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Doenças Bacterianas de Pele - SANARFLIX

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SUMÁRIO
1. Defesa da pele ............................................................ 3
2. Impetigo ......................................................................... 5
3. Síndrome da pele escaldada 
estafilocócica (SSSS) ...................................................14
4. Furunculose ................................................................18
5. Erisipela x celulite.....................................................23
6. Fasciíte necrotizante ...............................................29
Referências bibliográficas ........................................35
3DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
1. DEFESA DA PELE
Os mecanismos de defesa da pele 
são essenciais para o combate a inú-
meros agentes infecciosos, tanto pela 
barreira física que impede ou dificulta 
a penetração bem como pela respos-
ta imune eficaz após o contato com 
determinados agentes. Dentre os 
principais elementos de defesa des-
tacam-se o turnover celular, o pH, 
secreção celular, resposta imune e a 
própria flora bacteriana residente. Va-
mos estudar detalhadamente esses 
componentes.
O turnover celular nada mais é do 
que a descamação superficial da pele, 
processo fisiológico de renovação ce-
lular e eliminação de células mortas. 
Este evento favorece a “limpeza” ex-
terna da pele por eliminar possíveis 
agentes patógenos presentes nessa 
região bem como dificultar sua pro-
liferação. O pH da pele é ácido, em 
torno de 4,7 e 5,75, que também di-
ficulta a proliferação e agressão bac-
teriana por tornar o meio inóspito a 
determinados agentes agressores. 
A pele não é inerte, apesar de for-
mar uma barreira física para entrada 
de elementos, permite as secreções 
de substâncias sebáceas, essas que 
contém elementos antibióticos prote-
tores ao organismo, e também produz 
resposta imune pelas células de defe-
sa presentes nas camadas celulares, 
por exemplo, as células de Langhe-
rans, mastócitos e células dendríticas. 
Por fim, destaca-se a flora bacteriana 
natural da pele, estas que são colo-
nizadoras e estão presentes desde o 
nascimento, servindo também como 
uma proteção natural ao organismo. 
Estas agem efetivamente contra as 
demais bactérias consideradas pato-
gênicas. Contudo, fique atento, pois 
em condições de quebra da barreia 
física por lesão ou diminuição da res-
posta imunológica, as mesmas po-
dem iniciam processos patológicos 
graves. Como exemplo os Staphylo-
coccus e Corynebacterium.
HORA DA REVISÃO!
Estrutura e função da pele
As suspeitas diagnósticas de determina-
das patologias podem ser fortalecidas, 
dentre outros fatores, pelas camadas da 
pele acometidas em cada afecção e ma-
nifestações clínicas. Os agentes agres-
sores têm mecanismos de penetração 
e desenvolvimento diferentes entre si, 
alguns se proliferando em camadas 
mais superficiais, enquanto outros pro-
liferam e agridem mais profundamente 
a pele. Por isso, é essencial relembrar 
os componentes básicos da pele e suas 
funções.
A pele é o maior órgão do corpo humano 
e é constituída por três principais cama-
das, a epiderme, a derme e a hipoderme. 
Estas possuem ainda subdivisões.
A epiderme, derivada da ectoderme, é 
constituída de quatro camadas, na se-
quência de superficial para profunda: 
a camada córnea, camada granulosa, 
camada espinhosa e camada basal ou 
germinativa. As principais células da 
epiderme são os queratinócitos, pois 
correspondem a 80% da epiderme. A 
4DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
camada basal é a região de proliferação e maturação dos queratinócitos, estes 
que migram para a camada espinhosa onde há abundância de desmossomos 
permitindo que as células estejam bem unidas entre si. Em seguida, destacam-
-se os grânulos de queratina presentes na camada granular e, por fim, na ca-
mada córnea existem células anucleadas, pois os núcleos são secretados, bem 
como a queratina extracelular. As demais células constituintes são os melanóci-
tos (responsáveis pela coloração da pele), células de Langerhans (responsáveis 
pela resposta imune) e células de Merkel. 
A derme, derivada da mesoderme, é dividida em derme papilar e derme reticular, 
separadas entre si pelo plexo vascular superficial. Esta é a grande importância 
dessa camada, pois vasos, nervos e anexos cutâneos estão presentes nessa 
camada formada de uma rica matriz extracelular. As células são fibroblastos, 
mastócitos e células dendríticas. 
Derme papilar
Derme reticular
Figura 1. Representa as camadas da 
pele. Superficialmente, em roxo, está 
a epiderme e logo abaixo a derme. 
Corado com hematoxilina e eosina 
(HE). Fonte: SanarFlix.
Figura 2. As camadas da epiderme, de superficial para 
profundo a camada córnea, granulosa, espinhosa e basal 
ou germinativa. Corado com hematoxilina e eosina (HE). 
Fonte: SanarFlix.
Figura 3. Representa as camadas da pele. 
Superficialmente, em roxo, está a epiderme 
e logo abaixo a derme, subdividida em derme 
papilar e derme reticular. Corado com hemato-
xilina e eosina (HE). Fonte: SanarFlix.
Figura 4. Representa a derme em maior 
aumento e as fibras constituintes: elásticas, 
colágenas e núcleos de fibroblastos. Cora-
do com hematoxilina e eosina (HE). Fonte: 
SanarFlix.
5DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
A hipoderme é constituída de adipóci-
tos (célula gordurosa), formando o te-
cido subcutâneo que protege contra 
traumas mecânicos e de alterações de 
temperatura.
Figura 5. Representa a hipoderme. Corado com 
hematoxilina e eosina (HE). Percebe-se que as 
células de gordura, os adipócitos, não se coram, 
formando áreas arredondadas com interior 
branco. Fonte: SanarFlix.
As funções da pele são de proteção e bar-
reira, regulação da temperatura, respos-
ta imunológica, excreção, estímulos sen-
soriais e função endocrinometabólica.
2. IMPETIGO
Conceito
O Impetigo é uma doença bacteriana 
superficial de pele, altamente conta-
giosa, causada por Staphylococcus 
aureus e Streptococcus pyogenes 
que acomete principalmente os re-
cém-nascidos e crianças. Essas bac-
terinas colonizam a pele e mucosa 
nasal, ou seja, há reservatórios natu-
rais no corpo. Em situações de quebra 
da barreira física da pele por trauma 
como coceira, feridas, microfissuras 
e picadas de inseto, esses micror-
ganismos podem causar manifes-
tações características do impetigo. 
Comumente ocorrem reinfecções se 
esse reservatório não for identifica-
do e devidamente tratado, bem como 
pode ocorrer infecções em pessoas 
próximas com contato direto com o 
paciente.
Epidemiologia
O impetigo é uma doença universal, 
mas tem maior incidência e impacto 
em áreas com condições socioeco-
nômicas precárias, bem como menor 
acesso ao sistema de saúde, pois afe-
tam diretamente na higiene pessoal. 
A principal faixa etária acometida é 
de bebês e crianças pré-escolares e 
escolares, entre dois e cinco anos de 
idade que, muitas vezes, tem infec-
ções de repetição pelo contato com 
adultos assintomáticos, visto que 
nestes as bactérias podem colonizar a 
pele sem causar danos. As infecções 
de repetição, aglomerações e precá-
rias condições de higiene predizem 
picos de impetigo em crianças com 
convívio próximo. Há predominância 
nos períodos quentes e úmidos como 
no verão, pela maior proliferação bac-
teriana. Não há distinção entre sexos.
O contato ocorre diretamente com a 
pele ou secreções de pessoas infec-
tadas ou colonizadas pelas bacté-
rias e também por objetos pessoais 
como roupas e sabonetes, por isso, é 
6DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
essencial que existam medidas de hi-
giene pessoal. 
Formas de apresentação 
O impetigo pode ser bolhoso, não bo-
lhoso e comum, com manifestações 
clínicas dermatológicas e complica-
ções variadas.
Bolhoso
A forma bolhosa do impetigo ocorre 
em menor incidência se comparada 
às demais. Frequentemente acomete 
recém- nascidos e lactentes. 
As bolhas ocorrem pela liberação de 
exotoxinas por parte das bactérias 
que agem contra as desmogleínas, 
estas que são proteínas de união dos 
queratinócitos. Imagine que a lesão 
das desmogleínas faz com que os 
queratinócitosse soltem, percam a 
união entre si e haja o surgimento de 
bolhas na pele. 
Essa doença é considerada a forma 
localizada da síndrome da pele escal-
dada estafilocócica que será detalha-
da adiante. Neste caso, o agente etio-
lógico é o mesmo, o S. aureus, mas as 
bolhas se restringem a regiões locali-
zadas do corpo como na face, mãos, 
tronco, pés, dentre outras. Enquanto 
isso, na forma disseminada há envol-
vimento de grandes áreas corporais.
Em fases iniciais da doença, as le-
sões são semelhantes à queimadura 
por cigarro, como pontos específicos 
na pele, até que surgem as bolhas e 
crostas.
O conteúdo dessas bolhas é formato 
por uma secreção sero-pustulosa ou 
serosa com formação de crostas ao 
redor das bolhas e vesículas.
Figura 6. Impetigo bolhoso. Bolhas e vesículas com 
conteúdo claro em região de membros superiores, ná-
degas e virilha. Há eritema e rubor em torno das bolhas. 
Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/biologia/impeti-
go-causas-sintomas-tratamento.html
Não bolhoso
O impetigo não bolhoso tem predo-
minância em crianças pré-escolares, 
na faixa etária entre dois e cinco anos 
e é caracterizado pela formação de 
crostas melicéricas. Você deve estar 
pensando... de onde vem esse nome? 
Como muitas denominações em der-
matologia, o nome deriva da aparência 
da lesão, melicérica, pois são lesões 
amareladas, carameladas, com a co-
loração de mel. Em geral ocorrem na 
região próxima à boca e ao nariz, mas 
podem acometer região de pernas e 
7DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
nádegas. Atente-se, pois a não iden-
tificação e tratamento correto podem 
gerar complicações como o avanço 
das lesões para a derme, evento cha-
mado de ectima com ulceração e for-
mação de crostas hemorrágicas. 
Figura 7. Impetigo não bolhoso. Formação de crostas melicéricas 
em região nasal e perilabial. Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/
doencas-e-sintomas/impetigo/
Figura 8. Impetigo não bolhoso. Formação de 
crostas melicéricas extensas em região nasal e 
perilabial. Fonte: http://pediatriaemfoco.blogspot.
com/2012/01/diagnostico-visual-qual-o-prova-
vel_08.html
Comum
O impetigo comum ocorre como pro-
pagação de uma infecção secundá-
ria nas regiões lesadas por outros 
agentes, tanto por lesões de barreiras 
quanto por situações de imunossu-
pressão. Lembrem-se de que indi-
víduos imunossupressos, tanto por 
doenças congênitas, adquiridas ou 
por uso de medicamentos como imu-
nossupressores, têm maior chance 
de desenvolver infecções secundá-
rias e complicações. Logo, áreas le-
sadas, por exemplo, por coceira, po-
dem surgir como fonte importante de 
infecção por germes oportunistas. A 
imagem abaixo representa a lesão 
característica de escabiose com pro-
pagação de impetigo (lesões em bo-
lhas e crostas).
8DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
FAIXA ETÁRIA LESÃO CARACTERÍSTICA
AGENTE 
ETIOLÓGICO
PRINCIPAIS 
LOCAIS DE 
ACOMETIMENTO
Bolhoso
Recém-nascidos e 
lactentes
Bolhas
S. aureus e S. 
pyogenes
Face e genitais/
nádegas
Não 
bolhoso
Pré-escolares (2 a 
5 anos)
Crostas melicéricas
S. aureus e S. 
pyogenes
Face (nariz e 
boca)
Comum
Ambas as faixas 
supracitadas
Bolhas, crostas melicéricas e 
lesões específicas dos agentes 
oportunistas ou demais infec-
ções em associação (placas, 
eczemas, etc)
S. aureus e S. 
pyogenes + outros 
agentes bacteria-
nos ou fúngicos
Qualquer local do 
corpo
Tabela 1. Características clínicas e epidemiológicas dos tipos de impetigo bolhoso, crostoso e comum.
Lesão característica de 
escabiose
Lesão 
característica do 
impetigo
Figura 9. IImpetigo comum. São visualizadas áreas com lesões características de escabiose e lesões do impetigo com 
formação de vesículas e crostas. Fonte: SanarFlix
Complicações
As complicações podem surgir prin-
cipalmente em casos de infecções 
recorrentes e não tratadas previa-
mente, mas não excluem outras situ-
ações. Dentre elas destacamos a glo-
merulonefrite pós estreptocócica que 
é uma lesão renal após infecção pelo 
S. pyogenes, cerca de 20 dias após 
a infecção de pele. Um dos princi-
pais aspectos dessa complicação é a 
não resposta a antibióticos, visto que 
ocorre lesão glomerular pelos imuno-
complexos circulantes e não por ação 
direta da bactéria.
A reinfecção pode ser considerada 
uma complicação em casos de higie-
ne precária, pois evidenciam a maior 
chance de infecções associadas por 
outros germes, estas que podem 
evoluir para complicações pulmona-
res, cardíacas, neurológicas, dentre 
9DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
outras. Assim, torna-se ainda mais 
evidente a importância da identifica-
ção precoce, tratamento direcionado, 
bem como as medidas de prevenção 
das reinfecções com o controle dos 
contatos dos infectados, sejam cui-
dadores ou outras crianças.
SE LIGA! Glomerulonefrite 
pós-estreptocócica
A glomerulonefrite pós-estreptocóci-
ca ocorre após infecção do streptococo 
beta hemolítico do grupo A, o S. pyo-
genes. Ele não gera agressão direta ao 
rim, mas sim, suas cepas nefrogênicas. 
Constitui a forma de doença glomeru-
lar mais comum em crianças na faixa 
etária escolar pela maior incidência de 
doenças infecciosas bacterianas, por 
exemplo, faringites (cepas tipo 12) e 
o impetigo (cepas tipo 49). Então, du-
rante a infecção aguda é comum ter o 
acometimento renal? A resposta é não! 
Estamos falando de cepas nefrogênicas, 
estas que ocorrem certo tempo após a 
infecção inicial, que em muitos casos já 
teve melhora, seja ela por uma doença 
autolimitada ou pelo tratamento antibi-
ótico bem estabelecido. Então, vamos lá.
Você está diante de uma criança, 5 anos 
de idade, previamente hígida, frequenta 
creche e convive com a mãe e mais três 
irmãos. A mãe refere que a criança está 
febril há dois dias, sem ter aferido, uri-
nando sangue e com um pouco de es-
puma, sendo que houve diminuição da 
quantidade e frequência da urina diária 
também há dois dias. Queixa-se de in-
disposição. Paciente em bom estado 
geral, lúcida, fáscies atípica, leve edema 
de membros inferiores, pressão arterial 
de 150x90 mmHg, sem nenhuma outra 
alteração visível ou relatada. Mãe afir-
ma histórico de bolhas pelo corpo há 30 
dias que foram tratas com antibióticos 
orais receitados ambulatorialmente. Não 
sabe referir se fez uso até o final do tem-
po indicado. Qual a sua conduta? 
Antibioticoterapia empírica para infec-
ção urinária baixa e dar alta à paciente.
Inicia soro de reidratação oral, antibioti-
coterapia de amplo espectro, solicita he-
mograma e sumário de urina.
Solicita sumário de urina, PCR, Cr, Ur, 
hemograma, complemento sérico, inicia 
medidas de suporte clínico com antipi-
réticos, se febre, repouso e observa a 
paciente. 
Solicita sumário de urina, PCR, Cr, Ur, 
hemograma, inicia medidas de suporte, 
antibioticoterapia empírica e corticoide 
oral.
Vejamos, se sua principal suspeita foi 
uma infecção de trato urinário inferior 
alguns outros dados deveriam estar 
inclusos como ardência e disúria, mas 
não apenas isso, você concorda que o 
sumário de urina e urocultura é essen-
cial para avaliar a infecção, caso esta 
seja sua suspeita? Se sim, descarte a 
primeira opção, pois está incompleta. 
Você até poderia colocá-la como diag-
nóstico diferencial, mas a sequência da 
investigação não pode ser negligencia-
da. Seguindo, a segunda opção não nos 
parece confiável, visto que a criança não 
apresenta sinais de desidratação. Você 
deve sim observar e ofertar tratamento 
sintomático, contudo, a reidratação não 
é indicada nesse caso, pois pode piorar 
o edema encontrado no exame físico. 
Além disso, não há indicação de antibio-
ticoterapia neste momento, tão pouco 
em larga escala, sem nenhuma referên-
cia a internações prévias, mas, principal-
mente, porque em nossa primeira sus-
peita veremos que a antibioticoterapia 
não é indicada. A terceira alternativa 
segue uma sequência lógica e coerente, 
com suporte clínico e sintomático, solici-
tação de exames que auxiliam na con-
firmação diagnóstica. Após essa etapa, 
10DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
novos exames devemser solicitados e 
veremos a adiante. Por fim, a última op-
ção, além de indicar antibioticoterapia 
sem evidencia de infecção ativa, solici-
ta associação com corticoides, incorreto 
por nossa suspeita diagnóstica. 
Sim, e qual mesmo a nossa suspeita? 
Glomerulonefrite pós-estreptocócica!
Os sinais e sintomas clássicos dessa 
doença são hematúria, edema, hiper-
tensão arterial e leve proteinúria, es-
tes que são manifestações da síndrome 
nefrítica, além de eventualmente possuir 
manifestações como prostração, fraque-
za ou indisposição. Essas manifestações 
ocorrem entre 10 a 20 dias após a infec-
ção bacteriana por faringite ou impetigo, 
na maioria dos casos. O diagnóstico é 
clínico e laboratorial. Após identificação 
dos sintomas e relato da infecção pré-
via a suspeita já deve ser evidente, em 
associação com sumário de urina, PCR, 
ureia, creatinina e complemento sérico. 
Espera-se encontrar alteração da função 
renal com elevação de ureia, por exem-
plo, hipocomplementenemia e os acha-
dos supracitados no exame de urina. O 
tratamento é iniciado com medidas die-
téticas como restrição hídrica e de sódio 
para minimizar o edema e evitar com-
plicações renais, bem como restrição de 
potássio e proteínas. A depender dos 
níveis tensionais e edema, podem ser 
indicados diuréticos como furosemida, 
na dose de 4mg/kg, até a redução do 
edema.
Não falamos nesse box sobre a biópsia 
renal, mas veja bem, ela pode ser indi-
cada se suspeita de variação anatomo-
patológica grave, não melhora com tra-
tamento sintomático ou complicação do 
paciente. Caso contrário, não há neces-
sidade para confirmação diagnóstica.
É uma doença de caráter autolimitado 
e benigno, portanto, trate os sintomas 
e avalie se há necessidade de maiores 
intervenções. 
SE LIGA! Febre reumática
A febre reumática é uma doença que 
ocorre após faringite estreptocócica 
não tratada ou inadequadamente tra-
tada por infecção pelo Estreptococo 
beta-hemolítico do grupo A. 
Então, preste atenção: não ocorre por 
complicação do impetigo! Isso pode 
ser pegadinha de prova, pois os mes-
mos microrganismos podem causar am-
bas as doenças.
É uma doença de caráter autoimune, 
inflamatória, que cursa com manifes-
tações em torno de sete a quinze dias 
após o episódio infeccioso. Como sinto-
mas, podem ocorrer dor articular, cardi-
te, coreia (movimentos descoordenados 
dos membros), manchas na pele, nódu-
los subcutâneos, febre, prostração, ina-
petência, dentre outros.
O diagnóstico ocorre pela história clínica 
e exames laboratoriais como hemogra-
ma, hemocultura, cultura da orofaringe 
e pesquisa de anticorpos. Além disso, 
na suspeita de acometimento de outros 
órgãos, deve ocorrer solicitação de ele-
trocardiograma, ecocardiograma e ra-
diografia de tórax. 
O tratamento eficaz ocorre com preven-
ção secundária pela administração de 
antibiótico, A Penicilina Benzatina. 
Uso para crianças: 600.000 UI IM, 21 
em 21 dias, se peso <25 kg. Essa indi-
cação ocorre até a concentração de 0,03 
unidades/ml de penicilina sérica.
Tratamento 
O tratamento é iniciado com as me-
didas gerais de cuidado, e quais são 
eles? Cuidados locais com limpeza 
da pele na região infectada, para re-
tirada das crostas que podem estar 
11DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
aglomeradas e endurecidas. Neste 
caso, a limpeza é realizada com água 
e sabão e muito cuidado para não ter 
o contato com as lesões e secreções. 
Posteriormente é iniciado o tratamen-
to específico com antibioticoterapia 
que pode ocorrer de forma tópica ou 
sistêmica. 
• Antibióticos tópicos: em casos de 
lesões localizadas são indicados a 
mupirocina e ácido fusídico. O tra-
tamento é realizado com aplica-
ção dos agentes tópicos de três a 
quatro vezes ao dia, com duração 
de cinco a sete dias. Atentar para 
a lavagem adequada com água e 
sabão durante todos os banhos 
do dia e aplicação logo após para 
garantir o tempo de ação do medi-
camento. Toalhas de rosto e banho 
não devem ser compartilhadas!
• Antibióticos sistêmicos: em ca-
sos de doenças difusas, com 
maiores extensões, são indicados 
a cefalosporina de primeira gera-
ção, Cefalexina, sendo esta a pri-
meira escolha ou Amoxacilina com 
Clavulanato. A Cefalexina pode ser 
indicada na dose de 25 a 50mg/kg/
dia, de seis em seis horas, via oral, 
por sete dias, para crianças. Os 
adultos tem indicação de 250mg/
kg/dia, de seis em seis horas, por 
sete dias. A amoxacilina com cla-
vulanato é na dose de 45mg/kg/
dia, de 12/12 horas, via oral, de 
sete a 10 dias.
12DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
FLUXOGRAMA – TRATAMENTO IMPETIGO
MEDIDAS GERAIS
ESPECÍFICO
Lavar com água e sabão
Soro fisiológico
TÓPICO TÓPICO
Doses indicadas para crianças, a 
duração pode variar até dez dias
Mupirocina Ácido fusídico Cefalexina
Amoxacilina + 
Clavulanato
Retirar crostas
Aplicar após banho, três 
vezes ao dia, por 5 a 7 
dias.
50mg/kg/dia, 
06/06 horas, via 
oral, por sete dias
Adulto aumenta a 
dose para: 250mg/
kg/dia
45mg/kg/dia, de 
12/12 horas, via oral, 
por sete dias
13DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
MAPA MENTAL – IMPETIGO
Manifestações
Tratamento
Transmissão
Epidemiologia
Agentes etiológicos
Definição
Bolhoso
Mupirocina
Cefalexina
Lavar com água 
e sabão
Ácido fusídico
Amoxacilina + 
Clavulanato
Soro fisiológico
Não bolhoso
Comum
Bolhas
Tópico
Contato direto
Recém nascidos e crianças
S. Aureus
S. pyogenes
Doença bacteriana, 
altamente infecciosa, comum 
na faixa etária infantil
Condições precárias de 
higiene
Condições de aglomeração 
infantil
Sistêmico
Medidas gerais
Cristas melicéricas
Outras lesões associadas
14DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
3. SÍNDROME DA 
PELE ESCALDADA 
ESTAFILOCÓCICA (SSSS)
Conceito
A SSSS é descamação da pele de 
forma intensa e difusa após infec-
ção pelo S. aureus, que ocorre pela 
liberação de citocinas contra as des-
modeínas, semelhante ao que ocorre 
no impetigo. Mas fique atento: o foco 
de infecção neste caso está distante 
dos locais de descamação, sendo as-
sim, bolhas e locais de descamação 
não são infecciosos. 
Epidemiologia
É uma doença rara afetando cerca de 
0,09 a 0,56 por milhão de habitantes 
no mundo, com predominância em 
recém-nascidos. Quando a doença 
ocorre em adultos é possível que haja 
algum comprometimento imunoló-
gico. Não há predominância entre 
sexos.
Manifestações clínicas
Existe, inicialmente, a fase de pródro-
mo da doença, com duração de até 
48 horas, por otites, faringites e con-
juntivites. Nestes casos, o paciente 
pode apresentar febre, mal estar e 
prostração. 
Na fase clínica, o paciente pode apre-
sentar febre alta e rash eritematoso 
inicialmente em fase e seguimen-
to para todo o corpo, além do surgi-
mento de bolhas e descamação pelo 
corpo, principalmente em regiões de 
dobras como virilha, nádegas, região 
posterior do joelho e antebraço. Fa-
lando especificamente da descama-
ção, há o sinal de Nikolsky, pois a pele 
pode até aparentar normal à visuali-
zação, mas com o toque do examina-
dor e tração na pele há descamação. 
Figura 10. Imagem representa criança com síndrome 
da pele escaldada. Perceba a descamação da pele em 
regiões de dobras, principalmente em virilhas e mem-
bros superiores. Fonte: https://www.msdmanuals.
com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/infec%-
C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/s%C3%AD-
ndrome-da-pele-escaldada-por-estafilococos
15DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
SE LIGA! DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA
A necrólise epidérmica tóxica ou Sín-
drome de Lyell é uma farmacodermia, 
ou seja, uma reação cutânea adversa, 
extremamente grave com acometimen-
to extenso da pele. Essa manifestação 
ocorre como reação a vários medica-
mentos como lamotrigina, carbamazepi-
na, alopurinol, sulfonamida e nevirapina. 
É possível que outras causas estejam 
associadas como infecção pelo Myco-
plasma pneumoniae e citomegaloví-
rus, mas em menor escala. Indivíduos 
imunocomprometidos, seja por uso de 
medicamentos como corticoterapia, 
por doenças como HIV ou tratamentos 
quimioterápicos,têm maior chance de 
desenvolvimento da doença bem como 
gravidade na evolução e surgimento de 
complicações. As manifestações podem 
iniciar com sintomas gripais, prostração, 
fraqueza e evoluir para surgimento de 
bolhas dolorosas na pele e mucosas. 
O diagnóstico é clínico pelo dermatolo-
gista que avalia a descamação da pele 
em mais de 30% do corpo, bem como 
áreas de bolhas e eritemas. Há separa-
ção evidente da derme papilar das ca-
madas basais. É possível indicação de 
biópsia se dúvida diagnóstica. O trata-
mento inicial é baseado na suspensão 
do agente causador se medicamentoso 
de forma imediata e encaminhamento 
do paciente para unidade de terapia in-
tensiva. O paciente é tratado como um 
queimado grave, com cuidados especí-
ficos com a pele e cuidados gerais como 
hidratação e medidas de suporte nutri-
cional. Os sintomáticos devem ser admi-
nistrados em caso de dor, com atenção 
para evitar novas reações adversas por 
interação medicamentosa. Em casos es-
pecíficos, pode fazer uso de ciclospori-
na, plasma ou imunoglobulina, mas não 
há padrão de indicação.
Diagnóstico 
Clínico
O diagnóstico clínico ocorre pela vi-
sualização das bolhas e padrão de 
acometimento. Por exemplo, bolhas e 
descamação em regiões de dobras.
Microbiológico
Vamos relembrar, mencionamos acima 
que o foco de infecção é distante ao 
local das manifestações dermatoló-
gicas, logo, as bolhas serão estéreis. 
Pode ser realizada cultura em caso de 
dúvida diagnóstica e não cresceriam 
bactérias na cultura. Por isso, deve ser 
realizada cultura de outras regiões, 
como nas fezes! Neste caso, poderá 
existir o foco infeccioso.
Biópsia
A biópsia de pele evidencia a sepa-
ração das camadas, bem como perda 
de ligação das desmogleínas. Há vi-
sualização de bolhas.
Figura 11. Imagem histológica obtida após biópsia de 
pele, corada em HE, evidenciando a formação de bolhas 
intraepidérmicas. Fonte: SanarFlix.
16DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
Imunoflorescência
A imunofluorescência é indicada para 
auxiliar no diagnóstico diferencial, por 
exemplo, com os pênfigos, que são 
doenças autoimunes. 
Tratamento
Esta é uma doença com grandes ex-
tensões e grave, principalmente pelo 
acometimento de recém-nascidos. 
Logo, deve haver internamento ime-
diato e suporte clínico com analgesia 
e controle hidroeletrolítico. Além 
disso, curativos e limpeza das áreas 
descamadas para evitar infecções 
secundárias.
O tratamento específico deve ser ini-
ciado com antibioticoterapia paren-
teral, sendo utilizada a Oxacilina que 
é a primeira escolha. Essa associa-
ção tem efeito importante tanto para 
erradicação bacteriana quanto para 
evitar a ação das toxinas que tem o 
efeito indesejado na pele. Posterior-
mente, após alta do paciente, é indi-
cado uso de Cefalexina, via oral, por 
sete a quatorze dias.
Fique atento: corticoides são con-
traindicados, pois podem prejudicar 
o sistema imune e favorecer a disse-
minação da infecção pelo corpo.
Indicação: Oxacilina, 100 a 200mg/
kg/dia, endovenoso, a cada quatro 
ou seis horas, por sete a dez dias.
Seguimento: Cefalexina, 50mg/kg/
dia, 06 em 06 horas, por sete dias.
FLUXOGRAMA – TRATAMENTO SÍN-
DROME DA PELE ESCALDADA
TRATAMENTO
INTERNAMENTO
MEDIDAS GERAIS
ANTIBIOTICOTERAPIA
Analgesia 
Limpeza da pele
Oxacilina, 100 a 200mg/
kg/dia, endovenosa, a cada 
04 ou 06 horas, por sete 
dias 
Hidratação 
Curativo
Controle 
Manutenção com 
Cefalexina, 50mg/kg/dia, 
via oral, 06/06 horas, por 
sete dias
17DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
MAPA MENTAL – SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓCICA
Diagnóstico
Tratamento
Aspectos gerais
Clínica
Clínico
Suporte 
hidroeletrolítico
Exotoxinas contra 
desmogleínas
Foco infeccioso à 
distância
Recém-nascidos e 
crianças
Pródromo
Característico
Bolhas estéreis
Analgesia
Anatomopatológico + 
imunofluorescência
ATB tópico: mupirocina
Oxacilina
Corticoide 
CONTRAINDICADO!
Faringite
Regiões de 
dobras
Nikolsky positivo
Mucosas 
poupadas
Bolhas estéreis
Conjuntivite
Otite
18DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
4. FURUNCULOSE
Conceito
A furunculose é o nome dado à in-
fecção bacteriana dos folículos 
pilo-sebáceos, ou seja, tanto do fo-
lículo piloso quanto das glândulas se-
báceas, que ocasiona a formação de 
furúnculos que se estendem além da 
região dos folículos, acometendo a 
região do tecido subcutâneo.
Figura 12. Nódulo eritematoso com conteú-
do purulento. Fonte: https://www.tuasaude.
com/3-dicas-para-curar-um-furunculo/
Epidemiologia / Etiologia
O agente infeccioso é o S. aureus, 
que pode colonizar a pele sem causar 
danos por longos períodos, mas por 
motivos diversos como, por exemplo, 
quebra da barreira física ou deficiên-
cia do sistema imune penetram a pele 
e geram a agressão patológica. Em 
25% dos casos gera furunculose re-
corrente tanto nos pacientes coloni-
zados quanto naqueles contactantes. 
É uma doença universal, sem predile-
ção entre os sexos, bastante comum 
em áreas de higiene inadequadas, 
em baixas condições socioeconômi-
cas ou aglomerações.
Existem alguns fatores de risco as-
sociados como histórico familiar e 
contato próximo com pessoas infec-
tadas; obesidade pela formação de 
dobras na pele que facilitam a proli-
feração bacteriana e dificultam a lim-
peza local, além de alterações infla-
matórias proeminentes pelo tecido 
gorduroso; diabetes mellitus e ou-
tras situações de imunodepressão, 
pois são condições que impedem ou 
dificultam a ação eficaz do sistema 
imune contra o agente causador, bem 
como dificultam a resposta de deseja 
do organismo e a higiene precária já 
mencionada.
O histórico de furunculose já cons-
titui um fator de risco para novos epi-
sódios pela colonização bacteriana, 
por isso, é essencial o tratamento 
adequado e a erradicação dos focos 
infecciosos.
Aspectos clínicos
O furúnculo é um nódulo eritema-
toso, com rubor, calor e dor, além 
de possuir uma área flutuante para 
drenagem do conteúdo pustulento. 
A ocorrência de várias lesões se-
melhantes determina o quadro de 
furunculose. 
A infecção pode ocorre tanto em fo-
lículos diversos pelo corpo quanto de 
19DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
forma localizada, com vários nódulos 
acometidos simultaneamente, es-
tes, chamados de antraz.
O período de incubação é variável e 
indefinido, podendo variar entre 4 a 
10 dias na maioria dos casos. 
SE LIGA! ANTRAZ
O antraz ocorre pelo acometimento de 
vários folículos adjacentes, formando 
um grande nódulo, mais profundo, com 
múltiplos orifícios, ou seja, locais de dre-
nagem, podendo acometer regiões de 
dorso, nuca e coxas, preferencialmente. 
Esses nódulos precisam de uma aten-
ção particular pela possibilidade de limi-
tação de movimento, por exemplo, em 
região de nuca e coxas, pelo atrito da 
pele e dor local intensa. O antraz é mais 
comumente encontrado em pacientes 
idosos e imunossuprimidos pela maior 
possibilidade de disseminação da doen-
ça e extensão local acometendo regiões 
profundas da pele.
Figura 13. Nódulo eritematoso extenso, 
profundo, com vários pontos de drenagem, 
denominado antraz. Fonte: https://www.
msdmanuals.com/pt/profissional/dist%-
C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/infe-
c%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/
fur%C3%BAnculos-e-antraz
Tratamento 
• Medidas gerais: o tratamento ini-
cial deve conter medidas de hi-
giene e cuidados locais como 
limpeza com uso de antissépti-
cos como a solução de clorexidina 
e calor local para estimular a dre-
nagem pelos pontos flutuantes. 
A indicação de drenagem ocorre 
apenas se os pontos flutuantes já 
estiverem evidentes, de forma es-
téril, com um pequeno rasgo na re-
gião central facilitando a liberação 
das secreções. Em caso de não 
formação dos pontos de flutua-
ção a drenagem não está indicada 
pelo profissional, exceto se ocorrer 
espontaneamente. 
• Infecção localizada: nestes ca-
sos, o tratamento é indicado com 
antibióticos tópicos como mupi-
rocina ou ácido fusídico, 3 a 4 ve-
zes ao dia, sempre após o banho. 
A indicação é: tomar o banho com 
sabonetes individuais, secarbem 
todo o corpo, inclusive a região do 
furúnculo e, posteriormente, depo-
sitar uma quantidade suficiente da 
loção tópica para cobrir a lesão e 
evitar contato com a mesma.
• Fique atento! Além dos locais de 
lesão deve ser indicado uso dos 
agentes tópicos em região de vi-
rilhas, região nasal, ponta dos de-
dos, perianal e umbigo, pois são 
áreas possíveis de reservatório de 
bactérias.
20DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
• Infecções sistêmicas: Cafalexina, 
250mg/kg/dia, 06/06 horas, via 
oral, por sete a dez dias ou Eritro-
micina, 30 a 40mg/kg/dia, 06/06 
horas, via oral, por sete a dez dias.
Diagnóstico
Lembre-se: seja sempre um exce-
lente clínico! Boa parte das infecções 
dermatológicas podem ser diagnos-
ticadas pelos aspectos visíveis das 
lesões, extensão e acometimento 
profundo ou não da pele. O diagnós-
tico da furunculose não é diferente, 
é clínico! Pode haver cultura das le-
sões em caso de dúvida diagnósti-
ca, mas são exames desnecessários 
rotineiramente.
Complicações
Infecções recorrentes ou extensas 
podem destruir os anexos da pele e 
deixar lesões cicatriciais, com pre-
juízo estético e funcional. Esse risco 
se eleva com o ato de drenar manu-
almente os furúnculos sem o auxílio 
profissional.
Diagnósticos diferenciais
Hidradenite: infecção crônica supu-
rativa com períodos de remissão das 
lesões, seguidos de exacerbações. 
Ocorrem principalmente na região in-
guinal e axilar.
Figura 14. Nódulos inflamatórios subcutâneos erite-
matosos em região de axilas característicos da hidrade-
nite. Fonte: https://www.mdsaude.com/dermatologia/
hidradenite/
Miíase: nódulo cutâneo após penetra-
ção de larvas de insetos na pele com 
região central orificial que é o local de 
entrada e saída da larva. Neste caso, 
a reação inflamatória é menos inten-
sa. Como exemplo, há penetração por 
larva da mosca varejeira. 
Figura 15. Miíase furuncular formando nódulo com 
orifício central para saída de larvas. Fonte: https://para-
mais.com.br/calcanhar-de-maracuja-confira-o-que-es-
ta-doenca-faz-a-sua-pele/.
21DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
FLUXOGRAMA – TRATAMENTO FURUNCULOSE
TRATAMENTO
MEDIDAS GERAIS
LOCALIZADA
EXTENSA
Drenagem
Antissepsia
Mupirocina ou ácido fusídico
Cefalexina, 250mg/kg/dia, 06/06 
horas, via oral, por sete a dez dias.
Eritromicina, 30 a 40mg/kg/dia, 06/06 
horas, via oral, por sete a dez dias.
OU
Se pontos flutuantes
Clorexidina
3 ou 4 aplicações ao dia 
em todas as lesões, após 
o banho, por cinco a sete 
dias
Aplicação em nariz, 
virilhas, periauricular, 
umbigo, mãos e pés
22DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
MAPA MENTAL – FURUCULOSE
CONCEITO
EPIDEMIO
DIAGNÓSTICO 
DIFERENCIAL
CLÍNICA
TRATAMENTO ATENÇÃO!
S. aureus
Miíase
Calor
Medidas gerais
Tratar com ATB tópicos os 
contactantes
Localizado
Contato familiar
Nódulo eritematoso
Obesidade
Área flutuante
Colonização
Hidradenite
Rubor
Universal 
Dor
Diabetes mellitus
Vários folículos 
simultâneos
Sistêmico
Infecção bacteriana dos 
folículos pilossebáceos
Cefalexina
Antisséptico 
clorexidina
Mupirocina ou 
ácido fusídico
Antraz
Drenagem
23DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
5. ERISIPELA X CELULITE
Conceito
A erisipela consiste na infecção 
bacteriana de pele com acometi-
mento das camadas superficiais, 
logo, é uma infecção que chega até 
a derme. Enquanto isso, a celulite é 
uma infecção bacteriana profunda 
da pele, com acometimento do tecido 
subcutâneo, até a hipoderme.
Erisipela Celulite
Figuras 16 e 17. Representam, respectivamente, a erisipela com acometimento superficial da pele, chegando até a 
derme e a celulite, com acometimento profundo atingindo a hipoderme. Fonte: Aula SanarFlix.
Agentes infecciosos
O agente etiológico da erisipela é o 
S. pyogenes, já o agente causador da 
celulite é o S. aureus.
Acometimento
Ambas as doenças tem predominân-
cia de acometimento em região de 
membros inferiores, 85% dos casos e 
na face (10%) e ocorre por solução de 
continuidade. 
Vamos aprofundar com um caso 
clínico e discussão?
Paciente masculino, 23 anos, lavra-
dor, católico, casado, natural e pro-
cedente de Amargosa (BA). Queixa 
principal: dor e inchaço em tornozelo 
há cinco dias. HMA: paciente, previa-
mente hígido, refere que há cerca de 
cinco dias percebe inchaço na perna 
direita, com calor, dor e vermelhidão 
local, sentiu o corpo quente, mas 
não aferiu a febre. Conta que há oito 
dias sentiu algo perfurante entrando 
em seu pé direito durante o traba-
lho, retirou o mesmo, mas não soube 
especificar o conteúdo do material, 
apenas que era pequeno e pontia-
gudo. Nega outras queixas. Afirma 
24DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
diabetes mellitus tipo I. Mãe com 
diabetes mellitus tipo I, nega outras 
doenças familiares. Calendário vaci-
nal atualizado. Afirma uso contínuo e 
correto de insulina. Ao exame, você 
percebe um paciente em bom esta-
do geral e nutricional, fáscies atípica. 
Aparelho respiratório, cardiovascu-
lar, neurológico sem alterações. Pele 
enrugada, queimada de sol, com 
várias manchas hipercrômicas, em 
membro inferior direito há grande 
lesão eritematosa que se estende do 
tornozelo à panturrilha, bem delimi-
tada, dolorida, sem secreções, apa-
rentemente superficial. Você já tem 
uma suspeita, não é mesmo?
Isso! Erisipela. 
A lesão superficial, eritematosa, uni-
lateral, bem delimitada, em paciente 
diabético, com histórico de perfu-
ração em pé por um objeto desco-
nhecido é bastante sugestiva de 
infecção por continuidade, principal-
mente por S. pyogenes. Lógico que 
você pode ter outras suspeitas como, 
por exemplo, trombose venosa, mas 
bem menos provável pelo histórico 
clínico do paciente ou alguma com-
plicação venosa do diabetes e pode 
sim investigá-las detalhadamente.
Mas e agora? Você tem uma suspei-
ta diagnóstica principal, vamos tra-
tar, não é mesmo? Veremos a seguir 
detalhadamente as opções de trata-
mento e seguimento desse paciente.
Epidemiologia
A erisipela e celulite tem epidemio-
logia semelhante, pois, em geral, es-
tão relacionadas a fatores de risco 
como obesidade, diabetes mellitus, 
doença venosa periférica, dentre ou-
tras condições que favoreçam a proli-
feração bacteriana por deficiência do 
sistema imune e, sobretudo, por for-
mar portas de entrada ao organismo. 
As portas de entrada são lesões em 
pele como úlceras por problemas ve-
nosos ou pela própria dificuldade de 
cicatrização evidente em pacientes 
diabéticos. As lesões favorecem a 
penetração bacteriana e proliferação 
gerando erisipela ou celulite. Não há 
predileção entre sexos ou idade.
Indivíduos imunocomprometidos tem 
maior susceptibilidade a infecções, 
bem como complicações e disse-
minação da doença após instalação 
inicial.
Aspectos clínicos
• Pródromos sistêmicos: febre, 
mal-estar, prostração.
• Evolução: eritema, calor, dor e 
edema unilaterais. A grande dife-
rença para diagnóstico clínico está 
na profundidade das lesões e uma 
forma simples de avaliá-las é per-
cebendo se há bordas bem deli-
mitadas que é o caso da erisipela 
ou mal delimitadas, como ocorre 
na celulite. O fato da infecção da 
25DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
celulite chegar até a hipoderme di-
ficulta a boa delimitação superficial.
ERISIPELA CELULITE
Camadas da pele Superficial (derme) Profunda (hipoderme)
Agente etiológico S. pyogenes S. aureus
Fatores de risco
Obesidade, imunodeficiência, diabe-
tes mellitus
Obesidade, imunodeficiência, diabe-
tes mellitus
Locais de acometimento Membros inferiores e face Membros inferiores e face
Características clínicas
Eritema, dor, calor, edema, bordas 
bem delimitadas
Eritema, dor, calor, edema, bordas 
mal delimitadas
Tabela 2. Celulite x erisipela
Tratamento 
O tratamento é sempre realizado com 
antibioticoterapia sistêmica asso-
ciada a sintomáticos, podendo ser 
realizada em casa em condições fa-
voráveis. Segue abaixo as opções de 
escolha antibiótica para erisipela, ce-
lulite por S. aureus resistente à meti-
cilina e sensível à meticilina.
Erisipela: deve ser utilizada uma das 
opções abaixo. Sefebre, calafrios e 
Figuras 18 e 19. A imagem 18 não tem delimitação específica das bordas pelo padrão profundo de acometimento da 
celulite, enquanto isso, a imagem 19 apresenta boa delimitação das bordas, característico da erisipela. Fonte: https://
www.mdsaude.com/dermatologia/erisipela-celulite/
manifestações sistêmicas graves a 
opção é uso de cefalosporinas:
Amoxacilina 500 mg, via oral, de 8 /8 
horas, 5 a 10 dias;
Eritromicina 500 mg, via oral, de 6 
/6 horas, 5 a 10 dias (para pacientes 
alérgicos à penicilina);
Ceftriaxone 1g, endovenosa, a cada 
24 horas ou Cefazolina 1-2g, endo-
venosa, a cada 8 horas, também de 5 
a 10 dias.
26DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
Para a celulite purulenta por S. au-
reus resistentes à meticilina, se-
guem as opções abaixo, deve ser uti-
lizada uma opção antibiótica: 
Clindamicina 300-450 mg, Via oral, 
de 8/8 horas, 5 a 10 dias;
Doxiciclina 100 mg, via oral, de 12/12 
horas, 5 a 10 dias;
Sulfametoxazol-trimetoprim 800/160 
mg, via oral, de 12/12 horas, 5 a 10 
dias.
Celulite não purulenta com S. au-
reus sensíveis à meticilina, deve ser 
utilizada uma das opções:
Dicloxacilina 500 mg, via oral, de 6/6 
horas, 5 a 10 dias;
Cefalexina 500 mg, via oral, de 6/6 
horas, 5 a 10 dias;
Clindamicina 300-450 mg, via oral, a 
cada 8-8 horas, 5 a 10 dias; 
Internação
Há necessidade de internação em 
casos de: imunossuprimidos, lesões 
em face e falência do tratamento 
oral. Além disso, fique atento, pois em 
25% dos casos há recidiva da doença 
e se essas recidivas ocorrerem mais 
de três vezes ao ano a orientação é 
utilizar antibiótico profilático.
Exemplo: Penicilina G Benzatina, in-
tramuscular, a cada três semanas. 
Em caso de febre e dor pode ser indi-
cado analgésico simples como Dipi-
rona, 500mg a 1g, via oral, de seis em 
seis horas, até melhora dos sintomas. 
27DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
TRATAMENTO ERISIPELA E CELULITE
ERISIPELA 
OBS 1: ESCOLHA UMA 
OPÇÃO TERAPÊUTICA!
OBS 2: O TRATAMENTO 
OCORRE DE 5 A 10 DIAS!
TRATAMENTO
CELULITE
Amoxacilina 500 mg, via oral, de 8 /8 horas
Se dor ou febre: Dipirona 
500mg, via oral
Recidiva
S. aureus resistentes a meticilina
S. aureus sensíveis a meticilina
Eritromicina 500 mg, via oral, de 6 /6 horas, se 
alergia a penicilina
Ceftriaxone 1g, endovenosa, a cada 24 horas, se 
manifestações sistêmicas
Sulfametoxazol-trimetoprim, 
800/160 mg, via oral, de 12/12 horas
Penicilina G Benzatina, 
IM, a cada três semanas
Clindamicina 300-450 mg, via oral, 
de 8/8 horas
Cefalexina 500 mg, via oral, de 6/6 
horas
28DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
MAPA MENTAL – ERISIPELA X CELULITE
EPIDEMIO
CLÍNICA
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
TRATAMENTO
RISCO
FACE (10%)
Sulfametoxazol-trimetoprim OU 
Cefalexina OU Clindamicina 
PRÓDROMO
FACE (10%)
BORDAS MAL 
DEFINIDAS
CELULITE
CELULITE
FACE (10%)
INFECÇÃO DE PARTES 
MOLES
OBESIDADE – 
DIABETES MELLITUS - 
IMUNODEFICIÊNCIA
MEMBROS INFERIORES 
(85%)
Ceftriaxone OU Amoxacilina
FEBRE
DOR
ERITEMA
PROFUNDA BORDAS BEM 
DEFINIDAS
CALOR
S. AUREUS
SUPERFICIAL
S. PYOGENES
29DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
6. FASCIÍTE 
NECROTIZANTE
Conceito
É a necrose rapidamente progres-
siva das camadas da pele che-
gando até a fáscia muscular, logo, 
é uma infecção profunda e grave. 
Os principais locais de acometimen-
to são membros inferiores, períneo 
e abdome e ocorre por proliferação 
polimicrobiana.
Epidemiologia
É uma patologia rara, porém, extre-
mamente incapacitante e letal, pois a 
mortalidade é em torno de 75%. Afe-
ta em menor número crianças e pa-
cientes jovens e seu risco aumenta 
em pacientes idosos, principalmen-
te se doenças crônicas associadas 
como diabetes mellitus e doença vas-
cular periférica. Condições como uso 
de drogas endovenosas e abuso de 
álcool também são fatores de risco. 
Não há diferença entre os sexos.
Como medidas de prevenção des-
taca-se a limpeza de feridas e trata-
mento adequado conforme indicação 
médica, para evitar proliferação e dis-
seminação de agentes infecciosos. 
Por exemplo, os Streptococcus be-
ta-hemolíticos, que são os principais 
agentes etiológicos envolvidos na 
gênese da fasciíte necrotizante. 
SE LIGA! Gangrena de Fournier
A gangrena de Fournier é caracterizada 
pela infecção extensa, aguda e grave de 
partes moles na região do períneo. Há 
presença de germes anaeróbios, baci-
lo gram-negativos ou, frequentemente, 
flora bacteriana mista. Em geral, a doen-
ça inicia como uma fasciíte necrotizante 
comum, com eritema, dor e calor local, 
associado a febre e mal-estar, com evo-
lução rápida e progressiva. Está muito 
associada ao estado geral do paciente, 
aqueles imunodeprimidos e com doen-
ças crônicas são mais frequentemente 
acometidos. Pode ser uma infecção de-
corrente de abcessos perirretais, esca-
ras de decúbito e pós-procedimentos ci-
rúrgicos com cicatrização prejudicada. O 
tratamento consiste na abordagem ge-
ral ao paciente, tratamento antibiótico e 
abordagem cirúrgica para debridamento 
da área necrótica. Existem várias opções 
terapêuticas para tratar as feridas e evi-
tar complicações como a oxigenação hi-
perbárica e óleo de girassol que podem 
ser utilizados com indicação médica es-
pecializada. A prevenção é sempre um 
elemento chave no cuidado a pacientes 
debilitados e com maior risco de desen-
volvimento de feridas de pele. 
Figura 20. Gangrena de Fournier. Lesão exten-
sa em região de órgão genital e períneo com 
necrose tecidual. Fonte: https://pt.wikipedia.org/
wiki/Gangrena_de_Fournier
30DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
Clínica
A fasciíte necrotizante tem início com 
uma lesão eritematosa, localizada e 
dolorosa, semelhante a uma celulite 
(infecção também profunda de partes 
moles), contudo, a dor é despropor-
cional à celulite, visto que o paciente 
refere dor extensiva e progressiva, até 
que ocorre a sensação de anestesia 
pela perda dos anexos nervosos. En-
tão, não perca tempo! Dor lacerante 
e desproporcional com achados se-
melhantes à celulite merecem aten-
ção especial.
A evolução é crítica com toxemia pela 
disseminação bacteriana e reação 
imune e há coloração azulada nas 
lesões características da necrose te-
cidual, seguidas de coloração arroxe-
ada e enegrecida, além disso, há for-
mação de bolhas e descamação. 
Figura 21. Lesão extensa arroxeada, com focos de necrose tecidual e formação de bolhas, característica da fasciíte 
necrotizante. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fasce%C3%ADte_necrotizante
Diagnóstico 
O diagnóstico exige a avaliação mi-
nuciosa por um tripé que envolve as 
informações e sinais clínicos, exames 
laboratoriais e exames de imagem.
• Clínica: Como mencionado, há 
inicio gradual com lesão seme-
lhante à celulite, contudo, com 
dor desproporcional e extensiva, 
muitas vezes incapacitante e que 
31DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
não melhora com medicamentos 
sintomáticos.
• Laboratorial: Pela evidência de 
inflamação e infecção grave, deve 
ser solicitado hemograma, marca-
dores de inflamação como CPK, 
eletrólitos e função renal. Vejamos, 
o paciente apresenta sinais clássi-
cos de infecção, logo, o hemogra-
ma é essencial para avaliar a leu-
cocitose e desvio à esquerda que 
representa aumento de neutrófilos 
por infecção bacteriana. CPK vai 
estar elevado pela grande lesão 
muscular característica da agres-
são necrotizante. Haverá insufi-
ciência renal aguda pelas toxinas 
liberadas a partir da lesão muscu-
lar e dificuldade de filtração renal a 
partir dessa agressão.
• Imagem: Os exames de imagem 
são solicitados para avaliar os fo-
cos de lesões profundas e sua 
extensão interna. A ressonância 
magnética é o exame mais indica-
do por evidenciar lesões em partes 
moles com maior definição. 
Tratamento 
A abordagem do paciente com fas-
ciíte necrotizante deve ser agressiva, 
com equipe prontamente preparada 
para o desbridamento cirúrgico pre-
coce e extenso, de caráter urgente. 
Em associação deve existir o controle 
pressórico e febril evitando maiores 
complicações.
Figura 22. Abordagem cirúrgica da fasciíte necrotizante – debridamentoda área lesada. Fonte: aula SanarFlix.
32DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
A antibioticoterapia deve ocorrer 
também de forma otimizada e garan-
tindo cobertura para germes aeróbios 
e anaeróbios. Abaixo apresentamos 
algumas opções antibióticas.
A penicilina e Clindamicina são an-
tibióticos com boa resposta a agen-
tes streptococócicos, nas doses: 
Penicilina G, 4 milhões de unidade, a 
cada 04 horas + Clindamicina 4g/dia, 
EV, dividida em quatro doses diárias. 
Na suspeita de infecção mista deve 
ser acrescentado Metronidazol 1,5-
2,0g, EV, em 3 doses diárias + Cipro-
floxacina 400mg, EV, 12/12h. 
FLUXOGRAMA – TRATAMENTO FASCÍTE NECROTIZANTE 
CUIDADOS GERAIS CIRÚRGICO ATB
FASCIÍTE 
NECROTIZANTE
Reposição volêmica Debridamento extenso S. Pyogenes
Flora mista
Pensar na flora mista é sempre 
a melhor opção
Controle pressórico
Analgesia
Penicilina G, 4 milhões de 
unidade, a cada 04 horas 
+ 
Clindamicina 4g/dia, EV, 
dividida em quatro doses 
diárias.
Penicilina G, 4 milhões de 
unidade, a cada 04 horas 
+ 
Clindamicina 4g/dia, EV, 
dividida em quatro doses 
diárias.
+
Metronidazol 1,5-2,0g, EV, 
em 3 doses diárias + 
Ciprofloxacina 400mg, EV, 
12/12h.
33DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
CONCEITO
AGENTE ETIOLÓGICO
FATORES DE RISCO
TRATAMENTO
DIAGNÓSTICO
CLÍNICA
Necrose rapidamente 
progressiva de partes 
moles – atingindo fáscia 
múscular
Aeróbios e anaeróbios
Idosos 
Sintomático
Clínica
Eritema
Diabéticos
CIRÚRGICO
Hemograma
Dor
Doenças venosas 
periféricas
Clindamicina
CPK
Calor
Drogas endovenosas
Drogas endovenosas
Função renal
Necrose tecidual
Ressonância magnética
Febre
Toxemia
MAPA MENTAL - FASCÍTE NECROTIZANTE
Penicilina
Metronidazol
Ciprofloxacina
34DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
MAPA MENTAL – VAMOS REVISAR?
Recém-nascidos
Glomerulonefrite pós estresptocócica
BOLHOSO
NÃO BOLHOSO
COMUM
Crianças
S. aureus
S. pyogenes
Pele e fáscia muscular
Superficial
Necrose
Febre
RNM
S. pyogenes
CPK – IRA - LEUCO
DM, DROGAS ENDOVENOSAS
Profunda
Septicemia
Calor
Dor lacerante
S. aureus
Debridamento
Clindamicina + Metronidazol + Cipro
Pródromo – otite; faringite
Rash eritematoso
Febre
Cultura de outros focos
Descamação
Descamação intensa e difusa da pele
SÍNDROME DA 
PELE ESCALDADA 
ESTAFILOCÓCICA
IMPETIGO
FASCIÍTE NECROSANTE
ERISIPELA X CELULITE
S. aureus
Bolhas 
Crostas melicéricas
Outras doenças 
associadas
Higiene 
Mupirocina
Dor
Cefalexina
Edema
Limpeza
Clindamicina
Amoxacilina
Cefalexina
Biópsia + 
imunofluorescência
Interna
Analgesia
Cafelexina e 
oxacilina
Folículos pilossebáceos
Nódulo eritematoso
Limpeza
FURUNCULOSE
Edema
Cefalexina
Rubor
Mupirocina
Calor
INFECÇÃO DE PARTES MOLES
35DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Sociedade Brasileira de Dermatologia. https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/
doencas-e-problemas/.
Walter Belda Junior, Nilton di Chiacchio, Paulo Ricardo Criado. Tratado de Dermatologia. 
Atheneu, 3° edição. 2018
Azulay, RD, Azulay DR. Dermatologia, Guanabara Koogan, 5° edição, atualizada e revisada 
em 2011.
36DOENÇAS BACTERIANAS DE PELE

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