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Fisiologia - Aula 2 - Prof Adriana - Ketlyn L A Bueno 1 CONTRAÇÃO MUSCULAR Músculo Estriado Esquelético - Potencial de ação em um motoneurônio: • Neurônio que faz sinapse com um músculo. • Com músculo esquelético é chamado de placa motora. • O encontro desses 2 é chamado de junção neu- romuscular. • O potencial de ação caminha pelo neurônio motor até o terminal axônico, abre canais de cálcio voltagem dependentes, Ca entre na cé- lula, faz com que as vesículas se fundam com a membrana do axônio (exocitose), abrindo as vesículas e liberando os neurotransmissores na fenda sináptica, que serão capta- dos por recepto- res nicotínico, de acetilcolina (tam- bém há o muscalí- nico, é metabo- trópico, presente no músculo cardí- aco e liso), nos músculos. - Contração e relaxamento: • Após a chegada do neurotransmissor e intera- ção com o receptor nicotínico. • Contração: abre canais iônicos, permitindo a entrada de Na (em maior quantidade) e saída de K, por essa diferença de concentração ocorre uma despolarização, que caminha na mem- brana pelos túbulos T, que possuem um recep- tor DHP que faz comunicação com o retículo sarcoplasmático (onde estão os íons Ca), com o contato do potencial de ação nesse receptor, é aberto os canais de cálcio do retículo, liberando ele para o citoplasma da célula. Esse Ca se une a troponina (que possui 4 sítios de ligação), promovendo uma mudança de conformação da tropomiosina, expondo o sítio de ligação da ac- tina para a miosina, fazendo a ligação entre elas, assim a miosina desliza em direção a linha M, fazendo a contração muscular. Para fazer a liga- ção entre actina e miosina gasta-se ATP. • Relaxamento: enquanto houver Ca no cito- plasma e ATP, a contração continuará ocor- rendo. Então, quando os níveis de Ca forem re- duzidos no citoplasma a contração será inter- rompida, isso acontece quando há um bombe- amento ativo do Ca para dentro do retículo. Logo após o Ca ser liberado para o citoplasma ele já é bombeado para dentro do retículo no- vamente, voltando a concentração de repouso e encerrando a contração. - Contração focada nas posições da cabeça da mio- sina: • Estado de rigidez: está ancorada na actina, mas sem a presença de ATP, ela não muda de conformação. Ocorre, por exemplo, após a morte, já que não há ATP, chamado de rigor mortis. Mas, nos seres vivos sempre terá um ATP para ligar na miosina, que imediatamente já é quebrado em ADP + P, liberando energia, já que nesse local há uma atpase, modificando a posição da cabeça da miosina. • Estado relaxado: posição de repouso, ocorre quando o ATP quebrado ainda está ligado à mi- osina. • Estado de força de contração: pela mudança da tropomiosina, que expõe o sítio da actina, a miosina se liga de fato a ela, promovendo o deslizamento da actina, após a liberação do P. Após o final da força de contração, a miosina libera o ADP e volta ao estado de rigidez (mas rapidamente porque logo se liga outro ATP, deixando-a em estado de relaxamento, se o Ca Fisiologia - Aula 2 - Prof Adriana - Ketlyn L A Bueno 2 não for liberado novamente no citoplasma). - Quantidade de potenciais de ação: • 1 potencial de ação gera uma contração e já di- minui ao nível inicial novamente. • Vários potenciais de ação, gera um conjunto de contrações sem o relaxamento completo, cha- mando de tetania incompleta (porque o mús- culo inicia o relaxamento, mas não faz por in- teiro), mas acontece sempre pelo aumento e di- minuição do nível de Ca. • Com uma sequência de potenciais de ação muito próximas, a concentração do Ca não tem tempo de diminuir (voltar para o retículo), en- tão o músculo permanece contraído, sem iniciar nenhum relaxamento, chamado de tetania completa, até o Ca diminuir e o relaxamento ini- ciar. * o período refratário absoluto na fibra muscular é o pe- ríodo latente (período necessário para a célula desenca- dear um potencial de ação, que levará a abertura dos canais de cálcio, que se ligará na troponina, para então iniciar a contração, sendo só nesse período que o mús- culo não pode receber outro estímulo), além de não ocorrer hiperpolarização. * se receber um estímulo antes do relaxamento acabar, tem-se a formação de uma tetania (pode ocorrer por- que o período refratário termina antes do músculo ini- ciar a contração). - Regulação da força de concentração: • Pelo comprimento inicial do sarcômero: - O tamanho do sarcômero reflete na tensão desenvolvida pelo músculo. - A tensão aumenta conforme a interação entre a actina e a miosina aumentam, sendo que nesse ponto central, essa interação é máxima (quantidade de pontes cruzadas). Então, em qualquer outra conformação, maior ou menor, a quantidade de pontes cruzadas é menor, en- tão a tensão será menor (há um tamanho ideal). * tensão é proporcional ao número de pontes cruzadas formadas entre os filamentos grosso e fino. • Pela somação de contrações musculares: - Abalos únicos são quando há contração e re- laxamento total. - Na somação, é quando o músculo começa a relaxar e já recebe outra contração, chamada de tetania. - Mecanismo do movimento corporal: • Força para gerar movimento: na contração isotônica, o músculo faz uma força que é neces- sária para mover a carga, havendo um movi- mento. • Força sem gerar movimento: na contração isométrica, o músculo permanece de mesmo tamanho, já que a força gerada pela contração não foi o suficiente para mover a carga. * a contração sem mudança de comprimento só ocorre em função da presença de elementos Fisiologia - Aula 2 - Prof Adriana - Ketlyn L A Bueno 3 elásticos nas extremidades dos sarcômeros, en- tão esses elementos elásticos esticam e a actina e miosina interagem, gerando força, mas não o suficiente para mover a carga, já que a diminui- ção é mínima. - Doenças neuromusculares: • Neurogênicas: envolve os neurônios. • Miopatias: envolve as fibras musculares. - Myasthenia gravis: é autoimune, redução do número de receptores no músculo, diminuição da capacidade ligante aos receptores de acetil- colina, fraqueza muscular nos músculos crania- nos. - Distrofia muscular de Duchenne: fator reces- sivo ligado ao X, ausência da proteína distrofin, fraqueza muscular nas pernas e leva a morte por volta dos 30 anos. - Poliomielite: destrói axônios motores. - Drogas que atuam sobre a transmissão: • Que reforçam a transmissão na junção neu- romuscular: - Substâncias com ação semelhante à acetilco- lina. - Substâncias que inativam a acettilcolineste- rase. • Que bloqueiam a transmissão na junção neu- romuscular: - Substâncias que bloqueiam a ação da acetil- colina. Músculo Liso • Presentes nas vísceras. - Diferenças entre a contração do músculo liso e es- triado esquelético: • O músculo liso não apresenta sarcômero orga- nizado, troponina e linhas Z. • Possuem corpos densos que apoiam os fila- mentos contráteis (actina e miosina), que fazem com que na contração o músculo diminua por inteiro. • Possui relativamente pouco retículo sarco- plasmático: o cálcio contido nele não é sufici- ente para a contração, sendo necessária a sua vinda do meio extracelular. - Contração e relaxamento: • A regulação da contração é realizada através da miosina atpase. • Contração: quando o músculo recebe um po- tencial de ação, ele abre canais de cálcio volta- gem dependentes, que liberam a entrada de Ca do meio extracelular e de dentro do retículo. Então o Ca se liga a proteína calmodulina (CaM), esses dois ativam a enzima miosina cinase de cadeia leve (MCCL), que fosforila a miosina (gasto de ATP), que deslizará na actina, promo- vendo a contração. • Relaxamento: a enzima fosfatase retira o P da miosina, que se desliga da actina. A fosfatase é ativada quando o Ca é retirado da CaM, atravésda redução de Ca no meio intracelular (volta para suas origens, também por antiporte Na/Ca), a custas de ATP. Fisiologia - Aula 2 - Prof Adriana - Ketlyn L A Bueno 4 - Disposição das células do músculo liso: * músculo liso é inervado pelo sistema nervoso autô- nomo. Neles há terminações nervosas liberando neuro- transmissores, pelas varicosidades (alargamentos em sua extensão). Há inúmeros hormônios que atuam in- centivando ou inibindo as contrações musculares. • Unitário: nesse tipo, os estímulos são liberados na superfície, mas como as células se ligam umas às outras por junções comunicantes do tipo GAP, a corrente gerada é transmitida para as demais células, então elas contraem-se como se fossem uma só e relativamente ao mesmo tempo. É a maioria dos órgãos de muscu- latura lisa. • Multiunitário: as cé- lulas são separadas entre as terminações nervosas, havendo uma ativação seletiva de fibras musculares individuais. Presentes na musculatura dos olhos e no útero (que modifica-se próximo ao parto). - Tipos de potenciais de ação no músculo liso: • Potencial menos negativo do que do músculo esquelético e neurônio. • O gráfico azul, de ondas lentas, ocorre no trato gastrointestinal. Já o amarelo, de durabi- lidade maior e forma parecida com a do músculo cardí- aco, ocorre em ór- gãos que possuem uma contração que se mantém, como a bexiga urinária.
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