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Livro - Organização e Desafios da Gestão Escolar (GEE02)

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ORGANIZAÇÃO E DESAFIOS 
DA GESTÃO ESCOLAR
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Maria Aparecida de Oliveira Silva
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald
 Prof.ª Jociane Stolf
 
Revisão de Conteúdo: Prof.ª Célia Regina Appio
Revisão Gramatical: Prof.ª Sandra Pottmeier
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 371.2
 S586o Silva, Maria Aparecida de Oliveira.
 Organização e desafios da gestão escolar / Maria Aparecida 
 de Oliveira Silva. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 204 p. : il 
 ISBN 978-85-7830- 665-6
 1. Administração escolar. 2. Gestão escolar.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Maria Aparecida de Oliveira Silva
Possui graduação em Pedagogia - Administração 
Escolar (1997) e mestrado em Educação (2002) 
ambos pela Fundação Universidade Regional de 
Blumenau. Tem experiência na área de Gestão Escolar, 
Memória da Educação e na área de Formação Continuada 
da Educação com trabalhos e publicações nesta área e áreas 
afins entre eles: repetição – sugiro rever a escrita. Poderia 
ser assim, Tem experiência em Gestão Escolar, Memória 
da Educação, bem como em Formação Continuada na 
Educação com trabalhos e publicações nesta área e 
ligadas a ela. 
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
O Desenvolvimento da Democracia Participativa ...............9
CAPÍTULO 2
A Gestão Pública Escolar ...................................................23
CAPÍTULO 3
Gestão Inovadora da Escola com
Tecnologias, Juventude e Violência ...................................59
CAPÍTULO 4
A Construção de Regras na Escola ...................................91
CAPÍTULO 5
Indisciplina e o Cotidiano Escolar ...................................107
CAPÍTULO 6
Relações Humanas e Liderança .........................................123
CAPÍTULO7
Gestão do Conflito Escolar:
Modelos de Mediação .........................................................149
CAPÍTULO 8
Conflitos como Oportunidades
de Aprendizagem ..................................................................181
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Você está iniciando a disciplina Organização e Desafios da Gestão Escolar 
e juntos iremos pensar sobre questões relacionadas à gestão democrática, 
discutindo desde conceitos mais amplos até a especificidade do espaço escolar, 
que envolve diretamente a ação docente e a participação de toda a comunidade 
escolar no processo educativo. 
Neste caderno de estudos, assumimos o termo comunidade escolar como: 
docentes, funcionários, alunos, pais de alunos e as pessoas do entorno da 
unidade escolar (escola de educação básica e de educação infantil).
Numa relação democrática, onde diferentes concepções, ideias e ações 
são manifestadas, emergem conflitos que necessitam ser discutidos no coletivo. 
Também será trabalhado o conflito nas suas diferentes formas (velado e o 
explícito) suas origens e como lidar com os mesmos, assim como a violência que 
acontece quando a gestão de conflitos não é eficiente ou suficiente para impedir 
que eventos trágicos ocorram. 
Para abordarmos melhor o proposto nesta disciplina dividimos o caderno de 
estudo e em 8 (oito) capítulos, a saber: 
O primeiro capítulo tratará da conceituação de democracia participativa e 
sua constituição histórica num aspecto mais amplo para em seguida abordarmos 
o processo democrático na educação escolar, os desafios, seus limites e as 
possibilidades nesta perspectiva da gestão democrática. 
No 2º capítulo, na perspectiva de gestão democrática na educação nosso 
objetivo é desenvolvermos um estudo sobre a participação efetiva e organizada da 
sociedade na educação (Associação de Pais e Professores – APPs, Assembleias 
Escolares, Conselhos de Educação, Conselho Escolar, Fóruns de Educação e 
outros) a partir do regime de colaboração entre os entes federados, proposto pela 
legislação brasileira. 
Com objetivos de analisar os aspectos que interferem na unidade escolar 
e que propiciam ou não sucesso da aprendizagem e a superação dos entraves 
detectados, no 3º capítulo, vamos abordar o papel das Tecnologias de Informação 
e Comunicação TICs, no espaço escolar como ferramentas, dando um significado 
ao aprendizado das crianças e adolescentes, garantindo um diálogo efetivo nas 
relações educativas.
Assim, a vivência histórica construída no convívio familiar e comunitário e o 
acesso as informações atuais, como ponto de partida da aprendizagem escolar, 
possibilita abrir para questões mais universais, pois, através dos meios de 
comunicação os alunos são sensibilizados para os problemas ambientais globais, 
as questões econômicas mundiais e principalmente para a questão relacional 
que envolve crianças e adolescentes permitindo que aprendam a lidar com as 
situações conflitantes e a violência no seu dia a dia. 
Mas, ao mesmo tempo propiciar espaços significativos, envolventes de 
aprendizagem e ter um “olhar observador” permite ao gestor escolar, numa 
concepção de compartilhamento de responsabilidades, definidos no Projeto 
Político Pedagógico, com a efetiva participação de todo o coletivo, o enfrentamento 
de situações de conflito antevendo-se os possíveis eventos de violência ou pelo 
menos minimizando seus efeitos nocivos para o grupo, assunto este, que será 
abordado no 4º capítulo.
No capítulo 5º trataremos da indisciplina numa perspectiva pedagógica, 
onde não devem prevalecer nas discussões, as particularidades e os desejos 
individuais, mas, o interesse do coletivo escolar.
Para trabalharmos as questões apontadas no 6º capítulo é necessário 
conhecermos o instigante campo das relações humanas na educação e o 
processo de mobilização e organização coletiva para atingir os objetivos 
educacionais propostos na instituição de ensino. Temas como diversidade, 
autonomia, cidadania, dialogicidade são trabalhados neste capítulo assim, como 
é ampliada a discussão sobre o papel do gestor como líder na ação efetiva da 
gestão escolar, suas competências e habilidades a serem desenvolvidas para o 
exercício de liderança no espaço escolar. 
Com base nestes pressupostos, no 7º capítulo, apresentamos uma das 
propostas para gerir os conflitos escolares que é a mediação de conflitos. Tendo 
como objetivo demonstrar a importância dessa ferramenta na gestão do conflito, 
que poderá contribuir como construto de valorização humana, estimulando a 
criatividade pessoal e coletiva, propondo intervenções em nível individual e de grupo.
No 8º capítulo, com a fundamentação propiciada nos capítulos anteriores, 
numa perspectiva da gestão escolar democrática, apontamos o aprimoramento das 
relações internas e externas no espaço escolar e a necessidade do envolvimento 
e participação da comunidade nas decisões escolares. A ressignificação dos 
espaços de educação escolar, que tendo como objetivo comum a aprendizagem 
significativa das crianças e adolescentes, possibilita rever concepções e adquirir 
novos conhecimentos de maneira a intervir na realidade e odifica-la. 
Desejamos que, com acesso as informações e conceitos disponibilizados 
e os questionamentos levantados neste caderno, você estabeleça uma relação 
dialógica e que possibilite construir novos conhecimentos e atuar como profissional 
da educação e gestor competente, com compromisso de possibilitar a construçãode uma escola de qualidade social para todos. 
A autora. 
CAPÍTULO 1
O Desenvolvimento
da Democracia Participativa
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
	Mapear os termos políticos e administrativos utilizados historicamente para 
definir democracia participativa e suas implicações pedagógicas.
	Constatar as ações políticas e administrativas da gestão pública e as reper-
cussões na ação pedagógica.
10
Organização e Desafios da Gestão Escolar
11
O Desenvolvimento da Democracia Participativa Capítulo 1 
Contextualização
Caro Pós-Graduando,
Você certamente já ouviu muitas vezes em discursos e textos o termo 
democracia participativa. Mas o que significa democracia participativa?
Muitas vezes utilizamos determinadas palavras e não temos noção do 
que elas realmente significam etimológica e culturalmente falando. A palavra 
democracia tem sua origem na Grécia e é constituída a partir dos vocábulos 
“demos” que significa povo e “kratós” que é poder, governo. Isto é: poder popular 
ou governo do povo. A evolução histórica do conceito de democracia ocorreu 
como resultado dos diferentes tipos de governo que eram ou se declaravam 
democráticos. 
Uma definição mais recente de democracia é a forma de governo e de 
organização política de uma sociedade, onde o poder reside na vontade da 
totalidade dos participantes. 
Quando a democracia foi pensada pelos filósofos gregos defendia três 
direitos essenciais: igualdade, liberdade e participação, sem distinção de grupos 
ou classes sociais. Uma sociedade pode considerar-se realmente democrática, 
quando institui direitos e não apenas supre necessidade, carência ou interesse 
específicos de determinados grupos ou indivíduos, pois estes são tantos, quantos 
os grupos sociais representados no país. Direito é, portanto geral e universal, 
válido para todos os indivíduos, independentes de grupos e classes sociais.
É por isso, que a democracia é um termo difícil de ser definido, pois está 
fundamentado na noção de que toda pessoa tem o direito de participar do 
processo político, de discutir e decidir as ações políticas de forma igualitária. 
Chauí (1994) nos diz que, na prática, a democracia tem uma verdade ideológica 
quase sempre invisível para a grande maioria da população, ou seja, temos uma 
democracia formal e não concreta. 
No Brasil a democracia foi implantada na década de 1930, por Getúlio 
Dorneles Vargas e vem avançando, segundo Mafra Filho (s.d., p.3) na busca 
da opinião das pessoas que estão na base na implementação das políticas dos 
municípios, universidades e empresas públicas, estabelecendo-se a democracia 
participativa.
12
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Em virtude do movimento de redemocratização ocorrido no 
Brasil após o regime militar de 1964-1985, a Constituição Brasileira 
(1988) e outras leis “apresentam dispositivos relativos direta ou 
indiretamente à democracia participativa.” (MAFRA FILHO, s.d., p.3). 
As mudanças no quadro político, econômico e social ocorridas a 
partir da década de 1980 e, particularmente, de 1990 alteraram os 
conceitos e objetivos da educação brasileira.
Você sabe por quê?
Qual a relação entre política, economia e educação? 
Saiba que todas as ações e mudanças planejadas para um determinado 
campo influenciam direta ou indiretamente outras áreas. Neste capítulo, iremos 
iniciar uma caminhada em busca de elementos para fundamentar a ação 
pedagógica, numa concepção de gestão democrática. Entender alguns conceitos, 
reafirmar outros, para possibilitar a você, assumir seu papel de líder competente 
que busca a participação da comunidade escolar, para efetivamente fazer parte 
do movimento de educação escolar.
Etimologia - palavra vinda do grego e parte da gramática que 
estuda a história e a origem das palavras. Além disso, as palavras 
mudam o significado, nos diferentes espaços e nos diversos tempos 
históricos.
Democracia e Educação
Entendendo-se educação como prática social, a escola como 
uma instituição social, tem sua organização e suas finalidades 
demarcadas pelos fins político-pedagógicos que vão além 
das demandas econômicas, como acontece nas empresas. O 
planejamento e o desenvolvimento da educação e da escola nessa 
perspectiva implica diretamente sobre a natureza e finalidade das 
unidades escolares. As prioridades institucionais, os processos de 
As mudanças no 
quadro político, 
econômico e social 
ocorridas a partir da 
década de 1980 e, 
particularmente, de 
1990 alteraram os 
conceitos e objetivos 
da educação 
brasileira.
O planejamento e o 
desenvolvimento da 
educação e da escola 
nessa perspectiva 
implica diretamente 
sobre a natureza 
e finalidade das 
unidades escolares.
13
O Desenvolvimento da Democracia Participativa Capítulo 1 
participação e decisão, em âmbito nacional, nos sistemas de ensino e 
nas escolas refletem esta especificidade. 
No campo educacional, a luta de educadores e dos movimentos 
sociais por uma educação de qualidade social e democrática, frente 
às mudanças sociais e econômicas, nos anos 1980 e intensificadas na 
década de 1990, advindas do processo de globalização resultaram na 
inclusão do princípio de gestão democrática participativa na educação, 
na Constituição Federal (1988). No seu art. 206, a lei estabelece 
princípios para a educação brasileira, dentre eles: obrigatoriedade, 
gratuidade, liberdade, igualdade e gestão democrática, sendo esses 
regulamentados através de leis complementares.
Caro Pós – Graduando, para aprofundar seus estudos sobre 
a democracia e a educação sugerimos o livro FERREIRA, Naura 
SyriaCarapeto (Org.). Gestão democrática da educação: atuais 
tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2011.
Atividade de Estudos: 
A educação como prática social, a escola como uma instituição 
social, tem sua organização e suas finalidades demarcadas pelos 
fins político-pedagógicos que vão além das demandas econômicas, 
como acontece nas empresas.
1) Sintetize em poucas palavras, por que a educação é uma prática 
social diferente de uma empresa ou fábrica? 
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No seu art. 206, 
a lei estabelece 
princípios para a 
educação brasileira, 
dentre eles: 
obrigatoriedade, 
gratuidade, 
liberdade, 
igualdade e gestão 
democrática, 
sendo esses 
regulamentados 
através de leis 
complementares.
14
Organização e Desafios da Gestão Escolar
A globalização é um fenômeno social que tem na área econômica 
o principal responsável pelas mudanças ocorridas. “A globalização 
econômica significa unificação econômica, mas também significa 
uma crescente fragmentação econômica, social e política que se 
reflete tanto uma quanto a outra, em toda a população terrestre, 
afetando as mentes e os corações dos seres humanos, desde os 
que têm acesso aos bens culturais como os que deles são privados 
tornando-se cada vez mais excluídos” (FERREIRA, 2004, p.1228).
Desafios, Limites e Possibilidades
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96), lei 
complementar da educação, estabelece e regulamenta as diretrizes gerais para 
a educação e seus respectivos sistemas de ensino. O art. 214 da Constituição 
Federal (1988), dispõe sobre a elaboração do Plano Nacional de Educação – PNE 
(art. 9º), que mantemos princípios determinados pela lei maior, inclusive, o da 
gestão democrática do ensino público.
O PNE, aprovado em 2001 - Lei nº 10.172/2001, conforme os 
textoslegais, tem como objetivo apontar e desvelar os problemas 
referentes à qualidade do ensino e à gestão democrática decorrentes 
das diferenças socioeconômicas, políticas e regionais. Traz 
diagnósticos, diretrizes e metas para serem discutidas, avaliadas 
e implementadas tendo em vista a democratização da educação 
nacional. O PNE, também diz respeito aos diferentes níveis e 
modalidades da educação escolar, da gestão, do financiamento e 
dos profissionais da educação. 
Figura 1 - Plano Nacional de Educação 
Fonte: Disponível em:<http://www.blogeducacao.org.br/plano-nacional-de-
educacao-dobra-verba-do-pib-destinada-ao-setor/>. Acesso em: 06 jul. 2012.
O PNE, aprovado 
em 2001 - Lei 
nº 10.172/2001, 
conforme os textos 
legais, tem como 
objetivo apontar 
e desvelar os 
problemas referentes 
à qualidade do 
ensino e à gestão 
democrática 
decorrentes 
das diferenças 
socioeconômicas, 
políticas e regionais.
http://www.blogeducacao.org.br/plano-nacional-de-educacao-dobra-verba-do-pib-destinada-ao-setor/
http://www.blogeducacao.org.br/plano-nacional-de-educacao-dobra-verba-do-pib-destinada-ao-setor/
15
O Desenvolvimento da Democracia Participativa Capítulo 1 
A LDB nº 9.394/96 estabelece alguns princípios para a gestão democrática. 
No art. 3 sinaliza que o ensino será ministrado com base em diversos princípios 
e, entre eles, encontra-se a gestão democrática do ensino público, seguindo os 
preceitos dessa lei e da legislação dos sistemas de ensino.
Nos artigos 14 e 22 da (LDB nº 9.394/96), assim como no Plano Nacional 
de Educação, está expresso que os sistemas de ensino definirão as normas da 
gestão democrática do ensino público na educação básica com a participação 
dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e 
organizando a comunidade escolar e segmentos da sociedade local em conselhos 
escolares. Contudo, a democracia nas unidades escolares precisa estar vinculada 
a democratização dos vários segmentos sociais existentes, o que quase sempre 
é uma tarefa difícil.
Figura 2 - Organizando a participação da comunidade escolar
Fonte: Disponível em:<http://www.leandrofranceschini.
com.br/>. Acesso em: 13 jul. 2012.
http://www.leandrofranceschini.com.br/
http://www.leandrofranceschini.com.br/
16
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Atividade de Estudos: 
1) Relacione a coluna 1 com a coluna 2.
Coluna 1
1. Participação 
2. Democracia 
3. Gestão 
 Democrática
4. Projeto Político 
 Pedagógico
Coluna 2
( ) definida na LDB nº 9394/96, requer 
mudanças de concepção para além de 
reorganizações burocráticas estruturais.
( ) A sua elaboração requer a participação 
de toda a comunidade escolar (pais, 
alunos, professores, funcionários equipe 
gestora e comunidade local).
( ) é a forma de governo e de organização 
política de uma sociedade, onde o poder 
reside na vontade da totalidade dos 
participantes. 
( ) Segundo Libâneo (p. 102, 2004), “[...] é 
o principal meio de assegurar a gestão 
democrática da escola, possibilitando o 
envolvimento de profissionais e usuários 
no processo de tomada de decisões 
e no funcionamento da organização 
escolar. 
A gestão democrática posta na LDB nº 9394/96, requer mudança 
de concepção para além de reorganizações burocráticas estruturais. 
Rupturas acentuadas, com um novo ‘olhar’ em relação à educação 
escolar, possibilitando a construção coletiva de uma proposta 
pedagógica e a efetiva participação no processo educacional.
Figura 3 - Construção Coletiva do Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar 
Fonte: Disponível em: <http://educadorasdeexcelencias.blogspot.com.
br/2011/04/livro-i-conselhos-escolares.html>. Acesso em: 20 mai. 2012.
A gestão democrática 
posta na LDB nº 
9394/96, requer 
mudança de 
concepção para além 
de reorganizações 
burocráticas 
estruturais.
http://educadorasdeexcelencias.blogspot.com.br/2011/04/livro-i-conselhos-escolares.html
http://educadorasdeexcelencias.blogspot.com.br/2011/04/livro-i-conselhos-escolares.html
17
O Desenvolvimento da Democracia Participativa Capítulo 1 
Nos artigos 12 e 13, a LDB 9394/96 incentiva o trabalho coletivo, articulado 
e dialógico e Cury (2002) acrescenta a necessidade de intensificação das novas 
relações que devem ser estabelecidas, entre as instâncias de poder quando nos 
diz:
Mas por implicar tanto as unidades escolares como os 
sistemas de ensino, a gestão vai além do estabelecimento e 
se coloca como um desafio de novas relações (democráticas) 
de poder entre o Estado, o sistema educacional e os agentes 
deste sistema nos estabelecimentos de ensino (CURY, 2002, 
p. 173).
Regina Vinhaes Gracindo (2007) amplia o ‘olhar’ quando sinaliza, que o texto 
contido na LDB 9394/96, fala somente da gestão democrática da escola e não dos 
sistemas de ensino, mas
[...] se entendemos que o ensino público envolve tanto as 
escolas, como os sistemas de ensino, isto é, as redes e 
Secretarias de Educação, então, podemos falar também em 
gestão dos sistemas de ensino. E é assim que aqui encaramos 
o processo de gestão democrática: nas escolas e nos sistemas 
de ensino (GRACINDO, 2007, p.12).
O Ministério da Educação - MEC apresenta um conjunto de 
programas (alimentação, transporte escolar, PDDE/Programa 
Dinheiro Direto na Escola etc.) e disponibiliza a todas as escolas ou 
redes de ensino do Brasil previstos em lei ou em medida provisória. 
Todos os outros programas não obrigatórios, por força da norma 
legal de serem cumpridos, podem ter seu acesso condicionado à 
elaboração do Plano de Ações Articuladas - PAR. Assim, os estados 
e municípios somente terão a assistência técnica e financeira 
envolvendo os programas de transferência voluntária do MEC, via 
PAR.
As escolas estão se organizando buscando a participação de toda a 
comunidade escolar desde a elaboração do Projeto Político Pedagógico, até 
a constituição do Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Associação de Pais 
e Professores etc. e a sua efetiva atuação, junto aos outros conselhos ligados 
direta ou indiretamente a unidade escolar. Libâneo (2004, p. 102) reforça esta 
necessidade, pois “A participação é o principal meio de assegurar a gestão 
democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários 
no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar”. 
18
Organização e Desafios da Gestão Escolar
E isto, segundo o referido autor citado anteriormente, só é possível com um 
trabalho de equipe. Esta forma de gestão que 
[...] por meio da distribuição de responsabilidades, da 
cooperação, do diálogo, do compartilhamento de atitudes e 
modos de agir, favorece a convivência, possibilita encarar as 
mudanças necessárias, rompe com as práticas individualistas 
e leva a produzir melhores resultados de aprendizagem dos 
alunos (LIBÂNEO, 2004, p.103).
Nesse movimento, não é apenas o aluno que aprende. Todos 
aprendem, pois “Na lógica da participação se aprende, porque a 
própria participação é um processo de vivência e aprendizagens 
coletivas” (WITTMANN; NAVARRO; DOURADO; AGUIAR e 
GRACINDO, 2006, p. 16).
O panorama da educação brasileira demonstra um quadro em 
transição na busca da superação das dificuldades e na procura de 
caminhos alternativos requerendo o envolvimento dos educadores 
e, sobretudo, da sociedade em geral. As Secretarias de Educação 
devem organizar a sua participação junto aos diferentes conselhos 
da comunidade local e também propiciar e incentivar o envolvimento 
das escolas para que haja efetiva participação de toda a comunidade escolar 
(pais, alunos, profissionais da educação e comunidade local) na delimitação 
das políticas de educação que se desenvolvem em ambos os locais – escolas e 
sistemas (NÓVOA, 1999, p. 27).
A participação na educação escolar segundo Lück (2008, p. 29),
[...] caracteriza-se por uma força de atuação consciente 
pela qual os membros de uma unidade social reconhecem e 
assumem seu poder de exercer influênciana determinação 
da dinâmica dessa unidade, de sua cultura e de seus 
resultados, poder esse resultante de sua competência e 
vontade de compreender, decidir e agir sobre questões que 
lhe são afetas, dando-lhe unidade, vigor e direcionamento 
firme. 
A ação pedagógica desenvolvida no espaço escolar nessa perspectiva está 
diretamente vinculada à formação humana, ao exercício da democracia (com a 
gestão democrática) e consequentemente à democratização da sociedade e “[...] 
à universalização das condições objetivas de educação” (WITTMANN, et. al., 
2006, p.12).
Na lógica da 
participação se 
aprende, porque a 
própria participação 
é um processo 
de vivência e 
aprendizagens 
coletivas 
(WITTMANN; 
NAVARRO; 
DOURADO; AGUIAR 
e GRACINDO, 
2006, p. 16).
19
O Desenvolvimento da Democracia Participativa Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
1) Relendo o texto assinale as alternativas corretas nas frases abaixo: 
( ) Na perspectiva de uma gestão democrática, todos têm a 
possibilidade de participar da ação educacional escolar, mas 
somente os alunos é que aprendem.
( ) A ação pedagógica desenvolvida no espaço escolar, na 
perspectiva apontada neste texto, contribui diretamente com a 
formação humana do coletivo escolar.
( ) O exercício da democracia é possibilitado à sociedade somente no 
período eleitoral.
( ) A efetiva participação da comunidade escolar é um exercício de 
democracia. 
Para saber mais sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional acesse o site - Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/
CCIVIL_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 20 jun. 2012.
Naura Syrya Carapeto Ferreira (2004), nos seus escritos em 
“Repensando e ressignificando a gestão democrática na “cultura 
globalizada” nos diz:
Não é tarefa fácil, mas necessária! É um 
compromisso de quem toma decisões – a gestão –, 
de quem tem consciência do coletivo – democrática 
–, de quem tem a responsabilidade de formar 
seres humanos por meio da educação. Assim se 
configura a gestão democrática da educação que 
necessita ser pensada e ressignificada na “cultura 
globalizada”, imprimindo-lhe um outro sentido 
(2004, p.1241).
Na lógica da 
participação se 
aprende, porque a 
própria participação 
é um processo 
de vivência e 
aprendizagens 
coletivas 
(WITTMANN; 
NAVARRO; 
DOURADO; 
AGUIAR 
e GRACINDO, 
2006, p. 16).
20
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Ferreira (2004) acrescenta que
tudo se globalizou e continua a se globalizar: capital, 
tecnologia, gestão, informação, mercados internos, terrorismo, 
racismo e violência, crueldade, competição, coisificação, 
banalização, ocasionando, em extensividade e em 
intensividade, uma revolução no mundo do trabalho e na sua 
organização, na produção de bens e serviços, nas relações 
internacionais e nas culturas locais, transformando o próprio 
princípio das relações humanas e da vida social (FERREIRA, 
2004, p.1230).
Assim, a instituição de ensino, nos tempos atuais de globalização - 
econômica, cultural, social, tecnológica etc., necessita assumir-se como espaço 
social procurando, propiciar as crianças e jovens uma educação intencional de 
qualidade social, investindo na formação humana e possibilitando o sucesso, não 
para poucos, mas para todos. 
Algumas Considerações
Prezado Pós-Graduando, neste primeiro capítulo iniciamos a discussão 
sobre a Gestão Escolar abordando um dos princípios básicos definidos na 
Constituição Nacional (1988), a democracia participativa e também a gestão 
escolar democrática preceito firmado na Lei de Diretrizes e Bases – LDB nº 
9394/96 e no Plano Nacional de Educação - PNE. 
Sabemos que essa nova perspectiva de educação escolar é um processo 
e, por isso, está em mudanças constantes e que exige dos profissionais da 
educação conhecimento, comprometimento e responsabilidade, para que de fato 
esse preceito seja cumprido. A participação de toda a comunidade escolar é fator 
imprescindível para uma gestão democrática no espaço institucional da educação 
possibilitando a formação humana para todos. 
O exercício da democracia nas instituições de ensino, buscando a 
participação da comunidade escolar, permite que, atentos às mudanças sociais, 
as pessoas ampliem esse movimento, atuando de forma responsável também na 
sociedade como cidadãos conscientes. 
No capítulo a seguir, vamos a partir da conceituação de gestão democrática 
escolar, apresentar a organização e ordenamento da educação nacional, tendo 
como suporte, os preceitos legais da educação brasileira, que estabelecem o 
regime de colaboração que é a base na organização dos sistemas de educação 
nacional, nos seus diferentes níveis.
21
O Desenvolvimento da Democracia Participativa Capítulo 1 
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de 
outubro de 1998. Disponível em: <www.mec.gov.br/legis/default.shtm>. Acesso 
em: 20 mai. 2012.
_____. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394/
96. Disponível em: <www.mec.gov.br/legis/default.shtm>. Acesso em:
20 mai. 2012.
_____. Lei nº. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de 
Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10. jan. 
2001. Seção 1, p. 01. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 12 ago. 2012.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Conselho 
Escolar como espaço de formação humana: círculo de cultura e qualidade 
da educação. WITTMANN, Lauro Carlos; NAVARRO, Ignez Pinto; DOURADO, 
Luiz Fernandes; AGUIAR, Márcia Ângela da Silva; GRACINDO, Regina Vinhaes. 
Brasília: MEC, 2006. Disponível em: <www.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/
Consescol/cad%206.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2012.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Gestão Democrática da Educação: exigência e 
desafios. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 18, nº 2 
(jul./dez. 2002). São Bernardo do Campo: ANPAE, 2002.
FERREIRA, Naura Syrya Carapeto. REPENSANDO E RESSIGNIFICANDO A 
GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO NA “CULTURA GLOBALIZADA”. 
Educação & Sociedade, vol. 25, núm. 89, setembro-dezembro, 2004, p. 
1227-1249. Disponível em:<http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.
jsp?iCve=87314213008>. Acesso em: 20 de jun. 2012.
GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão democrática nos sistemas e na escola. 
Brasília: Universidade de Brasília, 2007. Disponível em: <www.mec.gov.br>. 
Acesso em: 18 jun. 2012.
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Goiânia: Editora Alternativa, 2004.
http://www.mec.gov.br/legis/default.shtm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm
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http://www.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad%206.pdf
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http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=87314213008
http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=87314213008
http://www.mec.gov.br
22
Organização e Desafios da Gestão Escolar
LÜCK, Heloísa. A GESTÃO PARTICIPATIVA NA ESCOLA. Petrópolis, RJ: 
Editora Vozes, 2008.
MAFRA FILHO, Francisco de Salles. A Constituição e a Democracia 
Participativa: plebiscito, referendo e iniciativa popular.[s.d.]. Disponível 
em:<http://sisnet.aduaneiras.com.br/lex/doutrinas/arquivos/plebiscito.pdf>. 
Acesso em: 25 jun. 2012.
NÓVOA, António. Para uma análise das instituições escolares. In. NÓVOA, 
António. (Coord.). As organizações escolares em análise. Lisboa: Publicações 
Dom Quixote, 1999. 
http://sisnet.aduaneiras.com.br/lex/doutrinas/arquivos/plebiscito.pdf
CAPÍTULO 2
A Gestão Pública Escolar
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Identificar as novas práticas de participação sistemática e efetiva da sociedade 
no processo de formulação,avaliação e fiscalização da política de educação 
através de mecanismos institucionais (Conselhos).
� Selecionar os mecanismos que viabilizam a gestão participativa na escola e 
diferenciar os avanços e dificuldades da gestão pública da escola. 
24
Organização e Desafios da Gestão Escolar
25
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
Contextualização
A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, 
apresenta, no art. 206, a gestão democrática da educação como um de seus 
princípios fundamentais e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
nº 9493/96) que confirma os preceitos constitucionais e especifica, entre outros 
aspectos, a organização do sistema de ensino no Brasil e estabelece que os 
sistemas de ensino definam as normas da gestão democrática do ensino público 
na educação básica de acordo com as suas peculiaridades, com a participação 
dos profissionais da educação e da comunidade escolar e local na elaboração 
do projeto pedagógico da escola e, na atuação em conselhos escolares ou 
equivalentes. 
Assim a gestão democrática é ao mesmo tempo um objetivo e um caminho 
das escolas públicas. É um objetivo, pois é uma meta a ser alcançada e sempre 
aprimorada. É um caminho, porque é processo, com avanços e retrocessos, 
com possibilidades e dificuldades necessitando de avaliação permanente e de 
reorganização contínua do seu processo de construção. 
Neste capítulo desenvolvemos um estudo sobre a participação organizada 
da sociedade na educação; o regime de colaboração entre municípios, estados 
e governo federal; os diversos órgãos colegiados; os conselhos de educação no 
Brasil e sistemas de ensino. 
Desejamos que, com acesso as informações e conceitos disponibilizados 
e os questionamentos levantados neste texto, você estabeleça uma relação 
dialógica e que possibilite construir novos conhecimentos.
Uma excelente leitura! Um ótimo estudo!
O que é Gestão? 
Voltamos a buscar na origem da palavra, o seu significado 
construído historicamente e que como movimento adquire diferentes 
tratamentos, mas nunca perdendo sua raiz etimológica.
Etimologicamente, gestão vem do latim gestio, gerere, gerire, 
gestum, com o significa de levar sobre si, realizar, chamar a si, executar, 
exercer, gerar, ato de administrar, de gerenciar. Desde os primórdios 
a palavra traz um significado de envolver o sujeito, visto que, um dos 
substantivos derivados deste verbo é gestatio - que quer dizer gestação: 
um novo ser. “Ger” (raiz etimológica) significa fazer brotar, fazer nascer, 
como na gestação humana (CURY, 2002).
Etimologicamente, 
gestão vem do 
latim gestio, gerere, 
gerire, gestum, 
com o significa 
de levar sobre si, 
realizar, chamar 
a si, executar, 
exercer, gerar, ato 
de administrar, de 
gerenciar.
26
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Gestão implica na participação de pessoas, dialogando, interrogando, 
buscando respostas para os conflitos, conforme nos diz Cury (2002). Para 
reafirmar seu pensamento, o autor traz o pensamento do filósofo Antônio Gramsci, 
“[...] por vezes, é mais notável (e algumas vezes corajoso) difundir uma verdade 
já conhecida, mas pouco socializada, do que descobrir uma realidade original 
(CURY, 2002, p. 165).
Antônio Gramsci (1891 a 1937), filósofo italiano, cientista social e 
político, que muito contribuiu para a humanidade com suas ideais. 
Figura 4 - Antônio Gramsci
Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Antonio_Gramsci>. Acesso em: 20 mai. 2012.
Assim, seguindo este pensamento, a gestão na educação é uma nova 
maneira de administrar democraticamente, com a efetiva participação e 
envolvimento coletivo e o permanente diálogo com seus membros.
A Gestão Democrática na Educação
Prezado Pós-Graduando,
Alertamos para que diferenciem gestão na educação escolar de gestão 
empresarial, mesmo que a primeira seja fruto das teorias administrativas 
econômicas (SILVA, 2009), mas contrapondo-se a lógica empresarial no campo 
da educação (PARO, 2008). 
As análises e discussões sobre políticas e gestão da educação sobre 
as formas de organização social, decorrentes da reestruturação econômica 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Gramsci
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Gramsci
27
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
tem sido debatida por estudiosos como Cury (2002; 2004), Dourado 
(2007), Ferreira (2000; 2004; 2011), Lück (2000; 2006), Nóvoa (1999), 
Paro (2008) e Wittmann (2000), decorrente dos questionamentos e 
das investigações sobre a natureza, os impactos e as influências do 
mercado na educação. 
As mudanças na concepção de gestão na educação no Brasil 
vêm evoluindo a cada dia, mas faz-se necessário reconhecer, segundo 
Dourado (2007, p. 923), que “[...]a discussão sobre a gestão da 
educação básica apresenta-se a partir de várias proposições, bem como 
concepções e cenários complexos, articulados aos sistemas de ensino”.
Considerando a especificidade do sistema educacional brasileiro, 
percebemos que muitas das transformações que ocorreram no cenário 
nacional adotaram ações democráticas, de interação e participação 
da comunidade, buscando a troca de experiência para solucionar os 
problemas do coletivo.
Figura 5 - No coletivo a resolução dos problemas escolares
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/img/
conselhos/cabecalho.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2012.
Sabemos que a gestão democrática efetivamente acontece, quando as ações 
geradas são advindas da participação de todos, contrariando a cultura escolar 
cristalizada da lógica hierárquica existente quase sempre na gestão das escolas. 
Atividade de Estudos: 
1) Leia as alternativas a seguir sobre a participação, conceito 
relevante para a gestão democrática na educação.
I. A participação na gestão escolar da comunidade leva a conquista 
da autonomia da unidade escolar tanto pedagógica, quanto 
financeira, administrativa e cultural.
Considerando a 
especificidade 
do sistema 
educacional 
brasileiro, 
percebemos 
que muitas das 
transformações 
que ocorreram no 
cenário nacional 
adotaram ações 
democráticas, 
de interação e 
participação da 
comunidade, 
buscando a troca 
de experiência 
para solucionar 
os problemas do 
coletivo.
http://portal.mec.gov.br/seb/img/conselhos/cabecalho.jpg
http://portal.mec.gov.br/seb/img/conselhos/cabecalho.jpg
28
Organização e Desafios da Gestão Escolar
II. A possibilidade de abrir espaços de participação para envolver 
a comunidade escolar e local impede que iniciativas solidárias e 
criativas sejam manifestadas. 
III. A gestão democrática efetivamente acontece, quando as ações 
geradas são advindas da participação de todos, contrariando 
a cultura escolar cristalizada, da lógica hierárquica existentes 
quase sempre, na gestão das instituições de ensino.
 Assinale a resposta correta: 
a) ( ) As alternativas I e II estão corretas. 
b) ( ) As alternativas I e III estão corretas. 
c) ( ) As alternativas II e III estão corretas. 
d) ( ) Nenhuma alternativa está correta.
A evolução da conceituação da gestão da educação, entendida como 
processo tanto administrativo como político e movimento histórico, extrapola os 
muros escolares e revela um novo modo de relação de poder entre governo e 
população e precisa ser compreendida a partir dos conceitos mais amplos da área 
educacional.
A Gestão Democrática como Espaço 
de Formação
Na história da educação brasileira, a democratização da escola 
púbica é uma discussão presente e permanente. Até a promulgação 
da Constituição Federal (1988), o Estado exercia poder supremo e as 
decisões políticas brasileiras, tinham cunho técnico e especializado. 
Como vimos no capítulo anterior, a partir da Constituição Federal em 
1988, foram elaboradas e promulgadas legislações complementares com ênfase 
na gestão democrática com a participação da sociedade civil. Especificamente 
na área da educação, a LDB nº 9394/1996 e outras diretrizes normativas, 
transparecem as intençõespara a promoção da gestão participativa na rede de 
ensino público.
A Lei Magna - Constituição Federal em seu art. 205, prevê que 
a educação seja promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade e estabelece no art. 206, alguns princípios para o ensino 
entre eles, a gestão democrática do ensino público.
Na história da 
educação brasileira, 
a democratização da 
escola púbica é uma 
discussão presente e 
permanente.
29
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
A lei acima citada diz que, como condição para o estabelecimento da gestão 
democrática é preciso que os sistemas de ensino assegurem às unidades 
escolares públicas de educação básica que as integram, progressivos graus de 
autonomia pedagógica, administrativa e financeira, observadas as normas gerais 
de direito financeiro público (LDB nº 9394/96, art. 15).
A LDB nº 9394/1996, abrindo espaço para a autonomia dos entes federados 
determina, no art. 14, que os sistemas de ensino definam as normas da gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
a) participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola;
b) participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou 
equivalentes.
Figura 6 - A participação dos profissionais da educação na elaboração do PPP
Fonte: Raizes e Asas. Trabalho coletivo na escola. CENPEC, 1994.
Essa possibilidade de abrir espaços para envolver a comunidade escolar e 
local permite que iniciativas solidárias e criativas sejam manifestadas. 
Além disso, no diálogo, na troca de experiências, buscar a solução para 
suprir as necessidades e resolver os problemas dentro de um consenso 
coletivo. 
Contudo, participação e autonomia têm significados diferentes 
dependendo das concepções pessoais. Guterrez e Catani (2011) trazem 
essa preocupação também presente nas diferentes linhas teóricas em 
compreender e classificar, “a ideia de participação como alternativa administrativa 
e estratégica” (GUTERREZ; CATANI, 2011, p. 74) estabelecendo-se critérios 
consensuais. Os autores contribuem trazendo o filósofo alemão Jürgen Habermas 
que diz: “Participar significa que todos podem contribuir, com igualdade de 
oportunidades, nos processos de formação discursiva da vontade”. Ou seja, 
segundo os autores “ajudar a construir comunicativamente o consenso quanto a 
um plano de ação coletivo” (GUTERREZ; CATANI, 2011, p. 76). 
No diálogo, na troca 
de experiências, 
buscar a solução 
para suprir as 
necessidades 
e resolver os 
problemas dentro 
de um consenso 
coletivo.
30
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Falando sobre a autonomia na educação, Maria Beatriz Luce 
e Isabel Letícia Pedroso de Medeiros (2008), no texto Gestão 
Democrática 
Pensar a autonomia é uma tarefa que se apresenta de forma 
complexa, pois se pode crer na ideia de liberdade total ou 
independência, quando temos de considerar os diferentes 
agentes sociais e as muitas interfaces e interdependências 
que fazem parte da organização educacional. Por isso, 
deve ser muito bem trabalhada, a fim de equacionar a 
possibilidade de direcionamento camuflado das decisões, ou 
a desarticulação total entre as diferentes esferas, ou o domínio 
de um determinado grupo, ou, ainda, a desconsideração 
das questões mais amplas que envolvem a escola (LUCE; 
MEDEIROS, 2008, p. 2).
Nóvoa (1999) analisa em um de seus textos os determinantes 
para a eficiência da organização das escolas, entre eles a 
“colaboração das famílias na vida escolar” e que
[...] é preciso romper, de uma vez por todas, com a ideia de que 
as escolas pertencem (grifo do autor) à corporação docente. 
Os pais enquanto grupo interveniente no processo educativo, 
podem dar um apoio activo às escolas e devem participar num 
conjunto de decisões que lhes dizem directamente respeito 
(NÓVOA, 1999, p. 28).
O autor aponta para outro conceito importante que leva a 
atuação efetiva da comunidade escolar que é o da “imagem pública da escola”. 
As escolas são diferentes umas das outras e a busca da identidade de cada uma 
delas só é possível com a participação de todos os envolvidos. “Sem renunciar 
aos seus próprios valores e ideologias, cada membro de escola deve procurar 
a identificação a um conjunto de valores comuns que edificam a identidade da 
organização (NÓVOA, 1999, p. 29).
A eficiência implica na efetivação concreta de deveres e na 
satisfação dos cidadãos nos seus direitos, efetivados com padrão 
de qualidade que atendam às normas técnicas, sem duplicação 
de meios para mesmos fins e uso de recursos contemporâneos de 
administração e gestão. Ela deve buscar o grau máximo de realização 
dos objetivos de um setor. A eficiência exige tanto conhecimentos 
especializados, complexos que postulam uma formação própria, 
mas cujos conteúdos não são mistérios ou segredos intransponíveis 
quanto meios existentes para os efetivar (CURY, 2002, p. 168).
Pensar a autonomia 
é uma tarefa que se 
apresenta de forma 
complexa, pois se 
pode crer na ideia 
de liberdade total 
ou independência, 
quando temos 
de considerar os 
diferentes agentes 
sociais e as 
muitas interfaces e 
interdependências 
que fazem parte 
da organização 
educacional.
Sem renunciar aos 
seus próprios valores 
e ideologias, cada 
membro de escola 
deve procurar a 
identificação a 
um conjunto de 
valores comuns que 
edificam a identidade 
da organização 
(NÓVOA, 1999, p. 
29).
31
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
Autores como Paro (2008), Lück (2000; 2006), Wittmann (2000) 
reafirmam essa concepção dizendo que a participação na gestão 
escolar da comunidade leva a conquista da autonomia da unidade tanto 
pedagógica, quanto financeira, administrativa e cultural. Através da 
autonomia, são geridas novas relações sociais opostas às autoritárias 
existentes, que respeite a diversidade e a individualidade do outro, 
buscando o intercâmbio com outras experiências sociais o que leva a 
democratização do sistema público de ensino. 
Autonomia, conforme cita Heloísa Lück (2000)
[...] no contexto da educação, consiste na ampliação 
do espaço de decisão, voltada para o fortalecimento 
da escola como organização social comprometida 
reciprocamente com a sociedade, tendo como 
objetivo a melhoria da qualidade do ensino. 
Autonomia é a característica de um processo de 
gestão participativa que se expressa, quando se 
assume com competência a responsabilidade 
social de promover a formação de jovens adequada 
às demandas de uma sociedade democrática 
em desenvolvimento, mediante aprendizagens 
significativas (LÜCK, 2000, p. 21).
Outro conceito imprescindível numa concepção democrática de gestão 
escolar é o da descentralização, que é um meio e não um fim, na construção da 
autonomia. A gestão democrática pressupõe a descentralização do poder para as 
escolas, permitindo que haja uma comunicação direta com a mesma, eliminando 
as instâncias de poder intermediárias. 
Entretanto, Lück (2000), aponta que muitas vezes a descentralização é 
aplicada para gerenciamento de processos e recursos numa perspectiva de 
mercado ou para dividir com os órgãos centrais as responsabilidades do sistema 
educativo que nos últimos anos se expandiu. Ou ainda, 
Quando se observa que alguns sistemas de ensino 
descentralizam, centralizando, isto é, dando um espaço com 
uma mão, ao mesmo tempo que tirando outro espaço, com 
outra, pode-se concluir que o princípio que adotam não é o 
da democratização, mas o de maior racionalidade no emprego 
de recursos e o de busca de maior rapidez na solução dos 
problemas (LÜCK, 2000, p. 17).
A descentralização, a autonomia e a participação da comunidade escolar 
contribuem para a formação não apenas dos alunos, mas de todos, pois o 
exercício de discussão, de análise e de tomada de decisões no espaço escolar, na 
escolha e elaboração do projeto político pedagógico é um meio para a formação 
democrática, ampliando o olhar paraa atuação dos membros, no processo 
democrático da organização da sociedade civil. São conceitos interligados 
e implicam se considerarmos a escola, o centro da educação na formação da 
cidadania. 
Autonomia é a 
característica de 
um processo de 
gestão participativa 
que se expressa, 
quando se assume 
com competência 
a responsabilidade 
social de promover 
a formação de 
jovens adequada 
às demandas de 
uma sociedade 
democrática em 
desenvolvimento, 
mediante 
aprendizagens 
significativas 
(LÜCK, 2000, p. 
21).
32
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Atividade de Estudos: 
1) De que modo pode-se oportunizar a participação da comunidade 
educativa, a partir da diversidade dos diferentes atores sociais?
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Sabemos que o universo escolar e suas inter-relações são 
especificamente complexos e que somente através do exercício do 
diálogo e do reconhecimento histórico dos diferentes atores deste 
processo, o respeito aos que não pensam como nós educadores. 
Diálogo, como peça fundamental desse caminho de construção 
coletiva como “o reconhecimento da infinita diversidade do real 
que se desdobra numa disposição generosa de cada pessoa para 
tentar incorporar ao movimento do pensamento algo da inesgotável 
experiência da consciência dos outros” (FERREIRA, 2000, p. 172). 
Historicamente, ao analisarem as políticas públicas, os teóricos 
entre eles: Cury (2002; 2004), Dourado (2007), Ferreira (2000; 
2004; 2011) e Paro (2008), apontam que na década de 1960, as 
discussões giraram em torno da implementação das decisões políticas; nos anos 
1970, na reorganização do Estado de bem-estar social. A década de 1980 é 
marcada pela discussão e promulgação da Constituição e da configuração dos 
sistemas e redes. Nos anos posteriores intensificou-se a influência mercadológica 
e os alinhamentos da concepção neoliberal com tema dominante da eficiência da 
gestão pública, levando a reforma administrativa nos diferentes níveis de governo, 
utilizando métodos e técnicas do setor empresarial para gerir o setor público. 
Nos anos posteriores 
intensificou-
se a influência 
mercadológica e os 
alinhamentos da 
concepção neoliberal 
com tema dominante 
da eficiência da 
gestão pública, 
levando a reforma 
administrativa nos 
diferentes níveis de 
governo, utilizando 
métodos e técnicas 
do setor empresarial 
para gerir o setor 
público.
33
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
Estado de bem-estar social é uma forma de organização 
social, política e econômica, que coloca o Estado como defensor 
social e regulador da economia, garantindo serviços públicos e 
proteção a toda população.
Prezado Pós-Graduando, faz-se necessário, que o processo de elaboração 
de uma política pública não seja superficialmente visto como ato político, 
administrativo ou simplesmente burocrático. As políticas públicas recebem 
influência do contexto social, incorporando representações e valores sociais. 
Programas e ações governamentais podem levar a mudanças desejadas tanto 
pelo governo como pela população. Contudo, é imprescindível, enquanto 
educadores conhecermos alguma das propostas do MEC que podem contribuir 
com a gestão democrática da educação escolar nacional, como veremos a 
seguir.
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), é um conjunto de 
estratégias e atos normativos para a implementação de ações articuladas entre os 
entes federados e a União. O PDE é considerado o plano executivo das políticas 
do MEC. A proposta do MEC é que os programas de transferência voluntária 
passem a ter acesso por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR), instrumento 
de planejamento educacional integrante da principal ação do PDE: o Plano de 
Metas Compromisso Todos pela Educação.
Para saber sobre o Plano de Metas Compromisso Todos pela 
Educação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/
diretrizes_compromisso.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2012.
As dimensões educacionais integrantes do PAR são:
a) gestão educacional; 
b) formação de professores e dos profissionais de serviço e apoio escolar;
c) práticas pedagógicas e avaliação; 
d) infraestrutura física e recursos pedagógicos
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/diretrizes_compromisso.pdf
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/diretrizes_compromisso.pdf
34
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Para saber mais sobre o PAR ver site. Disponível em: <http://
simec.mec.gov.br/cte/relatóriospublico/principal.php>. Acesso em: 20 
jun. 2012.
Para conhecer as 20 Metas do PNE para a educação brasileira 
até 2020, visite o site do MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
plano-nacional-de-educaao-2011-2020>. Acesso em: 20 jun. 2012.
Também Programas como: Transporte Escolar, Gestão Escolar, Mais 
Educação, Escola Aberta, Saúde Escolar, Escola de Gestores da Educação 
Básica, PRADIME - Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação, 
Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, Programa 
Nacional de Capacitação dos Conselheiros Municipais de Educação, Pró-
Letramento, Pró-Infantil, PNBE- Programa Nacional de Bibliotecas Escolares, 
Gestar II, PNLD - Programa Nacional do Livro Didático, PROINFO entre outros 
têm contribuído para o desenvolvimento da gestão democrática e precisam ser 
constantemente avaliados e replanejados. 
Para saber mais sobre os Programas desenvolvidos pelo 
Governo Federal. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso 
em: 20 jun. 2012.
O Regime de Colaboração e a 
Legislação da Educação Brasileira
O modelo vigente de organização de ensino no Brasil, com o movimento 
dos anos 1990 de democratização da educação, concretizada na LDB 9.394/96, 
que tem nos princípios de descentralização, da autonomia e participação suas 
principais características, redefine o modelo de escola exigindo mudanças 
expressivas no âmbito estrutural e cultural da educação escolar, principalmente 
da sua gestão.
Segundo a professora Lucia Helena Gonçalvez Teixeira (s.d.), esse 
movimento, provoca mudanças
http://simec.mec.gov.br/cte/relatóriospublico/principal.php
http://simec.mec.gov.br/cte/relatóriospublico/principal.php
http://portal.mec.gov.br/plano-nacional-de-educaao-2011-2020
http://portal.mec.gov.br/plano-nacional-de-educaao-2011-2020
http://portal.mec.gov.br/
35
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
[...] no papel do Estado em matéria de ensino 
e enfatiza-se o papel da escola como espaço 
de concretização das mudanças pretendidas. 
Trata-se de um novo paradigma que rompe com 
a estrutura burocrática instalada e preceitua 
a reorganização dos sistemas de ensino e da 
unidade escolar do país.
Esta perspectiva atual, de educação se torna mais significativa 
quando ela expressa um movimento histórico onde as pessoas passam 
a exigir esse novo modo de ser nas relações de poder existentes no 
sistema educacional questionando e exigindo a garantia de seus direitos 
enquanto cidadãos. 
Prezado Pós-Graduando! 
Para você entender o ordenamento jurídico da educação 
brasileira um pouco mais, vamos refletir e conceituar as terminologias 
atualmente utilizadas: Órgão Colegiado, Conselhos, Conselho 
Escolar, tendo em vista o sistema de colaboração.
Sistemade Colaboração
O Brasil como país, assim como outros (Canadá, Austrália, Rússia), com 
uma grande dimensão geográfica de regime tendem a se regular por regimes 
federativos. A colaboração recíproca foi o melhor modelo encontrado para 
dar conta de normas gerais, diretrizes, bases e autonomia federativa, pois os 
municípios passaram a ser entes federativos e titulares de seus sistemas de 
ensino. A Constituição Federal de 1988, estabelece no art. 211, que a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus sistemas de ensino, 
em regime de colaboração, garantindo a autonomia constitucional de cada uma 
das esferas do Poder Público.
Sistema de Colaboração entre os 
entes Federados
Você certamente já leu ou ouviu falar que a responsabilidade da educação 
no Brasil é feita em sistema de colaboração entre os entes federados. Mas o que 
isso significa?
Educação se torna 
mais significativa 
quando ela 
expressa um 
movimento histórico 
onde as pessoas 
passam a exigir 
esse novo modo de 
ser nas relações de 
poder existentes 
no sistema 
educacional 
questionando e 
exigindo a garantia 
de seus direitos 
enquanto cidadãos.
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Organização e Desafios da Gestão Escolar
Quais são as responsabilidades do município em relação 
à educação? Quais são as responsabilidades dos estados e do 
governo federal? 
No quadro abaixo você poderá entender esta questão.
O Brasil é organizado de forma federativa, por isso é preciso saber a que 
governo cabe a oferta de cada nível de ensino. Essa forma de organização é 
importante, pois possibilita que seja considerada as características de cada região 
e ao mesmo tempo há o envolvimento de todos no processo educacional.
Conforme define a Constituição Federal de 1988, a responsabilidade está 
assim definida:
a) Os Municípios têm como responsabilidade a oferta da EDUCAÇÃO 
INFANTIL, em creches e pré-escolas.
b) O ENSINO FUNDAMENTAL é competência comum, ou seja, responsabilidade 
compartilhada entre ESTADOS e MUNICÍPIOS.
Estados e Municípios devem estabelecer “formas de colaboração” para 
assegurar o ensino fundamental obrigatório para todos. Para isso, devem acertar 
uma “distribuição proporcional de responsabilidades”, de acordo com a população 
a ser atendida e os recursos financeiros que cada governo tem para aplicar na 
educação.
c) Aos Estados brasileiros compete o ENSINO MÉDIO.
d) Governo Federal
Embora a União não tenha responsabilidade pelo provimento direto de 
Educação Básica, ainda assim a Lei determina que esta tenha a responsabilidade 
pela coordenação da política nacional de educação, exercendo as seguintes 
funções:
a) redistributiva e supletiva - assistência financeira e cooperação técnica, como 
Fundef e outros programas do FNDE; 
b) normativa - leis, decretos, portarias federais e pareceres e resoluções do 
Conselho Nacional de Educação; 
37
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
c) organização de informações e avaliação educacional- Censo Escolar, SAEB, 
ENEM, Prova Brasil, e outros.
Atividade de Estudos: 
1) Caro Pós-Graduando! Após a leitura do texto sobre o sistema de 
colaboração, reflita e escreva em poucas palavras por que esta é 
considerada a melhor forma de organizar o ensino nacional? 
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a) Órgão Colegiado
Na administração pública, órgão colegiado, dentro da sua 
atribuição definida por lei, decide um assunto ligado ao exercício de 
uma função pública. É um órgão dirigente, com pessoas dedicadas 
a mesma função. Participam de um órgão colegiado, várias pessoas, 
com poderes idênticos e com funções compartilhadas, pois o presidente 
do órgão tem a função de coordenar sessões, representar o conselho 
e cumprir o regimento ou estatuto. Segundo Cury (2004) o debate, 
diálogo e a decisão coletiva são próprios do órgão colegiado. Além 
da igualdade de funções entre seus membros, e a decisão coletiva, a 
periodicidade - sessão programada é característica desse colegiado. É 
importante ressaltar que ao se encerrar a sessão acaba a competência 
dos participantes sobre os assuntos da pauta programada. 
É um órgão 
dirigente, com 
pessoas dedicadas 
a mesma função. 
Participam de um 
órgão colegiado, 
várias pessoas, 
com poderes 
idênticos e 
com funções 
compartilhadas, 
pois o presidente 
do órgão tem 
a função de 
coordenar sessões, 
representar o 
conselho e cumprir 
o regimento ou 
estatuto.
38
Organização e Desafios da Gestão Escolar
b) Conselhos 
Na perspectiva da gestão escolar democrática, o conselho escolar é uma 
das estratégias para efetivação de um projeto de educação que contribua para 
a formação humana tanto dos alunos quanto dos educadores. É um espaço de 
diálogo permanente onde as pessoas possam falar de si, dos seus anseios e 
convicções e ao mesmo tempo aprendam a ‘ouvir’ o outro, na busca 
de uma educação de qualidade para todos. 
Por isso, é preciso levar em conta que em cada instituição 
escolar existem indivíduos diferentes, concepções de vida diversas, 
diversidade cultural e ao mesmo tempo se pensar num projeto 
coletivo de educação. Contudo, “[...] é importante ressaltar que 
essa perspectiva só ganha essa dimensão quando é coordenada 
pelo poder público e legitimada por um acordo entre governo local e 
sociedade civil organizada” (CEFISA, 2009, p. 15). 
Mas, para entendermos o momento atual faz-se necessário, como veremos a 
seguir, conhecermos a constituição histórica dos conselhos, seus aspectos legais 
e sua estrutura organizacional no Brasil. 
• História dos Conselhos 
A origem dos conselhos é muito divergente. O que sabemos é que as 
instituições de cunho social se constituem historicamente. 
Escolhemos trazer Genuíno Bordignon (2004), que em seu texto, faz uma 
retrospectiva da constituição dos conselhos desde os primórdios da civilização, 
dizendo 
Os registros históricos indicam que já existiam, há quase três 
milênios, no povo hebreu, nos clãs visigodos e nas cidades-
Estado do mundo grego-romano, conselhos como formas 
primitivas e originais de gestão dos grupos sociais. A Bíblia 
registra que a prudência aconselhara Moisés a reunir 70 
“anciãos ou sábios” para ajudá-lo no governo de seu povo, 
dando origem ao Sinédrio, o “Conselho de Anciãos” do povo 
hebreu (BORDIGNON, 2004, p. 13).
Segundo o autor acima citado, a constituição histórica dos conselhos passa 
pela “Comuna Italiana”, com as experiências dos conselhos dos operários no 
âmbito das fábricas; com os sovietes russos - de São Petersburgo e os conselhos 
da Revolução Russa; na Alemanha o conselho das fábricas e/ou de operários 
(1918-1923); na Espanha (1934-1937); na Hungria (1950) e na Polônia (1969-
[...] é importante 
ressaltar que essa 
perspectiva só ganha 
essa dimensão 
quando é coordenada 
pelo poder público 
e legitimada por um 
acordo entre governo 
local e sociedade civil 
organizada (CEFISA, 
2009, p. 15).
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A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
1970) se constituíram antes mesmo da organização do Estado, dando origem aos 
atuais Poderes Legislativo e Judiciário.
[...] exerciam a democracia direta e/ou representativa 
como estratégia para resolver tensões e conflitos resultantes 
dos diferentes interessese, ao contrário dos conselhos de 
notáveis das cortes, eram a voz das classes que constituíam 
as comunidades locais, seja nas cidades-Estados grego-
romanas, nas comunas italianas e de Paris, ou nas fábricas da 
era industrial (BORDIGNON, 2004, p. 16).
Figura 7 - Soviete de Petrogrado
Fonte: Disponível em: <http://www.pstu.org.br/teoria_materia.
asp?id=7302&ida=61>. Acesso em: 20 ago. 2012.
Dentro dessa configuração e com uma representação social e histórica, os 
conselhos situaram-se quase sempre, no interesse da sociedade na manutenção 
do “statu quo” da elite. Atualmente, os conselhos organizados legalmente, têm 
participação garantida, interferindo ativamente, na gestão das políticas públicas 
brasileiras. 
No Brasil, os conselhos, na perspectiva da configuração do 
cenário educativo atual aparecem na década de 1980 no movimento 
de reorganização da sociedade civil que buscava novos espaços 
de organização e participação. A administração da educação 
e das escolas públicas, especificamente ganha um novo perfil 
acompanhando o movimento de redemocratização do Estado 
brasileiro. 
Etimologicamente a palavra ‘conselho’ vem do latim “concilian” 
que provém do verbo “consulo/consulere” que significa ouvir alguém, 
debater, apresentar sugestões sobre determinado assunto para depois 
decidir sobre este (CURY, 2004, p. 12). 
No Brasil, os 
conselhos, na 
perspectiva da 
configuração do 
cenário educativo 
atual aparecem na 
década de 1980 
no movimento de 
reorganização 
da sociedade 
civil que buscava 
novos espaços 
de organização e 
participação.
http://www.pstu.org.br/teoria_materia.asp?id=7302&ida=61
http://www.pstu.org.br/teoria_materia.asp?id=7302&ida=61
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Organização e Desafios da Gestão Escolar
Cury (2002) em seu texto “Gestão Democrática da Educação: exigência 
e desafios”, discute esses conceitos, determinados na Lei Maior, que regem a 
administração pública e que dizem respeito às ações e atos que envolvem a 
comunidade, como é o caso dos conselhos. 
Os conselhos de educação são órgãos administrativos existentes na 
estrutura da organização da educação no Brasil, e exercem funções normativas, 
deliberativas, fiscalizadoras e de planejamento. 
Organização dos Conselhos de 
Educação no Brasil
No Brasil, os espaços colegiados, da educação ocorrem em diferentes 
instâncias de poder. Temos assim os seguintes conselhos:
• Conselho Nacional
• Conselhos Estaduais
• Conselhos Municipais 
• Conselhos Escolares
a) Conselho Nacional
O Conselho Nacional de Educação segundo o art. 9, § 1º da LDB 9394/96, tem 
funções normativas, deliberativas e de supervisão. É um órgão administrativo da 
estrutura educacional e colabora com o MEC na função consultiva e deliberativa. 
Tem como atribuição formular, avaliar a política nacional de educação e assegurar 
a participação da sociedade para o aprimoramento da mesma.
Órgão Normativo - Interpreta campos específicos da legislação 
e aplica as normas a situações específicas. Interpreta somente as 
leis, mas não as cria.
41
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
Foi criado em 1931 e permaneceu até 1961 com o nome de 
Conselho Nacional de Educação. De 1962 a 1994, passou a ser 
denominado Conselho Federal de Educação, sendo recriado pela Lei 
9131 de 24 de dezembro de 1995, com o nome de Conselho Nacional 
de Educação (CNE), tendo a participação da sociedade civil em sua 
composição.
O CNE é composto por 24 (vinte e quatro) membros, sendo 12 
(doze) indicados por associações científicas e de profissionais da 
educação e 2 (dois) nomeados pelo Presidente da República. Divididos 
em duas Câmaras autônomas, a Câmara de Educação Superior e a 
Câmara de Educação Básica, se reúnem mensalmente. 
O CNE tem o papel de articulador dos demais sistemas de ensino 
(Federal, Estadual e Municipal), com o compromisso da participação da 
sociedade civil nos destinos da educação brasileira.
Os conselhos de educação estaduais, municipais e do Distrito Federal, junto 
com o Conselho Nacional de Educação, são órgãos de deliberação coletiva, com 
caráter normativo e consultivo, que segundo suas competências, interpretam e 
deliberam a aplicação da legislação da educação. Os conselhos também dão 
sugestões para o aperfeiçoamento da educação dos sistemas de ensino (CURY, 
2004).
b) Conselho Estadual
 
Segundo Bordignon (2004, p. 55), os conselhos de educação dos estados 
e do Distrito Federal foram criados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, nº 4.024 de 1961 e foi “[...] a estratégia para a descentralização da 
gestão do ensino”. 
Conforme, previsto na Constituição Federal de 1988, vão legislar sobre a 
educação, a cultura, o ensino e o desporto dos estados (art. 24 alínea IX). A esse 
respeito, trata o art. 10, inciso I e III da LDB nº 9394/96.
O Conselho Estadual de Educação é da competência do Conselho Nacional 
da Educação e caracteriza-se enquanto órgão normativo e deliberativo do sistema 
de ensino estadual. 
As atribuições do Conselho Estadual de Educação, determinadas pela LDB 
nº 4024/61 são semelhantes as do Conselho Federal, mas relacionadas ao âmbito 
estadual.
De 1962 a 1994, 
passou a ser 
denominado 
Conselho Federal 
de Educação, 
sendo recriado pela 
Lei 9131 de 24 de 
dezembro de 1995, 
com o nome de 
Conselho Nacional 
de Educação 
(CNE), tendo a 
participação da 
sociedade civil em 
sua composição.
42
Organização e Desafios da Gestão Escolar
Atividade de Estudos: 
1) De acordo com o que você já estudou neste caderno de estudos e 
com a sua prática docente. Quais são as atribuições do Conselho 
Estadual de Educação, conforme nos dizem Oliveira, Moraes, 
Dourado (s.d):
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Bordignon (2004, p. 56) alerta dizendo, que as mudanças que vem 
acontecendo desde a criação do Conselho Estadual de Educação, estão 
relacionadas às atribuições e a composição dos conselhos e “[...] quase sempre 
coincidentes com as transições de governo, o que fere a própria natureza dos 
mesmos”.
c) Conselho Municipal
Ao estabelecer o município como ente federativo autônomo, a 
Constituição de 1988, em seu art. 211, como já citado anteriormente, 
estabeleceu, que a União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios “organizarão os seus sistemas de ensino”, definindo 
como competência desses últimos a atuação no ensino fundamental 
e pré-escolar.
A LDB nº 9394/96, ao regulamentar tais preceitos no art. 8 
reafirma essa organização explicitando o que é competência dos 
municípios, no seu art. 11. A descentralização do ensino público via 
A descentralização 
do ensino público 
via municipalização, 
dando atribuições de 
funções ao sistema 
municipal de ensino, 
sendo firmada a 
possibilidade, ainda 
dito no Parágrafo 
único, de optar entre 
compor com o estado 
um sistema único, ou 
manter-se integrado 
ao sistema estadual.
43
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
municipalização, dando atribuições de funções ao sistema municipal de ensino, 
sendo firmada a possibilidade, ainda dito no Parágrafo único, de optar entre 
compor com o estado um sistema único, ou manter-se integrado ao sistema 
estadual.
• Composição: Fazem parte do Conselho Municipal de Educação 
representação das várias instituições e entidades municipais ligadas à área 
educacional, representantesindical, empresarial e de instituições privadas 
educacionais e pelo menos um representante da câmara de vereadores do 
município. 
• Finalidades: É finalidade do CME: buscar, fortalecer e institucionalizara 
participação da sociedade civil no processo de definição das políticas 
educacionais do município. Também consolidar planos municipais de 
educação, acompanhando, fiscalizando e avaliando sua aplicação.
• Atribuições: Os Conselhos Municipais de Educação exercem as funções: 
consultiva, opinativa, deliberativa, normativa, fiscalizadora e de planejamento.
• Competências: Conforme no texto: “Gestão escolar democrática: 
definições, princípios e mecanismos de implementação”, escrito por João 
Ferreira de Oliveira, Karine Nunes de Moraes e Luiz Fernandes Dourado 
(s.d., p. 12), a LDB nº 9394/96, determina a competência do Conselho 
Municipal na: 
a) Elaboração do plano municipal de educação com duração 
plurianual;
b) Subsidiar a elaboração e acompanhar a execução do Plano 
Nacional de Educação;
c) Manifestar-se sobre questões que abranjam mais de um nível ou 
modalidade de ensino;
d) Assessorar o Ministério da Educação no diagnóstico dos 
problemas e deliberar sobre medidas para aperfeiçoar os sistemas 
de ensino, especialmente no que diz respeito à integração dos 
seus diferentes níveis e modalidades;
e) Emitir parecer sobre assuntos da área educacional, por iniciativa 
de seus conselheiros ou quando solicitado pelo Ministro de 
Estado da Educação e do Desporto;
44
Organização e Desafios da Gestão Escolar
f) Manter intercâmbio com os sistemas de ensino dos estados e do 
Distrito Federal;
g) Analisar e emitir parecer sobre questões relativas à aplicação da 
legislação educacional, no que diz respeito à integração entre os 
diferentes níveis e modalidades de ensino;
h) Analisar, anualmente, as estatísticas da educação, oferecendo 
subsídios ao Ministério da Educação e do Desporto;
i) Promover seminários sobre os grandes temas da educação 
brasileira;
j) Elaborar o seu regimento, a ser aprovado pelo Ministro de Estado 
da Educação;
k) Emitir parecer sobre assuntos de natureza pedagógica e 
educacional que lhe forem submetidos pelo Governador do 
Estado, pelo Secretário da Educação, pela Assembleia Legislativa 
ou pelas unidades escolares;
l) Interpretar, no âmbito de sua jurisdição, as disposições legais que 
fixem diretrizes e bases da educação; 
m) Manter intercâmbio com o Conselho Nacional de Educação e 
com os demais Conselhos Estaduais e Municipais, visando à 
consecução dos seus objetivos;
n) Articular-se com órgãos e entidades federais, estaduais e 
municipais, para assegurar a coordenação, a divulgação e a 
execução de planos e programas educacionais. 
• Estrutura e funcionamento: O regimento interno é elaborado pelo Conselho 
Municipal estabelecendo a estrutura e funcionamento, possibilitando aos 
membros sempre que se faça necessário, alterações.
45
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
Atividade de Estudos: 
1) Chegou a hora de pesquisar a sua realidade. Entre em contato 
com a secretaria municipal de educação e verifique se existe 
um Conselho Municipal de Educação. Se não existir, procure 
saber os motivos da não existência do CME. Se existir o CME 
investigue como é a sua atuação e a forma organizacional do 
sistema municipal.
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d) Conselho Escolar 
O Conselho Escolar é uma organização articuladora entre a escola 
e a comunidade. É composto por representantes de todos os segmentos 
da comunidade escolar e é um espaço de debates com caráter 
consultivo e deliberativo conforme Dourado (2007). É parte da escola 
e deve estar interligado aos outros conselhos entre eles: o Municipal, 
Estadual, Nacional, Conselho da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, da 
Alimentação, do FUNDEB - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
Básica. 
Maria Cecília Luiz e Celso Conti (s.d.), no texto “Políticas Públicas Municipais: 
Os Conselhos Escolares como instrumento de gestão democrática e formação da 
cidadania”, apontam a necessidade da inter-relação entre a unidade escolar e o 
conselho escolar, pois 
O Conselho Escolar 
é uma organização 
articuladora entre 
a escola e a 
comunidade.
46
Organização e Desafios da Gestão Escolar
conselho e escola não são entidades distintas, integrando 
uma única institucionalidade. Assim, o conselho escolar não 
atua complementarmente, nem é superestrutura, dotado 
de personalidade jurídica independente; insere-se na 
instituição e na própria estrutura de poder da escola (LUIZ; 
CONTI, s. d., p. 3).
Este processo de construção coletiva não acontece de forma mecânica e 
nem sempre sem embates. É um movimento de avanços e recuos e precisa de 
uma avaliação constante dos pares e do suporte técnico de especialistas e das 
autoridades.
Atividade de Estudos: 
1) Complete as lacunas com as palavras abaixo: 
A Constituição Federal (1988) estabelece no art. 211, que a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ____________________ 
seus sistemas de ensino, em regime de _____________________ garantindo a 
______________________ constitucional de cada uma das ______________________ do 
Poder Público.
Para entender a natureza, finalidades e atribuições dos Conselhos 
de Educação, você aluno (a) precisa saber mais sobre sistemas de ensino 
preconizados na LDB nº 4024/61 e consolidados na Constituição Federal de 
1988 e na LDB nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, numa perspectiva de gestão 
democrática da educação brasileira. Esclarecendo, o conceito da Constituição 
Brasileira atual referente ao sistema federativo, trazemos a contribuição de Cury 
(2002), que diz: 
A insistência, na cooperação, na divisão atribuições, a 
assinalação de objetivos comuns com normas nacionais 
gerais, indicam que, nesta Constituição, a acepção de sistema 
se dá como sistema federativo por colaboração, tanto quanto 
de Estado Democrático de direito. Esta abertura, contudo, no 
campo de interpretação do texto legal, dada a complexidade 
da teia de relações que se estabelecem, é também fonte de 
incertezas (CURY, 2002, p. 170).
Caro Pós-Graduando! A seguir vamos conhecer um pouco sobre os sistemas 
de ensino no Brasil e como ocorre o sistema de cooperação e entendimento 
mútuo entre os entes federativos. 
47
A Gestão Pública Escolar Capítulo 2 
Sistemas de Ensino
Atividade de Estudos: 
1) O que você sabe sobre sistemas de ensino? O que você sabe 
sobre os sistemas municipais de educação?
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No site do MEC <http://portal.mec.gov.br/> em Publicações você 
encontra: Publicações dos Conselhos Escolares. 
A educação brasileira, seguindo os preceitos da Constituição

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