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CARLOS ANDRÉ EDUCAÇÃO – ESCOLA DE REDAÇÃO ALUNO: ________________________________________________________________ DATA: ______/_____/____ ANTROPOLOGIA É o estado do homem como ser biológico, social e cultural; abrange várias áreas de estudo para que se possa ter um amplo conhecimento da diversidade cultural e do ser humano. ¨ Os aspectos genéticos e biológicos do homem são alvos de estudo da antropologia biológica. ¨ A antropologia social se dedica ao estudo de organizações sociais e políticas, instituições sociais e parentescos. ¨ As formas, condições de vida e as culturas do passado humano a partir da análise dos vestígios e restos materiais deixados pelos povos que habitaram a Terra é o que estuda a arqueologia. ANTROPOLOGIA CULTURAL É o estudo de sociedades humanas contemporâneas. É o conjunto de bens simbólicos compartilhados, apreendidos, integrado e adaptável de crenças, comportamentos, atitudes, valores e ideais comuns a um grupo específico. ¨ A clássica definição de Taylor (1871) – Cultura é um conjunto complexo que inclui conhecimento, crença, arte, lei, moral, costumes e demais capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade. ¨ Definição contemporânea - Comportamentos e crenças aprendidos (valores, hábitos, ideais, etc) e compartilhados por membros da sociedade. ¨ Características da cultura - Compartilhada - O conhecimento cultural é partilhado pelo grupo: não é um fenômeno individual. - Apreendida – É apreendida, constantemente, a partir de outros membros dessa cultura. - Simbólica – Compartilhada por meio de significados simbólicos, tais como idioma e arte. - Integrada – A cultura no conjunto abrange a inter-relação de partes desiguais. - Dinâmica – Em constante transformação; as características do grupo se modificam na medida em que as antigas peculiaridades são substituídas por outras novas, mostrando-se mais eficazes para tratar velhos problemas. ¨ Pesquisa de campo – Método de pesquisa utilizado para conhecer seres humanos através de observações de primeira mão em seu ambiente cultural natural. ¨ Observação participativa – Técnica de pesquisa de campo em que o antropólogo vive e trabalha com o povo de uma cultura, por um longo período, ao menos por um ano. ¨ Etnocentrismo – Visão ou avaliação que um indivíduo ou grupo social faz de outro levando em consideração os próprios valores culturais; preferivelmente, os comportamentos devem ser compreendidos em seu próprio contexto cultural. Conjunto completo de sons e palavras que a cultura usa para transmitir significados. A linguagem deve obedecer regras de gramática e sintaxe de maneira que transmita o significado pretendido. ¨ Linguística – Estudo científico da linguagem. ¨ Linguística estrutural – Análise da estrutura de uma língua. ¨ Fonética – Estudo da maneira pela qual os sons falados são produzidos, transmitidos e recebidos. ¨ Fonemas – As menores unidades e som que podem afetar o sentido da língua falada. ¨ Morfemas - As menores unidades de som que podem conter significados (por exemplo, palavras, sufixos, etc) ¨ Morfologia – Estudo da maneira em que os sons são organizados para criar unidades de significados. ¨ Sintaxe - Regras seguidas na criação de frases e sentenças. ¨ Gramática – Estrutura formal que impõe a sintaxe e as sutilezas dos fonemas. ¨ Paralinguística – Estudo dos sons, ruídos e partes da fala que trabalham com a linguagem para abranger a comunicação (por exemplo, intensidade, velocidade, tom, etc). ¨ Hipótese de Sapir-Whorf – Proposta por Edward Sapir em 1929, e elaborada por Benjamin Whorf nos anos subsequentes; argumenta que as línguas predispõem seus falantes nativos a compreender o mundo ditado pela estrutura da língua. ¨ Etnolinguística - Estudo da inter-relação entre linguagem e cultura. ¨ Sociolinguística – Estudo do uso da língua em seu contexto social. ¨ Glotocronologia – Método de datação da divergência histórica de línguas relacionadas pela comparação e mensuração de mudanças em seus vocabulários básicos. CULTURA LINGUAGEM Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 2 Processo ocorrido quando duas culturas distintas ou parecidas se interagem formando uma nova cultura diferente, que apresentará traços da cultura inicial e da cultura absorvida. ¨ Personalidade – O conjunto de pensamentos, sentimentos e ações que definem um indivíduo. ¨ Formação de dependência – A educação da criança treina a promoção da dependência e da submissão nas tarefas determinadas. ¨ Formação de independência - A educação da criança treina a independência, a autoconfiança e a necessidade de realização pessoal. ¨ Personalidade grupal - Estudos realizados nas décadas de 1930 e 1940; procuravam determinar os padrões psicológicos dominantes de vários grupos culturais. - Personalidade modal – O mais frequente tipo de personalidade presente em um grupo. - Caráter nacional – Orientação psicológica dominante encontrada entre as pessoas de uma nação. - Valores essenciais – Os valores de significado fundamental para uma cultura específica. A maneira pela qual um grupo obtém seu alimento. ¨ Adaptação – Processo pelo qual os organismos se modificam baseados em suas interações com o meio ambiente. ¨ Forrageio – Também conhecido como caça e coleta; é o sustento por meio de plantas e animais que ocorrem naturalmente em um ambiente. ¨ Pastoreio - Subsistência baseada na criação de rebanho (bois, carneiros, cabras, etc.) ¨ Horticultura – Cultivo em pequena escala utilizando ferramentas e técnicas simples como corte e queima. ¨ Agricultura – Cultivo em grande escala, usando ferramentas e técnicas mais complexas; depende do cultivo permanente dos campos, do uso de utensílios como o arado puxado por animais, e de tecnologias como a da irrigação. Grupo familiar que mora junto e inclui ao menos um dos pais e um filho. ¨ Família nuclear – A organização familiar composta, geralmente, de marido e mulher e/ou filhos dependentes que vivem em uma única moradia. ¨ Família ampliada – Grupo de famílias nucleares ligadas pelo sangue e que vivem na mesma moradia. ¨ Tipos ou padrões de moradia - Bilocalidade – Casal que mora com os pais do marido ou da mulher. - Avunculocalidade – Casal que mora com o tio da mulher. - Matrilocalidade – Casal que vive com os parentes da mulher ou perto deles. - Neolocalidade – Marido e mulher fixam residência em qualquer lugar, sem levar em conta a localização dos parentes de ambos. - Patrilocalidade – Casal vive com parentes do marido ou perto deles. ¨ Parentesco – Relacionamento entre membros de um grupo social unidos tanto por sangue como pelo casamento. - Descendência uninuclear (também conhecida como unilateral) – Determina a descendência exclusivamente através da linhagem materna ou da paterna. - Descendência ambilinear – Estabelecida igualmente pela linhagem materna ou paterna. - Descendência bilateral – Determinada por meio tanto da linhagem materna como pela paterna. - Descendência matrilinear – Determinada apenas pela linhagem materna. - Descendência patrilinear – Determinada apenas pela linhagem paterna. - Linhagem – O conjunto de parentes geneticamente ligados por um ancestral comum que determina sua descendência por conexões estabelecidas através de linhagens masculinas ou femininas. - Clã – É o conjunto de parentes que acreditam estar unidos geneticamente mas que não podem traçar sua descendência através de ligações conhecidas; a maior parte dos clãs é criada por diversas linhagens. - Fratria – Um grupo de descendência criado ao menos por dois clãs que acreditam ter um ancestral em comum. - Dualista (ou metade tribal) – Grupo unilinear de descendentesexógamos encontrado numa organização social dual. Terminologia dos sistemas de parentesco ¨ Sistema esquimó (também conhecido como sistema linear) – Situações específicas são determinadas para a família nuclear, sendo que todos os outros parentes são incluídos nas categorias “tia” e “tio”, ou “primo” e “prima”. ¨ Sistema havaiano – Parentes do mesmo sexo e geração são designados pelo mesmo termo. ¨ Sistema iroquês – O pai e o irmão do pai são mencionados pelo mesmo termo, assim como a mãe e a irmã da mãe; mas, à irmã do pai e ao irmão da mãe são dados nomes diferentes. Além do sexo e da geração, faz distinção igualmente entre irmãos de sexos opostos na geração parental. ¨ Sistema crow (ou corvo) – Um sistema matrilinear com algumas características de um sistema iroquês, mas com um enviesamento da característica em que a geração é congelada para alguns parentes. ¨ Sistema Omaha – semelhante ao sistema crow, mas é patrilinear. ¨ Sistema sudanês ou descritivo – O pai, o irmão do pai e o irmão da mãe se distinguem entre si, assim como a mãe, a irmã da mãe e a irmã do pai; primos cruzados e paralelos igualmente se diferenciam dos irmãos. ACULTURAÇÃO SUBSISTÊNCIA FAMÍLIA E PARENTESCO Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 3 União sexual e econômica socialmente aceitável entre indivíduos de uma sociedade. ¨ Gênero – Diferenças entre homens e mulheres baseadas em experiências e expectativas; classifica um indivíduo em masculino ou feminino. ¨ Tabu do incesto – Proibição de relações sexuais entre indivíduos aparentados. ¨ Afim – Parente obtido através de casamento. ¨ Cosanguíneo – Parente biológico ou “de sangue”. ¨ Endogamia – Casamento dentro de um grupo social, como um agrupamento familiar, uma casta, etc. ¨ Exogamia – Casamento fora do grupo social ¨ Monogamia – Duas pessoas se unem e não têm outros cônjuges; o casamento em série ocorre quando a norma é a monogamia, mas são comuns os divórcios e recasamentos. ¨ Poligamia – Homens e mulheres têm mais de um cônjuge. ¨ Poliginia – Permite ao homem ter mais de uma esposa. ¨ Poliandria - Permite à mulher ter mais de um marido; a forma mais comum é a poliandria fraterna, em que a mulher se casa com um grupo formado por irmãos. ¨ Troca – Formalização de um casamento por permuta econômica. - Dote – Casamento por troca, na qual os parentes da noiva oferece bens ao noivo ou aos parentes dele. - Preço ou compra da noiva – Troca matrimonial na qual os parentes do noivo oferecem bens à noiva ou à família dela. Grupos ou associações de indivíduos não baseados em relações familiares. ¨ Associação por sexo - Grupo de pessoas organizadas com base no sexo. ¨ Faixa etária – Grupo de pessoas organizadas com base na idade; em geral, grupos de idade similar reunidos em conjuntos de pessoas que se deslocam juntas em uma série de faixas etárias ao longo da vida. ¨ Associações por interesses em comum – Surge quando aqueles que têm interesses comuns se reúnem; algumas vezes ser um membro é exigência legal, como acontece em alguns projetos ou em sindicatos. ¨ Classe – Categoria social cujos membros são considerados relativamente iguais tomando por base o sistema de avaliação predominante. ¨ Casta – Grupo no qual seus membros são assim considerados por nascimento e casamento ditado por endogamia (casamento entre pessoas do grupo). Estudo dos sistemas de produção, distribuição e troca, geradas dentro da economia de um determinado país. ¨ Produção – Desenvolvimento ou criação de bens ou serviços. ¨ Distribuição – Processo de troca de bens produzidos por consumo; de acordo com o economista Karl Polanyi, a distribuição ocorre de acordo com um dos três tipos de sistema que seguem. - Reciprocidade – Itens de valor aproximadamente iguais são trocados sem o uso de dinheiro. Pode ser de três tipos: • reciprocidade generalizada – não são especificados nem o valor do bem e nem uma tabela de reembolso; • reciprocidade equilibrada – tanto o valor do bem quanto as tabelas de reembolso são especificados; • reciprocidade negativa – aquele que oferece os bens espera obter uma vantagem na troca. - Redistribuição – Processo de troca em que os bens são direcionados para um centro econômico para ser organizado, contado e redistribuído. - Mercado de trocas - O valor do bem ou serviço é determinado pela oferta e procura, e o meio de troca é algo simbólico, como o dinheiro. ¨ Troca – Compra e venda, ou comércio, de bens ou serviços. ¨ Formalismo – Escola de pensamento que sustenta que a teoria econômica é válida na comparação de culturas. ¨ Substantivismo – Escola de pensamento que defende a compreensão da atividade econômica em seu contexto cultural específico. CASAMENTO GRUPOS NÃO FAMILIARES ATIVIDADE ECONÔMICA Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 4 ¨ Mecanismos de nivelamento – Costumes que, de certa forma, mantêm a riqueza distribuída de maneira igual. Expressão das habilidades criativas humanas, na forma verbal, ornamental, musical ou pictórica, que expressam as emoções, a história, os sentimentos e a cultura dos indivíduos. ¨ Folclore – Expressão da cultura popular constituída de costumes e tradições transmitidos de geração para geração. ¨ Mito – É uma narrativa passada de geração em geração, que geralmente remonta a tempos imemoriais. Narra, entre outros aspectos, a criação do mundo, tentando explicar a relação sagrada ou não dos fenômenos da natureza. ¨ Lendas – Narrativas épicas contadas como se fossem verdade. ¨ Narrativa – Histórias criadas ou melhoradas para entretenimento. ¨ Etnomusicologia – Análise da música como um aspecto cultural. VOCÊ SABIA? A música é um aspecto importante de diversas culturas. Maneira da sociedade se organizar em torno de questões políticas, econômicas, sociais, educacionais, culturais entre outras. ¨ Bando – Um pequeno grupo de pessoas com uma divisão de trabalho baseada na idade e no sexo, com relações sociais baseadas no igualitarismo; encontra-se entre os povos coletores. ¨ Tribo – Variedade de grupos relativamente independentes unidos por uma cultura e língua comuns; geralmente maiores do que os bandos; pode ter um chefe que fale pelo grupo, mas as relações sociais ainda são igualitárias, com o trabalho dividido de acordo com sexo e idade; tipicamente encontrado entre agricultores e pastores. ¨ Chefia – Muitas comunidades individuais são hierarquicamente agrupadas sob as ordens de um chefe centralizado. ¨ Estado – Sistema político centralizado encontrado nas sociedades grandes e complexas; tem o poder de coagir seus membros a manter a hierarquia imposta pela elite da classe dirigente por meio de leis e sanções físicas. ¨ Controles – Costumes e práticas que regulamentam o comportamento social. - Controles internos – Os membros da sociedade são pessoalmente responsáveis por suas ações, isto é, os indivíduos agem de acordo com suas concepções culturais daquilo que é adequado, direito e correto; muitas vezes se baseia na crença em forças superiores que podem infligir punições por ações impróprias. - Controles externos (também conhecidos como sanções) – Instituições sociais impõem normas e ordens sociais, tais como tribunais, polícia e conselho de anciães. ¨ Lei – Regras formais ou sanções que fornecem as bases para determinar a culpa, assim como os meios ou tipos de punição. Sistema de crença que postula a relação do ser humano com o sobrenatural. ¨ Animismo – Crença primitiva na qual todos os elementos da natureza são impelidos por seres espirituais, ou seja, têm alma. ¨ Animatismo – Crença na existência de forças sobrenaturais impessoais. ¨ Sacerdoteou sacerdotisa – Membro de uma cultura que, o tempo todo, serve como autoridade religiosa. ¨ Xamã – Membro de uma cultura que serve, mas não o tempo todo, como uma autoridade religiosa; acredita-se que ele tenha a capacidade de se comunicar diretamente com os seres e poderes sobrenaturais. ¨ Ritual – Atos padronizados realizados com o intento de acionar o mundo espiritual. - Ritos de passagem – Realizados em estágios específicos do ciclo da vida para marcar mudanças de status importantes, como nascimento, casamento e morte. - Ritos de intensificação – Realizados para recuperar a coesão do grupo antes ou durante uma crise ou possibilidade de crise. - Ritos de reversão - Permite a inversão de papéis habituais e obrigações dos indivíduos. ¨ Magia – Praticada por indivíduo tido como alguém capaz de manipular psiquicamente o mundo natural e também o sobrenatural. ¨ Feitiçaria – Praticada por indivíduo tido como possuidor de um poder psíquico, frequentemente inconsciente, capaz de causar mal ou doença nos outros; a bruxaria é associada com a tentativa consciente de afetar, de forma prejudicial, um indivíduo ou grupo. ¨ Movimento de revitalização – Movimento social, geralmente religioso, organizado para restaurar a cultura a seu estado anterior, supostamente mais desejável. ARTE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA RELIGIÃO Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 5 Todas as culturas passam por mudanças ao longo do tempo, dependendo de circunstâncias articularizadas. Mudanças no ambiente, no contato com estrangeiros, e até mesmo modificações culturais impostas internamente, podem levar a uma transformação cultural. ¨ Inovação – Utilização de elementos culturais existentes de uma forma nova. ¨ Invenção – Princípio, ferramenta ou prática que possibilita a solução de problemas velhos e/ou novos. ¨ Difusão – Expansão de traços culturais através de comércio, migração e empréstimo; frequentemente leva à mudança cultural, porque os antigos traços são substituídos por aqueles recentemente difundidos. ¨ Perda cultural - Em geral, as inovações levam à perda das mais antigas; isso pode levar à perda de toda cultura, uma vez que institutos interdependentes são modificados ou abandonados. ¨ Aculturação – Adaptação forçada resultante de contato contínuo com outras culturas. ¨ Modernização – Mudança cultural experimentada por sociedades em transição para um estilo de vida mais ocidentalizado, industrializado. ANTROPOLOGIA BIOLÓGICA É o estudo do aspecto biológico dos humanos e de seus antepassados, incluindo biologia molecular e genética, primatologia, paleoantropologia. ¨ É o pai da genética. ¨ Era frade da Ordem de Santo Agostinho. ¨ Pesquisou a hereditariedade em ervilhas. ¨ Desenvolveu as pesquisas entre 1856 e 1866. ¨ Definiu a unidade hereditária (gene) como tendo uma natureza discreta. ¨ Seu trabalho foi publicado em 1866, mas só foi reconhecido em 1900. A TEORIA ¨ Descreve características que se manifestam através de um único gene (unidade hereditária), uma seção do DNA que codifica um caráter particular. ¨ Um gene ocupa um lugar definido (lótus) no cromossomo. Os genes que ocupam o mesmo lócus gênico são chamados de genes alelos. Os genes alelos não são necessariamente idênticos. ¨ O genótipo é o conjunto de genes de um indivíduo. ¨ O fenótipo é a expressão observável de um genótipo como um caractere morfológico, bioquímico ou molecular. - Homozigoto – Os genes alelos são idênticos para um determinado caractere. - Heterozigoto – Os genes alelos são diferentes para um determinado caractere. ¨ Um gene pode ser dominante ou recessivo. - Genes dominantes – Quando presentes, sempre manifestam a característica que condicionam. - Genes recessivos – Expressam a característica quando ocorrem em dose dupla. PRINCIPIOS DA GENÉTICA MENDELIANA ¨ Princípio da segregação – Na formação dos gametas os cromossomos homólogos se separam, assim cada gameta contém genes provenientes do par original. ¨ Princípio da diversidade – A distribuição aleatória de cada par de alelos independe da distribuição de outros pares. TRAÇOS COMPLEXOS ¨ A maior parte dos caracteres complexos é afetada por múltiplos fatores genéticos e ambientais. ¨ Traços poligênicos – Dependem da ação de mais de um gene. MUTAÇÃO ¨ Qualquer mudança em um gene passível de ser herdado. ¨ O mecanismo básico da evolução. DNA – O CÓDIGO GENÉTICO ¨ 1869 – Descoberta do DNA, sigla em inglês para o ácido desoxirribonucleico. ¨ Década de 1920 – Demonstração de que o DNA está presente nos cromossomos. ¨ 1944 – Primeira evidência de que o DNA é o material genético de um organismo. ¨ 1953 – James Watson e Francis Crick descobriram a estrutura tridimensional do DNA. MUDANÇA CULTURAL GENÉTICA MEDELIANA BIOLOGIA MOLECULAR E GENÉTICA Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 6 ¨ O DNA controla a hereditariedade. - A estrutura molecular do DNA é uma hélice dupla que consiste numa sequência linear de base com pares de nucleotídeos. - Os nucleotídeos do DNA são adenina, timina, guanina e citosina. - O emparelhamento entre os nucleotídeos do DNA é complementar: adenina com tiamina, e citosina com guanina. SINTESE DE PROTEÍNAS ¨ Códigos do DNA para RNA (sigla em inglês para ácido ribonucleico) - transcrição. ¨ Códigos do RNA para as proteínas – tradução. TRANSCRIÇÃO ¨ Produção de uma fita de RNA mensageiro complementar da sequência básica numa fita de DNA. ¨ Estabelece o emparelhamento do DNA e RNA. ¨ O emparelhamento complementar especifica a sequência linear do RNA. ¨ O RNA se diferencia do DNA por ter um açúcar, a ribose, em vez da desoxirribose. ¨ O RNA contém a base uracila em vez da timina. ¨ A adenina se une com a uracila, a timina com a adenina, a guanina com a citosina, e a citosina com a guanina. TRADUÇÃO ¨ O código genético é lido como um códon, ou séries, de três bases a partir da fita de RNAm. Cada códon codifica para um único aminoácido. ¨ Cada transferência de RNA (RNAt) contém um códon complementar a uma sequência de códon no RNAm. ¨ Os aminoácidos se entrelaçam para formar uma cadeia polipeptídica; a ordem dessa cadeia é determinada pela sequência de códons contida no RNAr. ¨ Ocorre nos ribossomos, o qual contém diversos tipos de RNA ribossômicos (RNAr). MITOSE ¨ Processo em que uma única célula-mãe diploide dá origens a duas células filhas diploides, geneticamente idênticas entre si e em relação à célula de origem. ¨ Processo de fases múltiplas na qual as cromátides irmãs, que formam o cromossomo, se separam e se depositam dentro das células que começam a ser formadas. MEIOSE ¨ Uma única célula-mãe diploide dá origem a quatro células-filhas haploides, geneticamente diferentes umas das outras e também da célula de origem. ¨ Produz gametas. ¨ Processo de múltiplas fases que inclui uma possível troca de material genético entre cromossomos homólogos no processo de crossing-over. Características ¨ Visão – Os primatas dão maior ênfase à visão do que ao olfato. ¨ Olhos voltados para frente: - Visão binocular – superposição dos campos visuais de cada olho; - Visão estereoscópica (ou visão tridimensional) – é a percepção da profundidade devido à integração da informação visual no cérebro; - Visão em cores. ¨ A cabeça maior em relação ao corpo. ¨ A fêmea produz, em geral, pequenas ninhadas, de um ou dois filhotes. ¨ Aumento do investimento parental na prole. ¨ Aumento do período de desenvolvimento, tanto gestatório como no pós-natal. ¨ Apresenta meios de locomoção variados. - Quadrupedalismo arborícola – Movimenta-senas árvores com os quatro membros. - Quadrupedalismo terrestre - A locomoção se faz com os quatro membros apoiados no chão e os dedos dos membros anteriores fletidos, exercendo pressão sobre os nós dos dedos. - Habilidade de agarrar e saltar entre substratos verticais, como nos troncos das árvores. - Braquiação – Modo de locomoção arborícola em que o animal se balança de galho em galho utilizando as mãos e os braços. - Bípedalismo – Movimentação sobre uma base é feita apenas com os membros inferiores. ¨ A locomoção com os membros inferiores tende a ser dominante. ¨ Os molares não têm função específica. ¨ Cada metade da mandíbula apresenta, no máximo, dois incisivos, um canino, três pré-molares e três molares. PRIMATOLOGIA Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 7 ¨ Dedos preênseis e polegar oponível, tanto nos membros anteriores como nos posteriores. ¨ Os dedos não apresentam garras, o que propicia proteção das polpas tácteis das pontas dos dedos e facilita o ato de agarrar. ¨ Geralmente se limitam às regiões tropicais. ESTREPSIRRINOS X HAPLORRINOS ¨ Características dos estrepsirrinos: - período de desenvolvimento mais curto; - rinário úmido; - lábio superior fendido; - barra pós-orbital; ausência de fecho pós-orbital; - presença de tapetum lucidum (superfície refletora na retina); - a maior parte da espécie é noturna (ativas à noite); - osso frontal e mandíbula não fundidos; - unha afiada no segundo dedo do pé é usada para cuidar da aparência; - possui “dentes-pente”, que são incisivos achatados e parecidos com os de um pente, além de um ou dois pares de caninos curvados e voltados para trás. ¨ Características dos haplorrinos: - período prolongado de desenvolvimento; no caso dos humanos, os períodos pré e pós-natal são mais longos. - osso frontal fundido e sínfise mandibular; - fechamento pós-orbital; - incisivos verticais; - cérebro maior em relação ao tamanho do corpo; - a maioria das espécies é diurna; - comportamentos sociais mais complexos. COMPORTAMENTO E ECOLOGIA Alimentação dos primatas ¨ Tipos de dieta de acordo com a fonte principal de alimentos. - Frugívora – baseada em frutas. - Herbívora – composta de folhas e caules. - Insetivora – Insetos são a base da alimentação. - Alimentação constituída por seivas e resinas das árvores. - Gramínivora – dieta composta de sementes, ervas e grãos. ¨ Os primatas controlam agressivamente um território específico englobando diversas áreas de alimentação; um território pode fazer parte de toda a área de uso da espécie. - Área de uso – é a área dentro da qual o animal normalmente vive, ou o território total ocupado por um grupo ao longo de um ano. GRUPOS SOCIAIS DE PRIMATAS ¨ Variáveis utilizadas para definir grupos sociais: - tipo de acasalamento; - esquema de habitação do grupo; - coesão grupal no forrageio; -filopatria natal (residência permanente em grupos natais) Modelos de agrupamentos dos primatas - Modelo de defesa de recursos – Os grupos sociais intensificam o acesso aos recursos. - Modelo predatório – Os primatas vivem em grupos sociais para reduzir a vulnerabilidade face aos predadores. ORGANIZAÇÃO SOCIAL POR TIPO DE ACASALAMENTO ¨ Solitário (um adulto) - Uma única fêmea e sua prole cuja área cobre, parcialmente, a de um único macho; o macho deve ter uma área de uso que se sobreponha as áreas de uso de diversas mulheres; machos e fêmeas geralmente interagem apenas para se acasalar, a exemplo dos orangotangos e gálagos. ¨ Monogamia (um casal) – Um macho e uma fêmea adultos, mais sua prole imatura; o acasalamento é exclusividade do par formado, como acontece entre os gibões e os macacos sauás. ¨ Poliandria (uma fêmea, diversos machos) – Uma fêmea reprodutivamente ativa e dois ou mais machos reprodutivamente ativos, mais a prole; pode haver outra fêmea produtivamente ativa; no entanto, a única fêmea ativamente reproduzindo oculta sua procriação; os machos, na retaguarda, ajudam a prole. ¨ Poliginia (um macho, diversas fêmeas) – Quando nas espécies em que as mulheres deixam seu grupo natal; grandes quantidades de fêmeas se transferem; dimorfismo sexual pronunciado; por exemplo, guariba-vermelho (ou bugio), langur, babuíno-gelada, gorila. ¨ Poliginia (diversos machos, múltiplas fêmeas)—Quando maduros, um e outro se transferem para um grupo diferente; a maior parte é formada por grupos em que há vínculos entre as fêmeas, como corre com macacos, babuínos, macacos vervets, macacos-esquilo, macacos capuchinhos, cólobos; é um sistema complicado e difícil de aplicar, a exemplo de chimpanzés, cujos machos formam um grupo coeso e cuja área de uso se superpõe às áreas de diversas fêmeas. Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 8 INTERAÇÕES SOCIAIS ¨ Comportamentos assumidos que dizem respeito à conveniência de um ou mais indivíduos. ¨ Em geral reduz as interações ao mínimo denominador comum, o agente e o receptor. ¨ Interações sociais: - egoísta – beneficia o agente, mas não o receptor; - mutualista – beneficia o agente e o receptor; - altruísta – beneficia o receptor, mas não o agente; - malicioso – não beneficia nem o agente nem o receptor. ORIGEM DA TEORIA EVOLUCIONISTA ¨ Georges Comte de Buffon (1707-1788) - Propôs a ideia de mudança orgânica; as espécies podem mudar, mas não dão origem a novas espécies. ¨ Erasmus Darwin (1731-1802) - Avô de Charles Darwin. - Acreditava que as espécies podem mudar por meio de competição e seleção sexual. ¨ Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) - Produziu a primeira teoria da evolução orgânica convincente. - Princípio do uso e desuso – quanto mais frequentemente um órgão é usado, mais proeminente ele se torna; aqueles que normalmente são pouco usados, tendem a diminuir completamente nas gerações sucessivas. ¨ Herança de características adquiridas - Aumento ou perda de traços através dos princípios de uso e desuso passam para toda a descendência, fornecendo as modificações adquiridas que são comuns a ambos os sexos, ou pelo menos aos indivíduos que procriam jovens. Um exemplo é a girafa, cujos antepassados esticavam constantemente o pescoço para o alto, tentando alcançar as folhagens, levando ao crescimento dessa parte do corpo. No transcorrer de gerações, o pescoço das girafas se tornou longo. ¨ Georges Cuvier (1769-1832) - Propôs que as espécies poderiam ser extintas. - Proponente do catastrofismo, segundo o qual as características da Terra são resultantes de periódicas revoluções geológicas. ¨ Charles Lyell (1797-1875) - Defensor do princípio do uniformitarianismo de James Hutton, o qual sugeriu que os aspectos geológicos são resultantes de mudanças contínuas e graduais. TEORIA DARWINIANA ¨ Charles R. Darwin (1809-1882) - Formulou a teoria da evolução através da seleção natural, a qual pode ser subdivida em: • A luta pela vida entre os indivíduos; • O potencial aumento exponencial das populações; • As populações tendem a permanecer estáveis em tamanho; • A limitação dos recursos. - O diferencial da sobrevivência (seleção natural): • A luta pela existência; • A variação das características físicas e comportamentais; • A variação da hereditariedade individual. - A evolução através da ação da seleção natural em diversas gerações. ¨ Alfred Russel Wallace (1823-1913) - Propôs a hipótese da evolução através da seleção natural na mesma época de Darwin, mas independente dele. MECANISMOS DA EVOLUÇÃO ¨ Seleção natural - Reprodução ou sobrevivência diferenciada de organismos causada por agentes e não diretamente por humanos. ¨ Deriva genética – Mudança aleatória na frequência dos alelos de uma população. - Efeito fundador – Ocorre quando uma pequenapopulação coloniza um novo habitat e, posteriormente, cresce um número de indivíduos. - Efeito gargalo – Uma redução grande mas temporária no tamanho da população, o que reduz o montante de variação genética. ¨ Migração – Transferência de genes de uma população em outra por meio de cruzamentos. ¨ Mutação – Mudança na composição de um gene ou estruturação genética do organismo. EVOLUÇÃO DOS PRIMATAS ¨ Era cenozoica - Períodos: Paleoceno (65-55 milhões de anos atrás), Eoceno (há 55-35 milhões de anos), Oligoceno (há 35-23 milhões de anos), Mioceno (há 23-5,3 milhões de anos), Plioceno (5,3- 1,6milhões de anos atrás), Pleistoceno (há 1,6 milhão de anos). PALEOANTROPOLOGIA Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 9 ¨ Hipóteses para as origens dos primatas - Início do Paleoceno, ou seja, há 65 milhões de anos. - Primitivos primatas (como o Plesiadapis) careciam do conjunto de características geralmente associadas com os primatas existentes; por essas razões, alguns pesquisadores deixam de lado esses primtas. - Primatas verdadeiros ou estrepsirrinos surgem no registro fóssil por volta do início do Eoceno (55 milhões de anos atrás). ¨ Hipóteses para as origens dos primatas - Hipótese arborícola Os primatas se desenvolveram ao se adaptarem à vida nas árvores, o que exigia pés e mãos agarrantes e visão reforçada. - Hipótese da predação visual Os antigos primatas primeiro se adaptaram à floresta de arbustos com vegetação rasteira e árvores com galhos baixos. A procura por insetos exigiu o desenvolvimento de uma visão aguçada, mãos e pés agarrantes e unhas para captura das presas. ¨ Primatas verdadeiros - Surgem no início do Eoceno. - São os adapídeos da América do Norte, Europa e Ásia. - Durante o Oligoceno (há 35-23,5 milhões de anos), os haplorrinos eram os primatas mais numerosos. ¨ Origem dos macacos do Novo Mundo - A família dos parapitecídeos pode ser a ancestral dos macacos do Novo Mundo, como demonstram os Apidium e os Qatrania. - A teoria do transporte flutuante sugere que os macacos do Novo Mundo vindos da África, flutuando em troncos de árvore, há cerca de 25 milhões de anos. ¨ Evolução dos macacos do Velho Mundo - Os Propliopithecidae podem ser os ancestrais de macacos do Velho Mundo, símios e humanos; ou, provavelmente, apenas dos símios. - Do final do Eoceno ao início do Oligoceno, no Egito e em Omã. - Propliopithecus, Aegyptopithecus, Catopithecus. ¨ Evolução dos símios. - Evoluíram há 20 milhões de anos. - Os primeiros macacos eram os Proconsul. - Os primeiros macacos grandes eram os Sivapithecus, parentes dos atuais orangotangos. Tendências ¨ Alterações em configurações do esqueleto. - Bipedalismo. -Diminuição do rosto (menos prógnato). - Redução do tamanho dos dentes molares. - Esmalte espesso nos dentes molares. - Perda do conjunto canino/terceiro pré-molar. - Segunda cúspide dos pré-molares inferiores bem desenvolvida. - Alteração no padrão de erupção dos dentes. - Fórmula dentária dos macacos e dos humanos – 2 incisivos, 1 canino, 2 pré-molares, 3 molares: multiplicando-se por quatro, 32 dentes no total. ¨ Exploração eficiente do habitat terrestre. ¨ Aumento do tamanho e da complexidade do cérebro. ¨ Uso de utensílios. PRIMEIROS HOMINÍDEOS ¨ Hominídeos do Mioceno tardio - Sahelanthropus tchadensis: • Existiu há cerca de 6 a 7 milhões de anos; • Encontrado na região do Sahel no Chade; • Muito primitivo, talvez não seja um hominídeo. -Orrorin tugenensis: • Datado de 5,6 a 6,2 milhões de anos atrás, no Quênia; • Pode ser o bípede mais primitivo. - Ardipithecus ramidus: • Viveu entre 4,39 a 5,8 milhões de anos atrás, a Etiópia. ¨ Hominídeos graciosos do Plioceno - Todos tinham feições primitivas semelhantes às dos macacos, inclusive cérebro do tamanho de um chimpanzé (400ml). - Australopithecus anamensis: • 3,9 a 4,2 milhões de anos atrás no Quênia. - Australopithecus afarensis: • Há 2,8 a 4 milhões de anos, na Etiópia e Tanzânia; • O famoso esqueleto chamado de Lucy é dessa espécie. - Australopithecus africanus: • Na África do Sul, entre 2,5 e 3 milhões de anos atrás. - Australopithecus bahrelghazali: • Há 3/3,5 milhões de anos, no Chade. - Australopithecus garhi: • Na Etiópia, há 2,5 milhões de anos. EVOLUÇÃO HUMANA Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 10 - Kenyanthropus platyops: • 3,2 a 3,5 milhões de anos atrás, no Quênia. ¨ Hominídeos robustos do Plioceno - Todos se caracterizavam por ter molares grandes e rosto em forma de prato. - Paranthropus aethiopicus: • Há 2,5/2,8 milhões de anos, no Quênia e na Etiópia. - Paranthropus boisei: • De 1 a 2,5 milhões de anos atrás, na Etiópia. - Paranthropus robustus: • Há 2 milhões de anos na África do Sul. OS PRIMEIROS HOMO ¨ Menos primitivos do que os Australopithecus. ¨ Homo habilis: - entre 1,5 e 2,4 milhões de anos atrás, no Quênia, Tanzânia e África do Sul; - cérebro média 660ml; - menos primitivo do que os Australopithecus. ¨ Homo rudolfensis: - 1,8 a 2,4 milhões de anos atrás. - capacidade craniana de 775 cc, aproximadamente; - associado à produção do período olduvaiense. ¨ Homo erectus: - datado de 400 mil a 1,8 milhão de anos atrás; - conjunto de feições primitivas e derivadas, bem mais parecido com os humanos atuais do que com as primeiras espécies; - associado à produção de utensílios de pedra acheulense; - a primeira espécie de hominídeos que foi encontrada fora da África; - inicialmente se desenvolvei na África e se expandiu para outras regiões, inclusive Europa e Indonésia; - capacidade craniana média de 946 cc (cerca de 727 a 1225 ml); - revela a melhor e mais antiga evidência de desenvolvimento de uma linguagem complexa; - provavelmente o primeiro hominídeo a utilizar o fogo. ¨ Homo georgicus: - existiu entre 1,81 e 0,05 milhões de anos atrás em Dmanisi, na Geórgia; - é pequeno o conhecimento sobre essa espécie. ¨ Homo heidelbergensis: - existiu na África, Ásia e Europa entre 800 a 100 mil anos atrás; - mais robusto do que os humanos modernos; - capacidade craniana média de 1.283 ml; - utilizava artefatos acheulenses; mais tarde, talvez tenha usado ferramentas mousteriense. ¨ Homo neanderthalensis: - viveu entre 32 e 300 mil anos atrás; - área de ocupação restrita à Europa e Oriente Médio; - tinha muitas feições arcaicas, como testa inclinada, crânio baixo, ausência de queixo e grande saliência superciliar; - corpo adaptado para viver em clima frio; - tamanho médio do cérebro é o maior dentre os hominídeos conhecidos; média entre 1.125 e 1.750 ml (média de 1.400 ml); - parece ter sido nômade, tendo vivido em diferentes abrigos nas diferentes épocas do ano; - praticava vários tipos de comportamentos ritualísticos, incluindo os rituais de funeral. ¨ Homo sapiens: - primeira aparição registrada num fóssil datado de 200 a 160 mil anos atrás; - produziu utensílios delicados de pedra; - primeira evidência de arte foi o uso de ocre vermelho há 70 mil anos; - primeiras pinturas em cavernas há 32 mil anos; - humanos modernos se expandiram por áreas nunca habitadas anteriormente por outros hominídeos; - viveu na Austrália há 50 mil anos; - viveu na América do Norte por volta de 25 a 15 mil anos atrás. ¨ Modelo multirregionalista ou continuísta. - Sugere que os humanos modernos se desenvolveram a partir de populações de Homos erectus que trocaram genes. ¨ Modelo da origem africana (ou da substituição) - Sugere que os modernos humanos se originaram de uma única população na África. - Depois de se desenvolver na África, se expandiu para outras partes do mundo, substituindo outras espécies de hominídeos por meiode competição ou assimilação. ARQUEOLOGIA É o ramo da antropologia que estuda e analisa os vestígios materiais humanos de maneira a reconstruir um entendimento das culturas passadas. ¨ Escavação – Descoberta de materiais do passado enterrados, de maneira que possam ser registrados e analisados. ¨ Levantamento amplo – Reconhecimento geral do sítio em potencial através de métodos como o caminhamento, a prospecção de superfície, a análise do solo e diversas técnicas de detecção remota. ¨ Sistema de quadras – Técnica usada em escavações que permite um registro melhor da localização de artefatos; cada quadra é examinada alternadamente, numa configuração semelhante ao tabuleiro de xadrez, e depois escavada, uma camada de cada vez. TEORIAS SOBRE AS ORIGENS DO HOMEM MODERNO MÉTODOS MAIS COMUNS Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 11 ¨ Datação relativa – A localização temporal de artefatos é descrita em relação a outros artefatos para determinar a idade comparativa. ¨ Datação absoluta – Também conhecida como datação cronométrica, determina a idade real de um artefato em termos de anos, séculos ou outras unidades de tempo. ¨ Todos os artefatos de argila queimada feitos pelos seres humanos. ¨ Centenas de tipos – vasilhas para estocar alimento, potes para cozinhar, conchas, cachimbos, câmaras mortuárias, etc. ¨ O uso muito difundido é uma das indicações mais fortes de sedentarismo em uma localidade. ¨ A cerâmica trabalhada é utilizada para classificar e rastrear mudanças nos etilos de cerâmica. USO DE ARTEFATOS ¨ O costume olduvaiense de utensílios - O mais antigo uso identificável da fabricação de artefatos associada ao Homo habilis. O período olduvaiense (nome derivado da Garganta de Olduvai, sítio pré-histórico na Tanzânia) dá início ao Paleolítico ou Idade da Pedra, cerca de 2,5 milhões de anos atrás. - As ferramentas eram feitas batendo-se o centro de uma pedra para obter as lascas, as quais eram usadas como lâminas ou cortadores. A parte central restante era usada como martelo. - O instrumento primitivo utilizado era o cortador de pedras. ¨ O uso de artefatos acheulense - A tradicional criação de ferramentas feitas depois do período olduvaiense, por volta de 1,5 milhões de anos atrás, é associada ao Homo erectus. - Os utensílios eram feitos da mesma forma citada acima, mas eram maiores e seguiam formas mais padronizadas. - O principal utensílio produzido era a machada aucheliense, ou machado manejável com a mão. ¨ A tradição de ferramentas mousteriense - Costume neandertalense de fabricação de ferramentas há 100 – 400 mil anos na Europa, sudoeste da Ásia e norte da África. - As ferramentas eram, em geral, menores, mais variadas e trabalhadas com maior habilidade do que as citadas anteriormente. - Os fabricantes desses utensílios usavam técnicas de pressão e lascagem diferentes das técnicas de percussão e lascagem. TÉCNICAS DE FERRAMENTAS ¨ Levallois – Técnica encontrada principalmente na tradição mousteriense; os utensílios de pedra lascada, de tamanhos padronizados, eram feitos por meio de golpes no núcleo da pedra, para depois dar forma à lasca obtida. ¨ Técnica de lâminas – As lâminas era obtidas com golpes nos núcleos das pedras. ¨ Percussão e lascagem – Utensílios de ossos, galhadas ou madeira usados para golpear e obter pequenas lascas do núcleo de uma pedra dura. Essa técnica permitia um controle maior sobre o acabamento das lascas. PALEONÍNDIOS NO NOVO MUNDO ¨ Foram os ocupantes mais remotos da América, o primeiro grupo de humanos a chegar ao Novo Mundo. CERÂMICAS CRIAÇÃO DE ARTEFATOS PERÍODOS DE TRANSIÇÃO TIPOS DE DATAÇÃO Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 12 ¨ A maioria dos pesquisadores concorda que os paleoíndios, vieram para o Novo Mundo há cerca de 12 mil anos, durante o paleolítico, a chamada “idade da pedra”. ¨ Caçavam em sua maioria grandes animais: eram conhecidos por usarem pontas de flechas especiais, estriadas. MESOLÍTICO ¨ Literalmente, a média idade da pedra é um período arqueológico que começou, aproximadamente, em 12000 a.C. ¨ Os homens tornam-se mais sedentários e começam a se abastecer em fontes de alimento mais fixas. ¨ Natufiano – uma tradição cultura que começou no sudoeste da Ásia durante o período mesolítico. - Compreendia o primeiro povo a ocupar assentamentos permanentes e a iniciar a domesticação nessa área. - Aracaico – termo utilizado para as culturas do Novo Mundo. - Caracterizado pela enorme diversidade cultural das populações que se adaptavam aos diferentes ambientes. - Provocou o agrupamento de culturas com estilos de vida e tecnologia exclusivos. NEOLÍTICO ¨ Ou, literalmente, nova idade da pedra; estabelecidos o plantio e a domesticação de animais, o período tem início por volta de 11 mil anos atrás, no Oriente Médio. ¨ Cultivo de plantas e domesticação de animais – processo de evolução em que os humanos (intencionalmente ou não) modificaram a genética de animais e plantas para controlar melhor sua exploração. SÍTIOS INICIAIS ¨ Oriente Próximo – no Levante, ou seja, nos países do Mediterrâneo oriental e da Ásia Menor. ¨ Europa – na Grécia, o controle de animais e cerais se dá por volta de 8000 a.C. ¨ África – no vale do rio Nilo – cabras e carneiros são domesticados a partir de 6000 a.C. ¨ China – no norte e no sul, o cultivo do arroz começa em 7000 a. C. ¨ Sul do México – no vale de Tchuacan encontram-se evidências do milho por volta de 7000 a. C. ¨ América do Sul – Peru ¨ América do Norte – no sudeste dos Estados Unidos, cultivo de cabaças em torno de 7000 a. C. O termo foi usado, outrora, para se referir ao auge da linha evolutiva do desenvolvimento social. Atualmente se refere às sociedades urbanizadas, com segregação de classes e níveis sociais. SÍTIOS PRIMITIVOS Mesopotâmia ¨ Atual Iraque ou “terra em meio a dois rios”, entre Irã, Arábia e Síria, ao longo dos rios Tigre e Eufrates. Ali, por volta de 5600 a.C., floresceram as primeiras civilizações. ¨ A antiga civilização mesopotâmica da Suméria testemunhou o crescimento de cidades em um sistema de estado unificado. ¨ Cuneiforme – forma inicial de escrita para registrar transações econômicas, mais tarde utilizada para registrar histórias. ¨ Os sumérios eram amplamente conhecidos pela história do dilúvio na epopeia de Gilgamesh, análoga à história de Noé e o dilúvio descrito no Antigo Testamento da Bíblia judaico-cristã. ¨ Zigurates – grandes templos em forma de pirâmide escalonada, característico dessas civilizações guiadas pela religião. Egito ¨ Uma das primeiras grandes civilizações. ¨ Foi a primeira unificada pelo soberano, Narmer- Menés, por volta de 5000 a.C. ¨ O estado se baseava na condição divina dos faraós. ¨ Os escribas usavam hieróglifos (uma forma de escrita que combinava formas pictográficas e fonográficas) para registrar as complexas transações de coleta e redistribuição pela elite da classe dirigente. ¨ Último período (1070-332 a.C) – é o declínio do poder faraônico, substituído pela linhagem ptolomaica instituída em 332 a.C. por Alexandre, o Grande. A ocupação romana, em 30 a.C., acabou, oficialmente, com a grande civilização egípcia. Vale do rio Indo ¨ Civilização Harappiana – teve início por volta de 4700 a. C. ao longo do rio Indo, no sul da Ásia. China ¨ Foi em 4000 a.C., aproximadamente, que vários governantes conquistaram poder e destaque. ¨ Viviam em cidades muradas, em constante competição e guerra. ¨ A unificação da região foi conduzida pela civilização Shang, do vale Amarelo, em 3700 a.C., que se tornou a mais dominantedo norte da China. ¨ A civilização era famosa por seu trabalho em bronze. Creta, Grécia e Roma ¨ Civilização minoana – floresceu na antiga Creta, aproximadamente em 4000 a.C., graças ao CIVILIZAÇÕES Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 13 constante desenvolvimento de sua rede de comércio. ¨ Micenas – surgiu por volta de 3600 a.C. quando se apossaram das rotas de comércio dos minoanos. Mesoamérica ¨ Maia - A civilização surgiu por volta de 4000 a.C. - Sociedade complexa, utilizava diversas técnicas agrícolas e sistema de crença complexo. ¨ Asteca - Grande civilização que surgiu no México por volta de 1100 a.C. - Tinha por capital a cidade de Tenochtitlan, amplo território com áreas residenciais, jardins e mercados espetaculares. - Foi conquistada pelos espanhóis em 1519. América do Sul ¨ Império Inca - Governo unificava a maioria da América do Sul. - Estabeleceram-se originalmente no Peru. - O controle se estendia através da cordilheira dos Andes. Tinham organização burocrática e militar extraordinárias, mas foram aniquilados pelos espanhóis em 1534. ¨ Sistemas de irrigação - Teoria hidráulica de Karl Wittfogel – as civilizações se originaram em razão do desenvolvimento de redes de irrigação; o controle das águas exigia uma sociedade organizacional administrada por especialistas agrícolas que, eventualmente, se tornavam a classe dominante e dirigente. ¨ Redes de comércio – as civilizações surgiram por que os centros de redistribuição precisavam de uma autoridade administrativa centralizada que às vezes se tornava um governo centralizado. ¨ Circunscrição ambiental e social – teoria da circunscrição de Robert Carneiro. - A civilização se desenvolveu onde as populações eram contidas em áreas limitadas por fatores ambientais, como montanhas e cursos de água, ou por grupos de pessoas. - No momento em que as populações circunscritas cresceram, aumentou a competição pelos recursos limitados e cresceu a estratificação social, uma vez que a elite controlava os recursos. - A guerra e a conquista de populações vizinhas foram as consequências inevitáveis da busca de acesso a recursos. - Para ter sucesso, tais campanhas deviam ser lideradas por uma autoridade central que, por vezes, se transformava em governo centralizado. ¨ Religião - Tem papel indireto no desenvolvimento da civilização. - Sistemas religiosos são fundamentais na formação dos estados primitivos. - Várias estruturas arquitetônicas monumentais dos estados antigos tinham função religiosa. - Frequentemente, os rituais para a manutenção da ordem social, econômica e política, eram desempenhadas publicamente por sacerdotes em nome dos governantes. SOCIOLOGIA Sociologia é o estudo científico das relações ou interações entre as pessoas no tempo e no espaço. À medida que essas relações se repetem e se tornam estáveis, elas configuram padrões ou estruturas sociais. São exemplos de estruturas sociais as famílias, os grupos, as associações, as empresas, as sociedades, os Estados, etc. As diversas abordagens (ou teorias) sociológicas enfatizaram diferentes características das relações sociais: As principais teorias sociais contemporâneas procuram superar essas perspectivas dualistas, que opõem sujeito e objeto, indivíduo e sociedade. Em contraposição, expressam a concepção de que: a) os seres humanos são interdependentes; sua vida se desenrola nas estruturas sociais que eles próprios formam quando se relacionam uns com os outros e, em grande parte, é condicionada por elas; b) por isso, as estruturas sociais sofrem constantes mudanças, algumas rápidas e efêmeras, outras mais lentas e profundas; c) as relações entre as pessoas têm importante papel nessas mudanças, mas, em muitos casos, elas não sabem como e quando suas ações contribuem para tal. Charles Wright Mills (1959) denominou a capacidade de relacionar mudanças nas estruturas sociais com a trajetória social de cada pessoa de imaginação sociológica. TEORIAS SOBRE A EVOLUÇÃO DAS CIVILIZAÇÕES As teorias da ação social salientaram os processos de interação; as teorias estruturalistas e funcionalistas, os resultados da interação (as estruturas sociais) 1 Algumas correntes acentuaram o conflito como elemento central das relações sociais; outras, a cooperação. 2 Certas abordagens privilegiaram as relações diretas (face a face) entre as pessoas (microssociologias); outras, as relações distantes no tempo e no espaço, entre grupos numerosos ( macrossociologias). 3 CIÊNCIAS SOCIAIS Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 14 Sociologia é o estudo sistemático e controlado das relações e estruturas sociais. No entanto, como em outras áreas do conhecimento, o acesso à verdade científica não é imediato. ¨ As principais ferramentas da ciência social são: ¨ Metodologia: Conjunto de técnicas de coleta e mensuração dos dados, visando a testar as hipóteses e confirmar ou não a teoria em questão. 1 – Uma metodologia seleciona as variáveis, isto é, as características relevantes cujos valores (altura, idade, renda) ou atributos (gênero, raça, classe social) podem variar. 2 – As variáveis podem ser: a) independentes, quando influenciam (ou causam) as variáveis dependentes, como sexo, idade, raça; b) dependentes, quando são influenciadas (ou causadas) pelas variáveis independentes. 3 – As variáveis devem ser operacionalizadas, ou seja, o pesquisador tem de indicar que dados correspondem à variáveis. 4 – Finalmente, é preciso atribuir valores às variáveis, isto é definir que tipo de variação significativa espera-se que ocorra. 5 – Após a mensuração das variáveis, é necessário determinar os graus de confiabilidade, validade e generalidade, assim como o tipo de causalidade observado nos dados. a) Confiabilidade, refere-se à consistência da análise, ou seja, se outros pesquisadores interpretariam os dados da mesma forma. b) Validade, diz respeito à precisão da mensuração dos dados, isto é, se ela mede exatamente o que foi proposto. c) Generalidade, tem relação com a possibilidade de aplicar os resultados da pesquisa a outros casos semelhantes. 6 – Quando se analisa a relação ou associação entre variáveis (causalidade) em um universo de eventos ou indivíduos grande, estabelece-se uma correlação, ou seja, se o valor de uma das variáveis muda com as alterações sofridas pela outra. A correlação pode ser: a) positiva, se os valores assumidas pelas variáveis aumentam/diminuem simultaneamente; b) negativa, se o valor de uma das variáveis aumenta/diminui, mas o da outra não; c) espúria, quando a associação entre os valores é apenas casual. 7 – Variáveis de controle são utilizadas para testar se a correlação entre a variável independente (causa) e a dependente (efeito) realmente existe. ¨ A explicação científica dos processos sociais envolve alguns cuidados: 1 – a seleção de problemas sociais, dentre os muitos que podem constituir objeto de estudo, de acordo com a relevância, isto é, o valor atribuído ao tema pela sociedade e pelo pesquisador. 2 – a formulação ou utilização de teorias, orientadas, em parte, pelos valores sociais do pesquisador e seus colegas, em parte, por pesquisas anteriores; 3 – elaboração ou aplicação de métodos para coletar e organizar os dados. ¨ Cada etapa do processo está sujeita a uma percepção influenciada pelas escolhas e decisões subjetivas. Um estudo sociológico correto deve explicitar os valores que motivaram as escolhas e utilizar certos procedimentos para reduzir o viés subjetivo na análise dos problemas selecionados. Além disso, de: 1 – Questionar sempre teorias e hipóteses fundamentadas em argumentostradicionais (sabedoria popular) ou em autoridade (política, religiosa, etc) 2 – Evitar qualquer conclusão com base em observações pontuais ou seletivas, isto é, em uma seleção de casos sem controle ou resultantes das inclinações pessoais do pesquisador. 3 – Nunca generalizar o resultado de uma pesquisa que se apoia em poucos casos. Trabalhar sempre com amostras representativas do conjunto completo, ou seja, do universo de eventos ou processos que se deseja explicar. 4 – Não concluir nada sobre um problema social qualquer com base apenas em correlações de variáveis, isto é, no fato de que certo evento ou processo (A) aparece frequentemente associado a outro (B). Nesse caso, é preciso certificar-se do sentido de tal correção (A explica B ou B explica ) e se não existe um terceiro fator (C) que explique a correção observada. Para isso, é importante a formulação prévia de uma teoria que proponha uma relação causal (A causa B, B causa A ou C explica a correlação entre A e B). •Ideias sistematicamente organizadas sobre o que é relevante estudar e sobre como e por que determinados eventos ou processos estão relacionados. TEORIAS •Conjecturas sobre a relação entre duas variáveis que podem ser testadas diretamente por meio de pesquisas baseadas em procedimentos científicos. HIPÓTESES •Unidades de informação observáveis que o pesquisador considera relevantes para comprovas ou não uma teoria. DADOS A SOCIOLOGIA E A CIÊNCIA Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 15 • Primeira etapa: definição do problema a ser estudado. • Segunda etapa: revisão da literatura já publicada sobre o tema. • Terceira etapa: formulação de hipóteses (uma afirmação explícita sobre a relação entre variáveis) e escolha da metodologia. • Quarta etapa: coleta dos dados por meio de enquete (questionários) com amostras da população, entrevistas, observação distanciada (sem envolvimento com a população) ou participante (com envolvimento), levantamento de dados secundários em arquivos ou bibliotecas. • Quinta etapa: análise dos dados utilizando-se medições estatísticas apropriadas; interpretação (mensuração) dos dados; confirmação ou refutação dos dados; modificação das hipóteses iniciais. • Sexta etapa: extraídas e divulgadas as conclusões, o pesquisador pode acrescentar conhecimento prévio ou modifica-lo e levantar novas questões. ORIGENS DA SOCIOLOGIA - Século XVI: a partir do Renascimento, consolidou-se uma visão da natureza e das sociedades humanas com base em evidências obtidas da observação sistemática (científica) de dados empíricos. - Séculos XVII-XVIII: as revoluções liberais (Inglaterra, 1649/1689: EUA, 1776; França, 1789) destruíram os fundamentos religiosos que legitimavam o poder das monarquias. A possibilidade de mudanças racionais na organização das sociedades promovidas pelos próprios indivíduos foi a base do Iluminismo. - Séculos XVIII-XIX: a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, transformou as bases das sociedades tradicionais europeias, potencializando os efeitos das revoluções científica e política. - Charles-Louis de Secondat, Barão de Montesquieu (1689-1755): escreveu, entre outras obras. O espírito das leis (1748), em que procura demonstrar, pela primeira vez, que fatores físicos e sociais influenciam a organização das sociedades e dos Estados. - Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): autor de Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre os homens (1753) e O contrato social (1762), entre outros, elaborou uma das primeiras críticas ao progresso, argumentando que os indivíduos nascem iguais e bons, mas a vida em sociedade os corrompe e os torna diferentes. - Adam Ferguson (1723-1815): filósofo e historiador escocês, um dos principais representantes do Iluminismo, escreveu Ensaio sobre a sociedade civil (1767), no qual afirma que o progresso ocorre por meio do comércio e da divisão do trabalho e que a expansão do capitalismo não é harmoniosa, e sim implica o aumento da desigualdade e do conflito social. - Adam Smith (1723-1790): em sua obra Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações (1776), explica que o progresso material depende da liberdade de empreendimento, do crescimento do comércio entre as nações e do aumento da produtividade com a divisão do trabalho. - Claude Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon (1760-1825): foi um dos primeiros pensadores a propor uma “ciência da sociedade”, cujo objetivo seria ampla reorganização social, sob a liderança de uma elite de filósofos, engenheiros e cientistas, que alcançariam a paz e a harmonia social mediante a industrialização. - Auguste Comte (1798-1854): considerado o criador da sociologia, cuja denominação inicial era “física social”, foi secretário de Saint-Simon e afirmou que as sociedades deveriam ser analisadas como “organismos” que evoluem. A sociologia seria baseada em princípios científicos, como a observação empírica e a análise sistemática dos fenômenos sociais, metodologia denominada “positiva”, em contraposição à crítica metafísica, isto é, baseada em princípios morais, difundida pelos filósofos iluministas. 1 – Lei dos três estados: afirma que a humanidade evolui, passando por três etapas: a religiosa (ou teológica), a metafísica (ou crítica) e a científica (ou positiva). 2 – Hierarquia das ciências: a sociologia seria a última das ciências a surgir ( a matemática seria a primeira), porém mais moderna, responsável pela realização do estágio positivo (ou científico) da humanidade. 3 – Positivismo: a sociologia não deveria procurar causas últimas dos fenômenos sociais, e sim limitar-se ao estudo de relações existentes entre fatos diretamente acessíveis pela observação. - Herbert Spencer (1820-1903): conhecido como pai do evolucionismo social e do darwinismo social, afirmou que as sociedades evoluem como organismos vivos, que se adaptam ao ambiente e superam seus competidores ou desaparecem (“os mais aptos sobrevivem”). 1 – Evolucionismo: as sociedades evoluem de padrões de organização mais simples aos mais complexos: quanto mais complexas, mais capazes de sobreviver e de se expandir. 2 – Funcionalismo: todas as características sociais incorporadas pelas sociedades têm um sentido funcional, isto é, contribuem para a sobrevivência e expansão do organismo (social). Os “clássicos” da sociologia foram aqueles que definiram as principais linhas de análise da sociedade contemporânea: as teorias do conflito, as teorias funcionalistas, as teorias microinteracionístas e as teorias utilitaristas/racionais. • Karl Marx (1818-1883): pensador radical que procurou explicar em sua principal obra. O capital (1867-1894), a formação e o desenvolvimento do capitalismo como fundado no conflito social é na expansão da exploração dos não detentores dos meios de produção pelos grupos proprietários. Para ele, as duas classes centrais da sociedade capitalista, a burguesia e o proletariado, travariam um conflito revolucionário que destruiria as bases do capitalismo, instaurado, inicialmente, uma O PROCESSO (OU CICLO) DE PESQUISA CONTEXTO HISTÓRICO PREDECESSORES FUNDADORES CLÁSSICOS Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 16 sociedade socialista e, por fim, uma sociedade comunista, isto é, sem classes e sem opressão. A teoria marxista é a que mais influenciou as teorias contemporâneas do conflito social. 1 – Materialismo histórico: a história das sociedades é condicionada pela forma das relações sociais de produção, ou seja, pela maneira como os grupos sociais se apropriam e utilizam os meios de produção. Os interesses e a própria consciência dos indivíduos estão condicionados pela base material por meio da qual as sociedades se reproduzem e se transformam. 2 – Exploração capitalista: o modo de produçãopróprio do capitalismo é a extração de excedente (mais-valia) mediante o controle privado dos meios de produção (capital). 3 – Luta de classes: a transformação histórica ocorre por meio da luta de casses entre proprietários (capitalistas) e não proprietários (trabalhadores). 4 – Revolução: à medida que os trabalhadores tomam consciência da condição de exploração a que são submetidos pelos capitalista, e eles se organizam em sindicatos e partidos e lutam pela extinção da propriedade privada e todas as formas de opressão de classe. • Émile Durkheim (1858-1917): principal discípulo de Comte, suas principais obras são A divisão do trabalho (1893), As regras do método sociológico (1895), O suicídio (1897) e As formas elementares da vida religiosa (1912). Procurou responder à questão central da sociologia: o que mantém a ordem social? Sua resposta é que a coesão social depende do equilíbrio entre as estruturas sociais (simples ou complexas) e os processos de integração social (solidariedade mecânica ou orgânica). Para ele, quanto maior a densidade moral da sociedade, ou seja, quanto maior a intensidade dos vínculos de solidariedade entre os indivíduos, maior a estabilidade social. 1- Densidade social: o aumento da população e a melhoria dos meios de comunicação elevam a densidade social, tornando mais complexas as interações sociais e exigindo novos modos de integração social. 2 – Solidariedade social: as sociedades primitivas, com baixa densidade social, se mantêm coesas pela solidariedade mecânica (os indivíduos são solidários uns com os outros basicamente por causa das semelhanças entre si); nas sociedades contemporâneas, a coesão depende da solidariedade orgânica (os indivíduos não são diretamente solidários entre sí, mas dependem indiretamente uns dos outros para sobreviver). 3 – Diferenciação social: é o processo que explica o aumento da divisão do trabalho nas sociedades modernas, exigindo novos modos de integração social. 4 – Anomia social: quando os mecanismo de integração social não são capazes de manter coesão, a sociedade entra em crise, o que pode resultar em sua dissolução. • Max Weber (1864-1920): sua principal preocupação foi explicar o surgimento do capitalismo e do Estado moderno como formas de racionalização e dominação impessoal sobre as sociedade contemporâneas. Suas principais obras são A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904) e Economia e sociedade (1922). Tal como Marx, ele considerava importante o conflito em torno da organização econômica, mas também julgava relevante o conflito em outras esferas sociais, como a política e a religião. Não acreditava que a luta de classes pudesse resolver o problema central; para ele, a opressão das sociedades contemporâneas resultava das formas de dominação racional-burocráticas. 1 – Ação-social: a sociologia visa ao estudo do sentido que os indivíduos e grupos atribuem a suas ações. As ações podem ser racionais com relação a fins (racionalidade instrumental) e racionais com relação a valores (racionalidade substantiva), orientadas pelas emoções ou pela tradição (costume). 2 – Metodologia compreensiva (Verstehen): para explicar o sentido das ações coletivas, a sociologia tem de compreender as motivações humanas, mas, para isso, é preciso criar tipos ideais, ou seja, modelos de motivação da ação que permitam compreendê-las. 3 – Racionalização: é o processo pelo qual os motivos da ação social são crescentemente orientados ao cumprimento de regras formais impostas pelo Estado e pelas organizações burocráticas. 4 – Tipos de dominação: são tipos ideais que expressam as diferentes motivações dos indivíduos para obedecer a distintas formas de poder e legitimá-las. A obediência pode ser motivada pela tradição (costume), pelo carisma (emoção) ou pela crença na racionalidade da lei (racional- legal). • Georg Simmel (1858-1918): seu argumento central é que as sociedades são resultado da interação constante entre indivíduos e grupos e que, portanto, são as interações, não os indivíduos, os grupos ou a sociedade como um todo, o objeto de estudo da sociedade. Segundo ele, a sociologia seria o estudo das formas de interação social, isto é, de suas características formais (número de indivíduos, posição relativa, etc) que resultam em processos de conflito, associação/dissociação e individualização. Sua principal obra é Sociologia: investigação sobre as formas de sociação (1908). A sociologia de Simmel influenciou as teorias microssociológicas e interacionistas. 1 – Sociação: forma pura de interação, visa à manutenção das relações sociais, não mediada por interesses políticos, econômicos, etc. 2 – Formas da vida social: determinados padrões de interação que se destacam dos conteúdos (sentimentos, impulsos, etc) ganham autonomia e passam a operar como receptáculos de outras relações (conteúdos) que se ajustam a eles. 3 – Sociedade: complexa rede de relações entre indivíduos que estão em constante interação uns com os outros. Rejeita a analogia orgânica de Spencer. 4 – Sociologia formal: procura identificar e analisar as formas de sociação/dissociação (conflito, competição, hierarquia, cooperação, etc) e seus impactos sobre as interações sociais. Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 17 PRINCIPAIS LINHAS TEÓRICAS CONTEMPORÂNEAS Baseiam-se na concepção de que as sociedades constituem, em princípio, sistemas complexos de partes interdependentes e funcionais, isto é, que contribuem intencionalmente para a continuidade da ordem social. Os teóricos funcionalistas, portanto, analisam as partes ou subsistemas sociais em relação a sua “contribuição” para a manutenção do sistema social. Depois de Durkheim, dois sociólogos norte-americanos contribuíram significativamente para o desenvolvimento do funcionalismo: • Talcott Parsons (1902-1979): a ordem nas sociedades complexas depende da maneira como certas partes ou subsistemas sociais (ou instituições) relacionam-se entre si. A família, a escola, a religião, a cultura, o governo, a economia, etc. devem contribuir para manutenção do sistema social mediante a socialização dos indivíduos nas crenças, nos valores e nas normas próprios de cada um desses subsistemas. • Robert Merton (1910-2003): nem sempre, como parece supor Parsons, as estruturas sociais produzem efeitos funcionais para todos os grupos sociais. As instituições podem ser funcionais para alguns grupos, mas disfuncionais para outros. Isso pode gerar conflitos que não levam, necessariamente, a uma crise no sistema social como um todo. Além disso, algumas funções são manifestas, isto é, intencionalmente produzidas, e outras, latentes, cujos efeitos não são esperados. Afirmam que as sociedades são, em geral, profundamente contraditórias, isto é, funcionam “naturalmente” por meio dos conflitos que opõem os grupos sociais. Embora alguns aceitem a premissa funcionalista de que as partes dos sistemas sociais sejam interdependentes, não concordam que estas sejam funcionais, ou melhor que contribuam intencionalmente para a harmonia e manutenção das sociedades. Os dois maiores grupos são formados pelos seguidores de Marx e de Weber; no entanto, a maior parte dos cientistas sociais contemporâneos procura combinar aspectos de ambas as teorias. Para os autores dessas linhagens teóricas, os elementos centrais da sociologia são: a) As desigualdades sociais e econômicas não são funcionais para a manutenção da ordem, como no funcionalismo. b) O conflito é inerente a toda organização social, pois os grupos subordinados (social, econômica e politicamente) lutam por corrigir ou eliminar essas desigualdades. c) O poder coercitivo (o emprego da violência legal) é um recurso central dos grupos dominantes em todas as sociedades complexas. ¨ Vertente marxista- Vladimir Lenin (1870-1924): Imperialismo, etapa superior do capitalismo (1916). - Antônio Gramsci (1891-1937): Cadernos do cárcere (1947). - Escola de Frankfurt – Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973): Dialética do esclarecimento (1947). - Louis Althusser (1918-1990): Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado (1970). - Nicos Poulantzas (1936-1979): Poder político e classes sociais (1968). ¨ Vertente weberiana - Robert Michels (1876-1936): Sociologia dos partidos políticos (1915). - Karl Mannheim (1893-1947): Ideologia e utopia (1929). - Charles Wright Mills (1916-1962): A imaginação sociológica (1959). - Ralph Dahrendorf (1929-1980): As classes e seus conflitos na sociedade industrial (1959). - Charles Tilly (1929-2008): Coerção, capital e Estados europeus (1990). As teorias utilitaristas surgiram no século XVIII, com os esforços de filósofos sociais ingleses, como Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873), para fundar uma ciência social aplicada com base no cálculo de bem-estar ou nas preferências (ou utilidades) dos indivíduos. A teoria da escolha racional nasceu nos anos 1940 como aplicação dessa perspectiva para compreender todo tipo de ação social, como ação racional com relação a fins. Os indivíduos agiriam sempre orientados pela maximização de seu bem-estar e, portanto, tenderiam a fazer sempre a escolha mais racional tendo em vista suas preferências. 1 – Racionalidade instrumental: a ação é considerada racional ou não com relação aos meios empregados para obter determinado fim. As teorias utilitaristas/racionais não avaliam a racionalidade do fim desejado. 2 – Cálculo do custo-benefício: toda relação social é vista como uma troca que exige uma comparação entre o “custo” (de tempo, de informação e de recursos) e o “benefício” (respeito, poder, riqueza, etc). 3 – Paradoxo da racionalidade: mesmo que todos individualmente desejem maximizar seu bem-estar, o resultado final pode ser menos do que ótimo para todos ou alguns em decorrência da falta de coordenação entre as ações individuais. As teorias sociais são consideradas, principalmente, interações face a face, mediadas por palavras, gestos, expressões e símbolos. O próprio sentido das relações e das estruturas sociais é construído pelas microinterações cotidianas. 1 – Fenomenologia: os indivíduos agem de acordo com a percepção que constroem do mundo cotidiano. Seu principal teórico é Alfred Schultz (1899-1959), cuja obra mais importante é Fenomenologia do mundo social (1932). TEORIAS FUNCIONALISTAS TEORIAS DO CONFLITO TEORIAS UTILITARISTAS/RACIONAIS TEORIAS MICROINTERACIONISTAS Licenciado para - Izabella B raga - P rotegido por E duzz.com 18 2 – Interacionismo simbólico: segundo George Herbert Mead (1863-1931), as interações sociais (e a comunicação) dependem da capacidade do indivíduo (eu) de colocar-se no lugar do outro e interpretar sua intenção (mim). Para Ervin Goffman (1922-1982), em obras como A representação do eu na vida cotidiana (1959), essas interações podem ser entendidas como a representação teatral em um palco (ou cenário), em que cada indivíduo procura entender o contexto social no qual deve desempenhar um papel. Para isso, ele interpreta (atribui sentido a) gestos, falas e expressões do outro e vice-versa. 3 – Etnometodologia: é o estudo dos métodos de que todo indivíduo se utiliza para descrever, interpretar e construir o mundo social. Seu principal teórico é Harold Garfinkel; sua obra mais expressiva é Estudos em etnometodologia (1967). Além do esforço para atualizar as matrizes clássicas, alguns cientistas sociais contemporâneos tentaram, com mais ou menos sucesso, ultrapassar as grandes dicotomias que marcam a sociologia, como conflito versus função, macro versus micro, estrutura versus ação. • Norbert Elias (1897-1990): rejeita a dicotomia indivíduo versus sociedade, entendendo que ambos são produzidos pelas constantes interações individuais em complexas estruturas de redes sociais. Argumentou em O processo civilizador (1939) que a emergência da civilização ocidental europeia foi resultado de longa interação entre indivíduos em redes sociais que impuseram padrões de autocontrole nos comportamentos sexuais, na guerra, à mesa, etc. Enfim, novas figurações sociais emergem da interação entre a dinâmica psicológica (o sentimento de vergonha e repugnância em relação a hábitos “bárbaros”) e a dinâmica social (explicitada nas noções de refinamento e civilização). 1 – Figurações: redes interdependentes de indivíduos que interagem no tempo e no espaço e produzem equilíbrios precários e assimétricos nas relações de força instauradas. 2 – Psicogênese e sociogênese: os processos históricos ocorrem por meio da interação entre as transformações no comportamento humano e nas estruturas de personalidade dos indivíduos (a psicogênese) e a emergência de teorias do desenvolvimento social, do desenvolvimento do Estado e das nações (a sociogênese). • Pierre Bourdieu (1930-2002): enfrentou a dicotomia subjetivismo-objetivismo com uma abordagem denominado construtivista- estruturalista. Reconheceu que a ação social é constrangida ou condicionada por estruturas sociais; estas, no entanto, são construídas socialmente, assim como os esquemas de ação e pensamento. A ação social é estruturada por campos e os agentes são orientados/coagidos pelos habitus incorporados ao longo de sua trajetória de vida. 1 – Campos: arenas sociais onde os agentes disputam e se apropriam de diversas formas de capital (simbólico, cultural e econômico). 2 – Habitus: sistema de disposições duradouras, esquemas de percepção adquiridos pelos agentes ao interagirem nos diferentes campos (políticos, econômico, acadêmico, jurídico, etc.) 3 – Capital simbólico/cultural: recursos não materiais mobilizados pelos agentes quando disputam poder em determinado campo. Capital simbólico/cultural refere-se ao prestígio, honra, status educacional e estilo de vida, entre outros atributos conferidos ao agente. 4 – Violência simbólica: uso do capital simbólico para manter/alterar as hierarquias de poder em determinado campo. • Anthony Giddens (1938 - ): desenvolveu uma teoria que pretende superar as dicotomias ação- estrutura e micro-macrossociologias. Para ele, toda ação individual é constrangida por estruturas sociais, mas, ao mesmo tempo, somente as ações dos indivíduos reproduzem e atualizam as estruturas sociais, fenômeno que denominou “dualidade da estrutura”. 1 – Teoria da estruturação: as estruturas sociais condicionam a ação individual, mas só podem ser reproduzidas pela ação reiterada de indivíduos. 2 – Dupla hermenêutica: muitos conceitos das ciências sociais são retirados da ação reflexiva cotidiana dos indivíduos, assim como muitos conceitos gerados pelas ciências sociais são apropriados pelos indivíduos para atribuir sentido a sua ação. 3 - Monitoramento reflexivo da ação: as práticas sociais na modernidade tardia são constantemente examinadas e reformuladas pelo enorme fluxo de informações produzidas pelas sociedades contemporâneas. 4 – Desencaixe espaço-tempo: o processo de modernização “distanciou” os indivíduos e as comunidades das sociedades pós-modernas das noções tradicionais (“naturais”) de tempo, espaço e status. A modernização “desencaixou” os indivíduos de sua identidade fixa no tempo e no espaço. 5 – Sistemas peritos: sistemas de monitoramento e controle das relações sociais baseados em conhecimento científico altamente especializado, desenvolvidos para lidar a grande complexidade resultante do fenômeno do “desencaixe espaço-tempo” da modernidade globalizada. ELEMENTOS DE SOCIOLOGIA GERAL As estruturas sociais (família, grupos primários, associações, burocracias, Estados, etc) são produzidas pela reiteração das relações
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