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1 Disciplina: Trabalho pedagógico do Orientador Escolar Autores: D.ra Jezuina Kohls Schwanz Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag Ano: 2018 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Jezuina Kohls Schwanz Trabalho pedagógico do orientador escolar 1ª Edição 2018 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA SCHWANZ, Jezuina Kohls. Trabalho pedagógico do Orientador Escolar / Jezuina Kohls Schwanz – Curitiba, 2018. 48 p. Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag. Material didático da disciplina de Trabalho pedagógico do Orientador Escolar – Faculdade São Braz (FSB), 2018. ISBN: 978-85-5475-155-5 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da disciplina Nesta disciplina serão estudadas as principais questões relacionadas ao trabalho pedagógico e todos os processos e etapas que este trabalho exige, considerando a escola, a cultura escolar e os sujeitos da educação como elementos importantes para pensarmos o papel do orientador diante os cenários escolares. 6 Aula 1 - O trabalho pedagógico Apresentação da aula Nesta aula será estudada a importância da organização do trabalho pedagógico nas diferentes modalidades de educação. A educação na atualidade está diante de muitos desafios e de diferentes perspectivas. Compreender a importância da organização necessária ao trabalho pedagógico ajudará a estabelecer uma proposta de atividade adequada ao tipo de necessidade que possam haver no trabalho escolar. 1.1 A organização Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/design-de-classe- isometrica_1259832.htm#term=sala de aula&page=4&position=5 Quando se pensa em organização, talvez a primeira coisa que vem à cabeça é a arrumação do espaço onde se habita, como a casa, a mesa do trabalho, as anotações. Existem vários tipos de organização: doméstica, pessoal, de eventos, empresarial e também escolar. “Mas o que é organização? ” Organização é uma palavra de origem grega: organon, que significa instrumento, utensílio, órgão ou aquilo com que se 7 trabalha. A partir da sua origem, pode-se pensar em organização como a forma que se dispõe para atingir objetivos pretendidos. Quando se entra em casa e quer encontrar algum objeto, sabe-se onde ele está, caso tenha-se algum tipo de organização. O modo como os diversos elementos que o compõe no ambiente estão coordenados e dispostos no espaço, são a organização. Isso acontece em todas as áreas da vida e também pelo trabalho. Em todos os tipos de organização, o que se pretende é alcançar objetivos e metas com maior eficácia e geralmente é formado por uma, duas ou mais pessoas. Há diferentes tipos de organização, como a forma como as pessoas relacionam-se entre si, cooperando uma com as outras, na distribuição e disposição dos elementos envolvidos com vistas a alcançar uma mesma finalidade. Nesse sentido, conforme diz Maximiano (1993), uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. 1.2 O que é organização escolar? Para responder a essa pergunta, precisa-se compreender o que é a organização escolar e a sua gestão. A escola compreendida como uma instituição social, se diferencia das empresas de maneira geral. O seu principal objetivo é a educação e a formação de pessoas e seus resultados são mais qualitativos (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009). Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/voltar-ao-conceito-da-escola-com-uma-pilha- de-livros_1218370.htm#term=escola&page=1&position=24 8 Saiba Mais As Instituições Sociais são instrumentos reguladores e normativos das ações humanas, que reúnem um conjunto de regras reconhecidas pela sociedade. Elas desempenham um papel fundamental no funcionamento da sociedade e da democracia, geralmente determinam as regras e os procedimentos dos grupos de acordo com padrões, papéis, valores, comportamentos e relações entre membros da mesma cultura. As instituições sociais fazem parte da estrutura social e instituem meios sociais que podem ser duradouros e estáveis. Nelas são desenvolvidas diversas relações em função da interação entre os grupos sociais. Assim, temos a Escola como um exemplo de instituição social. A partir daí pode-se entender que a organização escolar também é uma reunião de pessoas que interagem entre si com a intenção de alcançar determinados objetivos educacionais, sendo uma instituição com estruturas e processos de organização que são próprios e remetem a ação de planejar o trabalho da escola, otimizar recursos (matérias, intelectuais e financeiros, por exemplo) além de coordenar e avaliar o trabalho das pessoas envolvidas nos processos escolares. Curiosidade Anísio Teixeira (1900-1971), o inventor da escola pública no Brasil, foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. Saiba mais sobre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no endereço eletrônico: http://portal.inep.gov.br/artigo/- /asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-promove- debate-sobre-contribuicao-de-anisio-teixeira-a- educacao/21206 https://www.todamateria.com.br/democracia/ https://www.todamateria.com.br/estrutura-social/ https://www.todamateria.com.br/grupos-sociais/ 9 Ao entender a escola como esse espaço que tem por objetivo a formação das pessoas e considerando a diversidade e a pluralidade de sujeitos que passam por ela, precisa-se pensar em um conceito de organização e gestão que seja diferente da prática administrativa das empresas, já que os objetivos dessas instituições diferem dos objetivos da escola, que precisa ser entendida: (...) como agência educativa, em seu sentido mais radical, tomada a educação como apropriação da cultura, e entendida esta como o conjunto de conhecimentos, valores, crenças, arte, filosofia, ciência, tudo, enfim, que é produzido pelo homem em sua transcendência da natureza e que constitui como ser histórico. (PARO, 2007, p.33) Paro (1996) indica que a administração escolar é portadora de uma especificidadeque a diferencia da administração capitalista, cujo objetivo é o lucro. Ví deo Assista ao vídeo Organização do Trabalho Pedagógico, que consiste em um programa de entrevista onde professoras falam sobre a importância da organização do trabalho pedagógico nas escolas e a participação da comunidade escolar nesse processo. Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=Fm_HuBpUlLs&t=34s O quadro a seguir explica as principais diferenças entre a organização escolar e a organização empresarial, bem como seus objetivos. https://www.youtube.com/watch?v=Fm_HuBpUlLs&t=34s 10 Organização Escolar Organização Empresarial Visa a produção de bens não materiais, à medida que o produto não se separa do processo de sua produção Tem como principal objetivo a produção de bens materiais, a reprodução do capital e a alienação do trabalhador. Aluno é sujeito e objeto no processo de produção e socialização do conhecimento historicamente produzido. Os fins das atividades humanas são a produção de mercadorias, visando a obtenção de lucros. A formação humana é o principal objetivo da construção da identidade escolar, segundo seus atores sociais. Visa a reprodução ampliada do capital, através da mais valia, e, portanto, a manutenção da dominação. Como instância contraditória, contribui para a superação da dominação e para a manutenção das condições objetivas. Escolhe a matéria prima de acordo com o item que deseja produzir. Devido a sua função social (atender a todos) e ao fato de seu objeto de trabalho ser o próprio homem, não pode escolher a matéria prima com o qual vai trabalhar. Fonte: Elaborda pela autora e adaptada pelo DI (2018). 1.3 Tipos de organização escolar Historicamente, os primeiros estudos sobre a organização da escola remontam a 1930, em que basicamente foram marcados por uma concepção funcionalista e altamente burocrática da escola, sendo muito parecido com a organização das empresas capitalistas. Nessa época também se tem a Educação Nova e o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Na década de 30, ampliou-se a demanda escolar, o que ocasionou um aumento no número de escolas e professores, a partir disso, vão se desenhando ações do poder público para os sistemas de ensino. Assim, seria tarefa dos pedagogos a organização e o planejamento das políticas educacionais, da gestão e dos sistemas escolares, necessitando que se regulamentasse um curso de Pedagogia. 11 Amplie Seus Estudos Para saber mais sobre o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, acesse o link: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_ 22e.pdf Já durante a década de 1980, os estudos sobre a organização e a gestão escolar se constituíram em uma disciplina que era nomeada Organização do Trabalho Escolar. A partir daí adotou-se uma abordagem crítica sobre o assunto. Sendo assim, precisa-se saber que existem basicamente duas concepções de educação, são elas: A concepção científico-racional; A concepção sociocrítica. Na concepção científico-racional, pode-se dizer que prevalece uma visão burocrática da escola, em que se valoriza a técnica. A instituição de ensino é, para essa concepção, uma realidade objetiva e neutra e precisa funcionar racionalmente, havendo a necessidade de planejamento, organização e controle para alcançar os melhores índices de eficácia. Já na concepção sócio crítica, a escola é organizada de uma maneira em que se agregue as pessoas, tendo como destaque a intenção das ações, a importância das relações sociais no grupo escolar e as relações que a escola estabelece com o contexto social, cultural e político na qual está inserida. O professor Libâneo (2013) aponta para uma divisão mais abrangente da organização escolar. Sendo assim, pode-se considerar quatro tipos de concepções de organização e gestão dos sistemas escolares, são eles: Técnica-científica (tradicional); Autogestionária; Interpretativa; Democrática-participativa. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_22e.pdf http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_22e.pdf 12 O modelo Técnico-científico é o mais comum quando se fala em organização escolar na realidade da educação brasileira. Nesta concepção o papel da direção está centralizado em uma pessoa e o grau de participação dos demais sujeitos envolvidos nos processos é muito baixo ou inexistente. Existe uma hierarquia de cargos de funções em que a racionalização do trabalho e a eficiência dos serviços escolares é baseada em regras e procedimentos de rotinas administrativas, em que a escola é entendida como uma realidade neutra, objetiva e técnica, onde a versão mais conservadora dessa concepção pode ser chamada de administração clássica. Sua versão mais atual tem um modelo de gestão de qualidade total, em que se utilizam os métodos e práticas de gestão das empresas. Este modelo de gestão tem como algumas características, a divisão técnica do trabalho escolar, o poder centralizado no diretor, comunicação verticalizada e maior ênfase nas tarefas do que nas pessoas que compõe a comunidade escolar e suas relações interpessoais. A outra concepção chama-se de Autogestionária e está baseada na responsabilidade coletiva, não havendo direção centralizada sem a figura do diretor como gestor principal, mas, na organização com a participação direta e igual de todas pessoas envolvidas na escola. Esse conceito não valoriza o exercício da autoridade e propõe a criação coletiva do grupo para instituir as normas e procedimentos que julguem adequados. Não é comum encontrar esse tipo de gestão nas instituições escolares, pois, para que ele funcione é necessário um grau muito elevado de comprometimento, envolvimento e tomada de decisões, em que exigem um maior tempo de discussão e convivência entre os membros do grupo, o que acaba tornando-se difícil devido ao tempo reduzido que os trabalhadores possuem, em virtude das demandas de trabalho. Podemos destacar como características dessa concepção: Promoção do poder coletivo na escola para preparar formas de autogestão no plano político; Decisões coletivas por meio de assembleias e reuniões; Alternância no exercício de funções; Ênfase nas relações pessoais, mais do que nas tarefas. 13 Outra concepção de organização escolar é a Interpretativa. Nessa concepção trabalha-se com os significados, experiências subjetivas e as interações sociais entre as pessoas como elementos centrais da gestão. Conforme Libâneo (2013), o enfoque interpretativo vê as práticas organizativas como uma construção social com base nas experiências subjetivas e nas interações sociais. Para esta concepção, a escola é uma realidade socialmente construída a partir de diferentes subjetividades e não uma estrutura objetiva já dada. A concepção Interpretativa privilegia mais a “ação organizadora” (como os valores e práticas compartilhadas entre os sujeitos) do que o ato de organizar em si. Abordada de maneira mais radical, essa concepção recusa as normas, estratégias e procedimentos organizativos. Saiba Mais José Carlos Libâneo nasceu em Angatuba, interior de São Paulo, em 1945. Graduado em Filosofia pela PUC em 1966. Mestre em educação escolar concluído em 1984 e doutor em educação, Libâneo é bastante conhecido no meio educacional pelas profundas contribuições teóricas que produz na área. Ele ensina pesquisa e escreve sobre assuntos de Teoria da Educação, Didática, Política Educacional e Escola Pública. Já a organização escolar Democrática-participativa defende uma maneira coletiva de tomada de decisões, considerando a responsabilidade individual de cada pessoa. A organização é decidida coletivamente e cada membro da comunidade escolar deve assumir sua parte e sua responsabilidadeno trabalho, produzindo assim, um compromisso de toda a equipe na realização das atividades que foram planejadas em conjunto. Pode-se dizer que essa forma de organização busca a objetividade no trato de questões da organização, através do levantamento de informações concretas da realidade escolar, considerando os significados subjetivos e culturais que também compõe o ambiente escolar. Essa forma também prevê e utiliza o acompanhamento das atividades, para que se possa reorganizar e 14 repensar o rumo das ações e das decisões para melhor alcançar os objetivos propostos. Para Refletir “As concepções de gestão escolar refletem diferentes posições políticas e concepções do papel da escola e da formação humana na sociedade. Portanto, o modo como uma escola se organiza e se estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos sobre a relação da escola com a conservação ou transformação social. ” (LIBÂNEO 2013, pág. 105) Pensando no que estudamos até aqui, nós queremos conservar ou transformar a sociedade na qual vivemos? Resumo da aula 1 Nesta aula estudou-se o que é organização, compreendendo esse conceito e a origem da palavra, para depois estudar a organização do trabalho escolar e suas diferenças da organização empresarial. Viu-se ainda, diferentes concepções de trabalho pedagógico e como cada um pressupõe a organização da escola. Atividade de Aprendizagem Conforme estudado nesta aula, Libâneo (2013) aponta para uma divisão abrangente da organização escolar. Cite os quatro tipos de concepções de organização e gestão dos sistemas escolares e discorra sobre eles. 15 Aula 2 - Gestão escolar Apresentação da aula Nesta aula será estudada a Gestão da Educação e a Gestão da escola. Vamos conhecer os tipos de gestão e estudaremos a Gestão Democrática das escolas, tão presente nos dias atuais, bem como quais os desafios postos para que se obtenha uma gestão democrática na educação. 2.1 O que é gestão Gestão é um campo das ciências humanas que se dedica à administração, principalmente de empresas, mas também de outras instituições, tais como escolar, tendo em vista fazer com que alcancem seus objetivos de maneira eficaz, eficiente e efetiva. Este conceito está diretamente ligado a administração dos recursos que as instituições possuem. Tais recursos podem ser materiais e financeiros, pode ser o capital humano, tecnológico ou de informação. 16 Importante O termo gestão vem do latim “gestio-gestionis”, que significa executar, obter sucesso com meios adequados. A gestão é um meio pelo qual se consegue, também com planejamento, resultados de qualidade e, leva a conseguir os objetivos propostos. Saiba Mais Para saber mais sobre gestão e suas características, leia o artigo: O que é Gestão, Gerenciamento e Administração? Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-que- e-gestao-gerenciamento-e-administracao/93514/ 2.2 A Gestão Escolar A Gestão Escolar trata dos recursos disponíveis para que se garanta a qualidade do ensino, dando direcionamento para esses recursos e a forma como serão utilizados nos processos educacionais. A gestão escolar, portanto, consiste em um sistema interno de organização da escola que envolve todos os setores e que pretende garantir um desenvolvimento dos processos educacionais com eficácia, garantindo a qualidade da instituição de ensino. Para que se tenha uma gestão eficaz, é importante que cada escola desenvolva um plano de gestão baseado nas diretrizes educacionais vigentes, bem como com os princípios da escola e que vise excelência na qualidade de ensino, redução da inadimplência em caso de escolas privadas, prevenção da evasão escolar, manter a motivação do grupo escolar e também manter os pais e os alunos engajados nos projetos escolares. http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-que-e-gestao-gerenciamento-e-administracao/93514/ http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-que-e-gestao-gerenciamento-e-administracao/93514/ 17 Importante Plano de Gestão é o documento que traça o perfil da escola, conferindo-lhe identidade e intenções comuns de todos os envolvidos, norteia o gerenciamento das ações internamente ao estabelecimento e operacionaliza o Projeto Pedagógico. Leia um Plano de Gestão de uma universidade federal no link abaixo: http://www.ufrgs.br/ufrgs/a-ufrgs/plano-de-gestao/plano-de- gestao-2012-2016 Gestão: • Forma de planejar, organizar, dirigir, controlar e avaliar um determinado projeto; • Sinônimo de administração, visa à racionalização de recursos materiais, recursos humanos e tem por meta o alcance de uma determinada finalidade. Gestão Escolar: • Forma de organizar o trabalho pedagógico, que implica visibilidade de objetivos e metas dentro da instituição escolar; • Implica gestão colegiada de recursos materiais e humanos, planejamento de suas atividades, distribuição de funções e atribuições, na relação interpessoal de trabalho, e partilha do poder; • Diz respeito a todos os aspectos da gestão colegiada, participativa da escola e na democratização da tomada de decisões. Segundo Heloísa Lück (2009), existem 6 pilares para a gestão escolar, são eles: 1) Gestão Pedagógica: é a área relacionada com a organização e planejamento do sistema educacional, gerenciamento dos http://www.ufrgs.br/ufrgs/a-ufrgs/plano-de-gestao/plano-de-gestao-2012-2016 http://www.ufrgs.br/ufrgs/a-ufrgs/plano-de-gestao/plano-de-gestao-2012-2016 18 recursos, das pessoas e da elaboração e execução de projetos. Compete também a gestão pedagógica, estabelecer metas que visem a qualidade da educação. 2) Gestão Administrativa: cuida dos recursos das instituições, tanto físicos, quanto financeiros e materiais, tem como responsabilidade zelar pelos bens e garantir sua utilização adequada. Para isso, é necessária atenção as rotinas da secretaria, conhecimento da legislação educacional, clareza dos processos educacionais, cuidado com a manutenção patrimonial, por exemplo. 3) Gestão Financeira: é a parte da gestão que organiza as demandas financeiras, prioriza os gastos e faz o orçamento da instituição com a finalidade de que todos os setores tenham as suas necessidades atendidas. 4) Gestão de Recursos Humanos: tem como principal papel deixar a equipe de colaboradores motivados e incentivar os professores a estarem engajados com o projeto de ensino adotado pela instituição. O ambiente deve ser saudável em que todas e todos se sintam estimulados na proposta da escola, para isso, o papel do gestor é fundamental. 5) Gestão da Comunicação: está diretamente ligada aos recursos humanos, já que é a partir da comunicação que se estabelece o engajamento da equipe com a proposta da escola e para além disso, precisa envolver toda a comunidade escolar, ultrapassando os muros das instituições, permitindo um ambiente de troca. 6) Gestão de tempo e eficiência dos processos: nos dias atuais é muito importante organizar o tempo. Isso não é diferente nas instituições de maneira geral, bem como na escola. A organização e gestão do tempo está diretamente relacionada à produtividade dos setores e com a eficiência dos processos da instituição. Saber aproveitar bem o tempo é saber utilizá-lo para realizar as atividades com maior eficiência. Mais uma vez, o papel do gestor é fundamental. 19 2.3 Gestão democrática na escola A palavra democracia vem da Grécia antiga e é formada a partir dos vocábulos demos, que significa povo e kratós, que significa poder, governo. Atualmente, o conceito de democracia é utilizado para denominar formas de organização de um grupo de pessoas, em que o poder reside na totalidade dos seus membros e quea tomada de decisões considera a vontade geral. Democratizar a gestão na escola pública significa descentralizar as decisões dos rumos da educação, buscando compartilhar decisões e autonomia para traçar caminhos de forma participativa, com a capacidade de identificar o potencial de colaboração de todas as pessoas, pensando em uma educação de qualidade e que incentive a cidadania. Os processos de democratização da educação, de maneira geral e também da educação básica, são bandeiras levantadas por movimentos sociais no Brasil. A democratização pretende a ampliação do atendimento educacional à maioria das parcelas das sociedades, atendendo as demandas sociais por educação básica, gratuita e de qualidade. A democratização da educação vai muito além do acesso à escola. Dar acesso é o primeiro passo para que este processo de democratização possa se consolidar, mas, é necessário garantir que todas e todos que ingressam nas escolas tenham condições de se manter nela com êxito. Por este motivo, quando falamos em democratização da educação, ouvimos ou lemos que é necessário garantir o acesso e a permanência de todas e todos nos processos educativos e o sucesso dos estudantes e das escolas deve ser o reflexo de sua qualidade. Ví deo Assista ao vídeo Gestão em Foco - Gestão Democrática no link abaixo, que explica o que é a gestão democrática: https://www.youtube.com/watch?v=hFS0HEagFP4 https://www.youtube.com/watch?v=hFS0HEagFP4 20 É preciso lembrar que além do acesso e garantia de permanência na escola, outro aspecto é fundamental para a democratização da educação: a prática social desenvolvida pelos sistemas de ensino e pela escola, em que os processos educativos devem proporcionar um espaço de exercício da democracia. Para Refletir Pensar a democratização da escola pública implica definir com clareza a função social dessa instituição. Para que serve a escola? Quais são suas funções básicas? Como se posicionar diante de outras funções a ela atribuídas? 2.4 Desafio para a gestão democrática da educação Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/colecao-do-icone-da- escola_839793.htm#term=busness&page=1&position=6 Como já estudado, existe um movimento que defende a democratização da educação pública que seja de qualidade. Essas reivindicações se intensificaram nos anos de 1980 e tiveram como resultado a aprovação do princípio da gestão democrática do ensino público, presente no artigo 206 da Constituição Federal de 1988. 21 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Título VIII Da Ordem Social Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto Seção I Da Educação Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade; VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em: https://www.senado.gov.br/atividade/const/con1988/con1988_08.09.2016/art_206_.asp A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB, estabelece e regulamenta o funcionamento da educação nos sistemas de ensino, dentre essas regulamentações está incluída em seu artigo 9º, que trata da elaboração do Plano Nacional de Educação, o princípio da gestão democrática. O Plano Nacional de Educação, o PNE aborda questões, concepções e metas direcionadas à melhoria da qualidade do ensino e à gestão democrática. 22 Saiba Mais O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos. Saiba mais acessando o site: http://pne.mec.gov.br/ Pesquise Você pode pesquisar sobre Gestão Escolar no link da Revista Nova Escola: https://gestaoescolar.org.br/ Para que haja uma gestão democrática da educação, é necessário que também existam alguns elementos que a compõe. Mas quais seriam esses elementos? Segundo Araújo (2000), existem quatro elementos fundamentais que são indispensáveis para que exista uma gestão democrática, são eles: participação, pluralismo, autonomia e transparência. Participação: o comprometimento com a democratização da educação, consiste no desafio de ampliar e criar canais de participação dos sujeitos sociais nos rumos da escola, fazendo com que ela seja um espaço público para a prática da cidadania; Autonomia: pode possibilitar o surgimento de uma democracia legítima por meio da ação direta dos sujeitos que participam da rotina da escola, partindo daí as soluções de problemas sem se pautar apenas em ordens de “cima para baixo” que não levam em consideração a existência dos sujeitos, seus anseios e suas reais necessidades; http://pne.mec.gov.br/ https://gestaoescolar.org.br/ 23 Pluralismo: compreender a instituição educativa como espaço público onde pode-se manifestar a diversidade de opiniões, sendo assim, o pluralismo torna-se fundamental. Ele é entendido como respeito ao outro, as diferentes opiniões e à diversidade de pensamento. O reconhecimento da existência de diferenças de identidade e de interesses que convivem no interior da escola, contribuem com o processo democrático; Transparência: se apresenta como um meio eficiente de dar credibilidade ao espaço público, ou seja, a lisura que permite aos cidadãos participarem do controle do meio público. Na escola depende da participação da comunidade no ambiente e no dia a dia escolar, com a socialização das informações para criar um clima de confiança e clareza das propostas da escola. Lembramos que existem algumas diferenças entre a gestão administrativa e a gestão escolar. É importante destacar que a gestão escolar é uma dimensão das instituições de educação, não é um fim em si mesmo, mas, é um meio, um processo pelo qual a educação vai sendo organizada e que tem por objetivo a aprendizagem significativa dos estudantes. Também é importante destacarmos que se busca uma gestão e uma educação voltada para as práticas de cidadania, por este motivo a gestão democrática é importante, para que se possa desenvolver as demandas sociais de maneira contextualizada e justa, porém, as práticas democráticas, sejam elas na gestão da escola, nas relações cotidianas e de maneiras mais amplas, podem enfrentar alguns desafios. Para a gestão democrática da escola, existem muitos desafios que ainda se precisa superar. Pode-se começar pelos elementos: participação, autonomia, transparência e pluralismo. Estes são elementos que precisam estar presentes em todas as práticas democráticas, como já visto anteriormente. Para a gestão escolar pode-se citar mais alguns desafios, tais como: Respeito a diversidade; Evasão escolar; Respeito a legislação vigente; 24 Autonomia da escola; Participação da comunidade escolar. Para que se possa haveruma gestão democrática, é preciso lembrar que sua implementação nas escolas e instituições não acontecem da noite para o dia. Para que ela realmente aconteça é preciso um movimento constante de ação–reflexão-ação. A democracia demanda respeito, solidariedade, comprometimento, responsabilidade e principalmente ética. Para Refletir “É que a democracia, como qualquer sonho, não se faz com palavras desencarnadas, mas com reflexão e prática”. Paulo Freire, 1998. Pensando no que estudamos até agora, qual é a importância da gestão democrática para a educação? E para o papel dos trabalhadores em educação? Resumo da aula 2 Nesta aula estudou-se o que é gestão, quais as diferenças da gestão administrativa e escolar, bem como o papel das gestões democráticas para os objetivos de aprendizagem dos estudantes e as práticas de cidadania. Refletiu- se ainda sobre os desafios postos a esse tipo de gestão pensando os cenários e contextos atuais, deixando como reflexão, repensar sobre como superar esses desafios e quais os papéis dos trabalhadores em educação nesse processo, especialmente do orientador pedagógico. 25 Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia a obra Gestão Democrática da Educação - atuais tendências, novos desafios, de Naura S. C. Ferreira. Esta obra é composta por cinco capítulos que tratam de democratização da gestão da educação e seu compromisso, na complexidade do mundo hodierno, como mecanismo capaz de promover e assegurar a capacitação de homens e mulheres à participação efetiva da construção das instituições, da sociedade, de suas vidas e de um mundo mais humano. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a gestão democrática na escola da atualidade. Aula 3 - Organização da escola: elementos que compõe a interferem na cultura escolar Apresentação da aula 3 Nesta aula serão estudados os elementos que compõe a cultura escolar. Sabe-se que as escolas são um universo composto de muitas informações, nesse sentido, para que a escola seja organizada, ela precisa ter elementos que ajudem nesta organização e na gestão dos seus processos, e para isso, serão vistos agora, quais elementos ajudam nessa organização escolar. 26 3.1 Gestão democrática Fonte:https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-de-cima-de-colegas-de-trabalho- planejamento-de-uma- estrategia_864127.htm#term=management&page=6&position=42 Conforme estudou-se até aqui, pode-se dizer que a gestão democrática do sistema e da escola, precisa desenvolver maneiras para que todos possam participar dos seguimentos escolares e participar das decisões que são necessárias. A escola tem como objetivo também, proporcionar o exercício da construção democrática já que é um espaço social de construção coletiva de conhecimentos, valores e posturas perante a vida e a sociedade. Para que os sistemas de educação possam se organizar, é preciso que haja um planejamento que auxilie esse trabalho. Para que exista essa organização que se espera da escola, é importante que considere os Planos Educacionais do Estado e do Município. Na escola, é o Projeto Político Pedagógico (PPP) que organiza, viabiliza, prevê e concretiza as ações educacionais, estabelecendo os objetivos da escola e qual as maneiras mais adequadas de alcançar esses objetivos. O PPP é o eixo da gestão democrática da escola, lembrando que ela deve ser um espaço de participação, de pluralismo, de autonomia e transparência. É importante que para se compreender as gestões democráticas é necessário que se façam algumas reflexões sobre a prática social da educação e o papel da escola. A educação se realiza a partir das relações sociais que as pessoas desenvolvem no convívio com o outro, em sociedade. Sendo assim, ela acontece na prática, na experiência que as pessoas vivenciam, então, podemos dizer que a educação é uma prática, e que acontece no âmbito social. 27 Pensando sob essa ótica, a educação acontece em diferentes espaços e lugares, pode-se citar como exemplo: a família, a igreja, a escola, etc. Na escola, a educação é sistematizada, organizada e desenvolvida de preferência como prática democrática participativa e que favoreça o exercício consciente da cidadania, prezando pelo comprometimento dos sujeitos com os interesses da sociedade de maneira mais geral. Nesse sentido a gestão democrática está prevista na Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional de Educação. 3.2 O Projeto Político Pedagógico e o planejamento escolar Toda escola como instituição tem objetivos que pretendem alcançar, metas que são necessárias que se cumpram e projetos a serem realizados. Esse conjunto e os meios que serão utilizados para que se concretize é o que compõe o Projeto Político Pedagógico, o PPP. Se considerarmos as palavras que dão nome ao documento, podemos compreender melhor sua função: É um projeto porque nele se reúnem propostas de ações concretas que se pretende executar durante um determinado período de tempo; É político porque a escola é um espaço que tem como objetivo a formação de pessoas que sejam cidadãos conscientes, responsáveis, críticos e comprometidos coletivamente com a sociedade e a comunidade da qual fazem parte, podendo modificar os caminhos que se podem seguir; É pedagógico, pois, esse documento organiza e define as atividades, as metas, os objetivos e os projetos necessários ao processo de ensino e de aprendizagem na escola. Quando juntamos estas três dimensões, o Projeto Político Pedagógico torna-se um guia que indica a direção a seguir. O Projeto Político Pedagógico configura-se em uma forma de planejar. 28 Ví deo Assista ao vídeo em que Maura Barbosa, consultora pedagógica de Gestão Escolar, visita a escola EMEB Professora Ana Isabel da Costa Ferreira, em Mogi Mirim (SP), para falar sobre como fazer o PPP funcionar na prática. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=s_tnaiuAksM A construção de um Projeto Político Pedagógico, na perspectiva de uma gestão que seja democrática, é norteado pelos mesmos princípios de uma escola pública que preza pela democracia. Para Sacristan (2001), a escola como projeto da modernidade possui objetivos e finalidades consideradas por ele em cinco grandes grupos: 1. A fundamentação da democracia; 2. O estímulo ao desenvolvimento da personalidade do sujeito; 3. A difusão e o incremento do conhecimento e da cultura em geral; 4. A inserção dos sujeitos no mundo; 5. A custódia dos mais jovens, suprindo nessa missão a família. Nesse sentido, para realizar o projeto social da educação, a escola precisa refletir sobre seu projeto como instituição social, e essa tarefa se concretiza na elaboração do PPP de cada escola e como ele será executado. Para Ilma Passos Veiga (2000), uma escola pública e democrática precisa de princípios orientadores para o seu projeto, segundo ela são: Igualdade de condições para acesso e permanência; Qualidade para todos (acrescentaríamos “qualidade social para todos”); Gestão democrática, Liberdade - princípio que sempre está associado à ideia da autonomia; Valorização do magistério. https://www.youtube.com/watch?v=s_tnaiuAksM 29 Para que se possa discutir o Projeto Político Pedagógico, existem os princípios centrais para a gestão democrática da escola: autonomia e participação. Assim, para Gadotti (2000), esses princípios garantem que o PPP não se torne apenas uma “carta de intenções”, para ele, estes dois princípios, mostram que a autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência do seu Projeto Político Pedagógico. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURALeia a obra Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível, de IIlma Passos Alencastro Veiga. Essa coletânea busca a organização do trabalho pedagógico por meio da constituição de um projeto político e pedagógico. Para construir o Projeto Político Pedagógico, é necessário ter em mente um planejamento. “Mas o que é planejamento? ” O planejamento é um processo contínuo e dinâmico em que existe um conjunto de ações intencionais, que estão interligadas e coordenadas para que se possa realizar objetivos futuros e antecipar decisões. Existem vários tipos de planejamento, o que está em pauta nesse momento é o planejamento escolar. Sendo assim, “o que é o planejamento escolar? ” Podemos dizer que o planejamento escolar é a estruturação das atividades, tarefas e decisões de uma escola, em que qualquer coisa que acontece na instituição, deve estar devidamente organizada como parte desse planejamento. É o planejamento que estabelece a finalidade, a missão de uma dada ação, instrumentalizando os processos de gestão, demarcando a maneira como se pode realizar algum tipo de intervenção. 30 Vocabula rio Intervenção: é o ato ou efeito de intervir, ou seja, interceder por algo ou alguém. As experiências escolares mostram que quando o planejamento escolar é feito sem atenção às políticas que lhe dão suporte (tais como a LDB e a Constituição, sendo pensado somente de maneira burocrática, deslocando-se das realidades escolares) ele não terá sentido nenhum em existir. É importante que o planejamento leve em consideração o histórico e seja contextualizado de todas as ações da escola, e nesse sentido cabe lembrar que o PPP envolve etapas que se complementam e que são interligadas, realimentando todo o processo. Essas etapas são: elaboração, acompanhamento e avaliação (BORDIGNON; GRACINDO, 2000). Pensando em um trajeto de construção e planejamento que seja cíclico, é preciso pensar na elaboração, acompanhamento e avaliação e que estes elementos se entrelaçam, dando sentido a cada um desses fatores: 1. Primeiro, a elaboração considera dois eixos: a finalidade da escola e seu ambiente interno e externo. Como expectativa de futuro, a finalidade orienta a definição da filosofia, das políticas e objetivos institucionais. A análise do ambiente dá a dimensão situacional, seus limites e possibilidades. Da análise situacional decorrem estratégias de ação e definição de responsabilidades; 2. Em segundo, o acompanhamento desvela a ação - o PPP na prática -organizando as condições para sua execução; 3. E por fim, avaliação tem uma função diagnóstica, oferecendo informações fundamentais para a tomada de decisão, tanto na elaboração, quanto durante todo o acompanhamento do PPP, permitindo assim, a permanente correção de rumos na direção da finalidade da educação. É a avaliação que revela os objetivos reais, 31 a coerência entre o discurso e a prática, entre as demandas da sociedade e a ação educacional. O Projeto Político Pedagógico, utilizado como instrumento de planejamento coletivo, pode fazer com que se crie uma unidade do trabalho escolar, unindo os trabalhadores da educação envolvidos nos processos formativos de ensino-aprendizagem, não separando os que planejam dos que realizam as atividades. Se for elaborado, executado e avaliado de maneira conjunta e coletiva, pode criar uma nova lógica em que todos os segmentos planejam, oportunizando uma visão do todo. Importante O PPP é um documento teórico-prático que pressupõe relações de interdependência e reciprocidade entre os dois polos, elaborado coletivamente pelos sujeitos da escola e que aglutina os fundamentos políticos e filosóficos em que a comunidade acredita e os quais deseja praticar. Define os valores humanitários, princípios e comportamentos que a espécie humana concebe como adequados para a convivência humana; sinaliza os indicadores de uma boa formação e qualifica as funções sociais e históricas que são de responsabilidade da escola. É um instrumento que organiza e sistematiza o trabalho educativo, compreendendo o pensar e o fazer da escola por meio de ações, atos e medidas que combinem a reflexão e as práticas do fazer pedagógico (SILVA, 2003, p. 296). Para a elaboração do PPP, cita-se: 1. Deve-se estabelecer a finalidade e o papel social da escola; 2. Determinar o perfil de cidadania que se quer ter na escola; 3. Delimitar os conteúdos, metodologias e tecnologias para que o estudante se desenvolva de maneira plena a nível pessoal e social; 4. Constituir estratégias de acompanhamento e avaliação para que exista uma educação democrática, cidadã, inclusiva e socialmente relevante; 32 5. Construir democraticamente, com o envolvimento de todos os segmentos da escola: direção, professores, funcionários, alunos, pais e comunidade; 6. Propor ações que possam garantir o acesso e a permanência, de todas e todos os estudantes; 7. Garantir a consolidação da gestão democrática, com a participação de todos, inclusive o Grêmio Estudantil, caso haja; 8. Reorganizar o trabalho educativo, em que cada parte deve ser vista como integrante de um todo; 9. Promover a qualidade na educação, como construção social coletiva; 10. Pensar de maneira interdisciplinar, com o envolvimento de todas as áreas do conhecimento; 11. Valorizar o trabalho das professoras e professores, garantindo a formação continuada; 12. Proporcionar as condições de trabalho para que haja cumprimento do currículo escolar. Pode-se assim dizer que o PPP irá, ou deverá refletir as ações pedagógicas e administrativas para que se alcance os objetivos desejáveis na busca de uma educação para a cidadania e para as práticas democráticas. Nesse sentido, ressalta-se a importância da construção de um PPP que seja feito de maneira coletiva e que vise a gestão democrática dos sistemas de ensino, em que a educação contribua para a qualidade social das pessoas. Saiba Mais Leia a reportagem sobre planejamento na Revista Nova Escola, que está disponível no link: https://novaescola.org.br/conteudo/431/planejamento- momento-de-repensar-a-escola https://novaescola.org.br/conteudo/431/planejamento-momento-de-repensar-a-escola https://novaescola.org.br/conteudo/431/planejamento-momento-de-repensar-a-escola 33 3.3 Currículo Escolar O Currículo Escolar, é uma lista de tudo que se pretende ensinar na escola, como fazer e como avaliar as aprendizagens. Geralmente são compostos pelas disciplinas de cada série com uma lista, ordenada de maneira sequencial dos conteúdos que os estudantes precisam aprender ao final do ano letivo. Ele abrange experiências de aprendizagens a que os estudantes vão passar, bem como as metodologias de ensino utilizadas para cada nível de ensino. É importante que o currículo seja construído levando em consideração a diversidade de pessoas que compõe a escola, bem como suas identidades pensando na individualidade de cada um, mas também nos contextos sociais dos quais fazem parte. Os conteúdos que fazem parte dos currículos, precisam desenvolver o senso crítico e questionador dos estudantes, desenvolvendo assim, potencialidades que sejam voltadas para a construção de práticas cidadãs. O seu objetivo é compreender e descrever os fenômenos que acontecem nas práticas escolares. Pode-se dizer que existem três teorias do currículo, e que o tipo de educação depende da perspectiva adotada pela escola e pelo corpo docente. As teorias são: tradicionais, críticas e pós-críticas. Vejamos cada uma delas: Teorias tradicionais: essa teoria tem como principal objetivo preparar os alunos e alunas para a aquisição de habilidades intelectuais através da memorização. Essa teoria teve origem nos Estados Unidos, e é composta de uma tendência conservadora, baseada nos princípioseconômicos de Frederick Taylor (1856- 1915), em que tentava igualar o sistema educacional ao modelo capitalista organizacional e administrativo das empresas; Teorias críticas: para as teorias críticas não existe neutralidade, já que todas as teorias estão baseadas em relações de poder. Essas relações estão implícitas nas disciplinas, nos conteúdos e nas suas 34 distribuições na escola através do currículo. Essas relações podem reproduzir as desigualdades que já existem na sociedade, e fazem com que muitos dos estudantes não consigam chegar ao final do sistema educativo, já que predomina a lógica das classes dominantes. Percebe o currículo como um campo que prega a liberdade e um espaço cultural e social de lutas. Teorias pós-críticas: as perspectivas pós-críticas compreendem o currículo como algo que produz relações de gênero, já que nos sistemas escolares predominam as estruturas patriarcais. Faz uma crítica a desvalorização do desenvolvimento cultural e histórico de alguns grupos de minorias étnicas, por exemplo, aos conceitos de ciência e razão, defendendo que o conhecimento não é algo certo e dado, questionando o conceito de verdade que predominou durante muito tempo na ciência. É importante que a escola saiba a qual teoria curricular ela vai se afiliar, já que em função das divergências entre as teorias, torna-se fundamental discutir qual currículo ela quer adotar para se chegar aos objetivos desejados. Essa escolha se dá a partir da concepção do seu Projeto Político Pedagógico, já que é esse documento que fundamenta a prática teórica da instituição. Ví deo Para ampliar seus conhecimentos sobre currículo escolar, assista a aula Fundamentos da Organização do Currículo Escolar - Aula 01 - Currículo: gênese e transformações, da UNIVESP. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Wevbe- px4lk https://www.youtube.com/watch?v=Wevbe-px4lk https://www.youtube.com/watch?v=Wevbe-px4lk 35 Saiba Mais Leia o livro Documentos de Identidade, de Tomaz Tadeu da Silva, que busca traçar um mapa dos estudos sobre currículo desde sua gênese, nos anos vinte, até às atuais teorias pós-críticas. Em capítulos curtos e redigidos em linguagem direta, o autor fornece um panorama sintético mas abrangente das principais perspectivas sobre currículo. 3.4 Avaliação Os processos de avaliação são outro elemento fundamental na escola. A avaliação não é tudo; não deve ser o todo, nem na escola nem fora dela; e se o frenesi avaliativo se apoderar dos espíritos, absorver e destruir as práticas, paralisar a imaginação, desencorajar o desejo, então a patologia espreita-nos e a falta de perspectivas, também. (MEIRIEU, 1994) Se pensar na avaliação em uma concepção pedagógica mais moderna, pode-se conceber a educação como experiência de vivências múltiplas, valorizando o desenvolvimento integral dos estudantes. Nesse sentido, a avaliação assume um significado orientador e cooperativo. “Mas qual é a importância da avaliação para os sistemas educacionais? ” Pode-se dizer que a avaliação é um processo que deve ser realizado continuamente, de forma cumulativa e sistemática, com o objetivo de diagnosticar a situação em que cada aluno se encontra com relação à proposta curricular. Nesse sentido, ela deve ser compreendida como uma prática de investigação e de questionamento da relação de ensino aprendizagem, buscando identificar os conhecimentos construídos e as dificuldades de uma forma que valorize o diálogo. Se como profissionais da educação, pensar-se a avaliação nesse sentido, o erro deixa de representar a ausência de conhecimento ou aprendizagem, mas, será o ponto para a reflexão sobre a prática pedagógica que vai interferir no currículo e no PPP. 36 Nessa lógica, considerando o que diz a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional, pode-se considerar uma educação que priorize valores e atitudes democráticas, priorizando os aspectos qualitativos ao invés de quantitativo, buscando a melhoria dos resultados ao longo do período educativo. O estudante, sendo bem orientado, saberá dizer quais são seus pontos fortes, e como construiu sua aprendizagem, conseguindo identificar o que ainda precisa aprender e melhorar. Nesse sentido, a avaliação pode desenvolver, tanto nos trabalhadores em educação quanto nos estudantes, a noção de responsabilidade e uma atitude crítica, principalmente se for criada uma oportunidade de auto avaliação, que comece por si mesmo, resultando em assumir seus próprios atos diante dos resultados. Ví deo Assista ao vídeo Avaliação da aprendizagem, com Cipriano Luckesi, doutor em Educação pela USP-SP, em que explica a prática cotidiana da sala de aula, em que a avaliação é um grande desafio para os educadores. Acesse no link: https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc É importante refletir sobre os processos avaliativos, revendo as concepções de ensino aprendizagem, de educação e de escola, e pensando em sempre estar apoiado em princípios e valores comprometidos com a instituição, bem como de alunos cidadãos. Quando, a partir dessa reflexão, a avaliação for colocada em prática, será vista como função diagnóstica, dialógica, com possibilidade transformadora da realidade escolar. Resumo da aula 3 Nesta aula estudou-se o Projeto Político Pedagógico e como a sua construção coletiva é importante para a prática democrática da gestão da https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc 37 educação. Estudou também o currículo, como documento que organiza e articula os conhecimentos, as práticas e as metodologias dentro dos processos de ensino e aprendizagem, assim como, a escolha de uma teoria pode definir o tipo de educação. Por fim, pudemos conhecer um pouco mais sobre a avaliação, pensando na sua importância para os processos educacionais. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre os documentos que compõe a organização escolar, cite dois deles e qual sua importância no processo educativo. Aula 4 - Orientação dos sujeitos da escola e dimensões coletivas Apresentação da aula 4 Nesta aula será estudado sobre os sujeitos da educação, sobre a escola como ambiente/espaço/tempo em que esses sujeitos experimentam diferentes processos formativos e como o orientador pedagógico pode contribuir nesses processos. 4.1 O trabalho pedagógico do Orientador Escolar A escola é o primeiro lugar em que os indivíduos entram em contato com o mundo, em que sua família não está sempre presente. É nesse lugar que ele vai aprender a conviver com regras, com burocracias, diferenças, grupos e de maneira geral com a estrutura social da vida na sociedade. Portanto é fundamental que a escola seja um ambiente democrático e que contribua para a formação cidadã dos sujeitos. 38 Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/coleta-de-elementos-da- escola_1022112.htm#term=professor&page=2&position=2 A escola vem se modificando ao longo dos anos. Mesmo parecendo que ela está engessada, parada no tempo, já que se passa por mudanças tecnológicas cada vez mais rápidas, devido aos avanços principalmente das telecomunicações, por vezes a escola e as sociedades não conseguem acompanhar esse ritmo. Diante disso, a escola tem grandes desafios para a educação atual, enquanto instituição social que forma os sujeitos que vão estar na sociedade. Essas mudanças fazem com que seja preciso manter uma condição reflexiva sobre a escola, para que essa seja um espaço em que se possa garantir o respeito a diversidade e a promoção da educação de qualidade, para a formação de cidadãos que dividam princípios éticos e democráticos no convício social. Pode-se perceber que a escola se constitui como lugar importante para a socialização e de produção de identidades e deculturas, e por vezes parece distante dos interesses dos alunos, o que cria a ideia de jovens desinteressados das constantes mudanças que caracterizam o tempo presente (BAUMAN, 2001). No entanto, apesar de parecer muitas vezes parada no tempo, a escola se constitui em um importante espaço de convivência e de produção social em que podem-se observar diferentes formas de se perceber e experimentar o mundo. Pode-se dizer que são muitas as funções da escola, dentre elas: a de formar o cidadão, possibilitar a construção de conhecimentos, atitudes e valores https://br.freepik.com/vetores-gratis/coleta-de-elementos-da-escola_1022112.htm#term=professor&page=2&position https://br.freepik.com/vetores-gratis/coleta-de-elementos-da-escola_1022112.htm#term=professor&page=2&position 39 éticos e democráticos, educar a ouvir, analisar, questionar, opinar, entender, decidir, resolver questões problemas de maneira mais geral, a ser solidário e participativo e ir a busca de seus objetivos. Ví deo Assista ao vídeo do professor José Pacheco, publicado em janeiro de 2012, que apresenta um projeto inovador para a educação: Fazer a Ponte. De projeção internacional, traz elementos de organização pedagógica, comunitária e administrativa, na proposta de formar cidadãos cada vez mais cultos, autônomos, solidários e democraticamente comprometidos com a construção de um novo projeto de sociedade. Pelo desenvolvimento dessa proposta, Pacheco recebeu, em 1977, o prêmio "Experiências Inovadoras no Ensino". Assista ao vídeo no link: https://www.youtube.com/watch?v=reOEnY8jkjo 4.2 O papel dos profissionais da educação Os trabalhadores da educação têm sido apontados como responsáveis pelo fracasso escolar, porém, se observado por outro ângulo, poderá se perceber que a situação objetiva de trabalho dessas pessoas – professores e professoras, funcionárias e funcionários das escolas – tem sido realizado, muitas vezes em condições precárias, desvio e fragmentação das suas atividades, além de desvalorização das categorias. Mesmo com esse cenário, cada vez mais se requer desses profissionais uma ação multifuncional frente ao panorama mais complexo das relações sociais, trabalhistas e culturais. Historicamente, no Brasil, os processos de formação e capacitação dos trabalhadores em educação não tem sido suficiente para dar conta das numeras realidades que o sistema educativo do país tem. Em sua maioria, a formação inicial é deficiente, os salários são baixos e as escolas, especialmente as públicas, em sua maioria não possuem condições físicas e de recursos para a realização eficiente do trabalho. https://www.youtube.com/watch?v=reOEnY8jkjo 40 Nesse sentido é necessário que haja vontade e luta política para que se possa pensar em reverter essa situação. Além disso, os trabalhadores da educação sofrem com o pouco prestígio social, colocando em questão a formação, a prática, a eficiência, a identidade a classe e a categoria, de maneira geral. Essas questões nos remetem à necessidade de articulação dos processos de gestão com as condições objetivas em que se realiza a ação pedagógica, como já estudado. Ainda, é preciso condições de formação e profissionalização dos professores e dos funcionários. Nessa perspectiva, os trabalhadores e as trabalhadoras em educação vêm se esforçando pela criação de mecanismos de participação e democratização da gestão escolar. Ao pensar a democratização da gestão, precisa-se considerar em que condições tais profissionais realizaram os processos de trabalho e as ações pedagógicas. Dessa forma, já estudamos que é preciso entender a gestão como um espaço de construção política, e que vai além das questões puramente administrativas e, portanto, torna-se necessário englobar as condições objetivas dos profissionais que atuam no dia a dia dos processos de ensino-aprendizagem, de democratização da gestão e de escolha dos dirigentes escolares. É fundamental fortalecer o processo de participação dos diferentes segmentos na escola, destacando a atuação dos trabalhadores em educação por meio da compreensão e discussão do seu papel social e dos processos de trabalho que ocorrem em seus espaços. 4.3 Trabalho pedagógico do Orientador A Orientação Educacional é: Um sistema em que se dá através da relação de ajuda entre Orientador, aluno e demais segmentos da escola; resultado de uma relação entre pessoas, realizada de maneira organizada que acaba por despertar no educando oportunidades para amadurecer, fazer escolhas, se auto conhecer e assumir responsabilidades (MARTINS, 1984, p. 97). A Orientação Educacional deve ser um processo realizado de maneira organizada e permanente dentro da escola, buscando a formação integral dos 41 estudantes, através das aprendizagens e conhecimentos obtidos na escola através de métodos e técnicas cientificas. Saiba Mais Leia a reportagem Orientador Educacional: o mediador da escola da Revista Nova Escola, de Daniele Almeida. Disponível no link: https://novaescola.org.br/conteudo/450/mediador-escola Pensando nas transformações que as sociedades e as escolas vêm passando ao longo dos tempos, o trabalho de Orientação precisou adaptar-se as mudanças e necessidades dessa nova sociedade. Nos dias de hoje, é importante que o orientador busque conhecer as realidades nas quais estão inseridos, tanto a escola, quanto os estudantes e suas famílias, levando em consideração caraterísticas e vivencias que compõe essas realidades, já que os processos de ensino aprendizagem passam a acontecer em diversos campus e com influência dos meios de comunicação. Podemos citar as transformações na profissão, pensando a partir da legislação, em uma linha do tempo: Período implementar: de 1920 a 1941 - associado à Orientação Profissional, prevalecendo a escolha profissional; Período Institucional: de 1942 a 1961 - exigência legal da Organização Educacional nos estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação; Período Transformador: de 1961 a 1970 - a Orientação Educacional é caracterizada como educativa, ressaltando a formação do orientador e fixando Diretrizes e Bases da Educação Nacional; https://novaescola.org.br/conteudo/450/mediador-escola 42 Período Disciplinador: de 1971 a 1980 - a Orientação Educacional se torna obrigatória nas escolas, incluindo aconselhamento educacional; Período Questionador: de 1980 a 1990 - o Orientador Educacional discute suas práticas, seus valores, a questão do aluno trabalhador, enfim sua realidade no meio social; Período Orientador: a partir de 1990 - a Orientador Educacional volta-se para a "construção" do cidadão comprometido com seu tempo e com sua gente, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através de diálogo. Já na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB 9394/96, a Orientação Educacional é citada, apenas no artigo 64: Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (BRASIL, 1996) As escolas enfrentam muitos problemas, tais como a indisciplina, os conflitos familiares, auxílio aos professores e professoras para lidar com os estudantes que chegam com diferentes problemas e conflitos, além das dificuldades de aprendizagem, e nesse sentido, cada dia mais o Orientador Educacional está sendo requisitado e seu papel tem muita importância no ambiente escolar. Sendo assim, ele precisa trabalhar sempre buscando um desenvolvimento integral dos estudantes, atuando como mediador entre os professores, funcionários, estudantes e sociedade, promovendouma melhor convivência dentro e fora da escola. 43 Converse Com Seus Colegas O Orientador Educacional é um profissional que participa de todos os momentos coletivos da escola, na definição de seus rumos, na elaboração e na avaliação de sua proposta pedagógica, nas reuniões do Conselho de Classe, oferecendo subsídios para uma melhor avaliação do processo educacional. De que maneira ele pode realizar esse trabalho na escola atual? O Orientador Educacional tem uma grande importância para todos os processos educacionais, conforme ilustração abaixo: Fonte: Elaborado pelo autor e adaptado pelo DI (2018). Para que o Orientador Educacional consiga realizar seu trabalho de maneira plena, o profissional que ocupa essa posição na escola não deve ficar o tempo todo dentro de sua sala, apenas recebendo os estudantes que por algum motivo tenham que sair de suas salas de aula por motivos de disciplina, ele só vai conseguir saber o que está acontecendo na escola se entender as 44 suas funções e quais são os comportamentos destes estudantes que circulam pelo ambiente escolar, para que assim possa propor encaminhamentos adequados para cada tipo de situação. Podemos enumerar algumas atividades das quais os Orientadores Educacionais devem se ocupar: Orienta os alunos em seu desenvolvimento pessoal, preocupando- se com a formação de seus valores, atitudes, emoções e sentimentos; Orienta, ouve e dialoga com alunos, professores, gestores e com a comunidade; Participa da organização e da realização do projeto político- pedagógico e da proposta pedagógica da escola; Ajuda o professor a compreender o comportamento dos alunos e a agir de maneira adequada em relação a eles; Ajuda o professor a lidar com as dificuldades de aprendizagem dos alunos; Medeia conflitos entre alunos, professores e outros membros da comunidade; Conhece a legislação educacional do país; Circula pela escola e convive com os estudantes. A Orientação Educacional na atualidade, caminha para a busca da totalidade dos estudantes, preocupando-se com a ampliação do conhecimento do educando como pessoa, construindo sua personalidade e participando consciente e ativamente de sua própria história de vida, valorizando a realidade de cada aluno. 45 Resumo da aula 4 Nesta aula estudou-se o papel do Orientador Pedagógico e sua função dentro das escolas para estabelecer relações harmônicas e coerentes com os processos de ensino aprendizagem dos estudantes, bem como com as premissas da educação e gestão democráticas. Atividade de Aprendizagem Sabemos o quanto é importante que o orientador educacional caminhe ao lado de seus alunos, acompanhando seu processo de ensino aprendizagem. Partindo desta informação, no que implica esse "caminhar ao lado” do aluno? 46 Resumo da disciplina Nesta disciplina houve a oportunidade de repensar os sistemas educacionais e a escola como lugar de participação democrática que pode ser exercitada principalmente a partir de uma gestão que tenha esse conceito como premissa. Estudou-se a construção de documentos que compõe a cultura escolar e que organizam as práticas metodológicas e de avaliação dos processos de ensino e aprendizagem que busquem o sucesso das atividades e propostas pedagógicas, com isso, por fim, estudou-se ainda o papel dos trabalhadores em educação na consolidação desses processos democráticos e o papel do Orientador educacional como um importante ator que estabelece as relações dialógicas dentro da escola, relacionando e considerando aspectos globais dos indivíduos. 47 Bibliografia ARAUJO, Adilson César. Gestão democrática da educação: a posição dos docentes. 2000. 220 f. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília. AZEVEDO, José Cloves de. Escola cidadã: desafios, diálogos e travessias. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. BRASIL. Lei n.9.394/96, de 20.12.1996. Estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília: Gráfica do Senado, v. 134, n.1.248, p.27.833-27.841, 23 dez. 1996. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm Acesso em: janeiro de 2018. BORDIGNON, Genuíno; GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão da Educação: o município e a escola. In: FERREIRA, Naura; AGUIAR, Márcia (orgs.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro/RJ, 1998. FRIGOTTO, G. (Org.). Educação e crise do trabalho: perspectivas de final de século. 9 ed. São Paulo: Vozes, 2008. 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