Buscar

Sistemas de informações, inovação e tecnologia na saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 204 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 204 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 204 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2021
SiStemaS de 
informaçõeS, inovação 
e tecnologia na Saúde
Profª. Joana Rita Galvão e Leandro Tiago Sperotto
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Joana Rita Galvão e Leandro Tiago Sperotto
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
G182s
Galvão, Joana Rita
 Sistemas de informações, inovação e tecnologia na saúde. / Joana 
Rita Galvão; Leandro Tiago Sperotto. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 194 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-255-1
 ISBN Digital 978-65-5663-256-8
 1. Sistema de informação em saúde. - Brasil. I. Sperotto, Leandro 
Tiago. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
apreSentação
Neste estudo, abordaremos o Contexto Histórico do Sistema de 
Informação em Saúde, desde o período Colonial até os dias atuais. Nesse 
processo histórico serão abordadas as estratégias de saúde adotadas em cada 
período, bem como os tipos de controle e coleta de informações utilizados 
frente às diferentes epidemias vivenciadas. Posteriormente, inicia-se a 
discussão acerca dos SIS adotados pelo Ministério da Saúde atualmente, 
como formas de ampliar os conhecimentos pertinentes às bases de dados 
existentes, quais informações alimentam os sistemas e qual a contribuição de 
cada um deles para o processo de tomada de decisões estratégicas no Sistema 
de Saúde brasileiro. Da mesma forma, discorre-se sobre a forma como essas 
informações são divulgadas e como esses sistemas de informação têm sido 
substituídos ou adaptados para as tecnologias remotas, a partir da criação 
de aplicativos (app) informacionais da saúde. Apresenta-se ainda o sistema 
de informação criado como fonte informativa para difundir as questões 
relacionadas à pandemia do novo Coronavirus (COVID-19), tanto em nível 
nacional quanto internacional. Para finalizar, será feita a sistematização 
dos passos fundamentais para a organização de um SIS, bem como a forma 
pela qual são processados os registros eletrônicos em saúde (prontuários 
eletrônicos). Ao final de cada tópico são propostas atividades de revisão, 
como também, sugestões de leituras, resumos e as referências bibliográficas 
utilizadas.
Na Unidade 2, estudaremos o desenvolvimento e adoção da 
Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) e todo processo que envolve 
o desenvolvimento dos sistemas, associando-o com as estratégicas 
tecnológicas. Abordaremos questões relacionadas à avaliação da eficácia e 
efetividade, das orientações e perspectivas da avaliação saúde pública, da 
ética, da pertinência da informação para a indústria farmacêutica. Também 
discutiremos sobre as principais tecnologias adotadas na área da saúde, bem 
como seu ciclo de vida e as etapas da avaliação tecnológica em saúde. Ainda, 
estudaremos os desafios enfrentados na área tecnológica, especificamente 
quanto aos recursos limitados, a diversidade no padrão de morbidade, a 
diversidade cultural, o sistema político, estrutura do sistema de saúde, a 
informação e os dados disponíveis, e, por fim, a capacidade tecnológica e 
a importância das tecnologias sociais como instrumentos para a tomada da 
decisão.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre a Inovação nos Serviços 
de Saúde, e o que se espera desse processo, a partir da contextualização da 
Política Nacional de Gestão de Tecnologia em Saúde e as novas tendências em 
saúde. Nessa unidade serão apresentadas as novas tendências em saúde, que 
em alguns lugares já estão sendo utilizadas como alternativas aos métodos 
convencionais, como forma de otimizar, agilizar e garantir o atendimento 
aos usuários. Da mesma forma, são apresentados os estudos em andamento, 
bem como a fase de testes para implementação de novas tecnologias 
voltadas para 3D, 4D e 5G. Entre as tecnologias abordadas, discorre-se sobre 
a realização de exames, agendamento de consultas, a robótica, a Inovação em 
Medicina Social , redes alternativas contra a falsificação de medicamentos, a 
Inovação em Genética – um banco de dados para doenças de crânio e face, 
a Inovação em Prevenção – Coração resguardado na quimioterapia, o uso 
de nuvem no setor da saúde, o E-Saúde, a Telessaúde, a Telemedicina e o 
OncoSus – aplicativo facilita acesso documentos sobre câncer. 
Para finalizar, no decorrer de cada unidade, apresentam-se as leituras 
complementares sugeridas em cada tópico, proporcionando a construção 
dos conhecimentos de maneira mais prática acerca do conteúdo trabalhado. 
É preciso lembrar ainda que, ao final de cada tópico, realizaremos uma breve 
revisão de cada temática abordada, assim como realizaremos atividades 
objetivas e descritivas.
 
Bons estudos!
Prof. Leandro Tiago Sperotto 
Profª. Joana Rita Galvão
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
Sumário
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) ............................................ 1
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE ................... 
 INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)............................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS): HISTÓRICO E UTILIZAÇÃO ......... 3 
2.1 UM POUCO DE HISTÓRIA ......................................................................................................... 5
2.1.1 Período colonial ..................................................................................................................... 5
2.1.2 Século XIX ............................................................................................................................... 7
2.1.3 Século XX ................................................................................................................................9
2.1.4 O Século XXI ......................................................................................................................... 16
2.2 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS EM SAÚDE E OS DADOS
 EPIDEMIOLÓGICOS ................................................................................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE ...................................................... 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO MINISTÉRIO DA SAÚDE ................................................... 25
2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE ATUAIS .......................................................... 25 
2.1.1 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) ....................................... 28
2.1.2 Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) .......................................................... 29
2.1.3 Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) ............................................. 30
2.1.4 Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) ............................................................ 31
2.1.5 Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) ........................................... 35
2.1.6 Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB)........................................................... 37
2.1.7 Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) ................. 38
2.1.8 Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) ................... 42
2.1.9 Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo 
Humano (SISÁGUA) ........................................................................................................... 43
2.1.10 Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) .................. 44
2.1.11 Sistema de Informações do Câncer de Colo do Útero e Sistema de Informação do 
Câncer de Mama (SISCOLO/SISMAMA) ....................................................................... 45
2.1.12 Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos 
(SISHIPERDIA) ................................................................................................................... 46
2.1.13 Sistema de Acompanhamento da Gestante (SISPRENATAL) ..................................... 47
2.2 DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ..................................................................................... 49
2.3 APP CORONAVÍRUS-SUS .......................................................................................................... 53
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 56
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
TÓPICO 3 — ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE .......... 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 PASSOS FUNDAMENTAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DE UM SIS .................................... 61
3 REGISTRO ELETRÔNICO EM SAÚDE (PRONTUÁRIO ELETRÔNICO)........................... 64
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 68
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 70
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 71
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ............................................... 73
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE
 TECNOLOGIAS EM SAÚDE .................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 75
2 PLANEJAMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ............. 75
3 DIMENSÕES E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE .......... 84
4 ORIENTAÇÕES DA AVALIAÇÃO ................................................................................................ 88
5 PERSPECTIVAS DA AVALIAÇÃO ................................................................................................ 89
5.1 SAÚDE PÚBLICA ......................................................................................................................... 90
5.2 ÉTICA ............................................................................................................................................. 91
5.3 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ................................................................................................. 92
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS EM SAÚDE .................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 97
2 CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS ...................................................................................... 97
3 ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ............................................... 101
4 CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS CANDIDATAS E 
ESTABELECER AS PRIORITÁRIAS ........................................................................................... 105
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 109
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 110
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ....................... 113
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 113
2 REALIDADE DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ...................................... 113
2.1 RECURSOS LIMITADOS ........................................................................................................... 115
2.2 DIVERSIDADE NO PADRÃO DE MORBIDADE ................................................................. 118
2.3 DIVERSIDADE CULTURAL ..................................................................................................... 118
2.4 SISTEMA POLÍTICO .................................................................................................................. 119
3 ESTRUTURA DO SISTEMA DE SAÚDE ................................................................................... 119
3.1 INFORMAÇÃO E DADOS DISPONÍVEIS ............................................................................. 120
3.2 CAPACIDADE TECNOLÓGICA ............................................................................................. 120
4 TECNOLOGIAS SOCIAIS ............................................................................................................120
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 123
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 128
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 130
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ...................................................... 133
TÓPICO 1 — O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE? ...................................... 135
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 135
2 O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE? ............................................................. 135
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 143
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 145
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE ......... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 CONHECENDO A POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM 
 SAÚDE .............................................................................................................................................. 147 
3 POLÍTICA NACIONAL DE GESTÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE ............................. 156
4 ANALISANDO A POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
 EM SAÚDE E O SUS ....................................................................................................................... 158
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 163
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE ..................................................................... 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS EM SAÚDE ........................................................................ 165
2.1 PROJETOS DE INOVAÇÃO – RESULTADOS ....................................................................... 167
3 TELEMEDICINA ............................................................................................................................ 168
4 REALIZAÇÃO DE EXAMES ......................................................................................................... 171
5 MONITORAMENTO REMOTO .................................................................................................. 172
6 AGENDAMENTO DE CONSULTAS .......................................................................................... 172
7 ROBÓTICA SALVANDO VIDAS ................................................................................................ 173
8 INOVAÇÃO EM MEDICINA SOCIAL – UMA REDE CONTRA A FALSIFICAÇÃO
 DE MEDICAMENTOS ................................................................................................................... 174
9 INOVAÇÃO EM GENÉTICA – UM BANCO DE DADOS PARA DOENÇAS DE
 CRÂNIO E FACE .............................................................................................................................. 175
10 INOVAÇÃO EM PREVENÇÃO – CORAÇÃO RESGUARDADO NA
 QUIMIOTERAPIA ........................................................................................................................ 175
11 O USO DE NUVEM NO SETOR DA SAÚDE ......................................................................... 176
12 E-SAÚDE, TELESSAÚDE E TELEMEDICINA ........................................................................ 177
13 ONCOSUS – APLICATIVO FACILITA ACESSO DOCUMENTOS SOBRE CÂNCER ......... 179
14 TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA PANDEMIA ................................ 180
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 184
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 189
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 191
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 193
1
UNIDADE 1 — 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM 
SAÚDE (SIS)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os conceitos relacionados a um SIS, tais como: sistema, dado, 
informação, situação de saúde, indicador e Sistema de Informação em 
Saúde (SIS);
• discutir o modelo atual de SIS, sua funcionalidade para o processo de 
gestão do Sistema de Saúde e identificar seus principais usuários;
• identificar quais são as informações que devem conter um SIS, eviden-
ciando sua importância para os indicadores de saúde a partir de sua 
produção e disponibilidade;
• conhecer o passo a passo para a implantação e aperfeiçoamento de um 
SIS.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS 
 DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
TÓPICO 2 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
TÓPICO 3 – ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM 
 SAÚDE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE 
INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico! Neste tópico será trabalhado o contexto histórico da utilização 
dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) no decorrer do tempo. Para tanto, 
inicialmente, torna-se necessário que você problematize os conhecimentos que 
tem acerca do tema trabalhado, especialmente quanto: o que é um Sistema de 
Informação em Saúde? A partir de quando você acha que esse instrumento 
de informação e gestão passou a ser utilizado? Como eram organizadas as 
informações relacionadas à saúde (epidemiologia, mortalidades, epidemias, 
vacinação) antes da criação e adoção dos SIS?
Partindo dessas questões, este tópico apresenta uma contextualização 
histórica da saúde pública no Brasil, e, consequentemente como se organizavam 
os dados atualizados de diferentes regiões acerca dos aspectos relacionados à 
saúde da população. Para isso, inicialmente abordam-se as características sociais 
e sanitárias do Brasil desde o período Colonial, tendo como foco as ações em 
saúde e seus registros, e, posteriormente, finaliza-se com o cenário atual.
Neste tópico, ainda serão disponibilizados materiais extras, como vídeos, 
leituras complementares, charges e, principalmente, o passo a passo de como 
funcionam os Sistemas de Informação em Saúde (SIS).
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS): HISTÓRICO 
E UTILIZAÇÃO 
 
Qual é a importância e o que é um Sistema de Informação em Saúde? 
Desde quando se passou a utilizar os Sistemas de Informação m Saúde? Como 
funcionava antes a implementação dos SIS?
Antes de entrar na história, é necessário entender que a informação em 
saúde é a base para melhor gestão dos serviços, na medida em que orientaa 
implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde (AS), 
como também, das ações de prevenção e controle de doenças. 
São também de interesse dados/informações produzidos extrassetorial-
mente, cabendo aos gestores do Sistema a articulação com os diversos órgãos que 
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
4
os produzem, de modo a complementar e estabelecer um fluxo regular de infor-
mação em cada nível do setor saúde.
A figura a seguir apresenta as principais características que um Sistema 
de Informação eficiente deve apresentar:
FIGURA 1 – CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EFICIENTE
FONTE: Os autores (2020)
Essas características variam de acordo com o tipo de sistema. O Sistema 
de Informação em Saúde (SIS) deve ter a sensibilidade na captação precoce, que 
pode ocorrer no perfil epidemiológico e de morbimortalidade da população dos 
territórios de saúde. 
Onde podemos visualizar essas características atualmente? – Na 
atualização diária dos casos de COVID-19 por municípios, regiões de saúde, 
estados e no país de modo geral. Essas atualizações são realizadas por cada gestor 
municipal e sua equipe de saúde ou vigilância em saúde. A partir desses dados, é 
possível que a população fique atualizada quanto à abrangência epidemiológica 
do vírus, permitindo também que os gestores consigam adotar estratégias de 
forma rápida para o enfrentamento da pandemia.
Mas.... Nem sempre foi assim! Vamos conhecer um pouco da história dos 
Sistemas de Informação em Saúde?
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
5
2.1 UM POUCO DE HISTÓRIA 
Os SIS tiveram sua importância e utilização nos últimos anos, em razão da 
implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). O Departamento de Informática 
do SUS (DATASUS) tem a responsabilidade de coletar, processar e disseminar 
informações da área. 
No sistema de informação disponibilizado pelo DATASUS apresenta-se o 
“Caderno de Informações de Saúde”, com todos os tipos de dados – demográficos, 
epidemiológicos, financeiros–sobre cada estado e município do Brasil (BRASIL, 2019).
2.1.1 Período colonial
O tema saúde não esteve presente durante o período colonial (1500-1889), 
tendo seus primeiros registros apenas quando a medicina passou a fazer parte 
das cidades, como um mecanismo de controle da vida social. 
No período em que se buscou combater a lepra e a peste (figura a 
seguir), foi realizado um controle sanitário nos portos, ruas, casas e praias pela 
administração portuguesa, embora a transformação do objetivo da medicina da 
doença para a saúde irá ocorrer somente no século XIX.
FIGURA 2 – RESUMO DO ESTADO DE SAÚDE NO PERÍODO COLONIAL
FONTE: Magalhães (2020, p. 22)
No Brasil colonial, o atendimento de saúde aos menos favorecidos era 
realizado por curandeiros e barbeiros. As ações de saúde pública no Brasil 
tiveram seu marco inicial com a chegada da família real, em 1808, porém, antes 
disso, já havia iniciativas de saneamento e precário controle de doenças, como a 
adoção das Ordenações Filipinas, de 1604. A partir de então, criou-se a primeira 
organização nacional de saúde pública no Brasil, denominada Provedoria da 
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
6
Saúde. Essa organização foi criada com o objetivo de promover e coordenar as 
medidas necessárias para a melhoria da saúde da população, além de cuidar do 
saneamento, do controle de alimentos, regulação do exercício da Medicina e vigiar 
os portos para evitar a entrada de pessoas contaminadas por alguma doença. 
No entanto, nessa época não existiam registros sobre o controle de doenças e de 
saúde da população.
A ciência médica era praticada por um pequeno quantitativo de 
médicos, cirurgiões e boticários, a maioria era membro da elite, bacharéis em 
universidades europeias. A maior disponibilidade médica ocorria nas grandes 
cidades, especialmente no Rio de Janeiro, Salvador e algumas outras capitais de 
províncias. Os atendimentos eram às famílias mais ricas. 
As populações mais pobres, moradores das ruas e escravos eram atendidos 
e contavam com a solidariedade das Santas Casas de Misericórdia, instituições 
religiosas e curandeiros, porém, existiam algumas instâncias oficiais de saúde nos 
grandes centros.
A chegada de dona Maria (A Louca) e de dom João VI, seu filho e Príncipe 
Regente de Portugal, inicialmente não representou evolução significativa na área 
da saúde pública brasileira. No entanto, houve mudanças perceptíveis, uma vez 
que, a situação em Saúde Pública era próxima de zero e, com a vinda dos nobres, 
algumas ações foram desenvolvidas. 
Entre as modificações ocorridas, pode-se citar: melhor acesso aos 
medicamentos e consequentemente, melhores condições de trabalho para os 
“físicos”, “cirurgiões-barbeiros” e os demais curandeiros, que eram muitos no 
país nesse período. Mesmo com esses avanços no campo da saúde, a realidade era 
pautada pela falta de organização e planejamento. Nesse período, era oferecido à 
população o mínimo de proteção e de ações de recuperação da saúde. A situação 
quase inexistente de assistência à saúde aumentava os transtornos, tornando a 
realidade muito instável na época, e tornava a situação mais instável do que o 
desejado. Havia alta mortalidade, principalmente entre os escravizados, sendo 
A vinda da família real ao Brasil (1808) criou a necessidade da organização 
de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte à estrutura de poder que se 
instalava na cidade do Rio de Janeiro, trazendo mais gente e mais responsabilidades para 
a localidade. Ainda que de forma incipiente, as intervenções estatais na área da saúde se 
descolam paulatinamente da ação direta sobre o doente e passam a focar mais a saúde, ou 
a preocupação em garantir a saúde dos sãos e prevenir doenças. Tanto foi assim que, em 
1846, foi fundado o Instituto Vacínico do Império.
ATENCAO
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
7
que em alguns momentos a natalidade era menor do que a mortalidade entre eles. 
Nessa época, como não era dada atenção especial à saúde, não havia registros 
de dados epidemiológicos, doenças, nascimentos, mortes, ou dispensação de 
medicamentos e prescrição de tratamentos.
2.1.2 Século XIX
Com a chegada da Família Real, a situação começou a mudar. Foram 
criadas instâncias públicas de saúde, com atribuições de fiscalizar o exercício 
da medicina, bem como a realização de exames da classe, para as pessoas que 
tivessem interesse em trabalhar oficialmente na área, e, consequentemente, 
ocorria a aplicação de multas para quem exercesse a profissão sem autorização, 
como forma de garantir a salubridade na Corte. Essas medidas caracterizaram 
um primeiro passo para a consolidação acerca da saúde pública no Brasil, apesar 
de apresentar-se de forma restrita, pois o objetivo principal era manter a Corte, 
ou seja, a elite, protegida das doenças e falta de higiene nos portos.
Na época, o Rio de Janeiro era conhecido pela Europa como uma cidade 
pestilenta, e com isso, não atraia investimentos na agricultura, que tinha seu polo 
financeiro nessa cidade. A partir de então, criou-se a Polícia Médica, com intuito 
fiscalizatório nos portos e no comércio de alimentos na cidade. Concomitante 
a isso, criaram-se as primeiras faculdades de medicina no Rio de Janeiro e em 
Salvador, passando-se a emitir diplomas de médico, farmacêuticos e parteiras 
(LUCCHESE, 2006).
No ano de 1849, tem-se os primeiros casos de ocorrência da febre amarela 
no Brasil, tendo sua entrada através de um navio vindo dos Estados Unidos. Até 
o ano seguinte, atingiu 90 mil dos 266 mil habitantes da capital, matando mais de 
quatro mil pessoas em um curto período. Como não existia assistência médica e 
medicação para toda população, esta encontrava-se fragilizada lutando contra a 
morte, pois os doentes pobres eram cuidados pelos negros curandeiros, enquanto 
os ricos buscavam tratamento na Europa.
Entre 1848-49 e 1853-54,John Snow identificou o local de moradia de cada 
pessoa que morreu por cólera em Londres, notando associação entre a origem da água 
utilizada para beber e as mortes ocorridas.
A partir de então, Snow comparou o número de óbitos por cólera em áreas abastecidas por 
diferentes companhias e verificou que a taxa de morte foi mais alta entre as pessoas que 
consumiam água fornecida pela companhia Southwark.
ATENCAO
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
8
A partir de então, nasce a política de saúde brasileira idealizando o 
combate das enfermidades que reduziam a vida da população. Em função do 
surto epidêmico da febre amarela, foi criada a Junta Central da Higiene Pública 
em 1851. Ficou responsável pelo planejamento, organização e desenvolvimento 
da política sanitária em terra, fazendo o monitoramento de todos os espaços 
potencialmente perigosos da cidade. Desse período em diante, começam-se a 
esboçar os primeiros registros (relatórios) sobre a saúde pública do Brasil.
Demonstrou-se então:
FIGURA 3 – INDICATIVO TEÓRICO DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
FONTE: Os autores (2020).
Nesses registros/relatórios elaborados pela Junta, havia informações a 
respeito do estado de insalubridade da cidade, contendo a discriminação de suas 
causas, conforme citado por Silva (2002):
• Despejos dos resíduos, unidos aos esgotos, despejos orgânicos e a 
umidade.
• Os rios que cortavam a cidade carregados de imundícies.
• O matadouro, o lixo das ruas e das praias.
• Os cemitérios.
• As fábricas e estabelecimentos industriais.
• A umidade nociva pela falta de escoamento para as águas pluviais e do 
esgotamento sanitário.
Como a Junta era responsável apenas pelo monitoramento das condições 
salubres da cidade, não havia registros quanto às questões relacionadas diretamente 
à saúde. Nesse período em 1880, a população no Brasil já atingia a marca de 11 
milhões, sendo formada essencialmente por escravos, o que contribuiu para a 
falta de políticas públicas de saúde. Ainda neste século, houve a independência 
do Brasil, e com ela, surgiram as Câmaras Municipais, responsáveis pelas 
questões de saúde, desenvolvendo uma gestão totalmente descentralizada, cada 
município tinha autonomia para agir dentro de suas possibilidades e interesses, 
porém, geralmente era controlada pelas classes mais ricas. Nessa época, o sistema 
de saúde tinha como papel principal basicamente a vacinação contra a varíola 
apenas durante as endemias e expulsava os doentes com doenças contagiosas 
das áreas urbanas para o interior, ou até mesmo, isolava-os em Casas de Saúde 
para manter eles afastados do convívio e do contágio da sociedade. Um exemplo 
clássico, é a criação dos leprários, para isolamento das pessoas com lepra.
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
9
Nesse período, o país apresentava significativo crescimento econômico, 
como a Europa e os Estados Unidos, favorecendo assim maior urbanização, 
mas não o suficiente para melhorar a saúde pública nacional. O governo vinha 
mantendo as mesmas características que o período imperial quanto à saúde 
brasileira (POLITIZE, 2018).
Inicialmente, teve sua aplicação visando ao controle de doenças 
transmissíveis e, mais tarde, na busca de conhecer as relações entre condições ou 
agentes ambientais e doenças específicas.
2.1.3 Século XX
Foi a partir do início do século XX que ocorreram mudanças na política 
de saúde do país. Com muitas transformações no caráter produtivo e econômico 
imperando no país, foram consolidadas novas formas de produção em 
determinadas regiões, porém subordinadas à racionalidade capitalista articulada 
ao Mercado Internacional. Nas regiões onde a relação capitalista era mais forte, 
as políticas de saúde foram orientadas com foco na preservação da força de 
trabalho, como por exemplo, no interior de SP, e Rio e São Paulo, os dois centros 
comerciais, financeiros e industriais do país.
Os padrões sanitários, diferentes do modelo escravagista, até então 
instaurado, foi modificado com a hegemonia das classes ligadas ao café. Essa nova 
forma sanitária objetivou a melhoria das condições das cidades, especialmente as 
portuárias, no período em que ocorreu a transição para a órbita da acumulação 
industrial, como também a necessidade de ampliação do comércio exterior, 
abrindo as portas para imigrantes europeus. Nessa época, os governantes achavam 
que o combate à febre amarela era a chave principal para o desenvolvimento 
da Saúde Pública no Brasil, pois sua gravidade inibia os estrangeiros a virem 
trabalhar aqui, e impedia à expansão do comércio internacional.
No período entre 1902 – 1906, intensificou-se a luta sanitária, pois era 
essencial para o êxito econômico do país, para Reforma Urbana. Em 1904, a 
vacina tornou-se obrigatória, sendo aplicada de forma violenta e autoritária, 
Foi somente neste século que a distribuição das doenças em grupos humanos 
específicos passou a ser medida e registrada em larga escala. A abordagem epidemiológica 
que passou a comparar os coeficientes (ou taxas) de doenças em diversos populacionais 
passou a ser rotina no final do século XIX e início do século XX.
ATENCAO
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
10
desencadeando a Revolta da Vacina. Nessa época, os registros apontam para 
1.800 internações por causa da varíola no Hospital São Sebastião. No entanto, as 
camadas populares não aceitaram a vacina, que em uma versão bem rústica, era 
um líquido de pústulas de vacas doentes (figura a seguir). Em razão disso, existia 
o boato entre a população de que a vacina deixava os vacinados com feições 
bovinas.
FIGURA 4 – REVOLTA DA VACINA
FONTE: Fiocruz (2005, p. 1).
Importante destacar que o uso de vacina contra a varíola no Brasil foi 
declarado obrigatório para crianças em 1837 e para adultos em 1846. No entanto, 
como a disponibilidade da vacina não era suficiente para atender a todo esse 
público, a resolução não era cumprida. Assim, em 1884, começou-se a produzir a 
vacina em escala industrial no Rio de Janeiro. 
Anos mais tarde, em junho de 1904, Oswaldo Cruz idealizou a volta da 
obrigatoriedade da vacinação em todo país, motivando o governo a enviar ao 
Congresso essa resolução. Como forma de controle social e sanitário, apenas os 
indivíduos que comprovassem ter sido vacinados conseguiam contratos de tra-
balho, matrículas em escolas, certidões de casamento, autorização para viagens 
etc. Como as camadas mais populares não aderiam ao plano de vacinação, em 5 
de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias de-
pois, estudantes aos gritos foram reprimidos pela polícia. Até 1920, a atuação das 
campanhas sanitárias era voltada para os problemas de saúde que ameaçavam 
diretamente as relações de produção (FIOCRUZ, 2020).
Vídeo: A revolta da Vacina. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=phUmdyENIAY.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=phUmdyENIAY
https://www.youtube.com/watch?v=phUmdyENIAY
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
11
A partir da imposição da vacinação obrigatória, passa a ocorrer um 
deslocamento do foco de intervenção das práticas de saúde: do doente/doença 
para a saúde. Nesse novo cenário, o médico assume novo papel, em que precisava 
dificultar o aparecimento da doença. Nesse jogo, como a sociedade era vista 
como desorganizada e responsável pelo aparecimento das doenças, os médicos 
deveriam atuar no pilar: EMERGÊNCIA DA PREVENÇÃO. Nesse cenário, a 
medicina começa a se reinventar e a sociedade, medicada. Como as questões 
sanitárias ainda eram incipientes, o modelo médico lacunar e fragmentário, não 
conseguia controlar a saúde pública, por essa razão, a medicação surgia antes dos 
problemas, propriamente ditos.
As questões sanitárias passaram então a ser vistas com um enfoque mais 
social do que econômico. Ocorreu a interiorização do sanitarismo, a criação de 
diversos programas de saúde, além da criaçãoe do Ministério da Educação e Saúde 
Pública em 1930. Segundo a FUNASA (2019), os serviços relacionados à saúde 
pública foram transferidos para o novo Ministério dos Negócios da Educação 
e Saúde Pública. Foi reativado o Serviço de Profilaxia de Febre Amarela, em 
função da epidemia de 1927-1928, no Rio de Janeiro, e da dispersão do mosquito 
transmissor.
Em 1939 teve a criação do Serviço de Malária do Nordeste (SMN) para 
intensificar o combate ao Anopheles gambiae, introduzido em Natal/RN, em 1930. 
Foi estabelecido, com essa finalidade, novo convênio com a Fundação Rockefeller. 
O SMN existiu até 1941, quando foi erradicado o mosquito (Decreto nº 1.042, de 11 
de janeiro de 1939). Foi a partir da década de 1950 que os métodos epidemiológicos 
passaram a ser aplicados para doenças crônicas não transmissíveis tais como 
doença cardíaca e câncer, especialmente nos países industrializados.
Especificamente, em 1951, por decisão da Assembleia Mundial da Saúde, 
retomaram-se as ações de promoção e controle da varíola em todo o mundo. Já em 
1953 houve a criação do Ministério da Saúde, que foi regulamentado pelo Decreto 
nº 34.596, de 16 de novembro de 1953, (Lei nº 1.920, de 25 de julho de 1953). 
No mesmo ano, tornou-se obrigatória a iodação do sal de cozinha destinado a 
consumo alimentar nas regiões bocígenas do país (Lei nº 1.944, de 14 de agosto 
de 1953). 
Anos mais tarde, em 1956, criou-se o Departamento Nacional de 
Endemias Rurais (DENERu), incorporando então os programas existentes, sob a 
responsabilidade do Departamento Nacional de Saúde (febre amarela, malária e 
peste) e da Divisão de Organização Sanitária (bouba, esquistossomose e tracoma), 
órgãos do novo Ministério da Saúde (Lei nº 2.743, de 6 de março de 1956).
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
12
A década de 1960 é marcada pelo início de diversas campanhas produção de 
vacinas e vacinação em busca da erradicação de doenças da população, tais como:
Produção da vacina liofilizada, no Brasil, contra a varíola, substituindo-se a tradicional, 
em forma de linfa, pouco estável. Introdução da técnica de diagnóstico laboratorial da 
poliomielite, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
ATENCAO
Ocorre ainda a realização das primeiras campanhas com a vacina oral 
contra a poliomielite, iniciando com projetos experimentais nas cidades de 
Petrópolis/RJ e Santo André/SP. No mesmo período é regulamentado o Código 
Nacional de Saúde, Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954, que passou então a 
estabelecer Normas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde (Decreto nº 49.974-
A, de 21 de janeiro de 1961). No ano seguinte, institui-se a Campanha Nacional 
contra a Varíola, sendo coordenada pelo Departamento Nacional de Saúde, 
organizando operações de vacinação em diversos estados, a partir de mobilização 
de recursos locais. Ocorre também o ensaio para administração da vacina BCG 
Intradérmica, no país.
Em 1965, cria-se a Campanha de Erradicação da Malária (CEM) (Lei nº 
4.709, de 28 de junho de 1965). Em 1966, inicia-se a Campanha de Erradicação da 
Varíola (CEV), também realizada diretamente pelo Ministério da Saúde, dirigida 
por pessoal dos quadros da Fundação Sesp (Decreto nº 59.153, de 31 de agosto 
de 1966). A partir de 1969, o Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp) passou a 
denominar-se Fundação de Serviços de Saúde Pública Fsesp (Decreto Lei nº 904, 
de 1 de outubro de 1969).
Surgiu ainda o sistema de notificação de algumas doenças transmissíveis, 
prioritariamente aquelas passíveis de controle por meio de programas de 
vacinação, e foi organizado, pela Fundação Sesp, que também criou o Boletim 
Epidemiológico. Na década de 1970 continuaram ocorrendo inúmeras mudanças 
em nível organizacional, iniciando-se pela reorganização administrativa do 
Ministério da Saúde, através da criação da Superintendência de Campanhas de 
Saúde Pública (Sucam), que ficou subordinada à Secretaria de Saúde Pública, 
incorporando o DENERu, a CEM e a CEV (Decreto nº 66.623, de 22 de maio de 
1970).
Ainda, ocorreu a criação da Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística 
da Saúde (Dnees), no Departamento de Profilaxia e Controle de Doenças. Foram 
instaladas as unidades estaduais de Vigilância Epidemiológica da Varíola. 
No ano de 1971, foi instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite, 
tornando-se um marco para as atividades de vacinação do país. Desenvolveu-se 
ainda o primeiro projeto piloto no estado do Espírito Santo, incluindo avaliação 
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
13
da resposta sorológica à vacina e introduziu-se a metodologia de campanhas 
estaduais realizadas em um só dia, criando-se então, os calendários vacinais.
Cria-se também, a Central de Medicamentos (Ceme) e inicia-se a 
organização do sistema de produção e distribuição de medicamentos essenciais, 
incluindo os produtos imunobiológicos. Posteriormente, passa-se a utilizar um 
sistema de registro de doses de vacinas aplicadas e a implantação do Sistema de 
Informações sobre Mortalidade (SIM). Implantação do Sistema de Informações 
sobre Mortalidade (SIM).
Através da Portaria GM/MS nº 314, de 27 de agosto de 1976, fica 
estabelecida a notificação compulsória de doenças. É implementado o sistema 
nacional de vigilância de casos suspeitos de poliomielite, contando com o 
apoio de laboratórios de diagnóstico, permitindo assim a definição do perfil 
epidemiológico da doença no país. E ainda, passa-se a utilizar a caderneta de 
vacinação. Em 1988, com a Promulgação da Constituição Federal, de 5 de outubro 
de 1988, institui-se a saúde como direito constitucional:
Arts. 196 – 198 e 200 Seção II Da Saúde.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco 
de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo 
ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, 
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou 
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito 
privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
Participação da comunidade
[...]
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras 
atribuições, nos termos da lei:
-Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, 
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
-Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como 
as de saúde do trabalhador;
-Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
Participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico;
-Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico;
-Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu 
teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano;
-Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
-Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho (BRASIL, 1988).
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
14
Com a promulgação da Constituição da República teve-se a garantia do 
acesso à saúde conforme apresentado na Figura 5, institui-se o Sistema Único 
de Saúde (SUS), definindo seus objetivos, competências e atribuições; princípios 
e diretrizes; organização, direção e gestão (Figura 6). Criou-se o subsistema 
de atenção à saúde indígena; regulou-se aprestação de serviços privados de 
assistência à saúde; definiu políticas de recursos humanos; financiamento; gestão 
financeira; planejamento e orçamento (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990).
FIGURA 5 – CONSTITUIÇÃO E GARANTIA DO DIREITO A SAÚDE PELA CF/1988
FONTE: Adaptado de < https://bit.ly/3hL5a0b >. Acesso em: 7 dez. 2020. 
FONTE: PASSOS (2016, p. 3).
Os objetivos, competências e atribuições; princípios e diretrizes; 
organização, direção e gestão (figura a seguir) são norteadores de todo o sistema 
de saúde, orientando ações, projetos e estratégias de atendimento em âmbito 
nacional.
FIGURA 6 – PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS DO SUS
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
15
De acordo com a Cartilha SUS (2016), os princípios Universalidade, 
Equidade e Integralidade correspondem diretamente à garantia do direito ao 
acesso à saúde. Desta forma, todos devem ter acesso aos serviços de saúde e em 
todos os níveis de assistência (universalidade), de maneira anticulada e contínua, 
com ações e serviços de prevenção, promoção, recuperação, tanto individuais 
como coletivas, conforme os casos, em todos os niveis de complexidade do 
sistema (integralidade), diminuindo assim as desigualdades sociais, com maior 
enfase e prioridade para regiões, comunidades e pessoas carentes (equidade).
Pertinente aos objetivos, evidencia-se quanto à:
• Identificação e divulgação: a partir de pesquisas, estudos epidemiológicos e 
sistema de informação em saúde, sejam explicitados os fatores condicionantes 
e determinantes de saúde.
• Formulação de uma política de saúde: a partir da promoção nos campos 
econômico e social a observancia do dever do estado (§ 1º do Art. 2º, Lei nº 
8080/1990).
• Assistência às pessoas: ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, 
com a integração das ações assistenciais e das atividades preventivas.
A partir da implementação do SUS, emerge a necessidade em criar um 
Sistema de Informação em Saúde, com dados atuais, respectivos a todas as regiões 
do país, em todas as esferas da saúde. Nessa concepção, o Ministério da Saúde, 
a partir Portaria Ministerial nº 2390/96, caracteriza os requisitos essenciais para 
o SIS:
Art. 1° Fica instituída a Rede Integrada de Informações para a Saúde 
(RIPSA), com os seguintes objetivos:
I - estabelecer bases de dados consistentes, atualizados, abrangentes, 
transparentes de fácil acesso;
II - articular instituições que possam contribuir para o fornecimento 
e crítica de dados e indicadores e para a análise de informações, 
inclusive com projeções e cenários;
III - implementar mecanismos de apoio para o aperfeiçoamento 
permanente da produção de dados e informações;
IV - promover intercâmbio com outros subsistemas especializados de 
informação da administração pública;
V - contribuir para o aprofundamento de aspectos ainda pouco 
explorados, ou identificados como de especial relevância para a 
compreensão do quadro sanitário brasileiro (BRASIL, 1996, s. p.).
Vídeo: SUS 30 anos. Disponível em: https://bit.ly/3rZ3zZm
DICAS
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
16
No próximo subtópico, apresentam-se os principais movimentos na área 
da saúde, que possibilitaram então, o desenvolvimento tecnológico dos SIS, no 
século XXI.
2.1.4 O Século XXI
Os SIS, nos últimos anos, tiveram um crescimento acelerado, tendo seu 
ápice com a implantação do SUS. O Departamento de Informática do SUS 
(DATASUS) tem a função e a responsabilidade de coletar, processar e disseminar 
informações sobre saúde. Como visto no início da unidade, o DATASUS mantém 
atualizado em seu site um “Caderno de Informações de Saúde”, com diversos 
tipos de dados – demográficos, epidemiológicos, financeiros – sobre cada estado 
e município do Brasil, conforme figura 7 (BRASIL, 2020).
FIGURA 7 – PÁGINA DATASUS – INFORMAÇÕES DE SAÚDE
FONTE: <https://bit.ly/3ojYKaV>. Acesso em: 7 dez. 2020;
Conforme observado na figura, a página inicial do DATASUS apresenta 
uma visão geral das informações contidas na banco de dados, e cada link direciona 
a pesquisa por região e por tipo de dado.
De acordo com a Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde 
(2010, p. 9), “o desenvolvimento, a incorporação e a utilização de tecnologias 
nos sistemas de saúde, bem como a sua sustentabilidade, estão inseridos em 
contextos sociais e econômicos, que derivam da contínua produção e consumo 
de bens e produtos”. Essa necessidade, como visto anteriormente, passou a ser 
percebida após a Segunda Guerra Mundial, onde se observou um crescente 
desenvolvimento científico e tecnológico que poderia contribuir para a 
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
17
constituição do complexo econômico da saúde, como um dos setores de maior 
desenvolvimento, contribuindo para a expansão dos sistemas de saúde e da 
medicalização das sociedades enquanto um direito a ser preservado, tanto dos 
indivíduos quanto das populações.
A partir de então ocorreu o fortalecimento do papel de seus profissionais 
e dos usuários, exercendo forte pressão pela incorporação de novas tecnologias. 
Nesse viés, o conhecimento em saúde começou a ser articulado numa perspectiva 
populacional e social, superando os limites da prática clínica individual.
A partir de então, passa-se a pensar em políticas e, principalmente 
estratégias que venham a contribuir com o processo de informação em sistemas 
(rede) viabilizando a resolutividade das demandas da saúde, e assim, articular 
ações em âmbito: municipal, estadual e federal, de acordo com a realidade 
evidenciada em cada território. Consta na Política Nacional de Gestão de 
Tecnologias em Saúde (2010) que uma das formas de se garantir o princípio 
da integralidade, é por meio da incorporação de novas tecnologias e esta deve 
privilegiar a integração de alternativas eficazes e seguras, e dentro do possível, que 
os danos ou riscos não venham a superar os seus benefícios e que, principalmente, 
beneficie todos os que delas necessitem, não prejudicando o atendimento de 
outros segmentos da população.
Nesse processo, a gestão das tecnologias em saúde implica também uma 
reflexão sobre o princípio da equidade, considerando-se que o SUS é um sistema 
hierarquizado, e sua tomada de decisão para incorporação tecnológica deve 
envolver 27 unidades federativas e aproximadamente 5.600 municípios, com 
diferentes características e tetos financeiros. Agregado a isto a regionalização, que 
é uma diretriz do SUS e um eixo estruturante do Pacto pela Vida, em Defesa do 
SUS e de Gestão, o que demonstra a complexidade do processo decisório entre e 
nas instâncias gestoras do SUS.
Gestão de tecnologias em saúde como o conjunto de atividades gestoras 
relacionado com os processos de avaliação, incorporação, difusão, gerenciamento da 
utilização e retirada de tecnologias do sistema de saúde. Este processo deve ter como 
referenciais as necessidades de saúde, o orçamento público, as responsabilidades dos três 
níveis de governo e do controle social, além dos princípios de equidade, universalidade e 
integralidade, que fundamentam a atenção à saúde no Brasil.
INTERESSA
NTE
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
18
Entre todas as razões explicitadas, o principal foco de um SIS é a atualização 
das informações pertinentes à saúde. Nesse viés, a seguir serão apresentados os 
principais aspectos relacionados às características de estudos epidemiológicos, 
que mantém os SIS atualizados, a partir de cada área e dos diferentes territórios 
nacionais.
2.2 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS EM SAÚDE E OS 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Conforme vimos anteriormente, as primeiras intervenções estatais na 
área de prevenção e controle de doenças, que foram desenvolvidas com bases 
científicas, dataram no início do século XX e foram orientadas especialmente pelo 
avanço das bactérias e pelo entendimento dos ciclos epidemiológicos de algumas 
doenças infecciosas e parasitárias que acometerama população. Inicialmente, as 
intervenções ocorriam a partir da organização de campanhas sanitárias voltadas 
ao controle de doenças que principalmente, comprometiam o desenvolvimento 
econômico, por exemplo: febre amarela, peste e varíola. Notadamente, essas 
campanhas se valiam de instrumentos eficazes diagnosticando os casos, 
combatendo os vetores, imunizando e tratando a população em massa com 
fármacos, entre outros. É claro que os modelos operacionais utilizados, baseavam-
se nas atuações verticais, com inspiração militar, organizadas em fases bem 
estabelecidas: preparatória, de ataque, de consolidação e de manutenção.
Na Figura 8 é possível observar os pontos centrais que norteiam os estudos 
epidemiológicos e a epidemiologia como ciência.
FIGURA 8 – OBJETOS DE ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA
FONTE: Os autores (2020)
Nos aspectos epidemiológicos é necessário compreender o conceito-chave 
e sua aplicabilidade (Figura 9), ou seja, cada estudo realizado tem um alvo a ser 
definido, caracterizado, sistematizado e apresentado no conjunto de informações.
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
19
FIGURA 9 – APLICABILIDADE DO CONCEITO DE ALVO EM EPIDEMIOLOGIA
FONTE: Os autores (2020)
Entende-se então que a epidemiologia ao longo do tempo foi sendo 
utilizada para descrever o contexto da saúde de grupos populacionais, podendo 
ser: 
Descritiva: ao estudar a frequência e a distribuição dos parâmetros de 
saúde ou de fatores de risco das doenças nas populações. 
Analítica: testando hipóteses de relações causais.
Os estudos epidemiológicos observacionais, como mencionado, são 
divididos em dois grupos: descritivos e analíticos, e em cada um, é possivel 
desenvolver diferentes propostas metodológicas, conforme apresentado na figura 
a seguir.
FIGURA 10 – TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS
FONTE: Adaptado de Bonita, Beaglehole e Kjellström (2010, p. 19)
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
20
A figura a seguir apresenta resumidamente, os objetivos dos estudos 
epidemiológicos:
FIGURA 11 – OBJETIVOS DOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
FONTE: Os autores (2020)
Diversas medidas são utilizadas para caracterizar a saúde das populações. 
No entanto, o estado de saúde da população não é totalmente medido em muitas 
partes do mundo, e essa falta de informações constitui um grande desafio para os 
epidemiologistas. 
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
A investigação epidemiológica de campo de casos, surtos, epidemias ou outras formas 
de emergência em saúde é uma atividade obrigatória de todo sistema local de vigilância 
em saúde, cuja execução primária é responsabilidade de cada respectiva unidade técnica 
que, nesse contexto, pode ser apoiada pelos demais setores relacionados e níveis de 
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é um dos diferentes segmentos de resposta 
in loco dos serviços de saúde e deve ocorrer de forma integrada e concomitante com 
as demais ações relacionadas à vigilância, promoção e assistência para a prevenção e 
controle de doenças (transmissíveis ou não) ou agravos (inusitados ou não).
Seu objetivo é garantir a obtenção, de forma correta e completa, por meio de fontes 
primárias (coleta direta nos pacientes ou serviços de saúde) ou secundárias (registros 
não eletrônicos de serviços de saúde ou bases de dados de sistemas de informação), das 
informações necessárias referentes a diferentes contextos, tais como:
• caso isolado ou agregado de casos de doença ou agravo de notificação compulsória 
ou compulsória imediata;
• descrição epidemiológica e identificação de fatores associados à ocorrência de possível 
mudança de padrão epidemiológico de doença ou agravo, para dado tempo, população 
e local:
• mudanças dos níveis de doença ou óbito acima dos esperados;
• evento com agente etiológico, fonte, veículo ou via de transmissão novo, desconheci-
do ou incomum;
• doença na qual a evolução dos casos é mais severa do que o esperado ou os sintomas 
apresentados são incomuns.
FONTE: Adaptado de < https://bit.ly/3hWDRAt >. Acesso em: 24 nov. 2020.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
21
Dica de Leitura: BRANDÃO, Ana Claudia Soares; SILVA, Juliana Rocha de Al-
meida. A contribuição dos sistemas de informação em saúde (SIS) para o processo de 
auditoria do SUS. Disponível em: http://atualizarevista.com.br/article/v1-n1-a-contribui-
cao-dos-sistemas-de-informacao-em-saude-sis-para-o-processo-de-auditoria-do-sus/.
DICAS
http://atualizarevista.com.br/article/v1-n1-a-contribuicao-dos-sistemas-de-informacao-em-saude-sis-para-o-processo-de-auditoria-do-sus/
http://atualizarevista.com.br/article/v1-n1-a-contribuicao-dos-sistemas-de-informacao-em-saude-sis-para-o-processo-de-auditoria-do-sus/
22
 Neste tópico, você aprendeu que:
• No decorrer do processo histórico da saúde pública do Brasil, a população 
passou por diversas epidemias, e, em cada uma delas, adotaram-se medidas 
que vieram ao encontro das estratégias viáveis ou disponíveis em cada época. 
No entanto, observou-se ainda que os controles epidemiológicos estiveram 
relacionados aos impactos que causavam na economia do país.
 
• Foi a partir da 5ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1975, que foi 
instituído o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) pelo o 
Ministério da Saúde, através de legislação específica (Lei nº 6.259/75 e Decreto 
nº 78.231/76). 
• Esses instrumentos legais foram os primeiros passos para tornar obrigatória 
a notificação de doenças transmissíveis selecionadas, constantes de relação 
estabelecida por portaria. Em 1977, o Ministério da Saúde elaborou o primeiro 
Manual de Vigilância Epidemiológica, reunindo e compatibilizando as 
normas técnicas então utilizadas para a vigilância de cada doença, no âmbito 
de programas de controle específicos.
• O atual Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou o SNVE, definindo em seu 
texto legal (Lei nº 8.080/90), a vigilância epidemiológica como “um conjunto de 
ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou 
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e 
controle das doenças ou agravos” (BRASIL, 1990).
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 No tópico1 foi possível conhecer todo processo histórico que envolveu a 
área da saúde, especialmente a epidemiológica e de saúde pública. Sobre 
quais foram as questões de saúde pública ou do sistema de saúde, no século 
XIX, com a independência, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As políticas públicas serão concebidas enquanto instrumento para 
sanear os espaços de circulação e distribuição de mercadorias.
b) ( ) Nasce a política de saúde brasileira com ideias e planos para tentar 
combater as enfermidades que reduziam a vida da população.
c) ( ) A organização sanitária, estava estreitamente articulada com as 
necessidades do desenvolvimento capitalista brasileiro.
d) ( ) A vacinação contra a varíola durante as endemias e expulsão dos 
doentes acometidos por doenças contagiosas das áreas urbanas.
e) ( ) A saúde era acionada quando do aparecimento de mazelas que 
atingiam a população, praticava-se uma saúde curativa e não 
preventiva.
2 Com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) através da Lei nº 
8.080/1990, aquelas situações que dificultavam o acesso aos serviços públicos 
de saúde pelos usuários, como a necessidade de trabalharem formalmente 
e inseridos no mercado de trabalho foram excluídas a partir das disposições 
constitucionais citadas, especialmente por meio do princípio de qual fator? 
a) ( ) Regionalização. 
b) ( ) Universalidade. 
c) ( ) Hierarquização. 
d) ( ) Descentralização. 
e) ( ) Integralidade.
3 A abordagem epidemiológica que compara os coeficientes (ou taxas) de 
doenças em subgrupos populacionais tornou-se uma prática comum no final 
do século XIX e início do século XX. A sua aplicaçãofoi inicialmente feita com 
qual objetivo?
a) ( ) Controlar doenças transmissíveis e, posteriormente, estudar as rela 
ções entre condições ou agentes ambientais e doenças específicas
b) ( ) Propor melhorias no suprimento de água, mesmo antes da desco 
berta do microrganismo causador da cólera. 
AUTOATIVIDADE
24
c) ( ) Estudos epidemiológicos identificaram medidas apropriadas a se 
rem adotadas em saúde pública.
d) ( ) Remover fatores ambientais contrários à saúde ou de criar condições 
que a promovam.
e) ( ) A população utilizada em um estudo epidemiológico é aquela 
localizada em uma determinada área ou país em certo momento 
do tempo.
4 O século XX criou inúmeras estratégias de controle epidemiológico e sanitário 
da população. Discorra sobre dois eventos marcantes que destacaram uma 
mudança na concepção do contexto da saúde brasileira.
5 Com a implementação do SUS, o sistema de saúde, bem como o acesso da 
população passou a ser norteado por três princípios fundamentais. Cite e 
explique cada um deles.
25
TÓPICO 2 — UNIDADE 1
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão apresentados os principais Sistemas de Informação 
em Saúde atualmente utilizados no Brasil. Nesse sentido serão apresentadas 
as funcionalidades e utilizações do Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação (SINAN); Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM); Sistema 
de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC); Sistema de Informações 
Hospitalares (SIH/SUS); Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/
SUS); Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB); Sistema de Informações 
de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN); Sistema de Informações do 
Programa Nacional de Imunização (SI-PNI); Sistema de Informação de Vigilância 
da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISÁGUA); Sistema do Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES).
Em cada SIS apresentado será demonstrado o passo a passo de atualização 
de cada sistema, bem como as organizações responsáveis por cada um, as suas 
contribuições, vantagens e fragilidades no sistema geral de informações em saúde 
do país. Para finalizar, apresentam-se os novos SIS, porém, em novo formato, 
aderindo à tecnologia móvel, a partir da utilização em forma de aplicativos (App) 
para celulares móveis. Da mesma forma, serão apresentadas as urgências do 
sistema de saúde para a criação de novos sistemas nesse período de pandemia, bem 
como o envolvimento da ciência e da tecnologia para a atualização em tempo real 
das informações acerca de novos casos, mapas de infecção regionais e nacionais, 
e a visão panorâmica do avanço do vírus em diversos locais de ocorrência.
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Agora serão apresentados os principais Sistemas de Informação em 
Saúde utilizados no Brasil, bem como suas interfaces, características e dados 
apresentados em cada sistema, como também a forma de atualização dos mesmos 
e as fichas de controle utilizadas pelas equipes responsáveis pela coleta, análise e 
transmissão dos dados.
2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE ATUAIS
“Antes de começar essa conversa, é preciso entender que os sistemas 
de informação em saúde são instrumentos padronizados de monitoramento 
e coleta de dados, que têm como objetivo o fornecimento de informações para 
26
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, 
subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal” 
(PINTO; FREITAS; FIGUEIREDO, 2018, p. 28 – grifo nosso).
Para o Ministério da Saúde (MS), os principais sistemas de informações 
atualmente, correspondem ao de mortalidade (SIM), de nascimento (SINASC), 
ambulatorial (SIA-SUS), de internações hospitalares (SIH), de notificações de 
doenças (SINAN), de atenção básica (SIAB), considerando os níveis populacionais. 
Já para unidades de saúde, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 
(CNES) é a principal fonte de dados para estabelecimentos públicos e privados.
No entanto, mesmo não se constituindo enquanto um Sistema de 
Informação, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do 
Ministério da Saúde representa e gera uma base de dados nacional importantíssima 
para integração e identificação das unidades de saúde e sua capacidade instalada. 
A figura a seguir apresenta uma rápida classificação dos principais SIS utilizados 
pelo Ministério da Saúde, e daqueles atualizados a partir dos dados coletados 
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O conjunto de SIS tanto do Ministério da Saúde quanto do IBGE são 
cruzados e atualizados por períodos de acordo com registros civis, censos 
demográficos e projeções populacionais anuais. Nesse sentido, processo de 
gestão no setor saúde necessita de uma produção de informações que venham 
a apoiar um contínuo (re)conhecer, decidir, agir, avaliar e novamente decidir. 
Dessa forma, o processo de produção de informações precisa ser sensível para 
captar as transformações de uma situação de saúde. 
Entende-se ainda que deve ser coerente com as características (princípios 
e diretrizes) deste modelo de atenção. Refletindo-se sobre a relação entre o SUS 
e o SIS, apresenta-se no Quadro 1 uma síntese de alguns princípios e diretrizes 
que orientam a concepção de um modelo de atenção proposto para o SUS e que 
norteia como deve ser um SIS.
Um sistema de informação precisa de três matérias-primas: dado, informação 
e conhecimento. O dado é o elemento mais simples desse processo; a informação é 
composta de dados com significados para quem os vê; o conjunto de nosso aprendizado 
segundo algumas convenções, nossas experiências acumuladas e a percepção cognitiva 
irão transformar em conhecimento uma dada realidade (FRANCO, 2016).
ATENCAO
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
27
QUADRO 1 – SÍNTESE DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO MODELO DE ATENÇÃO PARA O SUS
SISTEMA ÚNICO 
DE SAÚDE
Alguns Princípios 
e Diretrizes
MODELO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM 
SAÚDE
Princípios Gerais Diretrizes e Objetivos
Integralidade da 
assistência pres-
tada, abrangendo 
atividades assisten-
ciais curativas, ati-
vidades preventivas 
e de promoção da 
saúde.
Utilizando o saber 
epidemiológico, pro-
duzir informações 
que garantam uma 
avaliação permanen-
te das ações execu-
tadas e do impacto 
sobre a situação de 
saúde.
Subsidiar os processos de pla-
nejamento, tomada de decisões, 
controle da execução e avaliação 
das ações, considerando a inte-
gralidade da assistência. Produ-
zir informações relacionadas à 
eficiência e eficácia das respostas; 
e da sua efetividade ou impacto 
sobre a situação de saúde.
Descentralização po-
lítico-administrativa 
com direção única 
em cada esfera de 
governo, com ênfase 
na descentralização 
dos serviços para os 
municípios, na regio-
nalização e na hierar-
quização da rede de 
serviços.
Equidade da assis-
tência prestada.
Produzir informa-
ções compatíveis 
com as necessida-
des exigidas pelo 
processo de gestão, 
considerando as 
competências das 
diferentes esferas de 
governo (União, Es-
tados e Municípios).
Descentralizar o processo de im-
plantação do SIS, contemplando 
as especificidades locais, des-
mascarando as desigualdades, 
contribuindo para a operaciona-
lização do princípio da equidade 
da assistência prestada. Deve-se 
observar a compatibilidade das 
informações produzidas, neces-
sária para garantir a unicidade 
e a interpelação entre os diferen-
tes níveis de gestão do SUS.
Divulgação de in-
formações sobre o 
potencial dos servi-
ços de saúde e a sua 
utilização pelo usuá-
rio.
Controle social, isto 
é, participação da co-
munidade na gestão, 
no controle e na fis-
calização dos servi-
ços e ações de saúde.
Justificar previamen-
te qualquer dado a 
ser coletado, garan-
tindo qualidade e 
clareza dos meca-
nismos de produção 
das informações.
Participação das equipes locais 
na definição das informações aserem produzidas e, portanto, 
dos dados a serem coletados; 
tanto pela sua relevância para a 
tomada de decisões, quanto pela 
sua indispensabilidade para a 
prestação de contas.
Garantir que aqueles 
que produzem os da-
dos sejam usuários das 
informações geradas.
Contribuir para o desenvolvimen-
to e compromisso dos profissionais 
de saúde com a qualidade e confia-
bilidade dos dados coletados.
Garantir mecanismos 
que viabilizem a dis-
seminação e a utiliza-
ção efetiva das infor-
mações produzidas.
Capacitar os diferentes usuários 
para utilização adequada das infor-
mações, contribuindo para a des-
centralização e aperfeiçoamento do 
processo de tomada de decisões.
Garantir à popula-
ção o direito ao aces-
so às informações, 
garantindo mecanis-
mos contínuos de di-
vulgação, utilizando 
recursos comunica-
cionais adequados
Contribuir para a construção de 
uma consciência sanitária coletiva, 
como base para ampliar o exercício 
do controle social e da cidadania.
28
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
Garantir o direito à 
informação às pes-
soas assistidas e a 
preservação da au-
tonomia de cada ci-
dadão, defendendo 
sua integridade físi-
ca e moral.
Respeitar o direito 
do cidadão à priva-
cidade quanto às in-
formações relaciona-
das à sua saúde.
Contribuir para resgatar uma 
relação mais humana entre a ins-
tituição e o cidadão, buscando 
preservar sua autonomia.
FONTE: Ferreira (1999, p. 37).
Conforme observado, os SIS devem ter como propósito a disponibilidade 
de informações conforme os princípios e diretrizes do SUS, respeitando a 
privacidade do cidadão, garantindo o direito ao acesso das informações, 
mecanismos contínuos de divulgação, a partir os recursos comunicacionais 
adequados. A seguir serão apresentadas as principais características de cada SIS 
utilizado atualmente pelo Ministério da Saúde, SUS e rede de atenção básica, 
como forma de diminuir a distância das informações de saúde da população com 
os sistemas de saúde.
2.1.1 Sistema de Informação de Agravos de Notificação 
(SINAN)
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi criado 
a partir de 1993. Contudo, sua implantação não ocorreu de forma homogênea 
em todos os entes da federação. Esse sistema apresenta um conjunto de doenças 
ou situações de saúde de notificação obrigatória. Na lista de 2017 da Secretaria 
de Vigilância em Saúde, 48 eventos eram de notificação compulsória em todo o 
território nacional. Os estados e os municípios ainda podem acrescentar outros 
agravos à lista federal.
O SINAN tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados 
gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três 
esferas de governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o 
processo de investigação e dar subsídios à análise das informações de vigilância 
epidemiológica das doenças de notificação compulsória. A Figura 12 apresenta 
a página inicial do sistema, bem como os ícones de acesso às informações de 
interesse do pesquisador. 
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
29
FIGURA 12 – PÁGINA INICIAL DO SINAN
FONTE: <http://portalsinan.saude.gov.br/o-sinan>. Acesso em: 24 nov. 2020.
2.1.2 Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
O SIM é o mais antigo Sistema de Informação do Ministério da Saúde, 
foi instituído entre os anos 1975/76 e desde essa época amplia a cobertura 
geográfica em todo território brasileiro. No entanto, principalmente, nas Regiões 
Norte e Nordeste, ainda se observam elevadas proporções de sub-registros e 
óbitos classificados, segundo causa básica, como mal definidos (capítulo XVIII 
da Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão – CID-10), que englobam 
também os óbitos sem assistência médica. Conforme pode ser observado na 
Figura 13, o SIM disponibiliza diversas informações de saúde, porém não se 
encontra atualizado para os dados de 2019 e 2020.
http://portalsinan.saude.gov.br/o-sinan
30
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 13 – PÁGINA INFORMAÇÕES DE SAÚDE TABNET – SIM
FONTE: <http://bit.ly/3pV4A2K>. Acesso em: 24 nov. 2020.
2.1.3 Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos 
(SINASC)
O SINASC foi implementado em março de 1990, com o objetivo de melhorar 
a qualidade das informações sobre nascidos vivos no Brasil, registrando também 
características do parto e variáveis associadas às mães dos recém-nascidos e aos 
óbitos fetais e tendo como documento-base a Declaração de Nascido Vivo – DN.
Conforme apresentado na Figura 14, a interface do SINASC permite 
acessar dados referentes às declarações de nascidos vivos por período, tanto 
em forma de dados, documentos ou tabelas, além e disponibilizar informações 
regionais.
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
31
FIGURA 14 – PÁGINA SERVIÇOS DE SAÚDE TABNET – SINASC
FONTE: < http://bit.ly/3hIofQS >. Acesso em: 24 nov. 2020.
2.1.4 Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
Foi o primeiro sistema do DATASUS a ter captação implementada em 
microcomputadores (AIH em DISQUETE – 1992) e posteriormente descentralizada 
aos próprios usuários, encerrando a era dos polos de digitação. Foi criado em 
1981, em Curitiba, vindo a substituir no ano seguinte (1982) o sistema Guia de 
Internação Hospitalar (GIH), também conhecido como “Sistema AIH” passando 
por várias plataformas em mainframes UNISYS e ABC-BULL, na fase inicial de 
processamento centralizado (DATASUS, 2020).
O termo mainframe era utilizado para se referir ao gabinete principal que 
alojava a unidade central de processamento nos primeiros computadores. Eram de grande 
porte dedicados normalmente ao processamento de um volume enorme de informações. 
Sistemas operacionais desenvolvidos para mainframe, criados especialmente para a 
finalidade de cada modelo, seja para processar textos, bancos de dados, efetuar cálculos 
ou gerenciar dispositivos. Eram baseados em sistemas próprios, como o MCP (da Unisys), 
ABC (da Bull).
ATENCAO
32
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
O processamento das AIHs continuou centralizado até 2006, quando 
passou a ser descentralizado para os Gestores de Secretaria de Saúde, usando 
plataforma Windows, SGBD Firebird e Linguagem de programação Delphi – si-
tuação em que se encontra atualmente. As autorizações de internações hospita-
lares formam o Sistema de Informação Hospitalar no SUS (SIH-SUS), instituído 
em 1991, a partir do Sistema Nacional de Controle de Pagamento de Contas 
Hospitalares (SNCPCH) e do Sistema de Informações Hospitalar Descentraliza-
do do SUS (SIHD-SUS). 
O sistema SIHSUS registra todos os atendimentos gerados nas internações 
hospitalares que são financiadas pelo SUS, e com base nelas gera relatórios com 
pagamentos dos estabelecimentos de saúde que devem ser realizados pelos 
gestores. Em nível federal, essas informações são repassadas como forma de 
informar mensalmente uma base de dados de todas as internações autorizadas 
(aprovadas ou não para pagamento) e, consequentemente para que sejam 
repassados às Secretarias de Saúde os valores de Produção de Média e Alta 
complexidade, além dos valores de CNRAC, FAEC e de Hospitais Universitários 
– independentemente dos contratos de gestão.
Na Figura 15 é possível observar que na página do SIH-SUS existem outras 
bases de dados relacionadas ao Sistema Integrado de Informatização de Ambiente 
Hospitalar (HOSPUB); o Sistema de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia 
(HEMOVIDA); Sistema de Informações Hospitalares Descentralizado (SIHD; o 
Sistema de Gerenciamento e Produção de Bancos de Leite Humano (BLHWeb); o 
Sistema Gerador do Movimento das Unidades Hospitalares (SISAIH) e por fim o 
Sistema de Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA).
 FIGURA 15 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES- SIHSUS
FONTE: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=060504>. Acesso em: 24 
nov. 2020.
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=060504
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
33
Relacionado ao HOSPUB,

Outros materiais

Outros materiais