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Gestão Democrática

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1 
 
 
 
 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Esta unidade versará sobre a Gestão Democrática. Especificamente, foram 
enfocadas: a) Os pressupostos do Estado Moderno, Constituição e Lei de Diretrizes 
e Bases – 1996; b) O papel da gestão democrática nos sistemas de ensino; c) O 
sistema de organização e gestão das escolas. Trata-se de uma pesquisa 
desenvolvida por meio de busca bibliográfica em livros e artigos que retratam os 
fundamentos da gestão escolar. Justifica-se pela necessidade de, ao estudar a 
gestão, é necessária a forma como ela se organiza atualmente, de forma 
democrática. Os resultados revelam que os fundamentos da gestão escolar estão 
fundamentados na gestão democrática. Eles mostram também que a participação da 
sociedade nas decisões escolares é de extrema relevância para que a escola ten ha 
qualidade social, no entanto, apesar de termos progredido bastante, é necessário 
que a democracia se instale de fato nas escolas. 
 
Palavras-chave: Gestão escolar democrática; Sistemas de ensino; Órgãos de 
participação nas escolas. 
 
 
 
2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 
SUMÁRIO .................................................................................................................................2 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 
CAPÍTULO 1 - GESTÃO DEMOCRÁTICA E OS APARATOS LEGAIS ....................4 
1.1 A EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO .............................................................4 
1.2 GESTÃO DEMOCRÁTICA E CONSTITUIÇÃO ................................................ 10 
1.3 LDB E GESTÃO DEMOCRÁTICA....................................................................... 13 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO .................................................................................. 18 
CAPÍTULO 2 - A GESTÃO DEMOCRÁTICA NOS SISTEMAS: FEDERAL, 
ESTADUAIS E MUNICIPAIS .............................................................................................. 24 
2.1 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E A GESTÃO DEMOCRÁTICA ......... 24 
2.2 A GESTÃO DEMOCRÁTICA NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS ..................... 31 
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO .................................................................................. 39 
CAPÍTULO 3 - O SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO DAS ESCOLAS ......................... 44 
3.1 DEMOCRACIA NAS ESCOLAS: ÓRGÃOS DEMOCRÁTICOS..................... 44 
3.2 EXPERIÊNCIAS DEMOCRÁTICAS: OS CONSELHOS MUNICIPAIS DE 
EDUCAÇÃO........................................................................................................................... 50 
3.3 EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA DE GESTÃO ESCOLAR: AS ESCOLAS 
DO MST .................................................................................................................................. 55 
CAPÍTULO 3 – RECAPITULANDO .................................................................................. 60 
FECHANDO A UNIDADE ................................................................................................... 67 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 69 
GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 70 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 71 
 
 
3 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
Esta unidade de ensino buscará apresentar ao aluno a teoria sobre gestão 
democrática no Brasil. 
 Com o desenvolvimento no Estado Novo e processo de democratização da 
sociedade, sobretudo a partir da Constituição, a escola acrescenta e altera suas 
práticas em função da democracia, tanto no sentido de balizar o currículo escolar, 
quanto nas ações dentro da escola, a democratização da escola somada à 
aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96) 
atribui à gestão democrática da educação no sentido de que cada sistema de ensino 
tem propriedade de legislar sobre essa questão e é a respeito dessa temática que se 
trata o primeiro capítulo desta unidade. 
 No segundo capítulo, são expostas considerações a respeito das dimensões 
que a gestão democrática pode assumir, tendo como principal instituinte atualmente 
o Plano Nacional de Educação, válido por uma década com vencimento em 2024; 
Planos Estaduais de Educação em âmbito estadual e os Planos Municipais de 
Educação nos sistemas locais de ensino, consoantes entre si, mas privilegiando a 
cultura local dos municípios e estados. 
 O terceiro e último capítulo é composto, inicialmente, pelo esclarecimento de 
como as escolas, a partir das políticas públicas que versam sobre a gestão 
democrática, organizam-se, esclarecendo os órgãos que atribuem democracia 
dentro das unidades escolares (Conselhos de escola, de classe, Associação de pai s 
e mestres, grêmios estudantis) bem como as possibilidades e limitações da gestão 
democrática nesses ambientes escolares. 
Enfim, esse módulo apresenta a organização da gestão democrática no Brasil 
para que o aluno que pretende se tornar um diretor de escola possa compreender de 
forma clara os processos e políticas educacionais vigentes no país. 
 
4 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 - GESTÃO DEMOCRÁTICA E OS APARATOS LEGAIS 
 
Neste capítulo, será realizado um percurso histórico da gestão democrática, 
explanando desde a constituição do Estado Moderno até a sua plenitude normativa 
com a Constituição de 1988, a qual deu o “pontapé” para a consecução da gestão 
democrática das escolas públicas, passando também pela tramitação e aprovação 
da Lei de Diretrizes e Bases em 1996, normatizando a democracia e 
acompanhamento da educação por parte da sociedade civil. 
 
1.1 A EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO 
 
 A democracia, difundida na Grécia desde a constituição dos Estados, 
inicialmente, podia ser exercida de maneira aberta a todos aqueles que eram 
considerados cidadãos, no entanto, como estudaremos na Unidade, a 
complexibilidade da sociedade, que foi sendo desenvolvida ao longo dos séculos, 
alterou os modos da participação social que, em seu segundo momento, deu-se de 
maneira representativa como principal característica o sufrágio. 
 Para entendermos a forma como a democracia se desenrola na atual 
sociedade, precisamos entender seus arranjos, desse modo, esse item visa 
entender como a democracia se desenvolveu no Estado Moderno. 
 A figura abaixo ilustra esse movimento histórico em que a monarquia perdia 
forças e entrava em ação o poder da burguesia. 
 
Figura 1 - Formação do Estado Moderno 
 
Fonte: Impalea, 2019. 
 
5 
 
 
 
 
 O Estado Democrático como se configura hoje tem seus ideais baseados no 
séc. XVIII, caracterizado pelo desmanche do sistema feudal e o nascimento da 
burguesia, iniciando o sistema capitalista. Nesse ínterim, ocorre uma mudança do 
renascentismo para o iluminismo na qual, sem a explicação racional, não é possível 
compreender o mundo para transformá-lo obtendo maior acumulação de capital. 
 No período destacado acima, o qual ocorre a transição da manufatura para 
maquinofatura, ou seja, a evolução do artesanato para a indústria, temos em voga 
uma ideia de educação para todos financiada pelo governo, ou seja, por aqueles que 
têm a racionalidade de pensamento – os iluministas. 
 Podem ser destacados três grandes movimentos políticos que resultaram na 
definição do Estado moderno: a Revolução Inglesa ou Revolução Gloriosa, a 
Revolução Francesa e a Revolução Americana, que estudaremos a seguir. 
 A revolução Inglesa, denominada também de Revolução Gloriosa, é resultado 
da transição da Monarquia Absolutista para Parlamentarismo, um dos teóricos 
responsáveis por tal mudança de paradigma é Locke; seus ideais foram 
determinantespara a queda do sistema absolutista na Inglaterra. Segundo Locke, 
todos os homens, ao nascer, tinham direitos naturais (nativos) direito à vida, 
à liberdade e à propriedade, para garantir tais direitos, os homens haviam 
criado governos. Se esses governos, contudo, não levassem em consideração a 
vida, a liberdade e a propriedade, o povo teria o direito de se revoltar contra eles, 
pois, de acordo com a teoria desenvolvida por Locke, as pessoas podem contestar 
um governo injusto e não as obrigando a aceitar suas decisões. Os escritos de 
Locke alteraram as formas de dominação monárquica e absolutista. 
 A Revolução Americana, iniciada em 1776, teve como resultado a 
Declaração de Independência das colônias americanas, a partir desse marco, 
considera-se que todos os homens são iguais e adquirem, desde seu nascimento 
direitos iguais, entre os quais se destacam a vida, a liberdade e o direito à felicidade 
e garanti-los. Foram organizados os governos entre os seres humanos que visam 
emanar poderes por meio dos consentimentos dos governados de forma justa e, 
sempre que um governo se constituir injusto e destrutivo, é direito do povo alterar a 
forma de governo, buscando zelar pelos direitos universais (vida, liberdade e 
felicidade), instituindo a supremacia do povo. 
6 
 
 
 
 
 A Revolução Francesa, iniciada em 1789, foi caracterizada pela não aceitação 
do sistema absolutista, na qual a nação como centro integrador das vontades e 
interesses, resultando na “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” o qual 
estabelece que os homens nasçam todos, sem exceção, livres e iguais em relação 
aos direitos de liberdade, propriedade, segurança e a resistência à opressão e 
nenhuma restrição pode ser obrigada ao ser humano, a não ser por meio de 
normativas, que se constituem na expressão da vontade popular. 
 
PARA TOMAR NOTA: 
3 momentos essenciais para o desenvolvimento do Estado moderno: 
Revolução Inglesa. 
Revolução Americana. 
Revolução Francesa. 
 
 Florenzano (2007) estuda os autores que tratam a respeito da democracia no 
estado moderno, destacado dois autores principais, mas com ideias divergentes em 
alguns pontos, como veremos nos próximos parágrafos: Marx e Weber. 
 Marx e Engels são autores muitos conhecidos que, ao escreverem o livro 
mundialmente conhecido “O capital”, visavam difundir seus pensamentos negativos 
em relação ao poder instituído, preocuparam-se, sobretudo em examinar o caráter 
de classe do Estado, em minimizar sua autonomia com relação às classes sociais, 
em fazer uma denúncia, portanto, sua suposta neutralidade (FLORENZANO, 2007). 
 Por outro lado, segundo Florenzano (2007), expõe-se o pensamento de 
Weber que apresenta uma Teoria de Estado elaborada que determinou as 
modalidades e formas de poder instituído e seus meios de burocratização do estado. 
Weber não se absteve de destacar os ideais políticos que privilegiam o estado-
nação em detrimento na unidade coletiva (sociedade civil). 
 É importante destacar que o desenvolvimento do Estado moderno surge em 
meio e pela historiografia do século XIX, que difundiu o sentimento nacional e da 
racionalidade apresentando o Estado como realizador e provedor. 
7 
 
 
 
 
 O Estado moderno surge em meio à monarquia absolutista advinda do 
feudalismo e fim da considerada Idade Média e inicia da Idade Contemporânea e 
sua forte inserção do capitalismo como meio de produção (FLORENZANO, 2007). 
 Nesse período de transição, estabeleceu forte resistência em relação à 
imposição fiscal: monarquia versus capitalistas (donos de fábrica). 
 É nesse cenário que assistimos a grandes mudanças na década de 1950, 
desde a transição do sistema feudal para o capitalismo, crise geral do século XVII e 
aumento significativo do poder estatal. 
 E seguimos até o século XIX com forte inserção do capital que permaneceu 
como sistema inabalável até o século XIX, muito maçado pelo liberalismo e 
neoliberalismo e oposição a um sistema fechado. 
 Florenzano (2007) pontua que, a respeito da história e teorias do Estado 
moderno, destacaram-se três grandes escritos de Maquiavel, Jean Bodin e Thomas, 
que, juntos, constituem a tríade fundadora tanto do conceito de Estado moderno, em 
particular, quanto do pensamento político moderno. 
 Com relação aos escritos da ciência política dessa época, Florenzano (2007) 
aponta que o estado moderno segundo Hobbes foi fundado pela Itália, desenvolvido 
e ampliado pela França e Inglaterra e interpretada, ou seja, estudada pelos 
franceses. 
 Outro grande autor que contribuiu para o pensamento sobre o Estado 
moderno, segundo Danner e Oliveira (2009), foi Foucault, apresentando um estado 
potencialmente disciplinador e normativo, na medida em que tanto o 
desenvolvimento de cada indivíduo como o da sociedade são condicionados pelo 
dispositivo panóptico, que é o modelo básico dessa sociedade. 
 Em Foucault, de acordo com Danner e Oliveira (2009), afirma-se que o 
Estado moderno é altamente disciplinador e normativo, significa entender que o 
indivíduo é capturado em uma rede de poder que o torna necessário e, ao mesmo 
tempo, “domesticado” aos interesses do sistema capitalista de produção. 
 De acordo com Danner e Oliveira (2009), Foucault foi responsável por 
diagnosticar a anátomo-política que exerce poder de domesticação nos corpos dos 
indivíduos e a biopolítica que age no homem enquanto esse viver; esses dois 
8 
 
 
 
 
mecanismos juntos são a base para a manutenção e desenvolvimento da 
supremacia capitalista. 
 Danner e Oliveira (2009) apontam que Foucault descobre que o biopoder 
empreendido na sociedade foi o elemento determinante para o desenvolvimento das 
relações de produção capitalista, que só foi possível pela inserção controlada dos 
corpos no aparelho de produção e a adaptação dos meios de vida aos processos de 
capital, tornando-os necessários para a vida e cotidiano, nesse sentido, as formas 
de capital tornam-se não só aceitáveis como necessárias. 
 Nesse ponto, é preciso esclarecer ao leitor desta unidade alguns conceitos. 
Para que a sociedade capitalista esteja formatada da maneira como se encontra até 
hoje, é necessário que os indivíduos aceitem tal dominação exposta anteriormente 
por Marx (alienação) e, nesse sentido, o conceito de biopoder advindo dos escritos 
de Foucault compreende uma aceitação natural, ou seja, o formato de sociedade 
que se apresenta permite ao indivíduo não só aceitar pelos meios de coerção essa 
sociedade que está empregada (panóptico), mas desejar permanecer nela. 
 Do exposto, o sistema capitalista exigiu, de acordo com Danner e Oliveira 
(2009), o desenvolvimento, a utilidade e a dominação dos corpos, mas, para que tal 
formulação entrasse em ação, foram necessários métodos de poder potentes para o 
aumento das forças, as aptidões, em geral, mecanismo capazes de controlar a vida 
e o cotidiano, sem, contudo, torná-los mais difíceis de sujeição. 
 A anátomo-política e a biopolítica, formulados no decorrer dos séculos XVII e 
XVIII, como meios de poder pertencentes nas organizações da sociedade de 
maneira geral, como: família, escola e comunidade, agiram no n os processos 
econômicos, em todo o seu desenvolvimento nas forças que agem nesses 
processos e que os sustentam, resultaram, por outro lado, em um processo de 
distanciamento e de hierarquização da sociedade garantindo, assim, efeitos de 
hegemonia e relações de poder. No entanto, foi graças ao estabelecimento do 
biopoder, com suas diversas formas e procedimentos, que decorreu o 
enquadramento dos homens ao acúmulo do capital e a articulação do crescimento 
das camadas sociais, levando à expansão das forças de produção e à repartição de 
forma diferente dos lucros (DANNER E OLIVEIRA, 2009). 
 
9 
 
 
 
 
IMPORTANTE: 
Autores importantes para compreendermos as relações estabelecidas no Estado 
Moderno: 
Marx e Engels. 
Weber. 
Foucault. 
 
Os princípios fundamentaisda democracia, conforme estudamos nesse item, 
só foram alcançados após longo período de monarquia absolutista e tiveram como 
princípios fundamentais a supremacia da vontade popular, a preservação da 
liberdade e a igualdade de direitos, tendo como princípio a isonomia (igualdade de 
direitos). 
 Contudo, novas formas de dominação surgiram e foram expostas, 
inicialmente, pela teoria de Marx e Engels pela alienação do ser humano ao sistema 
capitalista, e Weber pelo sistema de burocratização da sociedade, por fim, 
estudamos em Foucault o processo biopolítico de poder por meio da “dominação de 
corpos”. 
 Do exposto, finalizamos esse item partindo do pressuposto que a democracia 
foi uma invenção da sociedade que foi sendo reelaborada ao longo das décadas. 
Atualmente, ela é instituída em lei e garante que os direitos dos cidadãos sejam 
mantidos por meio do sufrágio, o que não impediu, no entanto, que outras formas de 
organização de poder menos aparentes, mas não menos eficazes, instalassem-se. 
 A seguir, estudaremos as normativas a respeito da democracia e processos 
democráticos instaurados da gestão educacional, foco desta unidade de estudos. 
 
PARA SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO: 
Vídeo: Sociologia - Formas de organização do Estado Moderno 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=FEFE1yRdAm0 
 
 
 
10 
 
 
 
 
1.2 GESTÃO DEMOCRÁTICA E CONSTITUIÇÃO 
 
 Após a consecução do Estado moderno, assistimos, no Brasil, à tomada do 
poder pelos militares com o Golpe Militar (1964 – 1985), essas décadas foram 
decisivas para instaurar, na sociedade, uma grande vontade de poder participar das 
decisões relacionadas à sociedade, nesse sentido, mesmo antes do fim do regime 
militar, com seu enfraquecimento e com a constitucionalização de vários países sul -
americanos, surge a ideia da elaboração da constituição democrática do Brasil. 
 Do exposto, saímos de um período de ditadura com a necessidade de 
vivenciarmos relações mais democráticas, principalmente a partir da década de 
1980. 
 Entre os poderes atribuídos à sociedade na Constituição de 1988, a gestão 
democrática do ensino público foi uma das normativas ovacionadas pela área 
educacional, como estudaremos nesse item. 
 Dourado (1998) concebe a gestão democrática como um aprendizado a ser 
obtido por meio de lutas políticas que não se instala somente em meio à educação, 
mas expande-se por todos os âmbitos da vida social e de sua relativa autonomia. A 
efetiva participação e aprendizado desses “jogos democráticos” faz o indivíduo que 
participa dessas ações repensar as estruturas de controle da sociedade que 
perpassam as relações e práticas sociais e educativas. 
 O movimento a favor das liberdades democráticas; as primeiras grandes 
greves; o movimento das “Diretas Já” pelo retorno ao sufrágio para escolha dos 
governantes; o alcance pela livre organização de partidos, entre tantas outras ações 
no campo trabalhista, político e social resultaram em um movimento de grande 
participação e democratização dos vários âmbitos sociais no Brasil, incluindo-se o 
próprio desenvolvimento do Estado (ADRIÃO e CAMARGO, 2007). 
 No âmbito das reformas democráticas do Brasil, é que se inscreveram as 
perspectivas balizadas pelas ideias expostas no parágrafo anterior, principalmente 
na esfera legislativa, pois uma das formas de se procurar garantir mecanismos e 
instâncias com conteúdos democráticos é normatizando-os (ADRIÃO e CAMARGO, 
2007). 
11 
 
 
 
 
 Todo processo legislativo configura-se como base de disputas entre 
interesses diferentes, muitas vezes, contrários, e que a lei, como resultado daquele 
movimento, sintetiza os conflitos existentes. Contudo, ainda que seja um 
desenvolvimento, a mera presença no texto de lei de quaisquer medidas que visam 
à democratização não resulta por si só em sua execução. A dualidade que 
acompanha as conquistas das normativas contém em si a contradição entre o 
normatizado e o efetivado (ADRIÃO e CAMARGO, 2007). 
 Partindo do exposto, os discursos democráticos organizados pelos setores 
responsáveis caracterizavam-se por lutar por mudanças no funcionamento do 
Estado por meio da composição e efetivação de conselhos ou outros órgãos 
democráticos, compostos por representantes da sociedade civil, cuja função seria 
participar efetivamente da elaboração de políticas sociais a fim de garantir canais de 
controle e fiscalização das ações de Estado. (ADRIÃO e CAMARGO, 2007). 
 Na constituição em 1988, a previsão de mecanismos democráticos para a 
gestão estatal pode ser vislumbrada no âmbito dos direitos individuais e dos direitos 
da sociedade civil. No primeiro caso, apresenta-se no inciso XXXIII do art. 5º, cujo 
todo sujeito tem direito ao acesso a informações de interesse subjetivo ou, a serem 
expedidas, sob pena de responsabilidade, por órgão público no prazo que a lei 
determinar. 
 No caso dos direitos da sociedade, após estabelecer no art.6 a educação 
como um desses direitos, a Constituição de 1988 afirma, em seu art. 10, a todos os 
trabalhadores e empregadores, a possibilidade de participação nos órgãos 
colegiados da esfera pública os quais são de interesses profissionais ou 
previdenciários os temas discutidos. 
 Portanto, conforme a constituição, é assegurada a participação de toda a 
sociedade nos colegiados dos órgãos públicos, principalmente, daqueles em que 
haja “interesses profissionais ou previdenciários como objeto de discussão e 
deliberação” (BRASIL, 1988). 
 No capítulo de lei que trata da administração pública, encontram-se citações 
referentes a procedimentos que aumentam a participação dos servidores públicos ou 
funcionários, na avaliação dos serviços prestados e no acesso a informações da 
administração direta ou indireta (art. 37) 
12 
 
 
 
 
 Em resumo, visando à democratização da gestão estatal por meio do 
aumento da participação da população em suas instâncias, a normativa 
constitucional menciona, de forma resumida, dois procedimentos: o acesso à 
informação e à participação de representantes de setores específicos em órgãos da 
administração pública. 
 Ao realizar análise a respeito da aprovação do artigo que trata da gestão 
democrática do ensino, Adrião e Camargo (2007) apresentam o cenário da 
tramitação da constituição apontando duas vertentes: uma voltada aos interesses 
identificados com as ideias do “Fórum Nacional em Defesa da escola pública”, na 
qual apoiará a participação de pais, alunos e comunidade local nas definições das 
formulações das políticas educacionais, na outra vertente, os autores apresentam 
forte influência do setor privado no campo educacional a qual o nível aceitável para 
tal lei seria a possibilidade de famílias e educadores auxiliarem as direções 
escolares das instituições escolares. 
 Por conta desses embates, o texto adquiriu um texto- ao ver dos autores- 
redundante - Artigo 206 – O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios: [...] VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei”- que 
garantiu a gestão democrática apenas ao ensino público (aqui compreendido como 
as escolas gratuitas, restringindo a participação da comunidade escolar nas escolas 
de cunho privado. 
 Outro ponto abordado por Adrião e Camargo (2007) se concentra no trecho 
“na forma da lei” protelando a gestão democrática para a Lei de Diretrizes e Bases. 
 O resultado da constituição de 1988 que estabeleceu a gestão democrática 
como princípio se, de um lado, indicou a incorporação de experiências já existentes 
de democratização da gestão da educação básica na implantação e consolidação de 
conselhos escolares de natureza deliberativa, eleição de dirigentes e/ou estímulo 
aos grêmios estudantis –, de outro, favoreceu a generalização de políticas voltadas 
para o aumento da participação de educadores e usuários na gestão escolar, nas 
redes públicas onde ainda não ocorriam. 
 A Constituição Federal de 1988 normatiza a descentralizaçãoda educação 
pelo artigo nº 211, por meio do qual se propõe, de forma inédita no Brasil, a 
organização dos sistemas de ensino por meio de um regime de colaboração entre 
13 
 
 
 
 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, elaborando, ainda mais tarde, 
a Emenda Constitucional nº 14, de 1996, que programou o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). 
 A LDB – Lei de Diretrizes e Bases, 1996, atribui maior autonomia na 
educação aos municípios mesmo em meio a reações ao centralismo do regime 
autoritário por conta da intensa valorização da instância local, mesmo com grande 
pluralidade de interesses (SOUZA e FARIA, 2004). 
 Segundo Souza e Faria (2004), a Constituição de 1988 dispôs, pela primeira 
vez, sobre a organização dos sistemas municipais de ensino ao lado dos sistemas 
federal e estadual (já existentes), deliberando ainda sobre o Regime de 
Colaboração, matéria que veio a ser regulamentada pela Lei n° 9.394/96 que 
estudaremos a seguir. 
 Conforme visto acima, a Constituição de 1988 atribuiu autonomia para que os 
municípios criassem seus sistemas de ensino próprios, delegando também a eles a 
oportunidade de formular suas próprias políticas educacionais no âmbito da 
educação infantil e do ensino fundamental, já que até então aos municípios cabiam 
somente a administração. (SOUZA e FARIA, 2004). 
 Do exposto, percebe-se que a Constituição foi a primeira e mais importante 
normativa que vinculou as ideias de gestão democrática do ensino público, até então 
centralizadas no papel do diretor escolar, no entanto apenas a normatização dessa 
matéria como estudamos historicamente não foi suficiente para a instalação de uma 
efetiva gestão democrática que voltou a ser matéria de estudo somente após a 
aprovação da Lei de Diretrizes e Bases que estudaremos a seguir. 
 
PARA SABER MAIS SOBRE: 
https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/constituinte/index.html 
 
1.3 LDB E GESTÃO DEMOCRÁTICA 
 
 A Constituição Federal, conforme estudamos no item anterior, foi um 
importante passo rumo à democratização das relações dentro da escola, no entanto 
não foi suficiente para atribuir gestão democrática nas escolas, o que ficou protelado 
https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/constituinte/index.html
14 
 
 
 
 
para a Lei de Diretrizes e Bases que teve sua reformulação de maneira conturbada 
com várias alterações e fragmentações durante o seu processo de tramitação. 
 O projeto de lei que foi enviado à Câmara que tinha por base a proposta 
elaborada por Saviani, não traduzia especificadamente o princípio da gestão 
democrática do ensino público, de modo que elementos referentes à temática seriam 
incorporados ou reformulados ao longo do imbricado processo de tramitação do 
projeto na Câmara e entre os senadores. (NARDI, 2016). 
 Uma síntese do trâmite do projeto de lei, citado no parágrafo anterior, é 
necessária para entendermos os processos e incursões após a publicação da Lei de 
Diretrizes e Bases de 1996, tal percurso pode ser realizado, considerando-se o 
período determinado entre a apresentação do projeto, em novembro de 1988 até a 
aprovação da nova LDB, em dezembro do ano de 1996, tendo por base o conteúdo 
dos documentos que traduzem os caminhos do projeto de lei e seus diversos 
desdobramentos do processo no legislativo. Assinalamos, nesse quesito, diretrizes 
que embasaram a gestão democrática do ensino, referentes à autonomia da escola 
e, finalmente, processos de participação objetivando dar instrumentos para a gestão 
se efetivasse por meio de tais princípios (NARDI, 2016). 
 A gestão democrática tão propagada a essas normativas, a concepção e o 
conteúdo do projeto inicial apresentado em novembro de 1988 distanciavam-se 
muito do projeto da Câmara dos Deputados. Dentre outros aspectos, é possível 
destacar o ocultamento referente ao Sistema Nacional de Educação e ao Conselho 
Nacional de Educação, demonstrando que tal projeto favorecia a maior autonomia 
do Poder Executivo na elaboração da política educacional e, desta forma, opunha-se 
de forma substancial da concepção democrática participativa que balizou o projeto 
da Câmara. Outro ponto excluído em tal projeto forma os dispositivos referentes 
diretamente aos órgãos e mecanismos de participação, bem como dispositivos sobre 
a autonomia da escola (NARDI, 2016). 
 Sobre espaços e mecanismos de participação, são referidos, no art. 14 da Lei 
de Diretrizes e Bases, aprovada em 1996, a obrigatoriedade do projeto político 
pedagógico e dos conselhos escolares ou equivalentes. 
 A figura do Conselho Nacional de Educação foi mantida, embora tendo sido 
mencionada uma única vez, conferidas ao órgão “funções normativas e de 
15 
 
 
 
 
supervisão e atividade permanente, criado por lei”. Resumindo, o processo que 
resultou na atual Lei de Diretrizes e Bases deu lugar a uma síntese de dispositivos 
sobre a gestão democrática do ensino público na educação básica, alocadas mais 
precisamente nos artigos 3º e 14ª da lei. 
 Os dispositivos 9º trouxe como um mecanismo de efetivação da gestão 
democrática a elaboração do Plano Nacional de Educação, em colaboração com os 
estados, o Distrito Federal e os municípios. A exemplo, o artigo 12º atribuiu às 
escolas a elaboração e execução de suas propostas pedagógicas, por meio do 
projeto político pedagógico que também compuseram o conjunto de normas (NARDI, 
2016). 
 Conforme assinalamos, de um projeto amplo e diferente de propostas que 
visavam estabelecer regras para a flexibilidade ao princípio da gestão democrática 
do ensino público ao longo de duas décadas mostras o que propôs a lei de diretrizes 
e bases, assistimos a uma mudança de cenário, marcada pela efetivação do Plano 
Nacional de Educação, principalmente no que diz respeito ao tratamento dado às 
propostas no cenário legislativo. 
 Não se pode afirmar que tenha havido uma quebra ou completa 
marginalização dos diferentes objetivos, antes informadas pelas diferentes propostas 
de mudança e aditamento em dispositivos da LDB, no entanto é possível afirmar que 
algumas propostas foram correspondidas pelo Plano Nacional de Educação, assim 
como ele parece ter firmado referências que impuseram alguma baliza a 
determinados objetivos e intencionalidades. Do exposto, prevalecem os avanços 
quanto ao conceito da gestão democrática do ensino público para que sejam 
protagonizados pelos sistemas de ensino, também por meio de legislação 
específica, agora estabelecida pelas estratégias da meta 19 no Plano Nacional de 
Educação (NARDI, 2016). 
 Em favor de uma maior autonomia aos municípios, estes se viram perante 
desafios referentes à participação no regime de colaboração, de forma solidária, 
junto aos Estados e à União; a uma previsão da educação municipal, enquanto 
capítulo específico, na formulação de suas Leis Orgânicas e dificuldades em relação 
à elaboração dos Planos Municipais de Educação e a constituição de seus 
16 
 
 
 
 
Conselhos de Educação e de Acompanhamento e Controle Social. (SOUZA e 
FARIA, 2004). 
 A lei mencionada na Constituição (1988) deveria ser a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/1996. Essa normativa ratifica, em 
seu artigo 3º, que também trata dos princípios da educação nacional, aquilo que a 
Constituição de 1988 já indicava, mas dispõe de maneira um pouco mais específica 
no inciso VIII: “gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da 
legislação dos sistemas de ensino”. 
 A partir do anunciado no parágrafo acima, entende-se que a LDB adianta que 
tratará da temática, mas que os sistemas estaduais e municipais de ensino poderão 
e deverão regulamentá-la também nas suas próprias esferas (SOUZA e PIRES, 
2018). 
 Mais adiante, no artigo 14, a LDB retoma a temática e propõe que os 
municípios e os sistemas de ensino são que devem definiras normas da gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas 
especificidades e conforme os seguintes princípios: 
 
I - participação dos prof issionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola; 
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares 
ou equivalentes. (BRASIL, 1996) 
 
 Uma vez que a Lei de Diretrizes e Bases (1996) autoriza os entes federados a 
organizarem seu próprio regramento acerca da matéria, como discutido, esses então 
de organizam e criam leias a respeito dessa matéria, assunto que será tratado no 
próximo capítulo desta unidade. 
 
PARA SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO 
Livro: LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. 
Autor: Iria Brzezinski Org. 
 
Considerações finais deste capítulo 
 A partir do que estudamos neste capítulo, pode-se concluir que a sociedade 
alterou suas formas de fazer política ao longo da história, a monarquia, que por 
muitas décadas garantiu um Estado absoluto, deu lugar a uma sociedade capitalista 
17 
 
 
 
 
de poder centralizado no povo, democrática, que a partir do sufrágio, pôde escolher 
seus governantes- o Estado Moderno. 
 Estudamos também que, após duas décadas de regime militar, instalou-se, no 
Brasil, intensa mobilização para a implementação do federalismo por meio da 
Constituição federal, aprovada em 1988, com vias à concretização da plena 
participação social das decisões públicas, o que impactou a educação por meio da 
gestão democrática que, apesar de aparecer no texto lei constitucional, só foi 
normatizado em lei própria em 1996 após intensa e tumultuada tramitação, mas que, 
por fim, atendeu a gestão democrática das escolas públicas. 
 A partir da Lei de Diretrizes e Bases, eclodem, no Brasil, vários estudos em 
relação à gestão democrática, e os sistemas estaduais e municipais tendem a 
regulamentar essa matéria em leis específicas como estudaremos também no 
próximo capítulo. 
 
 
18 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
Questão 1 
Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Recife - PE Prova: Analista de 
Planejamento, Orçamento e Gestão 
A partir do século XVI, a Europa Ocidental sofreu diversas transformações que 
promoveram o crescimento das cidades, das atividades comerciais e da ciência. Foi 
em meio a essas mudanças que as Monarquias Nacionais surgiram, contribuindo 
para o fortalecimento do poder real e acarretando no desaparecimento gradual da 
servidão e no declínio do mundo feudal. O Estado Nacional Moderno consistiu em 
um conjunto de práticas envolvendo questões de ordem econômica, social e política. 
Assim, o símbolo da formação dos Estados Modernos na Europa deu -se com: 
A) A participação dos burgueses na condução da política. 
B) O processo de centralização política nas mãos do rei. 
C) A unificação dos países e de suas elites. 
D) O surgimento da representatividade política através do parlamentarismo. 
E) As primeiras iniciativas de implementação da democracia. 
 
Questão 2 
Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: TJ-PA Prova: Analista Judiciário. 
A redemocratização do país, no período imediatamente posterior ao regime 
militar, promoveu a descentralização da ação governamental e a atualização do 
arcabouço institucional. Entretanto, algumas medidas tiveram efeitos negativos. 
Neste contexto, considera-se um retrocesso na modernização da administração 
pública do país: 
a) O restabelecimento das eleições diretas em dois turnos para presidente, 
governador e prefeito. 
b) O processo de municipalização da gestão pública, o que concede maiores 
poderes aos municípios. 
c) A criação de conselhos municipais em várias áreas de interesse público. 
d) A redução da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos 
órgãos públicos. 
19 
 
 
 
 
e) A ampliação da participação da sociedade na resolução de assuntos 
comunitários. 
 
Questão 3 
Ano: 2019 Banca: IDHTEC Órgão: Prefeitura de Macaparana - PE Prova: 
Professor de Educação Básica - 1º ao 5º ano 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN 9394/96, determina, 
em seu artigo 14, que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas 
peculiaridades. Entende-se por gestão democrática: 
a) A prática administrativa na qual o gestor constrói a proposta pedagógica da 
escola e compartilha em seguida com os outros segmentos da escola. 
b) O fazer cotidiano que o gestor escolar executa, pautado nos princípios de 
autonomia e centralização. 
c) A prática de participação coletiva, onde os diferentes seguimentos da 
comunidade escolar participam da organização da escola e da construção de sua 
proposta pedagógica. 
d) Um fazer administrativo, na qual a figura do gestor é de fundamental 
importância, visto ser esse o responsável por garantir o controle e a autonomia dos 
sujeitos determinando quais seguimentos podem ou não participar da gestão da 
escola. 
e) Uma forma de atuar frente às políticas educacionais impostas pelo poder 
público, uma vez que a escola pública pode construir sua proposta autonomamente, 
criando diretrizes e orientações contrárias aos órgãos oficiais de ensino. 
 
Questão 4 
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: Prefeitura de Quatro Barras - PR Prova: 
Professor 
É um princípio constituidor da gestão democrática: 
a) A consulta pública para a constituição da equipe gestora das instituições de 
educação básica. 
20 
 
 
 
 
b) A participação dos estudantes em grêmios escolares ou em espaços de 
representação equivalentes. 
c) A participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola. 
d) A eleição para diretor e coordenador pedagógico via conselhos escolares ou 
associação de professores. 
e) A gestão da escola a partir de conselhos deliberativos constituídos por pais, 
professores e alunos. 
 
Questão 5 
Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IF-PB Prova: Técnico em Assuntos 
Educacionais 
Com relação ao contexto escolar, a escola deve ser entendida como espaço 
real de participação e transparência como princípios da gestão democrática. 
Contudo, observamos a necessidade de a escola pública buscar de fato uma 
educação transformadora que possibilite ao educando tornar-se capaz de atuar de 
forma ética e participativa em seu ambiente local e global. Sobre o tema, analise as 
afirmativas a seguir. 
I. A democratização da gestão na escola encontra muitos desafios em sua 
efetivação, sendo um deles a lógica centralizadora na figura do diretor que constitui 
o dia a dia das escolas em espaços impeditivos à participação da comunidade, sem 
momentos de discussão e reflexão acerca do processo educativo. 
II. O projeto político - pedagógico concebido em visão dialógica e democrática 
deve ser resultado apenas da perspectiva da equipe gestora. 
III. A gestão democrática deve garantir mecanismos e condições para que 
espaços de participação, discussão e tomada de decisão possam ser concretizados 
no cotidiano escolar. 
Assinale: 
a) Se somente a afirmativa II estiver correta. 
b) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
c) Se somente a afirmativa I estiver correta. 
d) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
21 
 
 
 
 
e) Se somente a afirmativa III estiver correta. 
 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE 
 A partir das políticas neoliberais de Estado implementadas e difundidas no 
Brasil a partir do final de 1980 e por toda a década de 1990, tivemos a inserção da 
gestão democrática do ensino público no campo educacional. A partir dessas 
informações responda: Quais as principais normativas para a efetivação da gestão 
democrática do ensino público? 
 
TREINO INÉDITO 
O autor que ficou conhecido por difundir ideias a respeito de novas formas de 
dominação a partir do sistema capitalista e que estabeleceu o conceito de biopoder 
é: 
a. Frederick Marx. 
b. Engels.c. Foucault. 
d. Weber. 
e. Rousseau. 
 
NA MÍDIA 
Gestão Escolar Contemporânea 
 Há vários impasses, desafios e possibilidades de se desenvolver uma gestão 
democrática escolar. Ademais, há muitas reflexões a fazer. 
A partir das décadas de oitenta e noventa, as instituições de ensino passaram por 
inúmeras transformações de cunho econômico, social, cultural e tecnológico que 
pressupõem a busca da descentralização do ponto de vista político e administrativo, 
com o fito de modernizar os processos de gestão escolar e considerar a escola 
como unidade autônoma e constituída de projeto participativo e cidadanizante. 
A concepção democrática de gestão educacional deve ser compartilhada com os 
diferentes segmentos da comunidade, não obstante, há a necessidade de fortalecer 
a democratização e a participação responsável, onde todos atuam e opinam nas 
22 
 
 
 
 
decisões necessárias mediante um compromisso coletivo, buscando realmente 
efetivar resultados educacionais mais significativos e edificantes. 
Nem sempre foi assim entendida, a administração de processos educativos que se 
atrelou inicialmente à concepção de divisão do trabalho na linha do taylorismo e do 
fordismo, onde discutir, planejar, pensar e agir eram dimensões estanques e até 
divorciadas, além de isoladas do processo integral. 
Assim, o trabalho era visto nas escolas como de cunho essencialmente técnico, 
racional, burocrático e reprodutivista, dividindo as atividades entre aqueles que as 
planejam e aqueles que as executam. 
Surge, assim, a necessidade premente de refletir sobre a gestão escolar e suas 
implicações decorrentes da mudança no modo de organizar e planejar as ações no 
âmbito escolar. Foi a partir da redemocratização de 1985 que começou a se cogitar 
em gestão democrática escolar. 
Principalmente, porque num Estado Democrático de Direito, a gestão escolar 
deveria ser igualmente democrática e compartilhada pelos diversos segmentos da 
comunidade, descentralizando, desse modo, os processos de decisão e as ações 
ocorrentes no interior das instituições escolares e de ensino. 
O descentralizar tem como marco principal a década de noventa, quando a Lei 
9394/96 (LDB) que passou a efetivar e positivar relevantes mudanças referentes à 
administração financeira, administrativa e pedagógica. E, assim, os movimentos em 
prol da gestão democrática escolar tomou força e conteúdo. 
 A partir dessa década, os gestores das escolas públicas passaram a ter seu 
papel ampliado, isto é, passaram exercer funções que outrora eram executadas por 
órgãos centrais e setoriais dos sistemas educacionais. 
 A gestão requer a participação de todos os profissionais da educação e da 
comunidade escolar, pois, na perspectiva democrática, todos devem debater ideias 
e construir coletivamente os projetos e propostas para a escola, considerando as 
fundamentais, prioritárias e necessárias. 
 Faz-se, assim, a socialização profissional na construção mútua de questões 
que condizem com a prática democrática na educação. 
 A gestão democrática é chave primordial para se efetuar as necessárias 
mudanças no estilo de gestão e, com isso, tornar-se o modelo para a comunidade 
23 
 
 
 
 
escolar, uma vez que estimula as pessoas a integrarem uma gestão participativa, 
onde cada indivíduo deve ter responsabilidade e compromisso com o sucesso da 
escola, com qualidade e eficácia, com isso, a gestão democrática. [...] 
Fonte: JORNAL JURÍDICO 
Data: 10 mar. 2020. 
Leia a notícia na íntegra: https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/gestao-
escolar-contemporanea 
 
NA PRÁTICA 
A gestão democrática e participação da comunidade das decisões é algo imposto 
nas legislações educacionais, no entanto, na prática, ainda temos muita dificuldade 
de empregá-la, seja pela hierarquia escolar demarcada ou pela falta de vontade ou 
de conhecimento da comunidade educacional. 
PARA SABER MAIS 
Vídeo sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=_a13nWelrbE 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 - A GESTÃO DEMOCRÁTICA NOS SISTEMAS: FEDERAL, 
ESTADUAIS E MUNICIPAIS 
 
 Estudamos no capítulo anterior que, a partir dos pressupostos do Estado 
Novo e normas constitucionais, temos, hoje, uma sociedade democrática, o que 
garantiu, para o campo educacional, a gestão democrática das escolas públicas 
normatizas pela Lei de Diretrizes e Bases em 1996, que dispõe que cada estado, 
município e sistema de ensino elaborarão seus próprios regimentos, o que veremos 
neste capítulo. 
 Outra regulamentação estabelecida pela Lei de Diretrizes e bases é a 
formulação do plano nacional de educação e planos estaduais e municipais de 
educação a partir da participação popular temáticas deste capítulo. 
 
2.1 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E A GESTÃO DEMOCRÁTICA 
 
 De acordo com Boaventura (2000), desde a criação do Conselho Nacional 
de Educação e o Manifesto dos Pioneiros no início da década de 1930, já apontava 
a necessidade da elaboração de um plano nacional de educação, como um projeto 
que ultrapassasse uma gestão de governo. 
 Saviani (1999) afirma que, em coro ao Manifesto dos Pioneiros, a 
Constituição de 1934 estabeleceu, como uma das atribuições do governo federal, 
implementar o plano nacional de educação, de acordo com os sistemas de ensino 
de todos os graus, comuns e especializados, além de coordenar e fiscalizar a sua 
execução em todo o Brasil, no entanto, em 1937, o Conselho Nacional de Educação 
apresentou um projeto de plano que não foi concluído, por conta da suspensão dos 
trabalhos da Câmara dos Deputados, na qual o plano estava em análise. 
Somente na década de 1960, foi esboçado um plano pelo Conselho Federal de 
Educação que prezava pela aplicação dos recursos federais para a educação, que, 
no entanto, foi abortado antes de ser encaminhado ao legislativo. Entre 1970 e 1980, 
durante o regime militar, a elaboração dos planos de educação esteve atrelada aos 
processos mais gerais de planejamento centralizado do governo nacional da 
ditadura sem, contudo, a consulta de profissionais da educação (SAVIANI, 1999). 
25 
 
 
 
 
Teixeira (2004) compreende que a democratização da sociedade brasileira 
influenciou, na década de 1980, propostas de participação da sociedade civil em 
diferentes âmbitos da administração pública incentivando a criação de conselhos 
municipais de educação que tiveram amparo legal. Tais conselhos tinham como 
lócus de discussão e de participação as questões educacionais. 
Somente a partir de intensa mobilização popular em 1988, a Constituição 
Federal incorporou a obrigação de se estabelecer um plano nacional de educação 
decenal que tivesse como plano de fundo a gestão democrática com ampla 
participação social, e, nesse movimento, os conselhos foram fortalecidos a ponto de 
se estruturarem, dentro do princípio da autonomia, tornando-se essencial no 
processo de gestão democrática da educação. 
A LDBEN 9394/96 destaca a necessidade de integração escola-comunidade, a 
participação dos docentes na elaboração do projeto político-pedagógico, dos pais 
em órgãos colegiados e a progressiva autonomia destinada à escola pública de 
educação básica, impulsionando a criação dos conselhos municipais de educação, 
essa mesma lei determinou o prazo de um ano para a União encaminhar ao 
Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação e, no entanto, somente 13 anos 
depois da promulgação da Constituição Federal e quatro anos após a LDBEN 
9394/96, foi aprovado o Plano Nacional de Educação com vigência de 2001 a 2010, 
tendo como principal problema enfrentado em sua aprovação e execução os 
recursos financeiros utilizados para se alcançar as metas estabelecidas (BRASIL, 
2014). 
Conforme Teixeira (2004), os planos de educação são documentos, com força 
de lei, que estabelecem metas para que a garantia do direito à educação de 
qualidade avance em um município, estado ou país. Abordam o conju nto do 
atendimento educacionalexistente em um território, envolvendo redes municipais, 
estaduais, federais e as instituições privadas que atuam em diferentes níveis e 
modalidades da educação: das creches às universidades. 
Trata-se, pois, do principal instrumento da política pública educacional e por ser 
decenal os planos de educação se caracterizam como um instrumento contra a 
descontinuidade das políticas, na qual orienta a gestão da educação por meio do 
controle social e a participação da sociedade civil. 
26 
 
 
 
 
Destaca-se que o plano que se findou em 2010 previu que os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios elaborassem planos decenais correspondentes, no 
entanto, ao final do período de vigência do Plano Nacional, praticamente metade dos 
Estados e dos Municípios ainda não havia elaborado seus respectivos planos. Além 
da restrição de recursos, a falta de centralidade do plano, na formulação da política 
nacional de educação, a ausência de regulamentação sobre a colaboração entre os 
entes federados bem como a cultura política brasileira, por vezes, contrária à 
construção democrática de planos de longo prazo têm sido consideradas 
explicações para esta situação, a qual se espera transformar com a formulação do 
novo Plano Nacional de Educação e outras ações voltadas à participação nos 
processos de construção e revisão dos planos estaduais e municipais de Educação 
(BRASIL, 2014). 
A figura abaixo ilustra de forma objetiva as dez diretrizes do novo Plano 
Nacional de Educação. 
 
Figura 2: Diretrizes estabelecidas no Plano Nacional de Educação (2014-2024) 
 
Fonte: INEP, 2014. 
 
Nesse sentido, o novo Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em 
junho de 2014, estabeleceu a elaboração e a revisão dos planos municipais e 
27 
 
 
 
 
estaduais de educação a partir de amplos processos participativos e embates dos 
vários sujeitos da sociedade sobre a educação, conforme o art. 8º, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios deverão formular seus planos de educação, ou 
ajustar os planos já normatizados, observando a correspondência com as diretrizes, 
metas e estratégias previstas no Plano Nacional de Educação. (BRASIL, 2014). 
Diante da política educacional proposta, houve ampla mobilização nacional 
para a aprovação dos planos estaduais e municipais. A respeito da participação 
social na elaboração e acompanhamento dos planos, nota-se que o capítulo 2º 
dispõe que os processos de elaboração e adequação dos planos seriam realizados 
com ampla participação social por meio de representação da comunidade 
educacional e da sociedade civil. 
Nesse sentido, a meta 19 estabelece o dever de assegurar, no prazo de 2 anos 
a partir da aprovação do Plano Nacional de Educação, condições para a efetivação 
da gestão democrática na educação aliada a critérios técnicos de mérito e 
desempenho e à consulta popular da comunidade escolar, no âmbito das escolas 
públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. 
Podemos analisar ainda que uma das estratégias da meta discutida no 
parágrafo anterior é o estímulo e fortalecimento dos conselhos de educação como 
órgãos de participação e controle da gestão das escolas e sistemas, inclusive 
assegurando a plena participação por meio de programas de formação de 
conselheiros visando assegurar condições de funcionamento autônomo (BRASIL, 
2014). 
Para oportunizar a atuação dos agentes sociais, torna-se necessária a criação 
e ressignificação de mecanismos institucionais de participação direta e 
representativa dos segmentos envolvidos com a educação, dentre os quais se 
destaca o conselho municipal de educação, exercendo o papel de articulador e 
mediador das demandas educacionais do município, junto aos gestores do poder 
público municipal. Nesse sentido, o conselho municipal de educação, na qualidade 
de órgão de composição plural e de ampla representatividade social, através do 
exercício de suas funções normativa, consultiva, propositora e fiscalizadora, ocupa 
posição fundamental na efetivação da gestão democrática dentro das possibilidades 
28 
 
 
 
 
dos planos municipais de educação, o qual viabiliza a autonomia do município no 
gerenciamento de suas políticas educacionais. 
De acordo com Souza e Faria (2004), o regime de colaboração entre os entes 
federados somente se efetivará quando o financiamento educacional se efetivar de 
forma autônoma e equitativa. 
Nesse sentido, o desafio então é definir e consolidar estratégias exequíveis que 
dessem conta da gestão democrática apontada nos textos de lei. 
Consequentemente, os municípios, para exercerem a democracia exigida nas leis, 
deveriam alicerçar suas instituições políticas e atos legais, reformulando as leis 
municipais e criando os Conselhos Municipais de Educação e os Conselhos de 
Acompanhamento e Controle Social, entre outros, nos quais se baseiam nas 
diretrizes norteadoras dessa construção em âmbito local. (SOUZA e FARIA, 2004). 
No caso dos sistemas públicos municipais de ensino, essas diretrizes devem 
ainda estar dispostas em seus Planos Municipais de Educação, havendo a 
necessidade de que sejam elaborados de forma democrática com ampla 
participação social e em conformidade aos Planos Estaduais e Nacional de 
Educação (SOUZA e FARIA, 2004). 
Esses dispositivos dialogam com a Lei Federal nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional – LDB) e com uma demanda histórica de 
educadores e da sociedade, em favor da democratização da gestão escolar, que é 
consequência do reconhecimento da necessidade de se estabelecer no universo 
escolar e educacional condições mais dialógicas e participativas, favorecendo a 
socialização do poder institucional e a constituição de um ambiente mais adequado 
ao ensino e à aprendizagem (SOUZA e PIRES, 2018). 
 Do exposto, o Plano Nacional de Educação estabeleceu inclusive sobre a 
necessidade de os estados e municípios aprovarem regras específicas para a 
gestão democrática em seus sistemas de ensino. (SOUZA e PIRES, 2018). 
 A seguir, a imagem apresenta um resumo das vinte metas do Plano Nacional 
de Educação 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
Figura 3: Resumo das metas do Plano Nacional de Educação 
 
Fonte: Abreu, 2014. 
 
Observa-se que o princípio da gestão democrática, além de ser um preceito 
legal, configura-se, atualmente, como uma exigência política e ética, possibilitando a 
30 
 
 
 
 
participação da sociedade civil na definição e acompanhamento das políticas 
públicas educacionais nos sistemas de ensino do país. 
 O Plano Nacional de Educação Lei nº 13.005/2014 difere da primeira Lei nº 
010172/2001, principalmente, em relação à grande participação popular que o atual 
plano propôs, bem como a elaboração dos planos municipais de educação que 
atrelados aos Planos Nacionais de Educação e Planos Estaduais de Educação. 
Nessa proposta, a formulação dos planos municipais dos agentes locais, os quais se 
debruçaram junto aos conselhos municipais de educação a fim de pensar na 
melhoria da qualidade de ensino em suas cidades e consequentemente, de seus 
índices. 
 No entanto, no primeiro biênio de vigência do plano, assim como observado 
na primeira proposta do Plano Nacional de Educação, lei n° 010172/2001, a 
problemática enfrentada encontra-se, principalmente, centrada no financiamento 
educacional, sobretudo após a aprovação da emenda constitucional 95, relacionada 
à PEC 241-55/2016 que determinou que nenhum investimento em áreas sociais 
pudesse exceder ao reajuste inflacionário por 20 anos, congelando, assim, o 
investimento em novas escolas, valorização dos profissionais de educação, enfim 
atravancando várias, e ou, se não todas as 20 metas estabelecidas no plano, aliado 
a esse problema, enfrentamos no Brasil nesse momento grande instabilidade política 
que tem causado enfraquecimento das instâncias de participação e fragilização da 
democracia. 
 O item a seguir apresenta uma leitura atualizadada condição de 
normatização do artigo 9º, do Plano Nacional de Educação, buscando mostrar, por 
meio de um panorama dos estados da federação, em que condição se encontram os 
processos de normatização da gestão democrática e o cumprimento dos dispositivos 
legais mencionados. Ademais, analisa o alcance e a (in)suficiência dessa legislação, 
tanto das exigências formais quanto das necessidades de democratização da gestão 
da educação pública. 
 
PARA SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO: 
Vídeo: Salto para o futuro PNE 
Link: http://pne.mec.gov.br/videos/item/39-salto-para-futuro-pne 
31 
 
 
 
 
2.2 A GESTÃO DEMOCRÁTICA NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS 
 
 Como analisamos no item acima, o Plano Nacional de educação estabeleceu 
que cada estado e município elaborassem seus respectivos Planos Estaduais de 
Educação e Planos Municipais de Educação com participação social, n esse sentido 
houve ampla mobilização para sua elaboração. 
 Oliveira e Menezes (2018) analisa que “nas últimas duas décadas observou -
se um movimento de dimensões mundiais rumo a padrões descentralizados de 
gestão dos sistemas educacionais”. Observa que reformas educacionais foram 
implementadas em âmbito mundial, tanto nos países em desenvolvimento como nos 
desenvolvidos, para os quais os governos vêm buscando dar autonomia 
administrativa e financeira, através da participação da comunidade nos colegiados e 
outras formas de gestão representativa nas escolas, passando-se, assim, o poder de 
decisão para essas comunidades escolares. Esses autores relatam também que na 
América Latina as agências de financiamento, especialmente o Banco Mundial, 
tiveram papel fundamental nessas mudanças, através de seus programas que 
cobravam ajustes estruturais em âmbito educacional (OLIVERA e MENEZES, 2018). 
 De modo geral, Oliveira e Menezes (2018) observam que os Sistemas 
Estaduais de Ensino no Brasil possuem, a par de outras instâncias, dois órgãos 
superiores de administração da educação estadual que, em tese, devem atuar de 
forma articulada: a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e o Conselho 
Estadual de Educação (CEE). 
 O primeiro órgão, predominantemente executivo, exerce funções de 
coordenação, supervisão, articulação e implementação das políticas e ações 
educacionais. 
 Já o segundo, órgão preponderantemente normativo, também com 
competências de assessoramento, atua na fiscalização e controle e, ainda na 
proposição de políticas educacionais locais e foram a partir dessas duas instâncias 
que foram produzidos os Planos Estaduais de educação em sua maioria formulados 
por esses órgãos ainda em 2014, o entanto, segundo esses autores, existe um 
quadro de insuficiência da legislação estadual no que se refere à gestão 
democrática, que não se mostra capaz, mesmo muitos anos após a aprovação da 
32 
 
 
 
 
Constituição de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases (1996), de traduzir o princípio 
democrático em regramentos para os seus sistemas (SOUZA e PIRES, 2018). 
 Os Planos Estaduais de Educação (PEEs) são considerados importantes 
instrumentos de gestão, cuja particularidade implica, de um lado, integrar objetivos e 
metas do plano nacional, traduzindo-os, portanto, para a realidade territorial do 
estado e, de outro, prever a sua articulação às demandas municipais, a fim de que 
essas localidades possam adequar o planejamento nacional às suas 
particularidades (SOUZA e MENEZES, 2017). 
 Os Planos Municipais de educação devem levar em consideração tanto as 
metas federais instituídas no Plano Nacional de educação quanto as metas 
estaduais – referentes ao estado da federação a qual o município está inserido – 
expostas no Plano Estadual de educação. 
 Sobre os planos municipais de educação, um primeiro reflexo gerado pela 
atribuição de uma maior autonomia aos municípios refere-se à contemplação da 
educação nas Leis Orgânicas Municipais (LOMs), estas podendo ser consideradas 
enquanto “Constituições Municipais” (SOUZA e FARIA, 2004). 
 Nesse sentido, os Planos Municipais de Educação se constituem como 
política educacional municipal mais abrangente e deve conter todas as aspirações 
da comunidade educacional e sociedade sobre a qualidade de ensino que se 
pretende na cidade. 
 Temos que levar em conta ainda que, apesar das metas estabelecidas nesse 
plano, as escolas devem elaborar o seu Projeto Político Pedagógico que 
contemplará as especificidades da comunidade local a que se refere à escola, 
levando em consideração, ainda, que, para as aprendizagens escolares, a federação 
deve contemplar a Base Nacional Comum Curricular. 
 A elaboração dos Planos Municipais deve seguir protocolos específicos para 
que contemple a participação popular e se torne efetivação uma lei municipal. 
 A figura a seguir ilustra os passos percorridos pelos municípios até a 
aprovação dos planos municipais de educação. 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
Figura 4: Passo a passo para a formulação dos planos municipais de educação 
 
Fonte: INEP, 2014. 
 
 Os Planos Nacionais de Educação reformulados em 2014 (em substituição ao 
de 2010) fortaleceram ainda mais a elaboração de um Sistema Municipal e a criação 
dos conselhos municipais de educação no sentido de supervisionar “de perto” as 
ações referentes às metas estabelecidas pelos municípios nos planos municipais de 
educação. 
De acordo com Monlevade (2003, p.44), havendo um “conselho municipal de 
educação, com poder normativo ou somente consultivo, é dele o papel primordial de 
inspirar, incentivar, cobrar e orientar todo o processo de elaboração, execução e 
avaliação do PME”. 
No contexto mais recente de descentralização da educação via 
municipalização, a ideia de formulação de um Plano de Educação atinge os 
Municípios de uma dupla forma: de um lado, pelo menos em termos formais, 
chamando o poder local a participar da formulação desse plano de modo a garantir 
que este não venha se reduzir a um Plano Federal, mas de toda a sociedade e, de 
outro, definindo uma tendência local voltada à elaboração de seus respectivos 
34 
 
 
 
 
Planos Municipais de Educação. No segundo caso, há de se considerar que esses 
Planos Municipais de Educação, apesar de não se afigurarem enquanto exigência 
legal, constituem-se em instrumentos considerados de grande importância para a 
implantação e gestão dos sistemas municipais de ensino (SOUZA e FARIA, 2004). 
A ação permanente do conselho municipal de educação, com democracia, 
legitimidade e qualidade científica, visa garantir não somente a qualidade do 
processo de construção do plano municipal de educação, mas também a qualidade 
social do plano. 
A respeito da participação social na elaboração e acompanhamen to dos planos 
já citado neste capítulo o parágrafo 2º, meta 19 e estratégia 19.5 estabelece a 
importância da formação dos conselheiros para conseguirem alcançar condições 
técnicas para que participem de forma plena e autônoma da elaboração e 
acompanhamento dos planos municipais de educação. 
Segundo o “de olho nos planos”, site que monitora os planos municipais de 
educação, em 2019, quando o plano nacional de educação completou quatro anos 
de vigência, três balanços de quatro anos de sua implementação foram divulgados 
pelo INEP, em todos eles, o cenário é de grave descumprimento. 
No balanço realizado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação1 em 
parceria com a Universidade Federal do Paraná, verificou-se, ainda com atraso, 
apenas um dispositivo foi cumprido de maneira integral: a publicação bianual de 
estudo de aferição da evolução das metas. 
De responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (INEP), o 
último estudo (2018) indicou o alcance da meta 13 ainda em 2015, que versa sobre 
a titulação mínima de docentes do Ensino Superior, na qual foi estipulada a garan tia 
de pelo menos 75% de mestres e 35% doutores, por outro lado, o relatório observou 
graves diferenças quando se analisa o dado discriminadopor tipo de instituição: nas 
organizações de ensino superior privadas, a titulação continua aquém da esperada. 
 
1 Campanha Nacional pelo Direito à Educação: fundação em 5 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro às 
vésperas do Fórum Mundial de Educação de Dakar, no Senegal, Com propósito de somar diferentes forças 
políticas pela efetivação dos direitos educacionais garantidos por lei para que todo cidadão e toda cidadã tenha m 
acesso a uma educação pública de qualidade. 
 
http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/1476034
35 
 
 
 
 
A ANPAE - Associação Nacional de Políticas e Administração da Educação - 
publicou também uma série sobre artigos acadêmicos sobre a análise das metas do 
Plano. 
Mesmo construído com ampla participação social e aprovado pelo poder 
legislativo e mesmo com o prazo de 10 anos para justamente esse plano ter 
descontinuidade política, infelizmente, não é o cenário que observamos. O Plano 
Nacional de Educação tem sido ignorado pelo Governo Federal. 
Com o desmonte do Fórum Nacional de Educação e a mudança da 
coordenação da CONAE - Conferência Nacional de Educação para o Ministério da 
Educação acarretou no enfraquecimento das instâncias de participação da 
sociedade civil e mobilização social. 
Para maior agrave houve a extinção da SASE, responsável por dar assistência 
ao monitoramento dos planos de educação e a falta de outro ente federal que 
cumpra esta função dificulta o acompanhamento do plano nos estados e municípios. 
Outro ponto que importa destacar é que o texto da Lei do Plano Nacional de 
Educação estabelece um prazo que já expirou para que todos os entes federados 
regulamentem a gestão democrática em sua circunscrição. No entanto, segundo 
levantamento, apenas 44,4% das Unidades Federativas o fizeram, o que pode ser 
observado no quadro a seguir (SOUZA e PIRES, 2018). 
 
Quadro 1 – Panorama da gestão democrática dos estados e Distrito Federal 
 
Região 
 
UF 
 
Gestão 
democrática1 
 
Diretores2 
 
Conselho 
Escolar3 
 
Outras 
Formas4 
 
 
 
N 
RR 
AM 
AP 
AC 
PA 
TO 
RO 
 
 
 
 
NE 
MA 
PI 
CE 
RN 
PB 
PE 
AL 
36 
 
 
 
 
SE 
BA 
 
SE 
ES 
MG 
RJ 
SP 
 
S 
RS 
SC 
PR 
 
CO 
MS 
MT 
DF 
GO 
Fonte: SOUZA e PIRES, 2018. 
 
Legenda para compreender o quadro: 
1 Estados que possuem uma lei específica de gestão democrática no seu 
sistema de ensino. 
2 Estados que possuem decretos, resoluções ou leis específicas sobre a 
eleição, indicação ou concurso para a função de diretor e vice-diretor no seu sistema 
de ensino. 
3 Estados que possuem decretos, resoluções ou leis específicas sobre o 
conselho escolar no seu sistema de ensino. 
4 Estados que possuem outras formas de orientação sobre as criações de 
conselhos escolares, grêmios estudantis e associação de apoio ou de pais e 
mestres. 
Agravante ao quadro já estabelecido e, por último, a crise econômica ainda 
desconhecida durante a escrita deste artigo por conta da COVID-19 que poderá 
acarretar no financiamento educacional bem como na ampliação da desigualdade 
entre escolas públicas e privadas em relação à qualidade de ensino e impactar em 
muitas metas estabelecidas nos planos nacional, estaduais e municipais de 
educação. 
 Diante do cenário apresentado a proposta desse projeto não pode ficar 
enfraquecida, pois, apesar das adversidades, as escolas e sistemas municipais de 
educação estão em funcionamento, escolas estão fazendo políticas a todo o 
momento; de acordo com Ball, Maguire e Braum (2016) as políticas são colocadas 
37 
 
 
 
 
em ação em condições materiais, com diferentes recursos, em relação a 
determinados “problemas”, para esse autor: 
 
As políticas – novas e antigas- são def inidas contra e ao lado de 
compromissos, valores e formas de experiências existentes. Assim, o 
material, o estrutural e o relacional precisam ser incorporados na análise 
das políticas, a f im de compreender melhor atuações das políticas no 
âmbito institucional. (p.37) 
 
Não há como desconsiderar o movimento empreendido pelas comunidades 
escolares, discussões atreladas e organização dos conselhos municipais de 
educação em prol da elaboração dos planos municipais de educação. 
O monitoramento dos planos por parte da sociedade civil, mais do que nunca, é 
essencial para que os planos de educação estejam sintonizados com os desafios 
locais, regionais e nacionais e os conselhos municipais de educação são os órgãos 
com maior prioridade para auxiliar nesse processo. 
Para finalizar, é necessário compreender que, apesar das normativas em 
âmbitos nacional, estadual e municipal, em relação à gestão democrática a ênfase, 
todavia, continua recaindo sobre a escola, lamentavelmente. Isto é, não é 
inadequado se compreender que a escola é o epicentro do sistema educacional e, 
por isso se faz necessário que a sua gestão se paute pelos princípios e 
procedimentos democráticos. 
Do exposto, é insuficiente supor que gestores escolares agirão com a 
comunidade escolar de forma similar como são tratados pelos gestores dos sistemas 
(supervisores, secretários municipais de educação ou dirigentes de ensino). Nesse 
sentido, se pretendemos que haja relações mais horizontais na escola, um caminho 
para tal seria adequar de forma a horizontalizar as relações no âmbito do próprio 
sistema educacional, isso significa que a busca por formas democráticas da gestão 
do sistema educacional é um todo que se apresenta urgente (SOUZA e PIRES, 
2018). 
 
PARA SABER MAIS: 
Vídeo: Conselhos Municipais de Educação monitoram PME. 
Link: www.deolhonosplanos.org.br 
 
38 
 
 
 
 
Considerações finais deste capítulo 
 A partir do que estudamos nesse item, é possível compreender que o Plano 
Nacional de educação e seus consecutivos planos estaduais e municipais de 
educação são imprescindíveis para que a gestão democrática leve em consideração 
os âmbitos locais, no entanto, para que a democracia se dê de fato, é necessária à 
participação dos órgãos que garantem a participação social, como os conselhos 
estaduais e municipais de educação. 
 É necessário, também, além da participação nas formulações – o que de fato 
parece ter se efetivado – devido acompanhamento pelos órgãos de participação das 
políticas educacionais locais. 
 No próximo capítulo, estudaremos como as escolas se organizam nos seus 
interiores a partir da gestão democrática da educação, além de demonstrar um 
exemplo de sistema de ensino que tem conseguido efetivar a gestão democrática de 
seu sistema, principalmente aliando os objetivos comuns do seu sistema com os da 
escola, na qual envolve não só a gestão como um todo, mas o currículo escolar para 
garantir que por meio da formação de futuros cidadãos, continuem a lutar pelos 
ideais estabelecidos naquela comunidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
Questão 1 
Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Piracicaba - SP Prova: 
Professor de Ensino Fundamental 
Segundo Pimenta (1990), admitir um projeto significa ter consciência do que se 
quer, ou seja, quando se fala em projeto pedagógico, deve se ter, previamente, 
clareza de que está se pautando em determinadas concepções de educação e de 
ensino. Para a autora, a escola que se quer democrática precisa: 
a) Definir, a priori, uma nova qualidade, que passa pelas questões de 
organização escolar que modifique a realidade que aí está, a partir dessa realidade 
encontrada. 
b) Desconsiderar a realidade atual, para que se possa conceber uma nova 
organização escolar sem vícios. 
c) Estabelecer com clareza que a organização administrativa da escola precisa 
caminhar independentemente do pedagógico. 
d) Compor uma assessoria didático-pedagógica independente,composta de 
profissionais externos qualificados, não contaminados pelos problemas da escola. 
e) Considerar os alunos como “indivíduos reais” e, dessa forma, rebaixar o 
nível do ensino para atender as suas necessidades. 
 
Questão 2 
Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IF-PB Prova: Professor EBTT 
Acerca do tema Currículos e Projeto Político Pedagógico (PPP), analise as 
afirmativas abaixo: 
I. O Projeto Político Pedagógico tem sido concretizado no documento que 
registra o conjunto de decisões e ações para o desenvolvimento do trabalho 
educativo. É importante destacar que todo o projeto pedagógico traz, de modo 
apenas explícito, uma concepção de educação e é justamente essa compreensão 
que caracteriza a dimensão política do projeto pedagógico. 
II. Ao entender o PPP como as intenções e as práticas de se trabalhar com as 
trajetórias de formação de educandos e educadores, pode-se dizer que ele se 
40 
 
 
 
 
identifica com o currículo escolar. Como tal, o PPP precisa ser resposta a uma 
demanda viva que decorre da leitura da realidade. 
III. Um PPP que registre a proposta de um currículo crítico, isto é, um currículo 
comprometido com a superação das realidades opressivas, voltado para o 
desenvolvimento da autonomia dos seres humanos e para a luta pela ampliação das 
condições necessárias para uma vida digna para todos, pode também significar uma 
forma de resistência aos currículos hegemônicos. 
Assinale: 
a) Se todas as afirmativas estiverem corretas. 
b) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
c) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
d) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) Se somente a afirmativa I estiver correta. 
 
Questão 3 
Ano: 2018 Banca: CONSCAM Órgão: Prefeitura de Bariri - SP Prova: Diretor de 
Escola 
Com base no documento Conselhos escolares: democratização da escola e 
construção da cidadania; caderno 1, parte II, indique o que são os Conselhos 
Escolares e sua função: 
a) Os Conselhos Escolares são órgãos singulares compostos por 
representantes especificamente das comunidades escolares, que têm como 
atribuição deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas, 
financeiras, no âmbito da escola. 
b) Os Conselhos Escolares são órgãos colegiados compostos por 
representantes especificamente das comunidades locais e estaduais, que têm como 
atribuição deliberar sobre questões administrativas, financeiras, terapêuticas, 
mediadoras, no âmbito da escola. 
c) Os Conselhos Escolares são órgãos colegiados singulares por 
representantes das comunidades escolar e local, que têm como atribuição deliberar 
sobre questões administrativas, financeiras, terapêuticas, mediadoras, no âmbito da 
escola. 
41 
 
 
 
 
d) Os Conselhos Escolares são órgãos colegiados compostos por 
representantes das comunidades escolar e local, que têm como atribuição deliberar 
sobre questões político-pedagógicas administrativas, financeiras, no âmbito da 
escola. 
e) Os Conselhos Escolares são órgãos colegiados singulares por 
representantes das comunidades escolar, local, regional e estadual, que têm como 
atribuição avaliar e qualificar sobre questões administrativas, financeiras, 
terapêuticas, mediadoras, no âmbito da escola. 
 
Questão 4 
Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IF-AM Prova: Professor - Biologia 
Com relação ao Plano Nacional de Educação – PNE, as alternativas a seguir 
completam satisfatoriamente a frase, à exceção de uma. Assinale-a. A execução do 
PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de 
avaliações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias: 
a) Ministério da Educação – MEC. 
b) Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de 
Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal. 
c) Ministério Público. 
d) Conselho Nacional de Educação – CNE. 
e) Fórum Nacional de Educação. 
 
Questão 5 
Ano: 2019 Banca: IDHTEC Órgão: Prefeitura de Macaparana - PE Prova: 
Supervisor de Ensino 
Acerca da universalização e do fluxo escolar no Ensino Fundamental de 9 
(nove) anos, a Meta 2 do PNE estabelece: 
a) Universalização a toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos, 
garantindo que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam 
essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência do PNE. 
42 
 
 
 
 
b) Universalização a toda a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, 
garantindo que todos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano 
de vigência deste PNE. 
c) Universalização a toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos, 
garantindo que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam 
essa etapa na idade recomendada, no segundo ano de vigência do plano. 
d) Universalização a toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos, 
independente da correção de fluxo. 
e) Universalização a toda a população de 5 (cinco) a 17 (dezessete) anos, 
garantindo 100% de correção do fluxo, até o último ano de vigência deste PNE. 
 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE 
Nos textos deste capítulo, estudamos os Planos de educação: Nacional, 
Estaduais e Municipais. A partir das leituras realizadas, responda qual a importâ ncia 
dos conselhos estaduais e municipais na elaboração e acompanhamento dos Planos 
estaduais e municipais de educação? 
 
TREINO INÉDITO 
Estudamos neste capítulo que os Planos de educação devem ser elaborados 
com ampla participação social. Qual o órgão de participação apresentado no texto 
como necessário na elaboração e acompanhamento dos planos municipais de 
educação? 
a. Conselho Municipal de Educação. 
b. Associação de Pais e Mestres. 
c. Caixa Escolar. 
d. Grêmio Estudantil. 
e. Conselho nacional de educação. 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
NA MÍDIA 
TCU: Brasil deverá descumprir 90% das metas do Plano Nacional de Educação 
 A área técnica do TCU correu a lupa pelas ações propostas no Plano 
Nacional de Educação. O documento estabelece diretrizes e um pacote de vinte 
metas a serem alcançadas entre 2014, quando foi lançado, e 2024. 
 O levantamento tem como base os resultados de 2019, portanto o meio do 
caminho. A conclusão é tenebrosa. De acordo com os técnicos, das duas dezenas 
de objetivos traçados, o Brasil tem alta probabilidade de não atingir 18 deles, ou 
seja, 90%. 
 O resultado do trabalho de fiscalização deve ser levado ao plenário do tribunal 
hoje à tarde pelo relator do caso, ministro Augusto Nardes, e gerar enxaquecas em 
Abraham Weintraub. 
Fonte: O GLOBO 
Data de acesso: 20 abr. 2020. 
Leia a notícia na íntegra: https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tcu-brasil-
devera-descumprir-90-das-metas-do-plano-nacional-de-educacao.html 
 
NA PRÁTICA 
Um dos maiores agravantes nesse ano para a não consecução das metas 
estabelecidas no Plano Nacional de Educação é a crise mundial decorrente da 
COVID-19 que afetou a economia mundial e consequentemente a economia 
nacional. 
PARA SABER MAIS 
Filme sobre o assunto: O QUE É PNE? Aprenda de forma definitiva tudo sobre o 
Plano Nacional de Educação 
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=t0ceez2g6L0 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
 
CAPÍTULO 3 - O SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO DAS ESCOLAS 
 
Neste capítulo, estudaremos o sistema de organização das escolas com foco 
nos órgãos de participação dentro da escola a partir da gestão democrática 
instituída. Os autores estudados defendem uma gestão escolar democrática em que 
a coletividade possa se manifestar através da participação efetiva nas decisões e 
ações da escola e, para que tal democratização ocorra, é necessário que a escola 
se transforme em uma organização aprendente. 
Participação e autonomia são fatores essenciais para que a escola construa 
um espaço de gestão escolar democrática. A partir desse conceito, compreendem 
também que a figura do diretor se transforma do administrador burocrático para o 
líder democrático, que busca

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