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TÓPICOS INTEGRADORES II UNIDADE 3

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UNIDADE III
TÓPICOS INTEGRADORES - 
PEDAGOGIA
2
Sumário
Para início de converSa .................................................................................................3
1. a GeSTÃo eScoLar na PerSPecTiva da GeSTÃo democráTica .......................5
2. o ProJeTo PoLíTico-PedaGÓGico como um inSTrumenTo de LeGiTimidade 
da GeSTÃo democráTica ..................................................................................................9
3. aLGumaS QueSTÕeS Que PreciSam Ser conSideradaS Para a eFeTivaÇÃo 
da GeSTÃo democráTica .................................................................................................12
3
TÓPicoS inTeGradoreS ii
unidade 3
Para início de converSa
Olá, querido(a) estudante! Como vai você? 
Nesta unidade vamos conversar sobre a gestão democrática e os instrumentos 
necessários para a sua efetivação. É a organização da escola a partir da gestão 
democrática que favorece o clima de participação, autonomia, criatividade e 
aprendizagem. Mas, embora vivamos num país democrático, reconhecemos que há 
muito que se fazer para alcançar a democracia plenamente, pois ainda vivemos na 
sombra de uma história de comandos autoritários que incide na nossa forma de ser 
gestor e também professor. Logo, criar na escola espaços de diálogo, de participação, 
de condições para que todos se sintam acolhidos não é uma questão tão simples como 
parece.
Entretanto, torna-se urgente nos posicionarmos diante do mundo assumindo qual o 
projeto de sociedade que defendemos, a partir da defesa de que a educação constitui-se 
como prática na qual os envolvidos buscam a apreensão da realidade pela consciência 
crítica, visando à transformação social, assumindo-a como possibilidade e não como 
determinação. 
Guiado por esta premissa reafirmamos que há um caminho a trilhar na busca de uma 
gestão democrática como ferramenta para auxiliar no exercício possível de participação, 
onde todos os sujeitos constituintes da escola estabeleçam com êxito a sua cidadania, 
relacionando-se melhor com as instâncias de poder da escola, expressando suas ideias 
e anseios.
4
orienTaÇÕeS da diSciPLina
Diante do exposto, este Guia III da disciplina tópicos Integradores II pretende lhe conduzir 
para que você compreenda a importância da gestão democrática e os mecanismos para 
a sua legitimação na escola pública. 
Assim, este guia está organizado em quatro seções:
1 - A GESTÃO ESCOLAR NA PERSPECTIVA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA – Neste 
primeiro item reconhecemos o Estado brasileiro como Estado Democrático de Direito. 
Nessa perspectiva, explicitamos que a gestão das escolas públicas também devem 
assumir o contorno de gestão democrática, fato legitimado por vários documentos 
legais. Dessa maneira, destacamos alguns órgãos colegiados que podem atuar como 
mecanismos de construção dessa gestão democrática.
2 - O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO COMO UM INSTRUMENTO DE 
LEGITIMIDADE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA – Elucidamos o que é o Projeto 
Político Pedagógico-PPP, bem como, pode ser realizado a sua construção. Valorizamos 
a participação como um elemento fundamental na sua construção. 
3 - ALGUMAS QUESTÕES QUE PRECISAM SER CONSIDERADAS PARA A 
EFETIVAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA – Ressaltamos algumas temáticas 
contemporâneas que precisam compor o projeto de uma escola democrática, entre eles 
destacamos: a educação inclusiva, a educação sexual, as relações étnico-raciais e o 
combate ao bullying.
4 - CONCLUSÃO – Destacamos os pontos importantes apresentados ao longo do guia.
5
1. a GeSTÃo eScoLar na PerSPecTiva da GeSTÃo democráTica
Guarde eSSa ideia!
Prezado(a) aluno(a), na atualidade, compreendemos que a melhoria da qualidade de vida 
de todos nós, o desenvolvimento da população e a consolidação do nosso país numa 
sociedade proativa tem entre outros fatores, o investimento no campo educacional. Esse 
salto qualitativo está relacionado não apenas a mudanças nas práticas pedagógicas, 
mas na concepção de que é preciso promover o desenvolvimento do potencial humano 
e de competências caracterizado em um processo de aprender a aprender, aprender a 
fazer, aprender a conviver e aprender a ser. 
À luz desse entendimento, destaca-se que essas mudanças que ultrapassam as 
questões de currículo, métodos, equipamentos, bem como, de recursos materiais e 
financeiros. 
Para além desses aspectos, elas demandam uma nova forma de relacionamento 
entre as escolas e a comunidade em que ela está inserida, reconhecendo a cultura 
dos estudantes e a importância da sua valorização no cotidiano escolar. Essas 
mudanças também solicitam a participação de todos/as de forma consciente, efetiva, 
comprometida e responsável, ajudando a construir novas perspectivas que se efetivam 
através de práticas que visam a construção de novas realidades sociais, culturais, 
históricas e curriculares e visam contribuir para a formação de uma sociedade mais 
justa e democrática. Nesse cenário, a gestão educacional também precisa ser assumida 
a partir de novas concepções.
Agora vamos conversar sobre alguns aspectos da gestão escolar? 
Então, iniciamos esta conversa, retomando o conceito de administração. De acordo com Paro (2012), a 
administração é o uso racional de recursos para a realização de determinados fins, condição necessária da 
vida humana. Ela sempre existiu permeando as mais diversas formas de organização social, especialmente 
na organização escolar, cujos fins precisam estar articulados, cada vez mais, aos movimentos de 
transformação social em seu sentido amplo. 
De acordo com Heloísa Lück (2011) a administração escolar é vista como um processo racional, linear e 
fragmentado de organização e de influência estabelecida de cima para baixo e de fora para dentro das 
unidades de ação, bem como do emprego de pessoas e de recursos de forma mecanicista e utilitarista, 
para que os objetivos institucionais sejam realizados. Dessa maneira, o ato de administrar corresponderia 
a comandar e controlar, mediante uma visão objetiva, tendo por base a previsibilidade do ambiente de 
trabalho e do comportamento humano, os conflitos seriam vistos como disfunções; o sucesso, como algo 
que uma vez alcançado será permanente; a falta de recursos, como impedimento para o andamento das 
ações. Assim, poderíamos congelar as formas de proceder e importar modelos que deram certo em outras 
realidades para obter êxito. Nessa concepção, os sujeitos são passivos e aceitam as determinações, o 
dirigente é a maior autoridade, cabendo-lhe o papel da tomada de decisões. 
6
Meu(inha) caro(a), as limitações que a teoria da administração apresenta impõe aos administradores 
educacionais a retomada da especificidade da administração vinculada à natureza da educação, dando-
lhe condições para superar o autoritarismo, que tem como características a ausência da participação dos 
sujeitos educativos nas decisões de seus objetivos e de suas realizações. 
Esta mudança, que Heloísa Lück (2011) chama de paradigmática, na perspectiva da administração escolar 
está associada ao processo de redemocratização que definiu novos contornos na relação com a sociedade. 
Dessa maneira, ela utiliza o termo gestão para visibilizar as necessárias mudanças na concepção dos/as 
gestores educacionais no contexto democrático.
você Sabia?
Você sabia que no artigo 1º, a nossa Constituição Federal, estabeleceu que o Brasil se 
constitui como um Estado Democrático de Direito? Pois é, Estado Democrático, por sua 
vez, tem conotação política e está intimamente ligado à participação do povo, isto é, 
de todos os cidadãos no governo, sem exclusões. É ainda a nossa constituição que no 
artigo 205 afirma que a educação é direito de todos e visa ao preparo da pessoa para o 
exercício da cidadania e que no artigo 206 ressalta os princípios que devem orientar o 
ensino e destaca, entre eles, a gestão democrática do ensino público. 
A Lei 9394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) dispõe em seu artigo 
14que os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público de acordo com 
suas peculiaridades e conforme os princípios da participação dos profissionais da escola na elaboração do 
projeto pedagógico da escola e a participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares ou 
equivalentes. O Plano Nacional de Educação – 2014/2024, apresenta no Art. 2º, inciso VI, como uma de 
suas diretrizes a promoção do princípio da gestão democrática da educação pública.
Mas, para além do que propõe as leis brasileiras, a mudança de concepções implica na mudança de 
cultura. De acordo com Lück (2011) esta mudança de paradigma na perspectiva da administração exige 
que avancemos da ótica fragmentada para a ótica da visão de conjunto; da limitação de responsabilidade 
para a sua expansão; da centralização da autoridade para a sua descentralização; da ação episódica 
por eventos para o processo dinâmico, contínuo e global; da burocratização e hierarquização para a 
coordenação e horizontalização; e, por fim, da ação individual para a ação coletiva. 
 
Assim, a gestão, como conceito relativamente novo, estabeleceu-se para superar o conceito de 
administração, mas não para substituí-lo, estando associado não apenas a uma mudança de termo, mas 
há uma mudança de paradigma, uma vez que resulta de um novo entendimento a respeito da condução 
dos destinos das organizações, que leva em consideração a relação do todo com as suas partes e destas 
entre si, de modo a promover mais efetividade do conjunto. 
???
7
Meu(inha) caro(a), o termo Gestão educacional ganhou grande ênfase nos debates acadêmicos, sobretudo, 
a partir de meados da década de 1990 quando o Conselho Nacional de Secretários de Educação - CONSED 
estabeleceu e mantém como uma de suas políticas prioritárias a gestão educacional. Entretanto, 
encontramos autores como Vitor Paro (2012) que utiliza os termos administração escolar e gestão escolar 
como sinônimos, para expressar a ideia de administração comprometida com a transformação social.
O termo Gestão significa, etimologicamente, fazer brotar, germinar, fazer nascer. A palavra Gestão origina-
se do latim gestio, cujo significado representa “ato de administrar, de gerenciar”. Gestão relaciona-se 
com a tomada de decisões, a organização, a direção, podendo ser compreendida a ação de impulsionar 
uma organização a atingir seus objetivos, cumprir as suas responsabilidades. 
O termo Gestão escolar se sustenta na perspectiva da superação das limitações da administração, do 
autoritarismo e da centralidade das ações, correspondendo na atualidade, a dinâmica de gerir o sistema 
de ensino como um todo e de coordenação das escolas em específico, em sintonia com as variadas 
diretrizes curriculares nacionais e as políticas educacionais públicas. Nesse contexto, a compreensão da 
evolução da perspectiva da administração para o da gestão, parte da superação do isolamento das partes 
para uma visão sistêmica da educação, o que demanda a necessidade de ações articuladas, interativas e 
que consideram a dimensão processual, bem como, uma percepção dinâmica, concreta e substantiva da 
realidade. 
Entretanto, assumir a perspectiva da gestão democrática solicita o envolvimento de todos no planejamento, 
execução, avaliação e recondução das atividades. Tais elementos, conectam-se para o estabelecimento 
de uma cultura da responsabilização coletiva das ações. A gestão educacional ultrapassa as formas 
burocráticas e técnicas que incidiram sobre a forma de administrar a escola, em desprezar esses artifícios 
como instrumentos. Nesse novo cenário, o gestor escolar é cada vez mais obrigado a considerar a 
evolução da ideia de democracia, que conduz o conjunto de professores, e mesmo os agentes locais, a 
maior participação, a maior implicação nas tomadas de decisão. Essa exigência está atrelada também a 
interação entre as dimensões política e pedagógica, na condução dos destinos e ações das organizações 
educacionais. 
Embora vivamos num país democrático, reconhecemos que há muito que se fazer para alcançar a 
democracia plenamente, uma vez que esse nosso passado autoritário repercute nas nossas práticas até 
hoje, assim abrir-se para uma gestão democrática não é tarefa fácil, asim como, pressupor que todos 
estão predispostos para participar ativamente da gestão também não é verdade. O que presenciamos, em 
alguns espaços, são participações não efetivas da comunidade, que só existem nos documentos formais 
e centradas na figura do gestor. 
Meu(inha) caro(a), a gestão democrática e participativa no âmbito escolar constitui-se numa prática que 
deve priorizar o desenvolvimento integrado de todos os agentes envolvidos no processo pedagógico. Se-
gundo Paro (2012), o homem só se faz sujeito quando participa, produzindo uma ação e respondendo por 
ela. Logo, precisamos oportunizar que na escola os diferentes atores tornem-se protagonistas, através da 
sua participação. 
Para Libâneo (2004, p. 87), a participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática, 
possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões 
e no funcionamento da organização escolar. Dessa maneira, a participação proporciona aos agentes da 
8
escola, o profundo conhecimento dos seus objetivos e também das metas da escola e da aprendizagem, 
de sua estrutura e dinâmica administrativa, pedagógica e financeira. Ao criar e fomentar estratégias 
de participação da comunidade, a gestão propicia um clima favorável ao sentimento de pertença, 
proporcionando maior aproximação entre professores, alunos, pais e funcionários. Nas empresas buscam-
se resultados por meio da participação. 
Luck (2011, p. 66) compreende a participação como uma forma de intervenção dos profissionais da 
educação e dos seus usuários, ou seja, os estudantes e suas famílias, na gestão da escola. Para ela há 
dois sentidos de participação articulados entre si: um de caráter mais interno que funciona como uma 
estratégia para a autonomia da escola, dos seus professores e dos seus estudantes, o que constitui os 
elementos pedagógicos, curriculares e organizacionais da escola; e a participação de abordagem mais 
externa, que se apresenta através do processo de tomada de decisões compartilhada entre os profissionais 
da escola, os estudantes e os pais.
Guarde eSSa ideia!
Para que a participação realmente se efetive, torna-se necessário criar órgãos de 
gestão que por um lado garantam a representatividade e por outro a continuidade, por 
consequência, a legitimidade. O Conselho Escolar, o Conselho de Classe, a Associação 
de Pais e Mestres, o Grêmio Estudantil são formas colegiadas de participação que 
devem ser organizados pelo coletivo da escola com a representatividade necessária 
à tomada de decisões democráticas, porém, assegurando a direção estabelecida no 
Projeto Político Pedagógico que foi construído coletivamente e que será instrumento 
condutor da política educacional em ação na escola. Esses órgãos colegiados ao se 
inserirem na escola trazem benefícios pedagógicos, financeiros e administrativos, 
enriquecendo a tomada de decisões e assegurando os princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência da gestão pública.
 
você Sabia?
Você sabia que o Conselho escolar é o órgão colegiado que se responsabiliza pelo 
estudo e também planejamento, por debater e decidir, controlar e avaliar as ações 
concernentes ao cotidiano da escola? Pois é, essas ações se referem ao âmbito 
pedagógico, administrativo e financeiro. Dessa maneira, na dimensão pedagógica 
atuam no acompanhamento dos estudantes, nos programas e projetos desenvolvidos na 
escola. No administrativo e financeiro, apontando como os gastos das verbas destinadas 
pelos âmbitos municipais, estaduais e/ou federai devem ser utilizadas. Entretanto, 
muitos associam a função do Conselho escolar apenas a fiscalização e controle, sem 
reconhecer que suas funções extrapolam essa dimensão. Ele é constituídopor todos 
os segmentos da comunidade escolar: estudantes, pais, professores, gestão, equipe 
pedagógica e funcionários. Podendo ainda compor o grupo representante do grêmio 
estudantil e dos movimentos sociais organizados da comunidade. 
???
9
Meu(inha) caro(a), outro órgão colegiado é o Conselho de Classe que tem como função detectar os 
problemas relacionados com os estudantes e as turmas e buscar a sua resolução, para que os educadores 
em tempo hábil possam ofertar aos alunos formas diferenciadas de se apropriarem dos conteúdos 
ofertados. Em geral, as reuniões acontecem nos finais dos bimestres, trimestres e/ou semestre tendo 
como principal ponto de pauta as notas e os comportamentos apresentados pelos estudantes. Entretanto, 
é importante avançar nessa discussão ampliando-a para a discussão da prática pedagógica, discutindo 
o processo de ensino-aprendizagem, enxergando o estudante de forma integral, e não apenas as suas 
fragilidades.
Já o Grêmio é um grupo que representa os interesses dos estudantes. Ele tem como função favorecer a 
participação dos estudantes nas atividades propostas e vivenciadas na escola, organizando atividades 
recreativas, esportivas, culturais e pedagógicas. O intuito é potencializar o protagonismo estudantil para 
que juntamente com outros membros da comunidade escolar eles possam participar dos rumos da escola. 
Logo, o Grêmio estudantil é um ambiente de construção de cidadania, respeito, solidariedade, parcerias, 
convivência, divisão de responsabilidade, lutas por uma escola e sociedade mais justa, plural e humana.
É através das condições necessárias para que esses órgãos atuem verdadeiramente na escola, ajudando 
a construir as suas diretrizes e vivências democráticas que a gestão da escola pública vai se constituindo 
democrática, considerando a importância de que todos têm espaço, vez e voz.
Até agora, querido(a) aluno(a), alguma dúvida? Precisa de auxílio para tirar alguma dúvida? Sinalize o seu 
tutor, ele vai te ajudar no que for preciso.
2. o ProJeTo PoLíTico-PedaGÓGico como um inSTrumenTo de 
LeGiTimidade da GeSTÃo democráTica
Aluno(a), organizar o planejamento educacional e, em especial, o planejamento almejando a construção 
do projeto político-pedagógico da escola é, exercitar o processo democrático, ou seja, a capacidade de 
coletivamente tomar decisões. Assim, reconhecemos o projeto político-pedagógico de uma escola como 
um instrumento teórico-metodológico, que orienta as relações da escola com a comunidade a quem vai 
atender. 
Ele também evidencia o que se vai fazer na escola, porque se vai fazer, para que se vai fazer, para quem 
se vai fazer e como se vai fazer. Através dele são estabelecidos os elos entre as políticas educacional 
nacionais, estaduais, municipais e a escola. Essa articulação é visualizada através da definição dos 
princípios, dos objetivos educacionais, do método de ação e das práticas que serão adotadas para 
favorecer o processo de desenvolvimento e de aprendizagem dos estudantes. Logo, a sua construção 
exige a reflexão, a proposição de ações e a participação coletiva-professores, funcionários, pais e alunos, 
num processo coletivo de construção. 
10
veJa o vídeo!
Para compreender a importância do Projeto Político-Pedagógi-
co na dinâmica da escola, assista ao vídeo “Roda de Conversa 
- Tema: Projeto Político-Pedagógico - Parte 1” com a professo-
ra Ilma Passos, pós-doutora em educação. O vídeo tem 17’05’’ 
e está disponível em LINK
Nesse sentido, precisamos considerar que a elaboração do Projeto Político - Pedagógico (PPP) necessita 
se consolidar como um processo democrático onde prevalece a participação. Sua relevância está na 
vivacidade da prática pedagógica e no envolvimento dos educadores, estudantes, pais, funcionário, 
gestão, enfim, da comunidade escolar para vivenciá-lo. Logo, o PPP precisa apresentar clareza, ser 
socializado amplamente com a comunidade, bem como, ser exequível, considerando a necessidade de 
constante avaliação e atualização. 
reFLiTa!
Você já participou da elaboração de um Projeto Político-Pedagógico? Já leu algum?
É muito comum ao solicitarmos o PPP de alguma escola, escutarmos a resposta de que 
ele está em elaboração ou ainda que ele não está disponível. É urgente repensar esse 
importante instrumento para a democratização da escola.
 
De acordo com a orientação do MEC (2004) no livro “Educação inclusiva”, Volume 3, organizado por 
Maria Salete Fábio Aranha, a composição do PPP apresenta várias etapas que devem ser iniciados pelas 
reflexões filosóficas e sociopolíticas. Assim, cabem as questões: O que entendemos por Educação? O que a 
comunidade espera da escola? Qual o papel e a função da escola na formação do cidadão? Qual o contexto 
político, econômico e social em que está inserida essa escola? Como é a relação dessa comunidade com a 
escola? Como tem sido a participação da comunidade no cotidiano escolar? Como ampliar essa relação?
Essas proposições tem o intuito de ajudar a comunidade a compreender o papel da escola e os seus 
objetivos para que PPP seja construído. A partir dessas reflexões iniciais a gestão juntamente com a 
comunidade pode propor: Que cidadãos queremos formar? Para que tipo de sociedade? Para que tipo de 
comunidade? Definindo assim, a missão da escola.
Após esta definição, outras questões são importantes para serem discutidas, tais como: Que ações a 
escola precisa desenvolver para cumprir a missão a que ela está se propondo? Como a gestão precisa se 
organizar para dar conta dessa missão? E, os professores, o que precisam mudar na sua prática? Qual o 
perfil do profissional para esta escola? De quais propostas de formação continuada necessitamos? Quais 
as expectativas da comunidade escolar no que se refere ao trabalho da escola?
Após essas primeiras questões norteadoras, é necessário fazer o diagnóstico da escola, ou seja, olhar 
11
para a realidade da escola. Essa é uma ação primordial para que se possa compreender a distância entre o 
que somos e o que queremos ser, ou seja, o que precisamos fazer para construir a escola que almejamos. 
Nesse sentido, algumas questões parecem pertinentes, tais como: De que maneira a escola está 
organizada? Nossas práticas de gestão favorecem o processo democrático? Como organizamos nossas 
práticas cotidianas? Essas práticas caminham no sentido de uma escola para todos/as? Respeitamos 
a diversidade e a diferença trazida pelos estudantes e professores? Como organizamos nossos planos 
de ensino? Eles contemplam a necessidade de todos/as estudantes? Planejamos articulados ou de 
forma fragmentada? Nos organizamos de maneira disciplinar ou interdisciplinar? Como lidamos com as 
dificuldades de aprendizagem? Como é o trabalho da coordenação pedagógica? E, a formação continuada 
e em serviço, ela acontece? Como avaliamos? Que profissionais temos?
 
Esse é um momento importante para refletir e descrever a realidade, bem como, a organização da prática 
pedagógica. Cumprido esta etapa, a próxima ação da elaboração do PPP é definir o que necessita ser 
organizado para transformar a realidade que temos na realidade almejada, ou seja, é a hora de planejar 
os aspectos sociopolíticos, administrativos e didático-pedagógicos que contribuirão para minimizar 
a distância entre a escola que temos e a que queremos. As construções resultantes dessas reflexões 
precisam ser registradas formalmente para orientar a organização da escola. O PPP pode ser organizado 
a partir do seguinte roteiro:
•	 Apresentação ou introdução;
•	 Identificação do estabelecimento;
•	 Histórico da unidade escolar e a sua relação com a comunidade;
•	 Eixos norteadores da escola;
•	 Marco referencial;
•	 Princípios, as teorias de aprendizagem e os princípios do sistema de avaliação;
•	 Diagnóstico da realidade da escola;
•	 Programação de proposta de ação para efetivar as práticas;
•	 Proposta Curricular;
•	 Matriz curricular;
•	 Marcos de Aprendizagem;
•	 Projetos especiais;
•	 Anexos.
LeiTura comPLemenTar
Para saber mais sobre essaquestão leia o capítulo 1 do livro 
“Planejamento dialógico: como construir o projeto 
político-pedagógico da escola”. São Paulo: Cortez; 
Instituto Paulo Freire, 2001 de Paulo Roberto Padilha. Ele está 
disponível em LINK
12
A participação influencia na democratização da gestão e na melhoria da qualidade do ensino, assim 
todos os segmentos da comunidade devem participar, para que assim possam compreender melhor 
o funcionamento da escola, para acompanhar melhor a educação ali oferecida. O Projeto Político-
Pedagógico deve ser um instrumento democrático que deve expressar os valores da escola, nos seus 
aspectos administrativos, pedagógicos e curriculares. A equipe gestora deve organizar-se para entrar em 
sintonia com os documentos que representam e fomentam o sentido democrático, bem como, para criar 
estratégias de escuta de toda a comunidade escolar.
3. aLGumaS QueSTÕeS Que PreciSam Ser conSideradaS Para a 
eFeTivaÇÃo da GeSTÃo democráTica 
Prezado(a) estudante, a educação como direito de todos precisa também assegurar que as diferenças 
sejam visibilizadas. Nesse contexto, o projeto de uma escola democrática precisa comprometer-se com 
as questões da Educação em Direitos Humanos. Nesse contexto, destacamos algumas temáticas que 
precisam fazer parte do PPP da escola, bem como, dos projetos escolares.
Orientada por esse princípio da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) a escola deve incluir 
através das suas práticas pedagógicas uma Educação pautada em/para os direitos humanos visando à 
construção de uma sociedade mais justa e digna, que incorpora como um dos seus princípios o direito à 
diferença, bem como, almeja igualdade de tratamento para todos.
A educação é uma das ferramentas para a mudança social, pois desde cedo pode proporcionar às crianças 
o contato com as diferenças, numa perspectiva de valorização, respeito, compreendendo-a como algo 
positivo e enriquecedor para todo/as. Assim, ela deve formar para vida em sociedade e não apenas passar 
e repassar conteúdos e formas estereotipadas de ver o outro, de ver o mundo. 
Guarde eSSa ideia!
No que se refere à discussão étnico-racial, devemos exigir o cumprimento da Lei nº 
11.645/08 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN - Lei nº 
9.394/96) torna obrigatória a inclusão das temáticas “História e Cultura Afro-Brasileira 
e Indígena” nas instituições públicas e privadas de ensino. 
Esse dispositivo legal garante as populações negras o direito de ver sua história narrada 
nas salas de aula de todo país, possibilitando às novas gerações a oportunidade de 
conhecer a luta, o sofrimento, a importância e a participação dos negros na história da 
sociedade brasileira e africana. Mas, é preciso ressaltar que para a lei ser cumprida 
se faz necessário que a sociedade, a escola, a família e o professor desenvolvam 
atividades que possibilitem a validação dessa lei. 
13
Cotidianamente o aluno se depara na escola com situações sociais em que a diversidade se faz presente, 
contribuindo de alguma forma na construção de sua identidade. Na escola, que precisa se tornar um 
espaço cada dia mais plural, justo e humanos, ele/a ainda se dá conta das desigualdades sociais, culturais 
e raciais que o cerca. Logo, para se construir uma pedagogia pautada na diversidade e na diferença é 
fundamental que a gestão, o educador e os educandos conheçam, respeitem e procurem desenvolver 
práticas para lidar com a pluralidade. 
É mais precisamente na escola que o novo e o diferente são vistos com um olhar que muitas vezes 
demonstra toda crueldade que a intolerância e o preconceito trazem para o desconhecido. Nesse ensejo, 
salientamos que a escola exerce um papel fundamental para o desenvolvimento do processo de construção 
da identidade das crianças, em especial, as negras, e por isso deve-lhes proporcionar um ambiente 
favorável e acolhedor para a cultura afrodescendente, buscando valorizar e respeitar as diferenças. 
Outra questão é a Educação Sexual que está diretamente ligada com formação dos professores, suas 
próprias visões de mundo e formas de ser e viver a sexualidade. Logo, é fundamental abandonar-se 
nessa viagem, que é educar para a diferença, considerando as várias formas de viver a sexualidade, 
as inquietações dos educandos, com uma visão construtiva, emancipatória e de valorização do outro, 
escutando e acolhendo as dúvidas, opiniões e orientação sexuais de cada um e, principalmente, tornando 
a escola um espaço de acolhimento e celebração das diferenças e não de rechaçamento das mesmas.
Outra questão primordial que precisa compor o projeto da gestão democrática é o compromisso com 
o combate ao bullying. O termo “bullying” de origem inglesa é oriundo do verbo to bully, podendo ser 
compreendido como uma ação consciente, bem como, deliberada de maltratar uma pessoa e colocá-la 
sobre forte tensão. Assim, o verbo é acompanhado da terminação “ing”, que representa a prática de um 
autor ou intimidador. 
Nesse contexto, não podemos compreender o bullying como um fato comum da infância ou da adolescência, 
nem tampouco mera brincadeira de amigos. O bullying pode ser compreendido como um conjunto de 
comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), 
sem motivação evidente, causando dor, angústia e sofrimento e executadas dentro de uma relação de 
poder, tornando possível a intimidação da vítima. 
Caro(a) estudante, reconhecendo a escola como um espaço de valorização de todos, não podemos 
acatar ou desconsiderar os episódios de bullying que trazem tanto sofrimento e constrangimento aos 
estudantes. Nesse sentido, é importante e necessário promover momentos de fala, onde os agredidos 
possam compartilhar suas dores e angústias, bem como, os agressores sejam estimulados a repensar 
suas posturas, bem como, a plateia, a rever a sua omissão frente a esses atos violentos. É importante que 
cada estudante saiba os danos que tal ação causa e que reconheçam a escola, a sua gestão e os seus 
professores como uma rede de proteção que não aceita essas posturas e comportamentos.
Outra questão primordial é que a gestão democrática considera os estudantes como centro da ação 
educativa, ela reconhece cada aluno, considerando suas potencialidades, necessidades e limitações, e a 
essas questões atende com qualidade e trabalho pedagógico. Ela acolhe os estudantes com deficiência 
como seres humanos que propõem desafios a escolas e seus professores para ofertar educação para 
todos, acolhendo a necessidade de cada um.
Nesse sentido, a escola democrática e inclusiva parte do princípio que a escola é um espaço de promoção 
de aprendizagens, desse modo, a não garantia da aprendizagem de qualquer aluno é uma responsabilidade 
da escola, da comunidade e da família que juntas não conseguiram satisfazer as expectativas do 
estudante. Dessa forma, cabe a gestão providenciar, entre outras questões, as necessárias adaptações 
na arquitetura do prédio para que o ambiente também se torne acessível. 
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Guarde eSSa ideia!
Nessa lógica, se faz fundamental desenvolver propostas educativas que considerem 
todos os aspectos da vida humana. A Educação em Direitos Humanos (EDH) compreende 
todo o processo educativo, indo além da aprendizagem cognitiva, atenta para o aspecto 
social e emocional do desenvolvimento humano, de forma que as dimensões da 
ética, da justiça, da igualdade e da equidade possam estar presentes neste processo 
educativo. Portanto, a gestão democrática consiste em uma ferramenta indispensável 
para o fortalecimento da cidadania e para o respeito e convívio harmonioso com as 
diferenças no contexto escolar.
Para reviSar!
v	A gestão democrática solicita o envolvimento de todos no planejamento, execu-
ção, avaliação e recondução das atividades. Ela rompe com os preceitos burocráticos 
e autoritários da administração escolar, estabelecendo um novo paradigma no campo 
educacional.
v	Gestão democrática implica participação de todos que compõem a comunidadees-
colar. Entretanto, isso não significa apenas opinar ou concordar com as proposições. 
Significa, sobretudo, assumir compromisso para que o proposto se concretize. Nesse 
contexto, os órgãos colegiados tem um importante papel na consolidação da gestão 
democrática.
v	A construção do projeto político-pedagógico da escola é um exercício do processo 
democrático, pois exige a capacidade de coletivamente tomar decisões. O PPP é um 
instrumento teórico-metodológico que orienta as relações da escola com a comunidade 
a quem vai atender.
v	Questões como a educação inclusiva, educação sexual, as relações étnico-raciais 
e o bullying precisam fazer parte do PPP e do compromisso da gestão democrática das 
escolas públicas.
PaLavraS FinaiS
Prezado(a) aluno(a), 
Chegamos ao término da nossa terceira unidade. Espero que os conteúdos propostos 
incidam positivamente na sua formação.
Se você tiver alguma dúvida ou dificuldade acesse o fórum de dúvidas no Ambiente 
Virtual de Aprendizagens – AVA. 
Acesse aos vídeos e as leituras propostas para entender ainda mais sobre os 
conteúdos apresentados. Bons estudos!
15
reFerênciaS bibLioGráFicaS
BRASIL. BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
DF, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituicao.htm>. Acesso em: 01 maio. 2017.
______.Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 20 dez. 
1996. Disponível: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 22 
agosto. 2015.
______. Lei nº 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de 
ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. 
Brasília, DF, 10 mar. 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso em: 08 abr. 2018.
______. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação 
(PNE) e dá outras providências. Brasília, DF, 25 jun. 2014. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>. Acesso em: 15 maio. 
2017.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: 
Editora Alternativa, 2004.
LÜCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 
2012.

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