODE utilizar, na parte especial, de um só aumento ou de uma só diminuição. Sabe esse trocadilho de verbos? Pode/deve... É ISSO QUE CAI E QUE VOCÊ FICA SEM ENTENDER O POR QUÊ DE TER ERRADO A QUESTÃO. Mas, estudando pelo dicas e prestando atenção a essas informações, CERTEZA, que você não irá errar mais =) 1. TRIBUNAL DO JÚRI motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 13 O QUE VOCÊ DEVE SABER: Julgamento dos crimes dolosos contra a vida. A CRFB/88 estabeleceu uma competência mínima para o Tribunal do Júri. Isso não impede a criação de novas hipóteses, a exemplo da competência para julgar os delitos conexos aos crimes dolosos contra a vida, estabelecida pelo legislador ordinário. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL DO JÚRI: Plenitude de defesa: Este princípio está dividido entre a Defesa técnica, é a defesa realizada pelo profissional habilitado (advogado ou defensor público) e a Autodefesa, que é aquela realizada pelo próprio réu e consiste no direito de relatar aos jurados a versão dos fatos. Sigilo das votações: exemplos de aplicação do princípio. a) Sala especial: é o local onde os jurados responderão aos quesitos por meio de cédulas em papel, que contêm as palavras “sim” e “não”. Aplica-se aqui o princípio da publicidade restrita, assegurando-se a participação apenas do juiz, dos jurados, do membro do Ministério Público e do defensor público ou advogado. Busca evitar possíveis constrangimentos aos jurados e garantir a sua imparcialidade. Para evitar a votação unânime, que acabaria quebrando a garantia do sigilo, quando forem atingidos 4 votos no mesmo sentido, a votação será interrompida. b) Incomunicabilidade dos jurados: os jurados podem revelar o seu voto após o julgamento, antes disso, devem permanecer incomunicáveis sob a possibilidade de ser decretado nulidade absoluta, além da exclusão do respectivo jurado do Conselho de Sentença com aplicação de multa. c) Encerramento da votação em plenário: A votação deverá ser encerrada com a votação sobre o quesito da materialidade e autoria do crime, quando tiver mais de 4 votos no mesmo sentido. Dessa forma, poderá evitar a divulgação dos votos dos jurados, nos casos de votação unânime. NÃO CONFUNDA: O sigilo da decisão diz respeito apenas aos jurados e não ao juiz. O julgamento do magistrado tem que ser fundamentado e não pode ser sigiloso. Soberania dos veredictos: A decisão do conselho de sentença é soberana, é máxima, contudo, isso não quer dizer que ela seja irrecorrível, sendo-lhe permitido apenas cassar a decisão, sem absolver ou condenar o réu, como também submeter o réu a novo julgamento nos casos expressamente previstos no art. 593, III, “d” e parágrafo 3o, CPP. Além disso, as decisões tomadas pelo tribunal do júri poderão ser objeto de revisão criminal. Obs: O art. 483,III e §2º, CPP prevê um quesito genérico e abstrato, a qual os jurados devem responder: “O jurado absolve o acusado? Logo, o Júri pode absolver o réu sem qualquer especificação e sem necessidade de motivação. #jurisnovinha “Considerando o quesito genérico e a desnecessidade de motivação na decisão dos jurados, configura-se a possibilidade de absolvição por clemência, ou seja, mesmo em contrariedade manifesta à prova dos autos. Se ao responder o quesito genérico o jurado pode absolver o réu sem especificar os motivos, e, assim, por qualquer fundamento, não há absolvição com tal embasamento que possa ser considerada “manifestamente contrária à prova dos autos”. Limitação ao recurso da acusação com base no art. 593, III, “d”, CPP, se a absolvição tiver como fundamento o quesito genérico (art. 483, III e §2º, CPP). Inexistência de violação à paridade de armas. Presunção de inocência como orientação da estrutura do processo penal. Inexistência de violação ao direito ao recurso (art. 8.2.h, CADH). Possibilidade de restrição do recurso acusatório. STF. 2ª Turma. HC 185068, Rel. Celso de Mello, Relator p/ Acórdão Gilmar Mendes, julgado em 20/10/2020.” O tribunal do júri é composto por um juiz togado e mais 25 jurados. Sete desses jurados 14 serão chamados para compor o que se chama conselho de sentença. Para ser jurado o cidadão precisa ser maior de 18 anos e caso seja maior de 70 anos, poderá ser dispensado do serviço. O procedimento do júri é bifásico: Na primeira fase tem-se o sumário da culpa, onde correrá a acusação e instrução preliminar. Essa fase se inicia com o oferecimento da denúncia e se encerra com a sentença de pronúncia. Da Acusação e da Instrução Preliminar Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias 2 o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. Obs. Prevalece o entendimento que não se exige fundamentação para recebimento da de nuncia ou queixa, todavia, fundamentação deficiente enseja nulidade das decisões judiciais. Art. 411. Na audiência de instrução, proceder- se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como os esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. Obs.: O interrogatório é o último ato da instrução, sendo assim bem mias benéfico para o réu. Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. § 1 o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. § 2 o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. O que seria ´Pronuncia? É uma decisão mista interlocutória não terminativa, que põe fim primeira fase do procedimento do júri. Prevalece na doutrina, que nesta fase deverá ser observado o princípio in dubio pro sociate. Ou seja, na dúvida o juiz pronuncia o réu. HAVENDO CRIME CONEXO COM A PRONÚNCIA, AINDA QUE NÃO SEJA DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI, ELE SERÁ SUBMETIDO AO CONSELHO DE SENTENÇA. SENDO ASSIM, CUIDADO QUANDO NA PROVA VIER DIZENDO QUE A COMPETÊNCIA FDO TRIBUNAL DO JÚRI É EXCLUSIVA PARA JULGAR CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I – Provada a inexistência do fato; II – Provado não ser ele autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. 15 Art. 416. Contra a sentença de de absolvição sumária caberá apelação LEMBRAR: No procedimento do júri os recursos são VOGAIS COM VOGAIS, CONSOANTE COM CONSOANTE. Impronúncia/absolvição sumária = Apelação Pronúncia/Desclassificação = Rese Ao final da 1ª fase do procedimento do júri (sumário da culpa), o juiz irá proferir uma sentença, que poderá ser de quatro modos: Desaforamento Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. Também poderá ser requerido em caso de comprovado excesso de serviço, quando o julgamento não puder ser realizado dentro de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão de pronúncia, sendo que, neste caso, o juiz presidente e a parte contrária deverão ser ouvidos. Nos debates orais não é permitido que as partes façam menção à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; ou ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório, assim como não será permitida a leitura de documento ou exibição de objeto que não tenham sido juntados aos autos com antecedência de pelo menos três dias úteis. Súmula 712-STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa. Súmula 206-STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que impronúncia ou Desclassificação contra a vida, mas sim um outro delito, devendo, então, remeter o processo para o juízo competente. Ex.: juiz entende que não houve homicídio doloso, mas sim latrocínio. Pronunciar o réu O réu será pronunciado quando o juiz se convencer de que existem prova da materialidade do fato e indícios suficientes de autoria ou de participação Impronunciar o réu O réu será impronunciado quando o juiz não se convencer: Da materialidade do fato; Da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. Absolvição Sumária O réu será absolvido, desde logo, quando estiver provado: -A inexistência do fato; -Que o réu não é autor ou partícipe do fato; - Que o fato não constitui crime; -Que existe uma causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Ocorre quando o juiz se convencer de que o fato narrado não é um crime doloso 16 DICA DO DIA 66 DIREITO EMPRESARIAL funcionou em julgamento anterior do mesmo processo OBS: DIFERENTEMENTE DOS DEMAIS RITOS, O PRIOMEIRO A FAZER PERGUNTAS NO TRIBUNAL DO JURI É O JUIZ. Novidade legislativa Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a umapena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso I - não tem propósito meramente protelatório; II - Levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão. § 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à compreensão da controvérsia. Crimes que são julgados pelo tribunal do Júri: homicídio doloso, infanticídio, participação em suicídio, aborto - tentados ou consumados – e seus crimes conexos. 1. RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA O QUE VOCÊ DEVE SABER: 1. RECUPERAÇÃO: A lei nº 111.101/05 sofreu inúmeras alterações trazidas pela lei nº 14.112/2020. ART.. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. Art. 2º Esta Lei não se aplica a: I – Empresa pública e sociedade de economia mista; II – Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. Essa parte final do dispositivo acima acontece nos casos em que a empresa tenha o seu principal estabelecimento fora do Brasil. Neste 17 caso o juízo competente é o do local da filial da empresa no Brasil. De acordo coma a jurisprudência do STJ, é considerado principal estabelecimento aquele que é o centro vital das principais atividades do devedor. #juris Juízo competente para processar e julgar pedido de recuperação judicial é aquele situado no local do principal estabelecimento (art. 3º da Lei nº 11.101/2005), compreendido este como o local em que se encontra “o centro vital das principais atividades do devedor”. No curso do processo de recuperação judicial, as modificações em relação ao principal estabelecimento, por dependerem exclusivamente de decisões de gestão de negócios, sujeitas ao crivo do devedor, não acarretam a alteração do juízo competente, uma vez que os negócios ocorridos no curso da demanda nem mesmo se sujeitam à recuperação judicial. STJ. 2ª Seção. CC 163818-ES, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/09/2020 (Info 680). DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: I – As obrigações a título gratuito; II – As despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial implica: I - Suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei; Ou seja, com a decretação da falência ou com o início do processo de recuperação judicial, as obrigações que estão sujeitas a lei falimentar passam a ter seu prazo prescricional suspenso. II - Suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência; III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência § 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. O que esse § quer dizer? Que os processos que estiverem em andamento e não possuírem ainda um valor exato de condenação (quantia ilíquida), continuam prosseguindo normalmente, não ficando esses suspensos. § 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. § 3º O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. O que acontece nesse § acima é o seguinte: Vamos supor que existe um processo em andamento, mas não existe valor certo, muito menos sentença. Caso esse valor seja de competência da recuperação ou falência, o juiz 18 desses processos poderá reservar um valor hipotético para que seja remetido ao juízo falimentar, caso realmente venha a comprovar que este crédito é liquido e certo. Entendeu? § 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal. ISSO É UMA NOVIDADE LEGISLATIVA QUE É SUPER CARA DE PROVA VIU! NOTE, QUE ESTE PARÁGRAFO É ESPECÍFICO. ELE FALA QUE O PRAZO PRESCRICIONAL DAS OBRIGAÇÕES, REFERENTE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL (ELE N FALA EM FALÊNCIA E NEM EM RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL), SÓ FICARÃO SUSPENSOS POR UM PRAZO DE ATÉ 180 DIAS PRORROGÁVEIS, UMA ÚNICA VEZ. ANTES DA NOVA LEI DE FALÊNCIA, ESSE PRAZO ERA IMPRORROGÁVEL. § 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a deliberação a respeito do plano de recuperação judicial proposto pelo devedor faculta aos credores a propositura de plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º do art. 56 desta Lei, observado o seguinte: I - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo não serão aplicáveis caso os credores não apresentem plano alternativo no prazo de 30 (trinta) dias, contado do final do prazo referido no § 4º deste artigo ou no § 4º do art. 56desta Lei; II - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão por 180 (cento e oitenta) dias contados do final do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da realização da assembleia-geral de credores referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os credores apresentem plano alternativo no prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no prazo referido no § 4º do art. 56 desta Lei. ] § 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4º deste artigo. § 6º Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial: I – Pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial; II – Pelo devedor, imediatamente após a citação. DECOREM ISSO! QUANDO É PELO JUIZ E QUANDO É FEITA PELO DEVEDOR A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de recuperação judicial ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo devedor. O processamento da recuperação judicial ou a decretação da falência não autoriza o administrador judicial a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo ou suspendendo a instauração de procedimento arbitral. Observado o disposto NO ART. 300 DO CPC, TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA, o juiz poderá antecipar total ou parcialmente os efeitos do deferimento do processamento da recuperação judicial. #JURIS O Juízo da recuperação é competente para avaliar se estão presentes os requisitos para a concessão de tutela de urgência objetivando antecipar o início do stay period ou suspender os atos expropriatórios determinados em outros juízos, antes mesmo de deferido o 19 processamento da recuperação. STJ. 2ª Seção. CC 168000-AL, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 11/12/2019 (Info 663). É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, distribuir lucros ou dividendos a sócios e acionistas, OU SEJA, após o plano de recuperação judicial aprovado poderão ser distribuídos os lucros e dividendos. É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros em decorrência do mero inadimplemento de obrigações do devedor falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as garantias reais e fidejussórias, bem como as demais hipóteses reguladas por esta Lei. Da Verificação e da Habilitação de Créditos Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. Após a verificação dos créditos será publicado um edital com a relação dos créditos a serem cobrados. Com a publicação deste edital os credores possuem 15 dias para se habilitarem como “donos” desses créditos ou para contestarem, caso estejam com algo errado. Após, esse prazo, será publicado um novo edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, assim como, o juiz instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública credora, incidente de classificação de crédito público e determinará a sua intimação eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente diretamente ao administrador judicial ou em juízo, a depender do momento processual, a relação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa, acompanhada dos cálculos, da classificação e das informações sobre a situação atual. Os créditos não definitivamente constituídos, não inscritos em dívida ativa ou com exigibilidade suspensa poderão ser informados em momento posterior. Os créditos não habilitados no prazo acima mencionado serão tidos como retardatários. Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores. Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. Das Conciliações e das Mediações Antecedentes ou Incidentais aos Processos de Recuperação Judicial’. Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em sentido contrário ou determinação judicial. Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e mediações antecedentes ou incidentais aos processos de recuperação judicial, notadamente: I - Nas fases pré-processual e processual de disputas entre os sócios e acionistas de sociedade em dificuldade ou em recuperação judicial, bem como nos litígios que envolverem credores não sujeitos à recuperação judicial, nos termos dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou credores extraconcursais II - em conflitos que envolverem concessionárias ou permissionárias de serviços públicos em recuperação judicial e órgãos reguladores ou 20 entes públicos municipais, distritais, estaduais ou federais; III - na hipótese de haver créditos extraconcursais contra empresas em recuperação judicial durante período de vigência de estado de calamidade pública, a fim de permitir a continuidade da prestação de serviços essenciais; IV - na hipótese de negociação de dívidas e respectivas formas de pagamento entre a empresa em dificuldade e seus credores, em caráter antecedente ao ajuizamento de pedido de recuperação judicial. § 1º Na hipótese prevista no inciso IV do caput deste artigo, será facultado às empresas em dificuldade que preencham os requisitos legais para requerer recuperação judicial obter tutela de urgência cautelar, nos termos do art. 305 e seguintes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), a fim de que sejam suspensas as execuções contra elas propostas pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, para tentativa de composição com seus credores, em procedimento de mediação ou conciliação já instaurado perante o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do tribunal competente ou da câmara especializada, observados, no que couber, os arts. 16 e 17 da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015 § 2º São vedadas a conciliação e a mediação sobre a natureza jurídica e a classificação de créditos, bem como sobre critérios de votação em assembleia-geral de credores § 3º Se houver pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, observados os critérios desta Lei, o período de suspensão previsto no § 1º deste artigo será deduzido do período de suspensão previsto no art. 6º desta Lei. Art. 20-C. O acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação com fundamento nesta Seção deverá ser homologado pelo juiz competente conforme o disposto no art. 3º desta Lei. Parágrafo único. Requerida a recuperação judicial ou extrajudicial em até 360 (trezentos e sessenta) dias contados do acordo firmado durante o período da conciliação ou de mediação pré-processual, o credor terá reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito dos procedimentos previstos nesta Seção. Art. 20-D. As sessões de conciliaçãoe de mediação de que trata esta Seção poderão ser realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc do tribunal competente ou a câmara especializada responsável disponham de meios para a sua realização Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz. IMPORTANTE: Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento. Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei 21 será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência. Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor. Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes. § 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. § 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento após atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei. § 3º O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração. § 4º Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas. 5º A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e de empresas de pequeno porte, bem como na hipótese de que trata o art. 70-A desta Lei. IMORTANTE, A REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NÃO IRÁ ULTRAPASSAR 5%, MAS CASDO SEJA MICROEMPRESAS OU EMPRESA DE PEQUENO PORTE, O VALOR NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR 2% Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições. Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa. Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada. § 1º Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3º (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente. § 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei. § 3º O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o requerimento do § 2º deste artigo. Da Assembleia-Geral de Credores Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por meio de edital publicado no diário oficial eletrônico e disponibilizado no sítio eletrônico do administrador judicial, com 22 antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá: I – local, data e hora da assembléia em 1ª (primeira) e em 2ª (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1ª (primeira); II – a ordem do dia; III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembléia. § 1º Cópia do aviso de convocação da assembléia deverá ser afixada de forma ostensiva na sede e filiais do devedor. § 2º Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que representem no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos créditos de uma determinada classe poderão requerer ao juiz a convocação de assembleia- geral. § 3º As despesas com a convocação e a realização da assembleia-geral correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do Comitê de Credores ou na hipótese do § 2º deste artigo. Art. 37. A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os credores presentes. § 1º Nas deliberações sobre o afastamento do administrador judicial ou em outras em que haja incompatibilidade deste, a assembleia será presidida pelo credor presente que seja titular do maior crédito. § 2º A assembleia instalar-se-á, em 1ª (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2ª (segunda) convocação, com qualquer número. § 3º Para participar da assembléia, cada credor deverá assinar a lista de presença, que será encerrada no momento da instalação. § 4º O credor poderá ser representado na assembléia-geral por mandatário ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocação, documento hábil que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos do processo em que se encontre o documento. § 5º Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus associados titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem, pessoalmente ou por procurador, à assembléia. Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2º do art. 45 desta Lei. Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em assembleia- geral, o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da assembleia. As deliberações da assembleias-geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial acerca da existência, quantificação ou classificação de créditos. No caso de posterior invalidação de deliberação da assembleia, ficam resguardados os direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os credores que aprovarem a deliberação pelos prejuízos comprovados causados por dolo ou culpa. § interesse e de acordo com o seu juízo de conveniência e poderá ser declarado nulo por abusividade somente quando manifestamente exercido para obter vantagem ilícita para si ou para outrem23 A cessão ou a promessa de cessão do crédito habilitado deverá ser imediatamente comunicada ao juízo da recuperação judicial. Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: I – Titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; II – Titulares de créditos com garantia real; III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. IV - Titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. 3. RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O QUE VOCÊ DEVE SABER: A recuperação Judicial substituiu a concordata. O STJ destaca três princípios que norteiam a recuperação judicial: a relevância de interesses dos credores, a par conditio creditorium e a preservação da empresa. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. § 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. § 2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF, entregue tempestivamente. § 3º Para a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo, o cálculo do período de exercício de atividade rural por pessoa física é feito com base no Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR), ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir o LCDPR, e pela Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) e balanço patrimonial, todos entregues tempestivamente. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 1º Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. § 2º As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo 24 diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial. § 3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. § 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei. § 5º Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão de que trata o § 4º do art. 6º desta Lei. § 6º Nas hipóteses de que tratam os §§ 2º e 3º do art. 48 desta Lei, somente estarão sujeitos à recuperação judicial os créditos que decorram exclusivamente da atividade rural e estejam discriminados nos documentos a que se referem os citados parágrafos, ainda que não vencidos. § 7º Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial os recursos controlados e abrangidos nos termos dos arts. 14 e 21 da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965 § 8º Estarão sujeitos à recuperação judicial os recursos de que trata o § 7º deste artigo que não tenham sido objeto de renegociação entre o devedor e a instituição financeira antes do pedido de recuperação judicial, na forma de ato do Poder Executivo § 9º Não se enquadrará nos créditos referidos no caput deste artigo aquele relativo à dívida constituída nos 3 (três) últimos anos anteriores ao pedido de recuperação judicial, que tenha sido contraída com a finalidade de aquisição de propriedades rurais, bem como as respectivas garantias #JURIS Os créditos trabalhistas litigiosos referentes a serviços prestados pelo trabalhador à empresa antes da recuperação judicial deverão estar sujeitos a ela, mesmo que no momento do pedido tais créditos não estivessem consolidados? SIM. A partir do momento em que o empregado trabalha, ele se torna credor de seu empregador, tendo direito ao recebimento das verbas trabalhistas. Esse crédito existe independentemente de decisão judicial. Se o empregador não paga e o empregado ingressa com reclamação trabalhista, a sentença apenas reconhecerá (declarará) a existência do direito do trabalhador, condenando o patrão a pagar. Não é a sentença, contudo, que constitui o direito, mas apenas o declara. Isso significa que, se este crédito foi constituído em momento anterior ao pedido de recuperação judicial, deverá se submeter aos seus efeitos. Desse modo, se as verbas trabalhistas estão relacionadas com serviços prestados pelo empregado em momento anterior ao pedido de recuperação judicial, tais verbas também estarão sujeitas a esse procedimento, mesmo que a sentença trabalhista tenha sido prolatada somente depois do deferimento 25 da recuperação. A consolidação do crédito trabalhista (ainda que inexigível e ilíquido) não depende de provimento judicial que o declare — e muito menos do transcurso de seu trânsito em julgado —, para efeito de sua sujeição aos efeitos da recuperação judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1634046-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 25/4/2017 (Info 604). Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: I – Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II – Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III – alteração do controle societário; IV – Substituição total
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