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Agenda/Calendário do curso
Agenda - consulte a agenda do curso diariamente e fique em dia com os prazos de envio das atividades,
 período de participação no fórum e datas importantes.
 
Calendário de Atividades do Curso
 
Data15 a 18/03 Fórum de Apresentação22/03 Início do curso ( inclusão dos alunos da segunda chamada)08/04 Prazo final para o envio de todas as atividades propostas no Módulo I do curso - exercícios de fixação e avaliação da
unidade;10/04 1º Fórum Temático: tema a ser sugerido pelo tutor29/04 Fechamento do 1º Fórum temático;22/04 Prazo final para o envio de todas as atividades propostas no Módulo II do curso - exercícios de fixação e avaliação da
unidade;13/05 Prazo final para o envio de todas as atividades propostas no Módulo III do curso - exercícios de fixação e avaliação da
unidade;27/05 Prazo final para o envio de todas as atividades propostas no Módulo IV do curso - exercícios de fixação e avaliação da
unidade;16/05 2º Fórum Temático: tema a ser sugerido pelo tutor03/06 Fechamento do 2º Fórum temático;10/06 Prazo final para o envio de todas as atividades propostas no Módulo V do curso - exercícios de fixação e avaliação da
unidade;24/06 Prazo final para o envio de todas as atividades propostas no Módulo VI do curso - exercícios de fixação e avaliação da
unidade;27/06 Prazo final para a correção dos exercícios e avaliações;30/06 Fechamento da plataforma do curso.
Apresentação/Guia do Estudante
Apresentação do Curso
Bem-vindo ao curso Fundamentos da Ciência Econômica!
Mesmo sem saber, a conjuntura econômica da sociedade em que vivemos afeta nossas vidas diariamente. O local em que moramos, as roupas que
vestimos, os alimentos que ingerimos, o salário que recebemos, tudo está atrelado às condições econômicas atuais.
Frequentemente, somos bombardeados com notícias sobre inflação, desemprego, crescimento econômico, pobreza, distribuição de renda. Começamos a
nos indagar se teremos recursos para gozar a vida, para proporcionar um futuro melhor para nossas crianças, ficamos refletindo até como estará o planeta
amanhã.
Essas questões são discutidas todo dia, nas conversas de barzinho, no trabalho, nas empresas, nas cúpulas governamentais. É neste ponto que surge o
interesse pela economia. Essa ciência nos dá ferramentas para compreendermos melhor os problemas cotidianos.
À medida que avançarmos, você ficará surpreso de ver como a análise econômica pode ajudar a entender a vida diária.
Ao longo do curso, você encontrará uma série de ícones que permeiam o
“diálogo virtual” entre o cursista e os organizadores do curso. São eles:
 Autoavaliação
Ex. de Fixação
Avaliação Final
 Ex. Resolvido
Estudo de Caso
 para refletir
Livro indicado
Continuacao
Pesquise na Internet
Você sabia?
 Atenção
Resumo do conteudo
Assista o filme
Leia Mais
Obj. de aprendizagem
Guia do Estudante - pág. 01
Guia do Estudante:
 
Este curso, dividido em seis módulos, tem 80 horas/aulas e gira em torno de temas fundamentais para a compreensão das Ciências Econômicas. Usando
uma linguagem clara e de fácil entendimento, aborda o estudo da Macroeconomia, Microeconomia, Economia do Setor Público e Finanças Públicas,
agregando informações atuais e exemplos práticos do dia a dia.
Ao final, esperamos que você atinja os seguintes objetivos de aprendizagem:
• Conceituar e explicar o objeto de estudo da ciência econômica;
• Identificar os fatores que influenciam a demanda por bens e a oferta de bens e como se chega ao equilíbrio de mercado;
• Detalhar como estão condicionadas as diferentes estruturas de mercado, como concorrência perfeita e monopólio, e as conseqüências para os
consumidores;
• Explicar o objeto da macroeconomia e listar as metas e instrumentos da política macroeconômica;
• Mostrar como acontece a formação e a distribuição de produto e renda gerados pela atividade;
• Analisar o instrumental desenvolvido por Keynes para determinar o nível de renda nacional e avaliar questões macroeconômicas como desemprego e
inflação;
• Compreender os principais conceitos associados ao balanço de pagamentos;
• Identificar como acontece a determinação da taxa de câmbio praticada pelo mercado;
• Explicar o motivo pelo qual o mercado não consegue atingir uma solução eficiente em alguns casos e as razões que exigem a atuação governamental;
• Analisar o déficit público, seus conceitos e como o governo consegue recursos para se financiar;
• Apresentar os principais conceitos da Teoria do Crescimento e Desenvolvimento Econômico, bem como identificar as estratégias de longo prazo que
devem ser adotadas para se atingir um crescimento econômico equilibrado e auto-sustentado.
Além das indicações de leituras destinadas a aprofundamento autônomo por parte do aluno, poderá ser utilizado o glossário como ferramenta de consulta
aos termos técnicos.
O aluno contará também com o apoio de tutores, que estarão disponíveis para esclarecimentos e orientações. O contato direto e individual com o tutor do
curso é feito através da opção "Comunicação/Mensagem", localizado no menu lateral do curso.
Guia do Estudante - pág. 02
 
Ao acessar o curso, explore as funcionalidades localizadas no menu lateral:
Comunicação:
 
Fórum
Ambiente de comunicação com o tutor e colegas.
Ao clicar em Fórum, o quadro é aberto abaixo do texto-base. Ali,
leia as instruções de como participar.
O "Fórum de Apresentação" e os "Fóruns Temáticos" são de
participação obrigatória, pois a não participação na data-limite
poderá implicar na substituição do aluno.
O Fórum: "Fale com a coordenação" é destinado às dúvidas,
problemas e sugestões sobre o funcionamento da plataforma do
curso.
 
Mensagem
Espaço onde você envia e recebe mensagens dos participantes do
curso (colegas e professores). Funciona como um "e-mail interno".
Basta clicar sobre a imagem do colega a quem quer endereçar a
mensagem, redigi-la e salvá-la. Para responder você deve clicar na
foto do destinatário.
Apoio:
Caderno Ali você poderá fazer anotações durante o estudo e resgatá-las,
modificá-las ou copiá-las a qualquer momento. É possível colar
anotações trazidas de fontes externas.
 
Arquivos
Neste espaço você poderá criar pastas, inserir arquivos e
compartilhá-los com outros usuários. Você deve clicar na linha da
sua turma. Visualize os arquivos disponibilizados, como o
calendário do curso, critérios de avaliação ou textos adicionais.
 
Glossário
Acesse verbetes de termos e expressões importantes presentes no
texto-base. (Para acessar, digite o termo ou expressão, ou busque
pela letra inicial. Você também pode clicar em "ok" sem
preenchimento, e aparecerão todos os verbetes. Para abrir, basta
clicar sobre o termo ou expressão.) Note que no próprio texto-base
as palavras e expressões que conduzem a verbetes vêm com um
tênue sublinhado - clicando sobre elas você também acessa a
respectiva explicação.
Bibliografia
Referência de obras utilizadas na elaboração do conteúdo, e de
obras complementares, visando a ampliar, para o aluno, o universo
de fontes de pesquisa
 
Links relacionados
Acesso à listagem de links de interesse, relacionados ao
curso/disciplina. Primeiro, você visualiza a tela de "Categorias",
que servem para organizar os links em temas específicos,
facilitando sua busca. Em seguida, dentro de uma dada categoria,
aparecerá a listagem com os links, para acesso.
 
Mapas
Contextualize geograficamente os conteúdos, consultando os
mapas, que podem ser ampliados para visualização de detalhes.
Versão para imprimir
Se quiser imprimir uma página ou toda uma parte do texto-base,
este é o local para fazê-lo. É possível também imprimir o conteúdo
completo. (Importante: antes de autorizar a impressão,
certifique-se do número de páginas que serão impressas.)
Avaliação:
 
Trabalhos / Redações
Esta é a ferramenta que propicia a criação de textos e trabalhos,
mediante monitoramento, auxílio e correção pelo professor. A
metodologia utilizada é dacriação passo a passo, e é possível
salvar cada versão do trabalho, para garantir a memória das
alterações e checar a evolução da tarefa proposta.
Avaliações Este é o local onde se podem realizar todos os procedimentos
relativos às avaliações propostas.
Painel de desempenho
Local onde você visualizará toda a sua trajetória de avaliações,
com as respectivas notas atribuídas e médias resultantes. Fique
atento aos parâmetros avaliativos determinados pela instituição.
Guia do Estudante - pág. 03
Critérios de Avaliação:
Serão considerados aprovados os alunos que efetuarem todas as atividades propostas no curso, satisfatoriamente, dentro dos prazos
estabelecidos.
VALOR DAS QUESTÕES
Autoavaliação Unidade I 0,0 Avaliação Final do Módulo I 5,0
Autoavaliação Unidade II 0,0 Avaliação Final do Módulo II 5,0
Autoavaliação Unidade III 0,0 Avaliação Final do Módulo III 5,0
Autoavaliação Unidade IV 0,0 Avaliação Final do Módulo IV 5,0
Exercício de Fixação Unidade 1 5,0 Avaliação Final do Módulo V 5,0
Exercício de Fixação Unidade 2 5,0 Avaliação Final do Módulo VI 5,0
Exercício de Fixação Unidade 3 5,0 Fórum de Apresentação 1,0
Exercício de Fixação Unidade 4 5,0 Primeiro Fórum Temático 7,0
Exercício de Fixação Unidade 5 5,0 Segundo Fórum Temático 7,0
Exercício de Fixação Unidade 6 5,0 
Exercício de Fixação Unidade 7 5,0 
Exercício de Fixação Unidade 8 5,0 
Exercício de Fixação Unidade 9 5,0 
Exercício de Fixação Unidade 10 5,0 
Exercício de Fixação Unidade 11 5,0 
Observação: O não cumprimento dessas atividades, no prazo determinado, implicará o cancelamento de sua matrícula e conseqüente
impedimento por 6 meses de nova pré-matrícula nos cursos do ILB.
Certificação Eletrônica
Conseguindo desempenho suficiente nas atividades programadas, você estará apto à CERTIFICAÇÃO.
Decorridos 10 dias após a data de conclusão do curso, entre com seu nome de usuário e senha e clique no ícone do certificado ao lado
do nome do curso.
Você terá a opção de imprimir o CERTIFICADO e uma DECLARAÇÃO com o conteúdo programático. Poderá também salvar o arquivo,
para posterior impressão. (Os certificados não mais serão enviados pelos Correios.)
Caso deseje uma impressão especial, bastará utilizar papel com gramatura ou textura diferenciada.
O ILB não fornece autenticação digital ou quaisquer outras comprovações além do certificado e da declaração emitidos eletronicamente
e impressos pelo próprio aluno.
Atividades de estudo
Diversas atividades irão auxiliá-lo, funcionando como reforço na aprendizagem. Após o estudo do conteúdo de cada módulo e unidade,
você deverá executar:
Auto-avaliação - Esta atividade foi desenvolvida para você mesmo verificar o seu progresso ao longo do percurso. As
auto-avaliações não serão corrigidas pelos tutores, e sim automaticamente pelo sistema.
Exercícios de Fixação - São atividades criadas para auxiliá-lo a entender e refletir melhor sobre os conteúdos apresentados ao
longo do curso. Estes exercícios serão corrigidos pelos tutores. Ele poderá comentar sua resposta, consulte sempre a correção
realizada. Poderá, ainda, recomendar que a questão seja refeita, se julgar necessário. Nesse caso, o ícone ficará azul. As
questões devem ser lidas no ambiente do curso e respondidas diretamente naplataforma.
Avaliação de unidade – são exercícios subjetivos, disponíveis ao final de cada unidade, que serão corrigidos pelos tutores. As
questões devem ser lidas no ambiente do curso e respondidas diretamente na plataforma.
Obs: O acesso aos exercícios da Unidade seguinte será dado somente após a realização dos Exercícios de Fixação e
Avaliações Finais da Unidade anterior.
Guia do Estudante - pág. 04
Sugestões para um bom estudo:
As atitudes do estudante a distância, traduzidas em hábitos de estudo, são fatores que ajudam o aluno a persistir e permanecer no curso, determinando o
sucesso final. Nossas sugestões para que você tenha um bom aproveitamento são as seguintes:
Administre bem seu tempo - assegure-se de que terá disponibilidade para se dedicar ao estudo;
consulte com regularidade o cronograma do curso - o não cumprimento de algumas das datas implicará no cancelamento de sua matrícula;
procure realizar as atividades dentro dos prazos previstos - eles são planejados de forma a otimizar os resultados pretendidos e a pontualidade
demonstra seu compromisso com o processo de aprendizagem;
execute as atividades propostas em seqüência de módulos/unidades - os exercícios respondidos fora da ordem ficam aguardando a vez para serem
corrigidos e você corre o risco de se esquecer de retomá-los;
sempre que acessar a plataforma, navegue pelos ambientes de estudo para ver se algo novo foi acrescentado;
a plataforma é o melhor canal de comunicação com a tutoria e a coordenação - recorra preferencialmente ao tutor para sanar suas dúvidas de
conteúdo;
procure participar dos fóruns de debates - eles são instrumentos valiosíssimos de interação com o grupo, além de integrarem a avaliação;
procure elaborar suas respostas em um editor de texto para, posteriormente, copiar e colar no local apropriado da plataforma - essa prática permite
que você estruture melhor seus textos e evita que, em caso de problema no sistema, você perca seu trabalho.
Requisitos de Hardware e Software
Para estudar com conforto, você vai precisar de um computador conectado à internet. Espera-se que o seu computador tenha:
• Pelo menos 64 MB de memória
• Configuração da tela em 800X600 (ou superior)
• 16 milhões de cores (ou superior)
• Navegador Internet explorer em sua versão 4.5 (ou superior)
• Flash Player 6.0
Esperamos que o presente curso sirva para despertar o interesse sobre essa temática tão presente no nosso dia a dia.
Bom proveito!
A equipe organizadora do curso.
Módulo I - Iniciando o estudo da Economia
Neste primeiro módulo, vamos explicar o objeto de estudos da Ciência Econômica e sua aplicação no dia a dia, conforme o tipo de organização econômica
vigente.
 Ao final, esperamos que você possa:
conceituar economia
identificar os seus principais componentes.
Unidade 1 - Introdução
 
Vamos iniciar o estudo da Economia
Nesta primeira unidade, vamos entender seus principais conceitos e aplicação no dia-a-dia.
Veremos aqui que, ao contrário dos recursos disponíveis, as necessidades humanas são ilimitadas
e a sociedade tem que decidir o quê, como e para quem produzir,
 de acordo com a forma de organização econômica vigente.
 
 
Sugestões para um bom estudo:
Administre bem seu tempo - assegure-se de que terá disponibilidade para se dedicar ao estudo;
Acesse o vídeo educacional sobre o tema proposto, produzido pelo Instituto Legislativo Brasileiro:
 http://www.youtube.com/watch?v=liZcE05M93U
Unidade 1 - Introdução - pág. 01
Antes de iniciarmos o nosso estudo, vamos conhecer a origem da palavra “economia” e seu objeto de estudo.
Qual a origem da palavra e qual é o objeto da economia?
Uma idéia muito boa da utilidade do estudo da ciência econômica vem da sua própria etimologia: a palavra economia vem do grego
oikos (casa) e nomos (norma, lei). Ou seja, trata da administração da casa, que pode ser estendida para a administração das
empresas, para a administração do país.
Conceitualmente, podemos dizer que o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez.
A escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da restrição de recursos disponíveis. Vejamos: quando
conseguimos atender nossas necessidades básicas (alimentação, vestuário, moradia), passamos a desejar mais como uma casa maior,
um carro mais potente, uma viagem internacional, ou seja, na prática, nunca estamos satisfeitos.
Produzir o quê? Como? Para quem?
Ocorre que os recursos são limitados, o que significa que nem todas as necessidades podem ser simultaneamente atendidas. Dessa maneira, as
pessoas, os governos, a sociedade como um todo, qualquer que seja seu tipo de organização econômica, ou regime político, é obrigada a fazer opções,
escolhas.Assim, também podemos definir a economia como o estudo pelo qual a sociedade decide o quê (quais desejos serão safisfeitos e em que
quantidade), como (qual técnica será utilizada para se conseguir o máximo de produção com a menor quantidade de recursos) e para quem produzir
(quem será o beneficiário da produção, como o produto será distribuído). Assim, também podemos definir a economia como o estudo pelo qual
a sociedade decide o quê (quais desejos serão satisfeitos e em que quantidade), como (qual técnica será utilizada para se conseguir o
máximo de produção com a menor quantidade de recursos) e para quem produzir (quem será o beneficiário da produção, como o
produto será distribuído).
Veja o resumo no diagrama a seguir:
Quadro I.1.
 
Se os recursos são limitados, significa que nem todas as necessidades podem ser simultaneamente atendidas?
Sim. Dessa maneira, as pessoas, os governos, a sociedade como um todo, qualquer que seja seu tipo de organização econômica, ou
regime político, são obrigadas a fazer escolhas.
 
Unidade 1 - Introdução - pág. 02
Curva de Possibilidade de Produção – Custo de Oportunidade
Para ilustrar a questão da escassez de recursos, a economia dispõe de um gráfico chamado de curva de possibilidade de produção. Essa representação
mostra o máximo que uma sociedade pode produzir, dados os recursos produtivos limitados.
Primeiramente, vamos definir “fatores de produção”: são todos os insumos utilizados para produzir bens e serviços.
E o que podemos considerar como “fatores de produção”?
Tradicionalmente, são considerados fatores de produção:
• a terra (campos cultiváveis, minas)
• o trabalho (recursos físicos e mentais do homem)
• e o capital (máquinas, instalações, matérias-primas).
Agora, vamos supor que usamos todos os fatores de produção para produzir dois tipos de bens: automóveis e alimentos.
As alternativas de produção de automóveis e alimentos estão expressas na tabela I.1 e representadas no gráfico I.1:
Dada a escassez de recursos, a sociedade deve decidir qual ponto da curva de possibilidades de produção será escolhido. A tomada de decisões exige
escolher um objeto em detrimento do outro.
 Curva de Possibilidade de Produção – Tab I1.1 - gráfico I.1
 
 
 No ponto A do gráfico I.1, a sociedade escolheu canalizar todos os fatores, todos os recursos, para produzir unicamente automóveis. No ponto F, a
sociedade optou por produzir apenas alimentos. As outras alternativas são situações intermediárias. Por exemplo, no ponto D, a economia produz 10 mil
automóveis e 8 mil toneladas de alimentos.
Note que temos um ponto G, que está além da curva (externo a ela). Esse ponto retrata uma situação que não pode ser atingida com os recursos
disponíveis. Só conseguiríamos atingir o patamar G se houvesse recursos extras (veremos nos módulos seguintes como fazer para aumentar os recursos
produtivos de uma sociedade).
Atente também para a existência de um ponto H (interno à curva). Nesse caso, temos uma situação ineficiente, pois não se está utilizando todos os
recursos disponíveis. Há desemprego de fatores. E como resolver esse problema do desemprego? Tenha calma, também estudaremos isso nos próximos
módulos.
Em suma, a curva de possibilidades de produção nos mostra que, quando os recursos são escassos, a sociedade só pode obter mais de algumas coisas
se receber menos de outras. Voltando ao nosso exemplo: se estivermos no ponto B, estarão sendo produzidas 3 mil toneladas de alimentos e 14 mil
automóveis. Suponha que a sociedade decidiu que queria mais alimentos, o equivalente a 6 mil toneladas. Nesse caso, para conseguir essa produção de
alimentos, a produção de veículos cairá para 12 mil unidades (ponto C).
Esse sacrifício de 2 mil carros (ao irmos do ponto B para o ponto C) é o que denominamos de custo de oportunidade, ou seja, custo de oportunidade é o
quanto temos de abrir mão de algo para conseguir mais de outro item.
Essa situação remete à famosa frase do economista norte-americano:
 
"Não existe almoço grátis”
Milton Friedman (Prêmio Nobel norte-americano)
isto é, nada é de graça numa situação de pleno emprego dos fatores.
 
Unidade 1 - Introdução - pág. 03
Quer dizer que vivemos sempre em situações de escolhas?
A todo momento estamos fazendo escolhas que implicam conseguir um bem ou serviço, mas, em conseqüência, deixamos de ter outro. Por exemplo, um
casal recebe sua renda mensal e tem de decidir se gastará o dinheiro com roupas, alimentos e lazer ou se aplicará sua renda em uma caderneta de
poupança ou um plano de previdência privada. Daí vem uma palavra muito utilizada em teoria econômica: tradeoff. Esse termo define uma situação de
escolha conflitante, quer dizer, ao optarmos por alguma coisa, deixamos de ter outra.
 
"A vida econômica equilibra-se entre a busca
da satisfação e a negação do sacrifício."
(Alfred Marshall - Economista inglês)
Sistemas Econômicos
Como vimos, os recursos disponíveis são limitados e, portanto, deve-se decidir o quê, como e para quem produzir. No entanto, as respostas a essas
questões dependem da forma de organização econômica vigente.
Existem três tipos básicos de organização econômica:
• Economia de mercado
• Economia de planejamento central
• Economia Mista
Em uma economia de mercado, o mecanismo de preços resolve os problemas econômicos fundamentais e promove o equilíbrio. Se as empresas estiverem
ofertando muitos bens, o preço deles deve cair para que a produção seja escoada. Por outro lado, se os consumidores estiverem dispostos a comprar
muito de algo, a tendência é o preço desse bem subir. É dessa forma que o mercado usa os preços para conciliar decisões sobre consumo e produção.
Voltaremos mais detalhadamente a esse assunto no próximo módulo.
Na economia de planejamento central, os meios de produção são de propriedade do Estado, isto é, terras, fábricas, máquinas, residências, tudo pertence
ao Poder Público. As questões o quê, como e para quem são respondidas somente pelo Estado. Na atualidade, os países que mais se aproximam desse
sistema econômico são Cuba e China.
Por fim, há uma solução intermediária entre os dois sistemas comentados: o de economia mista, em que o governo e o setor privado interagem buscando
soluções para os problemas econômicos. Na realidade, esse é o sistema adotado por todos os países, sendo que alguns tendem mais para a economia de
mercado e outros, para a de planejamento central.
Síntese
Vimos que, como os recursos são limitados, devemos fazer escolhas. A curva de possibilidades de produção ilustra essas decisões de optarmos por um
bem em detrimento de outro. A sociedade decide o quê, como e para quem produzir, conforme o tipo de organização econômica vigente. Todos os países
tendem a ser economias mistas, com mais ou menos intervenção estatal.
Módulo I - Exercício de Autoavaliação - Unidade 01 - Acesso através do Menu lateral "Avaliações".
Módulo I - Exercício de Fixação - Unidade 01 - Acesso através do Menu lateral "Trabalhos/Redações"
Módulo I - Avaliação Final – Acesso através do Menu lateral "Trabalhos/Redações". 
 
 
Módulo II - Fundamentos da Microeconomia
Neste módulo vamos conhecer a microeconomia através da análise do estudo das preferências individuais e das teorias da oferta e demanda.
Veremos aqui as diversas estruturas de mercado e suas principais características.
 
 Ao término desta leitura esperamos que você possa:
 
conceituar oferta e demanda,
compreender as teorias da microeconomia
e analisar o comportamento de compradores e vendedores numa economia de mercado.
 Acesse os vídeos educacionais sobre o tema proposto, produzidos pelo Instituto Legislativo Brasileiro:
http://www.youtube.com/watch?v=2FdEBPCxmvM e http://www.youtube.com/watch?v=9qq9VV8I1D0
Unidade 2 - Oferta, Demanda e Equilíbrio de Mercado
 
 Como já citamos na unidade 1 do primeiro módulo do curso, em uma economia de mercado, o mecanismo de preços resolve problemas econômicos
fundamentais.
 Nesta unidade vamos entender como se processa essa dinâmicado mercado e como os preços têm o poder de harmonizar a oferta com a demanda,
gerando um equilíbrio.
Sugestões para um bom estudo:
Consulte com regularidade o cronograma do curso - o não cumprimento de algumas das datas implicará no cancelamento de sua matrícula;
Unidade 2 - Oferta, Demanda e Equilíbrio de Mercado - pág. 01
Introdução
A Economia divide-se tradicionalmente em dois amplos ramos:
• Microeconomia
• Macroeconomia (veremos no Módulo III)
A microeconomia, objeto desta unidade, é o estudo de como as famílias e empresas tomam decisões e de como elas interagem em mercados específicos.
Por exemplo, o microeconomista estuda as preferências dos indivíduos, se as famílias preferem comprar laranjas a maçãs e quanto os produtores, nesse
caso, oferecem de cada uma das frutas. Estuda ainda os preços relativos e a produção relativa desses dois bens (laranjas e maçãs).
Teoria da Demanda e da Oferta
Pense agora na seguinte situação: nos bares e restaurantes de uma cidade, consomem-se X garrafas de cerveja e Y garrafas de vinho. Suponha também
que os consumidores tenham mudado sua preferência e passaram a beber mais vinho e menos cerveja (talvez porque tenham divulgado que vinho faz bem
à saúde). Considerando que a renda dos consumidores não foi alterada e que a produção de cerveja e vinho permaneceu a mesma em um primeiro
momento, o que vai acontecer com o preço dos produtos? Será que as quantidades produzidas de cerveja e vinho serão alteradas num segundo momento?
Vejamos outros casos: você já percebeu que o preço da água de coco sempre aumenta no verão, que as roupas de frio ficam mais caras no inverno ou que
os artigos de papelaria custam mais no início do período escolar?
Pois é, essas questões são estudadas pela teoria da
oferta e da demanda, a serem introduzidas neste
módulo. Analisam-se como compradores e
vendedores se comportam e como interagem uns
com os outros. Mostra-se como a oferta
(comportamento dos vendedores) e a demanda
(comportamento dos compradores) determinam os
preços em uma economia de mercado e como os
preços influenciam a alocação dos recursos
escassos da economia.
Análise da demanda
A demanda (ou procura) é a quantidade de determinada mercadoria (bem ou serviço) que os compradores (consumidores) desejam adquirir de acordo com
cada preço dado. A quantidade demandada de um produto qualquer é a quantidade desse bem que os compradores desejam e podem comprar.
Normalmente, temos uma relação inversa entre o preço do bem e a quantidade demandada. Pensemos em uma mercadoria em particular: chocolate.
Quando o preço do chocolate cai, você tem uma inclinação maior para comprar mais barras e bombons; no entanto, se o chocolate ficar mais caro, você
provavelmente vai se conter e comprará menos.
Como a quantidade demandada diminui quando o preço aumenta e aumenta quando o preço diminui, dizemos que a quantidade demandada é
negativamente relacionada com o preço (em um gráfico, isso se traduz por uma curva decrescente).
Vamos supor a seguinte escala de demanda (tabela II-1.1), ou seja, quantas barras de chocolate as pessoas estão dispostas a comprar conforme seja o
preço da mercadoria. Note que quanto mais alto o preço, menos chocolate as pessoas comprarão. Se a barra custar R$2,00, apenas 10 barras de
chocolate serão adquiridas.
Vejamos agora a representação desses valores em um gráfico. A junção dos pontos forma a curva da demanda (linha inclinada para baixo).
 
Acompanhe as setas no gráfico: quando os preços caem, a quantidade demandada aumenta (também vale o contrário, se os preços subirem, a quantidade
demandada diminui).
Essa relação entre quantidade demandada e preço funciona para a maioria dos bens e serviços existentes. Na verdade, é tão universal que é chamada de
lei da demanda.
Lei da demanda: considerando todas as demais variáveis constantes, a
quantidade demandada de um bem diminui à medida que o preço dele aumentar.
Unidade 2 - Oferta, Demanda e Equilíbrio de Mercado - pág. 02
Preços, Bens Substitutos, Preferências e Renda
Imagine agora a seguinte situação: você vai a um restaurante e pede o cardápio para escolher seu jantar. Para fazer sua escolha, você olha primeiramente
os preços. Vamos supor que sua opção seja por um filé de carne vermelha. No entanto, o garçom lhe informa que existe um peixe em promoção. O peixe,
por ser um substituto da carne vermelha, pode alterar sua escolha. Se os preços fossem parecidos, você levaria em conta apenas seu gosto. Mas então
você percebe que está com muita fome e poderia comer os dois pratos, porém, a decisão de consumir mais ou menos irá depender da sua renda
disponível.
Vimos que a curva da demanda mostra a relação entre preço e quantidade demandada, mantendo todos os outros fatores constantes. Ocorre que, como a
história do restaurante retrata, existem outros fatores além do preço que são relevantes para a demanda: o preço dos bens relacionados, a renda dos
consumidores e seus gostos ou preferências.
Bens Substitutos e Complementares
Relativamente ao preço dos bens relacionados, temos dois casos. O primeiro deles trata dos bens substitutos. Isso acontece quando o consumo de um
bem substitui o consumo do outro. São exemplos de bens substitutos: coca-cola e guaraná, viagem de ônibus e de metrô, carne de vaca e de peixe, etc.
O outro caso de bens relacionados são os bens complementares. Nesse caso, os bens são consumidos em conjunto, como pão e manteiga, carro e
combustível, computador e software, etc.
Um aumento no preço de um bem impulsiona a demanda por seus substitutos, mas reduz a demanda de seus complementares (e vice-versa).
Vejamos:
Uma vez que tanto a viagem de ônibus quanto a de metrô atendem a mesma finalidade de transporte público, esses dois serviços são considerados
substitutos e, portanto, se a passagem de ônibus aumentar, aumentará a quantidade demandada das viagens de metrô. Agora imagine que o preço dos
computadores caia; isto implica que a quantidade demandada de computadores aumentará, mas também aumentará a demanda de programas de
computador (software), pois não faz sentido ter um computador sem programas (caso dos bens complementares).
Quais outros fatores alteram a demanda?
Outro fator que altera a demanda é a renda. Se ela aumenta, a demanda da maioria dos bens aumenta, ou seja, os consumidores compram mais de todas
as coisas. Quando isso acontece, chamamos os bens de normais. No entanto, há exceções, como os bens inferiores. Nesse caso, quando o indivíduo tem
um aumento na renda, ele passa a consumir menos dos bens inferiores (normalmente, são bens de baixa qualidade e baratos). Um exemplo disso é a
carne de segunda, só compramos esse tipo de carne quando dispomos de pouco dinheiro, se a nossa renda aumenta um pouco, passamos a comprar
carne de primeira.
Por fim, temos a questão do gosto. A demanda por bens pode ser alterada se houver mudanças no gosto dos indivíduos. Isso pode acontecer por meio de
campanhas publicitárias, modismos, atitudes sociais, etc. Por exemplo, se as protagonistas de novelas usam um determinado tipo de roupa, a demanda por
essa roupa crescerá.
E qual será o reflexo na curva da demanda decorrente de alterações na renda, nos bens relacionados e no gosto?
Já vimos que mudanças ao longo da curva da demanda são causadas por mudanças nos preços (a quantidade demandada varia conforme o preço),
lembre-se do gráfico II-1.1. Mas e alterações nos outros fatores?
A curva da demanda se desloca toda para a direita ou para a esquerda em resposta a mudanças nos preços dos bens substitutos e complementares, na
renda e nos gostos.
Retornemos ao nosso exemplo das barras de chocolate. Se acontecer um aumento da renda, ou uma elevação do preço de algum bem substituto do
chocolate, ou uma diminuição do preço de algum bem complementar a ele, ou, por fim, uma alteração no gosto de forma que os indivíduos queiram mais
chocolate, então a curva da demanda se desloca toda para a direita (de D vai para D’).
Noteque, para todos os preços, a demanda ficou maior, ou seja, as famílias estão comendo mais chocolate independentemente do preço dele. O aumento
no consumo ocorreu devido a alterações nos fatores renda, bens relacionados e gosto. Analogamente, temos a situação de diminuição do consumo
retratada por um deslocamento da curva da demanda para a esquerda.
Unidade 2 - Oferta, Demanda e Equilíbrio de Mercado - pág. 03
Análise da oferta
A oferta é a quantidade de determinada mercadoria (bem ou serviço) que os
vendedores querem oferecer de acordo com cada preço dado. A quantidade
ofertada de um produto qualquer é a quantidade desse bem que os produtores
(vendedores) estão dispostos e aptos a vender.
Qual é a relação entre o preço do bem e a quantidade ofertada?
Em geral, temos uma relação direta. Continuemos com o nosso exemplo do chocolate. Quando o preço do chocolate sobe, o produtor (vendedor) tem uma
inclinação maior para produzir (vender) mais barras e bombons; no entanto, se o chocolate ficar mais barato, ele tem menos incentivos para fabricar e
vender chocolates .
Como a quantidade ofertada aumenta quando o preço sobe e diminui quando o preço cai, dizemos que a quantidade ofertada é positivamente relacionada
com o preço (em um gráfico, isso se traduz por uma curva crescente).
Vamos supor a seguinte escala de oferta (tabela II-1.2), ou seja, quantas barras de chocolate os produtores estão dispostos a vender conforme seja o
preço da mercadoria. Note que quanto mais alto o preço, mais chocolate será posto à venda. Se a barra custar R$2,00, então 50 barras de chocolate
serão fabricadas e oferecidas no mercado.
O conjunto desses dados, representados em um gráfico, forma a curva da oferta S (linha inclinada para cima). Usualmente a curva da oferta é
representada pela letra S em referência à palavra inglesa supply (oferta).
Acompanhe as setas no gráfico II-1.3: quando os preços sobem, a quantidade ofertada aumenta (também vale o contrário, se os preços caírem, a
quantidade ofertada cai). Esse movimento dá origem à chamada lei da oferta .
 
Lei da oferta: considerando todas as demais variáveis constantes, a quantidade
ofertada de um bem aumenta à medida que o preço dele aumentar.
 
Bom, então a curva da oferta mostra a relação entre preço e quantidade ofertada, mantendo todos os outros fatores constantes.
Quais outros fatores alteram a oferta?
Ocorre que, analogamente à demanda, existem outros fatores além do preço que são relevantes para a oferta. Citamos dois dos principais: a tecnologia e
o preço dos insumos.
A tecnologia se destaca, pois ela tem o papel de reduzir os custos das empresas e incrementar a produção. Por exemplo, quando o chocolate é fabricado
artesanalmente, a produção é muito menor do que quando se utilizam máquinas que propiciam a fabricação do chocolate em escala industrial. Uma
tecnologia melhor desloca a curva da oferta para a direita, pois os produtores ofertam mais que antes para cada um dos preços (veja o gráfico II-1.4).
Para produzir o chocolate, os produtores usam diversos insumos, como leite, açúcar, cacau, máquinas para fabricação, trabalhadores, etc. Se algum
desses insumos fica mais caro, a produção do chocolate se torna menos lucrativa, logo o produtor passa a oferecer menos do produto, o que desloca a
curva da oferta toda para a esquerda. Analogamente, preços menores dos insumos (como salários mais baixos) induzem as empresas a produzirem mais a
cada preço, deslocando a curva da oferta para a direita (um motivo das elevadas taxas de crescimento econômico da China é a mão-de-obra barata
disponível por lá, mas voltaremos a discutir isso mais tarde).
Unidade 2 - Oferta, Demanda e Equilíbrio de Mercado - pág. 04
O equilíbrio de mercado
O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta quanto pela demanda. Vamos colocar em um único gráfico as nossas curvas de
oferta e de demanda de chocolate.
 
Observe, no gráfico II-1.5, que há um único ponto de interseção das curvas de oferta e de demanda: elas se cruzam no ponto E. Esse ponto é chamado
de equilíbrio de mercado. Nele temos o preço de equilíbrio que faz com que a quantidade ofertada seja igual a quantidade demandada. Em relação ao
nosso exemplo, o preço de equilíbrio é R$1,20 que implica uma quantidade ofertada e demandada de chocolate igual a 30 barras.
VALE DESDE O CHUCHU AO DÓLAR
(extraído da revista Veja de 22/02/2006)
“Desde a introdução do sistema de câmbio flutuante no país, em 1999,
as cotações oscilam de acordo com a lei mais básica da economia, a da oferta e
da procura.
Quando a oferta é pequena e a procura é elevada, os preços sobem.
Vale tanto para chuchu quanto para moedas sob o regime de câmbio flutuante”.
As ações de compradores e vendedores conduzem naturalmente o mercado em direção ao equilíbrio entre demanda e oferta. Vejamos o que acontece se
o mercado estiver em desequilíbrio
No nosso exemplo, ao preço de R$1,20, a quantidade que os compradores desejam comprar e os vendedores desejam vender é 30 barras de chocolate.
Se o preço for cotado acima de R$1,20, os vendedores vão querer vender mais de 30 barras, mas os compradores estarão dispostos a comprar menos
que isso. Haverá um excesso de oferta de barras de chocolate. Em conseqüência, os vendedores acumularão estoques não planejados e terão de diminuir
seus preços de forma que a produção seja escoada. No final do processo, o preço volta ao equilíbrio.
 
Analogamente, gráfico II-1.6, se o preço for cotado abaixo de R$1,20, os vendedores vão produzir menos de 30 barras, mas os compradores estarão
dispostos a comprar mais que isso. Haverá um excesso de demanda de barras de chocolate e os consumidores estarão dispostos a pagar mais pelo
chocolate escasso. Novamente, o sistema voltará ao equilíbrio.
Exercício Resolvido
(referência para o Exercício de Fixação - Unidade 2)
Síntese
A demanda é a quantidade de bens que os compradores desejam comprar conforme o preço adotado. Considerando as outras variáveis constantes,
quanto maior o preço, menor será a quantidade demandada.
A oferta é a quantidade de bens que os vendedores ou produtores estão dispostos a vender conforme o preço estipulado. Tendo os demais valores
constantes, quanto maior o preço, maior será a quantidade ofertada.
O mercado está em equilíbrio quando a quantidade ofertada é igual a quantidade demandada em um determinado preço de equilíbrio. Isso acontece no
cruzamento das curvas de oferta e de demanda.
 
 
Módulo II - Exercício de Autoavaliação - Unidade 02 - Acesso através do Menu lateral "Avaliações".
Módulo II - Exercício de Fixação - Unidade 02 e Unidade 03 - Acesso através do Menu lateral "Trabalhos/Redações" 
Unidade 3 - Estruturas de Mercado
 
 
Estudamos, na unidade passada, que o mercado está em equilíbrio quando a quantidade ofertada é igual a quantidade demandada em um determinado
preço de equilíbrio.
Isso acontece no cruzamento das curvas de oferta e de demanda.
Nesta unidade vamos conhecer as estruturas de mercado existentes e suas características, esperando que, ao final, você possa: identificar o impacto de
cada uma dessas estruturas nos preços e no lucro dos produtores.
 
Sugestões para um bom estudo:
Procure realizar as atividades dentro dos prazos previstos - eles são planejados de forma a otimizar os resultados pretendidos e a pontualidade demonstra
seu compromisso com o processo de aprendizagem;
 
 
Unidade 3 - Estruturas de Mercado - pág. 01
Estruturas de Mercado
Introdução
Recentemente, presenciamos uma disputa entre os postos de gasolina para ver qual estabelecimento oferecia o combustível a um preço menor, a
competição chegava a centavos. Nesse ambiente, vamos supor que o posto próximo a sua casa venda o litro da gasolina a um preço 10% maior que a
média dos concorrentes. O que acontecerá com esse posto? Os clientes, ao perceberem a diferença de preço, certamente procurarão outro
estabelecimento onde a gasolina esteja mais barata e o posto careiro ficarávazio.
Vejamos agora outra situação: a companhia que oferece energia elétrica na sua cidade, além de prestar um serviço ruim com falta de luz a todo momento,
ainda decidiu majorar a tarifa em 20%. O que você vai fazer? Provavelmente vai tentar não deixar tanto as luzes da casa acesas, mas será impossível
deixar de usar a energia elétrica ou trocar de fornecedor.
Com esses exemplos, percebemos que existem mercados com estruturas diferentes que geram formas distintas de se fixar o preço do bem (ou do
serviço).
Basicamente, no mercado de bens e serviços, existem quatro tipos de estrutura que estudaremos neste módulo:
• Concorrência perfeita.
• Monopólio.
• Concorrência monopolística.
• Oligopólio.
Unidade 3 - Estruturas de Mercado - pág. 02
Concorrência perfeita
O mercado em concorrência perfeita é um modelo hipotético que retrata uma situação ideal. Sua importância reside no fato de servir de base para a
avaliação das outras estruturas de mercado.
Quais as características do mercado em concorrência perfeita?
As seguintes condições devem ser preenchidas para que o mercado seja considerado perfeitamente competitivo (em concorrência perfeita):
• Há muitos compradores e vendedores no mercado.
Isso significa que cada agente é muito pequeno em relação ao mercado como um todo sendo, em conseqüência, incapaz de influenciar os níveis de oferta
e de demanda e o preço de equilíbrio. Assim, cada comprador e vendedor é um tomador de preços, ou seja, ele simplesmente aceita o preço dado pelo
mercado, não tem poder nenhum de modificá-lo.
• Os diversos vendedores oferecem bens homogêneos.
Ou seja, os produtos são parecidos de forma que não há margem para haver diferenciação de preço por conta de características individuais dos produtos
de cada vendedor.
Infere-se das duas hipóteses acima que, num modelo de concorrência perfeita, todas as firmas do mercado praticam o mesmo preço p0 e tudo o que for
ofertado por cada firma será vendido. Se alguma firma tentar praticar um preço mais alto, perderá todos os clientes. Se quiser vender a um preço mais
baixo, não estará sendo racional, pois, se vende quanto quer no preço p0, não há motivo para diminuir sua receita vendendo a um preço menor.
Mas então vem a dúvida: por que todos os vendedores desse mercado não combinam uma medida para empurrar o preço para cima, obrigando os
compradores a aceitarem esse preço mais alto (principalmente se for um bem cujo consumo é necessário)? Para que isso não aconteça, há uma terceira
hipótese no modelo de concorrência perfeita:
• Há livre entrada de firmas e compradores no mercado.
Mesmo que os preços fossem elevados, o conseqüente aumento dos lucros atrairia novas firmas para nesse mercado, aumentando a oferta total e
empurrando o preço para baixo.
A CONCORRÊNCIA DERRUBA OS PREÇOS
(extraído da Revista Veja de 08/03/2006)
O filósofo e economista escocês Adam Smith, pai do pensamento econômico
moderno, escreveu no clássico A Riqueza das Nações, de 1776,
que não é da benevolência do padeiro ou do açougueiro que devemos esperar
nosso jantar, “mas sim do comprometimento deles com seus próprios interesses”.
Ou seja, é a concorrência, com cada comerciante tentando vender mais que o
outro, que derruba os preços, beneficiando toda a sociedade
 
Voltemos ao exemplo da gasolina. Em uma cidade grande, existem vários postos oferecendo combustível e, é claro, vários motoristas para comprarem a
gasolina. O produto é o mesmo: em tese, não há diferença na gasolina entre os estabelecimentos (a exceção se faz quando adulteram o combustível
misturando água). Assim, o mercado de gasolina se aproxima bastante do mercado perfeitamente competitivo, mas ainda não é uma concorrência perfeita.
Por quê?
Bom, não é qualquer um que consegue montar um posto. Para tanto, é necessário um capital alto e licenças de funcionamento especiais. Ou seja, não há
livre entrada de firmas. O não-cumprimento dessa condição abre espaço para a formação de cartéis, isto é, as empresas fornecedoras se unem para
manipular o preço.
As três hipóteses mencionadas são as mais citadas para se caracterizar uma concorrência perfeita. No entanto, ainda podemos enumerar outras:
• Transparência de mercado: compradores e vendedores detêm informação completa sobre preços, locais de vendas, qualidade dos produtos, lucro
dos concorrentes.
• Mobilidade dos bens: livre movimentação dos fatores de produção e dos produtos. Não existem custos de transportes.
Cabe frisar novamente: a concorrência perfeita é um modelo hipotético. É usado apenas por seu valor analítico, pois não existe na prática.
Unidade 3 - Estruturas de Mercado - pág. 03
Monopólio
Após termos discutido a concorrência perfeita, passamos agora ao caso oposto: o monopólio. Uma firma é chamada monopolista se ela é a única
fornecedora de determinado produto. Mais ainda, uma empresa é um monopólio se é a única vendedora de seu produto, se o produto não tem substitutos
próximos e se há barreiras à entrada de outras empresas.
A grande questão do monopólio é saber o motivo pelo qual outras empresas não vendem o produto do monopolista. Isso acontece justamente pelas
barreiras existentes que impedem outras firmas de atuarem no mercado monopolizado. Como podem ocorrer essas barreiras? Vejamos.
• Monopólio natural
Esse tipo de estrutura surge quando há economias de escala na produção. Isto é, a empresa monopolista, já estabelecida, tem condições de operar com
baixos custos. Qualquer outra empresa que tente entrar no mercado terá que fazer muitos investimentos e não conseguirá oferecer o produto a um preço
equivalente ao da firma monopolista.
Um exemplo de monopólio natural está na distribuição de energia elétrica. Para levar energia a uma cidade, uma empresa precisa de equipamentos caros e
postes com fiação por todo o perímetro municipal. Outra empresa não tem interesse em explorar esse ramo, porque o custo fixo de construção da rede é
muito alto e, com duas firmas competindo na prestação desse serviço, as duas teriam desembolsado esse valor alto e o custo médio do serviço de
fornecimento de energia elétrica seria mais elevado, diminuindo os lucros.
• Controle exclusivo sobre as matérias-primas
Uma única empresa é detentora de um recurso-chave. Por exemplo, em uma cidade isolada, existe apenas uma fonte de água de propriedade de uma
firma e não há outra maneira de se obter água. Essa modalidade de barreira à entrada é rara, pois hoje as economias são grandes, inclusive mundiais, os
recursos estão distribuídos por vários proprietários e há fácil transporte deles por entre áreas distantes.
• Monopólios criados pelo governo
Em muitos casos, os monopólios surgem porque o governo concede a uma só firma o direito exclusivo de vender algum bem ou serviço. A lei de patentes é
um exemplo de como o governo cria um monopólio para atender ao interesse público. Com a autorização para produzir exclusivamente algum bem, o preço
deve ficar num patamar mais elevado do que ocorreria se houvesse competição. Mas, concedendo a patente, o governo cria incentivos maiores à atividade
criativa e à pesquisa.
Podemos resumir até aqui os conceitos estudados. A principal diferença entre uma empresa competitiva e uma monopolista é a capacidade que esta última
tem de influenciar o preço do seu produto. Uma empresa competitiva é pequena em relação ao mercado em que opera e, portanto, toma o preço do seu
produto como dado pelas condições do mercado. Em contrapartida, uma monopolista, como única produtora em seu mercado, pode alterar o preço de seu
bem, garantindo lucros acima do normal (chamamos de lucros extraordinários).
Como lidar com o poder do monopólio?
Do ponto de vista da política pública, os monopólios produzem menos do que a quantidade socialmente eficiente e cobram preços superiores ao que
deveriam. Nesse caso, o governo pode reagir com uma legislação antitruste para tentar tornar as firmas mais competitivas. Pode, por exemplo, proibir
fusões de grandes corporações quando o resultado disso for um mercado monopolizado.No Brasil, um dos órgãos responsáveis por esse controle é o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE.
O governo pode também transformar o monopólio em estatal, de forma a controlar o comportamento da firma em nome do interesse público (exemplo:
Petrobrás). Ou pode ainda regulamentar os preços cobrados pelos monopolistas, como faz algumas agências reguladoras (exemplo: ANEEL – Agência
Nacional de Energia Elétrica).
 
Unidade 3 - Estruturas de Mercado - pág. 04
Concorrência monopolística
A concorrência monopolística abrange os mercados que possuem algumas características do mercado competitivo e algumas características de
monopólio. Trata de um modelo muito mais próximo da realidade do que a concorrência perfeita.
Vejamos um exemplo. Você decide almoçar num shopping e vai à praça de alimentação. Lá você se depara com restaurantes de diversos tipos: comida
italiana, japonesa, natural, etc. Parece ser um mercado competitivo, todos os restaurantes estão disputando seu apetite. No entanto, também parece um
monopólio, pois cada estabelecimento oferece exclusivamente um tipo de comida, com seu tempero próprio.
Assim, a concorrência monopolística tem as seguintes características principais:
• Muitas empresas produzindo um dado bem ou serviço.
• Os produtos são diferenciados, mas são substitutos próximos.
• Cada empresa tem certo poder sobre preços, dado que o produto é diferenciado. O consumidor tem opção de escolha, de acordo com sua
preferência.
Como não existem barreiras para a entrada de firmas, a longo prazo há tendência apenas para lucros normais, como em concorrência perfeita.
Oligopólio
É um tipo de estrutura de mercado que apresenta pequeno número de empresas no setor. Um ótimo exemplo de oligopólio é a OPEP (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo). Grande parte do petróleo do mundo é produzida por um pequeno grupo de países, a maioria deles localizada no Oriente
Médio. Juntos eles tomam decisões sobre a quantidade extraída de petróleo e influenciam o preço do barril em escala mundial.
Em oposição à concorrência monopolística e de forma semelhante ao monopólio, as empresas pertencentes ao oligopólio garantirão lucros extraordinários,
pois sempre haverá barreiras à entrada de novos concorrentes, principalmente no oligopólio natural, como é o caso do petróleo.
Síntese
Vimos quatro tipos de estrutura de mercado. A concorrência perfeita pressupõe um mercado com muitos compradores e vendedores negociando produtos
idênticos, de modo que cada comprador e cada vendedor é um tomador de preço. O monopólio consiste em uma empresa que é a única vendedora de um
produto que não tem substitutos semelhantes. A concorrência monopolística é uma estrutura de mercado em que muitas empresas vendem produtos que
são similares, porém existe uma diferenciação. Por fim, temos o oligopólio, em que há poucos vendedores oferecendo produtos muito similares ou
idênticos.
O funcionamento da economia de mercado passou por diversas alterações na atualidade, como o gigantismo das modernas unidades industriais e o
crescente intervencionismo do Estado na economia. Em conseqüência, prevalece, entre as situações de mercado, o monopólio e o oligopólio.
Módulo II - Exercício de Autoavaliação - Unidade 03 - Acesso através do Menu lateral "Avaliações".
Módulo II - Exercício de Fixação - Unidade 02 - Acesso através do Menu lateral "Trabalhos/Redações"
Módulo II - Avaliação Final – Acesso através do Menu lateral "Trabalhos/Redações" 
Módulo III - Fundamentos de Macroeconomia
 O terceiro módulo deste estudo tem por objetivo analisar os principais fundamentos da macroeconomia.
Vamos entender em que se baseia a política macroeconômica, suas metas e os instrumentos disponíveis para atingi-las.
Conheceremos os conceitos e identidades fundamentais e veremos como ocorrem as flutuações econômicas
Ao término deste estudo esperamos que você possa:
• definir o objeto de estudo da macroeconomia.
• distinguir as principais variáveis macroeconômicas e usá-las para análise de economias reais.
• identificar os efeitos das políticas fiscal e monetária nas flutuações e como podem ser usadas para a consecução de determinados fins.
 
Unidade 4 - Política Macroeconômica
Vimos na unidade anterior, que a Microeconomia, um dos amplos ramos da Economia, estuda as preferências dos indivíduos, os preços relativos e a
produção relativa dos bens.
Nesta unidade vamos entender o objeto de estudo da Macroeconomia, suas metas e instrumentos de política utilizados para atuar sobre a capacidade
produtiva e sobre a despesa planejada da sociedade.
 
Sugestões para um bom estudo:
Execute as atividades propostas em seqüência de módulos/unidades - os exercícios respondidos fora da ordem ficam aguardando a vez para serem
corrigidos e você corre o risco de se esquecer de retomá-los;
Unidade 4 - Política Macroeconômica - pág. 01
Qual é o objeto de estudo da Macroeconomia?
A macroeconomia tem como objeto de estudo as relações entre os grandes agregados: a renda nacional, o nível de emprego e dos preços, o consumo, a
poupança e os investimentos totais.
A macroeconomia, ao tentar responder como o mercado de bens e serviços se comporta, efetua uma agregação de todos os bens produzidos pela
economia durante certo período de tempo. Esse conjunto é chamado de produto agregado, ou seja, o somatório de todos os bens produzidos pela
economia. O preço de produto agregado é uma média de todos os preços produzidos. A isso, dá-se o nome de nível geral de preços.
Para que as compras e vendas de mercadorias e
serviços aconteçam, é necessário um elemento comum
de troca: o dinheiro. Para tanto, existe o mercado
monetário, em que
são determinadas as taxas de juros e a quantidade de
moeda necessária para efetuar as transações
econômicas. A moeda tem importância na determinação
dos preços e nas quantidades produzidas.
Analogamente, a macroeconomia também vê o mercado de trabalho como uma agregação de todos os tipos de trabalho existentes na economia. Como
resultado temos outras duas variáveis macroeconômicas: a taxa salarial e o nível de emprego.
A macroeconomia se incumbe ainda de estudar as relações do nosso país com o resto do mundo. Analisa o mercado cambial, de forma a conhecer a taxa
de câmbio que permite calcular a relação de troca entre diferentes moedas.
Em síntese, a macroeconomia é o estudo de fenômenos que englobam toda a economia.
O que deve estudar um macroeconomista?
Um macroeconomista estuda assuntos como os efeitos de empréstimos feitos pelo governo federal, as mudanças da taxa de desemprego ao longo do
tempo ou políticas alternativas para promover a elevação do padrão de vida nacional.
Unidade 4 - Política Macroeconômica - pág. 02
Metas da política macroeconômica
São metas da política macroeconômica: alto nível de emprego, estabilidade de preços, distribuição de renda socialmente justa e crescimento econômico.
• Alto nível de emprego
As pessoas que gostariam de trabalhar, mas não conseguem encontrar um emprego, não estão contribuindo para a produção de bens e serviços da
economia (além de terem sua auto-estima completamente abalada). Embora um certo grau de desemprego seja inevitável em uma economia complexa,
quando um país consegue manter a maior parte de seus trabalhadores plenamente empregados, atinge um nível de PIB (Produto Interno Bruto) maior do
que se deixasse muitos deles ociosos.
• Estabilidade de preços
Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, o que provoca uma perda do poder aquisitivo da moeda. A inflação
é um problema porque gera distorções de toda ordem no sistema econômico, como uma piora na distribuição de renda (os pobres têm mais dificuldade em
se defender da inflação) e incertezas sobre o futuro, o que desestimula os investimentos produtivos. Daí a necessidade de políticas que preservem a
estabilidade dos preços.
• Distribuição de renda socialmente justa
A distribuição de renda resultante do sistemaeconômico pode não ser a desejada pela sociedade. O governo pode intervir, por meio de impostos,
subsídios ou transferências, no sentido de fazer ajustes e tornar a distribuição mais justa, mais eqüitativa. No caso do Brasil, isso é ainda mais urgente,
dadas as diferenças absurdas existentes na sociedade brasileira.
A distribuição de renda também tem sido assunto recorrente nos países emergentes que conseguiram um crescimento econômico rápido, como a Índia
(cresce a uma média anual de 6% desde 1990), pois a riqueza produzida demora a chegar às camadas mais pobres.
• Crescimento econômico
Crescimento econômico é o aumento da capacidade produtiva da economia e, portanto, da produção de bens e serviços de determinado país. O melhor
indicador para isso é aferir o aumento da renda nacional per capita, isto é, o aumento da razão entre a quantidade produzida e a população. Para termos
incremento na renda nacional per capita, o aumento dos bens e serviços produzidos deve superar o crescimento populacional.
Considerando as baixas taxas de crescimento brasileiro nos últimos anos (em 2005, foi de apenas 2,3%), essa meta deve ser uma das prioridades
nacionais.
 
BRASIL NA LANTERNA DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
(publicado na Folha Online de 01/06/2005)
O Brasil tem a segunda pior distribuição de renda do mundo de acordo com o
índice de Gini - que mede a desigualdade de renda em valores de 0 (igualdade
absoluta) a 1 (desigualdade absoluta). O índice do Brasil é de 0,60, sendo
superado só por Serra Leoa (0,62). A Áustria é uma das nações que tem a melhor
distribuição de renda do mundo (0,23).
Segundo o Radar Social, estudo divulgado nesta quarta-feira pelo IPEA (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada), embora o país tenha conseguido melhorar
alguns de seus principais indicadores sociais, a distribuição de renda ainda é um
dos piores problemas do país.
De acordo com a pesquisa, 1% dos brasileiros mais ricos (1,7 milhão de pessoas)
detém uma renda equivalente a da parcela formada pelos 50% mais pobres (86,5
milhões de pessoas).
Unidade 4 - Política Macroeconômica - pág. 03
 
Instrumentos da política macroeconômica
O governo, para atingir as metas, deve atuar sobre a capacidade produtiva (oferta agregada) e sobre a despesa planejada da sociedade (demanda agregada).
Basicamente, os instrumentos de política macroeconômica utilizados para isso são:
• Política fiscal
• Política monetária
• Políticas cambial e comercial
A política fiscal diz respeito às decisões dos governos sobre gastos e tributos. Seus efeitos podem ser sentidos diretamente na demanda agregada, por
meio da variação dos gastos públicos em consumo e investimento, ou indiretamente, pela redução dos impostos, o que eleva a renda disponível no setor
privado. Estudaremos, no módulo III-3, como funcionam esses mecanismos.
CONSUMO DO GOVERNO SOBE EM ANO ELEITORAL
(publicado na Folha de São Paulo de 11/06/2008)
Na comparação com o quarto trimestre de 2007, o consumo governamental
aumentou 4,5%, considerando as três esferas de governo (federal, estadual e
municipal). Nesse caso, é a maior variação de toda a série do IBGE, que teve início
em 1996. A despesa do governo corresponde a 19% do PIB.
E para financiar tanta despesa os impostos subiram, mais uma vez, num patamar
superior ao do PIB, segundo o IBGE. O volume de tributos cresceu 8% no primeiro
trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2007.
Desde o terceiro trimestre de 2006, os impostos aumentam sistematicamente mais
do que o PIB.
A política monetária refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros. Na atualidade, o principal instrumento
da política monetária é a taxa de juros e seu objetivo primordial é a inflação baixa.
As políticas monetária e fiscal representam diferentes alternativas para as mesmas finalidades. A política macroeconômica deve utilizar uma combinação
das duas.
A política fiscal apresenta maior eficácia na distribuição de renda, utilizando como instrumentos, por exemplo, a taxação de rendas mais altas ou
promovendo gastos públicos para os setores menos favorecidos.
A política monetária possui a vantagem de ser facilmente implementada, pois só depende de decisões das autoridades monetárias (no caso brasileiro,
temos as famosas reuniões do COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central). A política fiscal depende, normalmente, de votação no
Congresso Nacional e, portanto, exige um período maior para sua implementação.
Por fim, a política cambial envolve as ações para afetar a taxa de câmbio e a política comercial trata dos incentivos às exportações e dos desestímulos (ou
em alguns casos estímulos) às importações, que pode acontecer por meio de alterações nas tarifas, no crédito ou via cotas.
Síntese
Vimos que a macroeconomia se preocupa com os grandes agregados da economia. Suas metas são obter níveis satisfatórios de emprego, ausência de
inflação, uma distribuição de renda mais eqüitativa e altas taxas de crescimento econômico. Para tanto, pode utilizar-se das políticas fiscal, monetária,
cambial e comercial.
O texto a seguir comenta de forma sucinta e clara como aconteceu o desenvolvimento da macroeconomia, dando uma idéia de vários assuntos que iremos
estudar. Não se assuste se não entender algo, as informações constantes do texto serão explicadas nos próximos módulos.
Leia mais Desenvolvimento da Macroeconomia
Módulo III - Exercício de Autoavaliação - Unidade 04 - Acesso através do Menu lateral "Avaliações".
Módulo III - Exercício de Fixação - Unidade 04 - Acesso através do Menu lateral "Trabalhos/Redações" 
Unidade 5 - Conceitos e Identidades Fundamentais
Nesta unidade vamos continuar com o estudo da Macroeconomia.
Vamos compreender as principais identidades macroeconômicas e usá-las para análise de economias reais.
Sugestões para um bom estudo:
Sempre que acessar a plataforma, navegue pelos ambientes de estudo para ver se algo novo foi acrescentado;
Unidade 5 - Conceitos e Identidades Fundamentais - pág. 01
Introdução
Como já vimos anteriormente, o principal objeto da macroeconomia é a formação e a distribuição do produto e da renda gerados pela atividade econômica.
Esses agregados representam importantes medidas de desempenho econômico e bem-estar da sociedade. Assim, para entendermos os modelos
macroeconômicos, é essencial conhecer esses conceitos, bem como seus sistemas de contabilização.
Consideraremos, num primeiro momento, que existem apenas dois agentes na economia: as famílias e as firmas. Estudaremos como ocorrem as relações
entre esses dois agentes. A seguir, permitiremos que haja acumulação de capital no nosso sistema, adicionaremos o governo ao modelo e abriremos nossa
economia para o comércio internacional.
Famílias e Firmas
As famílias são compostas por todos os indivíduos da sociedade. Para que essas famílias consigam suprir suas necessidades (alimentos, vestuário, lazer,
ou qualquer outro item de que precisem), alguém deve produzir. Assim, os próprios indivíduos da sociedade formam as firmas, com o objetivo de fabricar
tudo que é demandado pelas pessoas. Ou seja, as firmas ou empresas são os locais onde se organiza e ocorre a produção.
Para que todos os itens demandados sejam fabricados, as firmas precisam de vários elementos, ou melhor, são necessários os fatores de produção,
definidos como todos os insumos utilizados para produzir bens e serviços. Tradicionalmente, são considerados fatores de produção a terra (campos
cultiváveis, minas), o trabalho (recursos físicos e mentais do homem) e o capital (máquinas, instalações, matérias-primas). E quem são os detentores dos
fatores de produção? São as próprias famílias.
Bem, então a atividade produtiva requer a
utilização de fatores produtivos – terra, trabalho,
capital – que devem ser remunerados quando
utilizados. Ou seja, as famílias, quando
fornecerem os fatores de produção às firmas,
devem receber uma contrapartida,uma
remuneração por esses fatores que foram
entregues ao processo produtivo.
 
Unidade 5 - Conceitos e Identidades Fundamentais - pág. 02
As remunerações dos fatores de produção são: salários (remuneração do fator trabalho), juros (remuneração do capital monetário), lucros
(remuneração do risco incorrido pelo empresário) e aluguéis (remuneração do capital físico). Essas remunerações constituem a renda das famílias.
As firmas produzem os bens e serviços e os oferecem às famílias que os compram, utilizando a renda que tinham auferido.
Dessas relações, saem alguns importantes conceitos:
• Produto agregado (Y): soma de todos os bens e serviços finais produzidos na economia durante determinado período de tempo (expresso em
unidades monetárias). Algebricamente, é o somatório da quantidade (q) de cada bem i produzido, multiplicado pelo seu respectivo preço (p):
Y = Produto = ∑ pi.qi
• Renda agregada (Y): soma de todas as remunerações dos fatores de produção (trabalho, capital, terra) pagas na economia:
Y = Renda Agregada = salários(w) + juros(j) + aluguéis(a) + lucros(l)
Obs.: Representa-se salário pela letra w em virtude da palavra inglesa wage
• Consumo agregado(C): total da aquisição de bens de consumo pelas famílias. Lembrando que bens de consumo são aqueles para satisfação das
necessidades pessoais, como alimentação, saúde, lazer, etc.
• Demanda agregada(DA) (ou Despesa Agregada): despesa com o produto ou a destinação do produto.
Considerando uma economia hipotética que seja fechada (isto é, sem relações com o exterior), que não tenha governo e que produz apenas bens de
consumo, a despesa agregada é igual ao consumo agregado (C = DA).
Unidade 5 - Conceitos e Identidades Fundamentais - pág. 03
Outra maneira de analisarmos essas relações é por meio de um diagrama chamado de Fluxo Circular da Renda, que descreve todas as transações
que envolvem as famílias e as empresas de uma economia simples.
Fluxo Circular da Renda
 
Note que existem dois fluxos no diagrama: um, com linha tracejada, que representa o lado real da economia, ou seja, insumos e produtos e outro, com linha
contínua, que é o fluxo de dinheiro. As famílias fornecem os fatores de produção para as firmas e são remuneradas por isso (renda agregada). As firmas
utilizam os fatores produtivos e produzem bens e serviços (produto agregado). A remuneração recebida pelas famílias é gasta com os bens e serviços
produzidos pelas firmas (demanda agregada). O dinheiro que as firmas recebem pela venda dos bens e serviços serve para pagar os fatores de produção
oferecidos pelas famílias e aí voltamos ao ponto de partida.
Pelo Fluxo Circular da Renda, pode-se inferir a Identidade Macroeconômica Básica:
Produto Agregado = Demanda Agregada = Renda Agregada
Essa identidade mostra que o valor de todos os bens e serviços produzidos em uma economia equivale ao gasto total da população com bens e serviços
que, por sua vez, é igual ao valor de todos os rendimentos recebidos pela população, tudo considerado no mesmo período de tempo. Essa identidade faz
com que o fluxo circular da renda esteja sempre equilibrado.
Unidade 5 - Conceitos e Identidades Fundamentais - pág. 04
Vazamentos e injeções
Até então, estamos trabalhando com uma economia que só produz bens de consumo. No entanto, as empresas também produzem e
investem em bens de capital. Além disso, as famílias podem não gastar toda sua renda, isto é, podem poupar uma parte.
Antes de continuarmos a discussão, cabe apresentarmos algumas definições:
• Bens de capital: são bens destinados à produção de outros bens, como máquinas e equipamentos. Os bens de capital não se
destinam ao consumo final dos indivíduos.
• Investimento (I): são gastos que visam a aumentar a capacidade produtiva da economia, como a aquisição de bens de capital, a
construção de hidrelétricas, a construção ou ampliação de fábricas. Cuidado para não confundir investimento com aplicação
financeira. Se você colocou seu dinheiro na bolsa de valores, você fez uma aplicação financeira e não um investimento.
• Poupança (S) : é a parcela da renda que não foi gasta com consumo.
Obs.: Poupança é representada pela letra S em virtude da palavra inglesa Savings
Bem, de posse desses conceitos, podemos estabelecer algumas relações algébricas.
O produto agregado (Y), que é igual à demanda agregada (DA), é composto não só de bens de consumo, mas também dos bens de
capital e de toda a produção destinada a produzir outros bens, ou seja, o produto agregado é equivalente ao consumo agregado (C)
mais o investimento agregado (I) da economia:
Y = DA = C + I
Por outro lado, a renda agregada (Y), que antes era toda gasta com consumo, pode agora ter uma parte poupada:
Y = C + S
Pela identidade básica, sabemos que a renda agregada é igual à demanda agregada, de onde resulta que o valor da poupança equivale
ao valor dos investimentos:
C + S = C + I ↔ S = I
Perceba que a poupança é um vazamento do fluxo circular, pois é um dinheiro das famílias que não retorna às firmas na forma de
gasto com consumo. Em contrapartida, temos os investimentos, que são considerados uma injeção. A parte poupada pelas famílias se
converte em investimentos para aumentar a capacidade produtiva da economia. Assim, o dinheiro poupado retorna ao fluxo que se
equilibra novamente.
Agora vejamos o que acontece quando colocamos o governo na nossa economia. Cabe lembrar que o governo desempenha inúmeras
atividades e, para a consecução de suas atividades, promove gastos. Para fazer frente a esses gastos, o governo arrecada tributos.
Dessa maneira, a renda das famílias terá mais um destino, pagamento de tributos (T):
Y = C + S + T
Por outro lado, conforme dissemos, o governo também adquire bens e serviços, logo a DA fica acrescida dos gastos públicos (G):
DA = C + I + G
No caso do governo, os gastos com bens de consumo são chamados de despesas correntes, ou seja, são gastos destinados à
manutenção da máquina pública, como material de expediente ou pagamento dos funcionários públicos.
Note que os tributos se configuram como um vazamento no fluxo circular da renda enquanto os gastos do governo são uma injeção
para o fluxo. Novamente, utilizando a identidade básica da macroeconomia (Y = DA), temos:
S + T = I + G ↔ S – I = G – T
Isso significa que, se houver déficit público, ou seja, se os gastos do governo superarem sua arrecadação (G > T), deverá haver
excesso de poupança do setor privado para financiar o governo
(S > I). Em outras palavras, recursos que deveriam estar à disposição da iniciativa privada para financiar aumentos da capacidade
produtiva, estão sendo canalizados para financiar o governo que gasta demais. Esse é exatamente o caso do Brasil.
O que entrava o crescimento econômico?
(extraído da revista Conjuntura Econômica de fev/2006)
Segundo Dório Fernandes – Presidente do Banco Opportunity – o principal entrave ao crescimento econômico são o “tamanho e a ineficiência do
Estado. Ao longo dos anos foi construído um Estado cada vez maior e que para sobreviver precisa sugar cada vez mais recursos do setor privado. Além
disso, esses recursos são desperdiçados no financiamento de despesas correntes e na manutenção de um aparato distante dos padrões de eficiência
necessários para viabilizar um maior dinamismo da iniciativa privada.”
 
Unidade 5 - Conceitos e Identidades Fundamentais - pág. 05
Por fim, vamos acrescentar ao nosso modelo o setor externo, isto é, vamos permitir que aconteçam importações (denominada por M) e
exportações (denominada por X).
Apesar de termos um novo vazamento, as importações (recursos gastos com bens produzidos no exterior), temos também uma nova injeção, as
exportações (recursos externos comprando bens e serviços produzidos no país).
Nesse contexto, temos a demanda agregada global que é a soma da demanda agregada até então vista mais as exportações (X). Isso se deve ao fato de
que parte da produção está sendo consumida por agentes no exterior. Em outras palavras, as exportações se caracterizampor ser um elemento de
demanda por produção interna.
Demanda Agregada Global = C + I + G + X
Por outro lado, além dos produtos produzidos no país, temos produtos estrangeiros sendo ofertados internamente, são as importações (M). Então
podemos definir a oferta agregada global como a soma do produto agregado interno (Y) mais as importações (M).
Oferta Agregada Global = Y + M
Igualando a demanda agregada global com a oferta agregada global, temos o seguinte:
Y + M = C + I + G + X
Assim, a demanda agregada interna ou produto agregado interno (Y) é dado por:
Y = C + I + G + X – M
Essa, provavelmente, é a principal expressão existente na literatura macroeconômica. A parte (X-M) é chamada de gastos líquidos do setor externo e
(C+I+G) é a absorção interna.
Lembre-se que a renda das famílias é gasta com consumo, poupança e tributos (Y=C+S+T). Como, pela identidade básica, a renda agregada é igual ao
produto agregado que é igual à demanda agregada, temos que:
C + S + T = C + I + G + X – M
S + T + M = I + G + X
Essa última expressão mostra que os vazamentos se igualam às injeções no fluxo circular da renda.
Pode-se ainda escrever a equação anterior como:
(X – M) = (T – G) + (S – I)
Isso é interpretado da seguinte maneira, se houver um superávit externo (X>M, exportações maiores que as importações), deve ocorrer um superávit ou no
setor privado (S>I) ou no governo (T>G), ou em ambos. Analogamente, se houver déficit externo, vai haver déficit interno no setor privado ou déficit público.
É sabido que o Brasil está batendo recordes de superávit no setor externo (X>M). O que está acontecendo então com as outras variáveis? Discutiremos
isso em um estudo de caso mais adiante.
Outra maneira de escrever a equação anterior é:
I = S + ( T – G ) + ( M – X )
↓ ↓ ↓ ↓
Investimento
global
Poupança
privada
 
 ó
Poupança
pública
Poupança
externa
Poupança
interna
Isto é, os investimentos de um país podem ser financiados ou pela poupança privada, ou pela poupança pública, ou pela poupança externa. Note que a
poupança externa é dada por (M-X), isso acontece porque pensamos em termos reais, ou seja, as importações representam recursos reais que entram no
país, como máquinas e equipamentos. Se as exportações superam as importações, temos uma poupança externa negativa.
Síntese
Estudamos várias expressões que nos permitem aferir e analisar macroeconomicamente um país. A principal identidade a que chegamos é a do produto
agregado ou demanda agregada (podemos, simplificadamente, chamá-lo de PIB - Produto Interno Bruto): Y = C + I + G + X – M. Essa medida é
importante por que permite quantificarmos tudo que está sendo produzido no país em termos de bens e serviços. Permite também sabermos como está o
crescimento da economia, ou seja, como está a ampliação da produção da economia.
Módulo III - Exercício de Fixação - Unidade 05 - Acesso através do Menu lateral "Trabalhos/Redações"
Unidade 6 - Flutuações Econômicas
 
Vimos na unidade anterior, as principais identidades macroeconômicas e como usá-las para análise de economias reais.
Nesta unidade estudaremos como ocorrem as flutuações de curto prazo na atividade econômica e o impacto das políticas fiscal e monetária sobre a
economia.
 
Sugestões para um bom estudo:
A plataforma é o melhor canal de comunicação com a tutoria e a coordenação - recorra preferencialmente ao tutor para sanar suas dúvidas de conteúdo;
Unidade 6 - Flutuações Econômicas - pág. 01
Introdução
As flutuações de curto prazo na economia são comuns, acontecem em todos os países. Nos períodos de expansão econômica, em que temos um rápido
crescimento do PIB real, ou seja, um aumento da produção de bens e serviços, a taxa de desemprego diminui, o lucro das firmas são crescentes e a
tendência é se alcançar um melhor padrão de vida para toda a população. Por outro lado, há períodos em que as empresas não conseguem vender tudo o
que produzem, reduzem a produção e demitem trabalhadores, a taxa de desemprego aumenta, o PIB e a renda caem. Isso caracteriza uma situação de
recessão.
Vamos então, entender como ocorrem as flutuações de curto prazo na atividade econômica e o impacto das políticas fiscal e monetária sobre a economia.
O modelo básico para tanto é o de demanda agregada e oferta agregada. Sua ilustração consta do gráfico III-3.1. No eixo vertical está o nível geral de
preços da economia. No eixo horizontal está a quantidade geral de bens e serviços. A curva de demanda agregada mostra a quantidade de bens e serviços
que as famílias, as empresas e o governo desejam comprar a cada nível de preços. A curva de oferta agregada mostra a quantidade de bens e serviços
que as empresas produzem e vendem a cada nível de preços. A produção e o nível de preços se ajustam até chegar ao ponto (Y0,P0) em que as curvas
de oferta agregada e de demanda agregada se cruzam.
Vamos detalhar essa teoria nos tópicos seguintes.
Demanda Agregada
Como vimos, a curva de demanda agregada mostra a quantidade de bens e serviços que as famílias, as empresas e o governo desejam comprar a cada
nível de preços. Note pelo gráfico III-3.2, que a curva da demanda agregada é decrescente (negativamente inclinada).
Isso significa que quando o nível de preços diminui de P1 para P2, a quantidade demandada de bens e serviços aumenta de Y1 para Y2. (veja o gráfico
III-3.2).
Mas qual o motivo da demanda agregada ser negativamente inclinada? Para tanto, lembremos seus componentes: consumo (C), investimentos (I), gastos
do governo (G) e exportações líquidas (X – M). Se tiver dúvida, releia o módulo III-2.
Y = C + I + G + X – M
Vejamos a contribuição de cada um dos componentes para o comportamento decrescente da demanda agregada, exceto pelos gastos públicos, cujo valor
é fixado por critérios políticos e não econômicos.
Primeiramente analisemos o consumo. Quando os preços das mercadorias caem, nós, consumidores, conseguimos comprar mais itens com nosso dinheiro.
Generalizando, quando o nível de preços de toda a economia diminui, o dinheiro das pessoas passa a ser mais valioso, permitindo que os consumidores
adquiram mais bens e serviços e, por conseqüência, a demanda agregada aumenta. Note a relação inversa que caracteriza a inclinação negativa da
demanda agregada: nível de preços cai e quantidade demandada aumenta. Esse fato é conhecido na literatura econômica por efeito riqueza.
Vejamos agora o caso dos investimentos. As firmas, objetivando aumentar seus lucros, sempre querem expandir suas plantas industriais e seus
equipamentos. Assim, as firmas têm projetos de investimentos para aumentar sua capacidade produtiva, que, se implementados, geram uma determinada
taxa de retorno. No entanto, se a taxa de juros praticada pelo mercado financeiro for alta, o retorno dos investimentos da firma talvez não seja o suficiente.
É melhor para o empresário fazer uma aplicação financeira do que aumentar sua capacidade produtiva. Porém, se a taxa de juros cai, será lucrativo
empreender mais e mais projetos. Em suma, taxas de juros altas reduzem a demanda de investimento. Mas onde está a relação disso com o nível de
preços?
Começamos a responder com um novo questionamento: quando o nível de preços está baixo, você precisa de mais ou menos moeda (dinheiro) para suas
transações diárias? Ora, se tudo custa pouco, vou precisar de pouco dinheiro para pagar minhas contas e comprar o que necessito. Bem, então quando o
nível de preços é baixo, a demanda por moeda para transações é menor. Mas se a necessidade de reter moeda é pequena, as famílias racionalmente
depositam o excedente de seu dinheiro em uma poupança de forma a receber juros. Os bancos, ao receberem esses depósitos, colocam o dinheiro à
disposição para empréstimos, afinal essa é uma das funções do sistema bancário: servir de intermediador financeiro.
Quanto mais dinheiro estiver à disposição, é mais fácil consegui-lo (dinheiro mais barato) e, por conseguinte, menores serão as taxas de juros. Já vimos
que, com taxas de juros baixas, os projetos

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