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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS www.esab.edu.br 3 Sumário 1.Apresentação I........................................................................06 2.A Excelência da Informação Contábil......................................07 3.O Valor da Informação Gerencial.............................................13 4.Balanço em Análise e as Publicações Contábeis....................22 5.Análise para Resultados Mensuráveis.....................................32 6.Análise dos Índices Financeiros..............................................42 7.Resumo I.................................................................................52 8.Apresentação II.......................................................................53 9.Demonstração de Resultados, Liquidez e Custos...................54 10.Gestão de Estoques e Custos................................................64 11.Elementos Industriais e Custos..............................................73 12.Estoque, Matéria Prima e Mão de Obra ...............................81 13.Custeio e Margem de Contribuição......................................90 14.Resumo II............................................................................103 15.Apresentação III..................................................................104 16.Sistema RKW e Ponto de Equilíbrio......................................105 17.Do Planejamento à Formação do Preço de Venda..............113 18.Produção por Ordem e Produção Contínua.........................122 19.A Organização e o Planejamento em Operação..................129 20.Do Processo Decisório a Tomada de Decisões....................137 21.Resumo III...........................................................................144 22.GLOSSÁRIO.......................................................................145 23.BIBLIOGRAFIA...................................................................148 www.esab.edu.br 4 Palavras do Tutor Caros alunos, meu nome é Edmar Temporim e acredito nesse momento como um encontro positivo onde prevalece o interesse e a difusão de conhecimentos. É através da disciplina de Contabilidade Gerencial que vamos interagir via ambiente virtual, procurando diminuir as distâncias em favor da construção de um aprendizado que seja dinâmico o suficiente para nos permitir romper barreiras e estabelecer o padrão de qualidade proposto pela ESAB e aprovado pelo MEC, sempre de posse dos melhores recursos, tanto acadêmicos, quanto tecnológicos. Costumo dizer que a Contabilidade Gerencial atingiu a “maior idade”, mas ainda não parou de crescer. Ela se notabiliza porque, em nome da «melhor informação contábil», busca elementos importantes nas mais variadas fontes sobre planejamento, controle e tomada de decisão. É, na verdade, uma coleção de técnicas emprestadas por outras disciplinas correlatas, o que reforça seu caráter integrativo e motiva a construção dos sistemas de informações contábeis, os quais constituem ferramentas imprescindíveis de auxílio ao empresário na tomada de decisão e criação de valor. Estruturamos nosso conteúdo em 03 (três) grandes eixos. Cada um deles possui 05 (cinco) Unidades que vão desde os conceitos que fundamentam os registros contábeis, até a construção de um sistema de informações que autorize um gerenciamento pautado em resultados. Dessa forma, o objetivo é apresentar os fundamentos da Contabilidade Gerencial, tanto no campo acadêmico, quanto para utilidade empresarial, evidenciando um conjunto de ferramentas gerenciais capazes de sustentar as decisões de melhor qualidade técnica dentro de uma empresa. Sim! Nosso estudo vai percorrer caminhos que permitam conhecer essencialmente os recursos técnicos, através dos quais, a disciplina unifica seu conceito gerencial. Cada tema desenvolvido www.esab.edu.br 5 representa importância capital na formação de um sistema de informação que seja útil as mais variadas gestões. Ao bom observador será possível intuir paralelos entre a disciplina e o cotidiano empresarial, de forma a ter presente sua utilidade prática, principalmente àqueles que se dirigem em direção do mercado de trabalho. Esse conjunto de valores me faz otimista e é com esse espírito que pretendo acompanhá-los nessa jornada de conhecimentos sobre a disciplina de Contabilidade Gerencial. Bons Estudos! www.esab.edu.br 6 Ciência Contábil e Geração de Valor Por essência, a Contabilidade Gerencial deve ostentar o caminho da inovação. É ela quem sustenta as tomadas de decisões mais urgentes, as quais podem determinar o sucesso e a continuidade de um empreendimento. Não é sem motivo que as empresas passam a divulgar seus balanços sociais. São exigências que nascem de um novo mercado, com autonomia para interferir no preço e influenciar tendências. Com essa visão, neste Eixo vamos tratar dos fundamentos que sustentam a construção técnica da Contabilidade Gerencial, sobretudo na perspectiva da criação de valores ou geração de resultados. www.esab.edu.br 7 Características Gerais A Contabilidade Gerencial destaca-se hoje como um dos segmentos da ciência contábil, talvez o primeiro, em que se verificam os esforços de pesquisa em todo mundo. Apesar disso, muitos acadêmicos, segundo McLean, aceitam o fato de que não existe uma teoria unificada para a Contabilidade Gerencial. Muitos chegam a entender que a Contabilidade Gerencial não passa de uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de outras disciplinas correlatas. Apesar da utilização de temas de outras disciplinas, ela se caracteriza por ser uma área contábil autônoma, pelo tratamento dado à informação contábil, enfocando planejamento, controle e tomada de decisão, e por seu caráter integrativo dentro de um sistema de informação contábil. A identidade da disciplina é revelada pelo seu caráter integrativo. Enquanto em outros segmentos da ciência contábil os temas são tratados e analisados de forma isolada, na Contabilidade Gerencial todos os temas são tratados dentro de um conjunto único, sem prescindir da integração necessária à informação contábil. Muitos teóricos consideram que a Contabilidade Gerencial é essencialmente para tomada de decisão. Porém, além disso, devemos ter também uma estrutura de informações operacionais www.esab.edu.br 8 e repetitivas, que possibilitem auxílio permanente a todo ciclo administrativo de execução e controle. A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor O atual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está centrado no conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informação gerado pela contabilidade para que as empresas possam cumprir adequadamente sua missão. ATKINSON, BANKER, KAPLAN E YOUNG iniciam seu trabalho mais recente com esse conceito, dizendo: “Contabilidade Gerencial – Informação que cria valor – Sistemas contábeis gerenciais efetivos podem criar valor considerável, pelo fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das organizações de hoje.” O atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os estágios evolutivos anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso efetivo de recursos empresariais. Essa função-objetivo está declarada no Relatório Revisado de Março de 1998, emitido pelo Comitê de Contabilidade Financeira e Gerencial da Federação Internacional de Contadores (International Federation of Accountants – IFAC), sobre os conceitos de Contabilidade Gerencial. A seguir, os principais tópicos relacionados com o tema de geração ou criação de valor, partindo da apresentação dos estágios evolutivos da Contabilidade Gerencial, de acordo com o IFAC. Evolução e Mudança na Contabilidade Gerencial “O campo da atividade organizacional, abarcado pela Contabilidade Gerencial, foi desenvolvido através de quatro estágios reconhecíveis”: $ Estágio 1 – Antes de 1950, o foco era na determinação do custo www.esab.edu.br9 e controle financeiro, através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos; $ Estágio 2 – Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informação para o controle e planejamento gerencial, através do uso de tecnologias tais como análise de decisão e contabilidade por responsabilidade; $ Estágio 3 – Por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do desperdício de recursos usados nos processos de negócios, através do uso das tecnologias de análise e administração estratégica de custos; $ Estágio 4 – Por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou criação de valor através do uso efetivo de recursos, tais como: o uso de tecnologias, o exame dos direcionadores de valor ao cliente, o valor para o acionista e a inovação organizacional. “Cada estágio da evolução representa adaptação para um novo conjunto de condições que as organizações enfrentam, pela absorção, reforma, e adição aos focos e tecnologias utilizadas anteriormente. “Cada estágio é uma combinação do velho e do novo, com o velho sendo reformado para ajustar-se com o novo em combinação a um novo conjunto de condições para o ambiente gerencial. A Contabilidade Gerencial atual refere-se ao produto do processo de evolução cobrindo os quatro estágios” (IFAC, parágrafos 9 e 15). “Nos estágios 3 e 4, ela (a Contabilidade Gerencial) é vista como uma parte integral do processo de gestão, com informações sendo disponibilizadas em tempo real diretamente para a administração, e com a distinção entre administração de apoio e linha sendo progressivamente embaçada. “Nos estágios 3 e 4, a informação é vista como um recurso organizacional, juntamente com outros recursos organizacionais; o foco, agora, contudo, é na redução das perdas e desperdícios desses recursos (tanto em termos reais como financeiros) e em www.esab.edu.br 10 conservar ou alavancar seu uso na geração ou criação de valor” (IFAC, parágrafo 17). A função-objetivo da Contabilidade Gerencial de criação de valor para os acionistas é um conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente. A criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial, que, por sua vez, é transferido para os proprietários da entidade, aos denominados acionistas. Exemplificando: a partir de um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas, terrenos e mão de obra; o dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalançado por uma quantia idêntica gerada por algum financiamento. Quando começar a vender, a empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base de criação de valor, que constitui a finalidade empresarial, e está representado no balanço patrimonial. Assim, o conceito de criação (ou adição) de valor na Contabilidade Gerencial, como em finanças, está ligado ao processo de geração de lucro para os acionistas. Balanço Social: Características e Formalidades O tema responsabilidade social ocupa hoje grande espaço na produção acadêmica, na mídia e nos negócios. Neste contexto, destaca-se o debate sobre a ação socioambiental das empresas, dimensão que tem sido uma das mais propagadas no meio empresarial (DA SILVA MACEDO, 2012). A partir de 01.01.2006 a Resolução CFC 1003/2004 aprovou a NBC T 15 - Informações de Natureza Social e Ambiental, tratando especificamente dos procedimentos para apresentação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade. As Normas Contábeis são de utilização obrigatória pelas empresas e profissionais, independentemente do porte empresarial. www.esab.edu.br 11 Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo de divulgar sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a comunidade, apresentando o resultado de sua responsabilidade social. Entende-se por informações de natureza social e ambiental: • A geração e a distribuição de riqueza; • Os recursos humanos; • A interação da entidade com o ambiente externo; • A interação com o meio ambiente. A primeira tarefa do profissional de contabilidade e finanças para uma adequada formação de dados para o balanço social é ajustar o plano de contas da entidade. Quanto mais cedo o fizer, mais facilitada será sua tarefa, já que o incremento de informações exigidas nem sempre será suprido pelos relatórios internos ou estatísticos das entidades. O ensino à distância tem como mérito estimular a disciplina do aluno, dando-lhe a liberdade de administrar seu tempo de estudo, segundo suas próprias necessidades. Por exemplo, se seu rendimento é melhor imprimindo o conteúdo, faça-o, em nome das facilidades que irá subtrair dessa decisão. Portanto, a partir dos recursos disponíveis, organize um “padrão bom” de aprendizagem e planeje utilizá-lo com o melhor grau de aproveitamento. PARA SUA REFLEXÃO www.esab.edu.br 12 Conclusão Nesta Unidade observamos a evolução histórica da contabilidade, principalmente nos aspectos que afetam os fundamentos que constituem a Contabilidade Gerencial. Vimos também que cada empresa na se constitui numa “ilha de prosperidade” isolada. Ao contrário, tem sua missão social e cumpre através da criação de valor. A dimensão de valor está propugnada na importância de sociedade sua responsabilidade social, divulgando Informações de Natureza Social e Ambiental. A seguir, vamos conhecer as especificidades direcionamentos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial. FÓRUM Contabilidade Ambiental: Há uma consciência quase universal de que os recursos naturais são limitados, e não podem mais ser desperdiçados, sob pena de comprometimento do equilíbrio ecológico de nosso planeta. Diante dessa constatação vamos refletir sobre este tema: 1 – Em que consiste a Contabilidade Ambiental e qual seu objetivo precípuo? 2 – No mundo contemporâneo, qual o papel do profissional contábil na orientação às empresas sobre as atitudes responsáveis diante da realidade ambiental? 3 – Levantemos algumas vantagens da utilização da Contabilidade Ambiental, principalmente considerando que a utilização racional dos recursos ambientais constituem fator de geração de riqueza econômica. Conselho Federal de Contabilidade, Resolução CFC 1003/2004 www.cfc.org.br ESTUDO COMPLEMENTAR http://www.cfc.org.br www.esab.edu.br 13 Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira Os métodos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial foram desenvolvidos para diferentes propósitos e para diferentes usuários das informações financeiras. Há, contudo, numerosas similaridades e áreas de sobreposição entre os métodos da Contabilidade Financeira e a Gerencial. A Contabilidade Gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e são responsáveis pela direção e controle de suas operações. A Contabilidade Gerencial pode ser contrastada com a Contabilidade Financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão fora da organização. Quadro Comparativo Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Usuários dos relatórios Externos e internos Internos Objetivo dos relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente. www.esab.edu.br 14 Forma dos relatórios Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados, Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados, Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado (se cia aberta) Orçamento, contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho, relatório de custo, relatórios especiais não rotineiros para tomada de decisão. Frequência dos relatórios Anual, trimestral e ocasionalmentemensal. Quando necessário à administração Custos ou valores utilizados Primariamente históricos (passado) Históricos e esperados (previstos) Bases de mensuração usadas para quantificar os dados Moeda corrente Várias bases (moeda corrente, moeda estrangeira – moeda forte, medidas físicas, índices etc.) Restrições nas informações fornecidas Princípios Contábeis Geralmente Aceitos Nenhuma restrição, exceto as determinadas pela administração Arcabouço teórico e técnico Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas, como economia, finanças, estatística, pesquisa operacional e comportamento organizacional. Características da informação fornecida Deve ser objetiva (sem viés), verificável, relevante e a tempo. Deve ser relevante a tempo, podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos precisão. www.esab.edu.br 15 Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o planejamento, controle e avaliação de desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientação histórica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato) Características e Importância Segundo Sérgio de Iudícibus “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório”. Anthony (1970), um dos precursores da Contabilidade Gerencial, estabeleceu algumas características, como: tem múltiplos objetivos; não é governada pelos princípios geralmente aceitos; é opcional; focaliza segmentos, assim como o “todo do negócio”; dá menos ênfase à precisão; é parte de outros processos e não um fim em si mesmo. A Contabilidade Gerencial, como ramo do saber, é de fundamental importância na vida econômica atual, principalmente nas complexas economias modernas. Em sentido geral, a Contabilidade Gerencial trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos. E, como sabemos que os recursos são escassos, ela se ocupa de utilizá-los de forma racional através de um adequado controle dos insumos, com base num confiável sistema de informação gerencial. Assim, a Contabilidade Gerencial se utiliza de ferramentas de várias áreas, mas principalmente da Administração, Economia e www.esab.edu.br 16 da própria Contabilidade, como a parte de custos, geral e análise contábil. Caráter de Integração da disciplina A Contabilidade Gerencial não existe dentro de uma entidade da mesma maneira que existe a Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Administração Financeira. Em todas as entidades as aplicações dessas disciplinas são visíveis e, dependendo do porte da empresa, existem departamentos distintos que são responsáveis por sua execução. Não é demais lembrar que, no âmbito didático, essas disciplinas são ensinadas isoladamente. Em função disso, é comum, e até esperado, que o aprendizado dos temas de cada disciplina seja feito de forma não integrada. Isso quer dizer que, quando o aluno está aprendendo as técnicas de formação de custo do produto, ele e o professor estão preocupados exclusivamente com isso. Não há preocupação de integração com as demais áreas contábeis, e isso se repete com outras técnicas. Não podemos deixar de anotar que essas disciplinas enfocam as condições para o uso de suas técnicas no processo administrativo. Acontece que elas não podem enfocar o uso integrado com outras disciplinas, porque não há possibilidades didáticas para isso. Esse papel cabe à disciplina de Contabilidade Gerencial. Contabilidade Gerencial como instrumento de administração A Contabilidade Gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela exista. Uma entidade tem Contabilidade Gerencial se houver dentro dela pessoas que consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática. Contabilidade Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Gerenciamento é uma ação, um fazer e não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da contabilidade como instrumento da administração. www.esab.edu.br 17 Se temos a Contabilidade, se temos a informação contábil, mas não a usamos no processo administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe Contabilidade Gerencial. Dessa forma, fica claro que a Contabilidade Gerencial deve utilizar- se das técnicas já desenvolvidas por outras disciplinas, até porque nelas o estudo específico é mais aprofundado. Outra fonte interessante são as perguntas e respostas já exercitadas. Incluímos abaixo uma dúvida respondida, a qual encontra paralelo nas unidades já abordadas: A dúvida é fonte de aprendizado. Ela motiva o aluno a buscar outros conteúdos. Existem recursos de toda ordem: nos livros, nas bibliotecas online, etc. (algumas fontes vamos fornecer sob o título de “Saiba Mais” ou “Estudo Complementar”). Nossa missão é “facilitar” a absorção do conteúdo proposto, inclusive sanando as eventuais dúvidas existentes ao longo do curso. PARA SUA REFLEXÃO www.esab.edu.br 18 Características da Contabilidade Gerencial Pergunta: O material didático traz citação de ANTONY que diz que “a Contabilidade Gerencial não é governada pelos princípios geralmente aceitos”. O que exatamente isto quer dizer já que os princípios são os pilares da Contabilidade e a Gerencial um extrato da Geral. Interação (opinião de outro aluno) Segundo CREPALDI, “ a contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais.” A contabilidade gerencial é desregulamentada, ou seja, ela não é dirigida por regras e princípios fundamentais da contabilidade ou por autoridades governamentais. Todas as informações levantadas pela contabilidade gerencial são determinadas pela administração, para satisfazer as necessidades estratégicas e operacionais da empresa. Segundo ATKINSON (2000, pág. 36), “a contabilidade gerencial é o processo de produzir informação operacional e financeira para funcionários e administradores.” Baseado no que diz CREPALDI e ATKINSON podemos considerar que a contabilidade gerencial surgiu para auxiliar os administradores nas tomadas de decisões. Nesse sentido, todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são voltadas exclusivamente para funcionários, administradores e executivos das empresas. Como todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são para as tomadas de decisões dos administradores, ela não precisa cumprir normas e princípios da contabilidade. www.esab.edu.br 19 Características da Contabilidade Gerencial (resposta do professor) Segundo Sérgio de Iudícibus “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes em seu processo decisório.” Robert N. Antony, considerado por muitos como um dos precursores da disciplina de Contabilidade Gerencial, é bastante sintético em sua caracterização da disciplina: “A Contabilidade Gerencial, preocupa-se com a informação contábil útil à administração”. Segundo a Associação Nacional dos Contadores dos Estados Unidos, através de seu relatório nº 1A, “Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadaspela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.” O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para a administração, utilizando temas de outras disciplinas das áreas de Ciências Contábeis ou Administração Financeira. Portanto, a afirmação de que a disciplina não é governada pelos princípios geralmente aceitos não diminui o brilhante papel de integração multidisciplinar realizado pela Contabilidade Gerencial em nome de uma melhor gestão empresarial. www.esab.edu.br 20 (mais uma interação do aluno que construiu a pergunta) Não tenho dúvida quanto à conceituação da Contabilidade Gerencial e ferramenta auxiliar no processo de análise e tomada de decisão. O ponto que quero chegar é em que momento a Contabilidade Gerencial se distancia dos «princípios geralmente aceitos». Há um conflito entre pressupostos da Gerencial com os «princípios»? Seriam «os princípios» obstáculos para a Gerencial? No meu entender o objetivo de um curso de MBA/pós é ir mais a fundo nos temas que já foram objeto de estudo nas etapas preliminares de nossa vida acadêmica. Características da Contabilidade Gerencial (interação do professor) A afirmação é a seguinte: “A contabilidade Gerencial não é governada pelos princípios geralmente aceitos”. Quem tem a primazia de ser governada pelos princípios geralmente aceitos é a base científica da contabilidade, ou seja, a contabilidade geral na tarefa sistemática de registrar informações, produzir relatórios (balanço, demonstrativo de resultados, etc). Aí repousam como extensão da contabilidade todas as escriturações, a contabilidade de custos, etc... A Contabilidade Gerencial utiliza dessas informações e de muitas outras; não necessariamente, e apenas, afetas a área contábil (financeira, por exemplo), com o objetivo de voltar-se para a informação que possa ser útil à administração, isto é, internamente. Nos EUA, país que primeiro procurou compilar os princípios contábeis, esses princípios foram vistos durante um certo tempo como as premissas para um Sistema de Certificação e Avaliação. Posteriormente foi o conjunto de fatores que separaria a contabilidade americana em duas vertentes: contabilidade financeira (na qual deveriam ser observados os princípios contábeis) e contabilidade gerencial (ramo em que os princípios poderiam não ser seguidos e que por isso poderia ser melhor traduzida também como administração contábil). No Brasil, desde que a Lei 6.404/76 incluiu os princípios como matéria legislativa a ser observada pelos agentes do mercado de capitais, eles são objeto de regulamentação dos órgãos reguladores oficiais. Ou seja, longe de uma informação gerencial interna, trata-se de informação baseada em princípios com lastro científico e, acima de tudo, voltada também para interesses externos (fisco, acionistas, CVM etc). www.esab.edu.br 21 Conclusão Como observamos, há polêmicas históricas envolvendo a independência da Contabilidade Gerencial até que ela fosse destacada da Contabilidade Financeira, em razão das suas especificidades, principalmente no que toca o direcionamento da informação. Porém, fica claro que o maior legado desse debate está na capacidade de integração promovida pela Contabilidade Gerencial, tudo em favor da qualidade na geração de informações. A seguir, vamos a análise patrimonial, que traduz a essência da contabilidade. www.esab.edu.br 22 Análise Patrimonial A base patrimonial de uma organização empresarial é constituída de bens direitos e obrigações. Para fazermos uma análise patrimonial de uma organização, inicialmente, precisamos ter uma contabilidade confiável e dispor de seus principais demonstrativos. Neste caso, estamos nos referindo aos dois principais demonstrativos: Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultados. Balanço Patrimonial (Ativo) O primeiro e mais importante demonstrativo é o Balanço Patrimonial. Ele representa uma fotografia da empresa num dado momento e seus elementos são as contas, cuja nomenclatura tem variação de acordo com o tipo de atividade desenvolvida. Os bens e direitos são os elementos positivos ou ativos e as obrigações, os negativos ou passivos. O estudo se orienta pela nova estrutura do Balanço Patrimonial. Não podemos prescindir das principais mudanças desencadeadas pelo processo de convergência das normas contábeis brasileiras para as normas internacionais (VICECONTI, 2015). O Ativo é constituído por dois grandes grupos de contas: o Circulante e o Não Circulante (MP 449/08). As contas do ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão em dinheiro, ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez. Assim, agrupamos em primeiro lugar as contas que já são dinheiro (na ordem decrescente de liquidez – do maior para o menor), a www.esab.edu.br 23 seguir aquelas que se converterão em dinheiro rapidamente (títulos a receber, estoques, etc.). A este grupo de contas denominamos de circulante. Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que serão transformadas em dinheiro mais lentamente. São ativos de menor grau de liquidez. A este grupo denominamos de ativo não circulante. O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos: Ativo Realizável a Longo Prazo; Investimentos; Imobilizado; Intangível. • De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço. • No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda. • O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. • Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou www.esab.edu.br 24 exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos de uso permanente. Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido. Passivo: No Passivo, as contas são dispostas pelo grau decrescente de exigibilidade, isto é, das obrigações mais exigíveis para as menos exigíveis. Subdivide-se em três grupos: Circulante; Não Circulante e o Patrimônio Líquido. • No Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. • No Passivo Não Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo, facilmente encontradas em empresas de construção civil. Na verdade, são lucros que só constarão do Resultadomais à frente. • O Patrimônio Líquido ou Capital Próprio representa a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. www.esab.edu.br 25 As Reservas são as parcelas do patrimônio líquido que excedem o valor do capital social integralizado e se subdividem em Reservas de Lucros, de Capital e de Reavaliação (A Lei 11.638/2007 substitui a “Reserva de Reavaliação” pela conta “Ajustes de Avaliação Patrimonial”). As de Lucros são obtidas pela apropriação de lucros da companhia, por exigência legal, estatutária ou outras razões (contingências). As de Capital são contribuições oriundas de proprietários ou de terceiros, que nada têm a ver com receitas ou ganhos. Os Lucros Acumulados ficam em destaque legalmente, mas enquanto não distribuídos podem ser considerados reservas de lucros. As Contas Retificadoras ou Redutoras do Patrimônio Líquido, como o próprio nome diz, reduzem o Patrimônio Líquido (PL). Por exemplo: o capital social a realizar; ações em tesouraria (são ações emitidas pela empresa e por ela readquiridas, etc.). A seguir, uma demonstração do Balanço Patrimonial: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO - Ativo Circulante - Passivo Circulante - Ativo Não Circulante - Passivo Não Circulante - Realizável a Longo Prazo - Investimentos - Patrimônio Líquido - Imobilizado - Capital Social - Intangível - Reservas - Prejuízos Acumulados - Contas Retificadoras TOTAL X TOTAL X Nas organizações ocorrem, diariamente, inúmeros fatos contábeis e esses provocam alterações no Balanço da empresa. Essas alterações são registradas mantendo-se o princípio da Igualdade Contábil. Para verificarmos isto, vamos supor o seguinte Balanço Patrimonial: www.esab.edu.br 26 ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa........................$ 2.000 Dívidas de Curto Prazo........$ 1.200 Automóvel...............$ 3.200 Impostos a Pagar..................$ 150 Móveis....................$ 1.500 Dívidas de Longo Prazo.......$ 6.000 Imóveis....................$ 30.000 Patrimônio Líquido...............$ 29.350 TOTAL $ 36.700 TOTAL $ 36.700 1º Caso: aquisição de outro automóvel à vista, no valor de $ 1.000; nesse caso, o dinheiro sai do Caixa, ficando a mesmo com $ 1.000, e vai para a Conta automóvel, que fica com $ 4.200, ou seja, o ativo não se alterou. Esse fato é chamado de permutativo. 2º Caso: aquisição de equipamentos a prazo no valor de $ 500, nesse caso teremos aumento do Ativo, com a Conta equipamentos $ 500, mas também do Passivo, com o aparecimento de uma obrigação como duplicatas a pagar $ 500. Essa alteração é compensativa, pois altera o Ativo e o Passivo, mas não altera o Patrimônio Líquido. 3º Caso: pagamento de multas no valor de $ 50. Esse fato reduz o caixa, assim como o Patrimônio Líquido, pois é considerado uma despesa. Logo, é uma alteração modificativa diminutiva. 4º Caso: recebimento de aluguel de imóvel no valor de $ 200. É considerada uma receita de $ 200 que aumentará o caixa, assim como o Patrimônio Líquido no valor de $ 200. Esse fato é uma alteração modificativa aumentativa. 5º Caso: venda de um imóvel que custou $ 10.000 por $ 15.000. Nesse caso temos uma receita de $ 15.000 e uma despesa de $ 10.000, que corresponde ao custo da mercadoria. Nesse caso, o Patrimônio Líquido sofreu uma variação positiva de $ 5.000. www.esab.edu.br 27 - Receita de vendas $ 15.000 - Custo da mercadoria vendida $(10.000) ________ $ 5.000 Esse fato é chamado misto, pois combina as alterações anteriores. Na prática, são os mais comuns e podem ser aumentativos (receitas) ou diminutivos (despesas), conforme o Patrimônio Líquido aumente ou diminua. Com isso verificamos um pouco do mecanismo dos fatos contábeis. A partir deles, teremos uma visão do que está ocorrendo nas empresas, principalmente no Patrimônio Líquido. Fazendo-se uma análise parcial do Balanço, a partir de seus grupos Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido é possível saber, superficialmente, a situação da empresa, apenas através do seu Patrimônio Líquido: Uma empresa ao apresentar seu Patrimônio Líquido, e se viermos a chamá-lo de PL positivo ou maior que zero, demonstra ter um Ativo (bens e direitos) maior que o Passivo (obrigações), logo, revela a existência de riqueza própria. Uma situação de “Passivo a Descoberto” revela que as obrigações foram maiores que o Ativo, ou seja, o Patrimônio Líquido está negativo e a empresa se encontra em má situação. Uma empresa que apresenta seu Ativo igual ao Passivo Exigível encontra-se numa situação nula ou de equilíbrio aparente, revelando que a mesma possui bens a sua disposição, mas os deve pagar totalmente ou situação de inexistência de riqueza (PL = 0). www.esab.edu.br 28 Existem outras situações, como: a plena, na qual a empresa não apresenta obrigações; e a de inexistência de ativos; entretanto, ambas são raras. Obrigatoriedade nas Demonstrações Contábeis Segundo o Art. 176 da Lei Societária, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: • Balanço Patrimonial (BP); • Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); • Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE); • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) • Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Ao listar as demonstrações contábeis obrigadas por Lei, importante destacar que a Lei 11.638 de 31 de dezembro de 2007 traz como novidade a obrigatoriedade sobre a elaboração das seguintes demonstrações: Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Empresas de Grande Porte – Exercícios Encerrados a partir de 01.01.08 O Art. 3º da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determina que se aplique às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Isto sobre escrituração, elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários. Para os efeitos desta determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que www.esab.edu.br 29 tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). Desta forma, as demonstrações financeiras das sociedades limitadas de grande porte devem, doravante, obedecer aos ditames da Lei 6.404/1976, dos exercícios sociais encerrados a partir de 2008. Informação & Tecnologia (Nota fiscal eletrônica e a gestão contábil) Uma verdadeira revolução ocorre nos procedimentos das empresas e seu relacionamento com o fisco: a implantação da nota fiscal eletrônica, que substitui a Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A, pelos contribuintes do IPI e/ou ICMS. Várias prefeituras também já estão utilizando a versão eletrônica para os contribuintes do ISS. E o que isso tem a ver com a contabilidade? Tudo. Pois as facilidades previstas pelo novo sistema podem agilizar os procedimentos contábeis, principalmente no tocante aos registros pertinentes e na economia de tempo com arquivamentos e Atenção: As bancas examinadoras de concursos públicos têm cobrado algumas mudanças abordadas pela Lei 11.638/07 e suas derivações. A sua vigênciaé válida e a inobservância desses pontos pode incorrer na perda de pontos valiosos para os menos atentos. PARA SUA REFLEXÃO www.esab.edu.br 30 localização de documentos. Os principais benefícios da utilização da NF-e para as empresas serão: • Redução de custos de impressão; • Redução de custos de aquisição de papel; • Redução de custos de envio do documento fiscal • Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais; • Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF; • Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira; • Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B). Mas além destes benefícios, as empresas adquirentes de mercadorias terão facilidades pela: • Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; • Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF e; • Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais; • Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B). Ou seja, o grande ganho será decorrente da integração do sistema NF-e com o sistema contábil e fiscal das empresas, facilitando em muito o trabalho dos contabilistas. Obviamente, tais vantagens são potenciais, ou seja, o gestor contábil precisará planejar e adequar tais situações, prevendo mudanças de rotinas e procedimentos, para que os ganhos de produtividade ocorram na escala desejada. www.esab.edu.br 31 Conclusão Vimos a estrutura do Balanço Patrimonial, os fatos contábeis e as regras que vinculam os registros segundo o grau de liquidez (ativo) e o grau de exigibilidade (passivo). Vimos também, quão indispensáveis e importantes são as mudanças trazidas pela edição da Lei 11.638/07, sobretudo nas exigências acerca das publicações legais das demonstrações contábeis. Na sequência, vamos ver a análise de balanço para avaliação de desempenho e análise dos índices financeiros. Veja também outros artigos relacionados a este assunto: *Ajuste SINIEF 7 2005: http://www.portaltributario.com.br/legislacao/convenios/ ajustesinief7_2005.cfm Como funciona a Nota Fiscal Eletrônica: http://www.portaltributario.com.br/guia/notafiscaleletronica.cfm Sped Contábil: http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/sped. cfm= ESTUDO COMPLEMENTAR http://www.portaltributario.com.br/legislacao/convenios/ajustesinief7_2005.cfm http://www.portaltributario.com.br/legislacao/convenios/ajustesinief7_2005.cfm http://www.portaltributario.com.br/guia/notafiscaleletronica.cfm http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/sped.cfm= http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/sped.cfm= www.esab.edu.br 32 Análise de Balanço para Avaliação de Desempenho A análise financeira e de balanços impõe alguma dificuldade na sua compreensão, o que acaba por recomendar certo grau de maturidade ao contador gerencial. Existem vários indicadores, entretanto, o ideal é escolher alguns índices e quocientes, procurando compará-los de período a período com padrões preestabelecidos para se tentar, a partir daí termos uma ideia mais apurada de quais problemas merecem uma investigação maior. A análise financeira e de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e limitações, pois, devidamente manuseada, além de apontar os problemas, ela pode se tornar um poderoso painel de controle da administração. Os balanços, para efeito de análise, devem ser os mais resumidos possíveis, e as áreas-problema devem ser analisadas com maior profundidade. A análise vertical e a horizontal devem ser utilizadas conjuntamente. Elas são mais detalhadas e envolvem todos os itens das demonstrações, revelando algumas dificuldades nas empresas. Análise Vertical (ou análise por coeficientes) Compara cada elemento do conjunto em relação ao total do www.esab.edu.br 33 conjunto, evidenciando a porcentagem de participação de cada elemento no conjunto. Mede a participação percentual de contas, subgrupos, ou grupos de contas em relação ao Ativo (ou Passivo) Total ou a Receita (Bruta ou Líquida) Total. Fórmula geral: Análise Horizontal (ou da evolução) Analisa a evolução das contas, subgrupos e grupos de contas dos Demonstrativos Financeiros num determinado período de tempo. Evolução nominal → considera a evolução da conta em relação ao período base. Evolução real → desconta os efeitos da inflação. Fórmula Geral Observe através do exemplo abaixo a evolução dos grupos do ativo em relação ao Ativo Total: www.esab.edu.br 34 Empresa Beta S.A 19X6 % 19X7 % 19X8 % 19X9 % DISPONIBILIDADES 20 6 15 3,5 10 2 8 1,5 RECEBÍVEIS A CURTO 90 27 85 20 20 5 22 4 ESTOQUES 60 18 80 19 110 25 130 24 RECEBÍVEIS A LONGO 10 3 20 5 25 6 30 6 IMOBILIZADO 150 44 200 48 250 57 300 56 INVESTIMENTOS 5 1 15 3,5 15 3 30 6 MISCELÂNEOS 3 1 5 1 10 2 12 2,5 ATIVO TOTAL 338 100 420 100 440 100 532 100 Observações a partir da tabela: • O Ativo Total teve acréscimos de 24 % entre 19X6 e 19X7. De 5 % de 19X7 a 19X8. De 21 % de 19X8 a 19X9; • Houve diminuição da participação do Disponível sobre o Ativo Total, o que pode ser considerado bom; • Os estoques sofrem acréscimo de 18 % para 19 % e para 25 % em 19X8, decrescendo em 19X9 para 24 %, porém acima do nível inicial. Seria recomendável uma investigação maior sobre o item estoques; • Os Recebíveis em curto prazo diminuem bastante de 19X6 a 19X7, de 27 % para 20 % e sofrem um decréscimo brutal em 19X8, que deve ter as causas investigadas. Em 19X9 mantêm-se baixos; • Em compensação, a empresa transferiu recursos para investimento em Imobilizado, que aumentou sua participação de 44 % em 19X6 para 48 % em 19X7 e 57 % em 19X8, mantendo-se estável em 19X9; • Observa-se que a empresa está queimando investimentos em dinheiro e recebíveis para investir em estoques e imobilizado; www.esab.edu.br 35 • Essas indagações suscitadas pela análise vertical e horizontal só poderão ser melhor respondidas em um estágio mais avançado da análise. No demonstrativo operacional, a análise vertical cumpre sua maior utilidade: Empresa Beta S.A. DEMONSTRATIVOS OPERACIONAIS (DRs) 19X8 19X9 Vendas 385 100 % 520 100 % (-) Custos das vendas 193 50 % 244 47 % = Lucro com mercadorias 192 50 % 276 53 % (-) Despesas operacionais Salários 80 65 % 115 65 % Depreciações 10 8 % 15 8 % Impostos 8 6 % 12 7 % Outras 25 21 % 123 32 % 36 20 % 178 34 % = Lucro operacional 69 18 % 98 19 % (-) Despesas financeiras 10 3 % 36 7 % = Lucro AIR 59 15 % 62 12 % (-) Provisão para Imposto de Renda 9 2 % 12 2 % = Lucro líquido $ 50 13 % $ 50 10 % Através da análise vertical percebemos que o item Lucro Operacional se manteve e até melhorou o desempenho em relação à 19X8. O custo das vendas, que era 50 % das mesmas, diminuiu para 47 %, aumentando a participação do lucro nas vendas. Entretanto, as Despesas Operacionais aumentaram, passando de 32 % para 34 %. www.esab.edu.br 36 No item Despesas Financeiras, verifica-se o fator primordial que fará o desempenho da empresa empobrecer, pelo menos no DR. Passaram de 3 % para 7 % das vendas, bastante alta, mas não alarmante. Quais os motivos dessa mudança? É preciso investigar com profundidade, para que se possa alterar. A queda nesse item afeta todos os demais. Por exemplo: o lucro líquido de 13 % sobre as vendas passa para 10 %. Assim, a análise de balanços revela mais áreas de problemas a serem investigadas do que soluções. Entretanto, cabe ao Contador Gerencial discernir com acuidade os fatores que motivaram certo comportamento e apontá-los ao Diretor Financeiro. Abaixo, um exemplo de análise horizontal e vertical da Empresa Alfa S.A. ANÁLISE HORIZONTAL Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, da Empresa Alfa S.A. CONTAS EXERCÍCIO x1 EXERCÍCIO x2 EXERCÍCIO x3 RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 1.408.625 1.522.334 (-) CUSTO DE MERCADORIAS, PRODUTOS E SERVIÇOSVENDIDOS (450.000) (600.000) (640.000) (=) LUCRO BRUTO 621.225 808.625 882.334 (-) DESPESAS OPERACIONAIS -- -- -- Despesas com vendas (144.450) (166.700) (185.300) Despesas gerais e administrativas (257.310) (286.550) (315.030) Outras despesas operacionais (9.000) (12.000) (17.500) www.esab.edu.br 37 (+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS (18.085) (20.100) (13.200) (=) RESULTADO OPERACIONAL (antes do resultado financeiro) 228.550 363.475 377.704 (+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 32.000 8.900 (-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) (7.300) (44.000) (=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 388.175 342.604 (+ ou -) RESULTADOS NÃO- OPERACIONAIS (26.000) (27.500) (71.000) (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES 230.000 360.675 271.604 (-) PROVISÕES (36.000) (84.300) (89.600) (-) PARTICIPAÇÕES -- -- -- (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 194.000 276.375 182.004 Com os dados da Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Beta S.A., referentes aos exercícios x1, x2 e x3, é possível elaborar uma tabela com os respectivos números-índices devidamente calculados, tendo por base o exercício x1. CONTAS EXERCÍCIO x1 % EXERCÍCIO x2 % EXERCÍCIO x3 % RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 100,00 131,49 142,11 (-) CUSTO DE MERCADORIAS, PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS 100,00 133,33 142,22 (=) LUCRO BRUTO 100,00 130,16 142,00 (-) DESPESAS OPERACIONAIS -- -- -- Despesas com vendas 100,00 115,40 128,27 Despesas gerais e administrativas 100,00 111,36 122,43 www.esab.edu.br 38 Outras despesas operacionais 100,00 133,33 194,44 (+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 100,00 111,14 72,98 (=) RESULTADO OPERACIONAL (antes do resultado financeiro) 100,00 159,03 165,26 (+) RECEITAS FINANCEIRAS 100,00 88,88 24,72 (-) DESPESAS FINANCEIRAS 100,00 85,38 514,61 (=) RESULTADO OPERACIONAL 100,00 151,63 133,82 (+ ou -) RESULTADOS NÃO-OPERACIONAIS 100,00 105,76 273,07 (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES 100,00 156,81 118,08 (-) PROVISÕES 100,00 234,66 248,88 (-) PARTICIPAÇÕES -- -- -- (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 100,00 142,46 93,81 ANÁLISE VERTICAL CONTAS EXERCÍCIO DE x1 Valores absolutos $ Análise Vertical % ATIVO ATIVO CIRCULANTE Financeiro Disponibilidades 60.000 6,00 Investimentos temporários em curto prazo 36.000 3,60 Soma 96.000 9,60 Operacional Contas a receber de clientes 204.000 20,40 www.esab.edu.br 39 Estoques 300.000 30,00 Outros direitos de curto prazo -- -- Soma 504.000 50,40 TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 600.000 60,00 ATIVO REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 100.000 10,00 ATIVO NÃO CIRCULANTE Investimentos 90.000 9,00 Imobilizado 195.000 19,50 Intangível 15.000 1,50 TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE 300.000 30,00 Total do Ativo 1.000.000 100,00 PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE Operacional Contas a pagar a fornecedores 60.000 6,00 Outras obrigações de curto prazo 130.000 13,00 Soma 190.000 19,00 Financeiro Empréstimos 104.000 10,40 Duplicatas descontadas -- -- Soma 104.000 10,40 TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 294.000 29,40 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 200.000 20,00 EXIGÍVEL TOTAL 494.000 49,40 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital 200.000 20,00 Reservas 143.000 14,30 Lucros ou prejuízos acumulados 163.000 16,30 TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 506.000 50,60 Total do Passivo 1.000.000 100,00 A seguir será apresentada a Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, com os cálculos efetuados para fins de análise vertical, da Empresa Alfa S.A., referente ao exercício de x1: www.esab.edu.br 40 CONTAS EXERCÍCIO DE x1 Valores absolutos $ Análise vertical % RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 100,00 (-) CUSTO DE MERCADORIAS, PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS. (450.000) 42,00 (=) LUCRO BRUTO 621.225 58,00 (-) DESPESAS OPERACIONAIS -- -- Despesas com vendas (144.450) 13,48 Despesas gerais e administrativas (257.310) 24,02 Outras despesas operacionais (9.000) 0,84 (+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS (18.085) 1,68 (=) RESULTADO OPERACIONAL (antes do resultado financeiro) 228.550 21,33 (+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 3,36 (-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) 0,79 (=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 23,89 (+ ou -) RESULTADOS NÃO- OPERACIONAIS (26.000) 2,42 (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES 230.000 21,47 (-) PROVISÕES (36.000) 3,36 (-) PARTICIPAÇÕES -- -- (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 194.000 18,11 www.esab.edu.br 41 Conclusão Nesta penúltima Unidade do Eixo 1, sob o título de Análise para Resultados Mensuráveis, temos a preocupação de depurar os números com o intuito de torná-los mais inteligíveis aos objetivos da análise a ser proferida. Nesse caso, os métodos de análise vertical e horizontal estão delineados como contribuição na interpretação da estrutura e tendências da gestão financeira. A seguir, vamos à análise específica de vários índices financeiros. Apresentamos um vídeo bastante atual, onde vamos observar a importância das análises vertical e horizontal, na estruturação econômica e financeira de uma empresa: https://www.youtube.com/ watch?v=uxOodNsiCc0 SAIBA MAIS https://www.youtube.com/watch?v=uxOodNsiCc0 https://www.youtube.com/watch?v=uxOodNsiCc0 www.esab.edu.br 42 Após estudar alguns demonstrativos, conveniente ver alguns indicadores, como: Rentabilidade A rentabilidade do capital próprio ou remuneração do capital dos proprietários na empresa deve ser maior que os juros de mercado, se o capital fosse emprestado. O capital próprio, como já foi visto anteriormente, é o patrimônio líquido, que é constituído de capital realizado, reservas de capital, de reavaliação, de lucros e prejuízos acumulados. Cálculo da rentabilidade do capital próprio: O cálculo da Rentabilidade do capital próprio baseando-se no capital próprio inicial, final, médio aritmético: • Capital próprio inicial ou patrimônio líquido no início do exercício Sendo TRi = taxa de rentabilidade inicial LFa = lucro final antes do imposto de renda PLi = patrimônio líquido inicial www.esab.edu.br 43 • Capital próprio final ou patrimônio líquido no final do exercício Sendo F = final. • Capital próprio médio aritmético, isto é, o patrimônio líquido inicial mais o final dividido por dois. Endividamento total Demonstra o grau de endividamento do ativo com o capital de terceiros. Quanto mais próximo de 1, maior o endividamento com terceiros. Quanto mais próximo de Zero, significa uma relativa autonomia financeira ou baixo endividamento total. Cálculo do Endividamento Total (ET): Sendo o Passivo Total igual ao Passivo Circulante mais o Exigível em Longo Prazo. Garantia de Capital de Terceiros www.esab.edu.br 44 O capital de terceiros é representado pelo Passivo Total (circulante e exigível em longo prazo) que são obrigações ou dívidas. A relação entre o Patrimônio Líquido (capital próprio) e o Passivo Total indica a capacidade financeira da empresa de garantir as obrigações contraídas com terceiros. O cálculo: O resultado do GT demonstra a proporção de recursos próprios aplicados para cada unidade de recursos obtidos de terceiros. O GT alto corresponde a um baixo endividamento total e vice-versa, ou seja, um baixo GT indica um alto endividamento. Imobilização do Capital Próprio Os bens e direitos que compõem o ativo imobilizado devem ser financiados (é o que se recomenda) por recursos próprios. Ou seja, o Patrimônio Líquido deve ser plenamente suficiente para financiamento dos bens e direitos do Ativo Imobilizado. www.esab.edu.br 45 O resultado indica o percentual de recursos dos proprietários destinado aos bens e direitosdo Ativo Imobilizado. Quanto menor for o grau de imobilização do Capital Próprio, melhor a posição financeira (Capital Circulante). Observação: quando for possível identificar os recursos obtidos de terceiros amortizáveis em longo prazo, aplicados na aquisição de bens e direitos do Ativo Permanente (ou seja, o exigível em longo prazo vinculado ao Ativo Permanente) usa-se outra fórmula, qual seja: Liquidez Geral www.esab.edu.br 46 Mede a capacidade financeira da empresa (curto e longo prazos) em sentido amplo. O resultado representa a relação da capacidade financeira para cada unidade de obrigações. Indicadores de Velocidade para Análise Financeira ROTAÇÃO DE VALORES CIRCULANTES • Rotação do Capital Circulante Líquido: número de vezes do capital circulante líquido em função das vendas. Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante ou CCL = AC - PC Observação: dividindo-se o número de dias do ano (360) pelo indicador de rotação, temos o prazo médio de reposição dos valores circulantes: Exemplo: se o grau fosse 2,53, então o prazo médio de reposição dos valores circulantes seria 360 / 2,53 = 142 dias para repor o capital circulante líquido. è O ideal é menor prazo médio e maior grau de rotação. www.esab.edu.br 47 • Rotação do Estoque de Matérias Primas. A meta é um maior grau de rotação e um menor prazo médio. • Rotação da produção em processo ou Rotação do Estoque de Produtos em Elaboração. Rotação do Estoque de Produtos em Elaboração = Custo de Produção dividido pela média dos Estoques de Produtos em Elaboração inicial e final. Meta è maior rotação e menor prazo de reposição. www.esab.edu.br 48 • Rotação de Estoque de Produtos Elaborados Meta è menor prazo médio e maior grau de rotação. • Rotação das Contas a Receber É a relação entre as vendas a prazo com as contas a receber. Vendas a prazo = Venda Total - Venda à Vista • VB = vendas totais • VV = vendas à vista www.esab.edu.br 49 • CRi = contas a receber inicial • CRf = contas a receber final PM è indica o prazo médio de recebimento das contas a receber. Observação: o prazo médio de conta a receber NÃO pode ser maior do que o prazo médio de financiamento de vendas, pois significará que a empresa não está recebendo em dia suas duplicatas e há muitos inadimplentes. A inadimplência de clientes, decorrente da ineficiência nos processos de crédito e cobrança compromete o fluxo de caixa da empresa (CISCATO, 2016) Cálculo do prazo médio de financiamento das vendas: Vendas: Vendas a prazo: 30 dias è 1.000 60 dias è 2.500 120 dias è 3.700 _______________ 7.200 www.esab.edu.br 50 Prazo Médio de Financiamento = 4,17 + 20,83 + 61,67 = 86,67 dias • Rotação de Crédito de Fornecedores (contas a pagar) Calcula-se, primeiramente, a rotação para obter depois o prazo médio de crédito com fornecedores, isto é, o prazo médio de contas a pagar. O Prazo Médio: A meta é menor grau de rotação e maior prazo médio. Observação: comparando-se o prazo médio de recebimento de contas a receber é de boa política financeira que o prazo médio (PM) de pagamento aos fornecedores seja maior do que o prazo médio (PM) de recebimento de contas a receber. www.esab.edu.br 51 *O propósito é fixar conhecimento, sem obrigação de apresentá-lo para avaliação. Por que numa empresa o descasamento de prazos pode denunciar dificuldades financeiras? Que artifício uma empresa poderia adotar para melhorar o índice de participação de capitais de terceiros, sem que tenha havido aporte de capital pelos sócios, geração de lucro ou pagamento de dívida? Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de pagamento das compras e prazo médio de financiamento das vendas? Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de recebimentos das vendas com prazo médio de pagamento a fornecedores? PARA SUA REFLEXÃO Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES. ATIVIDADE www.esab.edu.br 52 Há complexidades técnicas na análise financeira de balanços, ou em qualquer outra demonstração financeira tomada para essa finalidade! Essa afirmação acentua a importância da Contabilidade Gerencial e suas características diferenciais e específicas para cada caso, o que, por analogia, também valoriza o contador gerencial e o seu grau de especialização. Esse profissional se verticaliza como um Controller que além de produzir informações, materializa valores que são incorporados à instituição. O caminho que leva a produção de resultados, tendo o suporte das ferramentas técnicas abordadas. Esse foi o arranjo que norteou nossos estudos até aqui. www.esab.edu.br 53 Elementos Contábeis de Gestão Industrial Neste Eixo, vamos perpassar recursos gerenciais de grande função sobre gestão de resultados mensuráveis (ex: DRE). Vamos tratar de estoques e investimentos, elementos essenciais, tanto para medir a energia ou velocidade da realização de receitas, quanto para analisar a qualidade dos investimentos, os quais darão suporte e continuidade aos negócios de uma indústria ou comércio. Negócios esses estruturados sob processos, fluxos de produção, sistemas de custeamento, enfim, um conjunto de ações e técnicas indispensáveis à geração de resultados propostos no planejamento estratégico. www.esab.edu.br 54 Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE) A DRE, conforme o próprio nome sugere, demonstra o resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou prejuízo. É possível avaliar os efeitos sobre alguns eventos da situação financeira da empresa, se ela tem condições de quitar suas obrigações, e também se está apresentando lucratividade e eficiência em suas operações (WIZBICKI, 2017). É importante notar que, enquanto o Balanço Patrimonial representa a posição da empresa em determinado momento, a Demonstração do Resultado acumula as receitas, os custos e as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando conhecermos seus componentes principais. O resultado de uma empresa para um exercício pode ser definido por: “A diferença entre as Receitas auferidas durante o exercício e as Despesas incorridas, que contribuíram para a formação de tais Receitas, ao longo do mesmo exercício.” A seguir, temos um Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), correspondente aos utilizados nas práticas atuais. Segundo a Escola Americana, os resultados são organizados em uma única coluna, com diversos saldos parciais destacados, segundo o interesse gerencial. DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS RECEITA BRUTA DE PRODUTOS E SERVIÇOS $ XX (-) Impostos faturados (XX) www.esab.edu.br 55 (-) Abatimentos e Devoluções (XX) = RECEITA LÍQUIDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS XX (-) Custo Produtos e Serviços Vendidos (XX) = LUCRO BRUTO XX (-) Despesas operacionais (XX) (-) Depreciações e Amortizações (XX) = LUCRO DA ATIVIDADE XX (+/-) Resultado Financeiro XX (-) Despesa com Contas Incobráveis (XX) = LUCRO OPERACIONAL XX (+) Receitas Não Operacionais XX (-) Despesas Não Operacionais (XX) = LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) XX (-) Compensação de Prejuízos Acumulados (XX) (-) Provisão para Imposto de Renda (XX) = RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO XX (-) Participações Estatutárias (XX) (-) Reserva Legal (XX) = LUCRO DO EXERCÍCIO (À DISPOSIÇÃO DOS ACIONISTAS) XX (-) Provisão para Dividendos (XX) = RESULTADO APÓS DISTRIBUIÇÃO (LUCROS RETIDOS) XX Tratando-se de uma empresa comercial, temos que a Receita Bruta consiste no conjunto de vendas à vista e a prazo, durante o exercício; para formar a RECEITA LÍQUIDA, os descontos e as devoluções são abatidos da receita, assim como os impostos incidentes sobre a mercadoria (ICMS, ISS, IPI) e diversos outros, de acordo com a atividade econômica. O Lucro Bruto éa diferença entre a Receita e o Custo das mercadorias vendidas. O LUCRO DA ATIVIDADE passou a ser indicado com maior frequência a partir de 1996, abatendo-se do lucro bruto o custo operacional da loja. Neste caso, são incluídos os salários dos vendedores, impostos sobre a folha de pagamento, benefícios sociais diversos, aluguel, contas de luz, telefone, condomínio, imposto predial, material de embalagem, despesas com propaganda e marketing, etc. Se o Lucro da Atividade não for indicado, o mais importante será o Lucro Operacional. www.esab.edu.br 56 O LUCRO OPERACIONAL é obtido através das receitas e despesas financeiras, perdas com o não recebimento de vendas feitas a prazo, etc. O LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) é obtido a partir de itens não operacionais, ou seja, não ligados ao objeto da empresa, como exemplo: venda de itens obsoletos, aluguel de espaços ociosos, etc. O RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO é obtido do LAIR após deduzir o Imposto de Renda. A compensação de prejuízos que a empresa tenha tido em passado recente leva ao Imposto de Renda se calculado sobre um lucro menor. A Provisão para imposto de renda é uma estimativa que as empresas fazem do imposto incidente sobre os lucros do período. Trata-se de uma estimativa, já que seu valor exato só é determinado no decorrer do ano seguinte, com o preenchimento de formulários específicos da Receita Federal. O LUCRO DO EXERCÍCIO à disposição dos acionistas é obtido deduzindo-se as Participações Estatutárias, a Reserva Legal e outras Reservas. As Estatutárias são as participações de empregados, diretores estabelecidos no estatuto da empresa. A Reserva Legal retém 5 % do lucro. O RESULTADO APÓS A DISTRIBUIÇÃO indica o aumento do Patrimônio Líquido após a dedução dos dividendos. A seguir, vamos analisar duas firmas através de seus demonstrativos: Firma A Firma B Receita de Vendas $ 20 $ 20 (-) Custo Produtos Vendidos (13) (22) = Lucro Bruto 7 (2) (-) Despesas Operacionais (10) (1) = Prejuízo do Exercício (3) (3) www.esab.edu.br 57 Conclusão: embora as firmas tenham terminado o exercício com receitas e prejuízos iguais, a Firma A, em princípio, encontra-se em uma situação menos grave, pois seu prejuízo é decorrente das despesas operacionais em excesso, o que pode ser mais facilmente resolvido com ações administrativas enérgicas. Já a Firma B demonstra que o seu prejuízo é decorrente de um alto custo dos produtos, o que implica numa solução mais complexa de ser resolvida. OBSERVAÇÃO: o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nas empresas comerciais é obtido por meio de um demonstrativo auxiliar, qual seja: Estoque Inicial $ XX + Compras Realizadas XX = Estoque Disponível XX (-) Estoque Final (XX) = Custo das Mercadorias Vendidas XX ATENÇÃO: Em razão da capacidade de identificação de resultados, a DRE constitui ferramenta gerencial de grande valor para o gestor financeiro e, não raro, é tema recorrente no cotidiano profissional ou no ambiente acadêmico, por exemplo, nos concursos públicos. PARA SUA REFLEXÃO www.esab.edu.br 58 Principais Quocientes Estáticos Esses quocientes representam o relacionamento de uma conta com determinado saldo, em certo momento, ou com outra conta, apresentando outro saldo, porém no mesmo momento. É uma análise vertical que não se limita às contas dentro do mesmo “lado” do balanço, podendo inter-relacionar contas do passivo com ativo e vice-versa. Liquidez imediata Relaciona o disponível em determinado momento com o passivo corrente, ou seja, de quanto dinheiro podemos dispor imediatamente para liquidar as dívidas de curto prazo. Este quociente será motivo de preocupação se sua porcentagem aumentar e não se diminuir. Esse indicador tem significativa utilidade na análise financeira de instituições financeiras e de empresas que operam na compra e venda de mercadorias, especialmente a dinheiro. Apenas para efeito de fixação de conhecimento, partir dos conhecimentos pronunciados na Unidade 6, busque informações reais de uma empresa (pode ser uma microempresa) em jornais, revistas ou qualquer outra publicação e, com base no MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, tente montar a referida demonstração e apurar o resultado da empresa escolhida. SAIBA MAIS www.esab.edu.br 59 Liquidez Corrente Relaciona o que possuímos em reais no curto prazo para o pagamento de cada real de dívida no curto prazo. Liquidez Seca É um quociente significativo com os prazos médios de contas a receber e a pagar assemelhados. Eliminando os estoques do numerador, anula-se um fator de incerteza. A partir desses quocientes, os estudiosos chegam à conclusão de que não existe uma receita de bolo ou fórmula para se resolver os problemas. Caberá ao analista estudar a empresa de forma individual, como o médico ao tratar os pacientes, embora alguns apresentem os mesmos sintomas, precisam de cuidados diferenciados, pois são diferentes. O analista deve buscar o equilíbrio e ter opiniões fundamentadas sobre o rumo a ser tomado. As empresas devem ter a característica do equilíbrio, isto é, se ela vem apresentando quocientes de rentabilidade ótimos e de liquidez péssimos ou maus, esta empresa está numa situação pior que outra que apresenta quocientes de rentabilidade e de liquidez apenas razoáveis. Rentabilidade (Retorno sobre o Investimento - RSI) www.esab.edu.br 60 Um aspecto importante está relacionado com o giro do ativo, ou quantas vezes o ativo girou como resultado ou efeito das vendas: A taxa de retorno operacional será: Quociente de Retorno sobre o Investimento Operacional = Margem Operacional X Giro do Ativo Operacional, simplificando-se temos: A composição desta taxa de retorno é influenciada pela margem de lucro em relação às vendas e pelo giro do ativo. Suponha duas empresas A e B: Empresa A Empresa B Vendas Líquidas $ 150.000.000,00 $ 187.500.000,00 Ativo Médio Operacional $ 60.000.000,00 $ 93.750.000,00 Lucro Líquido Operacional $ 15.000.000,00 $ 23.437.500,00 Para a Empresa A, a taxa de retorno será: Margem Operacional = $ 15.000.000,00 / $ 150.000.000,00 = 0,10 VEZES Giro do Ativo = $ 150.000.000,00 / $ 60.000.000,00 = 2,5 ou 25 % Para a empresa B, a taxa de retorno será de: Margem X Giro = Taxa de Retorno è 0,125 X 2,00 = 25 % Conclusão: duas empresas com margens e giro diferentes obtiveram o mesmo retorno. Recursos Gerenciais para Tomada de Decisões www.esab.edu.br 61 Contabilidade de custos É a área da Contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de bens e serviços. A Contabilidade de Custos pode ser dividida em: Contabilidade Industrial e Contabilidade de Serviços. Contabilidade Industrial É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na produção industrial, como no caso da fabricação de peças para veículos. Em sentido estrito, são custos apenas os gastos realizados no departamento de produção. Contabilidade de Serviços É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na prestação de serviços, como no caso da prestação de serviços hospitalares, escolares, bancários, etc. A atividade comercial e a atividade industrial O controle dos estoques na empresa comercial é relativamente fácil. Basta que se verifique, nos documentos de compras, o valor de aquisição dos bens em estoque. Com esse recurso, podemos também controlar o custo das mercadorias vendidas e, assim, apurar o resultado. Na apuração do custo das mercadorias vendidas, podemos utilizar o sistema de inventário periódico ou o permanente. www.esab.edu.br 62 No sistema de inventário periódico, o CMV só é apurado no final de um período determinado, normalmente no final do exercício: CMV = EI + C - EF. No sistema de inventário permanente, o CMV é apurado em cada venda. De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa comercial é feita do seguinte modo: As mercadorias entregues aos clientes têm o seu valor de aquisição registrado comocusto das mercadorias vendidas. Mercadorias em Estoque → CMV Na empresa industrial, precisamos controlar os insumos que são aplicados na produção (material direto, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação) para determinar o valor dos estoques de produtos em elaboração e acabados e o custo dos produtos vendidos. De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa industrial é feita do seguinte modo: www.esab.edu.br 63 O CPV, Custo dos Produtos Vendidos, representa os custos de fabricação dos produtos acabados que foram entregues aos clientes, em virtude das vendas (a soma das matérias-primas, embalagens, mão-de-obra direta e dos gastos gerais de fabricação, ou custos indiretos de fabricação, aplicados aos produtos). Matérias-primas → Produtos em Elaboração → Produtos Acabados → CPV Conclusão Ainda que não tenhamos nesta Unidade aprofundado esses estudos, tomando apenas conceitos iniciais, vimos a importância desses instrumentos contábeis para o gerenciamento e a obtenção de resultados nas três esferas: industrial, comercial e de serviços. A seguir, vamos trabalhar ainda mais os estoques e a contabilidade de custos. Importância da Contabilidade no gerenciamento (se quiser emitir opinião sobre o tema, o que não é obrigatório, faça-o no ícone “Apoio Pedagógico” “Fórum”, onde as perguntas estão reproduzidas). A gestão de negócios é algo complexo, mas pode ser satisfatoriamente executada, com suporte em dados regulares e respeito às boas técnicas contábeis. Com esse fundamento vamos analisar as premissas colocadas abaixo: 1 – Você acha que a contabilidade mantém seus limites de ação no atendimento do fisco, das legislações comerciais, previdenciárias e legais? 2 – Os limites indicados seriam suficientes para alcançar os objetivos da gestão empresarial? Caso contrário, na prática, onde sua utilidade poderia se fazer presente? 3 – Quais seriam os pressupostos básicos para a concepção de uma contabilidade voltada para o uso gerencial? FÓRUM www.esab.edu.br 64 OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS Os estoques na empresa comercial Na atividade comercial, permanecem em estoque apenas os valores de aquisição das mercadorias ainda não vendidas. Os valores correspondentes a alugueis, depreciação, juros, comissões de vendas, honorários, salários, etc. são apropriados ao resultado imediatamente quando incorridos. Como regras, não existem valores agregados ao gasto com aquisição das mercadorias. Em outras palavras, os gastos que não dizem respeito à compra das mercadorias não são estocados. Os estoques na empresa industrial Na atividade industrial, permanecem em estoque os valores de aquisição das matérias-primas e demais insumos de produção aplicados à fabricação dos produtos mantidos em estoque. São apropriados ao resultado, como custo dos produtos vendidos, apenas os valores aplicados à fabricação dos produtos vendidos. Assim, temos a “estocagem” dos salários, depreciação e demais gastos relativos à produção, durante o período em que os produtos forem mantidos em estoque. Se um produto fabricado permanece em estoque, o seu valor corresponde a: Matéria-prima + embalagem e outros materiais diretos + mão-de- obra direta + gastos gerais de fabricação. www.esab.edu.br 65 Entende-se por gastos gerais de fabricação os custos indiretos de fabricação, como é o caso da energia elétrica consumida na produção, da depreciação das máquinas industriais e do aluguel da fábrica. O patrimônio da empresa industrialO patrimônio pode ser considerado como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma determinada pessoa, avaliáveis economicamente (em moeda). Em sentido jurídico, patrimônio é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, que possam ser avaliadas economicamente. A identificação dos elementos que compõem o patrimônio diz respeito ao seu aspecto qualitativo, enquanto a mensuração desses elementos, a identificação em valores monetários, diz respeito ao aspecto quantitativo. A Contabilidade se ocupa dos dois aspectos: da identificação dos elementos patrimoniais (aspecto qualitativo) e da mensuração, da indicação do valor em moeda, desses itens (aspecto quantitativo). Origens ou fontes de recursos Quanto às origens ou fontes, os recursos podem ser próprios ou de terceiros. Os recursos ou capitais próprios são representados pelo patrimônio líquido, traduzindo, basicamente, o excesso do ativo sobre as obrigações com terceiros. Representam o acervo líquido patrimonial na hipótese de liquidação da sociedade (capital social) e dos resultados gerados pela atividade empresarial. www.esab.edu.br 66 Os recursos ou capitais de terceiros indicam as dívidas ou obrigações com terceiros. As dívidas decorrentes das atividades normais da indústria são denominadas débitos de funcionamento, como é o caso das obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, dos salários não pagos, das contribuições previdenciárias, dos impostos. Já as obrigações contraídas para a obtenção de recursos a serem utilizados nas atividades usuais, são denominadas débitos de financiamento, normalmente representados por empréstimos e financiamentos bancários e por dívidas contraídas na emissão de debêntures. Os investimentos na indústria O ativo é igual à soma dos recursos próprios com os recursos de terceiros, representando as aplicações de recursos. As aplicações, ou ativo, podem ser divididas em: bens fixos, material de uso ou consumo, bens de venda, bens numerários e de renda, créditos de funcionamento e créditos de financiamento. Bens fixos: representam as aplicações em bens de uso permanente (tempo de vida útil acima de um ano), necessários à manutenção das atividades da empresa. Podem ser tangíveis ou intangíveis. Entre os tangíveis, temos: edificações de uso, terrenos de uso, máquinas, equipamentos, ferramentas, móveis e utensílios. São intangíveis: marcas, patentes, despesas diferidas, concessões de serviços públicos. As indústrias têm como característica um elevado nível de imobilização. Materiais de uso ou consumo: são os bens de consumo não durável (vida útil de até um ano) ou de valor pouco representativo, como é o caso do material de escritório, de limpeza, de manutenção e conservação (parafusos, pregos, peças de reposição que não www.esab.edu.br 67 sejam incorporáveis ao imobilizado, etc.). Apesar de serem destinados ao uso, não são bem fixos, por não preencherem os requisitos de tempo de vida útil e valor. Bens de venda: são aqueles que a indústria mantém em constante rotatividade no desempenho de suas atividades de produção e comercialização. É o caso das matérias-primas, embalagens, produtos em fabricação, produtos acabados. Há quem entenda que as matérias-primas e embalagens não são bens de venda, preferindo classificá-las como bens circulantes. Bens numerários: são as disponibilidades financeiras, como o dinheiro em caixa, em conta corrente bancária de livre movimentação, aplicações de liquidez imediata, cheques em cobrança. Bens de renda: são aplicações estranhas às atividades normais da empresa, mas que podem gerar rendas. É o caso de imóveis para aluguel e participações no capital de outras companhias. Créditos de funcionamento: são as contas a receber, os adiantamentos concedidos e valores a compensar decorrentes das atividades normais da empresa. É o caso das duplicatas a receber por vendas a prazo de mercadorias, dos adiantamentos aos fornecedores de mercadorias, do ICMS e IPI a recuperar. Créditos de financiamento: são as contas a receber, adiantamentos concedidos e valores a compensar decorrentes das operações estranhas às atividades da empresa. É o caso de empréstimos a diretores e adiantamentos a acionistas. TERMINOLOGIA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS A falta de uma linguagem-padrão provoca grandes dificuldades no estudo da Contabilidade, inclusive da Contabilidade de Custos. Podemos encontrar diversas palavras e expressões novas ou os mesmos termos com significados
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