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Curso de Educação Física - Bacharelado ANATOMIA II Professora: Karina A. M. Utida Material de apoio – Anatomia do Sistema Respiratório Fonte: DE ANDRADE, S. L. F. Anatomia humana básica aplicada à educação física. São Paulo: Intersaberes, 2019. O sistema respiratório é responsável por suprir oxigênio ao sangue e eliminar o gás carbônico proveniente da respiração celular. É constituído pelas vias respiratórias, que conduzem o ar do nariz até os pulmões (inspiração) e vice-versa (expiração). Na anatomia, o conjunto de órgãos que se intercomunicam, formando um caminho para uma substância é denominado trato (do latim tractus – “algo que foi esticado”, “puxado”). O trato respiratório superior é constituído por nariz, cavidade nasal, faringe e laringe; e o trato respiratório inferior é constituído por traqueia, brônquios e pulmões. Outras importantes estruturas também fazem parte do sistema respiratório, tais como as pleuras e os músculos da cavidade torácica. Entretanto, elas não fazem parte do trato respiratório, uma vez que não têm vias de acesso para o ar. O nariz é uma estrutura externa da face, constituido predominantemente por cartilagens. Apesar do formato apresentar alta variabilidade, anatomicamente ele é interpretado como uma pirâmide com uma face vertical no terço médio da face. É formado pela raiz nasal – par de ossos nasais -; pelo dorso nasal – cartilagens nasais laterais que têm aspecto de finas placas triangulares -; e pelas asas nasais – proeminências formadas pelas cartilagens alares, um par de cartilagens curvas, maleáveis, que determina o formato das aberturas externas na base do nariz (as chamadas narinas). A cavidade nasal é formada por um par de passagens (direita e esquerda) ocas no terço médio do crânio, isoladas entre si pelo septo nasal, uma parede mediana formada pela união da lâmina perpendicular do etmoide com o bordo superior do vômer. Nas paredes laterais da cavidade nasal, situam-se as conchas nasais superior, média e inferior, também denominadas cornetos, que são proeminências curvas delgadas revestidas por uma mucosa úmida. A cavidade nasal se estende desde a abertura piriforme (forma de pera) da face, composta pelos ossos maxilares nasais, até as coanas, aberturas posteriores que delimitam a passagem da cavidade nasal para a parte nasal da faringe (nasofaringe). A faringe é um tubo que se estende desde as coanas até a porção superior do pescoço, no nível da sexta vértebra cervical, desembocando no esôfago. A ação de músculos constritores faz com que a faringe tenha largura variável, o que contribui para a deglutição. Sua trajetória é posterior às coanas, à vacidade bucal e à abertura da laringe, delimitando, assim, a nasofaringe, a bucofaringe (ou orofaringe) e a laringofaringe, respectivamente. Centro Universitário UNIGRAN Capital Rua: Abrão Júlio Rahe, 325 – Centro 79.010-010 – Campo Grande - MS www.unigrancapital.com.br http://www.unigran/ Nas paredes laterais da nasofaringe, há dois orifícios, os óstios da tuba auditiva, que se comunicam com a cavidade timpânica e tem a função de equilibrar a pressão do ar em ambos os lados da membrana timpânica. No teto nasofaríngeo, situa-se uma pequena massa de tecido linfoide, a adenoide. A bucofaringe, popularmente conhecida como garganta, se estende desde o palato mole até a extremidade superior da epiglote. Ela se comunica com as cavidades nasal e bucal, o que possibilita a passagem de ar e de alimento. Por fim, a laringofaringe se estende desde a extremidade superior da epiglote até a cartilagem cricoide, na qual se liga ao esôfago. A laringofaringe é um acesso comum para o alimento e para o ar. Portanto, a bucofaringe e a laringofaringe são vias que fazem parte dos sistemas digestório e respiratório. A laringe é um órgão cartilaginoso situado no terço médio do pescoço, no nível das vértebras C4, C5 e C6, e estende-se desde a raiz da língua até a traqueia. Sua função é regular a passagem do ar por uma abertura triangular, a rima da glote. É sustentada pelo osso hioide por meio de membranas fibrosas e músculos. Sua estrutura cartilaginosa é formada pelas cartilagens tireoide e cricoide e pela epiglote, que são ímpares; e pelas cartilagens aritenoide, cuneiforme, corniculada e tritícea, que são pares. A maior das cartilagens laríngeas, a cartilagem tireoide, apresenta uma proeminência facilmente palpável no pescoço, popularmente conhecida como pomo de adão. A margem superior dessa cartilagem está ligada ao corno maior do osso hioide por uma fina membrana elástica quase transparente, a membrana tiro-hióidea. A epiglote é uma lâmina ligeiramente curva de cartilagem, situada atrás do osso hioide e ligada à face interna da cartilagem tireoide por meio do ligamento tiroepiglótico. Sua extremidade livre é larga e arredondada, voltada obliquamente para cima no sentido anteroposterior; e sua superfície é revestida por mucosa. Apesar de fazer parte da estrutura laríngea, a epiglote não participa da respiração nem da fonação. Durante a deglutição, os músculos tracionam o osso hioide para cima, dobrando a epiglote e fechando a abertura superior da laringe como uma tampa. Portanto, sua função é desviar alimentos para fora da entrada da larínge, ou seja, para o esôfago. As pregas vocais são pregas da mucosa laríngea tensionadas por ligamentos que atravessam a laringe, formando uma fenda. Situam-se entre os ligamentos vestibulares e os ligamentos vocais, os quais se estendem desde a cartilagem aritenoide (posteriormente) até a cartilagem tireoide (anteriormente). A passagem do ar pela rima da glote faz as pregas vocais oscilarem, produzindo o som da voz. Pequenos músculos laríngeos podem mudar voluntariamente a tensão dos ligamentos vocais, causando variações no tom de voz. As diferenças entre a voz grave e a aguda em homens e mulheres existem em razão da disparidade de espessura das pregas vocais, determinada pelos hormônios sexuais. Por fim, a cartilagem cricoide é um anel de cartilagem hialina que constitui o limite inferior da laringe, formando a junção traqueolaríngea. Serve de sítio de ancoragem para as cartilagens aritenoide e tireoide. A borda superior da cartilagem cricoide se liga à borda inferior dos ligamentos vocais por meio de bandas esbranquiçadas de tecido conjuntivo, chamadas ligamentos cricotireoides. A traqueia é um tubo que forma o tronco da árvore traqueobrônquica. Mede, aproximadamente, 11 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, estendendo-se do pescoço ao tórax, onde se bifurca no nível da vértebra T5 para formar os brônquios principais (ou de primeira ordem) direiro e esquerdo. A parede da traqueia é constituída por uma camada mucosa que apresenta cerca de 20 aneis incompletos de cartilagem em forma de “C”. Os aneis cartilaginosos mantém a traquéia aberta e com aspecto tubular, exceto ao longo de sua parede posterior chata, onde os aneis não se fecham. Ao longo de sua parede posterior, o músculo traqueal tensiona os aneis cartilaginosos, impedindo-os de abrir. Além disso, sua contração constringe o diâmetro da traqueia, causando resistência à passagem do ar. Para vencer essa resistência, os músculos acessórios da expiração se contraem vigorosamente e forçam a saída do ar, facilitando os mecanismos de tose e espirro. O limite inferior da traqueia é delineado por uma proeminência interna, a carina, a partir do qual se separam os brônquios principais. Os brônquios principais direito e esquerdo são o primeiro par de ductos aéreos formados pela bifurcação da traqueia. Seu trajeto é lateralmente oblíquo, em direção ao hilo pulmonar. O brônquio principal direito se ramifica em brônquios lobares superior, médio e inferior para desemborar em cada um dos três lobos do pulmão direito. Já o brônquio principal esquerdo se ramifica em bronquios lobares superior e inferior, uma vez que opulmão esquerdo se divide em dois lobos. Cada brônquio lobar se ramifica em brônquios segmentares, os quais distribuem o ar para os segmentos pulmonares, que se ramificam novamente em ductos menores, os bronquíolos. Estes, por sua vez, ramificam-se em minúsculos túbulos denominados bronquíolos terminais ou ductos alveolares, os quais desemboram nas unidades funcionais microscópicas dos pulmões, os alveolos pulmonares. Os alvéolos são aglomerados de pequenas bolsas ocas em forma de cacho de uva. Coletivamente, todos os brônquios formam a árvore brônquica. Os pulmões (par de órgãos torácicos piramidais) são responsáveis pelas trocas gasosas (hematose) que possibilitam o contínuo reabastecimento do sangue com oxigênio. Sua base é côncava e repousa sobre a face superior do músculo diafragma; e seu ápice (ponta) termina no nível do primeiro arco costal. A região central da face mediastínica, onde os vasos sanguíneos e brônquios entram nos pulmões e saem dele, é denominada hilo. Em razão do maior espaço que o coração ocupa no lado esquerdo da cavidade torácica, o pulmão esquerdo é um pouco menor do que o direito. A face medial do pulmão esquerdo apresenta uma concavidade profunda, a impressão cardíaca. O pulmão direito se divide em lobos superior, médio e inferior, separados por duas fissuras; e o pulmão esquerdo em lobos superior e inferior – separados por uma fissura. A cavidade torácica é vedada por uma dupla membrana serosa, denominada pleura. A pleura visceral é a membrana interna que reveste a superfície dos pulmões; e a pleura parietal é a membrana externa aderida à parede da cavidade torácica e em contato com as costelas. Entre as duas pleuras há uma estreita cavidade pleural de poucos milímetros, preenchida por uma pequena quantidade de lubrificante, o líquido pleural. Esse líquido, composto por um ultrafiltrado do plasma sanguíneo, é secretado pelas células da pleura, tendo como função facilitar o deslizamento entre as duas membranas enquanto os pulmões inflam e desinflam na mecânica da ventilação. O assoalho da cavidade torácica é constituído pelo diafragma, uma lâmina musculotendínea em forma de cúpula que delimita a separação entre o tórax e o abdome. As margens do diafragma têm origem nas vértebras L1, L2 e L3; seus respectivos discos intervertebrais, na margem costal, nos pares das 11ª e 12ª costelas e no processo xifoide. O diafragma não apresenta uma inserção óssea, de forma que suas fibras convergem para um centro tendíneo, como os raios de uma roda de bicicleta. Um par de colunas musculotendíneas descem do diafragma para ancorá-lo nas vertebras lombares. Três importantes estruturas atravessam o diafragma: a artéria aorta, que passa pelo hiato aórtico – entre os pilares direito e esquerdo; p esôfago, que passa pelo hiato esofágico – cerca de 4 cm acima do hiato aórtico; e a veia cava inferior, que passa por uma abertura no centro tendíneo, denominada forame da veia cava.
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