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Introdução à Fenomenologia Existencial

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Introdução à Fenomenologia 
Existencial 
 
A fenomenologia pode 
ser entendida como um 
MÉTODO, uma atitude ou uma 
disposição para com o fenômeno, 
que não busca interpretar nem 
objetificar, mas descreve-lo do modo como se apresenta. 
 Também pode ser entendida como a 
interpretação de um fenômeno (qualquer objeto 
ou ser) que vai além da clínica 
psicoterapêutica. Bem como, é um método 
incomum, uma disposição. 
 Para atuar com essa metodologia é necessário 
suspender os preconceitos, isto é, não julgar de 
forma precipitada. 
O fenômeno consiste justamente na experiência e 
percepção, o modo como captamos, entendemos, sentimos 
e somos afetados pelas vivencias, que são entendidas como 
resultantes da correlação entre o ser e o mundo, a 
consciência e o objeto, a subjetividade e objetividade. 
 Fenômeno é aquilo que se mostra como se 
mostra a partir de si mesmo. 
O existencialismo é uma TEORIA que entende o 
ser humano em constante transformação, aberto ao mundo 
e num constante vir-a-ser. O ser humano não é 
previamente determinado, não é fechado em si, definido e 
estático. 
O ser humano é livre, pois a todo momento pode 
fazer escolhas, mas é também condenado, pois a cada 
escolha que faz está escolhendo a pessoa que vai se tornar 
a partir desta escolha. 
 Para a fenomenologia não existe corpo e mundo 
separados, existe apenas o ser no mundo. 
A liberdade implica numa responsabilidade ética 
e uma permanente angústia, pois nunca sabemos qual será 
a melhor escolha a ser feita, apesar disso, a todo momento 
temos que escolher. 
MÉTODO FENOMENOLÓGICO 
Partindo de um questionamento sobre a ciência 
positivista e a filosofia idealista, criticando o uso do 
método das ciências naturais na psicologia e nas ciências 
humanas. 
 Defende a impossibilidade de quantificar os 
fenômenos e suas subjetividades. 
A fenomenologia propõe olhar para o fenômeno 
do modo como este se apresenta por si mesmo, libertado 
de seus encobrimentos, teorizações e interpretações sobre 
ele. 
 Conheça os fenômenos profundamente ou cada 
aspecto dele antes de fazer uma descrição. 
Seu método visa descrever os fenômenos do modo 
como são percebidos e experienciados. 
 Descrição refere-se a perceber algo como 
realmente é, sem preconcepções; interpretação 
envolve toda e qualquer forma de julgamento. 
A fenomenologia “está precisamente ocupada 
com os modos pelos quais as coisas aparecem ou se 
manifestam para nós, com a forma e estrutura da 
manifestação” – CERBONE, 2012. 
A fenomenologia constata que quando olhamos 
para um objeto qualquer, 
como uma pintura, o que 
vemos não são as moléculas e 
ondas de luz que atingem a 
nossa retina, mas estabelecemos uma consciência 
intencional (conexão) com este objeto, de modo que nos 
abrimos para a percepção deste e o capturamos 
enquanto belo ou feio, interessante ou desinteressante, 
alegre ou triste, entre tantas outras experiencias emergem 
dessa relação. 
Esta percepção é intencional, pois resulta da 
relação entre a nossa consciência, do modo como se 
direciona para um objeto, e o objeto, do modo como se 
apresenta a consciência. 
Nunca captamos um objeto em sua totalidade, 
o observamos partindo de um ângulo, de modo que há 
sempre muitos ângulos e variações que podem alterar a 
nossa percepção das coisas e do mundo. 
 Para Heidegger o mundo envolve a 
realidade, é compartilhado e nele estamos 
interligados um ao outro. 
É preciso operar a redução, ou a ‘epoché’, a 
suspensão do juízo, onde colocamos nossas suposições, 
hipóteses ou imaginações entre parênteses para nos abrir 
às experiências do modo como elas acontecem. 
 Epoché é a suspensão do juízo, a redução 
fenomenológica. 
Isso não significa 
eliminar as pressuposições, 
mas deixa-las de lado, para se 
dispor ao que se apresenta. 
A redução fenomenológica consiste em focar a 
atenção não nas coisas, mas na experiência que 
estabelecemos com as coisas. 
Podemos retornar às “coisas mesmas”, ao estágio 
pré-reflexivo, às nossas percepções e afetos 
experimentados antes das elaborações e teorizações sobre 
eles. 
Restabelecer os sentidos da pessoa, retomando 
em si mesma em meio à confusão de suposições ideias e 
racionais sobre si. 
Essa análise parte das coisas tal como são 
percebidas enquanto vivencias para a pessoa que as 
experimentam. Os objetos percebidos nunca são 
“objetos em si”, com valores em si próprios, independente 
dos indivíduos que os percebem, mas são sempre “objetos 
para uma consciência”. 
 
EXISTENCIALISMO 
Existencialismo é uma vertente de filosofia que 
busca compreender a existência humana partindo da 
própria existência, em seus aspectos concreto, afetivo, 
histórico e singular, valorizando a liberdade de ser e as 
singularidades de cada indivíduo. 
O existencialismo entende que a 
existência vem antes da essência, ou 
seja, não há uma essência que determine 
o modo como cada pessoa irá se tornar, 
mas cada um se constitui por meio de sua experiência no 
mundo. 
 Nascemos negatividade, indeterminados, 
nadidade, nada; apenas depois desenvolvemos uma 
essência que está em constante mudança. 
Nossa condição existencial nos gera angústia; 
Não há uma essência que nos define; 
Todos somos livres para fazer escolhas; 
Somos responsáveis por nossas escolhas; 
Estamos em constante transformação; 
Cada pessoa é um ser único e singular; 
Coexistem diversos modos de ser e existir; 
Experimentamos a vida a partir dos afetos. 
Segundo Kiekergaard, 
não há como classificar uma 
pessoa em sistemas explicativos, 
pois eles acabam a reduzir sua 
descrição, deixando de lado 
diversos aspectos que fazem parte da pessoa. 
O significado da existência não está em teorias e 
abstrações, mas na própria existência. 
 A existência, ou decorrer dela, precisa de 
algo para ter algo determinante de novas 
possibilidades. 
O existencialismo não pretende explicar o ser 
humano ou classificar as pessoas buscando o que elas têm 
de igual às outras, mas compreender cada ser em sua 
singularidade, valorizando seus modos de ser. 
Nós não somos algo pronto, estático, mas estamos 
sempre em transformação. Somos resultado das condições 
que estamos inseridos, mas também escolhemos nossa 
vida. 
 Nada é definido, tudo está em constante 
alteração. 
O fato de nos relacionar com outras pessoas 
implica em lidar com conflitos. Como somos diferentes e 
possuímos distintos valores e concepções, o 
relacionamento inevitavelmente nos gera conflitos, que 
são possibilidades de compreender melhor a nós mesmos 
e os outros.

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