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Pediatria: Afogamento

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PEDIATRIA (UE)
Afogamento
. INTRODUÇÃO .
● Principal causa de mortes acidentais de crianças
com idade inferior a anos.
● Apresenta alta incidência, apesar das medidas de
prevenção
● Fatores ambientais, idade e condições
socioeconômicas contribuem muito para a
ocorrência.
● O tempo de submersão é determinante na
gravidade do afogamento.
● Toda criança afogada deve receber atendimento
de urgência.
● Afogamento corresponde ao comprometimento
respiratório decorrente da submersão ou de
imersão em líquido independente do seu
desfecho de sobrevida ou morte.
. FATORES DE RISCO .
● Condições socioeconômicas menos favorecidas;
● Estações mais quentes do ano (verão);
● Sexo masculino entre 1 e 5 anos, e sexo feminino
entre 1 e 2 anos.
● Condições ambientais: banheiras e baldes para
crianças < 1 ano; piscinas para crianças entre 1 e
4 anos; rios e lagos para crianças maiores.
● Uso de medicamentos que interferem com o
estado vigil;
● Consumo de álcool ou drogas;
● Doenças cardíacas e neurológicas;
● Doença psíquica ou mental.
. FISIOPATOLOGIA .
● Pode durar de segundos a minutos.
● Sabe-se que períodos curtos de submersão (de 2 a
5 minutos) não levam à morte/sequelas.
● A partir de 6 minutos de submersão, tem-se 56% de
chances de sequelas ou morte.
● Entre 11 e 25 minutos, sobe para 88% as chances de
morte ou sequelas graves.
● A partir de 25 minutos, praticamente 100% dos
casos com mortalidade.
VÍTIMA CONSCIENTE:
● Inicialmente cospe/engole água
● Prende a respiração
● Acaba por aspirar água pela via aérea
● Causa laringoespasmo;
● Não há as trocas gasosas necessárias;
● Hipóxia cerebral ⇒ inconsciência.
VÍTIMA INCONSCIENTE:
● Ao ficar inconsciente, passa a ocorrer uma
aspiração de grande quantidade de água;
● Aumenta a permeabilidade da membrana alvéolo
capilar
● Tem-se destruição do surfactante
● Áreas de atelectasia e consequente redução da
complacência pulmonar;
● Causa lesões pulmonares que podem levar a SARA
(Síndrome da Angústia Respiratória Aguda);
● Um processo de hipóxia/anóxia leva a uma acidose
metabólica
● Essa acidose metabólica culmina em efeitos
cardiovasculares, entre eles:
○ Aumento da resistência vascular periférica e
pulmonar;
○ Arritmias cardíacas;
○ Diminuição da contratilidade cardíaca.
● Desenvolvimento de distúrbios hidroeletrolíticos e
metabólicos:
○ Hiponatremia nos casos de água doce
○ Hipernatremia nos casos de agua salgada
○ Hipotermia (em submersões prolongadas)⇒ que
leva a diminuição da CF e do consumo de O2,
diminuindo o metabolismo celular.
● Tudo isso leva a um pior prognóstico neurológico e
insucesso na RCP.
. EXAMES .
● Indicação dos exames baseada na clínica:
● Raio X do tórax
● Gasometria arterial (acidose mista)
● Eletrólitos (principalmente Na+ e K+)
● Glicemia (hiperglicemia por resposta metabólica ao
estresse)
● Urina e creatinina (função renal
● Hemograma (pode apresentar leucocitose)
. TRATAMENTO .
● Atendimento sistematizado e organizado;
● Seguir o ABCE;
● Atenção para o cuidado com possíveis lesões de
coluna cervical.
A: VIAS AÉREAS
● Permeabilizar a via aérea e imobilizar a coluna
cervical com manobras de elevação da
mandíbula.
● Aspirar a secreção da cavidade oral por meio de
sonda de aspiração flexível de maior calibre ou
aspirador rígido;
B: RESPIRAÇÃO
● Crianças com respiração espontânea, sem sinais
de desconforto respiratório, com saturação de
oxigênio>95% e nível de consciência adequada
(Glasgow >13) podem ser liberadas após 6 – 8 horas
de observação, se não evoluírem com
complicações respiratórias, cardiovasculares e
neurológicas.
● Para crianças com respiração espontânea e
hipoxemia, oferecer oxigênio por meio de
dispositivos faciais, objetivando manter a pressão
parcial de oxigênio > 90mmHg.
● Para crianças inconscientes ou com desconforto
respiratório, está indicada intubação orotraqueal,
de preferência com a sequência rápida de
intubação.
● Na presença de edema pulmonar decorrente de
disfunção cardíaca por hipóxia, deve-se avaliar a
necessidade de medicações vasoativas como a
dobutamina. O uso de diuréticos de alça não deve
ser indicado rotineiramente.
C: CIRCULAÇÃO
● Em caso de choque, a volemia deverá ser
restabelecida por meio de infusão rápida de
cristalóide, com solução salina, em bolo, de
20ml/kg, com reavaliações frequentes, em
especial, para sinais de descompensação
cardíaca, com estertores pulmonares e
hepatomegalia.
● Não está indicado o uso de bicarbonato de sódio
para a correção da acidose metabólica, que será
corrigida com infusão de volume, oxigenação e
ventilação adequada.
● A monitorização cardíaca é essencial para avaliar
o ritmo cardíaco e orientar a conduta. Na PCR, os
ritmos em assistolia e a atividade elétrica sem
pulso são mais comuns. A fibrilação ventricular é
mais rara.
D: NEUROLÓGICOS
● Avaliar ECG e sinais neurológicos focais. De
acordo com os achados clínicos, poderão ser
indicados exames de imagem, como tomografia
computadorizada do crânio e da coluna cervical,
e a avaliação neurológica.
E: EXPOSIÇÃO
● Avaliar outras lesões associadas que possam
prejudicar o estado hemodinâmico do paciente,
como hemotórax, pneumotórax, entre outros.
. HIPOTERMIA .
● Temperatura inferior a 35°C.
● Objetivo: aumentar a temperatura em 1°C a 2°C
por hora, até atingir 36°C.
● HIPOTERMIA LEVE (32-35°C):
● Retirar roupas molhadas e frias.
● Utilizar toalhas aquecidas, manta térmica.
● HIPOTERMIA MODERADA (28-32°C):
● Oxigênio aquecido e umidificado,
● Fazer SF EV aquecida,
● Uso de bolsa/manta térmica e fontes de luz
. COMPLICAÇÕES .
● Sepse
● Insuficiência renal
● SSIADH – síndrome da secreção inapropriada do
hormônio antidiurético
● Síndrome de desconforto respiratório, edema
pulmonar, pneumotórax ou pneumomediastino
● Metabólicas – acidose metabólica e distúrbios
eletrolíticos.
● Para síndromes respiratórias:
● Ventilação mecânica protetora – volume corrente
menor possível (4 a 6ml/Kg)
● Corticóide em baixas doses,
● Hidratação adequada da vítima,
● Diuréticos de maneira criteriosa.
● Não há benefício do uso de antibióticos
profiláticos.
. PROGNÓSTICO .
● Índices que pioram o prognóstico:
● Idade inferior a 3 anos;
● Duração da submersão superior a 5 minutos;
● Ausência de reanimação nos primeiros 10
minutos, coma na chegada da emergência, pH
inferior a 7,1.
. PREVENÇÃO .
● É a melhor forma de garantir um bom
prognóstico, minimizar danos neurológicos e
morte.
● Medidas importantes:
● Supervisão constante e ativa do adulto.
● Educar a criança a obedecer aos sinais de alerta.
Usar colete salva vidas.
● Evitar pular, correr, empurrar próximo a piscinas,
lagos, rios e mares.
● É fundamental que piscinas tenham tranca
interna e grades de proteção, com pelo menos, 1,5
metros de altura.
● Baldes e recipientes vazios com o fundo para
cima e longe do alcance das crianças.
● Tampa do vaso sanitário trancada.
● Trancar a porta de banheiros e lavanderias.
● Oferecer treinamento de SBV.

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