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Direito Penal _ Revisão Turbo 37 Exame

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Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
1 
 
 
Prof. Nidal Ahmad 
Prof. Arnaldo Quaresma 
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
2 
 
 
Queridos alunos, 
 
Cada material da Revisão Turbo foi preparado com 
muito carinho para que você possa absorver, de forma 
rápida, conteúdos de qualidade! 
 
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! 
Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo! 
 
 
Com carinho, 
Equipe Ceisc ♥ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
3 
 
. Crimes Omissivos 
1.1 Crimes omissivos próprios 
• Tipo penal específico descrevendo a conduta omissiva. 
• O agente tem o dever de agir. 
• Não admite tentativa. 
 
Exemplo: 
Art. 135 do CP. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, 
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em 
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. 
 
1.2 Crimes Omissivos Impróprios 
Não há tipo penal específico. O agente tem o dever de agir para impedir o resultado e, 
se deixar de agir, responde pelo resultado produzido. 
 
Art. 13, § 2º, do Código Penal. A omissão é penalmente relevante quando o omitente 
devia e podia agir para evitar o resultado. 
Relevância da omissão 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar 
o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
 
Quem tem o dever jurídico de agir: 
• Lei 
• Garantidor 
• Quem criou o risco 
https://ceisc.com.br/ead/aula/717/137302/4
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
4 
 
2.1 Iter criminis 
Iter criminis significa literalmente “caminho do crime”. Trata-se do caminho percorrido pelo 
agente para a prática da infração penal, passando pela ideação até chegar à consumação. Em 
síntese, iter criminis é o conjunto de fases pelas quais passa o delito. 
O primeiro momento do iter criminis é a cogitação. O agente idealiza, internamente, a 
atividade criminosa. Toda essa representação ainda se encontra no plano interno do agente, ou 
seja, ainda não há exteriorização de nenhum ato. É exatamente por isso que a fase da cogitação 
não é punível. 
Nos atos preparatórios, o agente passa da cogitação para a exteriorização da sua 
atividade criminosa, buscando, previamente ao início da execução, os elementos necessários 
para o desenvolvimento da conduta delituosa. É a partir dos atos preparatórios que o agente 
começa a materializar, ou seja, exteriorizar sua busca pela consumação da infração penal. A 
aquisição de uma arma, por exemplo, para a prática do homicídio constitui ato preparatório. Da 
mesma forma, o estudo do local do crime, buscando identificar a melhor hora e forma de 
ingressar no ambiente, constitui ato preparatório do crime de furto. 
Os atos preparatórios, via de regra, não são puníveis, nem na forma tentada, uma vez 
que, nos termos do art. 14, II, do CP, afigura-se necessário o início da execução do delito, com 
a realização da conduta nuclear descrita no tipo penal. 
Todavia, em casos excepcionais, o legislador descreve atos que na sua concepção seriam 
preparatórios como delitos autônomos, por exemplo, os crimes de associação criminosa (art. 288 
do CP) e petrechos para falsificação de moedas (art. 291 do CP). 
Nos atos executórios, o agente passa a desenvolver conduta voltada a realizar o verbo 
nuclear do tipo. A partir dos atos executórios, o fato passa a ser punível, ao menos na forma 
tentada. Isso porque o próprio art. 14, II, do CP atrelou a tentativa ao início da execução do crime, 
condicionando, pois, sua punibilidade ao início da prática de atos executórios. 
A consumação é o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo 
penal. 
O exaurimento não integra o iter criminis, que encerra com a consumação. O crime 
exaurido, também chamado de esgotado, é aquele no qual, após ser alcançada a consumação, 
continua produzindo efeitos decorrentes da conduta lesiva do agente. 
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
5 
2.2 Tentativa (art. 14, II, do CP) 
Nos termos do art. 14, II, do CP, para caracterizar ao menos crime tentado, deve o agente 
passar pelos atos preparatórios e dar início à execução do delito, que, por razões alheias à 
sua vontade, não alcance a consumação. 
* Para todos verem: esquema 
 
 
2.2.1 Algumas infrações que não admitem a tentativa 
 
a) Crimes culposos 
No crime culposo, o agente não deseja nem assume o risco na produção do resultado. O 
resultado, pois, é involuntário. Na tentativa, o agente deseja ou assume o risco na produção do 
resultado, que, no entanto, não ocorre por circunstâncias alheias à sua vontade. Logo, verifica-
se a absoluta incompatibilidade entre o crime culposo e a tentativa. 
 
b) Crimes preterdolosos 
Nos crimes preterdolosos, a conduta é desenvolvida de forma dolosa, mas o resultado 
agravador é culposo. Assim, como no crime preterdoloso o resultado agravador não é desejado 
pelo agente, não há falar em tentativa, que pressupõe a não consumação do delito por 
circunstâncias alheias à sua vontade. 
 
c) Contravenções penais 
Nos termos do art. 4º do Decreto-lei no 3.688/1941, “não é punível a tentativa de 
contravenção”. 
 
d) Crimes omissivos próprios 
Os crimes omissivos próprios não admitem tentativa, porque não se afigura possível 
fracionar a conduta omissiva do agente. Isso porque ou o agente observa o seu dever de agir 
implícito no tipo penal, e o crime se consuma; ou pratica a conduta, e não há crime. 
Os crimes omissivos impróprios admitem tentativa. 
 
Início da execução do delito
Não consumação por 
circunstâncias alheias à 
vontade 
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
6 
e) Crimes unissubsistentes 
Os crimes unissubsistentes ou de ato único não admitem tentativa, diante da 
impossibilidade de fracionamento dos atos de execução. Ou seja, não é possível dar início à 
execução do delito e não atingir a consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
3. Desistência Voluntária, Arrependimento Eficaz 
 
Art. 15 do Código Penal. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
3.1 Desistência voluntária 
• O sujeito inicia a execução do delito, mas interrompe os atos executórios; 
• Não esgota a sua potencialidade lesiva. 
 
3.2 Arrependimento eficaz 
• Antes da consumação possui uma postura ativa para impedir o resultado; 
• Esgota a sua potencialidade lesiva. 
 
3.3 Efeitos 
• Jamais o sujeito responderá por tentativa; 
• Responde pelos atos até então praticados; 
• Se não for eficaz o arrependimento, ou seja, se o resultado se produzir, o sujeito 
responderá pelo delito na modalidade consumada. 
 
 
Início da execução do delito
Não consumação por vontade 
própria
https://ceisc.com.br/ead/aula/717/137302/4
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
7 
 
. Arrependimento posterior 
 
Art. 16 do Código Penal. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à 
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da 
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
 
• Incide depois da consumação do delito; 
• É causa de diminuição da pena de 1/3 a 2/3. 
 
4.1 Requisitos 
 
* Para todos verem: esquema 
 
5. Crime Impossível 
Art. 17 do Código Penal. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio 
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
 
* Paratodos verem: esquema 
 
Crimes praticados sem violência ou grave ameaça.
Restituição da coisa ou reparação do dano que provocou. 
Até o recebimento da denúncia ou queixa-crime.
Crime impossível
Ineficácia absoluta do meio
Instrumento
Modo de execução
Impropriedade absoluta do 
objeto
Coisa ou pessoa sobre a 
qual recai a conduta do 
sujeito
https://ceisc.com.br/ead/aula/717/137302/4
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
8 
• Neste caso, o fato é atípico; 
• Se a ineficácia ou impropriedade for relativa, o sujeito vai responder pela tentativa. 
 
. Erro de Tipo Essencial e Erro De Proibição 
6.1 Erro de tipo 
Art. 20 do Código Penal. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui 
o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
 
• Trata-se de erro sobre o elemento constitutivo do tipo, ou seja, sobre as expressões que 
contam no tipo penal; 
• O sujeito pratica a conduta sem saber que está praticando um crime, sob uma falsa 
percepção da realidade. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
Erro de tipo essencial
Falsa percepção da realidade 
fática
Praticar conduta sem saber que está 
comentendo crime
Não sabe o que está fazendo
https://ceisc.com.br/ead/aula/717/137302/4
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
9 
6.1.1 Efeitos 
* Para todos verem: esquema 
6.2 Erro de proibição 
Art. 21 do Código Penal. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude 
do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um 
terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a 
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir 
essa consciência. 
 
• Nesse caso, o erro recai sobre a ilicitude do fato; 
• O sujeito sabe o que está fazendo, mas falta potencial consciência de que a conduta é 
ilícita. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
Erro de proibição
O sujeito sabe o que 
faz
Erro sobre a 
ilicitudade do fato
Supõe ser permitido, 
quando, na verdade, 
era proibido
Erro de tipo vencível/evitável
•Casos em que uma pessoa mais cautelosa
não erraria;
•Exclui o dolo e responde pela culpa, se
previsto em lei.
Erro de tipo invencível/inevitável
•Casos em que qualquer pessoa também
erraria;
•Exclui o dolo e a culpa e o fato é atípico.
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
10 
6.2.1. Efeitos 
* Para todos verem: esquema 
 
7. Erro de Tipo Acidental 
7.1 Erro sobre a pessoa 
 
Art. 20, § 3º, do Código Penal. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado 
não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, 
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
• Consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida. Ignora-se as condições 
da vítima efetivamente atingida. 
 
7.2 Erro na execução: “aberratio ictus” 
 
Art. 73 do Código Penal. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, 
o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, 
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 
§ 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente 
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
 
Evitável
•Responde pelo delito;
•Terá a pena reduzida de 1/6 a 1/3.
Inevitável
• Isento de pena;
•Causa excludente de culpabilidade.
Pretende atingir 
determinada 
pessoa
Erro na 
identificação
Atinge pessoa 
diversa
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
11 
* Para todos verem: esquema 
 
• Consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida. Efeitos idênticos ao do 
art. 20, §3º do Código Penal; 
• Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o 
concurso formal de crimes. 
 
7.3 Resultado diverso do pretendido: “aberratio criminis” 
 
Art. 74 do Código Penal. Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro 
na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por 
culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, 
aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
• Responde pelo resultado que produziu na modalidade culposa, desde que tenha previsão 
legal; 
• Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o 
concurso formal de crimes. 
8. Coação moral irresistível e obediência hierárquica 
 
Art. 22 do Código Penal. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita 
obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o 
autor da coação ou da ordem. 
 
 
Pretende atingir 
determinada 
pessoa
Erro nos meios 
de execução
ou acidente 
Atinge pessoa 
diversa
Pretende atingir 
um bem 
jurídico
Acidente ou 
Erro nos meios 
de execução
Atinge bem 
jurídico diverso
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
12 
* Para todos verem: esquema 
 
 
• Trata-se de causa de exclusão da culpabilidade, pela inexigibilidade de conduta 
diversa. 
• Coação física irresistível: o coator emprega força física sobre o coagido e retira a sua 
vontade. O fato é atípico. 
9. Excludentes de Ilicitude 
Art. 23 do Código Penal. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito 
Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. 
 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
•Figura do coator que, por meio de grave ameaça, faz com que o
coagido pratique fato típico e ilícito;
•Não era exigível que o coagido resistisse.
Coação moral irresistível
•Figura do superior hierárquico que, por meio de uma ordem não
manifestamente ilegal, faz com que o subordinado pratique um fato
típico e ilícito;
•O subordinado será isento de pena e somente o superior hierárquico
responderá pelo delito.
Obediência hierárquica
Fato 
típico
Ilícito Culpável Crime
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
13 
 
9.1 Estado de necessidade 
 
Art. 24 do Código Penal. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato 
para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo 
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser 
reduzida de um a dois terços. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
• Comportamento animal: É considerado estado de necessidade quando o animal ataca 
por instinto. Quando o animal for instigado por alguém para atacar, será considerada 
legítima defesa. 
Fato típico
Se salvar de 
situação de 
perigo
- Ação humana
- Evento da 
natureza
- Comportamento 
animal
Exclusão da 
ilicitude
Art. 23 do CP
Estado de 
necessidade
Legítima defesa
Estrito cumprimento 
de um dever legal
Exercício regular de 
um direito
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
14 
• Quem, por sua vontade, provocou a situação de perigo, não poderá alegar estado de 
necessidade. 
• A conduta tem que ser inevitável para cessar o perigo. Se existir outro modo menos 
lesivo de evitar o perigo, não poderá alegar estado de necessidade. 
• Critério de proporcionalidade: O bem protegido deve ser de igual ou maior valor que o 
bem sacrificado. 
• Aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo, não poderá alegar estado de 
necessidade. 
 
9.2 Legítima defesa 
Art. 25 do Código Penal. Entende-se em legítimadefesa quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
Parágrafo único - Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco 
de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
Critério de proporcionalidade: 
• Meio necessário e suficiente para fazer cessar a agressão; 
• Uso moderado desse meio. 
 
Novidade do Pacote Anticrime: Legítima defesa do Agente de Segurança Pública 
• Observados os requisitos do caput; 
• Crime com vítima refém. 
 
 
Fato típico
Repelir uma 
injusta 
agressão
Atual ou 
iminente
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
15 
9.3. Estrito cumprimento de um dever legal e exercício regular de um direito 
* Para todos verem: esquema 
 
 
10. Inimputabilidade pela Doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
 
Art. 26 do Código Penal. É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
 
10.1 Critério biopsicológico 
• Desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
• Inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da sua conduta 
 
10.2 Natureza jurídica da sentença 
• Sentença absolutória imprópria, com imposição de medida de segurança. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
Estrito cumprimento de um 
dever legal
• Agente público
• Fato típico
• Cumprimento de um dever 
imposto pela lei
Exercício regular de um direito
• Cidadão comum
• Fato típico
• Exercício regular de um 
direito
Medida de 
segurança
Internação
Tratamento ambulatorial
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
16 
Art. 97 do Código Penal. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação 
(art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz 
submetê-lo a tratamento ambulatorial. 
• O tempo de duração da medida de segurança será a pena máxima cominada ao delito, 
segundo se extrai da Súmula 527 STJ. 
 
11. Embriaguez completa e acidental 
 
Art. 28, § 1º, do Código Penal. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
 
• Completa: em decorrência da embriaguez, o sujeito será inteiramente incapaz de 
compreender o caráter ilícito da conduta; 
• Acidental: caso fortuito ou força maior. 
 
Natureza jurídica da sentença: 
• Sentença absolutória própria. 
 
12. Concurso de Pessoas 
 
Art. 29 do Código Penal. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas 
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
(...) 
 
12.1 Conceito 
• Duas ou mais pessoas contribuem para prática de um crime. 
 
 
Veja o esquema na página a seguir... 
 
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
17 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
Art. 31 do Código Penal. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, 
a ser tentado. 
 
12.2 Requisitos do concurso de pessoas 
* Para todos verem: esquema 
 
 
12.3 Punibilidade 
 
Art. 29 do Código Penal. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas 
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
 
 
Autor
•Quem executa a ação descrita no verbo
nuclear do tipo.
Partícipe
•Quem contribui de qualquer modo para a
prática delituosa, sem executar a ação
descrita no verbo nuclear do tipo.
•Induz, instiga ou auxilia o autor.
•É acessória a conduta do autor - o autor
precisa, ao menos, tentar praticar o
delito.
Pluralidade de condutas
Relevância causal das condutas
Liame subjetivo (vínculo subjetivo) 
• Ainda que não tenha ocorrido ajuste prévio
Identidade de infrações
• Teoria monista - Todos respondem pelas penas cominadas ao delito
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
18 
12.4 Participação de menor importância 
Art. 29, § 1º, do Código Penal. Se a participação for de menor importância, a pena 
pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
 
12.5 Cooperação dolosamente distinta 
 
Art. 29, § 2º, do Código Penal. Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos 
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
 
12.6 Circunstâncias incomunicáveis 
 
Art. 30 do Código Penal. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. 
 
12.7 Participação 
• Deve ser antes ou durante a execução do delito; 
• Se a participação for posterior, pode responder por outro delito (ex: favorecimento real). 
 
13. Regime inicial de cumprimento de pena (art. 33 do CP) 
 
Art. 33 do Código Penal. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, 
semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo 
necessidade de transferência a regime fechado. 
§ 1º - Considera-se: 
 a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou 
média; 
 b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
 c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento 
adequado. 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as 
hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda 
a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, 
desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem 
Direito Penal 
19 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância 
dos critérios previstos no art. 59 deste Código. 
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime 
do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução 
do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 
 
Nos termos do art. 33, caput, do CP, nos crimes apenados com reclusão, o juiz poderá 
fixar o regime inicial fechado, semiaberto ou aberto. Aos crimes apenados com detenção, o juiz 
poderá fixar o regime inicial semiaberto ou aberto. 
Logo, nos crimes apenados com detenção, não é possível ao juiz fixar o regime inicial 
fechado, podendo, no entanto, haver regressão para o regime fechado, no caso, por exemplo, 
de falta grave. 
O início do cumprimento da pena para os crimes apenados com reclusão dar-se-á da 
seguinte forma, nos termos do art. 33, § 2º, do CP: 
 
a) o condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumprir a pena privativa de 
liberdade no regime fechado; 
b) o primário, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o 
princípio, cumpri-la em regime semiaberto; 
c) o primário, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto. 
 
Súm. 269 do STJ: É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes 
condenados à pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 
Nos crimes apenados com detenção, os critérios para a definição do regime inicial são os 
seguintes: 
 
a) se a pena for superior a quatro anos,o juiz fixará o regime inicial semiaberto; 
b) se a pena for igual ou inferior a quatro anos, o regime inicial será o aberto; 
c) se o condenado for reincidente, o regime inicial será o semiaberto, independentemente 
da quantidade da pena. 
 
Além disso, a imposição de regime inicial fechado depende de fundamentação adequada, 
não se revestindo a gravidade em abstrato do delito motivação idônea para a fixação do regime 
de cumprimento de pena mais severo do que a pena aplicada exigir. É o que se extrai das Súm. 
nos 718 e 719 do STF, e Súm. no 440 do STJ. 
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14. Penas restritivas de direitos (art. 44 do CP) 
Art. 44 do Código Penal - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem 
as privativas de liberdade, quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, 
se o crime for culposo; 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
§ 1º (VETADO) 
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou 
por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade 
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de 
direitos. 
 § 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em 
face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência 
não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
 § 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível 
ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
14.1. Conceito 
São penas alternativas às privativas de liberdade, expressamente previstas em lei, com a 
finalidade de evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais 
consideradas mais leves, provocando-lhes a recuperação por meio de restrições a certos 
direitos. 
Nos termos do art. 43 do CP, as penas restritivas de direitos são: 
 
a) prestação pecuniária; 
b) perda de bens e valores; 
c) prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
d) interdição temporária de direitos; e) limitação de fim de semana. 
 
As penas restritivas de direitos são substitutivas, uma vez que o juiz, depois de fixar a 
pena privativa de liberdade, verificando a presença dos requisitos, efetua a substituição por uma 
ou mais penas restritivas de direitos, conforme o caso. Isso porque não há, no preceito 
secundário dos tipos penais incriminadores, previsão direta de pena restritiva de direitos, mas 
tão somente pena privativa de liberdade. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/1998/Mv1447-98.htm
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21 
14.2. Requisitos 
a) Quantidade da pena aplicada 
• O legislador estabeleceu como parâmetro para a concessão da pena restritiva de direitos 
a pena aplicada na sentença, independentemente da pena abstratamente cominada no 
preceito secundário do tipo penal. 
• Nos crimes dolosos, praticados sem violência ou grave ameaça, apenados com reclusão 
ou detenção, o limite estabelecido pelo legislador é de 4 (quatro) anos. 
• Tratando-se de concurso de crimes, deve-se levar em conta o total da pena imposta, por 
conta da aplicação das regras do cúmulo material ou exasperação da pena. Dessa forma, 
se aplicadas as regras do concurso material, concurso formal e crime continuado, e o total 
da pena privativa de liberdade efetivamente imposta não exceder a 4 (quatro) anos, será 
possível a substituição por pena alternativa. 
• No caso de condenação por crime culposo, a substituição será possível, 
independentemente da quantidade da pena imposta, não existindo tal requisito, ainda que 
resulte violência contra a pessoa, por exemplo, no homicídio culposo do Código Penal 
(art. 121, § 3º) e no homicídio culposo na condução de veículo automotor (art. 302 do 
CTB). 
 
b) Natureza do crime cometido 
Em relação aos crimes dolosos, as penas restritivas de direitos são aplicáveis aos crimes 
cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
 
c) Réu não reincidente em crime doloso 
Nos termos do art. 44, II, do CP, para concessão do benefício, é necessário que o sujeito 
não seja reincidente em crime doloso. O texto não trata de qualquer reincidente. Refere-se ao 
não reincidente em crime “doloso”, de modo que não há impedimento à aplicação da pena 
alternativa quando: 
a) os dois delitos são culposos; 
b) o anterior é culposo e o posterior é doloso; 
c) o anterior é doloso e o posterior culposo. 
 
Ainda que o réu seja reincidente em crime doloso, o Código Penal, no seu art. 44, § 3o, 
prevê uma exceção. Se, em face de condenação anterior, a medida for socialmente 
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22 
recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime, 
será possível aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
 
d) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta ou a personalidade ou ainda os 
motivos e circunstâncias recomendarem a substituição. 
Conforme o art. 44, III, do CP, “a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição seja suficiente”. 
Convém notar que esses requisitos praticamente reproduzem as circunstâncias judiciais 
previstas no art. 59, , do CP, com exceção de duas: comportamento da vítima e 
consequências do crime, coincidentemente as únicas de natureza objetiva. Logo, verifica-se que 
o art. 44, III, do CP somente levou em conta as circunstâncias subjetivas. 
 
14.3. Penas restritivas de direitos e violência doméstica ou familiar contra a 
mulher 
Nos termos do art. 17 da Lei no 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, “É 
vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de 
cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique 
o pagamento isolado de multa”. 
Conforme a Súm. no 588 do STJ, a prática de crime ou contravenção penal contra a 
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição de 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
 
15. Da pena de multa 
Multa 
Art. 49 do CP. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia 
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, 
de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do 
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes 
esse salário. 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção 
monetária. 
 
Conversão da Multa e revogação 
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23 
Art. 51 do CP. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada 
perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas 
relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redaçãodada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 § 2º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 
 
15.1 Conceito 
Trata-se de uma sanção penal, de natureza patrimonial, consistente no pagamento de 
determinada quantia em pecúnia, previamente fixada em lei, em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional. 
 
15.2 Critério de fixação da pena de multa 
Diversamente da pena privativa de liberdade, cujo sistema é o trifásico, a aplicação da 
pena de multa observa um sistema bifásico, comportando, pois, duas fases distintas e 
sucessivas. 
Para o cálculo da pena de multa, o Código Penal adotou o sistema do dia-multa. 
• , o juiz deverá estabelecer o número de dias-multa, que varia de, no mínimo, 
10 (dez) dias-multa a, no máximo, 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. É o que se extrai 
do art. 49 do CP. 
• Para chegar ao número de dias-multa, o Magistrado considera as circunstâncias judiciais 
do art. 59, , do CP, bem como eventuais atenuantes e agravantes, além de causas 
de diminuição e aumento de pena. 
• , o juiz deverá fixar o valor do dia-multa, não podendo ser inferior a um trigésimo 
do salário-mínimo mensal de referência vigente ao tempo do fato, nem superior a cinco 
vezes esse salário (art. 49, § 1º, do CP). 
• Para aferir o valor do dia-multa, o juiz deverá considerar a situação econômica do réu, 
podendo chegar ao triplo, se considerada insuficiente e ineficaz diante da situação 
financeira do réu, conforme dispõe o art. 60 do CP. 
 
15.3 Execução da pena de multa 
Conforme o ordenamento jurídico vigente, a inadimplência no pagamento da multa estatal 
não conduz, em nenhuma hipótese, à aplicação da pena de prisão. Ninguém pode ser privado 
da liberdade em razão do não pagamento de uma multa estatal. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9268.htm#art3
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9268.htm#art3
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24 
Nos termos do art. 51 do CP, transitada em julgado a sentença condenatória, o valor da 
multa deve ser inscrito como dívida ativa em favor da Fazenda Pública. A multa permanece com 
sua natureza penal. A execução é que se procede em termos extrapenais. Em face disso, a 
obrigação de seu pagamento não se transmite aos herdeiros do condenado. 
A novidade introduzida pela Lei no 13.964/2019 diz respeito à execução da pena de multa. 
Nos termos da atual redação do art. 51 do CP, a legitimidade para a execução da pena de multa 
passa a ser do Ministério Público, sendo executada perante o juiz da execução penal. 
16. Da aplicação da pena 
 
Art. 68 do Código Penal. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 
deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; 
por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte 
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, 
todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 
 
16.1 Introdução 
Da leitura do art. 68 do CP verifica-se que, em relação à pena privativa de liberdade, a 
legislação penal adotou o critério trifásico, segundo o qual se deve encontrar a pena-base 
atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida, serão consideradas as 
circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Em relação à pena de multa, convém repetir, o Código Penal adotou o sistema bifásico, 
conforme se extrai do art. 49 do CP. 
 
16.2 Primeira fase da fixação da pena: pena-base e circunstâncias jurídicas 
Não há nenhum dispositivo legal norteando o juiz na fixação da pena-base, encarregando-
se a doutrina e a jurisprudência de estabelecer critérios basilares para o montante da pena-base, 
sempre ressaltando a discricionariedade do juiz. 
Todavia, em que pese o grau de discricionariedade, o juiz, nessa fase, está restrito à 
cominação legal da pena, devendo observar o mínimo e o máximo da pena legalmente prevista. 
Em outras palavras, ainda que todas as circunstâncias judiciais sejam favoráveis ao réu, a pena-
base não poderá ficar abaixo do mínimo legal. De outro lado, se as circunstâncias judiciais forem 
desfavoráveis ao réu, não será possível ao juiz fixar a pena-base além do máximo da pena 
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25 
cominada ao delito. Assim, por exemplo, em relação ao crime de furto simples (art. 155, caput, 
do CP), o juiz somente poderá fixar a pena-base: dentro do limite de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
De todo modo, se todas as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP forem favoráveis ao 
réu, a pena-base, como regra óbvia, deverá ser fixada no mínimo legal. Se alguma circunstância 
judicial for desfavorável ao réu, o juiz está autorizado a fixar a pena-base acima do mínimo legal. 
 
16.3 Segunda fase da fixação da pena: circunstâncias agravantes e 
atenuantes 
Após a fixação da pena-base, adotando como parâmetro as circunstâncias judiciais, 
cumpre ao juiz passar para a segunda fase, fixando a pena, ainda provisória, levando em conta 
as circunstâncias agravantes e atenuantes. 
No caput do art. 61, o Código Penal emprega o advérbio “sempre”, indicando que, via de 
regra, as agravantes são de aplicação obrigatória. Em razão disso, o juiz não pode deixar de 
agravar a pena, ficando o quantum da pena a seu critério. 
Todavia, quando uma das circunstâncias agravantes funciona como elementar ou como 
circunstância qualificadora, não se aplica a agravante, a fim de evitar o bis in idem. 
Assim, se, por exemplo, o agente praticar homicídio por motivo fútil (art. 121, § 2o, II, do 
CP), não incide a agravante do art. 61, II, a, 1a figura (ter sido o crime cometido por motivo fútil), 
pois a circunstância genérica funciona como “qualificadora” do homicídio. 
A quantidade da pena a ser agravada ou atenuada fica a critério do juiz, uma vez que não 
há nenhum dispositivo legal fixando os parâmetros. 
As circunstâncias atenuantes são de aplicação em regra obrigatória, pois o caput do art. 
65 reza que: “são circunstâncias que sempre atenuam a pena”. 
Entretanto, quando a pena-base for fixada no mínimo legal, a incidência da circunstância 
atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo da pena mínima cominada. É o que se 
extrai da Súm. no 231 do STJ: “A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mínimo legal”. 
É possível que a atenuante do art. 65 funcione na Parte Especial do Código Penal como 
causa da diminuição da pena. Nesse caso, não se aplica a atenuante genérica. Ex.: a 
circunstância consistente em praticar crime por motivo de relevante valor moral ou social integra 
o homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do CP); logo, não poderá ser considerada atenuante 
genérica. 
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26 
Ao contrário das circunstâncias agravantes, que somente podem ser aplicadas se 
expressamente previstas em lei, pode o Magistrado considerar, na segunda fase de fixação da 
pena, atenuante não prevista em lei, levando em conta circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime. É o que se extrai do art. 66 do CP. 
Assim, se, por exemplo, restar comprovado que o agente praticou o crime de furto em 
razão de desemprego ou moléstia grave na família, poderá o Magistrado considerar essa 
circunstância para atenuar a pena, ainda que não expressamente prevista em lei. 
 
16.4 Terceira fase da aplicação da pena: causas de aumento e de diminuição 
da pena 
Na terceira e última fase de aplicação da pena, o juiz deve considerar as causas de 
aumento e de diminuição da pena presentes no caso concreto. Essas causas de aumento e de 
diminuição da pena podem estar previstas tanto na Parte Geral do Código Penal quanto na Parte 
Especial. 
Ocálculo decorrente da causa de aumento ou diminuição da pena deve incidir sobre a 
pena provisória, encontrada na segunda fase, de forma cumulada. 
É importante salientar que, com o reconhecimento de causa de aumento ou de diminuição 
de pena, o juiz pode aplicar pena acima da máxima ou inferior à mínima cominada em abstrato. 
 
17. Da reincidência (art. 63 do CP) 
 
Art. 63 do CP. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de 
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por 
crime anterior. 
Art. 64 do CP. Para efeito de reincidência: 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da 
pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, 
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer 
revogação; 
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. 
 
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27 
17.1 Conceito 
A reincidência pressupõe uma sentença condenatória transitada em julgado por prática 
de crime. Há reincidência somente quando o novo crime for cometido após a sentença 
condenatória de que não cabe mais recurso. É o que se extrai do art. 63 do CP. 
Ex.: o agente pratica um crime, sendo processado e condenado. Não recorre, vindo a 
sentença transitar em julgado. Meses depois, vem a praticar novo crime. É considerado 
reincidente, uma vez que cometeu novo delito após o trânsito em julgado de sentença que o 
condenou por prática de crime. 
Se o agente praticar o novo crime exatamente no dia em que transitar em julgado a 
sentença penal condenatória pelo crime anterior, não incide a agravante da reincidência, pois a 
lei é expressa ao mencionar que o novo crime deve ser praticado “depois” do trânsito em julgado. 
No dia do trânsito, portanto, não se encaixa na hipótese legal. 
Além disso, complementando os pressupostos da reincidência, o art. 7º da Lei de 
Contravenções Penais (Decreto-lei no 3.688/1941) dispõe que: “verifica-se a reincidência 
quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha 
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de 
contravenção”. 
Assim, podem ocorrer várias hipóteses: 
a) o agente, condenado irrecorrivelmente pela prática de um crime, vem a cometer 
outro delito: é reincidente (art. 63 do CP); 
b) o agente pratica um crime; condenado irrecorrivelmente, vem a cometer uma 
contravenção: é reincidente (art. 7º da LCP); 
c) o sujeito pratica uma contravenção, vindo a ser condenado por sentença transitada 
em julgado; comete outra contravenção: é considerado reincidente (art. 7º da LCP); 
d) o sujeito comete uma contravenção; é condenado por sentença irrecorrível; pratica 
um crime: não é reincidente (art. 63 do CP). 
 
Informativo 636 STF: Condenações anteriores pelo delito do art. 28 da Lei no 11.343/2006 
não são aptas a gerar reincidência. 
 
17.2 Eficácia temporal da condenação anterior para efeito da reincidência 
Nos termos do art. 64, I, do CP, não prevalece a condenação anterior se entre a data do 
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior 
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28 
a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se 
não ocorrer revogação. 
Logo, o prazo de 5 (cinco) anos começa a correr a partir do cumprimento da pena ou a 
sua extinção por outro modo, por exemplo, incidência de uma causa extintiva da punibilidade, 
como a prescrição da pretensão executória, graça ou indulto. 
O período de prova do livramento condicional e da suspensão condicional da pena será 
computado para fins de cessar os efeitos da reincidência. 
Assim, em tese, ao agente condenado a 6 (seis) anos de reclusão, cumprindo 1/3 (ou seja, 
2 anos), será concedido o livramento condicional (art. 83, I, do CP), restando outros 4 (quatro) 
anos para o término da pena, que será o período de prova. 
Consideremos a hipótese de o agente ter iniciado o cumprimento da pena no dia 10-8-
2010. Após cumprir 1/3 da pena, dois anos, portanto, obteve o livramento condicional em 10-8-
2012, cumprindo integralmente a pena no dia 10-8-2016. 
Em 10-9-2017, o agente pratica novo crime. Nesse caso, não será considerado 
reincidente, pois passaram-se mais de 5 (cinco) anos entre a data do cumprimento da pena e a 
prática do novo crime, computando-se o período de prova do livramento condicional. 
 
17.3 Crimes que não induzem reincidência 
O art. 64, II, do CP dispõe que, para efeito de reincidência, não se consideram os crimes 
militares próprios ou políticos. 
Convém ressaltar que, conquanto não gere reincidência, o trânsito em julgado de uma 
sentença penal condenatória por crime militar próprio ou crime político gera maus antecedentes, 
já que o art. 64, II, do CP limita-se a afastar a reincidência, nada dispondo sobre maus 
antecedentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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29 
 
18. Concurso de Crimes 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
18.1 Concurso Material 
 
Art. 69 do Código Penal. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas 
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas 
de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
C
o
n
c
u
rs
o
 d
e
 c
ri
m
e
s
Concurso material
Pluralidade de crimes
Pluralidade de 
condutas
Sistema de cúmula 
material (penas 
somadas)
Concurso formal
Pluralidade de crimes
Unidade de conduta
Pena depende se 
perfeito ou imperfeito
Crime continuado
Pluralidade de crimes
Pluralidade de 
condutas
Crimes da mesma 
espécie, praticados nas 
mesmas condições de 
tempo, local e modo 
de execução
Exasperação da pena
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Direito Penal 
30 
 
Ocorre o concurso material, também chamado de real, quando o agente, mediante mais 
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 69, caput, do CP). 
Há, pois, pluralidade de condutas e pluralidade de resultados. 
Na hipótese de crimes conexos apurados na mesma ação penal, a soma das penas, pelo 
concurso material, será realizada na própria sentença, após a adoção do critério trifásico para 
cada um dos delitos. Ex.: o agente pratica o crime de estupro (art. 213 do CP) e, para assegurar 
a sua impunidade, mata, na sequência, a vítima (art. 121, § 2º, V, do CP). Imaginemos que o juiz 
fixe, em relação ao delito de estupro, a pena de 8 (oito) anos; e em relação ao crime de homicídio 
qualificado, a pena de 20 (vinte) anos. Ao final, verificando-se tratar de concurso material de 
crimes, o Magistrado aplicará o sistema do cúmulo material, somando as penas, alcançando a 
pena definitiva de 28 anos. 
 
18.2 Concurso Formal 
Art. 70 do Código Penal. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicasse-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, 
se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até 
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é 
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto 
no artigo anterior. 
 
18.2.1 Conceito 
Ocorre o concurso formal (ou ideal) quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, 
praticar dois ou mais crimes (art. 70, caput, do CP). Há unidade de conduta e pluralidade de 
crimes. 
A unidade de conduta concretiza-se quando os atos são realizados no mesmo contexto 
espacial e temporal, não exigindo, necessariamente, ato único. De fato, pode haver unidade de 
conduta mesmo quando fracionada em vários atos, por exemplo, agente que subtrai objetos 
pertencentes a pessoas distintas,no mesmo contexto fático. 
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que, praticado o crime de roubo em um 
mesmo contexto fático, mediante uma só ação, contra vítimas diferentes, tem-se configurado o 
concurso formal de crimes. 
 
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31 
18.2.2 Concurso formal perfeito e concurso formal imperfeito 
O concurso formal perfeito, ou próprio, está previsto na primeira parte do art. 70 do 
CP. Ocorre quando o agente pratica duas ou mais infrações penais por meio de uma única 
conduta. Resulta de um único desígnio. O agente, de um só impulso volitivo, dá causa a dois ou 
mais resultados, sem desígnios autônomos em relação a cada um dos resultados. 
Desígnio autônomo caracteriza-se pelo fato de o agente pretender, mediante uma única 
conduta, atingir dois ou mais resultados. Ou seja, o agente, mediante uma ação ou omissão, age 
com consciência e vontade em relação a cada um deles, considerados isoladamente. 
Assim, se, por exemplo, o agente, na condução de veículo automotor, atropela e causa a 
morte de uma pessoa e lesão corporal em outra, pratica crime de homicídio culposo na condução 
de veículo automotor (art. 302 do CTB), em concurso formal perfeito, já que não tinha desígnios 
autônomos em relação a cada um dos resultados. 
No concurso formal imperfeito, ou impróprio, o agente, mediante uma ação ou omissão, 
pretende, de forma consciente e voluntária, o resultado em relação a cada um dos crimes. 
Ex.: o agente provoca fogo em uma residência com a intenção de matar todos os 
moradores. O agente tem desígnios autônomos (intenção de matar) em relação a cada um 
dos moradores da residência. 
A expressão “desígnios autônomos” abrange tanto o dolo direto quanto o dolo eventual. 
Assim, haverá concurso formal imperfeito, por exemplo, entre o delito de homicídio doloso com 
dolo direto e outro com dolo eventual. 
 
18.2.3 Aplicação da pena no concurso formal 
Em relação ao concurso formal perfeito, ou próprio, o Código Penal adotou o sistema 
de exasperação da pena. Aplica-se a pena do crime mais grave ou, se iguais, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. 
No concurso formal imperfeito, ou impróprio, por conta do maior grau de reprovabilidade 
da conduta do agente, visando a não beneficiar agente que agiu com desígnios autônomos em 
relação a cada resultado, as penas devem ser somadas, adotando-se o critério do cúmulo 
material, nos termos do art. 70, caput, 2ª parte, do CP. 
 
 
Veja o esquema na página a seguir... 
 
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32 
* Para todos verem: esquema 
 
18.3 Crime continuado 
 
Art. 71 do Código Penal - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como 
continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
18.3.1 Conceito 
Ocorre o crime continuado quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, devendo os subsequentes, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, ser havidos como continuação do 
primeiro. 
 
18.3.2 Requisitos 
Para a incidência das regras do crime continuado é preciso verificar a presença de 
requisitos dispostos no art. 71 do CP, consistentes: a) na pluralidade de condutas; b) na 
pluralidade de crimes da mesma espécie; c) nas mesmas condições de tempo, lugar, maneira 
de execução e outras semelhantes. 
 
18.3.3 Crime continuado específico 
 
Art. 71 do Código Penal 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência 
ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, 
a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o 
triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
 
 
 
Concurso formal perfeito
• Sem desígnios autônomos;
• Exasperação da pena;
• Pena do crime mais grave e aumenta de 1/6 
até 1/2.
Concurso formal imperfeito
• Desígnios autônomos;
• Cúmulo material.
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33 
18.4 Concurso material benéfico 
 
 
Art. 70 do Código Penal 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 
deste Código. 
 
Se da aplicação da regra da exasperação da pena, no concurso formal, a pena tornar-se 
superior à que resultaria se somadas, deve-se adotar o critério do cúmulo material, porque, nesse 
caso, será mais benéfico (art. 70, par. ún., do CP). 
Ex.: suponha-se que o agente tenha praticado um homicídio simples (art. 121 do CP 
– pena de 6 a 20 anos) e uma lesão corporal leve (art. 129, , do CP – pena de 3 meses 
a 1 ano), em concurso formal. Aplicado o critério da exasperação da pena, considerando-
se a pena do crime mais agrave, acrescido de 1/6, resultaria na pena de 7 (sete) anos. 
Se aplicada a pena considerando-se o critério do cúmulo material, considerando-se a pena 
aplicada para crime de homicídio simples (6 anos) e lesão corporal leve (3 meses), a pena 
definitiva ficaria em 6 (seis) anos e 3 (três) meses. Essa seria a pena a ser aplicada, já que a 
aplicação do critério do concurso material é mais benéfico. 
Em face disso, a pena a ser aplicada não pode ser superior à que seria cominada se fosse 
caso de concurso material, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 70, par. ún., do CP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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34 
 
1. Crimes Contra a Vida: Homicídio, Auxílio ao Suicídio e 
Infanticídio 
1.1 Crimes contra a vida 
 
1.1.1 Homicídio 
 
Art. 121 do CP - Matar alguém. 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
1.1.1.1 Características importantes 
 
• Crime de Livre Execução: 
O legislador não condiciona a prática do homicídio, podendo ser praticado por qualquer 
meio apto a produzir o resultado morte. Entretanto, a depender da forma executória empregada 
pelo agente, pode ser qualificado, como, por exemplo, nos incisos III (meio cruel), IV (recurso 
que dificultou a defesa da vítima) e VIII (arma de fogo de uso proibido ou restrito) do parágrafo 
2º do artigo 121. 
 
Crime bicomum
Sujeito ativo
Qualquer 
pessoa
Sujeito Passivo
Qualquer 
pessoa
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35 
• Crime Comissivo: 
Normalmente é um crime comissivo, pois exige que o agente atue de forma positiva, mas 
nada impede o reconhecimento da omissão imprópria, nos termos do artigo 13, parágrafo 2º do 
CP. 
 
• Crime material: 
Somente se consuma com a produção de um resultado naturalístico, qual seja, a morte 
da vítima (cessação da atividade encefálica). 
 
1.1.1.2 Observações importantes 
 
• Homicídio simples (art. 121 caput): 
O homicídio simples se dá por exclusão, ou seja, quando não presente nenhuma 
circunstância qualificadora prevista no parágrafo 2º. Via de regra não é considerado crime 
hediondo, somente se for praticado mediante atividade típica de grupo de extermínio. 
 
• Homicídio Privilegiado (art. 121, parágrafo 1º CP): 
O artigo 121, § 1º, do Código Penal, descreve o homicídio privilegiado como o fato de o 
sujeito cometer o delito impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio 
de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. Neste caso, o juiz pode 
reduzir a pena de 1/6 a 1/3. 
 
• Homicídio Qualificado (art. 121, parágrafo 2º CP): 
É o homicídio praticado com circunstâncias legais que integram o tipo penal incriminador,alterando para mais a faixa de fixação da pena. Dizem respeito aos motivos determinantes do 
crime e aos meios e modos de execução, reveladores de maior periculosidade ou extraordinário 
grau de perversidade do agente. 
Portanto, da pena de reclusão de 06 a 20 anos, prevista para o homicídio simples, passa-
se ao mínimo de 12 e ao máximo de 30 para a figura qualificada. 
Tentado ou consumado, o homicídio doloso qualificado é crime hediondo, nos termos do 
artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.072/90. 
 
 
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36 
• Feminicídio: 
A partir da edição da Lei nº 13.104/2015, o crime de homicídio passou a ser qualificado 
também se praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. 
Nos termos do artigo 121, parágrafo 2º-A, o legislador considera que há razões de 
condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
 
I - Violência doméstica e familiar; 
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
Para o STJ a qualificadora do feminicídio pode ser cumulada com o motivo torpe ou fútil 
sem que haja bis in idem. 
 
• Lei 14.344 de 2022: 
Com o advento da lei Henry Borel (Lei 14.344 de 2022) o homicídio praticado contra menor 
de 14 anos passou a ser qualificado, nos termos do artigo 121, parágrafo 2º, inciso IX do CP. 
Ademais, o artigo 121, parágrafo 2º-B (incluído também pela Lei Henry Borel) elenca 
causas de aumento de pena específicas, quais sejam: 
 
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que 
implique o aumento de sua vulnerabilidade; 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tiver autoridade sobre ela. 
 
1.1.2 Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação 
 
Art. 122 do Código Penal. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar 
automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza 
grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
§ 3º A pena é duplicada: 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de 
computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. 
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de 
rede virtual. 
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza 
gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do 
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente 
pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. 
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§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) 
anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, 
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de 
homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. 
 
1.1.2.1 Conceito de suicídio 
É a morte voluntária, que resulta, direta ou indiretamente, de um ato positivo ou negativo, 
realizado pela própria vítima, a qual sabia dever produzir este resultado. O Código Penal leva 
em conta o ato da vítima, que vem a destruir a própria vida. 
 
OBSERVAÇÃO ESPECIAL: 
Se o ato de destruição é praticado pelo próprio agente haverá o crime de homicídio. Da 
mesma forma se não houver voluntariedade (vítima induzida a erro ou obrigada a se matar) 
haverá o crime de homicídio. 
 
1.1.2.2 Automutilação 
A autolesão não é punida. O que constitui crime é a conduta de induzir, instigar ou auxiliar 
a vítima a se automutilar, ou seja, de causar lesões em si própria. 
 
1.1.2.3 Ação nuclear 
Trata-se de um tipo misto alternativo (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado). Induzir 
significa dar a ideia a quem não possui, inspirar, incutir. Portanto, nessa primeira conduta, o 
agente sugere à vítima que dê fim à sua vida ou se automutile. Instigar é fomentar uma ideia já 
existente. Trata-se, pois, do agente que estimula a ideia que alguém anda manifestando. Já o 
Auxílio é a forma mais concreta e ativa de agir, pois significa dar apoio material ao ato suicida. 
Exemplo: o agente fornece a arma utilizada para a vítima dar fim à sua vida ou se automutilar. 
 
1.1.2.4 Figuras típicas qualificadas 
 
• ART. 122, § 1º: 
 
 
Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave 
ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
 
 
 
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38 
 
• ART. 122, § 2º: 
 
Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
 
1.1.2.5 Formas majoradas (Art. 122, parágrafo 3º) 
 
A) Se o crime é praticado por motivo egoístico 
Motivo egoístico é o excessivo apego a si mesmo, o que evidencia o desprezo pela vida 
alheia, desde que algum benefício concreto advenha ao agente. Logicamente, merece maior 
punição. Exemplo: É o caso, por exemplo, de o sujeito induzir a vítima a suicidar-se para ficar 
com a herança. 
 
B) Se a vítima é menor 
Em segundo lugar, a pena é majorada quando a vítima é menor. Qual a idade para efeito 
da majorante? 
• Se a vítima é maior de 18 anos, aplica-se o “caput” do artigo 122. 
• Se a vítima é menor de 14 anos, há crime de HOMICÍDIO. 
• A MAJORANTE SÓ É APLICÁVEL QUANDO A VÍTIMA TEM IDADE ENTRE 14 
E 18 ANOS. 
 
C) Tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência 
A terceira majorante prevê a hipótese de a vítima ter diminuída, por qualquer causa, a 
capacidade de resistência, como enfermidade física ou mental, idade avançada. Ex.: induzir ao 
suicídio vítima embriagada. 
Por fim, é de ressaltar que o suicida com RESISTÊNCIA NULA, pelos abalos ou situações 
supramencionadas, incluindo-se a idade inferior a 14 anos, haverá o emprego das regras 
especiais estabelecidas nos parágrafos 6º e 7º do CP. 
1.1.2.6 Pacto de morte 
É possível que duas ou mais pessoas promovam um pacto de morte, deliberando morrer 
ao mesmo tempo. 
Se cada uma das pessoas ingerir veneno, de per si, por exemplo, aquela que sobreviver 
responderá por participação em suicídio, tendo por sujeito passivo a outra. 
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39 
Se uma delas ministrar diretamente o veneno na outra, a que sobreviver responderá por 
 
homicídio. 
Em síntese, os atos executórios contra a própria vida devem partir exclusivamente da 
vítima. 
 
1.1.3 Infanticídio 
 
Art. 123 do Código Penal - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, 
durante o parto ou logo após. 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
 
1.1.3.1 Princípio da especialidade 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
• Marco inicial: início do parto (eliminação da vida humana após o início do parto). 
• Antes do início do parto: aborto. 
Sujeito ativo: Mãe
Sujeito 
passivo:
Próprio filho
Elemento 
temporal:
Durante o parto 
ou logo após
Elemento 
subjetivo:
Influência do 
estado puerperal 
(perícia)
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40 
Atenção ao erro sobre a pessoa: art. 20, §3º, do CP. 
 
2. Lesão Corporal 
 
Art. 129 do CódigoPenal. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Na lesão corporal o agente atua com animus laedendi, ou seja, age com a intenção de 
produzir uma lesão corporal na vítima. Assim sendo, o agente não tem intenção de matar nem 
assume o risco de produzir o resultado morte, pois, em tal caso, responderia pelo crime de 
homicídio.
 
2.1 Lesão corporal dolosa
 
A lesão corporal dolosa, regra geral, varia de acordo com o grau da lesão corporal, 
podendo ser simples (exclusão), grave (parágrafo 1º), gravíssima (parágrafo 2º) ou seguida de 
morte (parágrafo 3º).
 
2.1.1 Lesão corporal grave 
 
Art. 129 do Código Penal. 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
 II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 
Cumpre ressaltar que tais resultados podem ser obtidos a título de dolo ou de culpa, 
com a exceção do perigo de vida que somente admite a culpa. 
 
2.1.2 Lesão corporal gravíssima 
 
Art. 129 do Código Penal. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 IV - deformidade permanente; 
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41 
V - aborto: 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Seguida de morte: 
 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, 
nem assumiu o risco de produzi-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
 
Cumpre ressaltar que tais resultados podem ser obtidos a título de dolo ou de culpa, 
com a exceção do aborto que somente admite a culpa. 
 
2.1.3 Lesão corporal seguida de morte 
 
Art. 129 do Código Penal.
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, 
nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 
A lesão corporal seguida de morte possui natureza preterdolosa, ou seja, deve o agente 
agir com dolo em relação à conduta inicial (lesão corporal) e culpa em relação ao resultado morte. 
Trata-se de crime expressamente subsidiário, somente podendo ser reconhecido na 
impossibilidade do homicídio (se o agente agiu com dolo direto ou dolo eventual em relação ao 
resultado morte). 
2.2 Lesão corporal culposa 
A lesão corporal culposa não varia de acordo com a intensidade, sempre será culposa (se 
agindo com negligência, imprudência ou imperícia). 
Art. 129 do Código Penal.
§ 6° Se a lesão é culposa: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
2.3 Lesão corporal especial (art. 129, parágrafo 13) 
§13º Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos 
do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021) 
 
 
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2.4 Lesão corporal funcional
É crime hediondo em se tratando de lesão corporal gravíssima ou seguida de morte. 
 
Art. 129 do Código Penal. 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um 
a dois terços.
 
 
3. Crimes Contra a Honra 
 3.1 Crimes contra a honra 
* Para todos verem: esquema
 
 
3.1.1 Calúnia (art. 138 CP) 
Imputação falsa de fato definido como crime. Tem certeza de que está imputando um 
crime a um inocente. O fato precisa ser um CRIME. Via de regra, cabe exceção da verdade. Só 
não caberá exceção da verdade nos casos previstos no parágrafo 3º do artigo 138. 
 
3.1.2 Injúria (art. 140 CP) 
Imputação de uma qualidade negativa. 
Bem jurídico: 
honra
Honra objetiva
Reputação 
social do 
indivíduo
Calúnia e 
difamação
Honra subjetiva
Imagem pessoal 
perante ele 
mesmo
Injúria
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43 
3.1.3 Difamação (art. 139 CP) 
Imputação de um fato ofensivo à reputação do indivíduo (que não é crime). Pode ser 
contravenção penal. Via de rega, não cabe exceção da verdade. Caberá exceção da verdade se 
a ofensa for dirigida a funcionário público no exercício das funções. 
 
3.2 Causas de aumento de pena 
Art. 141 do Código Penal. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, 
se qualquer dos crimes é cometido. 
 I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado 
Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da 
difamação ou da injúria. 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso 
de injúria. 
 
3.3 Retratação 
 
Art. 143 do Código Penal. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da 
calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único - Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a 
difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar 
o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
 
3.4 Ação penal 
Art. 145 do Código Penal. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede 
mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
Parágrafo único - Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do 
inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso 
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. 
 
 
*Para todos verem: quadro 
Súmula 714 do STF. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime 
contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. 
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44 
4. Crimes Contra o Patrimônio 
4.1 Furto 
• Ação nuclear é subtrair, que significa tirar, retirar de outrem bem móvel, sem a sua 
permissão com o fim de assenhoramento definitivo. A substração implica sempre a 
retirada do bem sem o consentimento do possuidor ou proprietário.
• Agente não tem a posse anterior do bem e inverte a posse.
• É indispensável que o agente tenha a intenção de possuir a coisa alheia móvel, 
submetendo-a ao seu poder, isto é, de não devolver o bem, de forma alguma. É o 
chamado animus rem sibii habendi.
• Assim, se ele o subtrai apenas para uso transitório e depois o devolve no mesmo 
estado, não haverá a configuração do tipo penal. Cuida-se na hipótese de mero furto de 
uso, que não constitui crime, pela ausência do ânimo de assenhoramento definitivo do 
bem.
• Se o sujeito restituir o objeto subtraído até o recebimento da denúncia, pode incidir o 
instituto do arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do Código Penal, que constitui 
causa de diminuição da pena. Em outras palavras, o agente será processado pelo delito, 
mas, se condenado, poderá ter a pena reduzida de 1/3 a 2/3.
• Não existe na modalidade culposa.
• Para os nossos Tribunais Superiores (STF/STJ), para o furto atingir a consumação 
basta a subtração da coisa, ou seja, a inversão da posse, ainda que por curto espaço de 
tempo e em seguida a perseguição do agente, sendo prescindível a posse mansa e 
pacífica ou desvigiada. Neste sentido temos a súmula 582 do STJ (referente ao roubo 
mas aplicável por analogia ao crime de furto), o RESP 1524450/RJ, o AgRg no ARESP 
1.546.170/SO de 26/11/2019 do STJ e o HC 135674 de 27/09/2016 da 2° turmado STF.
 
 Veja o esquema na página a seguir... 
 
 
 
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45 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
Art. 155 do Código Penal. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir 
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente 
a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor 
econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante 
fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à 
rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização 
de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Incluído pela 
Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado 
gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a 
utilização de servidor mantido fora do território nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 
2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou 
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor 
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente 
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de 
substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua 
fabricação, montagem ou emprego. 
 
4.2 Apropriação indébita 
 
Art. 168 do Código Penal. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a 
detenção. 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Aumento de pena 
CONSUMAÇÃO INVERSÃO DA POSSE
RETIRA DA 
DISPONIBILIDADE 
VÍTIMA
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§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: 
I - em depósito necessário; 
 
 
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou 
 
depositário judicial; 
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. 
 
 
*Para todos verem: esquema 
 
 
 
O pressuposto do crime de apropriação indébita é a anterior posse lícita da coisa alheia, 
da qual o agente se apropria indevidamente. A posse, que deve preexistir ao crime, deve ser 
exercida pelo agente em nome alheio, isto é, em nome de outrem. 
O núcleo do tipo é o verbo “apropriar-se”, que significa fazer sua a coisa alheia. Tendo o 
sujeito a posse ou a detenção do objeto material, em dado momento faz mudar o título da posse 
ou da detenção, comportando-se como se dono fosse. 
A apropriação pode ser classificada em: 
 
 * Para todos verem: esquema 
 
• Ocorre quando o sujeito realiza ato demonstrativo de que inverteu o título da posse, 
como a venda, doação, consumo, penhor, ocultação, etc.
1º) APROPRIAÇÃO INDÉBITA PROPRIAMENTE DITA
• Neste caso, o sujeito afirma claramente ao ofendido que não irá devolver o objeto 
material.
2º) NEGATIVA DE RESTITUIÇÃO
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA
POSSE DO 
OBJETO É 
DESVIGIADA
APROPRIAR-SE 
DE OBJETO
POSSE
DETENÇÃO
AMBOS 
INICIAMENTE 
LÍCITOS
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4.3 Roubo 
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade 
de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência 
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção 
da coisa para si ou para terceiro. 
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: 
I – (revogado); 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal 
circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro 
Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de 
artefato análogo que cause perigo comum. 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso 
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. 
§ 3º Se da violência resulta: 
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; 
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
 
 
*Para todos verem: esquema 
 
4.3.1 Ação nuclear 
A ação nuclear do tipo, identicamente ao furto, consubstancia-se no verbo subtrair, que 
significa tirar, retirar, de outrem, no caso bem móvel. Agora, contudo, estamos diante de um 
crime mais grave que o furto, na medida em que a subtração é realizada mediante o emprego 
de grave ameaça ou violência contra a pessoa, ou por qualquer outro meio que reduza a 
capacidade de resistência da vítima. 
Violência Grave ameaça
Redução capacidade 
resistência
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São os seguintes os meios executórios do crime de roubo: 
 
a) Violência física (vis corporalis) 
Violência física à pessoa consiste no emprego de força contra o corpo da vítima. Para 
caracterizar essa violência do tipo básico de roubo é suficiente que ocorra lesão corporal leve ou 
simples vias de fato, na medida em que a lesão grave ou morte qualifica o crime. 
 
b) Grave ameaça 
Ameaça grave (violência moral) é aquela capaz de atemorizar a vítima, viciando sua 
vontade e impossibilitando sua capacidade de resistência. A grave ameaça objetiva criar na 
vítima o fundado receio de iminente e grave mal, físico ou moral, tanto a si quanto as pessoas 
que lhes são caras. É irrelevante a justiça ou injustiça do mal ameaçado, na medida em que, 
utilizada para a prática de crime, torna-se antijurídica. 
 
c) Qualquer outro meio que reduza à impossibilidade de resistência; 
Cuida-se da violência imprópria, consistente em outro meio que não constitua violência 
física ou grave ameaça, como, por exemplo, fazer a vítima ingerir bebida alcoólica, narcóticos, 
soníferos ou hipnotizá-la. 
* Para todos verem: Quadro 
 
4.3.2 Espécies de roubo: próprio e impróprio 
 
a) Roubo próprio (157 CAPUT DO CP) 
No roubo próprio a violência

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